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TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO DIREITO PROCESSUAL CIVIL III DOCTUM MANHUAÇU Prof. Marcorélio Rodrigues 1 - EXECUÇÃO EM GERAL O que é execução? Atividade de natureza jurisdicional destinada a transformar em realidade prática um direito reconhecido por um ato certificador, satisfazendo-o. Dever ser, seja. Busca de um resultado prático. Forçada. Agressão patrimonial x agressão física. Formas de execução Titulo executivo judicial – cumprimento de sentença (513 – 538 CPC). Fase complementar no mesmo processo – regra geral (intimação). Processo autônomo – exceção (VI a IX do 515) – (citação). Título executivo extrajudicial – Processo de execução (art. 771 e ss). processo autônomo (citação). Aplicação subsidiária. “Princípio” do desfecho único x execução anômala. Desenvolvimento no interesse do exequente. Exceção: Execuções universais – Interesse da recuperação do executado. Arts. 772 a 774. Desistência da execução (poder do exequente) Antes da defesa – extinção da execução. Depois da defesa: Defesa sobre questões processuais – extinção da execução e dos instrumentos de defesa. Defesa sobre o mérito – prossegue a defesa – necessidade de consentimento do executado para a extinção. Despesas? Princípio da menor onerosidade (art. 805). Menor sacrifício ao executado (art. 847). Execução de crédito inexistente responsabilidade objetiva (art. 776). Mecanismos da atividade executiva (meios executivos) meios de coerção e meios de sub-rogação. Constrangimento psicológico e substituição do executado. Meios de coerção: Astreintes – multa periódica pelo atraso. Prisão civil do devedor inescusável de alimentos. Protesto do título executivo (art. 517). Inscrição em cadastro de inadimplentes (art. 782, § 3º). Meios de sub-rogação Apreensão e expropriação de bens do exequente para satisfação do crédito. Busca e apreensão de um bem para entregá-lo ao exequente. 2 – PARTES NO PROCEDIMENTO EXECUTIVO Polo ativo – EXEQUENTE Polo passivo – EXECUTADO Legitimados ativos: Originários: apontados como credores no título executivo judicial ou extrajudicial. O MP nos casos previstos em lei. Secundários (supervenientes): Espólio, herdeiros, sucessores do credor (transferência do direito reconhecido no título - causa mortis). Cessionário (transferência por ato inter vivos). Legitimados passivos: Originários – apontados como devedores no título judicial ou extrajudicial. Secundários (supervenientes ) - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; o novo devedor que assume a obrigação; o fiador (título extrajudicial); o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; o responsável tributário. 3 - COMPETÊNCIA Regimes de regulamentação de competência. Dois regimes diferentes: títulos executivos judiciais e títulos executivos extrajudiciais. Título executivo judicial (cumprimento de sentença – art. 516). Competência originária do Tribunal para o processo de conhecimento – competência do tribunal para a execução. Qual será o juiz da execução? Ex.: STF Relator do Processo de Conhecimento. STJ: Presidente em decisões suas, da Corte Especial ou do Plenário. Presidente do órgão fracionário (turma ou seção) – decisões monocráticas próprias e decisões do órgão que preside. Relator – decisões acautelatórias, de instrução e direção do processo. Processo de conhecimento em 1ª instância – competência do mesmo juízo de 1ª instância. Possibilidade de cisão de competência (exequente): Domicílio do executado; local dos bens sujeitos à execução; foro de cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer. Sentença Penal Condenatória, Sentença Arbitral – Regras de Competência Interna (arts. 42 a 66). Sentença Estrangeira homologada pelo STJ – competência da Justiça Federa (art. 109 da CF/88). - Possibilidade da cisão de competência. Acórdão de Tribunal Marítimo? COMPETÊNCIA Título executivo extrajudicial ( Processo de Execução): Domicílio do executado, de eleição constante do título, de situação dos bens sujeitos à execução; Vários domicílios - foro de qualquer deles; Domicílio incerto ou desconhecido - lugar onde for encontrado o executado ou no foro de domicílio do exequente; Pluralidade de devedores – foro de qualquer um deles; Possibilidade de proposição no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título. 4 – REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA EXECUÇÃO Requisitos ESSENCIAIS: Título executivo e exigibilidade da obrigação. Exigibilidade da obrigação Inexecução voluntária de prestação certa, líquida e exigível torna possível a execução forçada (havendo título executivo). (Art. 786). A verdadeira exigência? Afirmativa da existência da obrigação não adimplida representada no título executivo. A obrigação deve ser: Certa Elementos precisamente indicados. Líquida Quantificação (bens fungíveis) – determinação da quantidade devida. Exigível Cumprimento não sujeito a termo, condição ou a outro elemento não essencial. Obs: Contratos bilaterais (476 CC c/c 787 CPC). Título Executivo - Ato jurídico dotado de eficácia executiva. - Ato jurídico com aptidão para permitir a incidência da responsabilidade patrimonial. Mecanismo de proteção do demandado. Art. 5º, LIV, CF/88 – Devido processo executivo – agressão patrimonial legítima. Condição da ação = interesse de agir. Diferenças TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS Formados através do processo Demais títulos Execução: Cumprimento de Sentença Execução: Processo de Execução Defesa: Impugnação Defesa: Embargos do Executado Títulos executivos judiciais Art. 515 e demais previsibilidades legais (Ex. art. 297). 1- DECISÕES QUE RECONHECEM A EXIGIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO Decisões condenatórias Decisão interlocutórias? Art. 356. Títulos executivos judiciais 2 – DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DE AUTOCOMPOSIÇÃO JUDICIAL Solução consensual do litígio (já havia processo). Homologação por sentença x Homologação por decisão interlocutória. Autocomposição envolvendo sujeito e/ou relação jurídica estranha ao processo (art. 515, §2°). Acordo subjetivamente mais amplo Acordo objetivamente mais amplo Títulos executivos judiciais 3 – DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DE AUTOCOMPOSIÇÃO EXTRAJUDICIAL Acordo entre as partes levado a juízo para homologação (não havia processo). Sentença Homologatória = Título Judicial Títulos executivos judiciais 4 – DECISÃO QUE ADJUDICA QUINHÃO SUCESSÓRIO Decisão ao final do processo de inventário e partilha que atribui o quinhão ao sucessor do de cujus. Formal e certidão de partilha. Execução objetiva a entrega forçada do bem que se encontra em poder do inventariante, herdeiros ou sucessores àquele a quem foi adjudicado. Títulos executivos judiciais 5 – DECISÃO JUDICIAL QUE APROVA CRÉDITO DE AUXILIAR DE JUSTIÇA. Decisão que homologa os honorários. Auxiliares de justiça (art. 149). Títulos executivos judiciais 6 – SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO. Fixação de valor mínimo de indenização para reparação dos danos sofridos pelo ofendido (art. 387, IV, CPP) (liquidez). Efeito da condenação (art. 91, I do CP) (certeza). Execução civil do valor. Títulos executivos judiciais 7– SENTENÇA ARBITRAL Art. 31 da Lei de arbitragem – 9.307/96. Conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis; Pessoas capazes de contratar, através da convenção de arbitragem, submetem seu litígio ao(s) árbitro(s); Sentença arbitral condenatória. Processo autônomo de execução (cumprimento de sentença). Títulos executivos judiciais 8 – DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA E DECISÃO CONCESSIVA DO EXEQUATUR A CARTA ROGATÓRIA PARA CUMPRIMENTO DE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ESTRANGEIRA. Requisito para o cumprimento. Exceção: art. 961. Homologação e exequatur – incumbência do STJ. Título Executivo = decisão do STJ. Processo autônomo de cumprimento de sentença perante a Justiça Federal. Títulos executivos EXTRAjudiciais Atos jurídicos – estudados poroutras áreas do Direito. Devido ao seu grau de certeza a lei lhe confere eficácia executiva, sem a necessidade de prévia fase cognitiva. Numerus clausus. Processo de Execução com maior amplitude de defesa. Títulos executivos EXTRAjudiciais 1 – LETRA DE CÂMBIO, NOTA PROMISSÓRIA, DUPLICATA, CHEQUE E DEBÊNTURE. Letra de câmbio: documento formal e causal. Sacador dá ordem de pagamento ao sacado, a seu favor ou a favor do tomador . - Eficácia executiva – dependente do aceite do sacado. - LUG (Decreto n.º 2.044/1908) Títulos executivos EXTRAjudiciais Nota promissória: documento formal, não causal. O emitente faz uma promessa de pagamento de quantia determinada ao beneficiário ou à sua ordem. Duplicata: documento formal, causal. Extraída pelo vendedor ou prestador de serviço para documentar o saque em desfavor do sacado. - Necessidade de aceite para execução. Ou, esteja acompanhada pelo protesto por falta de aceite e de documentos comprobatórios da entrega de mercadoria ou prestação dos serviços. Títulos executivos EXTRAjudiciais A recusa comprovada do aceite, nos termos e condições do art. previstos nos arts. 7º, 8º e 15, II, da Lei das Duplicatas (Lei n. 5.474/1968), retira a eficácia executiva. Cheque: documento formal, não causal, mera declaração unilateral de vontade. O emitente, dá ordem de pagamento à vista ao sacado (instituição financeira) em seu benefício ou do tomador/beneficiário. - Execução independe de protesto. Títulos executivos EXTRAjudiciais Debêntures: títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de empréstimo por elas contraídos, a longo prazo. - Ausência de resgate na data prevista torna possível a Execução do título pelo credor debenturista. Títulos executivos EXTRAjudiciais 2 – CONFISSÃO DE DÍVIDA CONSTANTE DE ESCRITURA PÚBLICA OU OUTRO DOCUMENTO PÚBLICO ASSINADOPELO DEVEDOR Documento público reconhecendo a dívida. Ex.: escritura pública (dispensa a assinatura do devedor), ata notarial, depoimento perante a autoridade policial ou judiciária. Títulos executivos EXTRAjudiciais 3 – CONFISSÃO DE DÍVIDA POR DOCUMENTO PARTICULAR ASSINADO PELO DEVEDOR E POR DUAS TESTEMUNHAS Testemunhas instrumentárias Testemunhas aptas a testemunharem em juízo (vedações do art. 447). Títulos executivos EXTRAjudiciais 4 – TRANSAÇÃO REFERENDADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, DEFESORIA PÚBLICA, ADVOCACIA PÚBLICA, ADVOGADOS DOS TRANSATORES, CONCILIADOR OU MEDIADOR CREDENCIADO PELO TRIBUNAL. Valorização dos meios consensuais de solução de conflitos (art. 3º, § 2º). Referendo – expressão de aprovação. Possibilidade de submeter a transação ao judiciário – formação de título executivo judicial. Títulos executivos EXTRAjudiciais 5 – CONTRATO GARANTIDO POR HIPOTECA, PENHOR, ANTICRESE OU OUTRO DIREITO REAL DE GARANTIA, OU GARANTIDO POR CAUÇÃO Direitos reais de garantia: hipoteca, penhor, anticrese e propriedade fiduciária. O bem dado em garantia fica sujeito ao cumprimento da obrigação, sobre ele incidindo a atividade executiva em caso de inadimplência. (Bem hipotecado, empenhado ou sujeito à anticrese). Preferência do credor na excussão. Títulos executivos EXTRAjudiciais Alienação fiduciária em garantia – bem pertence ao credor até o adimplemento da obrigação. - Não cumprida – execução – obrigação de expropriação do bem (judicial ou extrajudicial). - Expropriação judicial – O CONTRATO será usado como TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. Contratos garantidos por caução – garantia de qualquer natureza. (Ex.: contratos garantidos por fiança). Títulos executivos EXTRAjudiciais 6 – CONTRATOS DE SEGURO DE VIDA EM CASO DE MORTE Seguro de acidentes pessoais e seguro de coisas? Necessidade da apresentação da apólice ou bilhete do seguro juntamente com a petição inicial. Ou, na falta, comprovante do pagamento do prêmio. Títulos executivos EXTRAjudiciais 7 – CRÉDITO DECORRENTE DE FORO E LAUDÊMIO Foro ou pensão: valor anual pago pelo foreiro (ou enfiteuta) ao nu-proprietário (ou senhorio direto) pela constituição da enfiteuse. Laudêmio: valor pago ao nu-proprietário pela alienação onerosa da enfiteuse. Enfiteuse: direito real limitado. Proibição de constituição de novas enfiteuses (art. 2.038 CC). Ex.: Terreno de marinha 0,6% do valor de mercado do imóvel (foro) 5% do valor atualizado do domínio pleno e das benfeitorias (laudêmio). Títulos executivos EXTRAjudiciais 8 – CRÉDITO DOCUMENTALMENTE COMPROVADO DE ALUGUÉL DE IMÓVEL E ENCARGOS ACESSÓRIOS DA LOCAÇÃO Contrato escrito de locação (independe de testemunhas). Encargos acessórios: despesas ordinárias de condomínio. Impostos e taxas incidentes sobre o imóvel, desde que expressamente previsto no contrato. Possibilidade de ajuizar, alternativamente, ação de despejo, com pedido de condenação ao pagamento do débito. (Lei n. 8.245/91)
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