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HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO JURÍDICA Prof. Lourenço Torres RESPOSTAS AOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – UNIDADE 2 1. Quanto aos tipos de argumentos primordialmente utilizados na elaboração argumentativa dos juristas, assinale a alternativa que incorretamente os descreve: a) O argumento de autoridade consiste em sustentar a validade de uma tese no fato de ter recebido a adesão de determinada pessoa. b) O argumento por analogia é largamente utilizado na retórica forense nos casos em que se sustenta que dois casos devem ser assimilados porque a ambos se aplica a mesma ratio legis. c) O argumento a fortiori, também é chamado de argumento a minori ad majus segundo o brocardo “quem pode o mais, pode o menos”. d) O argumento a contrario sensu é o argumento que concede a uma proposição interpretação inversa. e) O argumento ab absurdo limita a validade de uma tese aos fatos que reconhece ou àquilo que está disposto a ceder. Trata-se de conceder parte de razão à tese contrária, como ponto de partida para sustentar a própria tese. Resposta: letra E (O argumento ex concessis é o que limita a validade de uma tese aos fatos que reconhece ou àquilo que está disposto a ceder. Trata-se de conceder parte de razão à tese contrária, como ponto de partida para sustentar a própria tese). 2. Hermenêutica é a ciência filosófica que possui regras e princípios próprios norteadores da interpretação de textos. A interpretação transforma textos normativos em normas jurídicas, viabilizando sua aplicação para as situações que se apresentarem em concreto. Assinale a alternativa que incorretamente descreve os conceitos a respeito das argumentações mais freqüentes no discurso jurídico: a) O argumento de autoridade consiste em sustentar a validade de uma tese no fato de ter recebido a adesão de determinada pessoa. b) O argumento por analogia é largamente utilizado na retórica forense nos casos em que se sustenta que dois casos devem ser assimilados porque a ambos se aplica a mesma ratio legis. c) O argumento a fortiori propõe comprovar a validade de uma tese pelas consequências da sua aplicação. Remonta das consequências conhecidas aos princípios ou causas eventualmente desconhecidas. d) O argumento a contrario sensu é o argumento que concede a uma proposição interpretação inversa. e) O argumento ab absurdo refuta uma asserção, mostrando-lhe a falta de cabimento ao contrariar a evidência. Resposta: letra C (O argumento a posteriori é o que propõe comprovar a validade de uma tese pelas consequências da sua aplicação. Remonta das consequências conhecidas aos princípios ou causas eventualmente desconhecidas). 3. Quanto as modalidades de argumentação retórica, assinale a alternativa incorreta. a) Silogismo é uma dedução (ou indução) formal a partir de duas premissas para se chegar a uma conclusão. b) Entimema são silogismos retóricos imperfeitos formal e logicamente, suas conclusões não decorrem necessariamente de suas premissas. c) Falácia é um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. d) Erística é a arte de discutir, mais precisamente, a arte de discutir de modo a vencer, e isto per fas et per nefas (por meios lícitos ou ilícitos). e) Sofistas são raciocínios mediante os quais intencionalmente se quer defender algo falso e confundir o contraditor. Resposta: letra E (Os Sofistas foi um grupo de sábios e filósofos que divulgaram seu conhecimento por meio da retórica. Foram muito combatidos por Platão). 4. Leia o texto abaixo e responda as assertivas atribuindo-lhe verdadeiro ou falso para então, marcar a alternativa correta: O texto a seguir é sobre a tentativa de superação da tese da legítima defesa da honra, usada como excludente de ilicitude nos crimes passionais assevera: [...] Contudo vale lembrar a decisão do STJ, de 1991, que rejeitou a legítima defesa da honra e determinou novo julgamento pelo tribunal do júri de Apucarana (PR) do réu que matou a mulher e seu amante. Argumento decisivo foi o de que não existe honra conjugal, pois a honra é pessoal e própria. Mesmo nesse caso paradigmático, não houve consenso. Voto divergente sustentou a ideia de que a norma jurídica há de ser interpretada culturalmente e que o aspecto cultural há de ser considerado de acordo com o lugar do fato. Sustentou, ainda que não se poderia dizer, nesse caso, que o tribunal do júri “tenha errado”, mas, que julgou mal, apenas manifestando uma cultura brasileira. Em novo julgamento, o réu de Apucarana foi absolvido. Conhecedor do desprestígio atual da tese da legitima defesa da honra o ilustre advogado do acusado recorreu à figura da violenta emoção, mais aceita em nossos tribunais para os crimes de paixão, com o fim de tipificar o homicídio como privilegiado: Com base no texto é possível afirmar que a postura do advogado volta-se para o uso da tópica jurídica de Theodor Viehweg; assim, analise as assertivas em verdadeiro e falso: I. A tópica faz uso dos lugares-comuns, ou seja, daquelas ideias e pensamentos que são aceitos, de forma consensual, pelos integrantes da situação comunicacional como primeiros argumentos que tornam possível o início do diálogo. O pensamento por meio da tópica, não oferece a possibilidade desses lugares-comuns serem superados pelo exercício comunicacional. ( ) II. Topoi são, portanto, pontos de vistas utilizáveis e aceitáveis em toda a parte, que se empregam a favor ou contra o que é conforme a opinião aceita e que podem conduzir a verdade. ( ) III. A nova retórica abala os tradicionais conceitos insculpidos ao logo dos anos por uma forte tendência positivista que se instalou nos meios jurídicos. A anarquia da nova retórica provoca o jurista a não pensar os fatos dentro dos ditames da lei, mas a pensar os fatos como ocorrências suscetíveis de valoração, ao lado de normas justapostas à provas, ambas, suscetíveis de valoração. ( ) a) F, V, V. b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, V. e) V, V, F. Resposta: letra A. (Segundo Viehweg, o pensamento tópico oferece sim a oportunidade para que os topoi sejam superados argumentativamente). 5. Marque com um “X” a resposta que completa corretamente a afirmação a seguir. A questão dos modos técnicos de integração do direito diz respeito aos instrumentos técnicos à disposição do interprete para efetuar o preenchimento ou a colmatação da lacuna. Dentre esses vários modos, quando uma norma, estabelecida com e para determinada espécie fática, é aplicável à conduta para a qual não há norma, havendo entre ambos os supostos fáticos, uma semelhança, é conhecida, em geral, como: a. analogia. b. integração. c. equidade. d. costume. e. interpretação extensiva. Resposta: letra A. 6. Argumentação é a arte de expor idéias de forma convincente, ou seja, de forma a conquistar a adesão do interlocutor para a idéia do orador. Argumentar é obter com palavras a adesão de outro. Identifique o tipo de argumento a partir do exemplo dado e marque a alternativa correta. Exemplo: “a tese que aqui defendemos é consagrada pelo douto Damásio de Jesus, e pela Súmula 98 do STF e pela jurisprudência pacífica”. a. argumento de autoridade. b. argumento a fortiori. c. argumento por analogia. d. argumento ex concessis. e. argumento ab absurdo. Resposta: letra A. 7. Argumentação é a arte de expor idéias de forma convincente, ou seja, de forma a conquistar a adesão do interlocutor para a idéia do orador. Argumentar é obter com palavras a adesão de outro. Identifique o tipo de argumento a partir do exemplo dado e marque a alternativa correta. Exemplo: A Petrobrás S/A e o Banco do Brasil S/A, que têm o mesmo controle, federal, são pessoas jurídicas do mesmo grupo – logo tanto faz ajuizar a demanda contra um, ou contra outro... a. argumento de autoridade. b. argumento a fortiori. c. argumento por analogia. d. argumento ex concessis. e. argumento ab absurdo. Resposta: letra E. 8. Argumentação é a arte de expor idéias de forma convincente, ou seja, deforma a conquistar a adesão do interlocutor para a idéia do orador. Argumentar é obter com palavras a adesão de outro. Identifique o tipo de argumento a partir do exemplo dado e marque a alternativa correta. Exemplo: “emitiu, sim, o cheque de fls., para como garantia de uma dívida inflada por juros abusivos de agiotagem”. a. argumento de autoridade. b. argumento a fortiori. c. argumento por analogia. d. argumento ex concessis. e. argumento ab absurdo. Resposta: letra D. 9. Argumentação é a arte de expor idéias de forma convincente, ou seja, de forma a conquistar a adesão do interlocutor para a idéia do orador. Argumentar é obter com palavras a adesão de outro. Identifique o tipo de argumento a partir do exemplo dado e marque a alternativa correta. Exemplo: estando demonstrado que a testemunha X mentiu sobre a cor do carro acidentado, também não merece crédito quanto à culpa da causa do acidente. a. argumento de autoridade. b. argumento a fortiori. c. argumento por analogia. d. argumento ex concessis. e. argumento ab absurdo. Resposta: letra B. 10. “Mistér é não olvidar que a compreensão do direito como „fato histórico-cultural‟ implica o conhecimento de que estamos perante uma realidade essencialmente dialética, isto é, que não é concebível senão como „processus‟, cujos elementos ou momentos constitutivos são fato, valor e norma (...)” (Miguel Reale, in Teoria Tridimensional do Direito). Assinale a opção que corretamente explica a natureza da dialética de complementaridade que, segundo Miguel Reale, caracteriza a Teoria Tridimensional do Direito. a) A relação entre os polos opostos que são o fato, a norma e o valor, produz uma síntese conclusiva entre tais polos. b) A implicação dos opostos na medida em que se desoculta e se revela a aparência da contradição, sem que, com esse desocultamento, os termos cessem de ser contrários. c) A síntese conclusiva que se estabelece entre diferentes termos, conforme o modelo hegeliano de tese, antítese e síntese. d) A estrutura estática que resulta da lógica de subsunção entre os três termos que constituem a experiência jurídica: fato, norma e valor. Resposta: letra B. 11. “A solução do conflito aparente de normas dá-se, na hipótese, mediante a incidência do critério da especialidade, segundo o qual prevalece a norma específica sobre a geral.” É conhecida a distinção no âmbito da Teoria do Direito entre antinomias aparentes (ou antinomias solúveis) e antinomias reais (ou antinomias insolúveis). Para o jusfilósofo Norberto Bobbio, uma antinomia real se caracteriza quando estamos diante a) de duas normas colidentes que pertencem a ordenamentos jurídicos diferentes. b) de normas que colidem entre si, porém essa colisão é solúvel mediante a aplicação do critério cronológico, do critério hierárquico ou do critério de especialidade. c) de normas colidentes e o intérprete é abandonado a si mesmo pela falta de um critério ou pela impossibilidade de solução do conflito entre os critérios existentes. d) de duas ou mais normas que colidem entre si e que possuem diferentes âmbitos de validade temporal, espacial, pessoal ou material. e) de dois nomes realmente difíceis de interpretar, e por isso se aplica o critério da hierarquia. Resposta: letra C. 12. Segundo o jusfilósofo alemão Karl Larenz, os textos jurídicos são problematizáveis porque estão redigidos em linguagem corrente ou em linguagem especializada, mas que, de todo modo, contém expressões que apresentam uma margem de variabilidade de significação. Nesse sentido, assinale a opção que exprime o pensamento desse autor acerca da ideia de interpretação da lei. a) Deve-se aceitar que os textos jurídicos apenas carecem de interpretação quando surgem particularmente como obscuros, pouco claros ou contraditórios. b) Interpretar um texto significa alcançar o único sentido possível de uma norma conforme a intenção que a ela foi dada pelo legislador. c) Os textos jurídicos, em princípio, são suscetíveis e carecem de interpretação porque toda linguagem é passível de adequação a cada situação. d) A interpretação dada por uma autoridade judicial a uma lei é uma conclusão logicamente vinculante que, por isso mesmo, deve ser repetida sempre que a mesma lei for aplicada. e) Em determinados casos, é possível ao juiz eximir-se de qualquer interpretação alegando o non liquet. Resposta: letra C. 13. Segundo Aristóteles, existem três tipos de discursos: o deliberativo, o judicial e o epidítico ou laudatório. Dentre as alternativas a seguir, qual descreve adequadamente o discurso jurídico: a. É dirigido a outros espectadores, como todos os que assistem a discursos de aparato, como peregrinos, orações fúnebres, competições na Ágora, etc. A ação é censurar e, na maioria das vezes, louvar ora um homem ou uma categoria de homens, como os mortos na guerra, ora uma cidade, ora seres lendários, como Helena ... b. É aquele dirigido aos Tribunais. Refere-se ao presente, pois o orador propõe-se à admiração dos espectadores, ainda que extraia argumentos do passado e do futuro. Os valores que os inspiram são o nobre e o vil. c. É aquele dirigido à Assembléia. Faz referência ao tempo futuro. Segundo Aristóteles os valores abordados são o que útil ou inútil ou nocivo (à polis e ao interesse público).Os argumentos deliberativos, dirigindo-se a um público mais móvel e menos erudito,prefere argumentar pelo exemplo (paradigma), que, aliás, permite conjecturar o futuro a partir dos fatos passados. d. É aquele dirigido à Assembleia do povo, dos cidadãos (ou ao Senado). Sua ação é aconselhar ou desaconselhar em todas as questões referentes à cidade: paz ou guerra, defesa, impostos, orçamento, importações, legislação. Quanto aos argumentos dispõe de leis e se dirige a um auditório especializado, utiliza de preferência raciocínios silogísticos, próprios a esclarecer a causa dos atos. e. É aquele dirigido aos Tribunais. A ação é acusatória (acusação) ou defensiva (defesa). Faz referência ao passado. Trata de valores como o justo e o injusto. Quanto aos argumentos o discurso judiciário, que dispõe de leis e se dirige a um auditório especializado, utiliza de preferência raciocínios silogísticos, próprios a esclarecer a causa dos atos. Resposta: letra E. 14. Diz o art. 226, § 3°, CF: "Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento". O art. 1.723 do Código Civil, por sua vez, estabelece: "É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família". Considere as proposições abaixo, acerca do julgamento sobre a matéria pelo STF (ADI 4277, Rel. Min. Ayres Britto). I. Estabeleceu o STF interpretação conforme a Constituição do art. 1.723 do Código Civil, vetando o preconceito e a discriminação e excluindo da exegese desse dispositivo qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família, idêntica à união estável heteroafetiva. II. Adotou o STF a teoria da "norma geral negativa" de Kelsen, segundo a qual o que não estiver juridicamente proibido, ou obrigado, está juridicamente permitido. III. Segundo o STF, o direito à liberdade de orientação sexual é direta emanação do princípio da dignidade da pessoa humana, inclusive no sentido de se tratar de direito à autoestima e à busca da felicidade. IV. Deu ênfase, o STF, ao § 2° do art. 5° da Constituição, reconhecendo direitos fundamentais não expressamente enunciados no texto, emergentes do regime e dos princípios adotados pela Carta. Considerando as proposições acima, assinale a alternativa correta: a) Apenas a proposição I é correta. b) Apenas a proposição Il não é correta. c) Apenas a proposição IV não é correta. d) Apenas a proposição IV é correta.e) Todas as proposições são corretas. Resposta: letra E. 15. Conforme a doutrina majoritária cabe aos doutrinadores e à jurisprudência fixar os critérios de interpretação. Apesar dessa ser a corrente majoritária, encontramos um grupo de doutrinadores que se posicionam que as regras de interpretação devem estar previstas nos códigos e em normas específicas, de tal sorte que as regras de interpretação irão ter a mesma força normativa que as demais normas jurídicas. Com respeito aos meios de integração do Direito assinale a alternativa CORRETA dentre as alternativas a seguir. a) Antinomia jurídica ocorre quando há lacuna legislativa. b) No Direito brasileiro, a equidade possui apenas função interpretativa. c) A analogia, assim como o costume e os princípios gerais de direito, tem função integrativa no sistema jurídico brasileiro. d) O critério ou princípio hierárquico - lex superior derogat legi inferiori - visa a solucionar o problema da necessidade de integração de lacunas axiológicas. e) A equidade é um método de interpretação das normas segundo o qual se procura identificar a finalidade da norma. Resposta: letra C. 16. Quanto às modalidades de argumentação retórica, assinale a alternativa incorreta. a) Silogismo é a arte de expor idéias de forma convincente, ou seja, de forma a conquistar a adesão do interlocutor – aquele a quem o discurso é dirigido – para a idéia do orador. b) Entimema são silogismos retóricos imperfeitos formal e logicamente, suas conclusões não decorrem necessariamente de suas premissas. c) Falácia é um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. d) Erística é a arte de discutir, mais precisamente, a arte de discutir de modo a vencer, e isto per fas et per nefas (por meios lícitos ou ilícitos). e) Sofismas são raciocínios mediante os quais intencionalmente se quer defender algo falso e confundir o contraditor. Resposta: letra A (a arte de expor idéias de forma convincente, ou seja, de forma a conquistar a adesão do interlocutor – aquele a quem o discurso é dirigido – para a idéia do orador é a argumentação. Um silogismo é uma dedução (ou indução) formal a partir de duas premissas para se chegar a uma conclusão). 17. O termo Justiça tanto exprime a vontade de dar a cada um o que é seu, quanto significa as regras em lei previstas, e ainda, o aparelhamento político- jurídico destinado à aplicação da norma do caso concreto. Assim, o profissional do Direito, enquanto ciência jurídica, busca a univocidade em sua terminologia, mas convive com um número ilimitado de palavras polissêmicas. Esse problema está identificado por três termos. Identifique a relação entre os principais problemas da linguagem e seus correlatos ao analisar as afirmativas a seguir, para então, assinalar a resposta correta. I. Vagueza: Um símbolo é vago quando seu possível campo de referência é indefinido ( ). II. Ambiguidade: Um símbolo é ambíguo quando é possível usá-lo para um campo de referência com diferente intenção, isto é, manifestando qualidades diversas ( ). III. Porosidade: Os símbolos admitem pragmaticamente usos diferentes, servindo para propósitos distintos (descrever, expressar, direcionar, obrigar, etc.). Dessa forma, permitem distintas interpretações ( ). a) F, V, V. b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, V. e) V, V, F. Resposta: letra D. 18. A interpretação constitucional tem por objeto a compreensão, a aplicação das normas constitucionais. Portanto, leva em conta o conjunto de peculiaridades que singularizam seus preceitos, destacando-se a supremacia de suas normas, a natureza da linguagem que adota, o seu conteúdo específico e seu forte caráter político. Assim, dentre as características das normas constitucionais não podemos dizer que (assinale a alternativa errada): a) Elas veiculam conceitos abertos e vagos. b) Elas veiculam conceitos indeterminados que conferem ao intérprete um amplo “espaço de conformação”. c) Elas são normas de organização e estrutura, que traçam as competências orgânicas e os fins do Estado, e disciplinam, inclusive, o processo legislativo de elaboração das normas legais. d) Elas são dotadas de forte carga política em razão de sua pretensão de regular o fenômeno político e estabelecer as bases políticas do Estado. e) Elas vedam a interpretação extensiva, sobretudo do âmbito de proteção de normas de direitos fundamentais, porque, invariavelmente, se trata de estratagema do intérprete para usurpar a vontade do Poder Constituinte. Resposta: letra E. 19. O termo Justiça tanto exprime a vontade de dar a cada um o que é seu, quanto significa as regras em lei previstas, e ainda, o aparelhamento político- jurídico destinado à aplicação da norma do caso concreto. Assim, o profissional do Direito, enquanto ciência jurídica, busca a univocidade em sua terminologia, mas convive com um número ilimitado de palavras polissêmicas. Esse problema está identificado por três termos. Identifique a relação entre os principais problemas da linguagem e seus correlatos ao analisar as afirmativas a seguir, para então, assinalar a resposta correta. I. Vagueza: Um símbolo é vago quando seu possível campo de referência é indefinido ( ). II. Ambiguidade: Um símbolo é ambíguo quando é possível usá-lo para um campo de referência com diferente intenção, isto é, manifestando qualidades diversas ( ). III. Porosidade: Se divide em duas etapas: a (1) primeira se dá entre o fato e o pensamento e a (2) segunda etapa é entre o pensamento e a linguagem ( ). a) F, V, V. b) F, F, V. c) F, F, F. d) V, V, V. e) V, V, F. Resposta: letra E (O abismo gnoseologico é que se divide em duas etapas). 20. Fala-se que a palavra “hermenêutica” deriva do nome do deus da mitologia grega Hermes, o mensageiro dos deuses, o mediador entre os deuses e os homens, a quem os gregos atribuíam a origem da linguagem e da escrita e é considerado o patrono da comunicação e do entendimento humano. Assinale a alternativa que não define corretamente o significado da palavra em tela. a) Hermenêutica é um conjunto de métodos de interpretação consagrados. b) Hermenêutica é um conjunto de regras técnicas para obter um resultado interpretativo e envolve um processo de tornar compreensível a linguagem e seus signos. c) Hermenêutica é um conjunto de estruturas (ciência) em todo o orbe social, bem como um conjunto de instâncias críticas, que interpretam os valores vigentes d) Hermenêutica, do grego hermēneuein (gr.) e significa "declarar", "anunciar", "interpretar", "esclarecer" e, por último, "traduzir". Indica que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão". e) Hermenêutica é a atitude ou a atividade que consiste em indicar, ou determinar o significado de alguma coisa. Resposta: letra E (Interpretar é que é a atitude ou a atividade que consiste em indicar, ou determinar o significado de alguma coisa.Isso não é o mesmo que a Hermenêutica).
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