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linfocitos e nk sanar

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Resumo 
Fagocitose e Células 
NK 
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1. A Fagocitose 
A fagocitose é o processo pelo qual uma célula do sistema imune inato 
(neutrófilos ou macrófagos) captura uma partícula, geralmente inimiga (micro-
organismos, restos celulares, etc.), por meio de prolongamentos da sua membrana 
plasmática chamados pseudópodes. Tal processo é dependente de energia e do 
citoesqueleto, de modo que, a matéria englobada passa a integrar o citoplasma da célula 
envolvida por uma membrana que constitui o fagossomo. Esta vesícula intracelular (o 
fagossomo) se une com outras estruturas celulares, como por exemplo, os lisossomos 
dando origem então a fagolisossomos, capazes de degradar enzimaticamente a partícula 
que foi fagocitada destruindo-a. 
Figura 1: Etapas do processo de fagocitose. Retirada de: https://bit.ly/2YGN2KP. 
 
2. As Células NK 
As células NK – natural killer – constituem uma classe de linfócitos que também 
fazem parte da imunidade inata (assim como os fagócitos), capazes de inspecionar o 
interior das células do hospedeiro em busca de sinais de padrões anormais de expressão 
proteica que possam indicar que as células estão infectadas, sobretudo, infecções 
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causadas por vírus. Além disso, as células NK também conseguem destruir as células que 
sofreram mutações e estão em processo de transformação maligna em tumores. 
Outro papel importante das células NK é a sua ligação a células revestidas por 
anticorpos IgG através de um processo chamado citotoxicidade mediada por células 
dependente de anticorpos (ADCC na sigla em inglês). Como as células infectadas por 
vírus envelopados costumam expressar glicoproteínas nas suas superfícies as quais são 
prontamente reconhecidas por anticorpos, a destruição dessas células infectadas pode 
ser facilitada pela atuação desse mecanismo de ADCC. 
• A seletividade das células NK 
As células NK contém uma grande quantidade de grânulos citoplasmáticos e 
expressam proteínas de superfície únicas. Essas células selecionam suas vítimas com 
base em dois critérios principais. 
O primeiro, conhecido como "ausência do que é próprio", refere-se ao fato de 
que praticamente todas as células nucleadas do organismo expressam moléculas em 
suas superfícies - as chamadas proteínas do complexo de histocompatibilidade principal 
(MHC). É importante saber que as células que não possuem moléculas do MHC não se 
encontram em uma posição muito boa sob a perspectiva do sistema imune. As células 
NK funcionam como medida defensiva e as células que não apresentam o padrão normal 
de expressão das moléculas do MHC (expressão reduzida ou suprimida) são 
prontamente reconhecidas e destruídas pelas células NK. No caso de infecções virais é 
comum que os vírus, para escapar dos linfócitos T CD8+ , bloqueiam a expressão de MHC-
I nas células infectadas porém, como as células NK reconhecem prontamente a ausência 
da expressão dessa proteína na superfície celular, as mesmas são ativadas e eliminam a 
célula infectada com o vírus. 
Além disso, as células NK também são capazes de inspecionar as células quanto 
à expressão das moléculas MHC-relacionadas (também conhecidas como moléculas 
MHC atípicas) e outras proteínas que normalmente não são expressas pelas células, mas 
que aparecem em resposta a determinados tipos de estresse (como por exemplo, danos 
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ao DNA). Esse cenário constitui a "alteração do que é próprio" e também faz com que 
essas células sejam selecionadas para receber as atenções das células NK, culminando 
em sua destruição imediata. Os receptores das células NK também são capazes de 
detectar diretamente algumas proteínas virais (inclusive a hemaglutinina do vírus 
influenza), além de existirem outros receptores nas superfícies das células NK que lhes 
permitem reconhecer células infectadas ou transformadas. 
Vale ressaltar, que ao serem ativadas, as células NK secretam interferon-γ (INF- 
γ) que ativa macrófagos para tornarem-se mais efetivos no processo de fagocitose. Por 
sua vez, os macrófagos secretam interleucinas (IL-15, IL-12 e INF-1) que são responsáveis 
por aumentar a capacidade das células NK de responder contra infecções. Logo, existe 
uma cooperação entre esses dois tipos de células no processo de eliminação de 
microrganismos intracelulares. 
• Os dois mecanismos de funcionamento das células NK 
Depois do reconhecimento de uma célula-alvo por um dos mecanismos citados, 
a célula NK conta com duas “armas” principais à sua disposição, ambas suficientes para 
destruir uma célula em cerca de 30 a 60 minutos. Nos dois casos, a célula-alvo morre em 
consequência da ativação dos seus próprios mecanismos de morte celular como 
resultado do contato com a célula NK; desse modo, a ação destrutiva das células NK é 
um tipo de suicídio celular assistido. Durante o processo de destruição mediada pela 
célula NK, o assassino e a vítima são colocados em contato direto em consequência da 
ausência ou da alteração do que é próprio na célula-alvo. Isso pode ativar a via do 
receptor da morte ou a via grânulo-dependente da apoptose. 
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Figura 2: Os dois mecanismos de ação das células NK que, ao final, levam à apoptose. Retirada de: 
Imunologia – Roitt – 12 ed. 
• Destruição celular dependente do receptor de morte 
Os receptores da morte constituem um subgrupo da superfamília dos receptores 
do TNF e a designação dessas moléculas provém da observação de que a combinação 
desses receptores com seus ligantes apropriados pode causar a morte da célula que os 
contém. 
Nesse caso, temos um sistema fisiológico com receptor/ligante que existe com a 
finalidade de destruir as células “à vista” - algo que o sistema imune faz muito. As células 
NK podem destruir as células-alvo por um mecanismo dependente do ligante Fas, mas 
também podem ter uma ação destrutiva por meio do ligante TNF relacionado. O 
acoplamento dos receptores (do Fas ou do TNF) com seus ligantes triméricos resulta no 
recrutamento de uma protease conhecida como caspase-8 para o complexo receptor, 
que se torna ativado em consequência da agregação dessa protease induzida pelo 
receptor, que agora pode realizar sua autoativação. 
Em seguida, a ativação da caspase-8 do receptor resulta na propagação da 
cascata de sinalização em duas vias possíveis: proteólise de Bid (domínio de interação 
da BH3) que dirige os sinais por meio das mitocôndrias ou por processamento direto de 
outras caspases efetoras subsequentes. Nos dois casos, a ativação das caspases efetoras 
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culmina na morte da célula por apoptose, que representa uma morte celular 
programada sem processo inflamatório. 
• Destruição Celular grânulo-dependente 
As células NK também dispõem de grânulos citotóxicos que contêm várias 
serinas proteases conhecidas como granzimas, além da proteína formadora de poros 
denominada perforina. A ativação da célula NK resulta na polarização dos grânulos entre 
o núcleo e o alvo dentro de alguns minutos e na liberação extracelular do seu conteúdo 
no espaço entre as duas células, acarretando a morte da célula-alvo. 
A perforina pode introduzir-se na membrana da célula-alvo, por ligação à 
fosforilcolina por meio do seu domínio anfipático central. Em seguida, a perforina 
polimeriza-se e forma um poro transmembrana com estrutura anular comparável ao 
complexo de ataque à membrana. A seguir, esse poro facilita a entrada dos outros 
componentes dos grânulos citotóxicos (as granzimas),que resultam na morte da célula-
alvo por apoptose. Os animais com deficiência de perforina demonstram disfunção 
grave quanto à sua capacidade de destruir células-alvo, porque a via grânulo-
dependente não funciona quando não há um mecanismo para colocar as granzimas 
dentro da célula-alvo. 
Figura 3: Eventos da transdução de sinais envolvidos na apoptose mediada pela célula natural killer (NK). 
Retirada de: Imunologia – Roitt – 12 ed. 
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Referências Bibliográficas 
1. ROITT, I, Brostoff, J, Male, D. Imunologia. 12ª ed, Editora Manole, São Paulo, 2013. 
2. ABBAS, Abul K; LICHTMAN, Andrew H. Imunologia Básica. 4ª ed. Editora Elsevier, 
2013. 
 
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