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TIPOS DE ARGUMENTOS Prof.ª Dr.ª Rosiléia Aparecida Borim Capozzi TIPOS DE ARGUEMENTOS 1. Argumento por Vínculo Causal ou Causa e Consequência 110 2. Argumento de Concessão: Coordenativo e Subordinativo 112 3. Argumento de Autoridade 114 4. Argumento de Prova 115 5. Argumento a Simili ou por Analogia 117 6. Argumento a Contrário Sensu 119 7. Argumento por Senso Comum 120 8. Argumento por Modelo 121 9. Argumento por Antimodelo 122 10. Argumento Pelo Absurdo e Pelo Ridículo 123 RETÓRICA • A Retórica é definida por Aristóteles como arte de procurar, em qualquer situação os meios de persuasão disponíveis; • Nova Retórica é o estudo das técnicas discursivas que visam a provocar ou aumentar a adesão das mentes às teses/posicionamentos apresentados. ARGUMENTO POR VÍNCULO CAUSAL OU CAUSA E CONSEQUÊNCIA • As ligações de sucessão mais importantes são a argumentação por vínculo causal, que dão origem a ̀ argumentação pela causa e consequência, ou seja, a um dado acontecimento, infere-se uma causa para buscar a provável consequência; • O argumento por vínculo causal é o argumento das consequências que avalia um ato, um acontecimento reportando-se às suas consequências presentes ou futuras; • Esse argumento desempenha um papel tão importante na argumentação, que muitos autores veem nele o esquema único da lógica dos juízos de valor; • A argumentação desenvolve-se, nesse caso, de uma forma análoga: o acontecimento garante certas consequências; algumas consequências previstas, que, caso se realizem, contribuem para provar a existência de um fato que as condiciona. Exemplo de argumento por CAUSA E CONSEQUÊNCIA AN ÁL IS E DO T EX TO Ar gu m en to p or V ín cu lo C au sa l o u Ca us a e Co ns eq uê nc ia ARGUMENTO POR CONCESSÃO A concessão é uma estratégia argumentativa e como tal ela é parte integrante e constitutiva da lógica argumentativa. A organização da lógica argumentativa, segundo Charaudeau (1992, pp. 787-794), engloba cinco componentes, dentre eles Os elementos de base da RELAÇÃO ARGUMENTATIVA; i. A asserção inicial (premissa); ii. A asserção de passagem (inferência, argumento, prova). iii. A asserção final (conclusão); Dentro dessa relação argumentativa ainda há os MODOS DE ENCADEAMENTO, dentre eles: i. A concessão; ii. As relações semânticas; iii. Os tipos de ligações lógicas; iv. A posse do valor de verdade. • Concessão, no sentido retórico do termo, e ́ a aceitação de um argumento do adversário, que não se refuta, mas que se faz seguir de um argumento em sentido inverso, a partir do qual se conclui. E ́ um tipo de manobra argumentativa muito utilizada na argumentação jurídica, por ser um meio persuasivo muito importante. • Concordando “aparentemente” com o adversário que sua tese é justa e pertinente, o advogado, de um lado, concilia-se com ele, de outro, torna-lhe menos penoso admitir os argumentos contrários a ele. • A concessão e ́ uma estratégia argumentativa e como tal ela e ́ parte integrante e constitutiva da loǵica argumentativa. • Pela conviven̂cia de perspectivas ou teses opostas, o texto se constrói em uma direção e busca a adesão do auditório para direção oposta à sua própria construção. A concessaõ surge, assim, como um passo feito em direca̧õ ao adversário; ela e ́ constitutiva de um ethos positivo (abertura, atençaõ para com o outro)”, mas para tirar a força da tese do adversário. • Esclarece-se, portanto, o fato de que o valor de concessão não é ́ veiculado somente por estruturas com conectores que tradicionalmente são chamados de concessivos (embora, apesar de, mesmo que, ainda que). ARGUMENTO POR CONCESSÃO: COORDENATIVO E SUBORDINADO ANÁLISE DO TEXTO ARGUMENTATIVO POR CONCESSÃO ASSERÇÃO INICIAL (premissa); EMBORA o desvio da rota do coletivo não tenha sido autorizado pela ANTT... ASSERÇÃO DE PASSAGEM (inferência, argumento, prova). Não há nenhum indício nos autos de que os passageiros tenham sido previamente informados.... [...] Local perigoso / Altas horas da noite ASSERÇÃO FINAL (conclusão); O pedido do autor não deve (Modalidades deônticas) ser acolhido, EMBORA abalroando (esbarrando) o automóvel do autor, nenhuma responsabilidade teve pela colisão, à medida que foi projetado contra aquele outro, em razão do impacto produzido EXATAMENTE pelo ônibus que lhe seguia atrás. ARGUMENTO DE AUTORIDADE I. Traz ao discurso a opinião de pessoa reconhecida em determinada á́rea do saber, para que suas palavras funcionem como reforço à veracidade da tese que se apresenta. I. Quando o argumentante usa esse 2po de técnica, toma de emprés=mo o conhecimento e o renome da autoridade citada e acrescenta-os a seu próprio discurso - por assim dizer, enchendo-o de razão. II. Por seu alto valor, o argumento de autoridade é um dos mais u=lizados nos textos jurídicos, por meio da citação da doutrina, jurisprudência, além de outras fontes do Direito, pelo recurso da intertextualidade para assegurar a defesa de sua tese. III. O papel do advogado de defesa é persuadir o juiz e Direito de que o pedido formulado na Pe=ção Inicial é improcedente, fundamentando-se em opiniões de especialistas no assunto. ARGUMENTO DE AUTORIDADE ARGUMENTO DE PROVA • A argumentação jurídica apresenta duas pretensões, a saber: comprovar os fatos e comprovar as consequências jurídicas advindas desses mesmos fatos. • Os argumentos que persuadem a respeito das ocorrências dos fatos de determinada forma são chamados de provas e elas só têm a capacidade de persuadir porque são transformadas pelos advogados das partes em argumentos de prova. • Todo argumento, entretanto, pode ser contestado. A parte adversa pode trazer outras arguições que busquem comprovar tese contrária. É possível contra-argumentar o argumento de prova de duas formas: i. Apresentar argumento que diminua o valor impingido pela parte contrária à prova que traz; ii. Apresentar outro elemento de convencimento “mais forte que a prova da parte adversa”. Portanto, a prova é capaz de convencer QUANDO elaborada como argumento de prova, SE o advogado ou julgador as transforma em argumentos convincentes e persuasivos • Em algumas situações jurídicas, a comprovação dos fatos requer menos do advogado argumentante que a demonstração das consequências jurídicas para esse mesmo fato. • Há necessidade por parte do advogado argumentante fazer uso de elementos retóricos suficientes para trazer aos olhos do Júri a gravidade da injusAça que se estaria cometendo e reafirmar a sua tese, em busca da persuasão dos jurados, conforme no exemplo: Nota-se, portanto, que a prá0ca do Direito consiste, fundamentalm ente, em argumentar e a qualidade que melhor define o que é ser um bom advogado é a sua capacidade de construir argumentos e manejá-los com habilidade. ARGUMENTO A SIMILI OU POR ANALOGIA • Pelo argumento de analogia, o advogado defende a sua tese, usando o mesmo resultado, no caso semelhante, ao u/lizada pela Jurisprudência. • A jus/ça deve tratar de maneira idên/ca casos semelhantes, ainda que o ordenamento jurídico forneça várias “teses e entendimentos” e, valorize diferentemente as provas. • Busca-se uma similitude nas decisões dos tribunais, ainda que haja autonomia por parte do julgador ele não decidirá contrário aos “seus iguais, (...) principalmente para manter a equidade no judiciário como um todo” (RODRIGUEZ, 2002, p. 248). Observe: JURISPRUDÊNCIA - ANALOGIA • A JURISPRUDÊNCIA é bastante u*lizada nas peças processuais como matéria de defesa, pois ela é o entendimento do Poder Judiciário. • Assim, ao defender uma determinada tese, o profissional do Direito pode empregar a jurisprudência como argumento favorável à sua tese, sobretudo quando ela se refere a um caso jurídico semelhante àquele, que é apresentado na ação judicial. ARGUMENTO A CONTRÁRIO SENSU • É um argumento tipicamente jurídico. Consiste em concluir que há uma oposição nas consequências com base numa oposição nas hipóteses. Em termos singelos, afirma que:• Como forma de demonstrar o raciocínio lógico envolvido no Argumento Contrario Sensu, pode- se utilizar o Artigo 29º do Código Penal, que apresenta a seguinte redação: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas...”. Portanto, contrario sensu, a pena não pode ser aplicada a quem não concorreu para o crime. Se a presença da hipótese x leva à consequência y, então a ausência da hipótese x impede a consequência y. O argumento Contrario Sensu fundamenta-se na observação de que, se uma norma jurídica prescreve uma conduta e a ela uma sanção a um sujeito, deve-se excluir de seus efeitos todos os sujeitos que não tenham sido alvo do texto literal da lei. “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel...” significa, contrario sensu, que se aquele não for funcionário público, não responde por esse crime. O argumento a contrario sensu, de INTERPRETAÇÃO INVERSA, é utilizado pelo argumentante não apenas ao interpretar os dispositivos legais, dentro do princípio da legalidade, mas também articulado para trabalhar, a favor do argumentante, jurisprudências e doutrinas, transformando-lhes o sentido, de maneira lógica, para adequar-se a uma tese qualquer pela interpretação por via inversa: ARGUMENTO POR SENSO COMUM • O argumento por senso comum traz declarações aceitas pela maioria, sendo difícil combatê-las; • No Direito poucas teses são de senso comum, porque a concordância quanto à interpretação da lei é rara; • Apesar de parecer convincente, este argumento tem força de persuasão fraca, “pois seu alcance é por demais vago, obtuso”, além do que as duas partes do litígio podem utilizá-la; • Dessa forma, para garantir a eficácia desse argumento, ele deve estar acompanhado de outros argumentos que lhe venham a dar sustento; • O combate desse tipo de argumento pela parte contrária é feito pedindo-se argumentações mais pertinentes ou exigindo comprovação de que houve “violac ̧a ̃o aos princípios aceitos por unanimidade” (RODRIGUEZ, 2004, p. 264-265). ARGUMENTO POR MODELO O uso do modelo na argumentação propõe a sua imitação. O modelo inspira a cópia: e ́ um exemplo digno de reproduc ̧a ̃o. Para Aristo ́teles esse tipo de argumento pertence ao RACIOCÍNIO INDUTIVO (do individual para o geral). ARGUMENTO DO ANTIMODELO ARGUMENTO ANTIMODELO São exemplos condutas (ou mesmo pessoas, na relação parcialmente solidária de que já se falou) que servem para parâmetro negativo. É o exemplo do que não se deve fazer - de acordo com as normas da sociedade ou que não está de acordo com as leis. ARGUMENTO PELO ABSURDO E PELO RIDÍCULO
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