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Para cada questão abaixo selecione a melhor alternativa. QUESTÃO 1. O examinar (do delegado de polícia, do advogado, do promotor, do juiz) compreende um confronto de linguagens e pensamentos entre o que pergunta e o que responde. Nestes casos, o entrevistador deve: a) perceber e interpretar sinais do estado de tensão do indivíduo, de emoções que o dominam e efeitos que possam ocasionar em seu comportamento, no seu entendimento do quadro que cerca o conflito e na sua capacidade de elaborar as respostas; b) identificar as informações verdadeiras para entender o percurso histórico dos acontecimentos, na quantidade e na profundida- de necessárias para interpretar as respostas; c) ajustar a linguagem, para torná-la compreensível pelo entrevistado, evitando a ocorrência de falhas de questionamentos; d) identificar esquemas de pensamento do caso, para eliminar ambiguidades capazes de interferir nas respostas. QUESTÃO 2. O entrevistador deve, por outro lado, estar atento a fatores que contribuem para desviar a atenção, tais como: ESQUEMAS DE PENSAMENTO que desenvolvem-se a partir de ideias do próprio indivíduo e que não lhe permitem dar a devida consideração ou exercer a melhor crítica a respeito de resultados de entrevistas e MECANISMOS PSICOLÓGICOS DE DEFESA quando o julgador vê confrontados ou agredidos seus CURSO: DIREITO CÓD / DISCIPLINA: SDE4821 - PSICOLOGIA JURÍDICA PROFª.: ERICA SILINA DE ALMEIDA TURNO: MANHÃ TURMA: 1002 ALUNO (A): ÉRICLES SALDANHA FERREIRA MATRÍCULA: 201504137671 DATA: 25 de abril de 2020 TC FINAL PARA COMPOSIÇÃO DE AV1 valores pessoais, seja pela natureza dos assuntos tratados, seja para poder lidar com os preconceitos desencadeados a) Mecanismos Psicológicos de Defesa e Cansaço Físico. b) Esquemas de pensamentos e Mecanismos Psicológicos de Defesa; c) Crenças arraigadas e Esquemas de Pensamento; d) Cansaço Físico e Crenças Arraigadas. A Criminologia observa e analisa as influências a respeito da conduta criminosa e da reação da sociedade diante do fato. O julgador adota três conceitos: QUESTÃO 3. Conduta derivada dos conflitos interpessoais, responsabilizando cada indivíduo por seus comportamentos a) Criminologia Tradicional b) Criminologia Moderna c) Criminologia Crítica QUESTÃO 4. Conduta em que o conflito e seu contexto perdem relevância a) Criminologia Tradicional b) Criminologia Moderna c) Criminologia Crítica QUESTÃO 5. Derivada da sociedade, cabendo a esta a assunção da responsabilidade pela conduta criminosa, incluindo-se aí a identificação de formas de (re) inserção do indivíduo no contexto social a) Criminologia Tradicional; b) Criminologia Moderna; c) Criminologia Crítica. Para cada questão abaixo registrar seus argumentos no texto/resposta QUESTÃO 6. A sintonia emocional contribui para estabelecer um clima de atenção concentrada entre julgados e julgadores, caracterizada por extremo foco no Sujeito e nos procedimentos indispensáveis ao bom andamento dos trabalhos. O entrevistador deve, por outro lado, estar atento a fatores que contribuem para desviar a atenção. Apresente 3(três) desses fatores. DESENVOLVIMENTO: Cansaço físico: ocasiona relaxamento involuntário da atenção e desvio do pensamento para assuntos que consomem menor energia psíquica (magistralmente explorado no filme Doze homens e uma sentença, cuja análise encontra-se no Apêndice D do material suplementar); quando entrevistas e audiências prolongam-se por horas, aumenta a probabilidade de ocorrer desatenção a detalhes significativos; Mecanismos psicológicos de defesa: muitos temas e situações ocasionam sofrimento psíquico, quando o julgador vê confrontados ou agredidos seus valores pessoais, seja pela natureza d os assuntos tratados, seja para poder lidar com preconceitos desencadeados por pessoas ou ideias; a própria perda d e atenção constitui um mecanismo de defesa a ser considerado; outros incluem: a atenção seletiva, a discriminação de determinados detalhes e o esquecimento ou desconsideração de outros; Pensamentos automáticos que palavras, gestos, ideias e comportamentos possam despertar: um simples sinal desencadeia pensamentos capazes de desviar totalmente a atenção em relação ao tema tratado ou de conduzir o pensamento em direção a conclusões inadequadas. QUESTÃO 7. “A grande maioria dos processos possui uma causa psicológica, e não apenas econômica (ou jurídica). Quando o juiz descobre a real razão da pretensão, fica muito mais fácil tanto a apuração da verdade quanto o romper das resistências para se chegar a um acordo que contente às partes. ”. E. Manzi Qual a influência da emoção no momento da entrevista? DESENVOLVIMENTO: Deixar-se dominar pela emoção significa comprometer percepção, atenção, pensamento e memória e abrir espaço para enganos de raciocínio (falsas inferências, conclusões inadequadas), falhas de percepção (fixação em figura inadequada, eliminação de detalhes), lapsos e outros fenômenos psíquicos. As emoções sujeitam o indivíduo a crenças inadequadas, esquemas rígidos de pensamento, pensamentos automáticos, preconceitos, e fazem aflorar mecanismos de defesa que comprometem o desempenho no papel. O mesmo raciocínio vale para bons sentimentos, como a piedade; se não identificá-la quando tomado por ela, aquele que julga poderá tornar-se franco protetor de uma das partes. Nos procedimentos em que os participantes devem tomar as decisões, como acontece na mediação, ainda que a proteção pareça favorecer o mais fraco em um primeiro momento, poderá resultar em prejuízo mais tarde, porque priva o sujeito da oportunidade de reagir. O ideal é procurar o equilíbrio entre as partes. Além disso, na tentativa de proteger, a pessoa pode decidir pela outra e gerar soluções que, posteriormente, serão percebidas como inadequadas ou estranhas. A esse respeito, recomenda-se a leitura de Fiorelli, Fiorelli e Malhadas (2008), onde a questão é abordada detalhadamente. QUESTÃO 8. Cite os valores sociais que exercem inegável e poderosa influência sobre as pessoas, que podem comprometer inclusive os interrogatórios. DESENVOLVIMENTO: Diversos autores assinalam, por exemplo, a complacência com os agressores, que seria ainda maior quando a vítima é mulher. Nas palavras de Azevedo e Guerra (19 89, p. 58): “a sociedade é extremamente complacente com os homicidas de mulheres, especialmente quando o assassino assaca (sic) contra a morta, fatos … de uma vida sexual desregrada”. A complacência encontra eco em crenças arraigadas a respeito dos direitos individuais, dos conceitos de “comportamento normal” e “comportamento desviante” e a acústica psicológica do preconceito reverbera no recinto da justiça, sugerindo uma consideração superficial em determinadas situações, especialmente quando o autor ou autora representa um “segmento nobre da sociedade” e a vítima faz parte daquela imensa massa de manobra socioeconômica que se esconde no anonimato do proletariado. Algo semelhante ocorre com os crimes no trânsito. A sociedade desenvolveu uma “couraça psíquica” em torno desses delitos, atenuando- os e colocando-os na vala da invisibilidade em que se camuflam os pecados de todos. Torna- se cada vez mais improvável que uma pessoa envolvida no julgamento de um crime de trânsito ainda não tenha sido vítima ou cometido algum delito dessa natureza. Esses crimes escondem, em primeiro lugar, o absoluto desrespeito ao cidadão; o veículo e seu condutor ocupam, na realidade, espaço preferencial, e tudo o que o circunda torna -se fundo indiferenciado na paisagem de menosprezo aos direitos humanos. Em segundo lugar, ratificam a inoperância dos mecanismos de garantia da ordem pública, frágeis no punir para desestimular, hábeis na colocação de dissuasivos econômicos (a multa) semvalor significativo a ponto de produzir efeitos visíveis e, além do mais, inúteis quando se trata de vidas. Este cenário sugere, por um lado, que a punição, seja a reclusão ao sistema prisional, seja a pecuniária, não produz os efeitos desejados; ao mesmo tempo, desperta para o fato de que existe grave e preocupante distanciamento entre o social e a prática da justiça. O exemplo mais dramático fica pela atribuição da tendência à criminalidade: “ as classes sociais mais oprimidas atraem as taxas mais altas de criminalidade […] porque o controle social se orienta prioritariamente para elas, contra elas” (Gomes; Molina, 199 7, p. 101). Sem dúvida, essa percepção, proveniente de crenças sociais arraigadas, reflete-se no teor dos resultados dos julgamentos e do próprio noticiário que cerca os acontecimentos. QUESTÃO 9. Apresente o perfil da vítima no caso de violência conjugal e no caso de violência sexual. DESENVOLVIMENTO: A violência doméstica: Perfil da vítima e do agressor A violência doméstica envolve uma grande variedade de eventos que implicam os cônjuges ou companheiros, tais como: os maus-tratos físico, os maus-tratos psíquico, os maus-tratos sexual. As vítimas de violência doméstica são mulheres e tanto os agressores como a vítima têm idades que rondam os 25 anos a 30 anos (Lynch, 2006). Normalmente, o homem agressivo apresenta caraterísticas comuns: “alcoolismo (álcool não só como circunstância, mas como hábito); desemprego (nível ocupacional reduzido); autoestima baixa; experiência com maus- tratos (as estatísticas colocam este fator entre os 40% e os 50% em termos de relação com essa prática); depressão; progressão da violência (a agressividade vai aumentando gradualmente, ao ponto de a violência, ao atingir o limiar físico, se juntar à violência psicológica); e precocidade (surgem algumas reações durante a juventude, como que predizendo o que vai suceder no futuro) ”. (Costa, 2003, pág. 78) “Vistos de fora, os agressores podem parecer responsáveis, dedicados, carinhosos e cidadãos exemplares”. (Machado e Gonçalves, 2003, pág. 112) Muitas vezes o homem sente-se culpado, prometendo à companheira melhorias em relação ao futuro. No entanto, “não consegue modificar-se e, em consequência, renova o sentimento de culpabilidade, bebe e passa a agredi-la”. (Costa, 2003, pág. 98) Por seu lado as vítimas, são na sua maioria mulheres, ou o elemento mais frágil da relação. “As crianças são também vítimas mesmo que não sejam diretamente objeto de agressões físicas: ao testemunharem a violência entre os pais, as crianças iniciam um processo de aprendizagem da violência como um modo de estar e de viver e, na idade adulta, poderão reproduzir o modelo, para além de que a violência lhes provoca sofrimento emocional e os correspondentes problemas”. (Machado e Gonçalves, 2003, pág. 203) A vítima tende a apresentar um perfil comum: serem envergonhadas, com dificuldade em reagir, caladas, conformadas, passivas, deprimidas e altamente dependentes sob o ponto de vista emocional (Lynch, 2006). Situações sérias de violência doméstica Pode chegar ao extremo: homicídio conjugal. No livro “Homicídio conjugal em Portugal: Rupturas violentas da conjugalidade” (Pais, 1998), a autora apresenta um estudo que “ultrapassa as dimensões de uma análise do homicídio para se situar na confluência de áreas como a violência na família, a violência conjugal e a violência contra a mulher”. (Lourenço, citado por Pais, 1998, pág. 153) Abordam-se 4 situações de rupturas violentas da relação: “Homicídio maus-tratos”; “homicídio violência-conflito”; “homicídio abandono paixão” e “homicídio posse-paixão”. (Pais, 1998) Neste contexto deve ser desenvolvida a primeira situação, pois se trata de um crime cometido principalmente por mulheres sobre os seus conjugues, depois de constantes maus-tratos por parte destes, prolongados ao longo do tempo. São mulheres que viveram apenas uma única relação e passaram por maus-tratos logo desde o início. Neste tipo de situação a mulher é confrontada com a questão “porque é que não se separou ou divorciou? ” (Pais, 1998), sendo que para as mulheres mais velhas, e de meios rurais consideram que “trair a conjugalidade era trair e negar a sua condição de mulher”. (Pais, 1998) No caso das mulheres mais novas, em meios citadinos (urbanos), ocorre mais a intenção de divórcio, registando-se várias tentativas de concretizá-lo. Não o concretizam por falta dos devidos apoios, como o apoio dos familiares, ou mesmo das autoridades que infelizmente ainda se regem pelo princípio de que “entre marido e mulher ninguém meta a colher” (Pais, 1998). Os maridos também são um obstáculo, pois consideram que “o casamento era sagrado, e que nada nem ninguém os iria conseguir separar”. (Pais, 1998) FONTE:https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-violencia-domestica-perfil-da-vitima- e-do-agressor/40171 https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-violencia-domestica-perfil-da-vitima-e-do-agressor/40171 https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-violencia-domestica-perfil-da-vitima-e-do-agressor/40171 Violência sexual na adolescência, perfil da vítima e impactos sobre a saúde mental. A violência sexual infanto-juvenil é um problema que atinge diversos países. De acordo com Stoltenborgh et al. o abuso é relatado por um a cada oito jovens em todo o mundo. No Brasil, a violência sexual ocupa o segundo maior tipo de violência entre indivíduos na faixa etária dos 10 aos 14 anos, ficando atrás apenas da violência física2. Essa é uma forma de violência que não é plenamente reconhecida como um problema de saúde pública e que necessita de estratégias por parte dos governos. Os adolescentes abusados têm elevado risco de desenvolver uma série de transtornos biopsicossociais, com repercussões sobre as esferas física, comportamental e cognitiva. É preciso considerar que os efeitos são sentidos não apenas pela vítima, mas também pela sociedade. Destacam-se os custos com assistência médica, com o sistema penal e judiciário e com a queda da produtividade e do salário futuro do jovem. De acordo com Saied- Tessier, o custo anual do abuso sexual em adolescentes no Reino Unido chega a 3,2 bilhões de euros, sendo a maior parte decorrente da perda da produtividade para toda a sociedade. A despeito da relevância deste tema, a maioria das pesquisas encontradas na literatura nacional e internacional utiliza dados de pequenas amostras, oriundas de estudos de caso, o que compromete a generalidade dos seus resultados. Esse é um fato extremamente importante que pode estar relacionado com o incipiente reconhecimento deste problema como uma questão de ordem pública. Como assinala um relatório da ONU, a violência contra a criança e ao adolescente é frequentemente silenciada, havendo em decorrência disso uma escassez de dados estatísticos sobre o assunto. Nesse sentido, o conhecimento acerca dos impactos do abuso e das características das vítimas é essencial para que medidas sejam tomadas com o intuito de reduzir os casos. Diante deste cenário, este trabalho procurar identificar o perfil do jovem abusado e os impactos do abuso sobre a saúde mental do adolescente. Para tanto, utilizam-se os micro dados de uma pesquisa nacional de saúde de escolares, a partir da qual o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) define o conceito de saúde mental com base em três variáveis, relacionadas ao sentimento de solidão, insônia e número de amigos. Alguns autores sugerem que a saúde mental parece ser a principal variável afetada pela violência sexual para esse segmento da população, deixando marcas no desenvolvimento de crianças e adolescentes, com danos que podem persistir por toda a vida, por isto quanto mais cedo houver o descobrimento de algum tipo de abuso, maior é a probabilidade de se aplicar um tratamento adequado e resolver ou amenizaros danos causados. De acordo com o nosso conhecimento, este é o primeiro trabalho a utilizar uma metodologia quase-experimental, que permite isolar os efeitos do abuso dos demais confundidores, o que torna essa a primeira contribuição. A segunda é a utilização de uma base de dados de caráter nacional e com representatividade equivalente a mais de 2,5 milhões de escolares, diferindo, portanto, dos estudos de caso por assegurar validade externa aos resultados. FONTE: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017002902919 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017002902919#B2 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017002902919
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