Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
10/02/2020 1 A PSICOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET FAFIRE Profª Patricia Amazonas HISTÓRICO Jean Piaget nasceu na Suiça em 9 de agosto de 1896 e faleceu em setembro de 1980. Publicou seu primeiro trabalho científico aos 11 anos. Trabalho sobre pardal parcialmente albino. Na adolescência interessou-se por estudos dos moluscos (malacologia). Na convivência com seu avô estudou filosofia, religião e lógica. HISTÓRICO Os estudos em filosofia foram os que despertaram o interesse pelo conhecimento: o que é e como é adquirido? Os estudos em filosofia poderiam ser chamados de pré- psicológico. Na faculdade de ciências da universidade de Neuchâtel obteve o doutorado em ciências naturais. HISTÓRICO Na Sorbonne, em Paris, estuda psicologia clínica e lógica. Em 1955 criou o Centro Internacional de Epistemologia Genética, que dirigiu até sua morte. Iniciou o período psicológico desenvolvendo diversas atividades, como os trabalhos na clínica psiquiátrica de Bleuler, onde descobre Freud. HISTÓRICO Foi professor de Psicologia, Sociologia e Filosofia das ciências na Universidade de Neuchâtel; Professor de Sociologia, de História do pensamento científico e de Psicologia experimental na universidade de Genebra; diretor do escritório internacional de educação; professor de Psicologia e Sociologia na universidade de Lausanne. Trabalhou no laboratório de Alfred Binet, para padronização de testes de inteligência na França. HISTÓRICO No trabalho com Binet interessou-se pelos processos, pelos erros das crianças e diferenças qualitativas com as idades e não pela psicometria em si. Ele estudou o desenvolvimento dos processos cognitivos, dirigindo-se aos aspectos qualitativos, pois vale lembrar que quando ele começou suas investigações o interesse dos psicólogos do desenvolvimento no que se refere a inteligência, consistia numa tentativa de quantificação, de medição com vista à padronização de testes. 10/02/2020 2 HISTÓRICO Piaget interessou-se muito mais pelos erros do que pelos acertos das crianças, buscando entender os processos mentais que a criança utilizava para emitir tais respostas. A contribuição essencial de Piaget para o conhecimento foi ter demonstrado que a criança possui formas de pensar específicas que a diferenciam do adulto. HISTÓRICO Suas pesquisas sobre o pensamento infantil permitiram-lhe colocar em evidência o fato de que a lógica da criança não apenas se constrói de forma progressiva, seguindo as suas próprias leis, mas também que, além disso, se desenvolve ao longo da vida, passando por diferentes etapas antes de chegar ao nível adulto. Então, assim como Freud, pensou que estudando o “anormal” se entenderia o “normal”. HISTÓRICO Piaget teve 3 filhos e sua atitude foi de pai pesquisador e isso lhe permitiu estudar o desenvolvimento da inteligência. Seus trabalhos de Psicologia genética e de epistemologia buscam uma resposta para a pergunta fundamental sobre a construção do conhecimento. A obra de Piaget foi difundida no mundo inteiro e serve como inspiração, até hoje, para diversos trabalhos em campos tão variados como a Psicologia, a Sociologia, a Educação e a Epistemologia. HISTÓRICO Piaget tem mais de 50 livros e monografias, além de centenas de artigos publicados num período de 70 anos. Então, a preocupação de Piaget foi com o “sujeito epistêmico”, isto é, com o estudo dos processos de pensamento presentes desde a infância inicial até a idade adulta. HISTÓRICO Piaget propôs uma teoria do conhecimento do homem que pensa, e de como se estrutura o seu raciocínio. Ele interessou-se basicamente pela necessidade de conhecimento típico do homem, que o define como espécie. Essa necessidade não foi centrada pela psicanálise e pelo behaviorismo. HISTÓRICO A psicanálise centrou seus estudos nos processos emocionais e o behaviorismo mostrou que a conduta é resultante de processos de aprendizagem controlados pela estimulação ambiental. Piaget tinha uma visão interacionista, ou seja, para ele o homem está em contínua interação com o meio e a adaptação a realidade depende do conhecimento. 10/02/2020 3 EPISTEMOLOGIA GENÉTICA Sua posição filosófica era a epistemologia genética, isto é, procurou estudar cientificamente quais os processos que o indivíduo usa para conhecer a realidade. Ele procurou formular um ponto de vista filosófico sobre a gênese do conhecimento, isto é, conviveu com crianças de todas as idades, submetendo-as às mais variadas formas de estimulação e experimentação. Mas ele queria construir uma epistemologia científica, isto é, não oriunda apenas de especulações, mas de experimentação científica. EPISTEMOLOGIA GENÉTICA Preocupou-se em explicar em como o organismo conhece o mundo e isso reflete sua formação inicial em Biologia, pois considera que só o conhecimento possibilita ao homem um estado de equilíbrio interno que o capacita a adaptar-se ao meio ambiente. Para ele existe uma realidade externa ao sujeito de conhecimento, e é a presença dessa realidade que regula e corrige o desenvolvimento do conhecimento adaptativo. EPISTEMOLOGIA GENÉTICA A função do desenvolvimento não consiste em produzir cópias internalizadas da realidade externa, mas sim, em produzir estruturas lógicas que permitam ao indivíduo atuar sobre o mundo de formas cada vez mais flexíveis e complexas. Portanto, preocupa-se com a gênese do conhecimento, isto é em saber quais os processos mentais envolvidos numa dada situação de resolução de problemas e quais os processos que ocorrem na criança para possibilitar aquele tipo de atuação. EPISTEMOLOGIA GENÉTICA Sua obra de epistemologia genética mostra como o conhecimento se desenvolve, desde as rudimentares estruturas mentais do recém nascido até o pensamento lógico formal do adolescente. Procura entender como, e em função de que, estas estruturas iniciais se transformam, dando lugar a outras cada vez mais complexas. EPISTEMOLOGIA GENÉTICA Ele vê a crianças como que tentando descobrir o sentido do mundo, lidando ativamente com objetos e pessoas. A criança vai construir estruturas mentais e adquirir modos de funcionamento dessas estruturas em função de sua tentativa incessante de entender o mundo ao seu redor, compreender seus eventos e sistematizar suas idéias num todo coerente. MÉTODO CLÍNICO Para buscar nas crianças a origem do ato de conhecer Piaget construiu um método próprio para investigar diferenças qualitativas: O Método Clínico. Esse método foi construído a partir da sua experiência clínica e dos estudos de crianças. Trata-se de um método de intervenção não diretivo, ou seja, o experimentador vai interagir com o sujeito (criança) tendo bem claro o que quer procurar. Além disso traz alguns materiais que podem ser adaptados às diversas situações e um roteiro geral de investigação (não é questionário pré- estabelecido com perguntas fixas). 10/02/2020 4 MÉTODO CLÍNICO O que interessa ao pesquisador é saber o que se passa na cabeça da criança, por isso não há roteiro fixo. Serão exatamente as respostas não esperadas da criança que vão lhe interessar. E mais ainda, a forma da resposta. É a resposta do sujeito que define a próxima pergunta do experimentador. Esse método permitiu que Piaget penetrasse no mundo lógico da criança. PIAGET Então, Piaget trilhou um caminho muito original, partindo da biologia (sua preocupação com a evolução e a adaptação dos seres vivos ao seu meio ambiente), passando pela Psicologia (o estudo da inteligência ou da cognição como forma do ser humano se adaptar ao meio em que vive), chegando finalmente a epistemologia e à compreensão dos processos de criação do conhecimento humano. PIAGET Os trabalhos de Piaget se multiplicaram rapidamente na Europa, mas demoraram a ser absorvidos pelos EUA, pois este estava dominado pelo pensamento mecanicista do behaviorismo. Foi no período pós-guerraque todo o sistema educacional americano foi questionado e então alguns autores aderiram as idéias de Piaget. PIAGET No Brasil Piaget começou a ser conhecido na década de 60 e algumas escolas adotaram o chamado (erroneamente) método piagetiano. Piaget, então, foi construindo um modelo explicativo para os processos de conhecimento e chegou a conclusão de que processos biológicos básicos eram encontrados também nos processos cognitivos. Isto porque estes seriam, na verdade, um prolongamento daqueles. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Há alguns conceitos piagetianos fundamentais para a compreensão do processo de desenvolvimento da inteligência. Hereditariedade: • O indivíduo herda uma série de estruturas biológicas que predispõem ao surgimento de certas estruturas mentais. Portanto, a inteligência não a herdamos. Herdamos um organismo que vai amadurecer em contato com o meio ambiente. Desta interação organismo-ambiente resultarão determinadas estruturas cognitivas que vão funcionar durante a vida do sujeito. CONCEITOS FUNDAMENTAIS • A maturação do organismo vai contribuir para que apareçam as estruturas mentais que proporcionam a possibilidade de adaptação cada vez melhor ao meio ambiente (lembrando que ambiente inclui aspectos físicos e sociais). • O ambiente oferece situações que requerem um processo cognitivo para a resolução. Então, a “riqueza” ou “pobreza” de estimulação tanto no plano físico como no social vão interferir no processo de desenvolvimento da inteligência. 10/02/2020 5 CONCEITOS FUNDAMENTAIS • Herdam portanto não uma inteligência organizada, mas alguns elementos (estrutura biológica) que determinam seu modo de reagir ao ambiente, que é no início da vida, absolutamente caótico para a crianças. • Para Piaget, a partir de um equipamento biológico hereditário, a criança irá formar estruturas mentais com a finalidade de organizar este caos de sensações e estados internos desconhecidos. CONCEITOS FUNDAMENTAIS • Ou seja, herdamos a capacidade, mas a plena realização destas depende das condições que o ambiente irá oferecer. Esquema: • É a unidade estrutural básica da mente. É dinâmica e variada em seu conteúdo. • Quando nascem, as crianças não são dotadas de capacidades mentais prontas, mas apenas de alguns reflexos, como chupar e agarrar, além de tendências inatas a exercitá-los e a organizar suas ações. CONCEITOS FUNDAMENTAIS • Então, os esquemas são unidades estruturais móveis que se modificam e adaptam, enriquecendo com isso tanto o repertório comportamental como a vida mental do indivíduo. • Estão em contínuo desenvolvimento e este desenvolvimento se dá no sentido de permitir ao indivíduo uma adaptação mais complexa a uma realidade que é percebida por ele, de forma cada vez mais diferenciada e abrangente, exigindo, portanto, formas de comportamento e de pensamento mais evoluídas. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Equilibração: • Processo de organização das estruturas cognitivas num sistema coerente, interdependente, que possibilita ao indivíduo um tipo ou outro de adaptação à realidade. • Pode-se dizer que o desenvolvimento é um processo que busca atingir formas de equilíbrio cada vez melhores CONCEITOS FUNDAMENTAIS A todo momento as pessoas estão sendo solicitadas a solucionar situações e problemas novos. A cada solicitação este equilíbrio é rompido e ocorre uma movimentação das estruturas mentais no sentido de solucionar este desequilíbrio e atingir novamente o estado de equilíbrio. Este será conseguido no momento em que o problema for solucionado. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Adaptação: • Trata-se de um processo pelo qual o ser vivo consegue garantir sua vida no meio em que se encontra. • As novas situações movem o organismo no sentido de resolvê-las. Para isso vai usar estruturas mentais já existentes, ou então, haverá modificação para se chegar a forma adequada de lidar com a nova situação. 10/02/2020 6 CONCEITOS FUNDAMENTAIS • No processo de adaptação estão implicados dois processos complementares: Assimilação: Refere-se a tentativa de solucionar a situação utilizando uma estrutura mental já formada, isto é, a nova situação é assimilada a um sistema já existente. É como uma atualização. (Ex: subir escada). Então, a assimilação se dá quando o sujeito assimila algum aspecto do meio e o transforma como parte de si. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Acomodação: Se as estruturas existentes são insuficientes o sujeito tentará novas maneiras de agir, isto é, irá modificar suas estruturas antigas para poder dominar uma nova situação. Atenção: “acomodação” não é ficar acomodado e sim o ato de acomodar. Portanto, na assimilação o sujeito modifica o objeto para conhecê-lo e na acomodação o sujeito se modifica para poder conhecer. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Os processos de assimilação e acomodação são complementares, estão presentes durante toda a vida do sujeito e permitem um estado de adaptação intelectual. É muito difícil imaginar uma situação em que haja assimilação sem acomodação, pois dificilmente um objeto é exatamente igual a outro já conhecido, ou uma situação é igual a outra (Ex: professor ministrar mesma aula em diferentes turmas) CONCEITOS FUNDAMENTAIS Assim, da mesma maneira como, biologicamente, o organismo desenvolve maneiras de se adaptar à realidade e manter com ela um estado de equilíbrio, mentalmente desenvolvemos processos com o mesmo objetivo. Para Piaget existe uma troca constante entre o sujeito e o meio, bem como uma busca constante de um estado de equilíbrio biológico e mental. CONCEITOS FUNDAMENTAIS O processo de adaptação intelectual é, pois, um processo extremamente dinâmico e envolve a todo momento tanto a assimilação como a acomodação, possibilitando um crescimento, um desenvolvimento pessoal, na medida em que o sujeito adquire uma competência e uma flexibilidade cada vez maiores para lidar com as situações da vida prática. PIAGET Ao longo de sua vida Piaget observou que existem formas diferentes de interagir com o ambiente nas diversas faixas etárias. A estas maneiras típicas de agir e pensar, Piaget denominou estágio ou período. Assim sendo, pode-se dizer que a determinadas faixas etárias correspondem determinados tipos de aquisições mentais e de organização destas aquisições que orientam a atuação da criança em seu ambiente. 10/02/2020 7 PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Pode-se conceituar o desenvolvimento como um processo de equilibração progressiva que tende para uma forma final, a conquista das operações formais. O equilíbrio se refere à forma pela qual o indivíduo lida com a realidade na tentativa de compreendê-la, como organiza seus conhecimentos (ou seus esquemas) em sistemas integrados de ações ou crenças com a finalidade de adaptação. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Então, a medida que a criança amadurece física e psicologicamente, e que é estimulada pelo ambiente ela vai construindo sua inteligência. Embora a teoria de Piaget, assim como a de Freud seja de estágios, pois consideram que a natureza do desenvolvimento seja sequencial, estas teorias tem diferenças fundamentais PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Uma delas se refere ao fato de que para Freud as fases ocorrerão basicamente na mesma idade e estão ligadas ao investimento da libido numa região do corpo. É como se esta seqüência de desenvolvimento e de integração da personalidade estivesse pré-fixada e seguisse um curso natural acompanhando a própria maturação física da criança. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Existe, portanto, um paralelismo muito forte entre o biológico e o psicológico, pois o crescimento biológico determina em que fase estará o desenvolvimento psicológico. No caso de Piaget, não há dúvidas que o crescimento orgânico, seja um determinante fundamental para o desenvolvimento psicológico, mas a diferença é que a criança é quem construirá seu crescimento mental a partir da maturação, da estimulação do ambiente,da aprendizagem social e tendência ao equilíbrio. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Como a maturação é um elemento básico pode-se falar em estágio nos quais a maioria das crianças de determinada idade tem seus mecanismos funcionando de forma semelhante. Assim, pode-se dizer que o desenvolvimento para Piaget segue etapas caracterizadas pela aparição de estruturas originais e de uma determinada forma de equilíbrio. Ou seja, cada estágio constitui uma forma particular de equilíbrio, efetuando-se a evolução mental no sentido de uma equilibração sempre mais completa. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO No sensório-motor, que varia entre 0-2 anos o bebê passa de uma fase de total indiferenciação eu/mundo para a aquisição da função simbólica; ou seja, caracteriza-se pela representação do mundo pela criança através das ações: a crianças chupa, olha, sacode, deixa cair e se movimenta, realizando manipulações sobre objetos reais. Ela aprende a coordenar seus sentidos com suas ações, assumindo um comportamento motor. 10/02/2020 8 PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Assim, este é o período onde a maturação orgânica têm um peso fundamental, e é onde o desenvolvimento é qualitativamente mais amplo, pois é exatamente onde todo o processo de busca de adaptação vai começar a se realizar. A criança só crê na existência do objeto enquanto ele está dentro do seu campo visual. Quando há a conquista da permanência do objeto pode-se observar a aquisição da função simbólica, que conjuntamente com a formação da linguagem, são o ponto de partida para a entrada no estágio seguinte. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO No pré-operacional, como o próprio nome indica é a preparação para as operações; entre 2-7 anos a criança ainda não consegue realizar operações representando-as no seu pensamento; é a fase do egocentrismo. Para a criança, tudo o que acontece é apenas o que ela pode verificar perceptualmente; não tem a reversibilidade e a conservação. Quando ela vai adquirindo a capacidade de operar sobre as representações se estabelece a passagem para o próximo estágio. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Nas operações concretas, inserido entre 7-11 anos, a criança que incorporou a representação mental e deixou de lado o seu aspecto egocêntrico, consegue a grande conquista do pensamento reversível. Mesmo ainda tendo a necessidade do concreto, do real, a criança passa a representar seu mundo com objetos concretos sobre os quais ela pode atuar mentalmente. Abandona, portanto, sua representação como um conjunto de imagens estáticas. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Quando a criança passa a se desprender do concreto e usa o seu raciocínio dedutivamente, entra no último estágio. Nas operações formais, 11 anos em diante, o trabalho em cima de proposições, de testagem de hipóteses, de raciocínio lógico-dedutivo caracteriza o pensamento adulto e a forma mais elevada, mais estruturada da cognição. É o alcance do raciocínio abstrato. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Sensório motor: • Universo não representado; • Baseia-se em percepções sensoriais; • Presa ao aqui e agora; • A criança não pensa conceitualmente; • Esquemas sensórios motores são construídos a partir de reflexos inatos e vão se modificando com a experiência; • Inteligência prática (percepção e movimento); • Fala imitativa; PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Pré-Operatório: • Representação, linguagem, socialização; • Surge a representação, a transformação de esquemas de ação para esquemas representativos (lembrando que um não anula o outro); • Surge a linguagem e essa progredindo há comunicação que é básico para a socialização; • Egocentrismo; • Pensamento com animismo,antropomorfismo e dependendo da percepção imediata; • Fase dos porquês. 10/02/2020 9 PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Operatório Concreto: • Universo concreto; • O pensamento passa a ser conservativo e ter reversibilidade; • O pensamento baseia-se mais no raciocínio que na percepção; • O pensamento ainda não consegue abstrair, não raciocina a respeito de proposições hipotéticas. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO Operatório Formal: • O pensamento não se limitas ao existente. Surge o raciocínio abstrato, hipóteses, possibilidades, ou seja, raciocínio hipotético dedutivo; • Daí se pensar em sociedades alternativas, filosofia, liberdade, etc; • O pensamento ascende ao mundo das idéias liberando-se das amarras do real. NA EDUCAÇÃO È possível e válido transpor os conhecimentos de Piaget para as escolas, mas é perigoso tentar transpor esses conhecimentos para um conteúdo programático e uma forma metodológica, sem um aprofundamento maior. É preciso um estudo árduo e prolongado das propostas piagetianas para que se possa chegar a uma utilização válida. NA EDUCAÇÃO Não há dúvida de que muito se tem a ganhar no que se refere ao desenvolvimento pleno das capacidades mentais da criança, quando o planejamento pedagógico leva em conta os potenciais e interesses típicos de cada idade. Mas, no caso de um conhecimento superficial da obra de Piaget a aplicação prática imediata pode ser inadequada. A obra de Piaget nos auxilia na compreensão da sequência de desenvolvimento de modelo de mundo que o sujeito vai construindo ao longo de cada período de sua vida. NA EDUCAÇÃO Permite também, compreender os erros cometidos pelos sujeitos, analisando-os como resultados de um modo próprio de interpretar a realidade, a partir de um modelo particular de mundo que se constrói. É esse modelo particular de mundo do aluno e não do professor que se deve considerar quando se realiza o ensino. Além disso, a construção de novos modelos, mais evoluídos, só é possível graças à atividade do próprio aluno, que é autor e ator de seu desenvolvimento. NA EDUCAÇÃO Entender que o aluno constrói seu próprio conhecimento não torna o professor dispensável. Ele deve ter pleno domínio de sua disciplina para transformá-la continuamente, em um saber compreensível para o aluno. É evidente que o educador continua indispensável, a título de problematizador, para criar situações e armar os dispositivos iniciais capazes de suscitar problemas aos alunos. O que se pretende é que o professor deixe de ser um “conferencista” e que estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de conhecimentos já prontos, como verdades absolutas.
Compartilhar