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VICTORIA CHAGAS – FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE – T10 METABOLISMO DOS LIPÍDEOS mecanismo para produzir ATP a partir da gordura Os triglicerídeos são os lipídeos mais abundantes da dieta e constituem a forma de armazenamento (nas células adiposas) de todo o excesso de nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos). Representa a maior reserva energética do organismo – quando necessária são mobilizadas para tecidos São armazenadas em GOTÍCULAS LIPÍDICAS revestidas por proteínas PERILIPINAS Como os triglicerídeos são mais reduzidos (muito hidrogênio em sua molécula) que os carboidratos (glicose), sua oxidação apresenta rendimento maior. ➔ LIPÓLISE Enzima lipase (lipase hormônio sensível) é ativada por hormônios A ativação da lipase hormônio sensível ocorre quando hormônios como adrenalina e glucagon se ligam aos seus receptores na membrana do tecido adiposo e ativam a proteína G, que por sua vez estimula a adenilato ciclase a produzir o AMP cíclico, e assim, ativar a Proteína quinase A (PKA), que é a responsável por estimular a lipase hormônio sensível e a perilipina (permitindo acesso a gotícula de gordura) PERILIPINAS: Elas medeiam a fixação das lipases e o acesso a seus substratos. ➔ DESTINO DO GLICEROL O glicerol não pode ser reaproveitado pelos adipócitos (não possui glicerol quinase), sendo então liberado na circulação. No fígado e em outros tecidos por ação da enzima glicerol quinase, é convertido em glicerol 3-fosfato, com um gasto de ATP (adição de fosfato no glicerol). Essa molécula de glicerol 3-fosfato vai perder hidrogênios para ao NAD+, formando NADH e é convertida em diidroxiacetona fosfato pela enzima glicerol 3-fosfato desidrogenase A molécula de diidroxiacetona é um intermediário entre glicose e piruvato. Dessa forma, se a célula estiver precisando de energia, a diidroxiacetona fosfato segue pela glicólise em direção ao piruvato, sendo usada para produzir ATP. No entanto, se a célula estiver precisando de glicose, a diidroxiacetona fosfato segue pela gliconeogênese para produção de glicose. VICTORIA CHAGAS – FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE – T10 ➔ DESTINO DOS ÁCIDOS GRAXOS Os ácidos graxos liberados são transportados pelo sangue ligados à albumina e utilizados pelos tecidos como fonte de energia (após oxidação) Ácidos graxos com cadeia de até 12 carbonos entram na mitocôndria sem a ajuda de transportadores de membrana, mas maioria possui cadeias com mais de 14 carbonos ❑ CICLO DA CARNITINA 1ª REAÇÃO: Ácido graxo + CoA + ATP → acil-CoA graxo + AMP + PPi - Enzimas acil-CoA-sintetases - Ocorre no citosol próximo à membrana externa da mitocôndria. - GASTO DE 2 ATP’S 2ª REAÇÃO: acil-CoA graxo + carnitina → acil-carnitina graxo + CoA - Enzima carnitina-aciltransferrase I (CPT1 – membrana externa). - O ácido graxo ligado à carnitina passa por uma proteína de membrana denominada de transportador acil-carnitina por difusão facilitada. 3ª REAÇÃO: acil-carnitina graxo → acil-CoA graxo + carnitina - Enzima carnitina-acetiltransferrase II (CPT 2 – membrana interna) - Regenera a acil-CoA graxo - Carnitina retorna para citosol ❑ β-OXIDAÇÃO 4 REAÇÕES: 1. Oxidação da acil-CoA a uma enoil-CoA (configuração trans), custando a conversão de FAD a FADH2 (é a única reação irreversível da via) - Enzima: Acil-CoA-desidrogenase 2. Ocorre uma hidratação (adição de H20) da dupla ligação, formando uma 3-hidroxiacil-CoA - Enzima: Enoil-CoA-hidratase 3. Oxidação do grupo hidroxila a carbonila, resultando uma β-cetoacil-CoA e NADH + H+ - Enzima: β-hidroxiacil-CoA desidrogenase 4. Cisão da β-cetoacil-CoA por reação com uma molécula de CoA, com formação de acetil-CoA e uma acil-CoA com dois carbonos a menos. - Enzima: acilCoA-acetiltransferase (tiolase) Essa acil-CoA refaz o ciclo várias vezes, até ser totalmente convertida a acetil-CoA. VICTORIA CHAGAS – FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE – T10 Quando sobrar os últimos 4 carbonos da molécula, vai ocorrer apenas mais um ciclo, liberando 1 FADH2, NADH + H+ e 2 acetil-CoA Caso o número de carbonos for ímpar, acontece a adição de CO2 mediante a quebra de ATP (nos três carbonos que sobraram). O produto final (succinil-CoA) é uma molécula que entra no ciclo de Krebs – requer coenzima B12 (derivada da vitamina) Quando um ácido graxo com número par de carbonos é submetido a ciclos sucessivos Em casos de ácidos graxos insaturados: ISOMERASE E REDUTASE O número de moléculas de acetil-CoA produzidas é igual à metade do número de átomos de carbono no ácido graxo original. O ácido palmítico (16 carbonos) originará 8 moléculas de acetil CoA em 7 ciclos O número de ciclos é uma unidade menor que a metade do número de carbonos do ácido graxo, pois no último ciclo há a formação de duas moléculas de acetil-CoA. BALANÇO ENERGÉTICO DA OXIDAÇÃO DO ÁCIDO PALMÍTICO ⤷ 1 NADH e 1 FADH2 por ciclo = 7 NADH + 7 FADH2. ⤷ 8 moléculas de acetil-CoA no ciclo de Krebs = 24 NADH + 8 FADH2 + 8 ATP. ⤷ Soma: 31 NADH (77,5 ATP) + 15 FADH2 (22,5 ATP) + 8 ATP = 108 ATP. ⤷ Gasto de 2 ATPs na ativação do ácido graxo. ⤷ Saldo final: 106 ATPs. ➔ CETOGÊNESE OCORRE NA MATRIZ MITOCONDRIAL – formação de corpos cetônicos Acetil-CoA tem vários destinos possíveis. Um deles é sua utilização no ciclo de Krebs. Para a ocorrência do ciclo de Krebs, tem-se no início a união do acetil-CoA com o oxaloacetato (o ciclo depende do oxaloacetato para iniciar) No fígado este excesso de acetil-CoA será convertido em corpos cetônicos. Esse é o processo quando ocorre redução drástica da ingestão de carboidratos (dietas) ou distúrbios de metabolismo (diabetes não-controlada) – falta oxalacetato Condensação de três moléculas de acetil-CoA. 1. Duas moléculas de acetil-CoA originam acetoacetil-CoA – enzima tiolase. Entrada de uma terceira molécula de acetil-CoA e retirada de um CoA. 2. A reação de acetoacetil-CoA com uma terceira molécula de acetil-CoA forma 3-hidroxi-3- metilglutaril-CoA (HMG-CoA), através da enzima HMG-CoA sintase (limitante da reação, enzima que há em maior quantidade no fígado) 3. O acúmulo de HMG-CoA vai ativar uma enzima chamada HMG-CoA Liase 4. Formação de 3 corpos cetônicos 5. Forma-se o acetoacetato. Caso o acetoacetato seja descarboxilado produz a acetona, ao passo que se reduzido (entrada de H+) forma-se o D-Beta-Hidroxibutirato A acetona será utilizada na respiração (hálito cetônico) O fígado secretará acetoacetato e D-Beta-Hidroxibutirato na corrente sanguínea Os corpos cetônicos são liberados na corrente sanguínea, e o acetoacetato e o β-hidroxibutirato são aproveitados como fonte de energia pelos tecidos extra-hepáticos (principalmente músculo esquelético, coração, córtex renal e cérebro). Os corpos cetônicos são importantes fontes de energia para os tecidos periféricos, pois são solúveis em meio aquoso e não necessitam ser incorporados a lipoproteínas ou transportados pela albumina, como os outros lipídeos.
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