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I TERMOLOGIA FRENTE 1 MÓDULO 9 ORIENTAÇÃO: – Apresentação dos estados físicos da ma - téria e suas respectivas propriedades. – Nomenclatura de todas as mudanças de estado. – Enfatizar que para uma dada pressão, as mudanças de estado ocorrem em tem - pe raturas bem específicas. – Conceituar o calor específico latente de mu dança de estado, apresentação da fór mula e das respectivas uni da des. MÓDULO 10 ORIENTAÇÃO: – Apresentar as leis de mudanças de es - tado. – Destacar a variação do ponto de ebuli - ção com a altitude. MÓDULO 11 ORIENTAÇÃO: – Uma maneira bastante intuitiva para se comentar as leis gerais de mudança de estado é: • Promover, com a participação da sala, a construção da curva de aquecimento de um bloco de gelo. • Na sequência, com base no gráfico cons truído, comentar as três leis de mu dança de estado. – Revisar o conceito de potência da fonte térmica P = . MÓDULO 12 ORIENTAÇÃO: – Módulo de exercí cios de mudanças de estado envolvendo trocas de calor (Qrecebido + Qcedido = 0). MÓDULO 13 ORIENTAÇÃO: – Definir transmissão de calor e seus pro - ces sos. – Nesta aula, dá-se ênfase ao processo de transmissão de calor por condução. – A utilização de exemplos do cotidiano deve ser exaustivamente observada: ca - bos de panela, ferro de passar, caixas de isopor, iglus etc. – Apresentação da expressão: Φ = – Comentar as unidades das grandezas fí - sicas envolvidas. MÓDULO 14 ORIENTAÇÃO: – Conceituar convecção tér mi ca. – Discutir os inúmeros exemplos citados na teoria. Brisas marítimas, geladeira, condicionadores de ar, efeito estufa etc. MÓDULO 15 ORIENTAÇÃO: – Conceituar radiação tér mi ca. – Explorar os exercícios de aula. MÓDULO 16 ORIENTAÇÃO: – Explorar os exercícios de aula. – Discutir a garrafa térmica e o efeito es - tufa. FRENTE 2 MÓDULO 17 ORIENTAÇÃO: – Definir dioptro plano. – Comentar a posição aparente assumida por um objeto quando este se encontra em um meio e o observador em outro de índice de refração absoluto diferente. – Mencionar alguns exemplos clássicos: fun do de piscina, pesca com arpão, lápis “quebrado” no copo de água. MÓDULO 18 ORIENTAÇÃO: – Apresentar a Equação de conjugação de Gauss para o dioptro plano. MÓDULO 19 ORIENTAÇÃO: – Revisar a refração da luz. – Resolver os exercícios de traçados de raios, solicitando a participação dos alunos. MÓDULO 20 ORIENTAÇÃO: – Revisar a Lei de Snell. – Deduzir e aplicar a expressão do desvio lateral. MÓDULO 21 ORIENTAÇÃO: – Construir, com a participação dos alu - nos, as principais trajetórias de raios em prismas. – Caracterizar a dispersão da luz. MÓDULO 22 ORIENTAÇÃO: – Apresentar as equações de prismas ópticos. – Apresentar os aspectos quantitativos que envolvem o desvio angular mínimo, a reflexão total e a dispersão nos pris - mas. MÓDULO 23 ORIENTAÇÃO: – Conceituar lente esférica. – Apresentar toda a nomenclatura. – Enfatizar os comportamentos ópticos (con vergente e divergente). – Conceituar lente delgada. – Ressaltar todos os pontos fundamentais de uma lente delgada e seus respectivos nomes. – Apresentar detalhadamente o compor - ta mento de todos os raios notáveis. MÓDULO 24 ORIENTAÇÃO: – Recordar o comportamento de todos os raios notáveis. – Utilizar os raios notáveis na construção gráfica de imagens. – Caracterizar as imagens obtidas quanto a sua natureza, tamanho e posição. – Apresentar exemplos práticos de utili - zação das lentes (projetor de slides, má - quina fotográfica etc.). Q ––– Δt C S Δθ ––––––– L Q = m L Orientação para o Professor – Física – 2.a Série do Ensino Médio – 2.o Bimestre C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página I II MÓDULO 25 ORIENTAÇÃO: – Apresentação da Equação de Gauss. – Apresentação das várias expressões para o cálculo do aumento linear trans - versal. – Comentar o referencial de Gauss. _ Discutir conceitualmente os sinais (+) e (–) que podem ser obtidos a partir das ex pressões. MÓDULO 26 ORIENTAÇÃO: – Apresentar as equações do aumento linear transversal. MÓDULO 27 ORIENTAÇÃO: – Conceituar vergência e suas unidades. – Determinação da vergência equivalente em uma associação de lentes delgadas jus tapostas. – Determinação da distância focal equiva - lente. MÓDULO 28 ORIENTAÇÃO: – Apresentação da Equação de Halley. – Mostrar a importância da geometria da lente no seu comportamento, bem como do material que a constitui. MÓDULO 29 ORIENTAÇÃO: – Apresentar o olho humano. – Apresentar os aspectos qualitativos dos defeitos da visão. MÓDULO 30 ORIENTAÇÃO: – Apresentar os aspectos quantitativos da óptica da visão, relacionados com a cor - reção da miopia e da hipermetropia. MÓDULO 31 ORIENTAÇÃO: – Apresentar qualitativamente os instru - mentos de óptica e as lentes utilizadas em cada um. – Construção da imagem da lupa. MÓDULO 32 ORIENTAÇÃO: – Resolver diretamente os exercícios, apro veitando para revisar a Equação de Gauss e as do aumento linear trans ver - sal. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página II 93FÍSICA 1. A Física e o cotidiano O frio está na pele O ventilador acelera a evaporação de camadas su cessivas de suor na pele e, com isso, ocorre a retirada de calor do corpo da pessoa. Termologia Módulos 9 – Mudanças de estado I 10 – Mudanças de estado II 11 – Mudanças de estado III 12 – Mudanças de estado IV – balanço energético 13 – Condução de calor 14 – Convecção térmica 15 – Radiação térmica 16 – Transmissão de calor – Aplicações A cozinha é o principal laboratório da vida cotidiana para a análise de fenômenos térmicos. 9 Palavras-chave: Mudanças de estado I • Temperatura constante • Mudança de fase • Q = mL Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Como as mudanças de estado estão presentes no dia a dia? Por que o ventilador, apesar de movimentar o ar na mesma temperatura do ambiente abafado, causa a sensação refrescante? Qual a origem da água que se forma na superfície da garrafa do refrigerante gelado? É possível associar a umidade do ar com a sensação climática agradável? O Sol é o único responsável pelo aquecimento do solo e do subsolo? É possível manter um sistema sob aquecimento de uma chama de 900°C e sua temperatura não se alterar? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 93 O “suor” da garrafa gelada O vapor d’água pre sen te no ar con densa-se na su perfície fria da gar rafa e formam-se as gotí culas. O clima que sufoca: úmido ou seco? O vapor da sauna dificulta a evaporação do suor; na sauna seca, a pressão de vapor é menor e o ambiente fica mais agradável. 94 FÍSICA 2. A Física e o mundo Energia Geotérmica Os mineradores sa bem que a tem peratura da Terra aumenta com a profundidade. Medi das indicam que a ca da qui - lô metro a tempera tura au menta, em mé dia, 30°C. A água a grandes profundidades en con tra-se a alta tem pera tu ra e pressão; por meio de falhas no terreno, a água pode jorrar na for ma de jatos chamados de gêiser es. Na profundidade de 50km (1500°C), a rocha se funde e fica pastosa por causa da pressão de 15 atm. Nas regiões mais frágeis da crosta, a pasta cria frestas e a diminuição da pressão a torna mais fluida na superfície. A erupção desses vulcões é acompanhada de terremotos. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 94 3. A Física experimental Aquecimento da água Vamos utilizar uma massa m de gelo a 0°C e va - porizá-la comple ta men te. A sequência das transfor - mações é repre sen tada acima.Considerando que não houve perdas, o calor recebido pelo siste ma é: Qtotal = Q1 + Q2 + Q3 Substituindo pelas fórmulas de calor sensível e calor latente, te mos: Qtotal = (mLF)gelo + (mcΔθ)água + (mLV)água Na fórmula acima, LF e LV são, respectivamente, os calores específicos latentes de fusão e de vaporização da água em cal/g ou em J/kg. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Estados físicos da matéria A matéria pode apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso. Es tes estados se distinguem princi pal - men te pelas seguintes proprieda des: Sólido. Líquido. Gasoso. Sólido: possui forma própria e vo lu me bem definido. Líquido: não possui forma pró pria; assume a forma do recipiente que o contém, mas possui volume bem definido. Gás (ou vapor): não possui for ma própria nem volu - me definido. Toma a forma e o volume do reci pien te que o contém. Observemos que em nosso es tudo estaremos re fe - rindo-nos sempre a substâncias puras. Definições Fusão é a passagem de uma subs tância do estado sólido para o es tado líquido. Solidificação é a passagem do estado líquido para o estado só li do. É a transformação inversa da fu são. Vaporização é a passagem de uma substância do estado líquido pa ra o estado gasoso. Liquefação ou condensa ção é a passagem do estado ga so so para o estado líquido. É a trans formação inversa da vaporização. Gelo a 0°C Água a 0°C Água a 100°C Calor sensível Calor latente Calor latente Recebe Q2 Recebe Q1 Recebe Q3 Vapor-d'água a 100°C Fusão Vaporização Aqui, o dióxido de carbono (CO2) es tá sublimando, pas - sando do esta do sólido para o estado gasoso. O aço ao ser aquecido a altas tem - peraturas sofre fusão, passando do estado sólido para o estado líquido. Substância calor latente cal –––––––––––– �–––�de fusão g calor latente cal –––––––––––––– �–––�devaporização g Água 80 540 Álcool 25 204 Alumínio 95 2500 Mercúrio 2,7 70 Chumbo 6,8 200 Cobre 65 1600 Estanho 14 460 95FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 95 96 FÍSICA Sublimação é a passagem da substância direta men - te do estado só li do para o gasoso ou do estado gasoso para o sólido. A experiência mostra que a fusão e a vaporização se pro cessam sem pre com recebimento (absorção) de ca - lor, sendo, pois, transformações en do térmicas. Já a solidi fica ção e a li que fação se processam com des pren - dimento (liberação) de calor, sen do, pois, transfor ma - ções exo tér micas. Observemos que a quantidade de calor que um corpo recebe ao fun dir-se é a mesma que ele cede ao soli dificar-se (princípio da transfor mação inversa). Da mesma forma, o que rece be ao vaporizar-se cede ao liquefazer-se. Temperatura de mudança de estado A fusão e a solidificação de uma substância se proces sam na mesma temperatura, chamada tempera - tu ra (ou ponto) de fusão ou de so li dificação (θF). Por exemplo, a água, sob pressão atmosférica nor mal, sem - pre se funde e se solidifica a 0°C. A ebulição e a liquefação de uma substância se pro - ces sam na mesma tem peratura, chamada tempera tu ra (ou ponto) de ebulição ou de li que fação (θE). Por exemplo, sob pres são atmosférica normal, a água en tra em ebulição e se liquefaz a 100°C. Cálculo da quantidade de calor latente Seja Q a quantidade de calor la tente necessária para provocar uma dada mudança de estado na massa m de uma substância, sem variação de temperatura. Verifica-se experimentalmente que Q é proporcional à massa m, poden do-se, pois, escrever: sendo L um coeficiente de propor cio nalidade chamado calor especí fi co latente da referida mudança de es tado da substância. Observemos que o calor especí fico latente de fusão e de solidifi ca ção é o mesmo, porque a quanti dade de calor que um corpo recebe para se fun dir é igual à que cede ao soli dificar-se. Tal processo ocorre tam bém com o calor específico latente de vapo rização e de liquefação. Q = m L sólido fusão solidificação vaporização liquefação sublimação sublimação Q1 Q1 Q2 Q2 líquido gasoso � Um professor, ao apresentar os conceitos sobre “Mudanças de estados físicos da matéria”, montou os seguintes “slides” para exibir na tela do projetor multimídia: Exercícios Resolvidos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 96 97FÍSICA � (UEA-MODELO ENEM) – É possível passar a matéria do estado sólido dire tamente para o gasoso, evitando a fase líquida. Tal fenô meno físico se verifica comumente no gelo seco e na naftalina, mas também pode ocorrer com a água, dependendo das con di ções de temperatura e pressão. A essa passagem, dá-se o nome de a) condensação. b) sublimação. c) fusão. d) vaporização. e) calefação. RESOLUÇÃO: A pressões e temperaturas muitos baixas, a água pode sofrer subli mação como, por exemplo, na superfície de Marte. Resposta: B � (UFRGS-MODELO ENEM) – Materiais com mudança de fase são bastante utilizados na fabricação de tecidos para roupas termor re gula doras, ou seja, que regulam sua tem - peratura em função da temperatura da pele com a qual estão em contato. Entre as fibras do tecido, são incluídas mi - crocápsulas contendo, por exemplo, parafina, cuja tem peratura de fusão está próxima da temperatura de conforto da pele, 31°C. Considere que um atleta, para manter sua temperatura interna constante enquanto se exercita, libere 1,5 x 104J de calor através da pele em contato com a roupa termorreguladora e que o calor latente específico de fusão da parafina é LF = 2,0 x 10 5 J/kg. Para manter a temperatura de conforto da pele, a massa de parafina encapsulada deve ser de, no mínimo: a) 500g b) 450g c) 80g d) 75g e) 13g RESOLUÇÃO: Q = mL 1,5 . 104 = m . 2,0 . 105 m = 0,75 . 10–1 kg m = 75g Resposta: D Durante a aula para a turma da 2.a série do Ensino Médio, ele ouviu os seguintes comentários dos alunos: I) A fusão e a vaporização são processos endotérmicos. II) A pressão define o ponto de ebulição e para derreter 10g de gelo a 0°C são necessárias 800cal. III) Os calores Q1, Q3 e Q5 são sensíveis, calculados pela fórmula Q = m c Δ�. IV) O calor específico latente de vaporização da substância pura vale Lv = Os comentários corretos são: a) I, II e III, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) II, III e IV, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II, III e IV. Resolução I. Correta. A fusão e a vaporização recebem calor para ocorrer. II. Correta. O aumento de pressão aumenta o ponto de ebu li ção. Q = m LF = (10g) (80cal/g) ⇒ III. Correta. Os calores Q1, Q3 e Q5 provocam variação de tempera - tura sem ocorrer mudança de estado físico. IV. Correta. O patamar da vaporização apresenta o calor Q4 = m LV. Resposta: E � (MODELO ENEM) – O calor específico latente de fusão do ferro (64,4cal/g) é maior que o do chumbo (5,5cal/g). De acordo com o modelo cinético molecular, essa diferença pode ser explicada. a) pela diferença na intensidade de energia potencial de interação entre os átomos das substâncias. b) pelo aumento da agitação das moléculas, durante a fusão sob pressão constante, elevando a temperatura. c) pela aproximação crescente das moléculas da substância no processo de fusão. d) pela maior força de atração entre os átomos de chumbo, no estado sólido, no início da fusão. e) pela maior facilidade dos átomos de ferro ganharem energia ciné - tica para se afastarem e desagregarem os cristais. Representação da rede cris ta lina em um plano em que se destaca a ampliação de uma pequena área de uma chapa metálica. No es ta do só - lido os átomos oscilam em posições definidas pelo cam po atrativo formado por todas as partículas, confe rin do a elas uma energia poten - cial. Resolução A interação entre os átomos de ferro é maior que a dos átomos de chumbo.Assim, a energia para desagregar as partículas é maior no ferro que no chumbo. Durante a fusão, a temperatura perma nece constante e a distância entre os átomos aumenta com o aquecimento. Resposta: A Q = 800cal Q4 –––– m Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 97 � (UNIFESP-MODELO ENEM) – A enfermeira de um posto de saúde resolveu ferver 1,0 litro de água para ter uma peque - na reserva de água esterilizada. Atarefada, ela esqueceu a água a ferver e quando a guardou verificou que restaram 950 m�. Sabe-se que a densidade da água é 1,0 · 103 kg/m3, o calor específico latente de vaporização da água é 2,3 . 106 J/kg e supõe-se des pre zível a massa de água evaporada antes da fervura. Pode-se afirmar que a energia desperdiçada na transformação da água em vapor foi aproximadamente de: a) 25 000 J b) 115 000 J c) 230 000 J d) 330 000 J e) 460 000 J RESOLUÇÃO: A quantidade de calor latente responsável pela vapo ri zação da água é Q, calculada por: Q = m L ⇒ Q = µ V L Sendo µ = 1,0 . 103 kg/m3; V = 0,050 . 10–3 m3 e L = 2,3 . 106 J/kg, vem: Q = 1,0 . 10 3 . 0,050 . 10 –3 . 2,3 . 10 6 (J) Da qual: Resposta: B � (UNIP-SP) – São dados: (1) calor específico sensível do gelo: 0,50 cal/g°C (2) calor específico latente de fusão do gelo: 80 cal/g (3) calor específico sensível da água: 1,0 cal/g°C Qual a quantidade de calor necessária e suficiente pa ra trans - for mar um bloco de gelo de massa 100g, à tem peratura de –10°C, em água à temperatura de 10°C? a) 1,5 . 103 cal b) 8,0 . 103 cal c) 8,5 . 103 cal d) 9,0 . 103 cal e) 9,5 . 103 cal RESOLUÇÃO: Q1 (calor sensível) Q1 = (m cΔθ)gelo = 100 . 0,50 . [0 – (–10)] (cal) ⇒ Q1 = 500cal Q2 (calor latente) Q2 = (mLF)gelo = 100 . 80 (cal) ⇒ Q2 = 8000cal Q3 (calor sensível) Q1 = (m cΔθ)água = 100 . 1,0 . (10 – 0) (cal) Q3 = 1000cal Portanto: Q = Q1 + Q2 + Q3 ⇒ Q = 500 + 8000 + 1000 (cal) Resposta: E Q = 9500cal = 9,5 . 103cal Q = 115 000 J 98 FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 98 99FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Mágica da geladeira: a bebida congela no toque das mãos Primeiramente, a bebida não congela quando a toca - mos, mas sim quando abrimos a garrafa. A bebida é uma mistura cujo maior constituinte é a água. As demais substâncias presentes na solução fa - zem com que o arranjo molecular da água fique desor - denado; isso provoca uma modificação no ponto de soli - di ficação dela. Isso acontece porque o processo de resfriamento da bebida no congelador ocorre lentamente e sem grandes perturbações mecânicas. Dessa maneira, a bebida atin - ge uma temperatura abaixo do seu ponto de solidi fi - cação sem se solidificar (este fenômeno é denominado sobre fusão ou superfusão). Além disso, não podemos esquecer que o líquido no interior da garrafa fica submetido a uma pressão maior que a pressão atmosférica, o que faz com que seu ponto de solidificação abaixe. Quando abrimos a garrafa, a pressão no seu interior iguala-se à pressão atmosférica e consequentemente o ponto de solidificação volta ao seu valor original. Como a bebida se encontra com uma temperatura abaixo do seu ponto de solidificação, ela congela. A água, em estado de sobrefusão, também se congela imediatamente, tal como a cerveja ou o refrigerante ao saírem da garrafa. Não podemos esquecer também que a bebida con - tém gás carbônico, que promove o rebaixamento crios - cópico, ou seja, a presença do gás carbônico (e outras substâncias) na bebida faz com que o líquido se congele a uma temperatura mais baixa. No momento em que abrimos a garrafa, além do rebaixamento da pressão, há ainda a perda de grande quantidade de gás carbônico. Isso eleva o ponto de congelamento e, às vezes, obser - vamos que o primeiro copo recebe bebida líquida e do segundo em diante, a bebida congela fora da garrafa, justamente pela maior perda de gás carbônico. Então, o que fazer para que a bebida não congele ao sair do congelador? O estado de sobrefusão é muito instável e, por isso, qualquer mudança provoca a solidificação abrupta do líquido. Uma maneira de evitar que isso aconteça é se - gurar a garrafa pelo gargalo, pois o calor da mão também contribui para alterar o equilíbrio instável da bebida. É por essa razão que garçons experientes seguram a garrafa de bebida pelo gargalo, onde a quantidade de líquido é mínima, para evitar que ela seja servida conge - lada. A neve é bonita, mas causa problemas O fato de a água aumentar de volume ao passar do estado líquido para o sólido provoca, nos países frios, a ruptura das instalações hidráulicas, dos radiadores de automóvel e das estradas pavimentadas. Medidas pre - ven tivas são tomadas, colocando-se os canos a uma certa profundidade, servindo a terra que se lhes sobre - põe de isolante térmico; nas águas dos radiadores, colocam-se substâncias especiais que abaixam bastante o ponto de solidificação da água. 1 0 Palavras-chave: Mudanças de estado II • Pressão • Altitude • Aumento da altitude, diminuição da pressão e do ponto de ebulição Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Por que a bebida, às vezes, congela quando a tocamos, ao abrir a garrafa? Que problemas o congelamento da água pode produzir na vida urbana dos locais de invernos rigorosos? Que aplicações tecnológicas você pensaria para a dilatação anômala de alguns materiais, como a água e o antimônio? Como cozinhar macarrão no Monte Everest? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 99 100 FÍSICA A dilatação da água do refrigerante no congelador provoca o rompimento do lacre metálico da lata. Levantando prédios e apertando letras Um exemplo marcante é a recolocação no lugar de um muro de arrimo ou da estaca de um prédio. Isso se faz orientando-se os esforços decorrentes da conge lação, de modo a funcionar como um “macaco”, per mitindo o refor - ço da fundação do prédio. O congelamento da água foi pensado para amenizar os problemas de fundação dos prédios tortos de Santos e da Torre de Pisa. Outra aplicação é o uso de antimônio na confecção de tipos metálicos de imprensa, nos quais a variação de volume do antimônio com a temperatura compensa a de outros metais, de modo a manter o tamanho dos tipos constante. 2. A Física e o mundo Influência da altitude na variação do ponto de ebulição A temperatura de ebulição de um líquido depende da pressão. Quanto maior a altitude, menor é a pressão e menor é a temperatura de ebulição. 3. A Física experimental No Rio de Janeiro (no nível do mar), uma certa quan - ti dade de feijão demora 40 minutos em água fervente para ficar pronta. A tabela a seguir fornece o valor da temperatura de fervura da água em função da pressão atmosférica, enquanto o gráfico fornece o tempo de cozimento dessa quantidade de feijão em função da temperatura. A pressão atmosférica no nível do mar vale 760mm de mercúrio e ela diminui 10mm de mercúrio para cada 100m de altitude. 75°C 87°C 90°C 96°C 98°C 100°C Monte Everest La Paz Quito Brasília São Paulo Recife Mar C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 100 101FÍSICA Com base nessas informações, é possível concluir que: I. No Mar Morto, que se encontra a 400m abaixo do nível do mar, a pressão seria de 800mm de Hg (760 + 40) que, na tabela, corresponde a 102°C e a um tempo de 30 minutos de cozimento no gráfico. II. Num local a 800m de altitude, a pressão é de 680mmHg (760 – 80), a temperatura de ebulição vale 97°C e o tempo de cozimento, 60 min. III. Uma panela de pressão, cuja válvula mantém a pres - são interna a 1,37 atm (1,37 atm = 1,37 . 760 � 1040mm Hg), cozinha o feijão a 110°C em cercade 12 minutos. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Leis gerais das mudanças de estado Para substâncias puras, as mu danças de estado obede cem às seguintes leis: Essa lei nos permite concluir que enquanto há mu - dan ça de estado não há variação de temperatura e, conse quentemente, enquanto há variação de tempe - ratura não há mudança de estado. Ou seja, a mudança de es ta do e a variação de temperatura ja mais ocorrem simultaneamente se a pres são se mantiver invariável. Essa lei nos ensina que as tempe raturas de fusão (θF) e de ebulição (θE), numa dada pressão, são carac te - rísticas das substâncias. Por exemplo, sob pressão nor mal, temos: água: θF = 0°C e θE = 100°C álcool: θF = –114°C e θE = 78°C mercúrio: θF = –39°C e θE = 357°C oxigênio: θF = –218°C e θE = –183°C Por exemplo, em Santos, onde a pressão atmos - férica é normal, a água ferve a 100°C. Em São Paulo, onde a pressão atmosférica é da ordem de 700mm de Hg, a água ferve a 98°C, aproximadamente. Em Brasília, que se encontra a 1152m de altitude, a água entra em ebulição a 96°C. No Monte Everest, a 8882m de altitude, a água ferve a 75°C. Temperatura de fervura da água em função da pressão Pressão em mm de Hg Temperatura em °C 94 95 97 98 100 102 103 105 106 108 109 110 600 640 680 720 760 800 840 880 920 960 10001040 Tempo de cozimento temperaturaversus 160 140 Te m po d e co zi m en to ( m in ) 120 100 80 60 40 20 0 90 92 94 96 98 Temperatura ( C) 100 104 106 108 110 112102 1.a LEI “Se durante uma mudança de estado a pressão se man ti ver constante, a temperatura tam bém permanecerá cons tan te.” 2.a LEI “Para uma dada pressão, ca da substância pura tem fixa a sua temperatura de fusão (ou de soli difi - cação) e a sua tem pera tu ra de ebulição (ou de li - que fação).” 3.a LEI “Variando a pressão, as tem peraturas de fusão e de ebu lição também variam.” Exercícios Resolvidos � O modelo cinético molecular consolidou-se para explicar a estrutura da matéria e suas transformações. Considere as situações a seguir para analisar o comportamento térmico de um fio cilíndrico de alumínio de 10cm de comprimento, área da seção transversal circular de 1,0cm2 e massa de 27g a 20°C. Os átomos de alumínio apre sentam estrutura cristalina e as sociamos a eles uma ener gia cinética de agitação e ou tra potencial, que assegura a or ga nização da posição de ca da um deles. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 101 102 FÍSICA I. Ao ser aquecido entre 20°C e 30°C, o volume aumenta 0,007cm3, para favorecer a agitação maior dos átomos depois de receber 54cal, sem ocorrer mudança de estado físico. Determine o calor espe cí fi co sensível do alumínio só li do. Resolução Cálculo do calor específico sensível para o estado sólido (c) Q = mcΔθ ⇒ c = = ⇒ II. A 660°C, as moléculas passam a separar-se, formando planos de átomos que podem escorregar um em relação ao outro. O metal passa completamente para o estado líquido depois de receber 2160cal, sem alterar a tem - peratura. No escoamento laminar, os planos escorregam uns sobre os outros e explicam a incompressibilidade do estado líquido. Determine o calor específico latente de fusão do alumínio. Resolução Cálculo do calor específico latente de fusão (LF) Q = mLF ⇒ LF = = ⇒ III. A 2520°C, as moléculas rompem todas as interações atrativas e os planos atômicos do estado líquido se desfazem para atingir o estado de vapor, depois de receber 54000cal. No estado gasoso, devido à grande distância entre os átomos, a interação é, em média, desprezível, e, por isso, não conservam estáveis nem forma nem volume. Determine o calor específico latente de vaporização do alumínio. Resolução Cálculo do calor específico latente de vaporização (LV) Q = mLV ⇒ LV = = ⇒ � A tabela a seguir registra a pressão atmos - férica em dife ren tes altitudes, e o gráfico re - laciona a pressão de vapor da água em função da temperatura. Um líquido, num frasco aberto, entra em ebu lição a par tir do momento em que a sua pres são de vapor se iguala à pressão atmosférica. Assinale a opção correta, considerando a tabela, o gráfico e os dados apresen ta dos, sobre as seguintes cidades: A temperatura de ebulição será a) maior em Campos do Jordão. b) menor em Natal. c) menor no Pico da Neblina. d) igual em Campos do Jordão e Natal. e) não dependerá da altitude. Resolução Em um frasco aberto, um líquido entra em ebulição quando a sua pressão de vapor se igua la à pressão at mosférica. Au men - tando a altitude, a pressão atmosféri ca diminui e, consequen - temente, a temperatura de ebu lição diminui. Q ––––– m.Δθ 54 –––––– 27 . 10 cal�––––�g°C c = 0,20cal/g°C Q ––– m 2160 ––––– 27 cal�––––�g LF = 80cal/g Q ––– m 54000 cal –––––––––– 27g LV = 2000cal/g Altitude (km) Pressão atmosférica (mm Hg) 0 760 1 600 2 480 4 300 6 170 8 120 10 100 Natal (RN) nível do mar Campos do Jordão (SP) altitude 1628 m Pico da Neblina (RR) altitude 3014 m C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 102 103FÍSICA � (PUC-MG-MODELO ENEM) – Ao prepararmos os ali men - tos, é comum aque cer mos a água em recipientes abertos. Nesses reci pi entes, a água entra em ebulição quando sua pressão de vapor se iguala à pressão atmosfé rica. Considerando-se as informações dadas, pode-se afirmar que a tempe ra tura de ebulição da água será a) maior em Belo Horizonte. b) menor em Guarapari. c) a mesma nas três localidades, desde que consideremos H2O puro. d) menor no Pico da Bandeira. RESOLUÇÃO: O diagrama mostra que a pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude. Dessa forma, a água ferve em temperatura maior onde a altitude é menor (Guarapari) e à temperatura menor onde a altitude é maior (Pico da Bandeira). Resposta: D � (OBF) – Considere as seguintes afirmativas: I. Um copo de água gelada apresenta gotículas de água em sua volta porque a temperatura da parede do copo é menor que a tem pe ra tura de orvalho do ar ambiente. II. A névoa (chamada por alguns de “vapor”) que sai do bico de uma chaleira com água quente é tanto mais perceptível quanto menor for a temperatura ambiente. III. Ao se fechar um “freezer”, se a sua vedação fosse perfeita, não permi tindo a entrada e saída de ar do seu interior, a pressão interna ficaria inferior à pressão do ar ambiente. a) Todas são corretas. b) Somente I e II são corretas. c) Somente II e III são corretas. d) Somente I e III são corretas. e) Nenhuma delas é correta. RESOLUÇÃO: I) Correta. A temperatura de orvalho é aquela que provoca a liquefação de vapor-d’água existente no ar atmosférico do local. O ar com vapor-d’água entra em contato com a parede fria do copo e o vapor se condensa, formando as gotas. II) Correta. Quanto menor a temperatura ambiente, maior a quantidade de vapor que sai pelo bico da chaleira e se condensa for - mando pequenas gotas. Essas pequenas gotas refletem a luz, dando o aspecto de “fumaça”. III) Correta. Se a vedação fosse perfeita, o ar do interior da geladeira seria res friado e a pressão diminuiria, ficando muito difícil abrir-lhe a porta. Resposta: A LOCALIDADE ALTITUDES (em relação ao nível do mar) Guarapari 0 Belo Horizonte 850 metros Pico da Bandeira 2892 metros Esquematizando, temos: T1: temperatura de ebulição do líquido em Natal T2: temperatura de ebulição do líquido em Campos do Jordão T3: temperatura de ebulição do líquido no Pico da Ne blina T1 > T2 > T3 A temperatura de ebulição do líquido será menor no Pico da Neblina. Resposta: C Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 103 104 FÍSICA � (UFJF-MG-MODELO ENEM) – Quando se passa álcool na pele, tem-se uma sen sa ção de frio naquele local. Assinale a alternativa que explica corre tamente esse fato. a) O álcool é normalmente mais frio que a pele.b) O álcool absorve o calor da pele para evaporar-se. c) O álcool é normalmente mais frio que o calor. d) O álcool é menos denso que o ar. e) O álcool é uma substância muito instável. RESOLUÇÃO: O álcool retira energia térmica da pele e evapora. Esse é um processo endotérmico. Resposta: B Atenção, professor: usar esta questão para falar sobre a evaporação e os fatores que a favorecem. São quatro: 1) A natureza do líquido. 2) A temperatura. 3) A pressão. 4) A área da superfície livre. � (UFMS-MODELO ENEM) A válvula da tampa da panela de pressão é um dispositivo regulador da pressão interna, pi, de cozimento dos alimentos, evitando que a pressão ultrapasse limites que compro metam a segurança do usuário. Para isso, a válvula possui uma massa M predeterminada; e com uma haste cônica no seu centro que se encaixa no orifício de um tubo cilíndrico por onde sai o vapor. No início do aquecimento da água, a pressão interna pi não é suficiente para equilibrar a força peso na válvula, e, assim, a haste cônica obstrui a saída de vapor pelo tubo, fazendo aumentar a pressão interna pi. Quando a pressão interna pi atinge um valor que é suficiente para levantar a válvula, o vapor começa a escapar do interior da panela pelo tubo, regulando assim a pressão interna para cozimento, que chama remos de piC. Como a temperatura para a água entrar em ebulição depende da pressão e a pressão interna piC de cozimento é superior à pressão ambiente, p0, os alimentos são cozidos em pressão e tempe ratura maiores que em panelas comuns com tampas abertas. Considere a seção transversal do tubo por onde sai o vapor igual a A, veja a figura e, com base nessas informações, assi - nale a alternativa correta. a) Durante o cozimento, quando a água já entrou em ebulição, se for aumentada a chama na base da panela, a temperatura da água em ebu lição também aumentará. b) A pressão interna piC pode ser determinada mul tiplican - do-se o valor da força peso (Mg) na válvula pelo valor da seção transversal (A) do tubo. c) Se trocarmos apenas o tubo de saída por outro de maior seção trans versal, a pressão interna piC de cozimento atingirá valores maio res. d) Se trocarmos apenas a válvula por outra de menor peso, a pressão interna piC e a temperatura de cozimento diminuirão. e) Durante o cozimento, quando o vapor já está saindo pela extremi da de do tubo, a força aplicada na válvula pela pressão interna piC é igual à força aplicada na válvula pela pressão atmosférica p0. RESOLUÇÃO: a) Falsa. Após iniciar a ebulição, o aumento da chama do fogão irá aumentar a quantidade de água que se transformará em vapor. A temperatura de ebulição não é alterada com essa atitude. b) Falsa. F p = –––– A A pressão interna piC pode ser determinada dividindo-se o valor da força peso (Mg) pela área (S) da seção transversal do tubo. c) Falsa. Aumentando-se apenas a área da seção transver sal, a pres são do vapor será menor. d) Verdadeira. Reduzindo-se apenas o peso da válvula, a pres são do vapor será menor (escapará mais vapor) e a tempe ra tura de ebulição da água tam bém será menor. e) Falsa. A força aplicada na válvula (pelo vapor) deve ser a soma do peso da válvula mais a força aplicada pela pressão atmosférica. Resposta: D C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 104 105FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Ao congelarmos a água, é necessário levá-la até 0°C, para depois iniciarmos a solidificação dela nessa temperatura e, finalmente, resfriá-la para o equilíbrio térmico com o congelador. Q = (mc��)água + (mL) + (mc��)gelo 1 1 Palavras-chave: Mudanças de estado III • Calor trocado • Dois efeitos • Q = Pot . �t Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Todos os planetas apresentam ciclos da água iguais aos da Terra? O que é a chuva supergelada? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 105 106 FÍSICA 2. A Física e o mundo Fusões, vaporizações, solidificações, condensações e sublimações: seus efeitos ambientais e tecnológicos EVAPORAÇÃO DAS ÁGUAS , EDE MARES RIOS LAGOS CONDENSAÇÃO NAS NUVENS O CICLO DA ÁGUA PRECIPITAÇÃO DA ÁGUA NA ÁREA NA FORMA ,DE CHUVA NEVE OU GRANIZO O ciclo da água na Ter ra é fundamental para a ma - nutenção da vida, para a agroin dústria, para a geração de energia elétrica e para a nave gação. No planeta Marte, a baixa pressão atmosfé rica per - mite a existência da água apenas na forma de vapor ou de gelo. Assim, ocorre apenas a sublimação no ciclo da água marciana. Além do granizo... A sobrefusão ou superfusão consiste em resfriar um líquido abaixo da sua temperatura de solidificação sem que ele passe para o estado sólido. Ela é explicada ad mi - tindo que o líquido superfundido se encontre em um es - ta do de equilíbrio dito metaestável (instável). Esta expli - cação é justificada pelo fato de qualquer pertur bação produzir a solidificação do líquido sobrefundido. Quando colocamos, em um líquido superfundido, um pequeno cristal da substância, este serve de núcleo e provoca a solidificação de toda a substância. Uma per turbação me - câ nica (por exemplo, agitação) em um líqui do superfun - dido também pode provocar a solidi ficação. Quando um líquido superfundido se solidifica, a sua tem peratura aumenta até atingir a temperatura de solidificação. É este o estado que acomete a “chuva supergela - da”: ela começa como neve e durante sua queda passa por um bolsão de ar acima da temperatura de congela - mento da água, fazendo com que ela se liquefaça, para em seguida passar por outro bolsão de ar, desta vez a uma temperatura muito inferior à necessária para seu congelamento, mas sem que isso, entretanto, ocorra. O fato é que uma gota de chuva supergelada pode atingir o chão a temperaturas de até –20°C. Marte. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 106 107FÍSICA E quando ela toca qualquer coisa, imediatamente transforma-se em gelo, podendo resultar em grandes desastres, pois cria camadas e mais camadas de gelo gerando um peso muito maior do que o previsto para a estrutura. Um exemplo de acidente que pode ocorrer é a derrubada de linhas de transmissão de energia elétrica. Abaixo, o resultado deste tipo de chuva, que caiu recentemente na China. 3. A Física e o laboratório Aquecimento da água Vamos utilizar uma massa m de gelo a –20°C e aquecê-la até 120°C, por exemplo. A sequência das trans formações é representada no esque ma a seguir: Considerando que não houve perdas, o calor total recebido pelo sistema é dado por: Qtotal = Q1 + Q2 + Q3 + Q4 + Q5 em que, substituindo pelas fórmulas de calor sensível e calor latente, temos: Qtotal = (m c Δθ)gelo + (m LF)gelo + (m c Δθ)água + (m LV)água + (m c Δθ)vapor Graficamente, o aquecimento do gelo é representado pelo diagrama ao lado. É possível relacionar a situação descrita na página anterior com o tempo de aquecimento. Se a potência (Pot) da fonte térmica for constante, podemos construir a curva de aquecimento da seguinte maneira. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Curvas de aquecimento e de resfriamento São as curvas que se obtêm cons truindo num dia grama cartesia no o grá fico da temperatura de um corpo em função da quantidade de calor trocada (recebida ou cedida) por ele. Fusão Vaporização Gelo -20°C Gelo 0°C Água 0°C Água 100°C Calor sensível Calor sensível Calor sensível Calor latente Calor latente Recebe Q1 Recebe Q3 Recebe Q5 Recebe Q2 Recebe Q4 Vapor-d'água 100°C Vapor-d'água 120°C Qtotal Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Pot = ––––––– = ––––– = ––––– = ––––– = ––––– = ––––– Δttotal Δt1 Δt2 Δt3 Δt4 Δt5 Q Pot Δt joule (J) watt (W) segundo (s) cal cal/min min C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página107 Consideremos, por exemplo, um corpo de massa m de uma subs tân cia cujas temperaturas de fusão e de ebulição são, respectivamente, θF e θE. Seja θ1 (θ1 < θF) a temperatura inicial deste corpo. Como θ1 < θF, con cluí - mos que inicialmente o corpo se en contra no estado sólido (ponto A). For necendo-se calor ao corpo, ele se aque ce, mantendo-se sólido até a tem peratura de fusão (ponto B). A par tir daí, à medida que continua rece bendo calor, o corpo se funde e a sua temperatura se mantém cons tante (pa tamar BC). Só depois de totalmente fundido (ponto C) é que o corpo (agora no estado líquido) vai aquecer-se, per ma - necendo líquido até a tem peratura de ebulição (ponto D). Durante a ebu lição a temperatura se mantém cons tante (patamar DE) e só após com ple tada a vaporização (ponto E) é que o vapor vai aquecer-se (trecho EF) até θ2. É sempre bom lembrar que essa curva com pa ta - mares só ocorre para substâncias puras. Para as demais substâncias, há rampas no lugar dos pata mares. As quantidades de calor recebi das pelo corpo para o aquecimento po dem ser assim calculadas: A curva de resfriamento é obtida de maneira aná - loga, bastando consi derar as transformações inversas da que las que aparecem na curva do aquecimento. Lembre-se de que LF (calor es pe cífico latente de fu - são) e LS (calor es pe cí fico latente de solidificação) são iguais em valor absoluto, porém de sinais opostos. Assim: O mesmo ocorre com LV (calor específico latente de vaporização) e LL (calor específico latente de lique fação), valendo: Q1 = m csólido (θF – θ1) Q2 = m LF Q3 = m clíquido (θE – θF) Q4 = m LV Q5 = m cvapor (θ2 – θE) LF = –LS LV = –LL 108 FÍSICA Exercícios Resolvidos � (UFPR-MODELO ENEM) – O gráfico abaixo, obtido expe ri men tal - mente, mostra a curva de aquecimento que relaciona a temperatura de uma certa massa de um líquido em função da quantidade de calor a ele fornecido. Sabemos que, por meio de gráficos desse tipo, é possível obter os valores do calor específico e do calor latente das substâncias estudadas. Assinale a alternativa que fornece corretamente o intervalo em que se pode obter o valor do calor específico latente de vaporiza - ção desse líquido. a) AB b) BD c) DE d) CD e) EF Resolução A vaporização ocorre a uma temperatura mais elevada que a fusão e necessita de mais calor, pois, além de desagregar as partículas do líquido, estas devem ganhar energia cinética para difundirem-se na atmosfera. O intervalo que reúne estas características e que permite o cálculo do calor específico latente �LV = � de vaporização é o patamar DE. Resposta: C � (MODELO ENEM) – Um litro de água é vaporizado a partir de 20°C sob pressão normal. A massa de gás natural, em gramas, para a transformação total da água em vapor a 100°C, com dissipação de 30% do calor para a atmosfera, vale, aproximadamente: a) 9,5 b) 52 c) 64 d) 68 e) 74 QV––– m Note e adote Calor específico sensível da água: 1,0cal/g°C Calor específico latente de vaporização da água: 540cal/g Calor de combustão do gás: 12000cal/g Densidade da água: 1,0g/cm3 C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 108 109FÍSICA Resolução = + 0,70 Qgás = Qágua + Qvaporização 0,70m . Qcombustão = (mcΔθ)água + (mL)vaporização 0,70.m.12000(cal/g)=(1000g).(1,0cal/g°C) (100°C – 20°C)+(1000g).(540cal/g) 8400m = 80000 + 540000 8400m = 620000 m = (g) m � 73,8g Resposta: E � Na natureza, a água, por meio de processos físicos, passa pelas fases líquida, gasosa e sólida perfazendo o ciclo hidrológico. A distribuição da água na Terra é condicionada por esse ciclo, e as mudanças na temperatura do planeta poderão influenciar as proporções de água nas diferentes fases desse ciclo. O diagrama a seguir mostra as trans - formações de fase pelas quais a água passa, ao ser aquecida com o fornecimento de energia a uma taxa constante. Considerando-se o diagrama de mudanças de fases da água e sa ben - do-se que os calores latentes de fusão e de vaporização da água valem, respectivamente, 80 cal/g e 540 cal/g, conclui-se que a) a temperatura da água permanece constante durante os processos de mudança de fase. b) a energia necessária para fundir 10 g de gelo é maior que a necessária para evaporar a mesma massa de água. c) a água, para mudar de fase, libera energia a uma taxa de 540 cal/g quando a temperatura aumenta de 0°C até 100°C. d) a temperatura da água varia proporcionalmente à energia que ela recebe, ou seja, 80 cal/g durante o processo de fusão. e) a temperatura da água varia durante o processo de vaporização porque ela está recebendo uma quantidade de energia constante. Resolução a) (V) Mantida a pressão constante, durante a mudança de estado (fusão e vaporização), a temperatura da água não se altera. b) (F) O calor latente específico de vaporização (540 cal/g) é maior que o de fusão (80 cal/g). c) (F) Durante a mudança de fase, a temperatura não se altera e a água recebe 540 cal/g para vaporizar. d) (F) Durante a fusão, a temperatura não se altera. e) (F) Durante a vaporização, a temperatura não se altera. Resposta: A 70% da queima da massa m de gás (12 000cal/g) Calor para aquecer 1,0� de água (1,0g/cm3 e 1,0cal/g°C) entre 20°C e 100°C Calor para vaporizar 1,0� de água a 100°C (540cal/g) 620000 –––––––– 8400 m � 74g Exercícios Propostos � (UDESC-MODELO ENEM) – Certa substância, cuja massa é 200g, inicial men te só li da à temperatura de –10°C, passa pelas trans for ma ções de fase mos tra das no gráfico abaixo. O calor específico sensível na fase sólida, o calor específico laten te de fusão e a tem peratura de vaporização dessa subs - tân cia são, respec tivamente: a) 0,5 cal/g°C; 10 cal/g; 5°C b) 0,5 cal/g°C; 10 cal/g; 35°C c) 1,0 cal/g°C; 10 cal/g; 35°C d) 1,0 cal/g°C; 10 cal/g; 5°C e) 1,0 cal/g°C; 5,0 cal/g; 35°C RESOLUÇÃO: 1) Calor específico sensível na fase sólida: Q = mcΔ� 1500 = 200 . cs . [5 –(–10)] 2) Calor específico latente de fusão: Q = mL (3500 – 1500) = 200 . LF cs = 0,5cal/g°C C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 109 110 FÍSICA 3) Temperatura de vaporização: A vaporização ocorre no segundo patamar, assim: Resposta: B � (FUVEST-MODELO ENEM) – Em uma panela aberta, aquece-se água, observando-se uma variação da temperatura da água com o tempo, como indica o gráfico. Desprezando-se a evaporação antes da fervura, em quanto tempo, a partir do começo da ebulição, toda a água ter-se-á esgotado? (Considere que o calor latente específico de vapori - zação da água é cerca de 540cal/g e o calor específico sensível dela é 1,0cal/g °C.) a) 18 minutos b) 27 minutos c) 36 minutos d) 45 minutos e) 54 minutos RESOLUÇÃO: Usando-se os dados do gráfico, pode-se calcular a po tên cia com que a água recebe calor da fonte térmica: Pot = = Pot = Pot = 10 m Quando se inicia a ebulição, até o esgotamento da água, tem-se: Pot �t = m Lv 10 m . �t = m . 540 Resposta: E LF = 10cal/g θV = 35°C Q ––– �t m c �� –––––––– �t m . 1,0 . (70 – 30) ––––––––––––––––– (5 – 1) �t = 54 min C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 110 � (VUNESP-MODELO ENEM) – A destilação fracionada é usada na separação de mis tu ras homogêneas quando os componentes da mistura são líquidos. Ela é baseada nos diferentes pontos de ebulição dos componentes da mistura. A técnica e a aparelhagem utilizada na destilação fracionada é a mesma utilizada na destilação simples, apenas deve ser colocado um termômetro no balão de destilação, para que se possa saber o término da destilação do líquido de menor ponto de ebulição, que ocorrerá quando a temperatura voltar a se elevar rapidamente. Considere o gráfico apresentado e a tabela que exibe o ponto de ebulição de algunscomponentes do petróleo. Se a temperatura do ponto de ebulição representado por 2 é de 20°C, o ponto de ebulição do querosene é representado pelo número: a) 3 b) 4 c) 5 d) 6 e) 7 RESOLUÇÃO: O patamar “2” corresponde ao gás. O patamar “4” corresponde à gasolina. O patamar “6” corresponde ao querosene. Resposta: D � (UFAM-MODELO ENEM) – Uma jovem colocou certa quantidade de água, inicialmente a 25°C, para ferver e preparar o café. Admitindo pressão normal, a água atingiu a temperatura de 100°C após 5 minutos. No entanto, a jovem esqueceu que colocou a água para ferver e ficou conversando com uma amiga ao telefone. Considerando que a intensi dade da chama se manteve constante desde que a água foi colocada para ferver, podemos afirmar que o tempo decorrido desde o instante no qual a água começou a ferver até ser totalmente vaporizada foi de a) 9 minutos. b) 15 minutos. c) 18 minutos. d) 25 minutos. e) 36 minutos. Utilize as constantes para a água: ρ =1,0g/cm3 c =1,0ca�/g°C Lvaporização = 540cal/g RESOLUÇÃO: = = = = 75Δt = 540 . 5 Δt = (min) Resposta: E Potência para vaporizar a massa de água num intervalo de tempo Δt a 100°C. Potência para aquecer a massa de água entre 25°C e 100°C em 5 minutos. Qvaporização ––––––––––– Δt Qsensível ––––––––– Δt’ m . LV –––––––– Δt mc �� ––––––– Δt’ 540 ––––– Δt 1,0 . (100 – 25) ––––––––––––––– 5 2700 –––––– 75 Δt = 36min Ponto de ebulição em °C Produto 20 Gás 120 Gasolina 170 Querosene 270 Diesel 340 Lubrificante 500 Óleo 600 Asfalto 111FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 111 1. A Física e o cotidiano O dinheiro sai como vapor Na panela de pressão, a pres são interna elevada pro - vo ca au men to do ponto de ebu li ção (120°C). Essa tempe ratura permanece constante e é pos sí vel dimi nuir a inten si dade da cha ma (eco no mia de gás). 2. A Física e o mundo O gelo que esquia A diminuição da temperatura de fusão do gelo com o au men to da pressão explica, por exemplo, o desloca men - to das geleiras nas regiões árticas: o gelo acumula-se até gran des alturas, aumentando consideravelmente a pres - são na parte inferior; este aumento de pressão provoca a fusão do gelo aí existente e o consequente deslizamento da geleira. 3. A Física e o laboratório Enche-se uma seringa com pequena quantidade de água destilada a uma temperatura um pou co abaixo da tempe ra tura de ebulição. Fe chan do-se o bico, como mostra a figura A, e puxando rapidamente o êmbolo, verifica-se que a água entra em ebulição durante alguns instantes (veja figura B). Pode mos expli car esse fenô me no consi de rando que, com a diminuição da pressão, a tem peratura de ebulição da água fica menor do que a temperatura da água na seringa. 112 FÍSICA 1 2 Mudanças de estado IV – Balanço energético Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Além de cozinhar em tempo menor por aumento da temperatura, que procedimento adicional podemos adotar para economizar mais gás com a panela de pressão? Que fato explica o deslocamento das geleiras? É possível ferver a água abaixo de 100°C? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 112 113FÍSICA 4. A Física e a evolução de seus conceitos O diagrama de fases e a curva de aquecimento O comportamento térmico das substâncias é funda mental para uma avaliação sobre o seu uso seguro em diversas condições de pressão e temperatura. � O diagrama de fases do chumbo abaixo apresenta as condições de pressão e temperatura numa central de fundição desse metal. A massa de carvão mineral em queima total, em kg, necessária e suficiente para fundir cada tonelada de chumbo, inicialmente a 30°C, em 10 minutos e a potência útil da fornalha, em watts (W), valem, respectivamente: a) 2,0 e 2400 b) 2,0 e 24 c) 0,75 e 96 d) 0,75 e 2400 e) 2,0 e 96 000 Resolução I) Calor para fundir o chumbo a 330°C (m = 1,0t = 1000kg): Q = Qsólido + Qfusão Q = (mc Δθ)sólido + (mL)fusão Q = 1000 . 0,030 (330 – 30) + 1000 . 5,4 (kcal) Q = 9000 + 5400 (kcal) II) Massa de carvão mineral: 7200kcal –––––––––– 1,0kg 14400kcal –––––––––– m 7200m = 14400 III) Potência da fornalha (Δt = 10min = 600s): Pot = = = 24 = 96 = 96kW Resposta: E Note e adote Calor de combustão do carvão mineral: 7200kcal/kg Calor específico sensível do chumbo sólido: 0,030cal/g°C Calor específico de fusão do chumbo: 5,4cal/g Equivalente mecânico do calor: 1,0cal = 4,0J Q = 14400kcal m = 2,0kg kJ –––– s kcal –––– s 14400kcal ––––––––– 600s Q ––– Δt Pot = 96 000W O diagrama de fases representa as transfor mações físicas que uma substân cia pode sofrer, quantificando as pressões e as tempe raturas em que ocorrem. A partir do diagrama de fases, pode mos determinar os calores especí - ficos sensíveis em cada estado (c), os latentes (L) das mudanças de um para outro estado e as curvas de aqueci mento para cada pressão. Exercícios Resolvidos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 113 114 FÍSICA � Um pasteleiro de feira percebeu empiricamente que um pastel de carne não frito a 10°C fica crocante e seco, quando, ao ser mergulhado em óleo a 175°C, ocorre a vaporização de 5,0g de água da carne a 100°C. As curvas de aquecimento a seguir descrevem a situação. A capacidade térmica do pastel vale 100cal/°C. O volume de óleo, em mililitros (m�), utilizado pelo feirante para fritar cada pastel, é igual a: a) 200 b) 208 c) 260 d) 325 e) 400 Resolução No equilíbrio térmico, a soma dos calores trocados é nula: Qóleo + Qpastel + Qvaporização = 0 (mc Δθ)óleo + (C Δθ)pastel + (mL)vaporização = 0 m . 0,60 (100 – 175) + 100 . (100 – 10) + 5,0 . 540 = 0 –45m + 9000 + 2700 = 0 45m = 11700 Volume de óleo: d = ⇒ V = ⇒ Resposta: D 175ºC 100ºC 10ºC Tempo Pastel não frito Pastel Vaporização da água da carne Pastel Vapor-d'água Óleo Óleo Temperatura Água Note e adote Calor específico sensível do óleo de fritura: 0,60cal/g°C Densidade do óleo: 0,80g/m� Calor específico latente de vaporização da água: 540cal/g As trocas de calor ocorrem, apenas, entre o óleo e o pastel. m = 260g V = 325m� 260g –––––––––– 0,80g/m� m ––– V Exercícios Propostos � (FUVEST-SP-MODELO ENEM) – Dispõe-se de água a 80°C e gelo a 0°C. Deseja-se obter 100 gramas de água a uma temperatura de 40°C (após o equilíbrio), mis turando água e gelo em um recipiente isolante e com capacidade térmica desprezível. Sabe-se que o calor específico latente de fusão do gelo é 80cal/g e o calor espe cífico sensí vel da água é 1,0cal/g°C. A massa de gelo a ser utilizada é: a) 5,0g b) 12,5g c) 25g d) 33g e) 50g RESOLUÇÃO: mágua = 100 – mgelo Qfusão + Qágua do gelo + Qágua = 0 (mLF)gelo + (mcΔθ)água do gelo + (mcΔθ)água = 0 mgelo . 80 + mgelo . 1 (40 – 0) + (100 – mgelo) . 1 (40 – 80) = 0 80 mgelo + 40mgelo – 4000 + 40 mgelo = 0 160mgelo = 4000 mgelo = 25g Resposta: C C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 114 115FÍSICA � (MODELO ENEM) – Um bloco de chumbo de massa 3500g a 90°C é colocado no interior de um calorímetro com 30g de gelo a –20°C. Depois de um certo tempo, ocorre o equilíbrio térmico a uma tem pe ra tura �, de acordo com o gráfico abaixo. A temperatura de equilíbrio �, em °C, vale: a) 40°C b) 45°C c) 50°C d) 55°C e) 60°C RESOLUÇÃO: Qgelo + Qfusão + Qágua + Qchumbo = 0 (m c Δ�)gelo + (m L)fusão + (m cΔ�)água + (m c Δ�)chumbo = 0 30 . 0,50 [0 – (–20)] + 30 . 80 + 30 . 1,0 (� – 0) + 3500 . 0,030 (� – 90) = 0 15 . 20+ 2400 + 30� + 105� – 9450 = 0 300+ 2400 + 135� – 9450 = 0 135� = 6750 Resposta: C � (VUNESP-USCS-MODELO ENEM) – Para manter a água fresca por mais tempo, um squeeze possui um recipiente cilíndrico interno aberto em seu topo, no interior do qual é colocada água filtrada que é levada ao congelamento. Para utilizá-lo, basta acres cen tar água filtrada até preencher a capacidade total do squeeze e, por fim, aguardar o equilíbrio térmico. Dados: – Massa de gelo = 200g – Massa de água = 800g – Calor específico sensível da água = 1,0 cal/(g.°C) – Calor latente específico de fusão do gelo = 80 cal/g – Pressão ambiente = 1,0 atm Se, no interior do recipiente cilíndrico, o gelo encontra-se a 0°C no momento em que foi acrescentada água à temperatura de 20°C, e admitindo-se que o corpo do squeeze seja um exce - lente isolante térmico, a temperatura do equilíbrio térmico se dará a: a) 0°C, havendo ainda 20g de gelo. b) 0°C, havendo ainda 180g de gelo. c) 8°C, não havendo mais gelo. d) 0°C, não havendo mais gelo. e) 5°C, não havendo mais gelo. RESOLUÇÃO: I. Calor cedido pela água para fundir todo o gelo: Q = mgLf = 200 . 80 cal = 16000 cal II. Temperatura final da água para fundir todo o gelo: Q = mc�� 16000 = 800 . 1,0 ���� ���� = 20°C e �� = – 20°C Como a água estava a 20°C, a sua temperatura final será de 0°C. Resposta: D Note e adote Calor específico sensível do gelo: 0,50kcal/kg°C Calor específico latente de fusão do gelo: 80cal/g Calor específico sensível da água: 1,0cal/g°C Calor específico sensível do chumbo: 0,030cal/g°C � = 50°C C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 115 116 FÍSICA � (MACKENZIE) – O gráfico abaixo mostra a variação da quan tidade de calor (Q) com a temperatura (θ) de um cubo de gelo de massa m, inicialmente a 0,00°C. Determine a) a massa de gelo; b) a quantidade de calor (Q), em kcal, para aquecer a água entre 0°C e 25,0°C; c) a quantidade de calor (Q), em kcal, necessária para que toda massa m se transforme em água a 25,0°C. RESOLUÇÃO: a) Cálculo da massa de gelo: Qf = mLf 800 = m . 80,0 ⇒ b) Cálculo do calor sensível: QS = mcΔθ QS = 10,0 . 1,00 . 25,0 (cal) QS = 250 cal c) O calor total Q é dado por: Q = QL + QS Q = 800 cal + 250 cal Q = 1050cal Respostas: a) m = 10,0g b) QS = 0,250 kcal c) Q = 1,05 kcal Note e adote Calor específico latente de fusão do gelo L = 80,0 cal/g Calor específico sensível da água c = 1,00 cal/g.°C m = 10,0g QS = 0,250 kcal Q = 1,05 kcal C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 116 1. A Física e o cotidiano Sensações térmicas diferentes para corpos com temperaturas iguais O alumínio da lata é melhor condutor de calor que o vidro; ao pegar mos uma lata, temos a sen sação de que está mais fria do que o vidro, pois a taxa de transferência de calor de nossa mão para a lata é maior do que para a garrafa. 117FÍSICA 1 3 Palavras-chave: Condução de calor • Fluxo de calor • Lei de Fourier • = Q ––– Δt CSΔθ –––––– L Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. A transmissão de calor envolve neces sariamente o contato físico dos corpos? Como se explica que os esquimós constroem suas casas com gelo (iglus) para se protegerem do intenso frio da região ártica? Uma garrafa e uma lata de refrige ran te perma necem durante um certo tem po no “freezer” pa ra entrarem em equilíbrio térmico a –4°C. Entre tan to, ao retirarmos os dois recipi en tes da gela deira, temos a impres são de que a lata está mais fria que a garrafa. Qual é a explicação? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 117 2. A Física e o mundo As quentes paredes de gelo O gelo apresenta um coeficiente de con dutividade térmica se melhante ao do con creto (2,2 . 10–3cal/s.m°C) e po de ser consi derado um iso lan te térmico. Desse modo, o calor produzido no inte rior dos iglus, liberado pela quei ma de combustíveis ou nos processos de res pi ração e transpiração de seus mora do res, fica ali retido, elevando a tempe ra tu ra em seu interior, enquanto a tem peratura externa é da ordem de –50°C no inverno. 3. A Física e o laboratório Tabela de condutibilidade térmica 4. A Física e a evolução de seus conceitos Introdução Transmissão de calor é a de nominação dada à passa - gem da ener gia térmica de um corpo para ou tro ou de uma parte para outra de um mes mo corpo. Essa transmissão pode processar-se de três maneiras dife ren tes, que são denominadas: con du ção, convecção e radiação. Condução É o processo de transmis são de calor em que a energia térmica passa de um local pa ra outro através das partí culas do meio que os separa. Como exemplo de condução de calor, podemos citar o aquecimento da água existente em uma panela de alumínio colocada sobre a chama de um fogão. A energia térmica, para atingir a água, deve atra ves - sar uma placa de alu mínio, passando de partícula para partícula desse material. Notemos que, se não existissem as partículas cons - tituintes da placa, não haveria condução de calor. Dessa forma, a condução de ca lor é um processo que exige a pre sen ça de meio ma - terial e que, portanto, não ocorre no vácuo. Sendo o me tal bom con dutor de ca lor, ha ve rá um fluxo de energia tér mica no sentido de B para A, atingindo a mão da pessoa. Consideremos dois meios, (1) e (2), em tem pera - turas diferentes, θ1 e θ2 (θ1 < θ2), separados por uma pla - ca metálica de área S e espessura L. Substância Condutibilidade Térmica cal�––––––––� s.cm.°C Ar seco 3,5.10–5 Lã de vidro 1,0.10–4 Seda 2,2.10–4 Hidrogênio 4,4.10–4 Água 1,4.10–3 Gelo 2,2.10–3 Mercúrio (líquido) 2,1.10–2 Alumínio 4,9.10–1 Prata 9,7.10–1 118 FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 118 Verifica-se que há uma pas sa gem de calor de (2) para (1). Define-se fluxo de calor (Φ) através da placa como sendo o quociente da quanti da de de calor que a atravessa pelo tempo gasto para atravessá-la. Portanto, o fluxo de calor re pre sen ta a quantidade de calor que atra ves sa a placa na unidade de tempo. Atingido o regime estacionário de escoamento de calor através da chapa metálica, verifica-se, experi men tal men te, que o fluxo de calor Φ é propor cional à área S da placa, à di - ferença de tem peratura Δθ entre os meios (1) e (2) que ela separa, e é inversamente pro por cional à espes su ra L da placa, po dendo ser escrita a relação: em que C é uma constante de pro porcionalidade carac - terística do ma terial que constitui a placa, chamada coeficiente de condutibilidade térmica. Notemos que, para S, Δθ e L iguais, quanto maior for C, maior será o fluxo de calor. Portanto: – se o C de um material é gran de, diremos que este material é bom condutor de calor. Exemplo: os metais de um mo do geral. – se o C de um material é pe queno, diremos que este material é mau condutor de calor. Se o material é péssimo con du tor, costuma-se dizer que é um iso lante tér mi co. O calor propaga-se atra vés da pa rede do forno de uma pizzaria. Como exemplo de iso lantes tér micos, po de mos ci - tar: isopor, cor ti ça, por celana, bor ra cha, madeira, mica e os ga ses de um modo geral. Regime estacionário Ao longo da espessura L da placa, cada seção trans - versal da placa estabiliza sua temperatura. O matemático e físico francês Jean Baptiste Joseph Fourier (1768-1830) estudou a con du ção do calor através de sólidos e publicou, em 1822, a teoria analítica do calor, criando uma lei que levouo seu nome — Lei de Fourier. RESUMO DA CONDUÇÃO DE CALOR Energia passa de partícula a partícula (não ocorre no vácuo) Q CSΔθ Fluxo de calor Φ = –––––––– = –––––– tempo L C = coeficiente de condutibilidade térmica Cgrande = bom condutor (metais) Cpequeno = mau condutor (isolantes) Q C S Δ� � = –––––––– = ––––––––– tempo L 119FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 119 120 FÍSICA � (MODELO ENEM) – Considere as seguintes informações verda - deiras sobre a condução térmica: I. O calor Q que atravessa, num intervalo de tempo �t, uma parede feita de material de condutividade térmica C, de área A, espessura L e submetida a uma diferença de temperatura �� entre suas faces, define o fluxo � da seguinte maneira: (Lei de Fourier) II. As sensações térmicas diferentes, ao tocarmos objetos à mesma temperatura, são provocadas pela condutividade térmica das substâncias que os constituem, que podem retirar o calor, com maior ou menor velocidade de nossa pele. Com base nesses fatos, assinale a alternativa correta: a) Uma lata de alumínio e uma garafa de vidro de suco natural, ambos a 0°C, parecem ter temperaturas diferentes ao serem tocadas pelas mãos de uma pessoa porque o calor específico sensível do vidro é maior que o do alumínio. b) Se dobrarmos a espessura de uma parede, o fluxo de calor através dela aumenta duas vezes, mantendo os outros parâmetros condicionantes do fenômeno inalterados. c) O fluxo de calor apresenta as mesmas unidades de potência no sistema internacional (SI). d) O vácuo entre as paredes espelhadas das garrafas térmicas não impede a condução de calor. e) Uma viga de concreto de uma ponte de 10 toneladas a 20°C transfere calor para um pilar de concreto de 5,0 toneladas a 20°C, gerando risco de trincas por dilatação térmica. Resolução a) Falsa. As sensações térmicas são produzidas por condutividades térmicas dife ren tes (Calumínio = 490 . 10 –3cal/s cm°C é maior que Cvidro = 2,5 . 10 –3cal/s cm°C). Além disso, o calor específico sen - sível do vidro (0,20cal/g°C) é menor que o do alumínio (0,21cal/g°C). b) Falsa. � = e �’ = ⇒ �’ = (o fluxo fica reduzido pela metade) c) Verdadeira. O fluxo de calor pode ser medido em watts , que é a unidade de potência no SI. d) Falsa. A condução de calor não ocorre no vácuo. e) Falsa. A viga e o pilar estão em equilíbrio térmico a 20°C e não ocorre transferência de calor entre elas nem risco de trincos por dilatação. Resposta: C � (MODELO ENEM) – O fluxo de calor ou corrente térmica (Φ) através de uma placa condutora é de terminada pela ex pres são Φ = em que: C: coeficiente de con dutibilidade tér mica S: área de secção transversal da placa L: espessura da placa Δθ: diferença entre as tem pera turas das faces da pla ca. Determine a) o fluxo de calor em uma placa de área de secção transversal igual a 1,0m2 e 8,0cm de espessura, quando a diferença de temperatura entre as faces opostas é 100°C; �Considere C = 20 . 10–2 � b) o fluxo de calor através da placa se reduzirmos pela metade a sua espessura. Resolução a) Φ = = (cal/s) ⇒ b) Φ‘ = = (cal/s) � (UFBA-MODELO ENEM) – Ao en costar mos a mão em uma peça de cobre maciça e em seguida em um objeto de ma dei ra, ambos à mesma temperatura ambiente, te mos a sen sa ção de que o cobre está mais frio, porque a) a capacidade térmica da madeira é maior que a do cobre. b) o calor específico do cobre é menor que o da ma dei ra. c) a condutibilidade térmica do cobre é maior que a da ma deira. d) a irradiação de calor da mão em contato com o co bre é me nor do que quando em contato com a ma deira. e) a convecção no cobre é superior à obser vada na madeira. Resolução O corpo humano é mais sensível às variações de tem pe rat uras, na pe - le, provocadas pelas diferentes condutividades térmicas dos ma teriais tocados, os quais impõem velocidades di fe rentes para as trocas de calor. Resposta: C Q C A �� � = –––– = –––––––– �t L C S Δθ ––––––– 2L C S Δθ –––––– L � –– 2 �joules–––––––––segundo� C . S . Δθ ––––––––– L cal ––––––– s m°C 20 . 10–2 . 1 . 100 ––––––––––––––––– 8,0 . 10–2 C S Δθ –––––––– L Φ = 250cal/s 20 . 10–2 . 1 . 100 ––––––––––––––––– 4,0 . 10–2 C S Δθ ––––––– L ––– 2 Φ’ = 500cal/s Exercícios Resolvidos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 120 � (VUNESP-FMJ-MODELO ENEM) – A tabela informa o valor da condu ti bi li dade térmica de alguns materiais. De acordo com a tabela, o material que melhor evita a condução de calor é a) o alumínio. b) o ar. c) a madeira. d) o ferro. e) o cobre. RESOLUÇÃO: O material que melhor evita a condução de calor é aquele que tem menor condutividade térmica: o ar. Resposta: B � (UFPB-MODELO ENEM) – O matemático e físico francês Jean Baptiste Joseph Fourier (1768- 1830) estudou a con du ção do calor através de sólidos e publicou, em 1822, a teoria analítica do calor, criando uma lei que levou o seu nome — Lei de Fourier. Observe a seguir uma aplicação desta teoria. Um fogão de co zinha elétrico possui entre as paredes do seu forno um isolante constituído por uma camada de fibra de vidro com área total de 1,40m2 e espessura de 4,0cm. Ao ligar o forno deste fogão, após um certo tempo, a superfície interna da fibra de vidro alcança uma tem pera tura de 175°C e sua su perfície externa encontra-se a uma temperatura de 35°C. Consi de rando-se que a con duti vi - dade tér mi ca da fibra de vidro é igual a 0,04W/m°C, a taxa de transferência de calor atra vés do isolante, em W, vale: a) 196 b) 294 c) 130 d) 150 e) 175 RESOLUÇÃO: Equação de Fourier Φ = = A taxa de transferência de calor, em W, é determinada por: Φ = (W) Resposta: A Material Condutibilidade térmica (W/m . K) Cobre 398 Alumínio 237 Ferro 80,3 Vidro 0,86 Madeira 0,14 Ar 0,026 C S Δθ –––––– e Q ––– Δt Φ = 196W 0,040 . 1,40 . (175 – 35) –––––––––––––––––––––– 4,0 . 10–2 121FÍSICA Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 121 � (MODELO ENEM) – Observe a tirinha a seguir. (Disponível em: <http://seguindocurso.wordpress.com>. Acesso em: 28 jul. 2010.) A tirinha faz referência a uma propriedade de uma grandeza física, em que a função do jornal utilizado pelo homem é a de a) absorver a umidade que dissipa calor. b) impedir que o frio do ambiente penetre. c) manter concentrado o calor do homem. d) restringir a perda de calor para o ambiente. e) bloquear o vento que sopra trazendo frio. RESOLUÇÃO: O papel de jornal é mau condutor de calor e evita a transmissão de calor do corpo do homem para o ambiente, que está em temperatura menor que a do corpo humano. Resposta: D � (UERN-MODELO ENEM) – Num dia muito frio em Cam - pina Grande, um garoto chamado Pedro, com o intuito de minimizar o frio, fez a seguinte proposta a seu pai: – Pai, hoje tá muito “frio”! Pega o cobertor de lã e vem pra cama comigo. O pai disse: – Não precisa de cobertor de lã. O lençol de algodão, por ser fininho, será melhor para nos aquecer. A mãe de Pedro participa da conversa e retruca: – Que história é essa? O cobertor de lã é um excelente condutor tér mico, e impedirá que o calor se propague para o meio. De repente, chega o irmão de Pedro, que fala: – Nada disso! O cobertor de lã é um isolante térmico, por isso ele é mais apropriado que o lençol de algodão. Por fim, Pedro conclui: – Não importa, gente, venham todos pra cá me aquecer, que está frio. Com base no diálogo dessa família, está(ão) correto(a)(s): a) Somente a mãe de Pedro. b) Pedro e sua mãe. c) Pedro e seu pai. d) Pedro e seu irmão. e) Somente o pai de Pedro. RESOLUÇÃO: O cobertor é isolante térmico, e a energia térmica irradiada pelo corpo humano aquece o ar entre a cama e o cobertor. Resposta: D 122 FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04Página 122 1. A Física e o cotidiano Convecção Suponha uma sala em que se ligue um aquecedor elétrico em sua parte inferior. O ar em torno do aquecedor aque ce-se, tornando-se menos denso que o restante. Com isso, ele sobe e o ar frio desce, havendo uma troca de po sição do ar quente que sobe com o ar frio que desce. A este movimento de massas de fluido chamamos con vec ção e as correntes de ar forma das são correntes de convec ção. Dessa forma, podemos dizer que convecção são movimentos de mas sas fluidas (líquidos, gases e va pores) que trocam de posição. No temos que a convecção não pode ocorrer no vácuo nem nos sólidos. A convecção pode ser natu ral, quando é ocasionada por di fe rença de densidade (devido à dife rença de tem peratura) entre as mas sas de flui do, ou forçada, quando é ocasio nada por bombas ou ventila dores. 123FÍSICA 1 4 Palavras-chave: Convecção térmica • Fluidos • Correntes Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Por que o ar-condicionado deve ser instalado no teto? Por que a temperatura média do Hemisfério Sul da Terra é mais alta que a do Norte? Qual é o sentido das brisas litorâneas durante o dia? Qual é o papel da gravidade na movimentação das correntes marítimas? O aparelho de ar-condicionado deve ser colocado na parte superior da parede da sala. No inverno, o ar aquecido pelo aque ce dor elétrico deve ser produzido na parte inferior da sala. Geladeira doméstica Nas geladeiras domésticas, o con ge lador está sempre colocado na par te superior para que, pela con vecção do ar, produza o res fria mento dos alimentos. O ar “quen te” que está próximo dos ali mentos so be, sen do res friado pelo conge lador e, agora, o ar “frio” des ce para retirar ener gia tér mi ca dos alimentos, res frian do-os. Pa ra que a con vec ção do ar pos sa ocor rer, as prate leiras são gra des vaza das. A do na de casa não de ve co brir essas pra te lei ras para não preju - dicar a con vec ção do ar no in terior da gela dei ra. As geladeiras modernas apresentam prateleiras de vidro temperado ou de acrílico e contam com tubos de convecção forçada por ventilador na parede traseira interna da geladeira. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 123 124 FÍSICA Nas gela dei ras domésti cas, os ali men tos são resfriados pe lo ar frio que desce de vi - do à con vec ção. As prateleiras são fei tas como gra des (e não intei - riças) para per mitir a con - vec ção de ar den tro da gela - dei ra. Nas geladeiras com prateleiras inteiriças de vidro ou acrílico, du tos de ar frio e ventoinhas forçam a convecção interna. 2. A Física e o mundo Física e previsão do tempo O estudo do clima e as con se quentes pre visões me teo - roló gi cas sempre foram um dos proble mas mais com plexos já en ca ra dos pelo ser hu mano. O movi men to dos ven tos e as corren tes marí ti mas são fe nô menos de ex tre ma influên - cia na carac te ri zação do tempo. Tais mo vi mentos são bas - tan te complicados por re ce berem in fluên cias de diferentes ori gens: o mo vi men to de rotação da Ter ra, a inte ração gra - vita cional da Terra com o Sol e com a Lua, o en con tro das mas sas de ar e água com os con ti nen tes e tam bém as dife - ren ças de tem pe ratura en tre os diversos pontos do pla neta. O ar aquecido próximo do Equador aca ba por se expan - dir (zonas de baixa pres são) rumo às regiões polares (zo nas de al ta pressão), o que influen cia gran de men te o mo vi - mento das mas sas atmos fé ri cas ao redor do globo. Nes se movi men to, o ar “arrasta” as ca ma das su per ficiais da água nos ocea nos, con tri buindo para a forma ção das cor rentes marítimas. Note na figura co mo as mas sas de água aque cidas fluem do Equa dor rumo aos polos, “em pur ran do” as mas - sas frias em sentido opos to. Brisas litorâneas DURANTE O DIA: o ar pró ximo da areia fica mais quente que o res tante e so be, dan do lugar a uma cor ren - te de ar da água para a terra. É o vento que, du rante o dia, sopra do mar para a terra. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 124 125FÍSICA DURANTE A NOITE: o ar pró ximo da super fície da água se resfria me nos. Com isso ele fica mais quente que o restante e sobe, dan do lugar a uma cor rente de ar da terra para a água. É o ven to que, durante a noite, sopra da terra para o mar. 3. A Física e o laboratório Verificação experimental da convecção térmica Jogue um pouquinho de pó de café em água fer ven - te e perceba a movimentação das partículas nas cor - rentes de convecção. Essas correntes são produzidas pela diferença das den sidades das massas fria e quente num campo gra - vitacional. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Convecção O calor é trans mi tido pela subi da de uma massa com temperatura mais elevada e a des cida de outra mas sa, mais fria, por diferen ça de den si dades entre elas. Ocorre em: Formação de ventos, brisas, furacões e mo vi men - tação de massas quentes e frias da atmosfera. Subida da fumaça nas chaminés. Movimentação de massas líquidas sob aqueci men - to. Posicionamento de aparelhos de ar refri gera do na parte superior das paredes. Posicionamento de aquecedores no chão. Meios fluidos (lí qui dos e gases) em campos gra vitacionais As trocas térmicas e o equilíbrio térmico depois de um tempo necessário, no interior da geladeira, ocorrem por convecção do ar. Por que a convecção não ocorre num ambiente de gravidade nula? Exercícios Resolvidos � (UFMG-MODELO ENEM) – Atu al men te, a energia solar está sen - do muito utilizada em sistemas de aquecimento de água. Nesses sistemas, a água circula entre um reservatório e um coletor de energia solar. Para o perfeito funcio namento desses sistemas, o reservatório deve estar em um nível superior ao do coletor, como mostrado nesta figura: C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 125 126 FÍSICA � (UFRJ) – A transmissão do calor de um ponto para ou tro, graças ao deslocamento do próprio material aquecido, é um fenômeno de a) irradiação. b) condução. c) emissão. d) convecção. e) radiação. RESOLUÇÃO: A convecção é a transmissão de calor que ocorre com a movi - mentação de fluidos, por diferença de densidades em campos gravitacionais. Resposta: D � (FUVEST-SP-MODELO ENEM) – Nas geladeiras, o con - gelador fica sem pre na parte de cima para a) manter a parte de baixo mais fria que o con ge la dor. b) manter a parte de baixo mais quente que o con ge lador. c) que o calor vá para o congelador, por convecção. d) ace lerar a produção de cubos de gelo. e) que o frio vá para o congelador. RESOLUÇÃO: O congelador na parte de cima facilita a convecção de massas de ar no interior da geladeira. Há refrigeradores modernos com o congelador na parte inferior que utilizam a convecção forçada por ventoinhas e tubulações. Resposta: C No coletor, a água cir cula atra vés de dois canos ho rizon tais liga dos por vários canos ver ticais. A água fria sai do re serva tório, entra no cole tor, on de é aque cida, e retor na ao re servatório por con vecção. Nas quatro alternativas, estão representadas algumas formas de se conectar o reservatório ao coletor. As setas indicam o sen tido de circulação da água. Assinale a alternativa em que estão corretamente re presen tados o sentido da circulação da água e a forma mais eficiente para se aquecer toda a água do reservatório. Resolução: A água quente sobe (é menos densa) e a água fria desce (é mais densa). A convecção ocorre devido ao campo gravi tacional da Terra. Resposta: D � (MODELO ENEM) – A formação dos ventos, a subida da fumaça pelas chaminés, a movimentação de massaslíquidas sob aqueci - mento, o posicio namento dos aparelhos de ar-refrigerado na parte superior das paredes e dos aquecedores no chão são exemplos de aplicação do conceito de convecção térmica. É correto afirmar: a) Durante o dia, a areia da praia fica mais quente que a água do mar e a brisa litorânea tem sentido da praia para o oceano. b) A subida do ar frio e da fuligem na chaminé permite a entrada do ar mais quente e rico em oxigênio, para alimentar a combustão da lenha da lareira. c) As correntes de convecção na água ocorreriam num ambiente de gravidade nula, pois a água quente é mais densa que a fria. d) Se o aparelho de ar-refrigerado fosse colocado na parte inferior da parede, o principal processo de resfriamento do ar seria a irradiação. e) Se um aquecedor elétrico de resistor incandescente fosse colocado no teto, poderíamos estimar sua temperatura por radiação térmica, aproximando a mão do aparelho. Resolução a) Falsa. A brisa litorânea diurna tem sentido do oceano para a praia. b) Falsa. O ar quente é que sobe com a fuligem. c) Falsa. Em campo gravitacional nulo, não ocorrem as correntes de con - vecção. Além disso, a água quente é menos densa que a fria. d) Falsa. Sem as correntes de convecção, o calor flui do ambiente de temperatura mais elevada para a região de temperatura menor ao redor do aparelho por condução do teto para o chão. e) Verdadeira. O resistor incandescente emite ondas de infravermelho que sensibilizam a mão e permitem uma estimativa grosseira da tem - peratura do aquecedor. Resposta: E Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 126 127FÍSICA � (PUC-RS-MODELO ENEM) – Numa cozinha, é fácil cons - tatar que a temperatura é mais elevada próximo ao teto do que próximo ao chão, quando há fogo no fogão. Isso é devido ao fato de o a) calor não se propagar para baixo. b) calor não se propagar horizontalmente. c) ar quente subir, por ser menos denso do que o ar frio. d) ar quente subir, por ser mais denso do que o ar frio. e) ar frio descer, por ser menos denso do que o ar quente. RESOLUÇÃO: O ar aquecido pelo fogo e pela irradiação das panelas é me nos denso do que o ar frio. Assim, o ar quente sobe, ficando próximo do teto. Resposta: C � (FAZ-UBERABA-MG-MODELO ENEM) – Algumas pes - soas usam toalhas plásticas para forrar as prateleiras das suas geladeiras. Este procedimento a) melhora a conservação dos alimentos, pois au men ta o isolamento térmico das geladeiras. b) aumenta o consumo de energia da geladeira, pois reduz o flu xo do ar interno. c) reduz o consumo de energia da geladeira, pois o motor não precisa ficar ligado o tempo todo. d) melhora o desempenho da geladeira, pois reduz as perdas de calor por convecção. e) não interfere no funcionamento da geladeira, des de que a placa de resfriamento não seja coberta. RESOLUÇÃO: As toalhas plásticas dificultam a formação de correntes de con - vec ção no interior da geladeira. Resposta: B � Numa área de praia, a brisa marítima é uma conse quência da diferença no tempo de aquecimento do solo e da água, apesar de ambos estarem subme tidos às mesmas condições de irradiação solar. No local (solo) que se aquece mais rapidamente, o ar fica mais quente e sobe, deixando uma área de baixa pressão, provocando o deslocamento do ar da superfície que está mais fria (mar). À noite, ocorre um processo inverso ao que se verifica durante o dia. Como a água leva mais tempo para esquentar (de dia), mas também leva mais tempo para esfriar (à noite), o fenômeno no - tur no (brisa terrestre) pode ser explicado da seguinte maneira: a) O ar que está sobre a água se aquece mais; ao subir, deixa uma área de baixa pressão, causando um deslocamento de ar do continente para o mar. b) O ar mais quente desce e se desloca do continente para a água, a qual não conseguiu reter calor durante o dia. c) O ar que está sobre o mar se esfria e dissolve-se na água; forma-se, assim, um centro de baixa pressão, que atrai o ar quente do continente. d) O ar que está sobre a água se esfria, criando um centro de alta pressão que atrai massas de ar continental. e) O ar sobre o solo, mais quente, é deslocado para o mar, equilibrando a baixa temperatura do ar que está sobre o mar. RESOLUÇÃO: Durante a noite, a água mantém-se aquecida pelo calor recebido duran te o dia; o ar aquecido sobe, formando uma zona de baixa pressão. Ao mesmo tempo, em terra, o rápido esfriamento da superfície forma uma zona de alta pressão e o ar continental começa, então, a se deslocar para o mar para cobrir a diferença de pressão, formando a brisa terrestre. Resposta: A C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 127 � (UEL-PR-MODELO ENEM) – O fenômeno da inversão tér - mi ca, quan do ocor re em grandes cidades, agrava o pro ble ma da poluição atmos férica. Principalmente no in ver no, quando ocorre a dimi nuição da incidência de radia ção solar sobre a superfície, o ar adja cen te ao solo pode não ser suficientemente aquecido, tor nan do-se mais frio que a camada imediatamente supe rior, pro vocando assim a inversão térmica. Com a ausên - cia de movi men tos verticais do ar, os poluentes ficam re tidos na baixa atmosfera. Sobre a inversão térmica, assinale a alternativa cor reta. a) O ar frio livre de poluentes se eleva naturalmente na atmos - fera, evitando a ocorrência do fenômeno da inversão tér mica. b) A mistura vertical de ar, durante a inversão tér mica, ocorre por meio do movimento descendente do ar quente. c) A dispersão dos poluentes na atmosfera ocorre du rante a in - ver são térmica porque o ar quente é mais denso que o ar frio. d) A inversão térmica ocorre porque, durante o in verno, a energia solar aquece apenas a alta at mos fera. e) A inversão térmica ocorre em virtude da insufi ciência de radiação solar na superfície terrestre de determinada região e consequente ausência de con vecção térmica. RESOLUÇÃO: A inversão térmica é típica do inverno. Nas grandes cidades, os gases emitidos ficam retidos próximo à superfície pelo fa to de não ocorrer a convecção térmica, já que o ar e os gases estão mais frios do que as camadas superiores da atmosfera. Resposta: E � (UNISA-SP-MODELO ENEM) – Uma panela com água está sendo aquecida num fogão. O calor das chamas se trans mi te através da parede do fundo da panela para a água que está em contato com essa pa re de e daí pa ra o restante da água. Na ordem desta des crição, o calor se transmitiu predomi nante men te por a) radiação e convecção. b) radiação e condução. c) convecção e radiação. d) condução e convecção. e) condução e radiação. RESOLUÇÃO: O calor flui através da parede do fundo da panela por condução e, ao aquecer a água dessa região, promove a diferença de densi - dades, na massa líquida, necessária para a convecção. Resposta: D 128 FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 128 129FÍSICA 1. A Física e o cotidiano A mão abaixo da pa - ne la não é aque cida por con du ção nem por con vec ção. A radiação de infra ver melho emi - tida pela pa nela faz os nú cleos dos áto mos da mão oscilarem para aque cê-la. 2. A Física e o mundo Como exemplo de radiação, pode mos citar a energia solar que recebemos diariamente, a energia emiti da por uma lareira que nos aquece no inverno, a energia emitida por uma lâm pada de filamento, cujo efeito sen timos eficazmente quando dela nos aproxi ma mos, e outros. Toda energia radiante, trans - por ta da por ondas de rádio, raios infra ver melhos, raios ul - travioleta, luz vi sível, raios X, raios γ etc., pode con verter-se em energia térmica por ab - sorção. Entretanto, só as radia ções infraver melhas são cha madas de ondas de calor ou radiações calo ríficas. A energia térmica vem do Sol por meio de ondas eletromag néticas. 3. A Física e o laboratório Transferência de calor por radiação Um objeto à temperatura ambiente emite radiação – é a radiação infravermelha. Um objeto quente, como umalâmpada, emite grande quantidade de radiação infravermelha. Esta radiação pode aquecer outros ob - jetos. Os objetos quentes esfriam-se à medida que emi - tem energia radiante. O bombeiro da foto está usan do um traje forrado com mate rial mau con - dutor de ca lor (asbesto ou lã de vidro, por exem plo). A cobertura alu mi nizada da roupa é para refletir a radiação térmi ca. O AVIÃO INVISÍVEL O caça norte-americano F-117A Stealth foi projetado de forma que sua geo me tria e os ma - teriais que recobrem sua su per - fície o tor nem extre mamente ab sorvente às ra dia ções, em especial, na banda de fre - quên cia do radar, o que torna bastante difícil sua detec - ção por sistemas de de fe sa aérea, daí o título de “avião in visível”. 1 5 Palavras-chave: Radiação térmica • Vácuo • Infravermelho Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. O calor pode descer? A cor de um corpo tem relação com sua temperatura? Um avião pode ser invisível? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 129 130 FÍSICA As superfícies metálicas polidas refletem pratica - men te todas as ondas eletromagnéticas inci den tes. Os corpos negros absorvem a maior parte e os bran cos as refletem. Por isso, recomenda-se que, no verão, não usemos roupas pretas, pois elas absorverão muita radiação, aquecendo-se mais que as peças brancas. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Radiação É o processo de transmissão de ca lor por ondas eletromag né ticas (ondas de ca lor). A energia emi tida por um corpo (energia ra dian te) propaga-se até o outro atra - vés do es pa ço que os separa. Sendo uma trans mis são de calor por ondas eletro - mag néticas, a radia ção não exige a presença do meio material para ocor - rer, isto é, a ra dia ção ocorre em meios ma te - riais e também no vá - cuo. Entretanto, não são todos os meios materiais que permitem a pro pagação das on das de calor através de les. Desta forma, podemos classi ficar os meios materiais em: – Diatérmicos: são os meios que permitem a propagação das on das de calor através deles (são os meios transparentes às ondas de ca lor). Exemplo: ar atmosférico. – Atérmicos: são os meios que não permitem a propagação das on das de calor através deles (são os meios opacos às ondas de calor). Exemplo: parede de tijolo. � (UFJF-MG) – Considere as informações abaixo: I. Transferência de calor de um ponto a outro por meio de movimento de matéria. II. Transferência de calor em um meio material, de molécula para molécula, sem que essas sofram translação. III. Transferência de calor de um ponto a outro sem necessidade de um meio material. As afirmativas acima descrevem, respectivamente, os seguintes tipos de processos de transferência de calor: a) condução, convecção e irradiação. b) convecção, condução e irradiação. c) convecção, irradiação e condução. d) irradiação, condução e convecção. e) condução, irradiação e convecção. Resolução: I. Convecção. II. Condução. III. Radiação ou irradiação. Resposta: B � A energia (E) absorvida por um coletor solar é diretamente proporcional à intensidade solar útil (I), à área do coletor solar (A) e ao tempo de exposição ao sol (�t), apresentada, matematicamente, pela fórmula: E = I . A . �t A figura abaixo mostra os elementos construtivos básicos de um aquecedor solar de água numa residência. Exercícios Resolvidos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 130 131FÍSICA � Em um experimento, foram utilizadas duas garrafas PET, uma pintada de branco e a outra de preto, acopladas cada uma a um termomêtro. No ponto médio da distância entre as garrafas, foi mantida acesa, durante alguns minutos, uma lâmpada incandescente. Em seguida, a lâmpada foi desligada. Durante o experimento, foram monitoradas as temperaturas das garrafas: a) enquanto a lâmpada permaneceu acesa e b) após a lâmpada ser desligada e atingirem equilíbrio térmico com o ambiente. A taxa de variação da temperatura da garrafa preta, em compa - ração com a da branca, durante todo experimento, foi a) igual no aquecimento e igual no resfriamento. b) maior no aquecimento e igual no resfriamento. c) menor no aquecimento e igual no resfriamento. d) maior no aquecimento e menor no resfriamento. e) maior no aquecimento e maior no resfriamento. RESOLUÇÃO: A garrafa preta absorve mais rapidamente a energia radiante do que a garrafa branca e sua taxa de variação de temperatura no aquecimento é maior. A maior rapidez de absorção da garrafa preta é acompanhada pela maior rapidez de emissão de radiação e, por isso, sua taxa de variação da tem peratura no resfriamento supera a da garrafa branca. Resposta: E � (UFG-GO-MODELO ENEM) – Estufas rurais são áreas limi tadas de plan tação cobertas por lonas plásticas trans parentes que fazem, entre outras coisas, com que a tempe ratura interna seja supe rior à externa. Isso se dá por que a) o ar aquecido junto à lona desce por convecção até as plantas. b) as lonas são mais transparentes às radiações da luz visível que às radiações infravermelhas. c) um fluxo líquido contínuo de energia se estabelece de fora para dentro da estufa. d) a expansão do ar expulsa o ar frio para fora da estufa. e) o ar retido na estufa atua como um bom condutor de calor, aquecendo o solo. RESOLUÇÃO: A lona plástica é transparente à luz visível e pouco trans parente ao in fravermelho. Assim, as ondas de calor (infra vermelho) ficam retidas no interior, aquecendo o ambiente das plantas. Resposta: B � (UEL-PR-MODELO ENEM) – Embalagens tipo “longa vida” (abertas, com a parte interna voltada para cima, embaixo das telhas) podem ser utilizadas como material isolante em telhados de amianto, que no verão atingem temperaturas de 70°C. Sobre essa utilização do mate rial, é correto afirmar: a) O calor emitido pelas telhas de amianto é absor vido integralmente pelo “forro longa vida”. b) O calor específico sensível do “forro longa vida” é muito pe - queno, e por isso sua temperatura é constante, independentemente da quantidade de calor que recebe da telha de amianto. c) A superfície de alumínio do “forro longa vida” re flete o calor emitido pelas telhas de amianto. d) A camada de papelão da embalagem tipo “longa vi da” isola o calor emitido pelas telhas de amian to, pois sua capacidade térmica absorve a tempe ra tura. e) A superfície de alumínio do “forro longa vida” é um isolante térmico do calor emitido pelas telhas de amianto, pois está revestida por uma camada de plástico. Exercícios Propostos Considere as proposições que se seguem: I. As unidades de E, I, A e �t no sistema internacional (SI) são, respectivamente: J, W/m2, m2 e s. II. O vidro é transparente à passagem da luz e opaco para a radiação de infravermelho emitida pelo interior da caixa e provoca o efeito estufa, que aquece o ar interior da caixa e os tubos. III. O fundo de alumínio reflete parte da radiação solar para os tubos pintados de preto, que a absorvem. Está(ão) correta(s): a) I, apenas. b) II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Resolução: I) Verdadeira. II) Verdadeira. Esse efeito é comparável ao aquecimento do interior de um automóvel exposto ao sol e ao aquecimento da atmosfera pela radiação solar. III) Verdadeira. As considerações sobre a cor dos corpos e seus compor ta mentos témicos relacio - nam-se com a tramsmissão de calor por irradiação. Resposta: E Grandeza Unidade do SI Energia joule (J) Intensidade de onda W ––– m2 Área m2 Tempo segundo (s) C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 131 132 FÍSICA RESOLUÇÃO: A superfície interna das embalagens “longa vida” reflete a energia radiante emitida pelas telhasde amianto. Isso evita que o cômodo da casa fique aquecido. Resposta: C � (USF-SP-MODELO ENEM)) Prédio de Londres que “derreteu” carro de luxo recebe cobertura Uma tela temporária cobre o arranha-céu de Londres que nos últimos dias provocou danos em veículos e comércios pelos raios solares que refletem em suas vidraças. O particular desenho côncavo da fachada do edifício de 37 andares, na fase final de sua construção, faz com que a luz se concentre em alguns pontos de ruas divisórias e provocou um pequeno incêndio em uma barbearia, além de derreter o espelho retrovisor de um jaguar que estava estacionado próximo ao local, entre outros problemas. O prédio “Walkie-Talkie” em construção. A construtora Land Securities, que constrói o arranha-céu apelidado de “Walkie Talkie”, se comprometeu a ressarcir os consertos necessários, assim como a avaliar de novo seu projeto arquitetônico, para evitar que continuem ocorrendo esses problemas. “Entramos em contato com os comerciantes da zona para informar sobre as medidas que serão tomadas e contamos com seus comentários para decidir o curso de ação necessária”, assinalou um porta-voz da compa nhia. A empresa disse ter falado com Martin Lindsay, moto rista de um jaguar, que afirmou que os reflexos do arranha-céu danificaram seu automóvel; ela declarou que “como gesto de boa vontade” cobrirá “os custos da reparação”. Como medida provisória, além disso, a Land Securities construiu uma grande tela temporária para evitar que os raios do Sol continuem refletindo nas vidraças do arranha-céu. O “Walkie Talkie”, que ficou pronto no final do ano passado, segundo as previsões da construtora, foi avaliado em 200 milhões de libras. (Disponível em: <//noticias.terra.com.br/mundo/europa/ predio-de-londres-que-derreteu-carro-de-luxo-recebe-cobertura, 7506f605102e0410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html> Acesso em: 26 set. 2013. Adaptado.) No aquecimento provocado pela re fle xão dos raios solares no prédio, o calor é transmi tido por a) condução e convecção térmica. b) convecção e irradiação térmica. c) condução térmica, apenas. d) convecção térmica, apenas. e) irradiação térmica, apenas. RESOLUÇÃO: O calor foi transferido por ondas eletromagnéticas, isto é, por radiação. Resposta: E � (FUVEST-MODELO ENEM)) – Têm-se dois copos, com a mesma quantidade de água, um aluminizado A e outro, negro, N, que ficam ex postos ao Sol durante uma hora. Sendo inicialmente as tem peraturas iguais, é mais provável que ocorra o seguinte: a) Ao fim de uma hora, não se pode dizer qual temperatura é maior. b) As temperaturas são sempre iguais em qualquer instante. c) Após uma hora, a temperatura de N é maior que a de A. d) De início, a temperatura de A decresce (devido à reflexão) e a de N aumenta. e) As temperaturas de N e de A decrescem (devido à eva po - ração) e depois crescem. RESOLUÇÃO: O corpo negro N absorve mais calor que o aluminizado A. Resposta: C � Analise as afirmativas abaixo. I. Nas geladeiras, a refrigeração dos alimentos é feita por condu ção do ar em seu interior. II. A Terra recebe calor do Sol por convecção. III. A radiação é o único processo de propagação de calor que pode ocorrer no vácuo. Assinale: a) se as afirmativas I, II e III estão corretas. b) se apenas as afirmativas I e II estão corretas. c) se apenas as afirmativas II e III estão corretas. d) se apenas a afirmativa II está correta. e) se apenas a afirmativa III está correta. RESOLUÇÃO: I. INCORRETA. O ar movimenta-se por convecção térmica no in - terior da geladeira. II. INCORRETA. A Terra recebe o calor do Sol por radiação. III.CORRETA. A radiação não necessita de meio material. Resposta: E C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 132 133FÍSICA 1 6 Palavras-chave:Transmissão de calor – Aplicações • Garrafa térmica • Efeito estufa 1. A Física e o cotidiano Estufas Uma estufa é uma cons trução de vidro que man tém o seu interior aquecido, mes mo es tando o meio externo a baixas tempera tu ras. O vi dro, como o CO2, é trans pa ren te à luz vi sível e prati camente opaco às ra dia ções térmicas (infra ver me lho). Além disso, o vidro im pede que o ar quente do in te rior da es tufa esca pe por con vec ção térmica. 2. A Física e o mundo A transmissão de calor e os ambientes geográficos Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Por que, nos desertos, a temperatura diurna pode chegar a ultrapassar 40°C, enquanto a noturna pode atingir valores inferiores a –20°C? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 133 134 FÍSICA A inversão do sentido das brisas litorâneas depende dos seguintes fatores: • Diferença de calor específico sensível da areia (0,20cal/g°C) e da água (1,0cal/g°C): a água requer mais tempo para aquecer-se durante o dia e para resfriar-se durante a noite. • A massa de areia que troca calor com a atmosfera restringe-se a uma camada superficial de apro xima da men te 30cm de es pes sura, enquanto a massa de água é aquecida numa pro fundidade muito maior (a água é trans pa rente à pas sagem da radiação). • Parte do calor recebido durante o dia pela água serve para vaporizá-la à noite; parte do calor liberado durante a noite pela água promove sua condensação sem ocorrer, nos dois casos, variação da temperatura. Parte da energia proveniente do Sol é refletida nas camadas superiores da atmosfera (30%), cerca de 0,1% é fixado pelas plantas, constituindo a maior parte da ener gia disponível para os seres vivos. A energia res tante é absorvida por solo, vegetais, vapor d’água e ree mitida para o espaço, na forma de radiação infraver me lha. Durante o dia, ocorre a absorção e a emissão da energia proveniente do Sol; como a absorção é maior do que a emissão, a Terra se aquece. Durante a noite, ocorre apenas a emissão da radiação, e a Terra se esfria. A presença da umidade no ar diminui o aquecimento durante o dia, uma vez que parte da energia é gasta na evaporação das gotículas de água. De forma seme lhante, durante a noite o resfriamento é diminuído pela liberação do calor de condensação do vapor d’água, que poderá precipitar-se como “sereno” e orvalho. Como os desertos não possuem, em geral, vege tação, rios ou ma res, o ar é muito seco e toda a radiação solar é absorvida diretamente pelo solo durante o dia e reemitida durante a noite. Efeito estufa: um alerta para o controle da poluição O efeito estufa: alguns materiais têm o que se po de chamar de “trans parência se leti va”, ou seja, são trans parentes a ra dia ções de certa fre quência e opa cos a ou tras. O gás car bônico (CO2) tem tal pro prie dade: ele é trans parente à luz visível e opa co ao infravermelho ou radia ção tér mica. A quantidade de CO2 misturada na at mosfera du ran te muito tempo foi a ideal para a manutenção do equi líbrio eco - lógico no planeta. Se fosse menor, a Terra irra diaria muito calor para o espaço, res friando-se; por outro lado, se a quan ti - dade de CO2 fosse maior, a energia térmica se acu mularia aquecendo o pla neta. Nas últimas décadas, o ser humano tem au mentado apreciavel mente a con centração de CO2 na atmosfera, sobretudo pela queima de hidro carbonetos (petróleo, C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 134 135FÍSICA gás natural etc.), além de pro vocar um sério desequilíbrio no meio am biente, destruindo os organismos respon sáveis pe - lo rea pro veitamento do gás carbônico. Os organismos responsáveis pelo rea pro veitamento da matéria são os fungos e as bac té rias. Como resultado do aumento da con cen tração de CO2 na atmosfera, a temperatu ra média do planeta poderá aumentar de maneira alarmante, o que provocará danos terríveis à Terra. A tal fenômeno dá-seo nome de efeito estufa. 3. A Física e o laboratório Garrafa térmica Garrafa tér mica ou vaso de Dewar é um dis po sitivo utili za do pa ra man ter inalte ra da a tem pe ratura do seu con - teúdo, no maior interva lo de tem po possível. Para tanto, as pare des dessa garrafa não devem per mi tir a pas sa gem de ca lor através delas. Como a energia térmica se pode pro pagar por con - dução, convec ção e radia ção, foram usados os se - guintes artifícios para evitar que o conteúdo sofra alte - ração em sua tem peratura: 1. Para evitar trocas de calor por condução, o con - teúdo da garrafa foi envolto em vácuo. Para tanto, ela é fa bricada com parede dupla de vidro (pés simo condutor), com vácuo entre elas. 2. Para evitar trocas de calor por convecção (pro - cesso que exige tro cas de partículas), deve-se manter a tampa da garrafa bem fechada. 3. Para evitar trocas de calor por radiação, as paredes são espe lha das em ambas as faces, assim, as on das eletromagnéticas, entre as quais as radiações infravermelhas, re fle tem-se no “espelho” e retornam ao meio de ori gem. Esse sistema não é per feito, as sim, após algum tem po (al gumas ho ras) o conteú do da gar rafa térmica en tra em equilíbrio térmico com o meio ambiente. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 135 136 FÍSICA Processo Mecanismo Meios em que ocorre Exemplos Condução O calor transmi - te-se de partícula pa ra partí cula, da região de tem pe - ratura mais ele - vada para a mais baixa. Meios mate riais (cons tituídos por átomos, mo lé cu - las ou íons): sóli - dos, líquidos e ga - ses. � Calor atravessa uma parede (Lei de Fourier): Lembrete: Q = mc�� Q = mL � Sensações térmicas diferentes ao tocarmos objetos à mes - ma temperatura, por causa dos coeficientes de conduti bili - da de térmica diferen tes. Q CA�� � = ––– = –––––– �t L Convecção O calor é trans mi - tido pela subi da de uma massa com temperatura mais ele vada e a des - cida de outra mas - sa, mais fria, por diferen ça de den - si dades entre elas. Meios fluidos (lí - qui dos e gases) em campos gra - vitacionais. � Formação de ventos, brisas, furacões e mo vimentação de massas quentes e frias da atmosfera. � Subida da fumaça nas chaminés. � Movimentação de massas líquidas sob aquecimento. � Posicionamento de aparelhos de ar-refri gera do na parte superior das paredes. � Posicionamento de aquecedores no chão. Radiação ou irradiação Uma fonte emite on das de infra ver - melho que ao atin - girem os cor pos pro vocarão a osci - la ção dos nú cleos atô mi cos e, em consequência, o aque cimen to. Meios físicos: só - lidos, líquidos, ga - ses e vá cuo. � A radiação infravermelha do Sol atravessa o vá cuo para aquecer a Terra. � Objetos incandescentes, como carvão em brasa e fila men - tos de lâmpadas, emitem radiação e aquecem os objetos e o ar à sua volta. � A energia absorvida por um coletor solar (E) é diretamente proporcional à intensidade solar útil (I), à área do coletor (A) e ao tempo de ex po sição ao Sol (�t). E = I . A . �t ↙ ↓ ↓ ↘ J W/m2 m2 s 4. A Física e a evolução de seus conceitos Processos de transmissão de calor C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 136 137FÍSICA � (MODELO ENEM) –- A transmissão de calor é um tema ligado ao cotidiano que apresenta interfaces com a Biologia, Geografia e Quí - mica. O calor que atravessa uma parede e as sensações térmicas diferentes do corpo humano para corpos com temperaturas iguais são explicados pela condução. A formação de ventos, a subida da fuligem pela chaminé e o posicio - namento do ar-condicionado e aquecedores numa sala são ligados à convecção térmica. O aquecimento produzido pelo Sol, por corpos incandescentes, a absor ção de calor por corpos escuros e a reflexão pelos claros e espelhados evidenciam os efeitos térmicos da radiação. O calor Q atravessa uma placa de 10cm2, feita de ferro (160 . 10–3cal/scm°C) de 1,0cm de espessura em 10s. O posicionamento dos aquecedores e dos aparelhos de ar-condicionado deve fa vorecer a formação de correntes de convecção do ar da sala no inverno e no verão. Um coletor solar de 10m2 de área de absorção aquece 30� de água entre 20°C e 40°C em 10min. O calor Q, o aparelho A da figura e a insolação útil I, são, respectiva - mente: a) 1600 cal, ar-condicionado, 400W/m2 b) 160 cal, ar-condicionado, 100W/m2 c) 100 cal, aquecedor, 800W/m2 d) 1600 cal, aquecedor, 400W/m2 e) 16 cal, aquecedor, 100W/m2 Resolução = ⇒ = O aparelho A deve ser um aquecedor para promover a subida do ar quente e a descida do ar frio para ser aquecido no inverno. Q = I . A . Δt ⇒ mcΔθ = I . A . Δt ⇒ 30 000 . 4,0 . (40 – 20) = I . 10 . 600 120 000 . 20 = I . 6000 Resposta: D � (UFV-MG-MODELO ENEM) – Um resistor R é colocado dentro de um reci piente de parede metálica, no qual é feito vácuo, e que possui um termômetro incrustado em sua pa rede externa. Para ligar o resistor a uma fonte externa ao reci piente, foi utilizado um fio, com isolamento térmico, que im pede a transferência de calor para as paredes do recipiente. Essa situação encontra-se ilustra da na figura abaixo. Ligando o resistor, nota-se que a tem peratura indi cada pelo ter mô - metro aumenta, mostrando que há transferência de calor entre o resistor e o termômetro. Po de-se afirmar que os proces sos respon - sáveis por essa trans ferência de calor, na ordem corre ta, são a) primeiro convecção e depois radiação. b) primeiro convecção e depois condução. c) primeiro radiação e depois convecção. d) primeiro radiação e depois condução. e) primeiro condução e depois convecção. Resolução Na região de vácuo, a energia térmica propaga-se por radia ção. Através do metal (meio sólido), o calor propaga-se por condução. Resposta: D Observação: Neste caso, não há convecção e deve ficar claro que esta só ocorre quando há gravidade e um fluido no local. 160 . 10–3 . 10 . (100 – 0) –––––––––––––––––––––––– 1,0 Q –––– 10 C . A . Δθ –––––––––– L Q –––– Δt Q = 1600cal I = 400W/m2 Note e adote cágua = 1,0cal/g°C; 1,0 cal = 4,0J; dágua = 1,0kg/� Exercícios Resolvidos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 137 138 FÍSICA � (UEL-MODELO ENEM) – O cooler, encontrado em computadores e em apa relhos eletroeletrônicos, é responsável pelo resfriamento do micropro ces sador e de outros componentes. Ele contém um ventilador que faz circular ar entre placas difusoras de calor. No caso de computadores, as placas difusoras ficam em contato direto com o processador, conforme a figura a seguir. Vista lateral do cooler e do processador. Sobre o processo de resfriamento desse processador, assinale a alternativa correta. a) O calor é transmitido das placas difusoras para o proces - sador e para o ar pelo fenômeno de radiação. b) O calor é transmitido do ar para as placas difusoras e das placas para o processador pelo fenômeno de convecção. c) O calor é transmitido do processador para as placas difu so - ras pelo fenômeno de condução. d) O frio é transmitido do processador para as placas difusoras e das placas para o ar pelo fenômeno de radiação. e) O frio é transmitido das placas difusoras para o ar pelo fenômeno de radiação. RESOLUÇÃO: O calor deve ser compreendido como uma quantidade de energia transferida espontaneamente de um corpo com temperatura maior para um corpo com temperatura menor. Resposta: C � (FUVEST-SP-MODELO ENEM) – A figura a seguir ilustra um sistema de aque ci mento solar: uma placa metálica P pintada de preto e, em contato com ela, um tubo metá lico en - cur vado, um depó sito de água D e tubos de borracha T li gan do o de pósito ao tubo metálico. O aquecimento da água no depósito D, pela absor ção da energia solar, é devido basicamente aos se guin tes fenômenos, pela ordem: a) condução, irradiação, convecção. b) irradiação, condução, convecção. c) convecção, condução, irradiação. d) condução, convecção,irradiação. e) irradiação, convecção, condução. RESOLUÇÃO: A ordem dos processos de transmissão de calor no sistema de aquecimento solar é o seguinte: 1) Irradiação do calor do Sol para o aquecedor. 2) Condução do calor através das paredes dos tubos metálicos. 3) Convecção da água quente, que sobe até o depósito, e da fria, que desce ao tubo metálico curvado, pelos tubos de borracha. Resposta: B ventilador processador placas difusoras cooler � (UEPA-MODELO ENEM) – Até o início do século XIX, acreditava-se que a temperatura de um corpo estava associada a uma substância fluida, invisível e de peso desprezível, denomi - nada calórico, contida no interior do corpo. No decorrer do mesmo século, essas ideias foram contestadas e, por meio de algumas experiên - cias, a exemplo de uma realizada pelo físico inglês James Prescott Joule (1818-1889), identificou-se definitiva mente o calor como energia. Com base nas informações con tidas no texto acima e em suas experiências diárias, analise as seguintes proposições: I. Quando colocamos a mão na maçaneta e na madeira de uma porta, a sensação distin - ta de quente e frio está asso ciada à diferen - ça de temperatura entre ambas. II. Ao colocar a mão embaixo de uma panela retirada do fogo a uma certa distância, tem- se a sensação de quente, uma vez que a troca de calor neste processo dá-se por convecção. III. Retirando-se da geladeira uma lata e uma garrafa (de vidro) de refrigerante em equi - líbrio térmico, tem-se a impressão de que a lata está mais fria que a garrafa. Esta sen - sação diferenciada é explicada pelo fato de que a lata, geralmente de alumínio, apre - senta maior coeficiente de condutividade térmica do que a garrafa de vidro. IV. As garrafas térmicas são constituídas de um recipiente de vidro de paredes duplas, espelhadas interna e externamente. A quase inexis tên cia de ar entre as paredes dificulta a propagação do calor por condu ção. A partir da análise feita, assinale a alternativa correta: a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. c) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. d) Apenas as proposições II e IV são verdadeiras. e) Apenas as proposições III e IV são verdadeiras. Resolução I) Falsa. A porta de madeira e a maçaneta encontram-se na mesma temperatura. A sensação de frio é maior ao tocarmos na maçaneta devido ao maior coeficiente de condutibilidade térmica do metal. II) Falsa. A convecção do ar quente é para cima (menor densidade). Assim, se colocar - mos a mão embaixo da panela, a sensação de quente é devida à radiação. A energia é emitida pelo fundo da panela em forma de radiação infravermelha. III) Verdadeira. IV) Verdadeira. Resposta: E Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 138 139FÍSICA � (VUNESP-UEA-MODELO ENEM) – Improvisando uma churrasqueira com blocos de construção, uma pessoa posiciona os espetos feitos de bambu com os quais atravessou algumas linguiças. Considerando os processos de transmissão de calor, o churrasco improvisado contará com a troca de calor proveniente do carvão em brasa e do ar aquecido, realizada por a) convecção, somente. b) irradiação, somente. c) condução e irradiação, somente. d) condução e convecção, somente. e) condução, convecção e irradiação. RESOLUÇÃO: Condução: o calor é transmitido de partícula para partícula. Convecção: subida da massa de ar quente. Irradiação: ondas de infravermelho. Resposta: E � (MODELO ENEM) – O Brasil é um país tropical e grande parte do seu ter ritório está sujeita a temperaturas bastante elevadas. A figura a seguir ilustra algumas técnicas simples e eco nômicas de se proteger o telhado de uma residência do aquecimento provocado pela radiação solar. As explicações corretas para os efeitos refrescantes do papel laminado, das placas de isopor e das aberturas no telhado são, respectiva - mente: a) conduzir calor de uma telha para outra, impedir a condução do calor para o interior da casa, retirar calor por convecção do ar. b) dificultar a passagem da radiação solar, dificultar a convecção do ar dentro da casa, conduzir calor de uma telha para outra. c) dificultar a passagem da radiação solar, impedir a con dução do calor para o interior da casa, retirar calor por convecção do ar. d) retirar calor das telhas por condução, irradiar calor de volta para as telhas, retirar calor por convecção do ar. e) conduzir calor de uma telha para outra, irradiar calor de volta para as telhas, dificultar o aquecimento por convecção. RESOLUÇÃO: 1) O papel laminado reflete a radiação solar e, portanto, dificulta a passagem da radiação solar. 2) As placas de isopor são isolantes térmicos e, portanto, impedem a condução de calor para o interior da casa. 3) As aberturas no telhado permitem a convecção do ar aquecido (menos denso), que escapa para o exterior de modo a retirar o calor por convecção do ar. Resposta: C � (MODELO ENEM) – A luz solar que atinge a parte superior da atmosfera terrestre chega a uma taxa constante de 135,2 mW/cm². Dessa radiação, apenas 50% conseguem chegar à superfície, pois parte dela é refletida pelas nuvens e absorvida pela atmosfera. A radiação solar pode ser apro veitada para aquecer água de reservatórios, entre outras apli cações. Um sistema básico para transformar energia solar em térmica é ilustrado na figura a seguir. Esse sistema é cons tituído de coletores solares e de um reservatório térmico, chamado boiler. Os coletores solares, geralmente, são feitos de materiais que absorvem bem a radiação solar, e o calor gerado nos coletores é transferido para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre. A água aquecida é armazenada no boiler. Dessa forma, a água é mantida quente para consumo posterior. A caixa-d’água fria alimenta o boiler, mantendo-o sempre cheio. Disponível em: www.icb.ufmg.br. Acesso em: 22 jun. 2008 (adaptado). É correto afirmar que os coletores solares permitem boa economia de energia, pois a) se aplicam à produção tanto de energia térmica quanto elétrica. b) constituem fonte energética alternativa aos combustíveis fósseis usados no transporte. c) convertem energia radiante em energia térmica, que é usada no processo de aquecimento da água. d) permitem economizar até 135,2 mWh de energia elétrica, que seriam gastos com aquecimento elétrico. e) a energia luminosa coletada por eles pode ser usada para reduzir o número de lâmpadas usadas no ambiente. RESOLUÇÃO: Os coletores solares recebem energia radiante das ondas eletromagnéticas do Sol e as transformam em energia térmica para aquecer a água. Resposta: C A B Boiler Coletores Caixa de água C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 139 140 FÍSICA 1 7 Palavras-chave: Dioptro plano I • Refração • Posição aparente Óptica Módulos 17 – Dioptro plano I 18 – Dioptro plano II 19 – Lâmina de faces paralelas I 20 – Lâmina de faces paralelas II 21 – Prismas ópticos I 22 – Prismas ópticos II 23 – Lentes esféricas 24 – Lentes esféricas – Construções de imagens 25 – Lentes esféricas – Equação de Gauss 26 – Lentes esféricas – Aumento 27 – Vergência de uma lente 28 – Lentes esféricas – Equação de Halley 29 – Óptica da visão I 30 – Óptica da visão II 31 – Instrumentos de óptica I 32 – Instrumentos de óptica II Os fenômenos ópticos, como a reflexão, a refração, a absorção e a dispersão, podem ocorrer simultaneamente. 1. A Física e o cotidiano Observe a figura abai xo: O menino tem parte de seu corpo mer gu lhada nas águas tran - quilas e transparentes de uma piscina. É possível verificar que: I) As pernas do menino parecem mais curtas para um obser vador nas bordas da piscina. II) Se o garoto mergulhar, verá os azu le - jos da borda da piscina maiores do que realmente são. III) A velocidade da luz tem módulo menor na água que no ar. IV) O ar é menos refringente que a água. Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-ascom a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Um banho de piscina pode encolher suas pernas? O índio deve mirar no peixe que vê na água? Por que um copo com água sempre quebra os lápis nele mergulhados? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 140 141FÍSICA 2. A Física e o mundo Na época da chegada dos portugueses, em 1500, o índio bra si lei ro pescava com arco e flecha e sabia que se atirasse na imagem que via, não acertaria o peixe, que se encontrava um pouco mais abaixo, como mostra a figura a seguir. A trajetória do raio de luz que sai do olho do peixe, atinge o olho do índio e a localização da imagem vista por este estão representados na ilustração que se segue. 3. A Física e o laboratório Na figura abaixo, é possível observar duas refrações e uma reflexão do lápis mergulhado na água. O esquema mostra como os raios de luz se comportam para conjugar o ponto imagem virtual P’. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Definição Dioptro plano é um conjunto de dois meios ho - mogê ne os e trans pa rentes delimitados por uma su per fí - cie plana. Exemplo: o conjunto cons ti tuí do pelo ar e pela água límpida e tranqui la de um lago. O ar e a água, para que haja homoge nei da de e transpa rência, são consi de rados em peque nas camadas. Formação de imagens Considerando, por exemplo, o dio p tro plano ar-água, temos: Os esquemas apresentados mos tram que: Ponto objeto real P no ar Ponto objeto real P na água No dioptro plano, objeto e ima gem fi cam sempre do mesmo lado em rela ção à superfície S e têm na tu re zas opostas. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 141 142 FÍSICA � (UFSC-SC-Modificada-MODELO ENEM) – A mãe zelosa de um candidato, preocupada com o nervosismo do filho antes do vestibular, prepara uma receita caseira de “água com açúcar” para acalmá-lo. Sem querer, a mãe faz o filho relembrar alguns conceitos relacio nados com a luz, quando ele observa a colher no copo com água, como mostrado na figura abaixo. Sobre o fenômeno apresentado na figura acima, assinale a alternativa correta. a) A luz tem um comportamento somente de partícula. b) A velocidade da luz independe do meio em que se propaga. c) A colher parece quebrada, pois a direção de propagação da luz muda na passagem do ar para a água. d) A intensidade da velocidade da luz na água e no ar é a mesma. e) A luz é inteiramente refletida ao passar do ar para a água. RESOLUÇÃO: a) Errada. A luz tem comportamento dual, podendo apresentar caráter corpus cular em alguns fenômenos e ondulatório em outros. b) Errada. A intensidade da velocidade da luz é inversamente proporcional ao índice absoluto de refração do meio em que ela se propaga. c) Correta. O efeito observado é explicado pela refração da luz nos elementos do sistema. d) Errada. A velocidade da luz na água tem intensidade menor que no ar. e) Errada. Refração é o fenômeno que consiste em uma onda passar de um meio para outro. No caso em questão, a luz é predo mi - nan temente refratada. Resposta: C c V = –– n Exercícios Propostos Exercícios Resolvidos � (MODELO ENEM) – No século I, o astrônomo Ptolomeu demons - trava a refração da luz com a seguinte experiência: Sobre o fenômeno observado, podemos afirmar que a) a imagem da moeda não sofreria a elevação aparente se a olhássemos per pen dicu lar mente em relação ao fundo da xícara. b) o índice de refração da água é menor que o índice de refração do ar que circunda a xícara. c) a luz diminui o módulo de sua velocidade de propagação ao passar da água para o ar. d) a imagem da moeda é de natureza virtual. e) a imagem da moeda é de natureza real. Resolução a) Falsa. A imagem fica sobrelevada para qualquer posição do observador. b) Falsa. O índice de refração da água (1,33) é maior que o do ar (1,00). c) Falsa. Os módulos da velocidade da luz no ar e na água têm valores, respecti va mente, próximos de 300 000 km/s e 225 000 km/s. d) Verdadeira. A imagem é obtida pelo prolongamento de raios refratados. e) Falsa. Os pontos imagem não são obtidos pelos cruzamentos efetivos de raios refra tados. Resposta: D � (UFV-MODELO ENEM) – Quando nos apro xi ma mos da borda de uma piscina e olhamos para o fundo, geralmente observamos que a piscina parece ser mais rasa do que realmente ela é. Isto acontece devido ao fenômeno óptico deno minado a) dispersão da luz. b) reflexão da luz. c) refração da luz. d) difração da luz. Resolução O esquema abaixo justifica a situação descrita. Convém destacar que a profundidade aparente do ponto B é menor que a do ponto A. Isso mostra que, à medida que o observador dirige seu olhar para pontos do fundo da piscina, suposta de profundidade constante, mais afastados de sua posição, mais rasa esta lhe parecerá. Resposta: C 1 Nesta posição, o observador não consegue ver uma moeda dentro da xícara que está sem água. Na mesma posição, com água dentro da xícara, o observador consegue ver a moeda. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 142 143FÍSICA � (FUVEST-MODELO ENEM) – Um pássaro que sobrevoa em linha reta e a baixa altitude vê uma piscina em cujo fundo se encontra uma pedra. Podemos afirmar que a) com a piscina cheia o pássaro poderá ver a pedra durante um intervalo de tempo maior do que se a piscina estivesse vazia. b) com a piscina cheia ou vazia o pássaro poderá ver a pedra durante o mesmo intervalo de tempo. c) o pássaro somente poderá ver a pedra enquanto estiver voando sobre a superfície da água. d) o pássaro, ao passar sobre a piscina, verá a pedra numa posição mais profunda do que aquela em que ela realmente se encontra. e) o pássaro nunca poderá ver a pedra. RESOLUÇÃO: –––– A’B’ > ––– AB Aumento do campo visual do pás sa ro em relação ao fundo da piscina. Resposta: A � Um mergulhador encontra-se imerso em uma pisci na e vê um pássaro sobrevoando-a. O pássaro na realidade está mais baixo ou mais alto do que a altura aparente observada pelo mergulhador? Esquematize a situação proposta. RESOLUÇÃO: O pássaro encontra-se abaixo da posição em que é visto. � (UFV-MODELO ENEM) – A figura abaixo ilustra uma pes - soa observando um peixe que se encontra no fundo de um tanque de vidro cheio de água. As paredes do tanque têm espessura despre zível. De acordo com a Lei de Snell, é correto afirmar que a imagem do peixe que essa pessoa vê está mais próxi ma do ponto: a) A b) B c) C d) D e) E RESOLUÇÃO: A pessoa contempla uma ima gem virtual do peixe a uma profundidade apa rente menor que a profun didade real. Isso ocorre porque, ao refratar-se obli quamente da água para o ar, a luz afasta-se da normal, conforme ilustra o esquema a seguir. Esse fato pode ser justi ficado pela Lei de Snell. Resposta: A C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 143 144 FÍSICA 1. A Física e o cotidiano É comum vermos objetos “quebrados”, por refra - ção, ao serem mergulhados na água. Há três dioptros nas ilustrações: ar-água, ar-vidro e vidro-ar. 2. A Física e o mundo Os peixes que caçam aves em voo são adaptados para saltar mais alto e à frente das imagens virtuais que veem, quando submersos. 1 8 Palavras-chave: Dioptro plano II • Visões diferentes • nobservador p’––––––––––– = –––nobjeto p Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Por que os peixes que caçam pássaros vivem num mundo virtual? Como a luz pode identificar materiais trans parentes? Vocábulos da língua inglesa relacionados com os dioptros planos. As the angleof incidence increases from 0 to greater angles... ...the refracted ray becomes dimmer (there is less refraction); ...the reflected ray becomes brighter (there is more reflection); ...the angle of refraction approaches 90 degrees until finally a refracted ray can no longer be seen. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 144 145FÍSICA Sejam: p: distância do objeto P à super fície S. p’:distância da imagem P’ à su perfície S. n: índice de refração absoluto do meio onde está o objeto P. n’: índice de refração absoluto do outro meio. Para raios de luz próximos à reta normal à superfície S e passando por P (condições de aproximação de Gauss), temos: Demonstração Pela Lei de Snell-Descartes, te mos: n sen i = n’ sen r Nas condições de aproximação de Gauss (ângulos i e r muito peque nos), temos: sen i � tg i e sen r � tg r Portanto: n . tg i = n’ tg r n n’ ––– = ––– p p’ n n’ ––– = ––– p p’ |1|2 |1|2 n . –––– = n’ . –––– p p’ � Um mergulhador, imerso nas águas de um lago, ob ser va um avião no instante em que ambos estão apro xi madamente na mesma vertical. O avião está a 600m acima da superfície da água, cujo índice de refração admite-se igual a 4/3. A que altura da su per fície da água o avião aparenta estar, em relação ao mer gulha dor? 3. A Física e o laboratório Análise de materias transparentes por refração Materiais transpa ren tes dife ren tes po dem ser identificados pe la ma nei ra co mo desviam a luz mo no cromática, em fun ção de seu ín di ce de re fra ção absoluto (n). (nAR sen i = nMATERIAL . sen r) nAR < nÁGUA < nVIDRO < nDIAMANTE 4. A Física e a evolução de seus conceitos Equação de Gauss para os dioptros planos Exercício Resolvido C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 145 146 FÍSICA � (VUNESP) – Um objeto encontra-se no fundo de um tan - que de provas, emitindo um feixe luminoso que forma um pequeno ângulo θ com a vertical, permitindo ser visto por um funcionário próxi mo à borda do tanque. Se a profundidade apa - rente com que esse funcionário vê o objeto luminoso é de 8 metros, pode-se deduzir que a profundidade real do tanque é, em metros, Dados: índice de refração do líquido: 1,5 índice de refração do ar: 1 θ � tg θ � sen θ a) 5 b) 6 c) 10 d) 12 e) 15 RESOLUÇÃO: p’ = p 8 = p Resposta: D p = 12 m 1 ––– 1,5 nAr –––– nlíq Resolução p’ = p ⇒ p’ = p p’ = . 600 (m) ⇒ Resposta: 800m nágua ––––– nar nvai ––––– nvem p’ = 800m 4/3 –––– 1 Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 146 147FÍSICA � Um mergulhador, imóvel e imerso na água de uma piscina, vê um pássaro pousado no cimo de um pos te, numa direção quase vertical. Sendo de 4/3 o índice de refração absoluto da água e de 4,5m a altura do poste, cuja base está à beira da piscina e no nível da água, determine a altura aparente onde está o pássaro visto pelo mergulhador. RESOLUÇÃO: Como o objeto está numa direção quase vertical em relação ao mergu lhador, é válida a Equação de Gauss para o diop tro plano. Supondo-se que o ín dice de refração abso luto do ar seja igual a 1, vem: p’ = p p’ = p p’ = 4,5 � (MACKENZIE-MODELO ENEM) – Um mergulhador que se acha a 2,0m de profundidade abaixo da superfície da água, cujo índice de refração absoluto é 4/3, olha para um pás saro que está voando a 12m de altura em relação à superfície líquida. Para esse mergulhador, a altura aparente do pássaro em relação à super fície da água é igual a: a) 16m b) 12m c) 9,0m d) 8,0m e) 6,0m RESOLUÇÃO: Pela Equação de Gauss para o dioptro plano, temos: = Em que n’ → índice de refração absoluto do meio onde está o observador. n → índice de refração absoluto do meio onde está o objeto. = ⇒ = ⇒ = Resposta: A p’ = 6,0m 4 –– 3 ––––– 1 nágua –––––– nar nobs –––––– nobj Imagem virtual Objeto p = 4,5 m p' Ar Água n ––– p n’ ––– p’ nobj –––– p nobs ––––– p’ nar –––– p nágua –––––– p’ 1,0 –––– 12 4 ––– 3 ––––– p’ p’ = 16m C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 147 148 FÍSICA 1 9 Palavras-chave: Lâmina de faces paralelas I • Dupla refração • Desvio lateral 1. A Física e o cotidiano As portas de vidro podem ser consideradas lâminas de faces paralelas. Os fenômenos da refração, visão dos móveis no interior da sala, e da reflexão, visão da pai sa - gem externa, ocorrem simultaneamente. 2. A Física e o mundo Lâminas de vidro cobrem as estufas e os coletores solares, pois são transpa ren tes à passagem da luz e pra - ti camente opa cos para a saída das ondas de calor ou infravermelho. 3. A Física e o laboratório Grossas lâminas de vidro de faces paralelas per mi - tem ver o desvio lateral. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Denomina-se lâmina de faces pa ralelas uma asso - ciação de dois dioptros planos cujas super fí cies dióp tri - cas são paralelas. O caso mais co mum é aquele em que n2 > n1 = n3. É, por exemplo, uma lâmina de vidro imersa no ar. Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Os fenômenos de reflexão e refração da luz podem ocorrer simultaneamente? Por que as estufas se mantêm aquecidas? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 148 149FÍSICA Trajeto de um raio de luz ao atravessar a lâmina Na figura a seguir, repre senta mos o trajeto de um raio de luz mono cro má tica que atravessa a lâmina, no ca - so n2 > n1 = n3. Note, nesse caso (n1 = n3), que i' = i. Isso sig ni fica que: Nessa situação, o raio de luz que atravessa a lâmina não sofre desvio angular, mas sofre desvio lateral d. Observe o esquema completo: Os raios incidente (R) e emer gente (R') são paralelos, quan do a lâmina está envolta por um mesmo meio homogêneo e trans pa rente. Exercício Resolvido Exercícios Propostos � (UFMG) – Um feixe de luz, vindo do ar, incide sobre um aquário de vidro com água. Sabe-se que a velocidade da luz é menor na água e no vidro que no ar. Com base nessas informações, assinale a alternativa em que melhor se representa a trajetória do feixe de luz, entrando e saindo do aquário. � Observe a figura abaixo. Feixe de luz incidindo nu ma lâmina de vidro. Ob ser ve os fenômenos de reflexão e re fra ção. Copie o perfil da lâmina, os feixes de luz e indique os ângulos de incidência, reflexão e refração que forem necessários, na pri meira e na segunda faces da lâmina. Resolução C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 149 150 FÍSICA RESOLUÇÃO: Na figura abaixo, está re presentada a tra je tó ria da luz ao atra ves - sar a lâmina de água de faces para le las, envolvida pelo ar. Deve-se notar que a água é mais refrin gen te que o ar, já que, na água, a luz pro paga-se com velo ci dade menor que no ar. Deve-se observar tam bém que, ao refratar-se obliquamente do ar para a água, o raio luminoso aproxima-se da normal, ocorrendo o contrário na emergência da água para o ar. É importante desta car que, num caso como este, o raio emer - gente é paralelo ao raio incidente. Resposta: A � (UFRGS) – Na figura a seguir, um feixe de luz monocromá - tica I, proveniente do ar, incide sobre uma placa de vidro de faces planas e paralelas, sofrendo reflexões e refrações em ambas as faces da placa. Na figura, �i representa o ângulo formado pela direção do feixe incidente com a normal à superfície no ponto A, e �r representa o ângulo formado pela direção da parte refratada desse feixe com a normal no mesmo ponto A. Pode-se afirmar que os ângulos �, � e � definidos na figura são, pela ordem,iguais a: a) θi, θr e θi b) θi, θi e θr c) θr , θi e θr d) θr, θr e θi e) θr, θi e θi RESOLUÇÃO: α = θi (o raio emergente é paralelo ao raio incidente) β = θr γ = θi Resposta: A C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 150 151FÍSICA � (FUVEST-MODELO ENEM) – Um feixe de luz monocro - mática incide sobre lâminas paralelas de diamante e vidro, como representado na figura. Sendo os índices de refração absolutos de 2,42 para o diamante e 1,52 para o vidro, qual das linhas da figura melhor representa a trajetória do feixe luminoso? RESOLUÇÃO: Ao passar do ar para o diamante, o raio apro xima-se da normal. nAr < ndiamante Na passagem do diamante para o vidro, o raio afasta-se da normal. ndiamante > nvidro O vidro é mais refringente que o ar (nvidro > nar) e o raio afasta-se da normal. Resposta: B � (VUNESP) – Observe a tabela: Volumes iguais desses dois líquidos foram colo cados cui da do sa mente em um reci - pien te cilíndrico de grande diâ metro, man - tido em repouso sobre uma superfície hori - zon tal, formando-se duas cama das distin - tas, I e II, de mesma altura, conforme figura. a) Qual dessas substâncias forma a ca ma da I? Justifi que sua res posta. b) Um raio de luz incide com ângulo i > 0° num ponto da su - perfície do líquido I e se refrata, sucessivamente, nas duas superfícies de separação, atingindo o fundo do recipiente. Copie a figura e esboce qualitativamente a trajetória desse raio, desde o ar até o fundo do recipiente. RESOLUÇÃO: a) A água, pois é menos densa que o dissulfeto. b) Substância líquida (ordem alfabética) Massa específica (g/cm3) Índice de refração em relação ao ar água 1,00 1,33 dissulfeto de carbono 1,26 1,63 ar I II C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 151 152 FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Os vidros de um automóvel e o espelho retrovisor interno são exemplos de lâminas paralelas, respecti - vamente transparentes e espelhada. 2. A Física e o mundo As paredes transparentes no recinto da piscina e os vidros que cobrem os quadros são lâminas de faces paralelas. 3. A Física e o laboratório Trajeto da luz ao atravessar uma lâmina de vidro imersa no ar. Observe que em cada in ci dência da luz, há uma parcela de luz refletida, além da correspon den te parcela refratada. 2 0 Palavras-chave: Lâmina de faces paralelas II • Velocidade varia • Reflexões e refrações Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e confronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. As imagens vistas através de vidraças e vidros de carro representam as posições exatas na paisagem? Por que cada raio luminoso oblíquo sofre duas refrações e três reflexões, ao incidir num espelho plano real? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 152 153FÍSICA 4. A Física e a evolução de seus conceitos Considere uma lâmina de faces paralelas de vidro imersa no ar atravessada por um raio de luz monocro - mática que incide obliquamente numa das faces. As refrações nas duas faces podem ser equa - cionadas de acordo com a Lei de Snell-Descartes: Desvio lateral No triângulo ABC, temos: No triângulo ACD, temos: Sendo AD a espessura e da lâ mi na, vem: De (1) e (2), resulta: d sen (i – r) = ––––– (1) AC AD cos r = ––––– AC e cos r = –––– (2) AC sen (i – r) d = e ––––––––––– cos r nar sen i = nvidro sen r Exercício Resolvido � (FUVEST) – Um raio luminoso provenien - te do ar atinge uma lâmina de vidro de faces paralelas com 8,0cm de espes sura e índice de refração absoluto igual a 1,5. Este raio sofre refração ao atingir a primeira superfície; refra - ção e reflexão ao atingir a segunda superfície (interna). a) Trace as trajetórias dos raios: incidente, refratados e refletidos. b) Determine o tempo para o raio atravessar a lâmina, sendo o seno do ângulo de incidência igual a 0,90. Dado: c = 3,0 . 108m/s. Resolução a) Na figura, temos um traçado completo dos raios de luz par ticipantes do fenômeno. b) Determinemos, inicialmente, o módulo da velocidade da luz ao se propagar na lâmina, com base no índice de refração absoluto do vidro. c 3,0 . 108 n = ––– ⇒ 1,5 = –––––––––– V V No interior da lâmina, o segmento de reta AC __ determina a distância Δs percorrida pela luz. Para encontrar seu valor, apli que mos a Lei de Snell-Descartes à primeira face. nar sen i = nvidro . sen r 1,0 . 0,90 = 1,5 . sen r 3,0 sen r = –––– = 0,60 5,0 Da Trigonometria, obtém-se: (0,60)2 + cos2r = 1 cos2r = 1 – 0,36 = 0,64 No triângulo ABC da figura, temos: cos r = ⇒ 0,80 = Portanto, para a determinação do intervalo de tempo (Δt), te mos: 2,0 . 108 = Respostas:a) ver figura b) 5,0 . 10–10s V = 2,0 . 108m/s sen2r + cos2r = 1 cos r = 0,80 8,0 –––––––– AC ––– AB –––––––– AC AC __ = 10cm = 0,10m V = ––– Δs Δt 0,10 –––– Δt Δ t = 5,0 . 10–10 s C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 153 154 FÍSICA � Um raio de luz, propagando-se no ar, incide numa lâmina de faces paralelas, feita de um material cujo índice de refração absoluto vale ��3; a incidência na superfície da lâmina se dá sob um ân gu lo de 60° com a reta normal. Se a lâmina tem espessura de 4,0cm, pede-se: a) desenhar a trajetória do raio de luz até a emergência da lâ - mi na; b) calcular o ângulo de refração interno à lâmina; c) calcular o desvio lateral sofrido pelo raio de luz. Dado: nar = 1 RESOLUÇÃO a) Como o meio envolvente é o ar, vem: b) Aplicando a Lei de Snell à primeira face, vem: n1 sen i = n2 sen r 1,0 . sen 60° = ��3 . sen r ��3 1,0 . –––––– = ��3 sen r ⇒ sen r = 0,50 ⇒ 2 c) Utilizando a expressão do desvio, temos: 4,0 sen (60° – 30°) d = –––––––––––––––––– (cm) cos 30° 4,0 sen 30° d = ––––––––––––– cos 30° d = 4,0 tg 30° (cm) 4,0 ��3 d = ––––––––– cm ⇒ 3 Resposta: 2,3 cm � (UNITAU) – Uma lâmina de vidro tem 0,6 cm de espes - sura e um índice de refração de 1,55. Sabendo que a velocidade da luz no vácuo é de 3 . 105km/s, um pulso de luz, ao passar perpendicular men te através da lâmina, demora: a) 2,0 . 10–10s b) 3,0 . 10–10s c) 3,1 . 10–11s d) 4,2 . 10–11s e) 3,1 . 105s RESOLUÇÃO: (I) Cálculo da inten si dade da velocidade da luz no vidro: n = 1,55 = (II) Cálculo do intervalo de tempo de travessia da lâmina: V = ⇒ . 108 = Da qual: Resposta: C r = 30° e sen (i – r) d = –––––––––––– cos r d � 2,3cm c ––– V 3 . 108 ––––––– V 3 V = ––––– . 108m/s 1,55 0,6 . 10–2 ––––––––– T 3 –––– 1,55 e ––– T T = 3,1 . 10–11s Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 154 155FÍSICA � (PUC-PR) – Uma superfície espelhada e plana E é reco - berta por uma lâmina de vidro V de faces paralelas. As linhas pontilhadas são perpendiculares às faces de V. O vidro tem índice de refração ab so luto igual a ��3 . Um raio lu mi noso proveniente do ar (n = 1) propaga-se neste sistema: O ângulo α mede: a) 30° b) 60° c) 45° d) 15° e) 35° RESOLUÇÃO: nar sen 60° = nV . sen r 1 . = ��3 sen r sen r = ⇒ Resposta: A � (UEFS-MODELO ENEM) – Uma lâmina de faces paralelas, cons truída de forma que uma das suas faces é espelhada inter - namente, está imersa no ar. Um raio luminoso, propagando-se no ar, incide com ângulo i na face não espelhada e é refratado. Em seguida, o raio é refletido na face espelhada e voltaao ar, depois de ser novamente refratado. O ângulo de refração, no retorno do raio luminoso da lâmina para o ar, é igual a: a) i/2 b) i c) 3i/2 d) 2i e) 5i/2 O espelho plano do banheiro é uma lâmina de faces paralelas com uma das faces espelhadas por um banho de prata. RESOLUÇÃO: Resposta: B ��3 ––––– 2 r = 30° 1 ––––– 2 C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 155 156 FÍSICA 2 1 Palavras-chave: Prismas ópticos I • Refrações diferentes • Dispersão 1. A Física e o cotidiano Muitos instrumentos ópticos são montados com prismas para aumentar a nitidez das imagens que produzem. Observe, na figura a seguir, o trajeto dos raios lumi - nosos em um binóculo que utiliza uma associação de lentes e prismas. A ilustração sugere que o fenômeno predominante na passagem da luz pelos prismas foi a reflexão total da luz. Os prismas permitem diminuir o tamanho do binó - culo, em relação aos telescópios e lunetas, tornando-o portátil. 2. A Física e o mundo As gotas de chuva funcionam como pequenos prismas de dispersão e de reflexão da luz para formar o arco-íris. <http://tempoagora.uol.com.br/entendaotempo.html> Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as ques tões abaixo, forme suas opiniões e con - fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu apren - dizado. Como reduzir o comprimento de instrumentos de óptica? Como pintar um arco-íris com luz branca? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 156 157FÍSICA 3. A Física e o laboratório Na sala escura de um laboratório, é possível observar a interação de luzes de diversas cores com um prisma óptico. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Definição Denomina-se prisma óptico uma associação de dois dioptros pla nos cujas superfícies dióptricas não são paralelas. As superfícies dióptricas S1 e S2 são chamadas faces do prisma. O ângulo A entre as fa ces do pris ma é denominado ân gulo de re fringência do pris ma. A intersecção entre as su per fí cies dióptricas é a aresta do pris ma. Na prática, um prisma possui uma terceira face, oposta à aresta e denominada base do prisma. Trajeto de um raio de luz ao atravessar um prisma Na figura a seguir, representamos o trajeto de um raio de luz mono cro má ti ca que atra ves sa um prisma; no ca so, n2 > n1 = n3. Δ é o desvio angular sofrido pelo raio emer gente R’ em relação à direção do raio inci den te R. Desvio angular mínimo Por meio de experiências, com pro va-se que o desvio angular é míni mo (Δm) quando os ângulos de in ci dên cia (i) e de emergência (i') são iguais. Nes sa condição, con - cluímos que os ân gu los r e r' tam bém são iguais. Portanto, quan do o des vio angular é mínimo, temos: e Observe na figura que, quando o desvio é mí ni mo, o raio interno ao pris ma é perpen dicular ao plano bis setor do ângulo A. Prisma de reflexão total Os prismas de reflexão total vi sam mudar a direção de pro pa gação da luz ou endireitar imagens, fazendo com que a luz, internamente ao pris ma, so fra uma ou mais reflexões to tais. Exemplo • Prisma de Amici, desvio de 90°, usado em periscópios. r = r'i = i' C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 157 158 FÍSICA • Prisma de Porro, des vio de 180°, usado em binó - culos. Nos dois casos, os prismas são constituídos por ma - terial mais refrin gente que o meio externo, e os ân gulos de incidência interna são maiores que o ângulo limite do diop tro prisma-meio externo. Dispersão da luz A componente que sofre maior desvio é a violeta (maior índice de refração no prisma) e a que sofre menor desvio é a vermelha (menor índice de refração no prisma). Exercício Resolvido � (MODELO ENEM) – A figura abaixo apresenta cinco feixes de luz monocromática que atravessam um prisma: Para alguns ângulos críticos, podemos observar o fenômeno de refle - xão total. Assinale a alternativa correta. a) As refrações na 1.a face apresentam os maiores desvios an gulares. b) O raio 3 sofreu o menor desvio na 2.a face. c) Houve apenas refração da luz na 2.a face. d) Os raios 4 e 5 sofreram reflexão total na 2.a face. e) Feixes de luz branca incidentes na 1.a face apresentar-se-iam com cor branca ao emergir na 2.a face. Resolução a) Falsa. A incidência na 1.a face é quase normal e os des vios são pe quenos. b) Falsa. O raio 3 sofreu o maior desvio na 2.a face. c) Falsa. A refração ocorre nas 3 faces, pois em todas elas a luz varia, pelo menos, o módulo de sua velocidade nas mudanças de meio de propagação. d) Verdadeira. e) Falsa. Ocorreria a dispersão da luz. Resposta: D C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 158 159FÍSICA � (MACKENZIE-MODELO ENEM) – Um raio luminoso atra - vessa um prisma de índice de refração absoluto maior que o do meio que o envolve. Assinale a alternativa que mostra o caminho correto deste raio luminoso. RESOLUÇÃO: O prisma é mais refringente que o meio envolvente, assim, as refrações em cada face terão as seguintes características: I) Refração na 1a. face: o raio de luz do meio envolvente, de menor índice de refração, passa para o de maior índice, do prisma, e aproxima-se da normal. II) Refração na 2a. face: o raio de luz do interior do prisma, de maior índice de refração, passa para o de menor índice, do meio envolvente, e afasta-se da normal. Este fenômeno está representado na alternativa b. Resposta: B � Um bloco de vidro foi construído em forma de pris ma triangular, conforme in di ca a figura em corte. Um raio de luz atra ves sa o prisma, confor me in dica o esquema. São dados: n1 – índice de refração ab soluto do meio 1; n2 – índice de refração absoluto do meio 2; n3 – índice de refração absoluto do meio 3. Pede-se ordenar os valores de n1, n2 e n3. RESOLUÇÃO: (1.a face) θ2 > θ1 ⇒ n2 < n1 ou n1 > n2 Ao passar do meio 2 para o meio 3, o raio de luz afasta-se da normal: n2 > n3. Assim: n3 < n2 < n1 ou n1 > n2 > n3 � Cite os fenômenos que ocorrem com um raio de luz mo - nocromática ao atravessar os prismas nas situações a seguir: I) ________________________ II) ________________________ RESOLUÇÃO: I) Desvio angular mínimo Os ângulos i, de incidência na 1a. face e de emergência na 2a. face, são congruentes. II) Reflexão total O prisma é mais refringente que o meio envolvente e o ângulo i é maior que o ângulo limite. � (U.F.VIÇOSA) – Ao inci dir um feixe de luz branca sobre um prisma, ob ser va mos a dispersão da luz no fei xe emer gen te, sendo que a cor vio leta sofre o maior des vio e a vermelha, o menor. Anali sar as seguintes afirmativas: I. O índice de refração absoluto do vidro é maior para a luz vio - le ta. II. O índice de refração absoluto do vidro é maior para a luz ver - melha. III. O módulo da velocidade da luz violeta dentro do vidro é maior que o da luz vermelha. IV. O módulo da velocidade da luz vermelha dentro do vidro é maior que o da violeta. V. As velocidades das luzes vermelha e violeta têm módulos iguais dentro do vidro. São verdadeiras: a) II e IV b) I e V c) I e III d) I e IV e) II e III RESOLUÇÃO: A luz vermelha desvia-se menos que a luz violeta e, por isso, o material tem índice de refração menor para ela, e tal cor tem o maior módulo de velocidade de propagação dentro do vidro. Resposta: D Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 159 160 FÍSICA 1. A Física e o cotidiano As câmeras modernas utilizam prismas ópticos para separar por dispersão e reflexão total os pulsos vermelhos, verdes e azuis que digitalizam as fotografias e filmes. 2. A Física e o mundo Uma das imagens marcantes do século XX é a capa do álbum “The dark side of the moon” da banda de rock progressivo Pink Floyd com uma figura de dispersão da luz branca numprisma óptico. 3. A Física e o laboratório As interações da luz, dos campos magnéticos e elé tri cos com a matéria podem identificar substâncias. A re fra ção e a difração de raios X, por exemplo, podem reve lar os arranjos atômicos. Materiais incandescentes (acima de 500°C) podem ser analisados quan do sua luz sofre dispersão num pris ma óptico. Com esse pro - cesso, é possível avaliar a com posição e a velocidade de afas tamento de galáxias dis tantes. Bloco de prismas componentes do Beam split em câmeras de 3 sCCD Camada dicroica: reflete somente a cor vermelha Imagem captada pelas lentes Camada dicroica: reflete somente a cor azul Filtro vermelho Green CCD Filtro verde Filtro azul Blue CCD Red CCD 2 2 Palavras-chave: Prismas ópticos II • Ângulo de refringência • (A = r + r’) • Desvio angular • (Δ = i + i’ – A) Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Como separar as cores da luz branca? Qual a relação entre o lado escuro da Lua e os prismas ópticos? Como medir a expansão do Universo? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 160 4. A Física e a evolução de seus conceitos Na figura a seguir, representamos o trajeto de um raio de luz mono cro má ti ca que atravessa um prisma; no ca - so, n2 > n1 = n3. Fórmulas do prisma 1o. ) Lei de Snell (1a. face): (1) 2o. ) Lei de Snell (2a. face): (2) 3o. ) No triângulo II'B, o ângulo exter no A é a soma dos ângulos in ter nos não adjacentes: (3) 4o. ) No triângulo II'C, o ângulo ex ter no Δ é o desvio angular. Δ = (i – r) + (i' – r') Δ = i + i' – (r + r') (4) Desvio angular mínimo Nestas condições, resulta: pois temos i = i’ e r = r’ Reflexão total n1 . sen i = n2 . sen r n2 . sen r' = n1 . sen i' A = r + r' Δ = i + i' – A A = 2r Δm = 2i – A 161FÍSICA Exercícios Resolvidos � (FATEC) – Um prisma tem ângulo refringente (aber tu ra) A, índice de re fração re lativo n e é atra vessado por um pin cel de luz, conforme o es quema abaixo. Assinalar a proposição in cor reta: a) Quando i1 = i2, temos r1 = r2 b) = = n c) r1 + r2 = A d) δ = i1 + i2 – A e) = Resposta: E � (UNESP-MODELO ENEM) – A figura representa o gráfico do desvio (�) sofrido por um raio de luz monocromática que atravessa um prisma de vidro imerso no ar, de ângulo de refringência A = 50°, em função do ângulo de incidência �1. É dada a relação � = �1 + �2 – A, em que �1 e �2 são, respectivamente, os ângulos de incidência e de emer gência do raio de luz ao atravessar o prisma (pelo prin cípio da reversibilidade dos raios de luz, é indiferente qual desses ângulos é de incidência ou de emergência, por isso há no gráfico dois ângulos de incidência para o mesmo desvio δ). Determine os ângulos de incidência (�1) e de emer gência (�2) do prisma na situação de desvio mínimo, em que �mín = 30°. sen i2–––––– sen r2 sen i1–––––– sen r1 i2–– r2 i1–– r1 C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 161 � (FAZU) – Um prisma de vidro tem ângulo de abertu ra A = 75° e índice de refração absoluto n = ��2. O prisma encon tra-se imerso no ar. Tem-se a traje tória de um raio de luz mono cromática que incide em uma das faces do prisma sob ângulo de 45°. Podemos afirmar que o desvio sofrido pelo raio de luz ao atravessar o prisma é de: a) 30° b) 60° c) 75° d) 90° e) 45° RESOLUÇÃO: 1) Aplicando a Lei de Snell na 1a. face, temos: nar sen i = n sen r 1 . sen 45° = ��2 . sen r sen r = ⇒ r = 30° 2) Da expressão do ângulo de refringência (A), vem: A = r + r’ 75° = 30° + r’ r’ = 45° 3) Aplicando a Lei de Snell na 2.a face, temos: n sen r’ = nar sen i’ ��2 . sen 45° = 1 . sen i’ . ��2 = sen i’ sen i’ = 1 ⇒ i’ = 90° (emergência rasante) 4) O desvio angular (Δ) é dado por: Δ = i + i’ – A Δ = 45° + 90° – 75° Resposta: B 1 ––– 2 ��2 ––––– 2 Δ = 60° 162 FÍSICA Resolução Para o desvio mínimo, os ângulos de incidência �1 e de emer gência �2 são iguais. � = �1 + �2 – A �mín = 2�1 – A 30° = 2�1 – 50° 2�1 = 80° Resposta: �1 = �2 = 40° � (MODELO ENEM) – A figura abaixo representa a dispersão da luz branca num prisma óptico. Na tabela, temos algumas cores com as res pectivas frequên cias rela - cio na das com o índice de refração ab so luto para dois ti pos diferentes de vi dro. Analise as proposições que se seguem. I) A cor violeta sofre o maior desvio angular. II) As cores de maior frequência sofrem os maiores desvios. III) O índice de refração absoluto (n) é crescente do vermelho para o violeta. IV) A luz anil tem índice de refração absoluto (n) entre 1,639 e 1,660 para o vidro flint. V) A luz verde apresenta frequência entre 5,093 . 1014Hz e 6,172 . 1014Hz, apenas para o vidro crown. São corretas a) I, II, III e IV. b) I, II e III. c) II, III e IV. d) I, III e V. e) III, IV e V. Resolução I) Correta. De acordo com a figura, a cor violeta desloca-se mais para baixo que as outras cores e sofre o desvio maior. II) Correta. A cor violeta, de frequência maior, desvia-se mais que as outras cores. III) Correta. O espectro visível varia de 4,571.1014Hz a 7,692.1014Hz e o índice de refração para o vidro crown, por exemplo, aumenta de 1,514 para 1,536, respectivamente do vermelho para o violeta. IV) Incorreta. A frequência de uma radiação visível não depende do meio transparente de propagação. Resposta: A Frequência (1014Hz) Cor da Luz Vidro Crown: n Vidro Flint: n 7,692 Violeta 1,536 1,660 6,172 Azul 1,524 1,639 5,093 Amarela 1,517 1,627 4,571 Vermelha 1,514 1,622 �1 = 40° �2 = 40° Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 162 163FÍSICA � Sobre um prisma de vidro (n2 = ��2 ) imerso no ar, faze mos um raio de luz monocro má tica incidir com ângulo de incidência variá vel. Sabe-se que o ângulo de inci dência (i) é igual a 45° e o des vio sofrido pelo raio de luz é o mínimo possível. a) Qual o ângulo de emergência i’? b) Qual o valor de desvio mínimo? RESOLUÇÃO: a) Sendo o desvio mínimo, devemos ter: i’ = i ⇒ b) O desvio é dado por: Como: i = i’ = 45° e A = 60°, vem: Δm = 45° + 45° – 60° Respostas:a) 45° b) 30° � (FUVEST) – Um pincel de luz branca incide perpen - dicularmente em uma das faces menores de um prisma, cuja secção principal é um triângulo retângulo e isósceles. O prisma está imerso no ar e é constituído de um material trans parente, que apresenta, para as sete radiações mono - cromáticas caracterizadas por sua cor, o índice de refração absoluto n, indi ca do na tabela a seguir. violeta ..............................................1,48 anil ....................................................1,46 azul ..................................................1,44 verde ................................................1,42 amarelo ............................................1,40 alaranjado ........................................1,39 vermelho ..........................................1,38 Valores numéricos de alguns senos: 1 ���2 ���3 sen 30° = –––; sen 45° = ––––– ; sen 60° = ––––– 2 2 2 Observa-se que nem todas as radiações atin gem um ante pa ro des ti nado a rece ber o es pectro. Quais as cores rece bi das no anteparo? Jus tifique sua res pos ta. RESOLUÇÃO: Sofrerão reflexão total e não atingirão o anteparo as radiações pa - ra as quais o ângulo deincidência, que vale 45°, superar o ângulo li mite do dioptro prisma-ar. Assim: 45° > L ⇒ sen 45° > sen L > ⇒ Como ��2 � 1,41, teremos n > ��2, de acordo com a tabela dada, para as radiações violeta, anil, azul e verde; tais cores sofrerão reflexão total e não atingirão o anteparo. As demais cores (ama - relo, alaranjado e vermelho) atravessam o prisma e são detec - tadas no anteparo. Resposta: vermelho, alaranjado e amarelo. i’ = 45° Δ = i + i’ – A Δm = 30° ��2 ––––– 2 1 ––––– n n > ��2 C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 163 164 FÍSICA 1. A Física e o cotidiano As lentes são encontradas nas situações mais co - muns da vida cotidiana e podem mudar a percepção que temos do mundo ampliando-o, diminuindo-o, au men - tando o campo de visão, projetando-o em telas, re gis - trando-o, tornando-o mais nítido e até deformando-o. Uma lupa é uma lente de aumento e o olho mágico diminui as imagens para aumentar o campo visual. A humanidade corrige seus defeitos de visão com lentes desde o século XIII, e a jarra com água funciona como uma lente convergente muito distante do objeto, produzindo imagens reduzidas e invertidas. 2. A Física e o mundo 2 3 Palavras-chave: Lentes esféricas • Geometria • Comportamento óptico Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Quais são as diferenças entre a imagem de uma lupa e do olho mágico da porta? Como colocar o mundo de cabeça para baixo com uma jarra? Que lente pode ser usada como forno solar? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 164 165FÍSICA O telescópio e o microscópio uti li zam lentes para pes quisar o mun do astronômico e o microscópico. 3. A Física e o laboratório As lentes de vidro e de bordas finas, no ar, con vergem um feixe de raios paralelos para um foco real. As lentes de vidro e de bordas grossas, no ar, diver gem um feixe de raios paralelos a partir de um foco virtual. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Definição Denomina-se lente esférica uma associação de dois dioptros esféricos ou um dioptro esférico e outro plano. Em geral, n3 = n1. Os elementos geo mé tricos im por tan tes de uma lente esférica são: O1 e O2 : centros de cur va tu ra. R1 e R2 : raios de cur vatura. e: espessura da lente. O eixo definido pelos centros de curvatura O1 e O2 constitui o eixo principal da lente. Nomenclatura e tipos Nomearemos as faces voltadas para o meio exterior assinalando em primeiro lugar a face de maior raio de curvatura. Assim, temos os seguintes tipos de lentes: As três primeiras lentes são denominadas lentes de bordos finos e as três últimas, lentes de bordos espessos. Comportamento óptico das lentes Quando um feixe de luz cilíndrico incide em uma lente esférica, ele pode ter dois comportamentos óp ti - cos distintos: • O feixe emergente é do tipo cônico convergente. A lente, neste caso, é denominada convergente. • O feixe emergente é do tipo cônico divergente. A lente é diver gente. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 165 Sendo n2 o índice de refração ab soluto do material com que a lente é feita e n1 o índice de refração absoluto do meio onde a lente está imersa, temos os casos resumidos na tabela: O caso mais comum é n2 > n1: len tes de vidro e imer sas no ar, representadas abaixo: Lente delgada Se a espessura da lente for desprezível quando com - parada com os raios de curvatura R1 e R2, ela será cha - mada lente delgada. Na figura a seguir, representamos as lentes del gadas convergentes e diver gen tes. A intersecção do eixo principal com a lente delgada é um ponto O denominado centro óptico da lente delgada. Além do centro óptico O, são importantes os seguintes pontos: F : foco principal objeto. F':foco principal imagem. A distância de F a O é igual à distância de F' a O e é chamada distância focal f. A : ponto antiprincipal objeto. A': ponto antiprincipal imagem. A distância de A a O é igual à distância de A' a O e é igual a 2f. Observação: Sempre que ne ces sário, conside rare - mos obe de ci das as condições de nitidez de Gauss. Raios notáveis a) Todo raio de luz que incide nu ma lente paralela - mente ao eixo prin cipal emerge numa direção que pas sa pelo foco principal F'. F’ tem natureza real nas lentes conver gentes. F’ tem natureza virtual nas lentes diver gentes. b) Todo raio de luz que incide na lente numa direção que passa pelo foco principal objeto F emerge parale - lamente ao eixo principal. F tem natureza real nas lentes conver gentes. A F O F’ A’ luz f f 2f 2f A' F' O F A luz f f 2f 2f Raios de luz incidindo numa lente bicôncava (bordos grossos). Raios de luz incidindo numa lente biconvexa (bordos finos). Lentes de bordos finos Lentes de bordos espessos n2 > n1 convergentes divergentes n2 < n1 divergentes convergentes 166 FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 166 F tem natureza virtual nas lentes diver gentes. c) Todo raio de luz que incide, passando pelo centro óptico O, atra vessa a lente sem se desviar. d) Todo raio de luz que incide na lente numa direção que passa por A emerge numa direção que passa por A'. e) Todo raio de luz que incide obliquamente ao eixo principal emer ge numa direção que passa pelo foco secundário (F's). 167FÍSICA � (MODELO ENEM) – A figura a seguir representa uma lente atravessada por um feixe de raios luminosos. Assinale a alternativa correta, referente à ilustração apre sen tada. a) A lente é convergente. b) A lente é biconvexa. c) A lente tem bordas finas. d) A lente é indicada para con centrar radiação solar. e) O foco imagem principal dessa lente é virtual. Resolução a) Incorreta. A lente é divergente. b) Incorreta. A lente é bicôncava. c) Incorreta. A lente tem bordas grossas. d) Incorreta. A lente que concentra os raios solares é a convergente. e) Correta. O foco imagem da lente divergente é virtual, pois é obtido pelo prologamento dos raios refratados. Resposta: E Exercício Resolvido � Dê a nomeclatura das lentes abaixo. RESOLUÇÃO: Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 167 � (MODELO ENEM) – A figura a seguir representa uma lente atravessada por um feixe de raios luminosos: Com base na ilustração, assi na le a alternativa correta. a) A lente tem bordas grossas. b) O índice de refração abso luto do material que cons titui a len te é menor que o índice de refração absoluto do meio que a envolve. c) Os raios emergentes concentram-se no centro óp tico da lente. d) A lente é divergente. e) A lente é biconvexa. RESOLUÇÃO: a) Incorreta.As extremidades da lente são finas e sua parte central é mais grossa. b) Incorreta.A lente é de bordas finas, convergente e, por isso, o índice de refração absoluto do material que a constitui é maior que o do meio envolvente. c) Incorreta. Os raios que incidem na lente são paralelos e inter - ceptam-se no foco imagem real da lente convergente. d) Incorreta.A Iente é convergente. e) Correta. Resposta: E � (MODELO ENEM) – Note como a lente converge os raios solares para um ponto determinado sobre o papel: A distância entre o pon to de con cen tra ção da luz e a lente é útil para determinar mos, direta mente, a) os raios de curva tura das fa ces da lente. b) o índice de refra ção absoluto do material que cons titui a lente. c) a razão entre a espessura das bordas e da região cen tral da lente. d) a temperatura de aquecimento do papel. e) a distância focal da lente. RESOLUÇÃO: Os raios solares paralelos convergem para o foco principal ima - gem, e a distância deste ponto à lente é a distância focal. Resposta:E � As figuras a seguir representam o possível trajeto de um raio de luz propagando-se através de lentes delgadas: A e A’ são pontos antiprincipais e F e F’ são focos principais: Está(ão) correta(s): a) apenas I, II e III b) apenas IV c) apenas III d) apenas I, III e IV e) I, II, III e IV RESOLUÇÃO: I) Correta. Raios paralelos ao eixo principal emergem numa dire - ção que passa pelo foco principal F’. II) Correta. Todo raio que incide numa direção que passa por A emerge numa direção que passa por A’. III) Correta. Todo raio que incide pelo centro óptico O atravessa a lente sem se desviar. IV) Correta. Raios paralelos ao eixo principal emergem numa dire - ção que passa pelo foco principal F’. Resposta: E 168 FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 168 1. A Física e o cotidiano Máquina fotográfica Lupa Projetor As lentes convergentes são utilizadas como aparelhos de aumento e de projeção. 2. A Física e o mundo Os binóculos são instrumentos fundamentais para operações de reconhecimento e busca de objetos e pessoas na superfície terrestre. O caminho seguido por um raio de luz no interior de binóculos, em que o prisma tem papel fundamental, é repre sentado no esquema a seguir. 169FÍSICA 2 4 Palavras-chave:Lentes esféricas – Construções de imagens • Muitas imagens • Aplicações variadas Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Como é possível transformar uma luneta de um metro de comprimento num binóculo de 30 cm? É possível projetar a imagem de uma lente divergente numa tela? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 169 170 FÍSICA 3. A Física e o laboratório Banco óptico do laboratório 4. A Física e a evolução de seus conceitos Construção gráfica da imagem de um pequeno objeto frontal Lente convergente Imagem: real, invertida e menor do que o objeto (má - quina foto grá fica). Imagem: real, invertida e do mesmo tamanho do objeto. Imagem: real, invertida e maior do que o objeto (projetor de sli des). Imagem: imprópria. Imagem: virtual, direita e maior do que o objeto (lupa ou lente de aumento). Lente divergente Imagem: virtual, direita e menor do que o objeto. Observações a) Nos sistemas ópticos refra tores, quando objeto e ima gem são de mesma natureza, estão posicio - nados em dife ren tes semiespaços definidos pelo sistema. b) Nos sistemas ópticos refra tores, quando objeto e ima gem são de natureza dife rente, estão posi cio - nados no mesmo semiespaço definido pelo sis - tema. Objeto antes de A Objeto em A Objeto entre A e F Objeto em F Objeto entre F e O C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 170 171FÍSICA Exercícios Resolvidos � (VUNESP-FMJ-MODELO ENEM) – A fi gura mostra uma gota de água sobre uma folha, permitindo ver detalhes ampliados através dela, sem invertê-los. (Foto: Rennato Testa) Na situação descrita, a gota fun ciona como a) uma lente divergente, com o objeto coloca do no seu plano focal. b) uma lente divergente, com o objeto coloca do entre seu plano focal e a própria lente. c) uma lente convergente, com o objeto colocado além de seu pla no focal. d) uma lente convergente, com o objeto entre seu plano focal e a própria lente. e) uma lente convergente, com o objeto colocado no seu plano focal. Resolução A gota de água se comporta como uma lupa. A figura a seguir mostra os raios de luz que deter min am a imagem I, virtual, direita e am pliada, que se observa para o objeto real O neste caso. Resposta: D � (VUNESP-MODELO ENEM) – Um objeto luminoso en con tra-se diante de um elemento óptico, que pode ser uma len te esférica ou um espelho plano ou esférico. Um estu dante observa que a imagem do objeto, formada por esse ele men to, é direita e reduzida em relação ao seu tamanho natural. Ele conclui correta mente que o elemento pode ser a) uma lente convergente ou um espelho côn cavo. b) uma lente convergente ou um espelho con vexo. c) um espelho plano. d) uma lente divergente ou um espelho convexo. e) uma lente divergente ou um espelho cônca vo. Resolução Para que a imagem do objeto real conjugada pelos elementos ópticos referidos seja direita e reduzida, é necessário que o elemento óptico seja uma lente divergente ou um espelho con vexo. (I) Lente divergente: (II) Espelho convexo: Resposta: D C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 171 172 FÍSICA LENTE CONVERGENTE CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM B’C’ Objeto antes de A A câmara fotográfica que conjuga a imagem sobre o filme e o cristalino dos olhos que conjuga a imagem sobre a retina são aplicações desse caso. Real Invertida Menor Objeto sobre A Real Invertida Igual Objeto entre A e F O projetor de slides e o projetor de cinema são aplicações de lentes usadas dessa maneira para projetar imagens sobre um anteparo (tela). Real Invertida Maior Objeto sobre F As lentes dos faróis e dos holofotes são aplicações deste caso. Imprópria Objeto entre F e O A lupa, o microscópio, o binóculo e o telescópio são aplicações deste caso. Virtual Direita Maior LENTE DIVERGENTE CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM B’C’ Numa lente di ver gen te, qualquer que seja a posição do objeto em relação à lente, as carac - terís ticas da ima gem B’C’ são sempre iguais. Lentes corretivas para a miopia Virtual Direita Menor � Complete o quadro abaixo. máquina fotográfica holofote lupa óculos sala de cinema fotocopiadora (xerox) Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 172 173FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Construção da imagem da lupa. Construção da imagem de um projetor. A posição do objeto define a natureza da imagem, virtual para a lupa e real para o projetor. A imagem de um olho mágico é virtual. 2. A Física e o mundo O olho humano e a máquina fotográfica projetam imagens reais, respectivamente, na retina e no filme ou na tela fotossensível. 3. A Física e o laboratório Nas condições controladas do laboratório, é possível medir a distância do objeto à lente p e a distância da lente à imagem p’ projetada na tela. Lupa Projetor x y ImagemObjeto B F1 o A B' D A' Centro da lente D Z W Olho mágico 2 5 Palavras-chave:Lentes esféricas – Equação de Gauss • Focos reais e virtuais • 1 1 1––– = ––– + ––– f p p' Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. A distância do objeto à lente altera a natureza da imagem de todas as lentes? As imagens formadas no olho humano e na máquina fotográfica são reais ou virtuais? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 173 174 FÍSICA Equação de Gauss Sejam p e p' as abscissas do obje - to e da imagem, respec ti va men te. A Equação de Gauss relaciona p, p' e f. De acordo com o sistema de eixos adotado, temos a seguinte con - ven ção de sinais: 1 1 1 ––– = ––– + ––– f p p' p > 0 : objeto real p < 0 : objeto virtual p' > 0 : imagem real p' < 0 : imagem virtual f > 0 : lente convergente f < 0 : lente divergente 4. A Física e a evolução de seus conceitos Exercícios Resolvidos � (VUNESP) – Sobre o eixo de uma lente convergente, de distância focal 6,0 cm, encon - tra-se um objeto, afastado 30 cm da lente. Nessas condições, a distância da ima gem à lente será: a) 3,5 cm b) 4,5 cm c) 5,5 cm d) 6,5 cm e) 7,5 cm Resolução = + ⇒ = + – = ⇒ = = ⇒ Resposta: E � (UNESP) – O Landsat 7 é um satélite de sensoriamento remoto que orbita a 700 km da superfícieda Terra. Suponha que a menor área da superfície que pode ser fotografada por esse satélite é de 30 m x 30 m, correspon - dente a um pixel, elemento unitário da imagem conjugada no sensor óptico da sua câmara fotográfica. A lente dessa câmara tem distância focal f = 5,0 cm. Supondo que os pixels sejam quadrados, qual o comprimento dos lados de cada quadrado? Resolução: O objeto a ser fotografado comporta-se como objeto impróprio (situado no “infinito”) em rela - ção ao equipamento óptico existente no satélite. Isso significa que a imagem de um objeto no solo terrestre se forma no plano focal da lente, como está representado, fora de escala, no esquema a seguir. Os triângulos destacados são semelhantes, logo: = Resposta: os pixels têm lado de compri - mento aproxi madamente igual a 2,1 . 10–4 cm. 1 ––– p’ L � 2,1 . 10–4 cm 3000 cm ––––––––––– 7,0 . 107cm L –––––– 5,0 cm p’ = 7,5cm 4 ––– 30 1 ––– p’ 5 – 1 –––––– 30 1 ––– p’ 1 ––– 30 1 ––– 6 1 ––– p’ 1 ––– 30 1 ––– 6 1 ––– p’ 1 ––– p 1 ––– f Exercícios Propostos � (UNESP) – Um modelo simples para o olho consiste em uma lente (para simular o cristalino) e um anteparo (simulando a retina). Montando um sistema desse tipo no laboratório, foi observado que, de um objeto luminoso de 4,0 cm de altura, colocado 60 cm à frente da lente, projetou-se uma imagem nítida, invertida e de 2,0 cm de altura num anteparo situado 30cm atrás da lente. a) Desenhe um esquema da montagem experimental descrita, indicando os principais raios de luz que permitem associar o ponto mais alto do objeto com sua respectiva imagem. b) Determine a distância focal da lente usada nesse experimento. RESOLUÇÃO: a) C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 174 175FÍSICA b) Pela Equação de Gauss: = + ⇒ = + = Distância focal igual a 20cm. Respostas: a) ver figura b) 20cm � A imagem virtual de um objeto real, colocado a 30cm de uma lente, é formada do mesmo lado em que se acha o objeto e a 10cm da lente. Calcular a distância fo cal e dizer de que tipo de lente se trata. RESOLUÇÃO: = + ⇒ = – ⇒ f = –15cm Sendo f < 0, concluímos que a lente é divergente. � Um objeto luminoso está colocado diante de uma lente con vergente de distância focal 8,0cm. Estando o objeto a 12cm da lente, qual a posição da respectiva imagem? RESOLUÇÃO: = – ⇒ = – ⇒ � (CESGRANRIO) – Um objeto real é colocado perpendi cu - lar mente ao eixo principal de uma lente convergente de dis - tância focal f. Se o objeto está a uma distância 3f da lente, a distância entre o objeto e a imagem conjugada por essa lente é: a) f/2 b) 3f/2 c) 5f/2 d) 7f/2 e) 9f/2 RESOLUÇÃO: = + ⇒ = + – = ⇒ = = ⇒ d = p + p’ d = 3f + = ⇒ Resposta: E � (CEFET-PR-MODELO ENEM) – Uma equi pe de alunos obtém ima gens reais da chama de uma vela. Coletando os dados so bre a distância x da vela à lente e a dis tância y da lente ao anteparo, obti veram o diagrama repre sentado a seguir. A partir dele, pode mos afirmar que a distân cia focal da lente usa da vale, em m: a) 5,0 b) 2,5 c) 1,0 d) 0,20 e) 0,10 RESOLUÇÃO: Do gráfico, temos: = 4 e = 1 = + ⇒ = 4 + 1(m–1) = 5m–1 Resposta: D 1 ––– f 1 ––– x 1 ––– y 1 ––– f 1 f = ––– m = 0,20m 5 1 ––– x 1 ––– y 3f ––– 2 6f + 3f ––––––– 2 9f d = ––– 2 2 ––– 3f 1 ––– p’ 3f p’ = ––– 2 1 ––– f 1 ––– 3f 1 ––– p’ 3 – 1 –––––– 3f 1 ––– p’ 1 ––– f 1 ––– p 1 ––– p’ 1 ––– f 1 ––– 3f 1 ––– p’ 1 ––– p’ 1 ––– f 1 ––– p 1 ––– p’ 1 ––– 8,0 1 ––– 12 p’ = 24cm 1 ––– f 1 ––– p 1 ––– p’ 1 ––– f 1 ––– 30 1 ––– 10 f = 20cm 1 + 2 –––––– 60 1 –––– f 1 –––– f 1 –––– p 1 –––– p’ 1 –––– f 1 –––– 60 1 –––– 30 C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:04 Página 175 176 FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Com suas lentes, o telefone celular pode ser transfor ma - do num projetor e pode captar ima gens em locais inu si tados. 2. A Física e o mundo A gravidade de galáxias pró xi mas umas das outras pode deformar as trajetórias de raios luminosos trans for mando-se em verdadeiras lentes para obser vado res na Terra. 3. A Física e o laboratório Quanto mais distante da lente a imagem se forma, maior ela é. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Aumento linear transversal Sejam i e o as medidas algé bri cas das dimensões lineares da ima gem e do objeto, respec ti va men te, com orientação positiva para cima. Desenhando o objeto sempre para ci ma, o será posi - tivo. Se a imagem re sultar para cima, temos i > 0: ima - gem direita. Se a imagem resultar para baixo, temos i < 0: ima gem in vertida. A exemplo dos espelhos es fé ri cos, valem as fór mu - las: e O aumento linear transversal é, por definição, o i quociente ––– . o i p’ ––– = – ––– o p i f ––– = –––––– o f – p 2 6 Palavras-chave: Lentes esféricas – Aumento • Inversão • Redução • Ampliação • i p’ f –– = – ––– = –––––– o p f – p Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Em que instrumentos ópticos seu telefone pode transformar-se? O que são lentes gravitacionais? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 176 177FÍSICA � (UDESC) – Um objeto de 2,0cm de altura é coloca do a certa distância de uma lente convergente. Sa bendo que a distância focal da lente é 20,0cm e que a imagem se forma a 50,0cm da lente, do mesmo lado que o objeto, pode-se afirmar que o tamanho da imagem é: a) 7,0cm b) 0,6cm c) 60,0cm d) 0,07cm e) 30,0cm RESOLUÇÃO: (I) Equação de Gauss: + = ⇒ – = = + = ⇒ (II) = – ⇒ = – Da qual: Resposta: A � (UNESP) – Uma lente divergente tem uma distância focal de –20cm. Um objeto de 2cm de altura é colocado frontal - mente a 30cm da lente. Determine a) a posição da imagem desse objeto; b) a altura da imagem desse objeto. RESOLUÇÃO: a) Utilizando a Equação de Gauss, vem: = + ⇒ = + = = ⇒ Imagem virtual a 12cm do vértice da lente. b) Utilizando a equação do aumento linear trans versal, vem: = ⇒ = ⇒ Respostas:a) 12cm da lente (virtual) b) 0,8cm 1 –––– 20,0 1 ––––– 50,0 1 –– p 1 –– f 1 –– p’ 1 –– p 100,0 p = ––––– (cm) 7 5 + 2 –––––– 100,0 1 ––––– 50,0 1 ––––– 20,0 1 –– p (– 50,0) ––––––––– 100,0 ––––– 7 i –––– 2,0 p’ ––– p i –– o i = 7,0 cm 1 ––– p’ 1 –––– 30 1 ––––– –20 1 ––– p’ 1 ––– p 1 ––– f p’ = –12cm 5 – ––– 60 – 3 – 2 ––––––––– 60 1 ––– p’ i = 0,8cm (–12) – ––––– 30 i ––– 2 – p’ –––– p i ––– o � (FUVEST) – A distância entre um objeto e uma tela é de 80cm. O objeto é iluminado e, por meio de uma lente delgada posicio nada adequadamente entre o objeto e a tela, uma imagem do objeto, nítida e ampliada 3 vezes, é obtida sobre a tela. Para que isto seja possível, a lente deve ser a) convergente, com distância focal de 15cm, colocada a 20cm do objeto. b) convergente, com distância focal de 20cm, colocada a 20cm do objeto. c) convergente, com distância focal de 15cm, colocada a 60cm do objeto. d) divergente, com distância focal de 15cm, colocada a 60cm do objeto. e) divergente, com distância focal de 20cm, colocada a 20cm do objeto. Resolução Do enunciado, vem: objeto iluminado ⇒ objeto real; imagem projetada ⇒ imagem real Como objeto e imagem são reais, a imagem deve ser invertida em relação ao objeto (A < 0). Assim: A = ––– –p’ ⇒ –3 = ––– – p’ ⇒ p’ = 3p p p mas: p + p’ = 80cm p + 3p = 80cm ⇒ Da equação dos pontos conjugados de Gauss, temos: = + = + = ⇒ Conclusão: A lente é convergente (f > 0) de distância focal 15cm e o objeto está posicio - nado a 20cm da lente.Resposta: A p = 20cm p’ = 60cm 1 ––– f 1 –– p 1 –– p’ 1 ––– f 1 ––– 20 1 ––– 60 1 ––– f 3 + 1 –––––– 60 f = 15cm Exercício Resolvido Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 177 178 FÍSICA � (VUNESP-FMJ-MODELO ENEM) – Um fotógrafo utiliza uma máquina foto grá fica, cuja lente apresenta distância focal de 50mm, para fotografar um objeto que possui 1,0m de altura. Se a imagem projetada no filme apresenta 2,5cm de altura, a distância em que o ob jeto deve estar posicionado em relação à lente será, em metros, aproximadamente igual a: a) 2,1 b) 3,5 c) 5,3 d) 7,2 e) 8,0 RESOLUÇÃO: O aumento linear transver sal, provocado pela lente (con vergente) da câmara é dado por: A = ou A = Logo: = A imagem projetada sobre o filme é invertida e, por isso, a relação i/o é negativa. = ⇒ – 5,0 + p = 200 p = 205cm = 2,05m ⇒ Resposta: A � (UFJF-MODELO ENEM) – Um botânico quer observar detalhes em uma pequena flor. Para isso, ele necessita ampliar cinco vezes a imagem dessa flor. Considerando-se que ele usa uma lupa, cuja lente esférica é delgada e convergente, com distância focal igual a 10cm, a que distância da lupa deve ficar a flor para se conseguir a ampliação desejada? a) 2,0 cm b) 4,0 cm c) 6,0 cm d) 8,0 cm e) 12 cm RESOLUÇÃO: A situação proposta está esquematizada abaixo. A = ⇒ 5 = ⇒ 10 – p = 2,0 ⇒ Resposta: D i ––– o f –––––– f – p i ––– o f –––––– f – p 2,5 – –––– 100 5,0 ––––––– 5,0 – p p � 2,1m f –––––– f – p 10 ––––––– 10 – p p = 8,0cm C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 178 1. A Física e o cotidiano As lentes de contato justapõem-se à cornea e ao cristalino do olho para corrigir os defeitos da visão. 2. A Física e o mundo A associação de lentes da máquina fotográfica aumenta as possibili - dades de focalização de imagens. 3. A Física e o laboratório As lentes de aumento, conver gentes, possuem vergência ou grau positivo e as de redução, divergentes, grau negativo. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Introdução É sabido que quanto menor é a distância focal de uma lente, mais abruptamente ela converge ou diver ge raios de luz paralelos, isto é, "quan to menor sua distância focal, maior é seu poder de convergir ou divergir raios de luz". Biconvexa Plano- côncava Plano- côncava Plano- convexa Biconvexa Bicôncava Objetiva de uma máquina fotográfica 179FÍSICA 2 7 Palavras-chave: Vergência de uma lente • Vergência • Justaposição Veq = V1 + V2 1 V = –– f Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Como construir instrumentos ópticos com distâncias focais diferentes das lentes oferecidas no mercado? O que é o grau de uma lente? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 179 � (PUC-RJ-MODELO ENEM) – Nas figuras abaixo, o objeto O é colo cado a uma mesma distância de duas lentes convergentes, L1 e L2. Um raio luminoso incide paralelamente sobre o eixo prin cipal das lentes. Sabendo-se que b > a, a respeito das vergências V1 e V2, das lentes L1 e L2, res pectivamente, pode-se afirmar que: a) V2 > V1 b) V2 = V1 c) V2 < V1 d) V2 = 2V1 e) V2 = V1/2 RESOLUÇÃO: b > a ⇒ f2 > f1 ⇒ < ⇒ Resposta: C V2 < V1 1 ––– f1 1 ––– f2 180 FÍSICA A lente L2 é mais convergente que a lente L1, pois, tendo menor distância focal, converge mais abrup ta - mente os raios de luz. Para medir o poder de uma lente em convergir raios de luz, define-se uma nova grandeza, que será deno mi - nada vergência ou convergên cia da lente. Define-se vergência (V) de uma lente como o inverso de sua dis tân cia focal. Unidade de vergência Sendo a distância focal f um com primento, a ver - gência tem di men são do inverso do comprimen to. Sua unidade de medida é o cm–1 ou o m–1. Esta última unidade, m–1 (in ver so do metro), é a usual na prática, re ce bendo a denominação de dioptria e sendo representada por di. Lentes justapostas Para uma associação de lentes del gadas justapostas, a vergência da associação é igual à soma al gébrica das vergências das lentes associa das. Por exemplo, para duas lentes justapostas, escreve - mos:1 V = ––– f V = V1 + V2 1 1 1 ––– = ––– + ––– f f1 f2 Exercício Resolvido � Justapõem-se duas lentes delgadas cujas distâncias fo - cais são +10cm e –20cm, respectivamente. Qual a distância focal equi valente? Resolução • Associação de lentes A vergência equivalente (Veq) da associação pode ser deter mina da pelo teorema das vergências, assim: Veq = V1 + V2 = + ⇒ = – (cm)–1 = (cm)–1 ⇒ feq = 20cm Resposta: 20cm Lente divergente Vergência: V2 1 V2 = –––f2 Lente convergente Vergência: V1 1 V1 = –––f1 Lente equivalente Vergência: V, em que V = V1 + V2 1 1 1 ––– = ––– + ––– f f1 f2 2 – 1 ––––––– 20 1 –––– feq 1 ––– 20 1 ––– 10 1 ––– feq 1 ––– f2 1 ––– f1 1 –––– feq Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 180 181FÍSICA � (MACKENZIE-SP) – Uma lente esférica delgada de conver gência 10 di é utilizada para obter a imagem de um objeto de 15 cm de altura. A distância a que o objeto deve estar do centro óptico da lente para se obter uma imagem invertida com 3 cm de altura é de: a) 60 cm b) 50 cm c) 42 cm d) 24 cm e) 12 cm RESOLUÇÃO: (I) V = ⇒ 10 = ⇒ (II) = ⇒ = –10 + p = 50 ⇒ A relação é negativa porque a imagem é invertida. Resposta: A � (VUNESP-MODELO ENEM) – Duas lentes delgadas, uma con ver gente e outra divergente, com distâncias focais res - pectivamente iguais a 1,0m e – 2,0m, encontram-se justapostas. Um objeto é colocado a 3,0m das len tes. A distância entre a imagem e o sistema de lentes (considerado de espessura desprezível) vale: a) 0,54m b) 0,65m c) 0,76m d) 1,2m e) 6,0m RESOLUÇÃO: (I) Utilizando o teorema das vergências, vem: Veq = V1 + V2 = + ⇒ = – (II)Pela Equação de Gauss, temos: = + ⇒ = + Resposta: E � (UFMG-MODELO ENEM) – Ao associar duas lentes delgadas de dis tân cias focais f1 = 10 cm e f2 = 40 cm, ambas conver gen tes, você obtém um sistema equivalente a uma lente de convergência: a) 0,125 di b) 2,0 di c) 8,0 di d) 12,5 di e) 50 di RESOLUÇÃO: f1 = 10cm = 0,10m ⇒ V1 = = ⇒ f2 = 40cm = 0,40m ⇒ V2 = = ⇒ Veq = V1 + V2 ⇒ Veq = 10 + 2,5(di) ⇒ Resposta: D 1 ––– f 1 ––– f f = 0,10m = 10cm i ––– o f ––––– f – p 3 – ––– 15 10 ––––– 10 – p p = 60cm i ––– o 1 –––– feq 1 ––– f1 1 ––– f2 1 –––– feq 1 ––– 1,0 1 –––– 2,0 feq = 2,0m 1 –––– feq 1 ––– p 1 ––– p’ 1 –––– 2,0 1 ––– 3,0 1 ––– p’ p’ = 6,0m 1 ––– f1 1 –––– 0,10 V1 = 10 di 1 ––– f2 1 –––– 0,40 V2 = 2,5 di Veq = 12,5 di C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 181 1. A Física e o cotidiano A fabricação de lentes variadas é fundamental para a Oftalmologia. 2. A Física e o mundo Halley relacionou os materiais transparentes com a curvatura das faces das lentes. 3. A Física e o laboratório O banco óptico auxilia os fabricantes de lentes e estudantes na determinação da vergência de lentes isoladas ou de associações delas. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Equação de Halley ou dos “fabricantes de lentes” A distância focal de uma lente depende • do material de que a lente é feita, representado por seu índice de refra ção absoluto (n2); • do meio externo que envolve a lente, represen - tado por seu índice de refra ção absoluto (n1); • da geometria da lente, representada pelos raios de curvatura, R1 e R2. O valor da distância focal (f) é calculado pela Equa - ção de Halley ou dos "fabricantes das lentes":Convenção de sinais: face convexa: R > 0 face côncava: R < 0 face plana: → 0 A fabricação das primeiras lentes de qualidade depende da manufatura de vidro de alta qualidade e de processos precisos de lapidação e polimento das faces curvas desses refratores. A união do vidro de qualidade e a obtenção de curvaturas precisas levou, pelo menos, quatro séculos para ocorrer. Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con - fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Quais são as grandezas que permitem fabricar uma lente? Como Turquia, Veneza e Holanda são relacio - nadas com o desenvolvimento da Óptica? 1 n2 1 1 ––– = �–––– – 1 � �–––– + ––––� f n1 R1 R2 1 ––– R 182 FÍSICA 2 8 Palavras-chave:Lentes esféricas – Equação de Halley 1 n2 1 1 • ––– = �––– – 1��––– + –––� f n1 R1 R2 • Curvatura • Material da lente C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 182 183FÍSICA A produção de materiais transparentes sem impu - rezas ou bolhas de ar era monópolio dos artesãos de Constantinopla. Os venezianos invadiram Constantinopla (1202-1204), romperam o monópolio e toda a Europa passou a utilizar vidros de boa qualidade. Os joalheiros holandeses refinaram as técnicas de lapidação e poli - mento das faces curvas no século XVII e passaram a produzir toda a sorte de instrumentos ópticos de aumento, como microscópios e telescópios. A equação dos fabricantes de lentes, ou Equação de Halley, relaciona o tipo de material da lente, repre sen - tado pelo seu índice de refração (nlente), com o índice de refração do meio em que ela se encontra e com os raios de curvatura R1 e R2 das suas faces: V = – 1 . + V é a vergência da lente, em dioptrias. I. O termo – 1 está historicamente rela cio - na do com o esforço de turcos e venezianos para obter materiais transparentes de boa qualidade. II. O termo + está relacionado com os processos de polimento das faces da lente. III. As medidas de R1 e R2 devem ser feitas em metros. IV. Se nlente > nmeio e se R1 = R2 > 0, a lente será biconvexa e convergente. nlente–––––– nmeio 1 ––– R1 1 ––– R2 nlente–––––– nmeio 1 ––– R1 1 ––– R2 � ��� � � � � Exercícios Resolvidos � (ITA) – Uma vela encontra-se a uma distância de 30cm de uma lente plano-convexa que projeta uma imagem nítida de sua chama em uma parede a 1,2m de distância da lente. Qual é o raio de curvatura da parte curva da lente se o índice de refração dela, em relação ao meio externo, é 1,5? a) 60cm b) 30cm c) 24cm d) 12cm e) 10cm Resolução Do enunciado, temos: p = 30cm p’ = + 1,2m = +120cm (a imagem projetada é de natureza real). Assim: ––– 1 = ––– 1 + ––– 1 f p p’ –––1 = –––1 + ––––1 (cm)–1 f 30 120 –––1 = ––––––4 + 1 (cm)–1 ⇒ f 120 Podemos, agora, determinar o raio da face curva R1 por meio da Equação de Halley. ––– 1 = (n2,1 – 1) . ( –––1 + –––1 )f R1 R2 em que R2 → ∞ (face plana) e 1/R2 → 0 –––1 = (1,5 – 1) . ( –––1 + 0) (cm)–124 R1 portanto: –––1 = ––––0,5 (cm)–1 ⇒ 24 R1 Resposta: D � (UNESP-MODELO ENEM) – É possível improvisar uma objetiva para a construção de um microscópio simples, pingando uma gota de glicerina dentro de um furo circular de 5,0 mm de diâmetro, feito com um furador de pa pel em um pedaço de folha de plástico. Se apoia da sobre uma lâmina de vidro, a gota ad - quire a for ma de uma semiesfera. Dada a equa - ção dos fabricantes de lentes para lentes imer - sas no ar, C = = (n − 1) + , e sabendo que o índice de refração da glicerina é 1,5, a lente plano-convexa obtida com a gota terá vergência C, em unidades do SI, de: a) 200 di b) 80 di c) 50 di d) 20 di e) 10 di Resolução A lente plano-convexa em questão tem o for - mato representado a seguir. 2R = 5,0mm ⇒ Aplicando-se a Equação de Halley fornecida no enun ciado, vem: C = (n – 1) � + � C = (1,5 – 1) � + � (di) Da qual: Resposta: A � (FMABC-MODELO ENEM) – O designer mexicano José de la O criou uma esfera antimosca eco lo gi ca men te correta, baseada em uma técnica antiga usada tradicionalmente em comércios de ali mentos ao ar livre: a refração da água. A utili zação de sacos plásticos cheios de água, pendu rados no teto de quiosques nas ruas, é uma forma de espantar as moscas para longe na maioria dos mercados urbanos de alimen tos. Foi pensando nisso que o designer mexi cano criou a esfera antimosca e a colocou à venda pela internet. O conceito tem como tese a refração, que pode confundir algumas espécies de insetos, especialmente a mosca, que conta com um conjunto de olhos imensamente sensíveis, os quais permitem que vejam simultaneamente em múltiplas direções. O senso de direção desses animais baseia-se na direção da qual provém a luz do sol e, de acordo com entomologistas (pes qui sadores que estudam insetos), a luz refratada confunde o inseto e ele foge. 1 ––– f 1 ––– R1 1 ––– R2 R1 = 12cm f = 24cm 1 ––– ∞ 1 ––––––––– 2,5 . 10–3 tende a zero 1 ––– R2 1 ––– R1 R = 2,5mm = 2,5 . 10–3m � � C = 200 di C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 183 (Disponível em: <http//:www.ciclovivo.com.br/noticia.php/2253/>. Acesso em: 02 out. 2012.) O texto faz referência a um fenômeno óptico que foi explorado pelo designer mexicano. Esse fenômeno é percebido todas as vezes que a luz, ao ir de um meio homo gêneo e transparente, de índice de refração absoluto n1, para outro meio homogêneo e transparente, de índice de refração absoluto n2, tal que n1� n2: a) sempre sofre um desvio em sua direção de propagação. b) sempre sofre uma alteração em seu com - pri mento de onda e na sua direção de propagação. c) sempre sofre uma alteração em sua frequência. d) sempre sofre uma variação em sua veloci - dade de propagação. e) nunca sofre um desvio em sua direção e nem em sua velocidade de propagação. Resolução O fenômeno de refração consiste na vari ação de velocidade de propagação da luz ao passar de um meio para outro, com índices de refração absolutos diferentes. Resposta: D � (FUND. UNIVERSA-MODELO ENEM) – Em um laboratório de perícia da polícia, um perito trabalha com uma lente de vidro de índice de refração absoluto aproximado de 1,5, que possui uma superfície côncava, com raio de módulo 90cm, e uma superfície convexa, de raio com módulo de 50cm. Em certo momento, o perito precisou acrescentar em seu trabalho o comprimento focal dessa lente. Como não dispunha do manual do kit de lentes, teve de efetuar corretamente os cálculos necessários para determinar o comprimento focal. Consideran do-se o índice de refra ção absoluto do ar igual a 1,0, o resultado encontrado foi de: a) 450cm b) 375cm c) 225cm d) 200cm e) 112cm Note e adote: Equação de Halley dos fabricantes de lentes. V = V = vergência da lente R1 e R2 = raios das faces esféricas da lente n2 = índice de refração absoluto do material da lente n1 = índice de refração absoluto do meio externo Face convexa: R > 0 Face côncava: R < 0 Resolução V = = � – 1� � – � (cm)–1 = 0,5 (cm)–1 = (cm)–1 f = (cm) ⇒ f = 225 cm Resposta: C n 2�––– – 1�n 1 1 1�––– + –––� R 1 R 2 1 ––– f 1,5 ––– 1,0 1 ––– 50 1 ––– 90 1 ––– f (9 – 5) –––––– 450 2,0 –––––– 450 450 –––––– 2,0 184 FÍSICA Exercícios Propostos � (MACKENZIE-SP-MODELO ENEM) – Na produção de um blo co de vidro flint, de índice de refração ab soluto 1,7, ocorreu a forma ção de uma “bolha” de ar (índice de refraçãoabsoluto 1,0), com o for mato de uma lente esférica biconvexa. Um feixe luminoso mono cro má tico, paralelo, incide perpen dicularmente à face A do bloco, conforme a figura abaixo, e, após passar pelo bloco e pela bolha, emerge pela face B. A figura que melhor representa o fenômeno é: RESOLUÇÃO: Como o índice de refra ção da lente (1,0) é menor que o do meio (1,7), a lente biconvexa terá comportamento diver gen te. Ao sair do bloco de vidro flint, os raios de luz irão passar para o ar (índice de refração me nor), afastando-se da nor mal. Resposta: B C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 184 185FÍSICA � (VUNESP-UFTM) – Uma lente del ga da convexo-côn cava, de vidro flint, com índice de re fração n = 1,6, encon - tra-se imersa no ar. Se o raio de sua superfície côncava é igual a 20,0cm e sua vergência é C = – 1,8di, o raio de curvatura da super fície con vexa tem valor, em cm, igual a: a) –30,0 b) –20,0 c) –10,0 d) +20,0 e) +50,0 RESOLUÇÃO: Equação de Halley: C = � –1� � + � –1,8 = � –1� �– + � –3,0 = – 5,0 + ⇒ = 2,0 ⇒ Resposta: E � (Olimpíada Brasileira de Física) – De um livro de 30cm de altura, uma lente convergente plano-convexa de vidro (nV = 1,5), imersa no ar, forma uma imagem real com 10cm de altura a uma distância de 12 cm da lente. a) Qual o valor, em cm, da distância focal da lente conver - gente? b) Qual o valor do raio de curvatura da superfície convexa da lente? RESOLUÇÃO: a) (I) A imagem é invertida, logo, a relação i/o é negativa. = ⇒ = ⇒ (II)Equação de Gauss: = + = + ⇒ = = Da qual: b) Equação de Halley: = � – 1� � + � = � – 1� � + � = ⇒ Respostas: a) 9,0cm b) 4,5cm � (UNIFESP-MODELO ENEM) – Tendo-se em vista que as lentes são, na prática, quase sempre usadas no ar, a equação dos fabricantes de lentes costuma ser escrita na for ma: C = (n – 1) . Nessas condições, pode-se afirmar que a convergência de uma lente plano-con ve xa de índice de refração n = 1,5 e cujo raio da face con vexa é R = 20cm é: a) 0,50 di b) 1,0 di c) 1,5 di d) 2,0 di e) 2,5 di RESOLUÇÃO: Para uma lente plano-convexa, a parcela referente à face pla - na é nula. Isso posto, temos: C = (n – 1) ⇒ C = (1,5 – 1) (di) ⇒ C = 0,5 . 5,0 di Resposta: E 1 –––– R2 1 –––– R1 n ––––– nmeio 1 –––– R2 1 –––– 0,20 1,6 –––– 1,0 R2 = 0,50m = 50,0cm 1 –––– R2 1 –––– R2 p = 36cm 12 – ––– p 10 – ––– 30 p’ – ––– p i –– o 1 –– p’ 1 –– p 1 –– f 4 –––– 36 1 + 3 ––––– 36 1 –– f 1 –– 12 1 ––– 36 1 –– f f = 9,0cm 1 –– f nv ––– nar 1 –––– R1 1 –––– R2 1 ––– 9,0 1,5 –––– 1,0 1 –––– R1 1 –––– ∞ C = 2,5 di 1�––––�0,201�–––�R 1 ––– R1 1 1�––– + –––�R1 R2 1 –––– 9,0 1 –––– 2R1 R1 = 4,5cm tende a zero C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 185 186 FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Representação esquemática do olho Observe seus olhos num espelho e tente associar o que vê às estruturas internas apresentadas a seguir. Córnea Nessa representação, des ta ca mos apenas as partes mais im por tan tes na formação das imagens, in di cando sua função óptica. O esquema apresentado é deno minado "olho reduzido". a) Cristalino: é uma lente con vergente, do tipo bicon vexa. De um objeto real, esta lente deve produzir uma imagem real sobre a retina. b) Pupila: comporta-se como um diafragma, con - trolan do a quan ti dade de luz que penetra no olho. c) Retina: é a parte sensível à luz, onde deve formar- se a imagem. Comporta-se como um anteparo sen sí vel à luz. d) Músculos ciliares: com pri mem conveniente men - te o cristalino, alte rando sua distância focal. Agora, sem óculos ou lentes de contato, se você os usar, observe os objetos à sua volta e compare com as imagens seguintes. Visão normal: nitidez a partir de 25 cm dos olhos até o infinito. Miopia: dificuldade para ver objetos distantes por excesso de convergência da córnea e do cristalino. A pessoa aperta as pálpebras para focalizar paisagens. Hipermetropia: dificuldade para ver objetos próximos por falta de convergência da córnea e do cristalino. A pessoa afasta o livro dos olhos para a leitura. Músculos iliaresC Cristalino Retina Nervo óptico Cérebro p'p O Pupila Córnea Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con - fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Como enxerga uma pessoa com astigmatismo? Por que tantas pessoas são míopes? Por que dizemos que à noite todos os gatos são pardos? Se o olho tem profundidade constante, como ele focaliza objetos em distâncias variadas? 2 9 Palavras-chave: Óptica da visão I • Fisiologia • Acomodação C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 186 187FÍSICA Astigmatismo: dificuldade para ver linhas paralelas em algumas direções por falta de curvatura da córnea, e pode provocar dor de cabeça. Presbiopia (vista cansada): depois dos 40 anos de idade o endurecimento do cristalino, por perda de água, e o enfraquecimento dos músculos ciliares produzem, em geral, as mesmas dificuldades da hipermetropia, e a pes - soa afasta o livro dos olhos para a leitura. 2. A Física e o mundo Você já viu alguém míope. Isso é uma afirmação! A dificuldade de enxergar objetos à distância se espalha quase como uma doença. Saiba o porquê. Veja só! A miopia está atingindo proporções epidêmicas. Nos EUA, mais de 40% da população precisa de óculos. As estimativas sugerem que um terço da população do mun - do será míope até o final da década. A miopia geral mente pode ser tratada facilmente com óculos, lentes de contato ou cirurgia, mas, ainda assim, os míopes têm um risco mais elevado para desenvolver glaucoma e catarata e ter descolamento de retina. As condições dessa “epidemia” têm feito os pes - quisa dores se perguntarem sobre a sua causa. Agora, os cientistas pensam que têm uma boa compreensão de por que a condição se tornou mais comum: os jovens estão pas sando muito tempo em ambientes fechados, de acordo com um relatório publicado na Nature. Estudos com gêmeos na década de 1960 mostraram aos investigadores que o DNA influencia a condição. Mas informações antigas, de 400 anos atrás, indicaram que os genes não são toda a história: o astrônomo Johannes Kepler pensava que sua visão pobre resultou de manter o nariz em um livro por tantos anos. Pesquisas mais recentes têm confirmado a hipótese de Kepler: o aumento da miopia sincroniza-se com uma maior ênfase na educação, especialmente no leste da Ásia. Na China, quase 90% dos adolescentes e jovens adultos são míopes [em comparação com 10 a 20%, 60 anos atrás], e não é coincidência que a média de 15 anos de idade, em Shanghai, gasta 14 horas por semana fazendo lição de casa. Há algum tempo, pesquisadores alemães descobriram que os estudantes que frequen - taram a escola por mais anos tinham uma taxa muito mais elevada de miopia do que os menos acadêmicos. Especialistas não chegaram a um consenso sobre como exatamente diminuir a crescente onda de miopia. Mas um pesquisador australiano descobriu que as crianças poderiam manter uma visão saudável ao passar três horas por dia à luz de 10.000 lux ou mais — a mesma quantidade de luz que uma pessoa iria ver usando óculos de sol em um dia brilhante [para efeito de comparação, uma sala de aula bem iluminada geral - mente não tem mais de 500 lux]. Muitos pesquisadores concordam que as crianças que passam mais tempo em ambientes abertos mantêm uma boa visão por muito mais tempo, além disso, a atividade física pode evitar a obesidade e melhorar o humor. O trabalho deu origem a campanhas de saúde pública, em uma série de países da Ásia Oriental, destinadas a incentivaras crianças a sair mais de casa. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 187 3. A Física e o laboratório Os cones e bas to netes são as células senso riais da visão. Situa das na retina, essas célu las trans formam a infor ma ção lumi no sa sobre elas inci den te em infor mação elétrica que es coa pa ra o cérebro atra vés do nervo óp tico. Na foto acima, tem-se um aspecto de cones e bas tonetes vistos ao microscópio com am pliação de 1600 ve zes. Com pouca iluminação, apenas, os bastonetes são acionados, não enxergamos as cores e a visão ocorre em tons acinzentados. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Acomodação visual Como já ressaltamos, a abscissa p' da imagem (dis - tância do cristalino à retina) é constante e, como a abs - cis sa p do objeto assume valores dis tin tos, con forme a particular posição do objeto visado, a equação + = mostra-nos que a dis tância focal do cris talino deve ser variável. Para cada valor de p, a distância focal f assume um valor conveniente, para que a ima gem se forme exa ta - mente sobre a retina. A variação da distância focal do cristalino é feita com a intervenção dos músculos ci lia res. Sendo p' = cons tante, per ce be mos pela Equação de Gauss que quanto menor for p (objeto mais pró xi mo da vista), menor deverá ser a cor respondente distância focal f. Assim, à medida que apro xi ma mos o objeto do olho, os músculos ciliares comprimem o cristalino, di mi nuin do o raio de curvatura das faces e também a distância focal f. O trabalho realizado pelos mús cu los ciliares, de variação da dis tân cia focal do cristalino, é denominado "acomodação visual". 5. Ponto remoto e ponto próximo Ponto remoto (PR) é o ponto mais afastado que o olho vê, com nitidez, estando os músculos ciliares relaxados. Ponto próximo (PP) é o ponto mais próximo da vista para a qual a ima gem é nítida, estando os mús cu - los ciliares com máxima contração. Para que um objeto possa ser visto com nitidez, ele deve situar-se entre o ponto próximo e o ponto re mo to do olho. A região do es paço com preendida entre tais pontos é de nominada zona de acomoda ção. d: distância mínima de vi - são distinta. D: distância máxima de vi - são distinta. Para o olho normal, o ponto re mo to está no infinito (D → ∞) e o pon to pró ximo está a uma distância con ven - cional d = 25cm. Miopia A miopia é um defeito da visão que consiste em um excesso de convergência do sistema refrator do olho, que pode ser comparado a um achatamento do globo ocular. Há um afastamento da retina em relação ao crista - lino e, com isso, a imagem de um objeto impróprio se forma aquém da retina e, portan to, não é nítida. 1 –– f 1 –– p 1 –– p’ 188 FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 188 Para o míope, o ponto remoto es tá a uma distância finita, maior ou menor, conforme o grau de miopia. Quando o objeto está no ponto remoto do míope, a imagem forma-se nítida na retina, com os músculos ci lia - res relaxados (condições de visão mais cômoda). PRM = ponto remoto do olho mío pe. D = distância máxima de visão distinta do olho míope. P' = imagem nítida do ponto re mo to sobre a retina. Como a distância focal máxima do cristalino está sendo demasiado pequena, isto é, sua vergência é maior do que a ideal, a correção é feita com o uso de uma lente di ver gente. Tal lente divergente deve for ne cer, de um objeto impróprio, uma ima gem virtual no ponto remoto do olho. Esta imagem virtual se com por ta como objeto real para o olho, dando uma imagem final real e nítida sobre a retina. De um objeto impróprio, a lente cor retiva divergente dá uma imagem em seu foco imagem; como tal ima gem vai ser objeto para o olho, ela de verá coincidir com o ponto re moto do olho míope (PRM ≡ F'). A lente corretiva tem distância focal , em que D é a distância máxima da visão distinta para o olho míope. Hipermetropia A hipermetropia é um defeito da visão que consiste na falta de convergência do sistema refrator do olho, que pode ser comparado a um encur ta men to do globo ocular. O problema do hipermetrope não é a visão de objetos distantes, pois, com uma acomodação con ve - niente, a distância focal do sistema é re du zi da, possibilitando a visão níti da do obje to impróprio. A dificuldade reside no afas ta men to do ponto próximo. A distância focal mínima do sis te ma é maior do que deveria ser, fa zen do com que a visão de objetos pró xi mos não seja possível, com ni ti dez. Nesse caso, a vergência do sis tema deve ser au - men tada, com o uso de uma lente corretiva con ver - gente. Tal lente convergente deve for necer, de um ob - jeto real, situado no ponto próximo do olho normal, uma imagem virtual, no ponto pró xi mo do olho hipermetrope. Esta ima gem se comporta como objeto real para o olho, dando uma imagem final nítida sobre a retina. PPN = ponto próximo do olho nor mal (emetrope). PPH = ponto próximo do olho hi per metrope. Sendo d = 25cm a distância míni ma de visão distinta para o olho nor mal, dH a distância mínima de visão distinta para o olho hi per me tro pe e f a distância focal da lente cor retiva, te re mos: p = d = 25cm p' = -dH (imagem virtual) (CGS) f = – D 1 1 1 ––– = ––– – ––– f 25 dH 189FÍSICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 189 190 FÍSICA Exercícios Resolvidos � (PUC-SP) – Os esquemas correspondem a um olho míope (1) e um olho hipermetrope (2). As lentes corretivas devem ser, respec tivamente, para (1) e (2), a) divergente e convergente. b) divergente e divergente. c) biconvexa e bicôncava. d) convergente e divergente. e) convergente e convergente. Resposta: A � (UNCISAL) – Um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos foi o humorista Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho ou, simplesmente, Chico Anysio, que ficou famoso pelo grande número de personagens criadas e interpretadas na TV e no cinema. Uma dessas personagens é o caixeiro-viajante Onestal do Veridiano da Silva (figura), que, mesmo não apresentando muita beleza física, fazia muito sucesso com as mulheres. Disponível em: http://www.globo.com. Acesso em: 01 nov. 2013. Os óculos utilizados por Silva produzem uma imagem dos seus olhos bem maior do que o tamanho real deles. Para obter esse efeito de máxima ampliação da imagem dos olhos, tão marcante no figurino dessa personagem, as lentes utilizadas devem ser: a) convergentes, com comprimento focal menor que a distância entre a lente e os olhos. b) divergentes, com comprimento focal ligeiramente maior que a distância entre a lente e os olhos. c) convergentes, com comprimento focal ligeiramente maior que a distância entre a lente e os olhos. d) divergentes, com comprimento focal muito maior que a distância entre a lente e os olhos. e) planas, com comprimento focal muito maior que a distância entre a lente e os olhos. Resolução Para a imagem ser ampliada, a lente deve ser convergente e o objeto deve estar localizado entre o foco objeto da lente e o centro óptico da lente. Resposta: C � (FUVEST) – Na formação das imagens na retina da vista humana normal, o cristalino funciona como uma lente a) convergente, formando imagens reais, diretas e diminuídas. b) divergente, formando imagens reais, diretas e diminuídas. c) convergente, formando imagens reais, invertidas e diminuídas. d) divergente, formando imagens virtuais, diretas e ampliadas. e) convergente, formando imagens virtuais, invertidas e dimi nuí das. Resolução O cristalino funciona como uma lente conver gente que fornece, de um objeto real, uma imagem também real e, portanto, invertida (quando objeto e imagem têm mesma natu reza, a imagem é invertida). A ima - gem é redu zida por ter abscissa gaussiana menor do quea do objeto (p’ < p). Resposta: C C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 190 191FÍSICA � (UFPA) – O olho humano pode ser considerado, de forma sim pli ficada, como um sistema óptico que atua como uma lente bi convexa. Para que a imagem de um objeto se forme sempre na retina, é necessário que a vergência do globo ocular se altere. Um objeto muito distante (no infinito) pode-se aproximar de um observador até o ponto próximo, distância mínima necessária para visão distinta. Para uma pessoa de visão normal, o ponto próximo pode ser assumido como 25cm. A variação da vergência do globo ocular durante esse proces - so é denominada amplitude de acomodação visual. Com base no enunciado, responda: a) Quais as características da imagem formada na retina? b) Enquanto o objeto se aproxima do olho do observador, o que acontece com os raios de curvatura da lente do globo ocular (não se alteram, aumentam ou diminuem)? RESOLUÇÃO: a) Real, invertida e menor. b) Diminuem para aumentar a vergência. � (PUC-RJ-MODELO ENEM) – O esquema a seguir repre - se nta um olho hu mano que observa, sem o auxílio de lentes artificiais, um ob jeto distante. A acomodação visual é tal que o cristalino se apresenta com a sua máxima distância focal. Nestas condi ções, qual das opções a seguir relaciona corretamente o ponto (1, 2 ou 3) em que se forma a imagem do objeto com o tipo de visão (míope, normal e hipermetrope) do observador? RESOLUÇÃO: Ponto 1: no interior do globo ocular, antes da retina e representa a visão míope. Ponto 2: sobre a retina e representa a visão normal. Ponto 3: fora do globo ocular, atrás da retina e representa a visão hipermetrope. Resposta: A Visão míope Visão normal Visão hipermetrope a) 1 2 3 b) 1 3 2 c) 2 1 3 d) 2 3 1 e) 3 2 1 Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 191 192 FÍSICA � (UFMG) – Dois defeitos visuais bastante comuns no ser humano são a mio pia e a hiperme tro pia. Num olho mío pe, a imagem é for mada antes da reti na, enquanto num olho hiper me trope, a imagem é formada depois da retina. Na figura, estão representados três raios de luz emergindo de uma fonte localizada em P, passando pelas lentes delgadas L1 e L2 e atingindo Q. Com relação às lentes L1 e L2, a afirmativa correta é a) L1 e L2 podem corrigir hipermetropia. b) L1 e L2 podem corrigir miopia. c) L1 pode corrigir hipermetropia e L2, miopia. d) L1 pode corrigir miopia e L2, hipermetropia. RESOLUÇÃO: L1 e L2 são lentes convergentes e podem corrigir a hipermetropia. Resposta: A � (UEM-MODELO ENEM) – No olho humano, as imagens for mam-se na retina e depois são analisadas no cérebro. No entanto, defeitos da visão fazem com que a for ma ção das imagens se dê antes da retina, depois dela, ou ainda que apresente distorções de simetria. Esses defeitos são identificados, respectiva mente, como miopia, hipermetropia e astigmatismo e podem ser corrigidos, eventualmente, com cirurgias ou com o uso de lentes. As lentes recomendadas para a corre ção dos citados defeitos são, respectivamente, a) divergentes, convergentes e cilíndricas. b) convergentes, cilíndricas e divergentes. c) cilíndricas, divergentes e convergentes. d) convergentes, divergentes e cilíndricas. e) cilíndricas, convergentes e divergentes. RESOLUÇÃO: Correção da miopia: lentes divergentes Correção da hipermetropia: lentes convergentes Correção do astigmatismo: lentes cilíndricas Resposta: A � (MODELO ENEM) – Os cães veem o mundo de uma pers - pectiva di fe ren te da nossa. As dife renças se devem à estrutu - ra do olho. As células responsáveis pela visão de cores são deno mi nadas cones. En - quanto a espécie humana pos sui três tipos de cones, capazes de captar as cores verme lho, ver de e azul, os cães possuem apenas dois. A hipótese mais aceita é a de que os cães são capazes de enxergar apenas o azul e o amarelo, sendo as demais cores detec tadas como variações de cinza. Os cães também podem apresentar miopia, hiperme tropia, astigmatismo e catarata. Para a correção desses defeitos de visão, estão sendo utilizadas lentes intraocu lares projetadas especialmente para cães. Assinale a alternativa correta. a) O seres humanos só conseguem enxergar três cores: vermelho, verde e azul. b) A luz branca, ao ser refletida por uma rosa vermelha, é percebida da mesma maneira por cães e por humanos. c) A miopia é um defeito visual que só ocorre em hu manos. d) A luz branca, ao ser refletida por uma rosa amarela, é en - xergada pelos cães como se fosse cinza. e) Um objeto azul é enxergado por humanos e pelos cães com tonalidade azul. RESOLUÇÃO: a) Falsa. Os humanos enxergam outras cores por meio das combi - nações do vermelho, do verde e do azul. b) Falsa. Os cães verão a rosa com tonalidade cinza. c) Falsa. De acordo com o texto, também ocorre com os cães. d) Falsa. Os cães conseguem enxergar o azul e o amarelo. e) Verdadeira. O azul é visto por homens e cães. Resposta: E C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 192 193FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Características dos defeitos de visão mais comuns em relação ao olho normal. 2. A Física e o mundo Astigmatismo Provocado por uma distorção na córnea ou na lente do cristalino. Faz com que a imagem tenha diversos pontos de foco na retina. É hereditário e pode ocorrer junto com a hiperme - tropia e a vista cansada. Pode ser tratado com óculos, lente de contato e cirurgia. As lentes corretivas são cilíndricas. Cubra um de seus olhos e olhe para este círculo. Se você não enxergar o paralelismo de todas as linhas, há o risco de ter astigmatismo. 3. A Física e o laboratório A figura abaixo mostra o cartaz para o diagnóstico de miopia e como as pessoas com um, dois e três graus de miopia o enxergam. 3 0 Palavras-chave: Óptica da visão II • Miopia • Hipermetropia Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Como são os pontos próximos e remotos dos olhos das pessoas com visão normal, com miopia e com hipermetropia? Qual é o teste do astigmatismo? Qual é a visão de uma pessoa com três graus de miopia? C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 193 194 FÍSICA 4. A Física e a evolução de seus conceitos Lente corretiva Distância focal Miopia divergente f = – D Hipermetropia convergente 1 1 1 ––– = ––– – ––– f 25 d (CGS) Vergência ou “grau” dos óculos (regras práticas) Miopia V = (D em metros) 1 – ––– D D: distância máxima de visão nítida do míope Hipermetropia V = 4,0 (d em metros) 1 – ––– d d: distância mínima de visão nítida do hipermetrope � (EFOA-MODELO ENEM) – Entre os dis - túrbios visuais mais comuns estão a hiper - metropia, a miopia e a presbiopia. A hiper - metropia ocorre quando o olho é mais curto do que o normal, o que faz com que as imagens sejam focadas atrás da retina, e não sobre ela. A miopia deve-se a um alongamento excessivo do globo ocular ou a uma curvatura excessiva da córnea, de forma que a imagem do objeto visto é focada antes da retina. A presbiopia é a redução da capaci dade de o olho, em função da idade, foca li zar os objetos próximos, porque as imagens se formam atrás da retina. Para cor - rigir esses distúrbios visuais, devem-se usar, respectiva mente, os seguintes tipos de lentes: a) convergente, divergente e divergente. b) convergente, divergente e convergente. c) divergente, divergente e convergente. d) convergente, convergente e divergente. e) divergente, convergente e convergente. Resolução • Correção da hipermetropia: lentes conver - gentes • Correção da miopia: lentes divergentes • Correção da presbiopia: lentes convergen- tes Resposta: B � (VUNESP) – O olho míope pode apre - sentar o glo bo ocular comprido demais ou a cór nea com curvatu ra exagerada, não con - seguindo focalizar na retina objetos distantes e a focalização ocorre antes da retina. A miopia pode ser corrigida por meio de lentes es fé ricas, fazendo com que objetos localizados no infinito sejam projetados na retina. Um oftalmologista receita para um míope óculos de vergência –2,0di (2 graus). É correto afirmar que as lentes utilizadas e a posição, em metro, do ponto remoto são, respectivamente, a) divergente e 0,75. b) convergente e 0,5. c) convergente e 0,75. d) divergente e 1,0. e) divergente e 0,5. Resolução I. Vergência negativa implica lente diver - gente. II. DPR = �f� = = (m) DPR = 0,5m Resposta: E � (UNITAU-SP) – A figura mostra a forma - ção da imagem, num olho, de um ponto P dis - tante 1,0m dele. (A figura não está em escala.) O cristalino, nessa situação, está abaulado ao máximo. Consi de rando que, na visão normal, enxerga-se com nitidez desde 20cm de distân - cia até o infinito, que lente deve ser usada para corrigir a visão desse olho, se for o caso? a) Uma lente divergente de –1,0 di (dioptria). b) Uma lente divergente de –2,0 di. c) Uma lente convergente de 1,0 di. d) Uma lente convergente de 4,0 di. e) Não é preciso lente; o olho é emetrope. Resolução Como o cristalino está na condição de máximo esforço visual, a distância fornecida de 1,0m é o ponto próximo para este olho. Este ponto próximo está mais afastado do que em um olho normal; e este defeito é conhecido por hipermetropia. A lente corretiva da hipermetropia é a conver - gente. Observe o esquema. Para um objeto real colocado a 20cm de dis - tância do olho, a lente convergente deve fornecer uma imagem virtual situada sobre o ponto próximo do hipermetrope. Da figura, temos: p = +20cm (objeto real) p’ = –100cm (imagem virtual) Assim: = – (cm)–1 = (cm)–1 ⇒ A vergência da lente é dada por: V = = (di) ∴ Resposta: D 1 1 1 ––– = ––– + ––– f p p’ 1 ––– f 1 ––– 20 1 –––– 100 1 ––– f 4 –––– 100 f = 0,25m 1 ––– f 1 –––– 0,25 V = 4,0 di 1 ––– V� 1 –––– 2,0 Exercícios Resolvidos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 194 195FÍSICA Exercícios Propostos � (ACAFE-MODELO ENEM) – O uso de óculos para corrigir defeitos da visão começou no final do século XIII e, como não se conheciam técnicas para o polimento do vidro, as lentes eram rústicas e forneciam imagens deforma das. No período da Renascença, as técnicas foram aperfeiçoadas e surgiu a profissão de fabri cante de óculos. Para cada olho defeituoso, existe um tipo conve niente de lente que, associado a ele, corrige a anomalia. Considere a receita a seguir, fornecida por um médico oftalmo - lo gista a uma pessoa com dificuldades para enxergar nitida - men te objetos afas tados. DP – Distância entre os eixos dos olhos OD – Olho direito OE – Olho esquerdo Em relação ao exposto, é incorreta a alternativa: a) A pessoa apresenta miopia. b) A distância focal da lente direita tem módulo igual a 50cm. c) As lentes são divergentes. d) Essas lentes podem funcionar como lentes de au mento. e) As imagens fornecidas por essas lentes serão vir tuais. RESOLUÇÃO: a) Correta. Lentes com vergência negativa são indicadas para a cor reção da miopia. b) Correta. f = ⇒ fOD = (m) = (cm) fOD = –50cm ⇒ c) Correta. Lentes “negativas” ⇒ Divergentes d) Incorreta. Para objetos reais, as imagens produzidas por lentes di ver - gentes são sempre reduzidas (menores). e) Correta. As lentes divergentes utilizadas na correção da miopia fornecem imagens virtuais. Resposta: D � (UFPE) – Uma pessoa com alto grau de miopia só pode ver objetos definidos claramente se a distância até o objeto, medida a partir do olho, estiver entre 15cm e 40cm. Para enxergar um objeto situado a 1,5m de distância, esta pessoa pode usar óculos com uma lente de distância focal f = –30cm. A que distância, em cm, à esquerda da lente (ver figura), se formará a imagem do objeto? RESOLUÇÃO: Equação de Gauss: + = + = ⇒ = – = = ⇒ Resposta: 25cm |fOD| = 50cm 1 ––– V 1 ––––– (–2,0) 100 – –––– 2,0 Lentes esféricas Lentes Eixo DP Longe OD –2,0di OE –2,5di Perto OD OE d = p ’ = 25cm p ’ = –25cm 6 – –––– 150 –5 – 1 –––––– 150 1 ––– p’ 1 –––– 150 1 – ––– 30 1 ––– p’ 1 – ––– 30 1 ––– p’ 1 –––– 150 1 ––– f 1 ––– p’ 1 ––– p C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 195 196 FÍSICA � (VUNESP) – Uma pesssoa com vista normal consegue enxergar objetos, nitidamente, a partir de uma distância de 25cm (ponto próximo). Outra, com hipermetropia, usa óculos com 3 “graus” (dioptrias). Então, pode-se concluir que a lente usada nesta cor re ção e o ponto próximo desta pessoa, em m, são, res pectivamente: a) divergente; 0,3. b) divergente; 1,0. c) convergente; 0,25. d) convergente; 0,3. e) convergente; 1,0. RESOLUÇÃO: Correção da hipermetropia: lentes convergentes V = – ⇒ 3,0 = – = 4,0 – 3,0 ⇒ = 1,0 ∴ Resposta: E � (UFJF-MODELO ENEM) – De acordo com especialistas, para que o olho humano possa distinguir dois objetos punti - formes situados próximos um do outro, é preciso que a imagem de cada um deles se forme na retina em cones separados por pelo menos um cone, como ilustra a figura abaixo. Admita que a distância entre dois cones ad ja centes seja igual a 1µm (= 10–6m) e a distância entre a córnea e a retina seja de 2,5 cm. De acordo com isso, qual é a maior distância d em que é possível distinguir objetos punti formes separados por 1cm? a) 25m b) 125m c) 10cm d) 30m e) 2,5m RESOLUÇÃO: Semelhança de triângulos: = ⇒ d = 12500cm Da qual: Resposta: B d = 125m 1cm –––––––––– 2 . 10–4cm d –––––– 2,5cm 1 ––– dH 1 –––– 0,25 1 ––– dH 1 ––– dN dH = 1,0m 1 ––– dH 1 ––– dH C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 196 197FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Introdução Os instrumentos de óptica des tinam-se a melhorar as condições de visão dos objetos e podem ser classi f i - cados em duas categorias: de obser vação subjetiva e de projeção. a) Instrumentos de obser va ção subjetiva Tais instrumentos fornecem, de um objeto real, uma imagem final vir tual. Esses instrumentos podem ser de dois tipos: 1o.) Instrumentos de au men to: fornecem uma imagem am plia da em relação ao objeto. Exemplos: lupa e microscó pio composto. 2o.) Instrumentos de apro xi mação: permi tem a visão dos ob je tos distantes sob ângulo visual maior, em - bora a imagem seja re du zi da em relação ao objeto. Exemplos: lunetas e teles có pios. b) Instrumentos de proje ção Tais instrumentos fornecem, de um objeto real, uma imagem final real que deve ser recebida em uma tela ou filme. Exemplos: projetor de "sli des" e máquina foto - grá fica. 3 1 Palavras-chave: Instrumentos de óptica I • Lupas • Projetores Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Por que o telescópio é um instrumento de aproximação e não de aumento? Que instrumentos de óptica produzem imagens virtuais? Luneta astronômica Objetiva (convergente) Ocular (convergente) Lupa Lente convergente Câmera fotográfica Lente convergente Projetor de slides Lente convergente slide Tela Olho humano Córnea e cristalino (convergentes) Luneta terrestre Objetiva (convergente) Dispositivo para desinverter Ocular (convergente) Microscópio composto Ocular Objetiva C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 197 198 FÍSICA 2. A Física e o mundo Características construtivas de uma luneta astro nô mica. 3. A Física e o laboratório Construção da imagem de uma lupa. 4. A Física e a evolução de seus conceitos Lupa É constituídapor uma única lente convergente ou por uma associação de duas lentes justapostas. A dis tân cia focal é da ordem de centímetro. De um objeto real colocado entre o foco objeto e o centro óp tico, a lupa conjuga uma ima gem virtual, direita e am plia da. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 198 199FÍSICA Microscópio composto É constituído por duas lentes (ou duas associações de lentes justa pos tas) convergentes: a objetiva (dis - tância focal da ordem de milí me tro) e a ocular (que funciona co mo lupa). O objeto real o é colocado antes do foco objeto da objetiva (Fob). Esta conjuga uma imagem i1 real, am plia - da e invertida. A imagem i1 comporta-se como objeto real para a ocular, que funciona como lupa. Microscópio composto. Luneta astronômica É constituída por duas lentes (ou duas associações de lentes jus ta pos tas): a objetiva (distância focal da ordem de metro) e a ocular (que funciona como lupa). De um objeto impróprio, a obje ti va conjuga uma imagem real i1, si tua da no plano focal imagem da obje ti - va. A imagem i1 comporta-se como obje to real para a ocular, a qual fun cio na como lupa. Luneta astronômica. Exercícios Resolvidos � (MODELO ENEM) – Analise as informa - ções e as figuras com suas respectivas legen - das abaixo. SISTEMAS REFRATORES Nas máquinas fotográficas, devido à propa ga - ção retilínea da luz, as imagens são projetadas de forma invertida no filme, ou seja, são imagens reais. A lupa transforma objetos reais em imagens virtuais. Objetos muito distantes como os astros defi - nem pontos objetos impróprios. Microscópio composto. GLOBO OCULAR HUMANO O olho humano transforma pontos objetos reais e impróprios em pontos imagens reais. Considere as proposições que se se guem: I) A imagem da lupa não pode ser projetada, pois é virtual. II) A luneta astronômica é um instru men to de aproximação. III) A imagem da objetiva do microscópio composto funciona como objeto para a lente ocular. IV) O olho humano e a máquina foto gráfica produzem ima gens reais inver tidas e menores que o objeto. São corretas: a) I e II, apenas. b) I, II e III, apenas. c) I, II, III e IV. d) I e IV, apenas. e) II e III, apenas. Resposta: C C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 199 200 FÍSICA � (VUNESP) A inquietude da Arte Se é verdade, como quer o cineasta francês Jean-Luc Godard, que “cultura é norma, arte é exceção”, razão pela qual seu país dá à arte a importância que dá, no Brasil “essa ficha não caiu”. (…) Triste compreensão da arte e da ciência, posto que o homem se amplia e se consagra ao se alimentar da exceção. As normas, as regras e os modelos com que nos estofam o espírito foram elaborados por aqueles que ousaram romper com as normas, as regras e os modelos preexistentes. Aqueles que, espica - çados pela inquie tude, negaram o que era conhecido, utilizaram-no como passaporte de ingresso numa região obscura, sem palavras capazes de nomeá-la, inapreensível aos sentidos dormentes. E voltaram de lá com novas palavras e modos de nos provocar sensações, reanimar nossos corpos. E nesse particular, a primazia é dos artistas. E por que também não dos cientistas? (…) No quadro Abaporu, Tarsila do Amaral apre sen - ta uma figura intencionalmente distorcida, rompendo com a forma de expressão da arte de sua época. Com base na divisão criada sobre sua pin - tu ra (superior e inferior), poderíamos repro du - zir, com aproximação, baseados em um mode - lo humano normal, aquilo que Tarsila reproduziu nesse famoso quadro, a partir da observação de um modelo humano, olhando para as regiões destacadas por meio de lentes ou obtendo imagem virtual da reflexão dessas partes em espelhos esféricos, devidamente posicionados, utilizando para a parte superior e inferior, nessa ordem, uma lente de bordo a) delgado ou um espelho esférico côncavo; uma lente de bordo espesso ou um espelho esférico convexo. b) delgado ou um espelho esférico convexo; uma lente de bordo espesso ou um espelho esférico côncavo. c) espesso ou um espelho esférico côncavo para as duas regiões destacadas. d) espesso ou um espelho esférico côncavo; uma lente de bordo espesso ou um espelho esférico convexo. e) espesso ou um espelho esférico convexo; uma lente de bordo delgado ou um espelho esférico côncavo. Resolução I. Para a parte superior: de um objeto real, temos uma imagem virtual, direta e reduzida. Isso pode ser obtido com um espelho esfé rico convexo ou com uma lente divergente (bor dos espessos). II. Para a parte inferior: de um objeto real, temos uma imagem virtual, direta e ampliada. Isso pode ser obtido com um espelho esférico côn ca vo ou com uma lente convergente (bordos finos). Resposta: E Exercícios Propostos � (UFPEL) – A lu pa é um ins tru men to óp ti co barato, fácil de ser en con trado no co mér cio e com inú me ras uti li da des. O mo - de lo de lente delgada pode descrever com boa aproxima ção o funcionamento desse instru men to. Abaixo, tem-se o efeito da lupa. a) Que tipo de lente delgada é usado em uma lupa? b) Faça a construção geométrica da imagem ampliada, que a lupa fornece, da letra i da palavra imagem. RESOLUÇÃO: a) convergente b) � (CESGRANRIO) – O esquema a seguir mostra a trajetória de dois raios luminosos no interior de um microscópio. Nesse esquema, os pontos A, B e C podem ser classi ficados co mo OBJETO ou IMA GEM (REAL ou VIRTUAL) em relação à lente objetiva (L1) ou à lente ocu lar (L2). As sinale a opção que apre senta a classificação cor reta: a) A é objeto virtual em re lação a L1. b) B é imagem virtual em re lação a L1. c) B é objeto real em re la ção a L1. d) C é imagem virtual em relação a L2. e) C é objeto real em rela ção a L2. C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 200 201FÍSICA RESOLUÇÃO: Resposta: D � (UERJ-MODELO ENEM) – Uma pessoa utili za uma lente con ver gente para a leitura da página de uma revista, como mostra a figura a seguir. A natureza e a posição da imagem for mada pela len te são, respecti vamente: a) virtual / entre a lente e a re vista b) real / entre a lente e a re vista c) virtual / à direita da re vista d) real / à direita da revista RESOLUÇÃO: Resposta: C C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 201 202 FÍSICA � (EFOA) – O microscópio é constituído de dois sistemas de lentes que funcionam, basicamente, como se fossem duas lentes apenas. A lente que fica mais próxima do objeto é denominada objetiva, e aquela que amplia a imagem fornecida pela objetiva é denominada ocular. a) A objetiva é convergente ou divergente? A ocular é con ver - gente ou divergente? b) A imagem final, observada pelo usuário, é real ou virtual? RESOLUÇÃO: a) convergentes b) virtual � (MED.JUNDIAÍ-SP) – Os aparelhos que produzem ima - gens reais invertidas são a) luneta astronômica, lupa e câmara fotográfica. b) projetor de slides, câmara fotográfica e olho humano. c) câmara fotográfica, olho humano e luneta terrestre. d) lupa, olho humano e microscópio composto. e) câmara fotográfica, luneta terrestre e microscópio com pos to. RESOLUÇÃO: Resposta: B � (UNESP-MODELO ENEM) – Assinale a alternativa correspon - dente ao ins tru mento óptico que, nas condições normais de uso, fornece imagem virtual. a) Projetor de slides. b) Projetor de cinema. c) Cristalino do olho humano. d) Câmara fotográfica comum. e) Lente de aumento (lupa). RESOLUÇÃO: Resposta: E Instrumento óptico Natureza da imagem, orientação e tamanho Projetor de slides Real, invertida e maior Projetor de cinema Real, invertida e maior Cristalino do olho humano Real, invertida e menor Câmera fotográfica comum Real, invertida e menor Lente de aumento, lupa Virtual, direita e maior Instrumento óptico Natureza da imagem, orientação e tamanho Projetor de slides Real, invertida e maior Projetor de cinema Real, invertida e maior Cristalino do olho humanoReal, invertida e menor Câmera fotográfica comum Real, invertida e menor Lente de aumento, lupa Virtual, direita e maior C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 202 203FÍSICA 1. A Física e o cotidiano Máquina Fotográfica – Focalização de um objeto próximo da câmara Para calcular p e o, utilize as equações 2. A Física e o mundo Características de um projetor. Para calcular p’ e i, utilize as equações da seção anterior. 1 1 1 –– = –– + –– f p p’ i p’ –– = – ––– o p i f –– = –––––– o f – p Antes de iniciar seus estudos, reflita sobre as questões abaixo, forme suas opiniões e con fronte-as com a teoria apresentada em seguida. Suas ideias e sugestões são muito importantes para enriquecer nosso ensino e o seu aprendizado. Como calcular o aumento de um microscópio? Por que o filme do projetor deve ser colocado de “cabeça para baixo”? 3 2 Instrumentos de óptica II C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 203 204 FÍSICA Cálculo do aumento de um microscópio. = . Amic = Aobj . Aocular 3. A Física e o laboratório Observação, com uma lupa, de um inseto que salta. Você poderia calcular a aceleração da imagem? Aumento da ocular Aumento da objetiva Aumento do microscópio C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 204 205FÍSICA 4. A Física e a evolução de seus conceitos QUADRO GERAL DOS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE ÓPTICA C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 205 206 FÍSICA � (FACID) – Na tirinha, a lente em questão é utili za da para observar atentamente uma formiguinha. “Bidu” deseja comprar uma lente em que a imagem da formiguinha seja direta e ampliada cinco vezes. Se a len te está a 20cm da formiga, então a sua ver gência é de: a) 1,0di b) 2,0di c) 3,0di d) 4,0di e) 5,0di Resolução (I) A = 5 = 5f – 100 = f ⇒ 4f = 100 (II) f = m ⇒ V = Resposta: D � (VUNESP) – O esquema a se guir re pre senta um prisma de refle - xão de uma máquina fotográfica, imerso no ar, cujo índice de re fra ção absoluto é igual a 1,0. (Manual técnico Canon A-1. Adaptado.) Suponha que o raio de luz, destacado na figura, incida nas faces F1 e F2 do prisma com ângulo de incidência de 30°. Sabendo-se que sen 30° = 0,50, para que ocorra reflexão total, o valor do índice de refração absoluto do material de que é feito o prisma deve ser, no mínimo, maior que: a) 1,5 b) 2,0 c) 3,0 d) 3,5 e)4,0 Resolução Para haver reflexão total: i > L sen i > sen L = ⇒ sen 30° > > ⇒ > ⇒ np > 2,0 Resposta: B � (MED.-SANTOS) – A objetiva e a ocular de um micros cópio composto têm distâncias focais 0,80cm e 3,0cm, respecti va mente. Uma bac téria, estando a 6/7cm de distância da obje tiva, tem sua imagem vista pelo micros cópio na distância mínima de visão distinta (25cm). Qual é a distância de separação das lentes e o aumento total do sistema? Considerar o olho do observador justaposto à ocular. f ––––– f – p f ––––– f – 20 f = 25cm = 0,25m 1 ––– 4,0 1 ––– f V = 4,0 di nar –––– np nar –––– np 1,0 –––– np 1 –––– 2 nar –––– np 1 –––– 2 Exercícios Resolvidos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 206 207FÍSICA � (U.F.ES) – Uma lupa é construída com uma lente conver - gente de 3,0 cm de distância focal. Para que um observador veja um objeto ampliado de um fator 3, a distância entre a lupa e o objeto deve ser, em centímetros: a) 1,5 b) 2,0 c) 3,0 d) 6,0 e) 25 RESOLUÇÃO Esquema de formação de imagem em uma lupa: Da expressão do aumento linear transversal, vem: 3 = Utilizando a equação dos pontos conjugados, temos: = – ⇒ = ⇒ = Resposta: B A = ––– –p’ p –p’ –––– p p’ = – 3p 1 1 1 ––– = ––– + ––– f p p’ 2 ––– 3p 1 –––– 3,0 3 – 1 –––––– 3p 1 –––– 3,0 1 –––– 3p 1 ––– p 1 –––– 3,0 p = 2,0 cm Resolução Para a objetiva, te mos: p1 = cm; fob = 0,80cm = cm A imagem dada pela objetiva terá abscissa p1’, dada por: + = + = = – = Para a ocular, te mos: p2 = ? p2’ = – 25cm foc = 3,0cm Aplicando-se a Equa ção de Gauss, obtém-se: + = – + = = + = p2 = cm A distância D entre as lentes será, então: D = p1’ + p2 = 12cm + cm ⇒ O aumento linear total (A) será dado por: A = = . = Aoc . Aob Aob = = – = – 12 . Aoc = = – = –(–25) . Das quais: A = – 14 . ⇒ Respostas: 15cm e 131 vezes (valores apro xi mados) i1––– o p’1––– p1 7 ––– 6 Aob = –14 i2––– i1 p’2––– p2 28 ––– 75 Aoc = ––– 28 3 28 ––– 3 A � –131 4 –– 5 6 –– 7 1 ––– f 1 ––– p1 1 ––– p’ 1 5 ––––– 4cm 7 ––––– 6cm 1 ––– p’ 1 30 – 28 ––––––– 24cm 7 –––––– 6cm 5 –––––– 4cm 1 ––– p’ 1 p’ 1 = 12cm 1 –––––– 3,0cm 1 ––– p2 1 –––––– 25cm 1 ––– foc 1 ––– p2 1 ––– p’ 2 25 + 3,0 ––––––––– 75cm 1 –––––– 25cm 1 ––––––– 3,0cm 1 ––– p2 75 ––– 28 D � 15cm 75 ––– 28 i1 ––– o i2 ––– i1 i2 ––– o Exercícios Propostos C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 207 208 FÍSICA � (UNESP) – Um projetor rudimentar, con fec cio nado com uma lente convergente, tem o objetivo de formar uma imagem real e aumentada de um slide. Quando esse slide é colocado bem próximo do foco da lente e fortemente iluminado, produz-se uma ima gem real, que pode ser pro je ta da em uma tela, co mo ilus trado na figura. A distância focal é de 5cm e o slide é co lo cado a 6cm da lente. A imagem projetada é real e direita. Cal cule a) a posição, em relação à lente, onde se deve colocar a tela, para se ter uma boa imagem; b) a ampliação lateral (aumento linear transversal). RESOLUÇÃO a) Do exposto no enunciado, temos: f = 5cm e p = 6cm. Utilizando a Equação de Gauss, vem: = + ⇒ = + = ⇒ Portanto, para que se obtenha uma imagem nítida, pro jetada sobre a tela, esta deve posicinar-se a 30cm da lente. b) O aumento linear transversal é dado por: A = ⇒ A = ⇒ Respostas:a) 30cm b) A ampliação da imagem é 5 e o au mento linear é –5 (ima gem invertida). � (PUCCAMP-SP) – O esquema abaixo mostra a formação da imagem em uma luneta astronômica: Numa certa luneta, as distâncias focais da objetiva e da ocular são de 60cm e 30cm, respectivamente, e a dis tância entre elas é de 80cm. Nessa luneta, a imagem final de um astro distante se formará a a) 30cm da objetiva. b) 30cm da ocular. c) 40cm da objetiva. d) 60cm da objetiva. e) 60cm da ocular. RESOLUÇÃO: poc + fob = L ⇒ poc + 60 = 80 poc = 20cm Em relação à ocular, tem-se: = + ⇒ = + = – ⇒ Resposta: E � (UFOP-MODELO ENEM) – Para ter as letras direitas e amplia das, a distância d, expressa em centímetros, de um jor nal a uma lente convergente de distância focal 10cm, deve ser: a) d = 10 b) 0 < d < 10 c) d = 20 d) 10 < d < 20 RESOLUÇÃO: A lente deve comportar-se como lupa e, para tanto, o jornal deve ser posicionado entre a lente e seu plano focal. Logo: 0 < d < f ⇒ Resposta: B 1 ––– p’ 1 ––– 6 1 ––– 5 1 ––– p’ 1 ––– p 1 ––– f p’ = 30cm 1 ––– p’ 6 – 5 –––––– 30 A = –5 –30cm –––––––– 6cm –p’ –––– p 1 ––– p’oc 1 ––– 20 1 ––– 30 1 ––– p’oc 1 ––– poc 1 ––– foc p’oc = – 60cm 1 ––– 20 1 ––– 30 1 ––– p’oc (imagem virtual) 0 < d < 10cm C2_2a_Fisica_Alelex_2018 18/12/2017 14:05 Página 208