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Proteção das Minorias: Mulheres - Direitos Humanos

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Aula 04
Direitos Humanos p/ DPU (Defensor Público da União)
Professor: Ricardo Torques
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 41 
 
DIREITOS HUMANOS – DPU 
teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
 
Aula 04 
Proteção das Minorias 
Mulheres 
Sumário 
1 – Considerações Iniciais ................................................................................................ 2 
2 - Proteção a minorias e demais grupos vulneráveis ........................................................... 2 
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 3 
3 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher ......... 6 
3.1 - Introdução .......................................................................................................... 6 
3.2 - Direitos Albergados .............................................................................................. 9 
3.3 - Mecanismos de Fiscalização ................................................................................. 12 
4 - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher .... 15 
4.1 - Definição e âmbito de Aplicação ........................................................................... 15 
4.2 - Direitos Protegidos ............................................................................................. 16 
4.3 - Deveres dos Estados .......................................................................................... 17 
4.4 - Mecanismos Interamericanos de Proteção ............................................................. 18 
5 - Questões ................................................................................................................. 19 
5.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 19 
5.2 - Gabarito ........................................................................................................... 24 
5.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 25 
6 - Lista de Questões de Aula ......................................................................................... 35 
7 – Resumo .................................................................................................................. 35 
8 - Considerações Finais ................................................................................................ 41 
 
 
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
PROTEÇÃO DAS MINORIAS: MULHERES 
1 – Considerações Iniciais 
Na aula de hoje iniciaremos a quarta e último bloco de assuntos do nosso edital, 
que envolve o estudo do direito às minorias. Assim, estudaremos especificamente 
o tratamento internacional conferido para a proteção das minorias relativamente 
às mulheres, às crianças, aos idosos, ao racismo, ao deficiente e às liberdades. 
Inaugurando a última parte do nosso curso, na aula de hoje vamos tratar das 
mulheres. 
Portanto, hoje serão estudados os seguintes pontos do edital: 
4 A proteção a minorias e demais grupos vulneráveis. 
4.1 A proteção à mulher. 
4.1.2 A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a 
Mulher. 
4.1.3 O Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado 
Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial 
Mulheres e Crianças. 
Inicialmente, contudo, traremos algumas observações iniciais e introdutórias 
desse bloco de assuntos. 
Boa aula a todos! 
2 - Proteção a minorias e demais grupos vulneráveis 
O estudo dos direitos humanos invariavelmente remete à defesa das pessoas que 
se encontram em posição desprivilegiada na comunidade. Essa é uma realidade 
comprovada pelo curso histórico. Dois exemplos bem ilustram esses fatos: os 
judeus na Alemanha nazista e o escravagismo Africano e indígena no Brasil 
Colonial. Tanto os judeus como os negros e índios ocupavam, nas respectivas 
comunidades posição desfavorável, o que propiciou a exploração e, 
consequentemente, a violação dos seus direitos mais básicos. 
Desse modo, estudar a situação jurídica internacional de minorias e grupos 
vulneráveis nada mais é do que compreender as normas internacionais criadas 
para defesa daquelas pessoas cujos direitos são constantemente vilipendiados. 
Ao estudarmos o Sistema Global de Direitos Humanos vimos que a estrutura 
normativa da ONU é composta por normas gerais, aplicáveis a todas as pessoas 
e normas específicas destinadas a grupos específicos. 
A ideia central de tais normas específicas é, num primeiro momento, resguardar 
os direitos humanos mais básicos. Num segundo turno, busca-se assegurar a 
diversidade de valores e o pluralismo, características essenciais de sociedades 
democráticas. 
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
Sobre o assunto leciona Sidney Guerra1: 
Pensar os direitos humanos na atualidade consiste em articular uma ótica intrincada e 
imbricada de valores, perpassada por contextos que atingem de forma variada certos 
segmentos e grupos sociais. O pluralismo é um dos aspectos que caracterizam o modelo de 
sociedade democrática brasileira. A diversidade faz parte do meio social em que vivemos e 
é um elemento essencial para o desenvolvimento da comunidade. Partindo desse raciocínio, 
pode-se observar a importância da proteção das minorias e dos grupos vulneráveis. 
A nós interessa, nesse contexto de pluralidades o estudo de determinados 
segmentos específicos, quais sejam: o grupo das mulheres, crianças, idosos e 
deficientes, bem como as pessoas sujeitas à discriminação racial e, por fim, a 
proteção às liberdades de modo geral. Estudaremos esses assuntos por uma 
razão muito óbvia, esses são os temas centrais e o edital do nosso concurso assim 
o determinou. 
Antes de iniciarmos, contudo, o estudo específico da proteção às mulheres, é 
importante diferenciarmos minorias de grupos vulneráveis. 
As minorias constituem o grupo de pessoas que ocupam 
posição não dominante na sociedade, embora sejam 
organizados e com sentimento de autodeterminação e 
solidariedade entre os integrantes dos grupos. 
Os grupos vulneráveis, por sua vez, constituem o conjunto de pessoas dotado 
formalmente de direitos, contudo, destituídos de poder. Desse modo, 
desorganizações, os grupos vulneráveis encontram uma série de dificuldades 
para exigir seus direitos. 
Em que pese a distinção acima, para fins do nosso concurso, não é necessário 
adentramos em maiores detalhes quanto à diferenciação. 
Ok? Vamos ao que realmente interessa? 
2.1 - Introdução 
Ao longo da História, as mulheres foram constantemente submetidas a abusos, 
atrocidades e violências diversas. Em determinadas comunidades, inclusive, 
foram vistas como coisa, como mero instrumento de deleite masculino. 
Felizmente, a sociedade contemporânea tem empreendido esforços no sentido de 
superar tais mazelas, entretanto, certos ranços persistem, o que exige um 
tratamento diferenciado. 
Nesse contexto, veja o que nos ensina a doutrina de Flávia Piovesan2: 
Com o processo de especificação do sujeito, mostra-se insuficiente tratar o 
indivíduo de forma genérica, geral e abstrata. Torna-se necessária a 
especificação do sujeito de direito, que passa a ser visto em suas 
peculiaridades e particularidades. Nessa ótica, determinados sujeitos de 
 
1 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: Curso Elementar, 2ª edição, São Paulo: Editora 
Saraiva, 2014, p. 230. 
2 PIOVESAN, Flávia.Temas de Direitos Humanos, 6ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012, 
314. 
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
direito, ou determinadas violações de direitos, exigem uma resposta 
específica, diferenciada. Nesse sentido, as mulheres devem ser vistas nas 
especificidades e peculiaridades de sua condição social. Importa o respeito 
à diferença e à diversidade o que lhe assegura um tratamento especial. 
No âmbito internacional esse tratamento diferenciado é notado especialmente em 
razão de alguns diplomas internacionais relevantes, dois dos quais serão objeto 
de estudo nesta aula. 
Destaca-se no âmbito internacional: 
(i) A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas 
de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, pela sigla 
internacional). 
Esse documento deu importante passo para o reconhecimento da valorização da 
dignidade da mulher. 
Nesse sentido, leciona a doutrina3: 
A Convenção enaltece o papel da mulher na sociedade e para o bem-estar de uma família, 
ressaltando que, para que haja desenvolvimento pleno de um país, bem-estar no mundo e 
paz, a participação da mulher deve ser plenamente reconhecida nas mesmas condições que 
os homens. 
Paralelamente à Convenção, existe o Protocolo Facultativo à Convenção 
sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. 
(ii) No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana 
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, denominada 
de Convenção de Belém do Pará. Esse documento é o primeiro a reconhecer a 
violência contra a mulher como um fenômeno comum na sociedade, assunto que 
exige atenção da comunidade internacional e dos Estados. 
Essa Convenção específica influenciou o surgimento da Lei nº 11.340/2006, 
denominada Lei Maria da Penha, que será estudada, em linhas gerais, abaixo. 
(iii) Outros documentos específicos de relevo são Protocolo Adicional à 
Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional 
Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em 
Especial Mulheres e Crianças. 
No âmbito nacional, embora constatada certa evolução, ainda persistem violações 
aos direitos das mulheres. Tal come leciona Flávia Piovesan4: 
A realidade brasileira revela um grave padrão de desrespeito aos mais elementares direitos 
humanos de que são titulares as mulheres, mais da metade da população nacional. 
Destacam-se, no quadro das graves violações aos direitos humanos nas mulheres: a) a 
violência contra a mulher; b) a discriminação contra as mulheres; e c) a violação aos direitos 
sexuais e reprodutivos. Estes são os principais vértices que compõem a agenda feminista 
brasileira no contexto da consolidação democrática. 
 
3 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: Curso Elementar, p. 231. 
4 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, 6º Edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2013, 
p. 333/334. 
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
Assim, antes de estudarmos propriamente os documentos expressos em edital, 
vamos tratar da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência Contra a Mulher e a Lei Maria da Penha, no que concerne aos assuntos 
de Direitos Humanos. 
O Caso Maria da Penha 
Em 1998, a Sra. Maria da Penha Maia Fernandes, juntamente com duas 
organizações não-governamentais (CEJIL-Brasil e CLADEM-Brasil) encaminharam 
à Comissão Interamericana petição contra o Estado brasileiro, reclamando a 
defesa dos seus direitos humanos, em face das violações domésticas sofridas. 
Relata-se que a Sra. Maria Penha sofreu diversas agressões e ameaça do seu ex-
marido, sendo, inclusive, vítima de tentativa de homicídio com dois tiros nas 
costas enquanto dormia, o que a deixou paraplégica. O agressor tentou eximir-
se da culpa e, duas semanas após, em nova tentativa de homicídio, seu ex-
marido tentou eletrocutá-la durante o banho. Não mais aguentando a situação, 
superou as ameaças, o medo e separou-se. 
Houve o ingresso da ação penal, com a produção de diversas provas dando conta 
da autoria dos fatos pelo ex-marido, contudo, mesmo após 15 anos, o agressor 
ainda permanecia em liberdade, não havendo decisão definitiva. 
Em face disso, a Sra. Maria da Penha, juntamente com a CEJIL-Brasil e com a 
CLADEM-Brasil, ingressou contra o Brasil na Comissão Interamericana, 
denunciando o padrão sistemático de omissão e negligência em relação à 
violência doméstica e familiar contra as mulheres brasileiras. 
Após o trâmite do procedimento internacional, o Estado brasileiro foi condenado 
por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica contra as 
mulheres, fazendo uma série de recomendações, entre as quais: 
 Finalizar a apuração da autoria dos delitos praticados contra a Sra. Maria 
da Penha; 
 Apurar a responsabilidade pelo atraso injustificado no trâmite processual 
interno; e 
 Adotar políticas públicas voltadas à prevenção, punição e erradicação da 
violência contra a mulher. 
Sobre a importância do caso Maria da Penha, ensina Flávia Piovesan5: 
À luz desse contexto, o caso Maria da Penha permitiu, de forma emblemática, romper com 
a indivisibilidade que acoberta este grave padrão de violência de que são vítimas tantas 
mulheres, sendo símbolo de uma necessária conspiração contra a impunidade. 
Em 2002, houve a prisão do réu, encerrando-se o longo ciclo de impunidade que 
envolveu o presente caso. 
Posteriormente, em razão desse caso paradigmático, foi votada e aprovada a Lei 
nº 11340/2006, que ficou denominada de Lei Maria da Penha. 
 
5 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, p. 337. 
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
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Ok? Vimos os aspectos gerais da matéria, na sequência devemos ingressar no 
estudo dos documentos internacionais expresso em nosso edital! 
3 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas 
de Discriminação contra a Mulher 
3.1 - Introdução 
A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas 
de Discriminação contra a Mulher (denominada 
internacionalmente de CEDAW) foi assinada em 
1979, sendo promulgada, no Brasil, primeiramente 
pelo Decreto nº 89.460/1984 e, mais 
recentemente, novamente promulgada retirando-se 
parte das reservas opostas, por intermédio do 
Decreto nº 4.377/2002. 
Adicionalmente, foi editado o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a 
Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, assinado no 
ano de 1999. O Brasil, signatário do Presente Protocolo, aprovou 
internamente seu texto por meio do Decreto Legislativo nº 107/2002, que 
foi depositado internacionalmente pelo Presidente da República e promulgado por 
meio do Decreto nº 4.316/2002. 
 
A Convenção foi assinada por vários países, contudo, de acordo com a doutrina, 
é um dos documentos internacionais contra o qual os países mais se opuseram. 
Tais reservas decorrem essencialmente em função de argumentos de ordem 
religiosa, cultural ou legal, no qual se afirma que há imposição de uma visão de 
igualdade em sociedade nas quais o tratamento da matéria é culturalmente 
desigual. Essa questão traz à tona a discussão entre universalismo e relativismo 
dos direitos humanos. 
O dispositivo abaixo, de acordo com a doutrina de Flávia Piovesan, é um dos mais 
contestados pela comunidade internacional, sob o argumento de que constitui 
intervenção às peculiaridades culturais de cada Estado. Novamente, volta-se à 
eterna discussão entre universalistas e relativistas. Em razão disso, esse 
dispositivo foi um dos que mais sofreu reserva pelos paísesque ratificaram a 
presente Convenção. 
1979
•assinatura da 
Convenção 
Internacional 
sobre a 
Eliminação de 
todas as 
Formas de 
Discriminação 
contra a 
mulher
1984
•primeira 
promulgação 
em decreto 
interno pelo 
Decreto nº 
84.460/84
2002
•nova 
promulgação, 
com retirada 
das reservas, 
pelo Decreto 
nº 
4.377/2002.
2002
•promulgação 
no direito 
interno do 
Protocolo 
Facultativo 
pelo Decreto 
nº 4.316/2002
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
teoria e questões 
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Artigo 5º - Os Estados-partes tomarão todas as medidas apropriadas para: 
a) modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres, com 
vistas a alcançar a eliminação de preconceitos e práticas consuetudinárias e de qualquer 
outra índole que estejam baseados na ideia da inferioridade ou superioridade de qualquer 
dos sexos ou em funções estereotipadas de homens e mulheres. 
b) garantir que a educação familiar inclua uma compreensão adequada da 
maternidade como função social e o reconhecimento da responsabilidade comum 
de homens e mulheres, no que diz respeito à educação e ao desenvolvimento de seus 
filhos, entendendo-se que o interesse dos filhos constituirá a consideração primordial em 
todos os casos. 
Em decorrência disso, a Convenção deve ser interpretada 
no sentido de que os parâmetros ali definidos constituem 
um rol protetivo mínimo às mulheres, que 
historicamente apresentam-se vulneráveis. Contudo, essa 
interpretação é sensível e envolve, além das imbricadas 
diferenças culturais e sociais, questões políticas. 
Nesse sentido, o art. 23 expressamente prevê que se existirem normas internas 
dos Estados mais favoráveis que as regras constantes da Convenção, deve-se 
aplicar as regras mais favoráveis. Esse dispositivo destaca uma das 
características dos Direitos Humanos que vimos no início do curso, qual seja a 
complementariedade, vale dizer, todos os esforços, internos e internacionais, 
devem se somar para a completa proteção aos Direitos Humanos. 
Artigo 23 - NADA do disposto nesta Convenção prejudicará qualquer disposição que 
seja mais propícia à obtenção da igualdade entre homens e mulheres e que esteja 
contida: 
a) na legislação de um Estado-parte; ou 
b) em qualquer outra convenção, tratado ou acordo internacional vigente nesse Estado. 
Em relação ao conteúdo da Convenção, inicialmente, cumpre expor o conceito 
de discriminação social, que é trazido pelo artigo 1º, da Convenção sobre a 
Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher: 
(...)"discriminação contra a mulher" significará toda distinção, exclusão ou restrição 
baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o 
reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, 
com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades 
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro 
campo. 
 
 
Para a eliminação dessas discriminações, os Estados-parte assumem dupla 
obrigação. Primeiro, a de eliminar a discriminação contra a mulher. 
CONCEITO
Discriminação contra a mulher constitui qualquer ato que 
tenha direta ou indiretamente o objetivo de cercear os direitos 
humanos de primeira e de segunda dimensão.
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
Segundo, a de assegurar a igualdade material entre homens e mulheres. 
Para tanto, conforme prevê o artigo 4º, da Convenção, os Estados deverão adotar 
medidas positivas, denominadas de ações afirmativas, com o intuito de acelerar 
o processo de obtenção da igualdade real. 
Artigo 4º 
1. A adoção pelos Estados-partes de medidas especiais de caráter temporário destinadas a 
acelerar a igualdade de fato entre o homem e a mulher não se considerará discriminação 
na forma definida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira implicará, como 
consequência, a manutenção de normas desiguais ou separadas; essas medidas cessarão 
quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento houverem sido alcançados. 
2. A adoção pelos Estados-partes de medidas especiais, inclusive as contidas na presente 
Convenção, destinadas a proteger a maternidade, não se considerará discriminatória. 
Portanto, conforme leciona Flávia Piovesan: combina-se 
a proibição da discriminação com políticas 
compensatórias. Alia-se à vertente repressivo-punitiva 
a vertente positivo-promocional6. Nesse contexto, a 
autora relata que a Convenção impõe a obrigação de 
assegurar que as mulheres tenham uma igualdade formal perante a lei e 
reconhece que medidas temporárias de ação afirmativa são necessárias, em 
muitos casos, para que as garantias de igualdade formal se transformem em 
realidade. 
Para implementar a não-discriminação à mulher, a Convenção, no artigo 2º, 
arrola diversas obrigações imputadas aos Estados-parte, em especial: 
 A necessidade de que o Texto Constitucional dos Estados-parte contenha 
regra prevendo a garantia de igualdade entre homens e mulheres; 
 A adoção de medidas punitivas no âmbito interno de cada país que proíbam 
qualquer forma de discriminação contra a mulher; 
 A garantia de proteção jurídica efetiva contra todo ato discriminatório à 
mulher; 
 O dever de abstenção do Estado de incorrer em discriminação à mulher, 
seja por meio de atos ou de leis; 
 O dever dos Estados-parte revogarem legislações discriminatórias às 
mulheres; e 
 O dever de adoção de ações afirmativas visando à igualdade em sentido 
material, em decorrência da vulnerabilidade histórica das mulheres. 
A Convenção deixa claro que aos Estados-parte não deverão apenas assegurar a 
igualdade formal entre homens e mulheres, mas deverão instituir políticas 
públicas consistente em ações afirmativas, objetivando a igualdade real entre os 
sexos, em razão do quadro histórico de discriminação contra as mulheres. 
 
6 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 13ª edição, 
rev. e atual., São Paulo: Editora Saraiva, 2012, p. 269/271. 
 
 
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DIREITOS HUMANOS – DPU 
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Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
3.2 - Direitos Albergados 
Sintetizam os direitos albergados expressamente no texto 
da Convenção: 
 
DIREITOS RECONHECIDOS NA CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS 
FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER 
• igualdade de direitos entre homem e mulher; 
• não-discriminação em decorrência da diferença de sexos; 
• vedação ao tráfico de mulheres e da exploração de prostituição; 
• vedação à discriminação da mulher na vida política e pública (direito de votar, de ser 
votada e de participar das políticas públicas); 
• direitos iguais de nacionalidade em relação ao homem; 
• direitos iguais em relação à educação e à instrução; 
• direitos iguais na relação de emprego; 
• proteção à gravidez e à maternidade; e 
• vedação à discriminação contra a mulher no casamento e nas relações familiares. 
Desse rol, vamos tratar especificamente dos principais direitos assegurados. 
Direitos Políticos 
Historicamente a mulher foi excluída do processo político, seja para escolher os 
representantes do Estado, seja para assunção a cargos políticos. 
A ideia de cidadania remonta à Revolução Francesa, que excluía mulheres, pobres 
e crianças. Assim, as mulheres foram consideradas seres sem capacidade de 
intervir nas questões públicas. Os argumentos utilizados fundamentavam-se em 
visões estereotipadas das mulheres, em especial em razão da sua natureza 
biológica. 
A Convenção que estamos estudando se propõe a superar essa realidade. Para 
tanto, assegura, nos termos do artigo 7º,o dever de os Estados-parte 
garantirem não apenas a possibilidade de voto das mulheres, mas também 
a capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser votado. Além disso, 
prevê a garantia de que as mulheres poderão participar da formulação de políticas 
públicas, bem como de organizações e associações que se envolvam com as 
questões políticas e públicas do nosso país. 
 
•capacidade eleitoral ativa (direito de votar);
•capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado);
•participação na formulação de políticas públicas; e
•participação em organizações e associações que se ocupem de questões 
públicas e políticas.
DIREITOS POLÍTICOS
 
 
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Aula 04 – Prof. Ricardo Torques 
 
Direitos de Nacionalidade 
Outro direito importante, que consta do rol da Convenção, refere-se aos direitos 
de nacionalidade, que estão prescritos no artigo 9º. Assim, às mulheres foi 
assegurado a igualdade de direitos no que tange à aquisição, à mudança 
ou à conservação de sua nacionalidade em relação ao homem. 
Em razão disso, o casamento com pessoa estrangeira não implica: 
 a mudança de nacionalidade; 
 a adoção necessária da nacionalidade do cônjuge; ou 
 a condição de apátrida. 
 
Direitos Trabalhistas 
Os direitos trabalhistas vêm dispostos no artigo 11, da Convenção, sobre a 
Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. 
Artigo 11 - 1. Os Estados-partes adotarão todas as medidas apropriadas para eliminar a 
discriminação contra a mulher na esfera do emprego a fim de assegurar, em condições 
de igualdade entre homens e mulheres, os mesmos direitos, em particular: 
a) o direito ao trabalho como direito inalienável de todo ser humano; 
b) o direito às mesmas oportunidades de emprego, inclusive a aplicação dos mesmos 
critérios de seleção em questões de emprego; 
c) o direito de escolher livremente profissão e emprego, o direito à promoção e à 
estabilidade no emprego e a todos os benefícios e outras condições de serviço, e o direito 
ao acesso à formação e à atualização profissionais, incluindo aprendizagem, formação 
profissional superior e treinamento periódico; 
d) o direito a igual remuneração, inclusive benefícios, e igualdade de tratamento relativa 
a um trabalho de igual valor, assim como igualdade de tratamento com respeito à avaliação 
da qualidade do trabalho; 
e) o direito à seguridade social, em particular em casos de aposentadoria, desemprego, 
doença, invalidez, velhice ou outra incapacidade para trabalhar, bem como o direito a férias 
pagas; 
f) o direito à proteção da saúde e à segurança nas condições de trabalho, inclusive a 
salvaguarda da função de reprodução. 
2. A fim de impedir a discriminação contra a mulher por razões de casamento ou 
maternidade e assegurar a efetividade de seu direito a trabalhar, os Estados-partes 
tomarão as medidas adequadas para: 
a) proibir, sob sanções, a demissão por motivo de gravidez ou de licença-maternidade e a 
discriminação nas demissões motivadas pelo estado civil; 
b) implantar a licença-maternidade, com salário pago ou benefícios sociais comparáveis, 
sem perda do emprego anterior, antiguidade ou benefícios sociais; 
•Assegura-se a igualdade em relação aos homens para as regras de aquisição, de
mudança e de alteração da nacionalidade; e
•O casamento com pessoa estrangeira não implica a mudança de nacionalidade,
a adoção da nacionalidade do conjuge ou a condição de apátrida.
DIREITOS DE NACIONALIDADE
 
 
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c) estimular o fornecimento de serviços sociais de apoio necessários para permitir que os 
pais combinem as obrigações para com a família com as responsabilidades do trabalho e a 
participação na vida pública, especialmente mediante o fomento da criação e 
desenvolvimento de uma rede de serviços destinada ao cuidado das crianças; 
d) dar proteção especial às mulheres durante a gravidez nos tipos de trabalho 
comprovadamente prejudiciais a elas. 
3. A legislação protetora relacionada com as questões compreendidas neste artigo será 
examinada periodicamente à luz dos conhecimentos científicos e tecnológicos e será revista, 
derrogada ou ampliada, conforme as necessidades. 
Da extensão desse dispositivo nota-se a importância que a Convenção conferiu 
ao tratamento da discriminação contra a mulher no campo das relações de 
trabalho. 
São duas vertentes protegidas pela Convenção: 
 vedação à discriminação nas relações de trabalho; e 
 proteção da mulher em decorrência do casamento e da gravidez (proteção 
à maternidade). 
Pela primeira vertente, percebe-se que os convencionados asseguram 
igualdade de tratamento entre homens e mulheres, imputando ao estado o 
dever de assegurar e de garantir iguais condições de trabalho, mesmas 
oportunidades de emprego, liberdade de escolha da profissão, de modo 
que não se justifica o exercício de determinadas profissões exclusivamente por 
pessoas do sexo masculino. 
Além disso, o texto da convenção prevê o salário equitativo entre homens e 
mulheres, o direito à seguridade social e a extensão da proteção de saúde 
e segurança no trabalho. 
Pela segunda vertente, a Convenção dispõe regras protetivas da maternidade 
e da mulher enquanto gestante. Em razão disso, veda-se a demissão 
justificada na gravidez, orienta a implantação de licença-maternidade e a 
necessidade de proteção especial às mulheres durante o período de 
gravidez. Por fim, pugna-se por fornecimento de serviços sociais de apoio 
para permitir que os pais combinem o trabalho com a criação dos filhos. 
Em suma: 
 
 
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Finalizamos, assim, os principais direitos assegurados à mulher. 
3.3 - Mecanismos de Fiscalização 
Quanto aos mecanismos de fiscalização, a Convenção prevê, no artigo 17, o 
Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher, que será 
composto por 23 peritos, indicados e eleitos em votação secreta pelos Estados-
parte, para um mandato de 4 anos. 
Ademais, de acordo com o texto da convenção, os peritos exercerão suas funções 
a título pessoal, não atuando, portanto, como representantes do Estado do qual 
é nacional. 
No que tange aos mecanismos de fiscalização, a Convenção 
sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher prevê tão somente o mecanismo de 
relatórios, que está disciplinado no artigo 18, da 
Convenção, os quais deverão ser encaminhados a cada 4 anos e sempre que 
o Comitê solicitar. 
Além desse mecanismo originário, o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a 
Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher trouxe outros 
dois mecanismos de fiscalização: petições individuais e investigações in loco. 
Por intermédio das petições individuais, as vítimas de violações atinentes aos 
direitos assegurados na Convenção poderão iniciar procedimento junto ao 
Comitê. 
DIREITO
DO
TRABALHO
não discriminação da 
mulher nas relações 
de emprego
direito ao trabalho
mesmas oportunidades
liberdade de escolha da profissão
salário equitativo
seguridade social
proteção por meio de regras de saúde e 
segurança no trabalho
proteção à gestação e 
à maternidade
vedação à demissão injustificada durante a 
gravidez;
licença-maternidade;
proteção especial às mulheres durante a 
gravidez
fornecimento de serviços sociais de apoio 
para permitir que os pais combinem o 
trabalho com a criação dos filhos
 
 
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Aula 04 – Prof. Ricardo TorquesO Protocolo Facultativo estabelece dois requisitos (artigo 3º) para o 
processamento da petição: 
 Não seja anônimo; 
 Tenham sido esgotados os recursos internos ou não efetivos. 
Além disso, o artigo 3º, 2, do Protocolo, estabelece algumas hipóteses em que 
será considerada inadmissível a petição inicial: 
Quando o assunto da petição já tiver sido examinado ou estiver em exame em 
outro organismo internacional; 
 O pedido foi incompatível com a Convenção; 
 Petição mal fundamentada; 
 O pedido constituir abuso de direito; e 
 Os fatos tenham ocorrido antes da ratificação pelo Estado-parte causador 
da violação. 
Ademais, se necessário, o Comitê poderá adotar as denominadas medidas 
acautelatórias, a fim de evitar danos irreparáveis aos direitos da vítima de 
violação, nos termos do artigo 5º. 
No que tange ao procedimento, a Convenção prevê que, após o recebimento, o 
Estado-parte supostamente violador será comunicado para se manifestar no 
prazo de 6 meses. Após, o Comitê transmitirá sua opinião e, se necessário, fará 
recomendações, possibilitando ao Estado-parte violador apresentar, nos 6 meses 
subsequentes, informações sobre as ações realizadas, as quais constarão do 
relatório anual do Comitê. 
Por fim, o Protocolo Facultativo prevê a possibilidade de recurso às 
investigações “in loco” nos casos de graves ou sistemáticas violações de 
direitos humanos, por meio do qual o Comitê, após receber autorização do 
Estado a ser investigado, enviará membro para conduzir a investigação 
a respeito das violações denunciadas. Após conclusão das investigações, o 
Comitê apresentará suas observações e recomendações, que deverão ser 
respondidas e esclarecidas pelo Estado-parte no prazo de 6 meses. 
Em suma, sobre os mecanismos de fiscalização devemos lembrar: 
 
RELATÓRIOS
•Previstos originariamente no texto da Convenção.
•Os Estado-parte deverão, a cada 4 anos e sempre que solicitado pelo Comitê, enviar
relatório apresentando as medidas de promoção dos direitos assegurados no Pacto.
PETIÇÕES INDIVIDUAIS
•Previstas no Protocolo Facultativo.
•Instrumento pelo qual a vítima de direitos humanos aciona o Comitê para análise e
processamento do Estado violador.
INVESTIGAÇÕES IN LOCO
•Previstas no Protocolo Facultativo.
•Em caso de grave ou sistemáticas violações de Direitos Humanos, é possível ao Comitê,
após autorização do Estado-parte, enviar pessoa para investigar in loco a violação
denunciada.
 
 
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Vejamos uma questão sobre o assunto. 
 
Questão – FUNIVERSA/Secretaria da Criança – DF - 
Especialista Socioeducativo - Direito e Legislação - 2015 
Acerca da constitucionalização dos direitos humanos, do Estatuto da 
Igualdade Racial, do combate ao racismo, da constitucionalização dos 
direitos humanos, da proteção a minorias e a demais grupos vulneráveis, da 
CEDAW, da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, do combate ao racismo e da Convenção sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação Racial, assinale a alternativa correta. 
a) Tratando-se de tratado internacional que versa a respeito dos direitos 
humanos, a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência ostenta hierarquia normativa supralegal, conquanto 
infraconstitucional. 
b) O órgão do Poder Executivo federal responsável pela promoção da 
igualdade racial é a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial 
(SEPPIR). Entretanto, conforme as atribuições delineadas no Estatuto da 
Igualdade Racial, a SEPPIR tem função precipuamente executória, sendo 
descabido chamar-lhe de ombudsman da igualdade racial, já que não 
desempenha funções de monitoramento e de fiscalização da promoção da 
igualdade racial, função que foi atribuída com exclusividade pelo Estatuto a 
outro órgão federal. 
c) Quando se refere a casamento, a CEDAW não se limita à união entre 
homem e mulher, fazendo menção a outras entidades familiares, como a 
união homoafetiva entre mulheres. 
d) A CEDAW veda a adoção de medidas especiais de caráter temporário, a 
exemplo das ações afirmativas, por taxá-las de discriminação reversa. 
e) O Protocolo Facultativo à CEDAW, que foi ratificado pelo Brasil, permite 
que indivíduos que se encontrem sob a jurisdição brasileira apresentem 
reclamações, fundadas em graves ou sistemáticas violações da Convenção, 
diretamente ao Comitê sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra as Mulheres. 
Comentários 
Note que a questão aborda alguns conhecimentos ainda não ministrados em 
nossa aula. Não trataremos desse tema agora. Trouxemos a questão aqui, pois, 
para respondê-la corretamente, basta conhecer a Convenção Internacional sobre 
todas as Formas de Discriminação contra a mulher. 
Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Ao ler a CEDAW 
não encontramos dispositivos acerca da fiscalização dos direitos lá 
 
 
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consubstanciados. Há a enunciação apenas do mecanismo de relatórios. Desse 
modo, coube ao Protocolo Facultativo a ampliação dos mecanismos de 
fiscalização da Convenção, ao prever as petições individuais e as investigações in 
loco. 
Vejamos os arts. 1º e 2º, do Protocolo Facultativo da CEDAW. 
Artigo 1 
Cada Estado Parte do presente Protocolo (doravante denominado "Estado Parte") reconhece 
a competência do Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (doravante 
denominado “o Comitê") para receber e considerar comunicações apresentadas de acordo 
com o Artigo 2 deste Protocolo. 
Artigo 2 
As comunicações podem ser apresentadas por indivíduos ou grupos de indivíduos, 
que se encontrem sob a jurisdição do Estado Parte e aleguem ser vítimas de violação de 
quaisquer dos direitos estabelecidos na Convenção por aquele Estado Parte, ou em 
nome desses indivíduos ou grupos de indivíduos. Sempre que for apresentada em nome de 
indivíduos ou grupos de indivíduos, a comunicação deverá contar com seu consentimento, 
a menos que o autor possa justificar estar agindo em nome deles sem o seu consentimento. 
4 - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e 
Erradicar a Violência contra a Mulher 
Vamos iniciar com a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar 
a Violência contra a Mulher. Denominada de Convenção de Belém do Pará, foi 
aprovada pela Assembleia Geral da OEA. 
A Convenção foi aprovada pelo Decreto Legislativo 107/1995 e promulgada por 
intermédio do Decreto 1.973/1996, quando restou internalizada em nosso 
ordenamento jurídico. 
Trata-se de uma Convenção específica do Sistema Americano de Direitos 
Humanos, que visa tutear direitos das mulheres, especialmente aquelas que 
sofrem situações de violência. 
Reconhecendo os valores da Declaração Americana de Direitos e Deveres do 
Homem (DADDH) e cientes de que a violência contra a mulher constitui violação 
aos direitos humanos e das liberdades fundamentais, que destaca a histórica 
relação de poder entre homens e mulheres, impõe-se a criação de um 
instrumento jurídico, voltado para a eliminação dessa vulnerabilidade. 
4.1 - Definição e âmbito de Aplicação 
Nos primeiros dois dispositivos, a Convenção de Belém do Pará traz o conceito 
de violência contra a mulher. 
De acordo com o art. 1º: 
 
 
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Assim, toda e qualquer situação que leve à morte, cause dor ou sofrimento (físico, 
sexual ou psicológico) em razão da situação de gênero. 
O art. 2º da Convenção, por seu turno, traz conceitos de violência contra a mulher 
por equiparação. Assim, seráconsiderado também violência doméstica, aquela 
perpetrada: 
a) no âmbito doméstico ou em razão de relação pessoal; 
b) no âmbito laboral ou em instituições educacionais, estabelecimentos de 
súde ou qualquer outro lugar; e 
c) no âmbito público, praticada pelos agentes do Estado. 
Em síntese, para extrair o conceito de violência contra 
mulher, você deve concluir que toda violação contra os 
direitos da mulher, com que leve à morte, dano ou 
sofrimento (de caráter físico, moral ou psicológico) 
em razão da relação de poder, independentemente do ambiente em que 
for perpetrado será considerado violência doméstica. 
4.2 - Direitos Protegidos 
Uma vez definido o conceito de violência contra a mulher, passamos a analisar 
os direitos protegidos. A Convenção de Belém do Pará prevê em um primeiro 
momento que TODOS os direitos e garantias devem ser assegurados às 
mulheres. Contudo, destaca alguns que considera mais relevantes. É importante 
registrar que esse rol é meramente exemplificativo. Confira o art. 4º: 
Artigo 4 
Toda mulher tem direito ao reconhecimento, gozo, exercício e proteção de todos os 
direitos humanos e às liberdades consagradas pelos instrumentos regionais e 
internacionais sobre direitos humanos. Estes direitos compreendem, entre outros: 
a. o direito a que se respeite sua vida; 
b. o direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral; 
c. o direito à liberdade e à segurança pessoais; 
d. o direito a não ser submetida a torturas; 
e. o direito a que se respeite a dignidade inerente a sua pessoa e que se proteja sua família; 
f. o direito à igualdade de proteção perante a lei e da lei; 
g. o direito a um recurso simples e rápido diante dos tribunais competentes, que a ampare 
contra atos que violem seus direitos; 
h. o direito à liberdade de associação; 
i. o direito à liberdade de professar a religião e as próprias crenças, de acordo com a lei; 
VIOLÊNCIA 
CONTRA A 
MULHER
ação ou conduta, baseada no gênero, que 
cause morte, dano ou sofrimento físico, 
sexual ou psicológico à mulher, tanto no 
âmbito público como no privado
 
 
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j. o direito de ter igualdade de acesso às funções públicas de seu país e a participar nos 
assuntos públicos, incluindo a tomada de decisões. 
A Convenção destaca ainda que os direitos e garantias das mulheres devem ser 
assegurados sem discriminações e com a valorização dos seus direitos. Podemos 
identificar, portanto, duas vertentes da proteção dos direitos das mulheres: 
 
4.3 - Deveres dos Estados 
Além de coibir práticas violadoras dos direitos das mulheres, o Estados partes da 
Convenção de Belém do Pará está na promoção desses direitos. O art. 7º, 
esclarece que o Estado deve: 
a) abster-se de qualquer ação ou prática de violência contra a mulher; 
b) atuar com a devida diligência para prevenir, investigar e punir a violência 
contra a mulher; 
c) incluir normas penais, civis e administrativas necessárias para prevenir, 
punir e erradicar a violência contra a mulher e adotar as medidas 
administrativas; 
d) adotar medidas jurídicas que exijam do agressor abster-se de fustigar, 
perseguir, intimidar, ameaçar, machucar ou pôr em perigo a vida da mulher 
de qualquer forma que atente contra sua integridade ou prejudique sua 
propriedade; 
e) tomar medidas para modificar ou abolir leis e regulamentos vigentes que 
respaldem a persistência ou a tolerância da violência contra a mulher; 
f) estabelecer procedimentos jurídicos justos e eficazes para a mulher que 
tenha sido submetida a violência; 
g) estabelecer os mecanismos judiciais e administrativos necessários para 
assegurar que a mulher objeto de violência tenha acesso efetivo a 
ressarcimento, reparação do dano ou outros meios de compensação justos 
e eficazes; e 
h) adotar as disposições legislativas ou de outra índole que sejam 
necessárias para efetivar esta Convenção. 
•o direito da mulher de ser livre de toda forma de discriminação
VERTENTE REPRESSIVA
•o direito da mulher ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados 
de comportamento e práticas sociais e culturais baseadas em conceitos de 
inferioridade ou subordinação.
VERTENTE PROMOCIONAL
 
 
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Para além desses deveres acima, o art. 8º prevê que a Convenção deve adotar 
de forma progressiva uma série de medidas. Veja: 
a) fomentar o conhecimento e a observância do direito da mulher; 
b) modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres; 
c) fomentar a educação e capacitação do pessoal na administração da 
justiça, policial e demais funcionários encarregados da aplicação da lei; 
d) aplicar os serviços especializados apropriados para o atendimento 
necessário à mulher objeto de violência; 
e) fomentar e apoiar programas de educação governamentais e do setor 
privado destinados a conscientizar o público sobre os problemas 
relacionados com a violência contra a mulher; 
f) oferecer à mulher objeto de violência acesso a programas eficazes de 
reabilitação e capacitação; 
g) estimular os meios de comunicação a elaborar diretrizes adequadas de 
difusão que contribuam para a erradicação da violência contra a mulher em 
todas suas formas e a realçar o respeito à dignidade da mulher; 
h) garantir a investigação e recompilação de estatísticas e demais 
informações pertinentes sobre as causas, consequências e frequência da 
violência contra a mulher; e 
i) promover a cooperação internacional para o intercâmbio de ideias e 
experiências e a execução de programas destinados a proteger a mulher 
objeto de violência. 
De acordo com a doutrina de André de Carvalho Ramos7: 
Esses inúmeros deveres do Estado foram fundamentais para que o Brasil, finalmente, 
editasse uma lei específica de combate à violência doméstica, a Lei n. 11.340/2006, também 
denominada “Lei Maria da Penha”. Tal lei criou mecanismos para coibir a violência doméstica 
e familiar contra a mulher, nos termos da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas 
de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) e da Convenção Interamericana para 
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. 
4.4 - Mecanismos Interamericanos de Proteção 
No que diz respeito aos mecanismos de implementação das regras estudadas, a 
Convenção prevê que os Estados eles devem informar à Comissão Interamericana 
de Mulheres sobre as medidas adotadas para a prevenção e erradicação da 
violência contra a mulher. 
Além disso, o art. 11, prevê: 
Artigo 11 
 
7 RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. 2ª edição, São Paulo: Editora 
Saraiva, 2014, versão digital. 
 
 
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Os Estados Partes nesta Convenção e a Comissão Interamericana de Mulheres poderão 
requerer à Corte Interamericana de Direitos Humanos opinião consultiva sobre a 
interpretação desta Convenção. 
Esse dispositivo prevê que tanto os Estados partes como a Comissão 
Interamericana de Mulheres poderá requerer à CIDH uma opinião consultiva 
acerca da interpretação da Convenção. 
Por fim, o art. 12 da Convenção prevê que qualquer pessoa (ou grupos de 
pessoas), entidades não-governamentais ou Estado partes podem apresentar 
denúncias ou queixas à Comissão. 
5 - Questões 
Considerando as questões analisadas no decorrer da aula (01 questão), mais as 
17 questões que compõem a bateria abaixo, temos a seguinte distribuição de 
questões, que denota a importância dos assuntos para fins de prova: 
 
Serão, portanto, 18 questões de provas anterioresdas mais diversas bancas. As 
questões foram separadas de acordo com a importância da matéria para a prova. 
 
Em relação aos assuntos estudados na aula de hoje, destacam-se os seguintes 
assuntos: 
 Artigos iniciais de ambas as convenções. 
5.1 - Questões sem Comentários 
Questão 01 – CESPE/DPE-TO - Defensor Público – 2013 - 
questão adaptada 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher exige, de maneira genérica, a plena igualdade entre homens e 
12
5
AULA 04
Distribuição das Questões
Convenção Discriminação Mulheres Convenção Interamericana
 
 
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mulheres, mas não contém cláusula específica sobre a isonomia de gênero 
nas instâncias judiciais. 
Questão 02 – CESPE/DPE-TO - Defensor Público – 2013 - 
questão adaptada 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher prevê expressamente o direito de a mulher ser tratada em 
igualdade de condições no que se refere à publicação de suas opiniões pela 
imprensa. 
Questão 03 – CESPE/DPE-MA – Defensor – 2011 - questão 
adaptada 
Com relação ao núcleo de direito internacional dos direitos humanos, 
formado de instrumentos internacionais de natureza cogente, julgue os itens 
a seguir. 
 A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher permite que determinados direitos sejam limitados quando 
isso for necessário à segurança nacional e à ordem pública. 
Questão 04 – CESPE/DPE-BA – Defensor – 2010 - questão 
adaptada 
Acerca dos mecanismos de proteção internacional de direitos humanos, 
julgue o item subsequente. 
A violação grave e sistemática dos direitos humanos das mulheres em um 
Estado pode ser investigada pelo Comitê sobre a Eliminação da 
Discriminação contra a Mulher, que recebe petições com denúncias de 
violação a esses direitos. 
Questão 05 – VUNESP/DPE-MS – Defensor Público – 2014 
“Direito à segurança da pessoa ou à proteção do Estado contra violência ou 
lesão corporal cometida, quer por funcionários de Governo, quer por 
qualquer indivíduo, grupo ou instituição” é um compromisso dos Estados 
partes que consta da 
a) Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 
b) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação Racial. 
c) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher. 
d) Convenção sobre os Direitos da Criança. 
Questão 06 – FCC/DPE-SP – Defensor Público – 2009 
 
 
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No sistema global, a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher, ratificada pelo Brasil em 1984, é um marco 
no tocante ao combate da discriminação contra a mulher e na afirmação de 
sua cidadania. Sobre essa Convenção é correto afirmar que 
a) consagrou a possibilidade de adoção de "ações afirmativas", ou seja, de 
medidas especiais de caráter definitivo destinadas a acelerar a igualdade de 
fato entre mulheres e homens. 
b) trouxe, quando de sua adoção pela ONU, um completo sistema de 
monitoramento, permitindo, inclusive, denúncias individuais por mulheres 
em casos de violação. 
c) a adoção pelo Brasil do Protocolo Facultativo à Convenção, em 2002, 
aperfeiçoou a sistemática de monitoramento da Convenção, com a 
possibilidade de apresentação de denúncias por mulheres, individual mente 
ou em grupos, em casos de violação. 
d) respeitou as diferenças culturais e a diversidade étnica ao permitir 
diferentes direitos e responsabilidades durante o casamento e por ocasião 
da sua dissolução, permitindo que cada Estado faça sua regulamentação 
interna. 
e) ao evitar impor muitas obrigações aos Estados-partes que significassem 
ruptura imediata com padrões estereotipados de educação de meninas e 
meninos, logrou obter o maior número de ratificações de uma Convenção da 
ONU. 
Questão 07 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a fomentar 
qualquer concepção estereotipada dos papéis masculino e feminino em todos 
os níveis. 
Questão 08 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a derrogar 
todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação contra 
as mulheres. 
Questão 09 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
 
 
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A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a conceder 
bolsas e acesso aos programas de educação supletiva em maior número para 
compensar as desigualdades passadas. 
Questão 10 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a desencorajar 
a educação mista, privilegiando os programas de alfabetização funcional 
para as mulheres. 
Questão 11 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a proibir a 
demissão por motivo de gravidez, permanecendo aquelas motivadas pelo 
estado civil. 
Questão 12 – CESPE/DPU – Defensor Público – 2010 
Acerca da proteção internacional às mulheres, às crianças e aos 
adolescentes, julgue os itens subsequentes. 
Os documentos das Nações Unidas que tratam dos direitos políticos das 
mulheres determinam que elas devem ter, em condições de igualdade, o 
mesmo direito que os homens de ocupar e exercer todos os postos e todas 
as funções públicas, admitidas as restrições que a cultura e a legislação 
nacionais imponham. 
Questão 13 – CESPE/DPE-PI - Defensor Público - 2009 
Considere as situações hipotéticas abaixo apresentadas. 
I João agrediu fisicamente sua secretária, ex-companheira, machucando-a 
com um soco no rosto por se recusar a sair com ele. 
II Sebastião forçou sua esposa a prática de atos libidinosos, causando-lhe 
enorme dor psicológica. 
À luz da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência contra a Mulher, Convenção de Belém do Pará, importante 
ferramenta de promoção da emancipação das mulheres, assinale a opção 
correta a respeito das situações descritas. 
a) Ambas as situações enquadram-se na definição de violência contra a 
mulher. 
 
 
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b) Na situação I, não ficou caracterizada violência contra a mulher, pois a 
agressão se deu dentro do lar. 
c) Na situação II, não se caracterizou violência contra a mulher, pois a 
esposa tem obrigação conjugal de coabitação. 
d) Nenhuma das situações caracteriza violência contra a mulher. 
e) Na situação I, não há violência de gênero contra a mulher, mas, sim, uma 
violência comum prevista na legislação penal nacional. 
Questão 14 – FCC/DPE-SP - Defensor Público - adaptada 
Julgue: 
Os dois primeiros tratados sobre direitos humanos aprovados de acordo com 
o rito especial do artigo 5º, § 3ºda Constituição, introduzido pela Emenda 
Constitucional nº 45/2004, foram a Convenção Interamericana para Prevenir 
e Punir a Tortura, e o Protocolo Facultativo à Convenção Internacional para 
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. 
Questão 15 – PGR/PGR - Procurador da República – 2015 - 
adaptada 
Julgue: 
A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência 
contra a Mulher permite que os Estados partes e a Comissao Interamericana 
de Mulheres requeiram parecer consultivo a Corte Interamericana de Direitos 
Humanos sobre a interpretação da Convenção. 
Questão 16 – FCC/DPE-MA - Defensor Público - 2015 
Um defensor público, considerando o teor da Convenção Interamericana 
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, orienta à usuária 
que o Estado brasileiro deve se empenhar em: 
I. Estabelecer procedimentos jurídicos justos e eficazes para a mulher sujeita 
à violência, inclusive, entre outros, medidas de proteção, juízo oportuno e 
efetivo acesso a tais processos, e, caso infrinja este dever, qualquer pessoa 
ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental legalmente 
reconhecida em um ou mais Estados membros da organização, poderá 
apresentar petições com denúncias ou queixas diretamente à Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos. 
II. Estabelecer mecanismos judiciais necessários para assegurar que a 
mulher sujeita à violência tenha efetivo acesso à restituição, reparação do 
dano e outros meios de compensação justos e eficazes, e, caso infrinja este 
dever, qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não 
governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros 
da organização, poderá apresentar petições com denúncias ou queixas 
diretamente à Corte Interamericana de Direitos Humanos. 
 
 
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III. Estabelecer mecanismos administrativos necessários para assegurar que 
a mulher sujeita à violência tenha efetivo acesso à restituição, reparação do 
dano e outros meios de compensação justos e eficazes, e, caso infrinja este 
dever, qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não 
governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros 
da organização, poderá apresentar petições com denúncias ou queixas 
diretamente à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) III. 
b) I. 
c) II e III. 
d) I e III. 
e) II. 
Questão 17 – VUNESP/DPE-MS - Defensor Público - 2008 
A Convenção que faz parte do Sistema Interamericano de Direitos Humanos 
e que foi assinada em Belém do Pará é a Convenção Interamericana 
a) para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. 
b) para Prevenir e Punir a Tortura. 
c) contra a Corrupção. 
d) sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial. 
5.2 - Gabarito 
Questão 01 – INCORRETA Questão 02 – INCORRETA 
Questão 03 – INCORRETA Questão 04 – CORRETA 
Questão 05 – B Questão 06 – C 
Questão 07 – INCORRETA Questão 08 – CORRETA 
Questão 09 – INCORRETA Questão 10 – INCORRETA 
Questão 11 – INCORRETA Questão 12 – INCORRETA 
Questão 13 – A Questão 14 – INCORRETA 
Questão 15 – CORRETA Questão 16 – D 
Questão 17 – A 
 
 
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5.3 - Questões com Comentários 
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de 
Discriminação contra as Mulheres 
Questão 01 – CESPE/DPE-TO - Defensor Público – 2013 - 
questão adaptada 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher exige, de maneira genérica, a plena igualdade entre homens e 
mulheres, mas não contém cláusula específica sobre a isonomia de gênero 
nas instâncias judiciais. 
Comentários 
É exatamente o contrário do que prevê o item 2 do Artigo 15 da Convenção sobre 
a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher: 
Artigo 15 - 2. Os Estados-partes reconhecerão à mulher, em matérias civis, uma capacidade 
jurídica idêntica à do homem e as mesmas oportunidades para o exercício desta capacidade. 
Em particular, reconhecerão à mulher iguais direitos para firmar contratos e administrar 
bens e dispensar-lhe-ão um tratamento igual em todas as etapas do processo nas Cortes 
de Justiça e nos Tribunais. 
A questão está, desta forma, incorreta. 
Questão 02 – CESPE/DPE-TO - Defensor Público – 2013 - 
questão adaptada 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher prevê expressamente o direito de a mulher ser tratada em 
igualdade de condições no que se refere à publicação de suas opiniões pela 
imprensa. 
Comentários 
Não existe tal previsão na Convenção, razão pela qual a questão está incorreta. 
Questão 03 – CESPE/DPE-MA – Defensor – 2011 - questão 
adaptada 
Com relação ao núcleo de direito internacional dos direitos humanos, 
formado de instrumentos internacionais de natureza cogente, julgue os itens 
a seguir. 
 A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher permite que determinados direitos sejam limitados quando 
isso for necessário à segurança nacional e à ordem pública. 
Comentários 
Não há, na Convenção, limitação aos direitos da mulher em razão de segurança 
Nacional ou ordem pública. Medidas excepcionais só podem ser adotadas para 
 
 
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ACELERAR o processo de igualdade de fato entre homem e mulher. É o que fixa 
o Artigo 4º: 
A adoção pelos Estados Membros de medidas especiais de caráter temporário destinadas a 
acelerar a igualdade de fato entre o homem e a mulher não se considerará discriminação 
na forma definida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira implicará, como 
consequência, a manutenção de normas desiguais ou separadas; essas medidas cessarão 
quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento houverem sido alcançados. 
Deste modo, está incorreta a questão. 
Questão 04 – CESPE/DPE-BA – Defensor – 2010 - questão 
adaptada 
Acerca dos mecanismos de proteção internacional de direitos humanos, 
julgue o item subsequente. 
A violação grave e sistemática dos direitos humanos das mulheres em um 
Estado pode ser investigada pelo Comitê sobre a Eliminação da 
Discriminação contra a Mulher, que recebe petições com denúncias de 
violação a esses direitos. 
Comentários 
Conforme vimos, o Protocolo Facultativo da Convenção sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher estabeleceu o sistema de 
petições individuais, prevendo que qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos 
pode peticionar ao Comitê por violação à Convenção. Citam-se os artigos 1º e 2º 
do Protocolo Facultativo: 
Artigo 1 - Cada Estado Parte do presente Protocolo (doravante denominado "Estado Parte") 
reconhece a competência do Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher 
(doravante denominado o “Comitê") para receber e considerar comunicações apresentadas 
de acordo com o Artigo 2 deste Protocolo. Artigo 2 - As comunicações podem ser 
apresentadas por indivíduos ou grupos de indivíduos, que se encontrem sob a jurisdição do 
Estado Parte e aleguem ser vítimas de violação de quaisquer dos direitos estabelecidos na 
Convenção por aquele Estado Parte, ou em nome desses indivíduos ou grupos de indivíduos. 
Sempre que for apresentada em nome de indivíduos ou grupos de indivíduos, a comunicação 
deverá contar com seu consentimento, a menos que o autor possa justificar estar agindo 
em nome deles sem o seu consentimento. 
Portanto, está correta a questão. 
Questão 05 – VUNESP/DPE-MS – Defensor Público –2014 
“Direito à segurança da pessoa ou à proteção do Estado contra violência ou 
lesão corporal cometida, quer por funcionários de Governo, quer por 
qualquer indivíduo, grupo ou instituição” é um compromisso dos Estados 
partes que consta da 
a) Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 
b) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação Racial. 
 
 
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c) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher. 
d) Convenção sobre os Direitos da Criança. 
Comentários 
Trata-se de previsão do Artigo V da Convenção Internacional sobre a Eliminação 
de Todas as Formas de Discriminação Racial. 
ARTIGO V 
De conformidade com as obrigações fundamentais enunciadas no artigo 2, os Estados Partes 
comprometem-se a proibir e a eliminar a discriminação racial em todas suas formas e a 
garantir o direito de cada um à igualdade perante a lei sem distinção de raça, de cor ou de 
origem nacional ou étnica, principalmente no gozo dos seguintes direitos: 
b) direito à segurança da pessoa ou á proteção do Estado contra violência ou lesão corporal 
cometida, quer por funcionários de Governo, que por qualquer indivíduo, grupo ou 
instituição; 
Portanto, a alternativa B é a correta e o gabarito da questão. 
Questão 06 – FCC/DPE-SP – Defensor Público – 2009 
No sistema global, a Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher, ratificada pelo Brasil em 1984, é um marco 
no tocante ao combate da discriminação contra a mulher e na afirmação de 
sua cidadania. Sobre essa Convenção é correto afirmar que 
a) consagrou a possibilidade de adoção de "ações afirmativas", ou seja, de 
medidas especiais de caráter definitivo destinadas a acelerar a igualdade de 
fato entre mulheres e homens. 
b) trouxe, quando de sua adoção pela ONU, um completo sistema de 
monitoramento, permitindo, inclusive, denúncias individuais por mulheres 
em casos de violação. 
c) a adoção pelo Brasil do Protocolo Facultativo à Convenção, em 2002, 
aperfeiçoou a sistemática de monitoramento da Convenção, com a 
possibilidade de apresentação de denúncias por mulheres, individual mente 
ou em grupos, em casos de violação. 
d) respeitou as diferenças culturais e a diversidade étnica ao permitir 
diferentes direitos e responsabilidades durante o casamento e por ocasião 
da sua dissolução, permitindo que cada Estado faça sua regulamentação 
interna. 
e) ao evitar impor muitas obrigações aos Estados-partes que significassem 
ruptura imediata com padrões estereotipados de educação de meninas e 
meninos, logrou obter o maior número de ratificações de uma Convenção da 
ONU. 
Comentários 
 
 
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A alternativa A está incorreta, tendo em vista que as ações afirmativas devem 
ser temporárias, de acordo com o art. 4º, §1º, da Convenção, as quais irão cessar 
quando os objetivos de igualdade forem alcançados. 
A alternativa B está incorreta, uma vez que a Convenção previa tão somente a 
análise dos relatórios enviados pelos Estados sobre as medidas legislativas, 
judiciárias, administrativas ou outras que adotarem para tornarem efetivas as 
disposições da Convenção e sobre os progressos alcançados a esse respeito, pelo 
Comitê sobre a Eliminação da Discriminação da Mulher - art. 17, §1º e art. 18, 
§1º, da Convenção. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 2º 
do Protocolo Facultativo à Convenção. 
A alternativa D está incorreta, tendo em vista que os Estados irão adotar todas 
as medidas adequadas para eliminar a discriminação contra a mulher, nos 
assuntos relativos ao casamento e às relações familiares. Com base na igualdade 
entre homens e mulheres, assegurarão, entre outras coisas, os mesmos direitos 
e responsabilidades durante o casamento e por ocasião de sua dissolução - art. 
16, §1º, c, da Convenção. 
A alternativa E está incorreta, pois os Estados deverão adotar medidas para 
eliminar a discriminação contra a mulher, tendo por fim assegurar-lhe igualdade 
de direitos em relação ao homem na esfera da educação. Para isso procurarão 
eliminar todo conceito estereotipado dos papéis masculino e feminino em todos 
os níveis e em todas as formas de ensino mediante o estímulo a educação mista 
e a outros tipos de educação que contribuam para alcançar esse objetivo - art. 
10, c, da Convenção. Além disso, como dito em aula, a essa convenção logrou 
pouco êxito no cenário individual. 
Questão 07 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a fomentar 
qualquer concepção estereotipada dos papéis masculino e feminino em todos 
os níveis. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Na verdade, a Convenção prevê o exato oposto, os 
Estados-partes deverão modificar os padrões socioculturais e não fomentar um 
estereótipo de condutas para homens e mulheres. Vejamos o art. 5º, a. 
Artigo 5º - Os Estados-partes tomarão todas as medidas apropriadas para: 
a) modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres, com 
vistas a alcançar a eliminação de preconceitos e práticas consuetudinárias e de qualquer 
outra índole que estejam baseados na ideia da inferioridade ou superioridade de qualquer 
dos sexos ou em funções estereotipadas de homens e mulheres. 
 
 
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Questão 08 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a derrogar 
todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação contra 
as mulheres. 
Comentários 
A assertiva está correta. Todas as disposições da Convenção são no sentido de 
derrogar ou abolir a discriminação contra a mulher e há menção expressa para 
derrogar as disposições penais que constituam discriminação contra a mulher. 
Vejamos o que prevê o art. 2º, g. 
Artigo 2º - Os Estados-partes condenam a discriminação contra a mulher em todas as 
suas formas, concordam em seguir, por todos os meios apropriados e sem dilações, uma 
política destinada a eliminar a discriminação contra a mulher, e com tal objetivo se 
comprometem a: 
g) derrogar todas as disposições penais nacionais que constituam discriminação 
contra a mulher. 
Questão 09 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a conceder 
bolsas e acesso aos programas de educação supletiva em maior número para 
compensar as desigualdades passadas. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. A convenção não visa a eliminação das 
desigualdades, sendo assim não seria razoável prever privilégios desiguais às 
mulheres, mesmo que para compensar desigualdades passadas. 
Questão 10 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a desencorajar 
a educação mista, privilegiando os programas de alfabetização funcional 
para as mulheres. 
Comentários 
 
 
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A assertiva está incorreta. A convenção estimula expressamente a educação 
mista como forma de eliminar os estereótipos sociais. 
c) a eliminação de todo conceito estereotipado dos papéis masculino e feminino 
em todos os níveis e em todas as formas de ensino, mediante o estímulo à educação mista 
e a outros tipos de educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em particular, 
mediante a modificação dos livros e programas escolares e adaptação dos métodos de 
ensino; 
Questão 11 – PC/SP – Delegado de Polícia – 2012 – questão 
adaptada 
Julgue o item a seguir. 
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher estabelece que os Estados Partes se comprometem a proibir a 
demissão por motivo de gravidez, permanecendo aquelas motivadas pelo 
estado civil. 
Comentários 
A assertiva está incorreta ao mencionar que são permitidas as demissões 
motivadas pelo estado civil. Vejamos o art. 11: 
2. A fim de impedir a discriminação contra a mulher por razões de casamento ou 
maternidade e assegurar a efetividade de seu direito a trabalhar, os Estados-partes tomarão 
as medidas adequadas para: 
a) proibir, sob sanções, a demissão por motivo de gravidez ou de licença-maternidade e a 
discriminação nas demissões motivadas pelo estado civil; 
Questão 12 – CESPE/DPU – Defensor Público – 2010 
Acerca da proteção internacional às mulheres, às crianças e aos 
adolescentes, julgue os itens subsequentes. 
Os documentos das Nações Unidas que tratam dos direitos políticos das 
mulheres determinam que elas devem ter, em condições de igualdade, o 
mesmo direito que os homens de ocupar e exercer todos os postos e todas 
as funções públicas, admitidas as restrições que a cultura e a legislação 
nacionais imponham. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Não há na Convenção um dispositivo que imponha 
os mesmos direitos. De fato, em respeito ao relativismo cultural a convenção 
prevê tão somente medidas que visam a eliminar a discriminação contra a 
mulher. Vejamos um dispositivo nesse sentido. 
Artigo 5.º Os Estados Partes tomam todas as medidas apropriadas para: 
a) Modificar os esquemas e modelos de comportamento sócio-cultural dos homens e das 
mulheres com vista a alcançar a eliminação dos preconceitos e das práticas costumeiras, 
ou de qualquer outro tipo, que se fundem na ideia de inferioridade ou de superioridade de 
um ou de outro sexo ou de um papel estereotipado dos homens e das mulheres; 
 
 
 
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Se você teve dificuldades nas questões 01 a 12 retome o estudo do Capítulo 3 
desta aula. 
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência contra a Mulher 
Questão 13 – CESPE/DPE-PI - Defensor Público - 2009 
Considere as situações hipotéticas abaixo apresentadas. 
I João agrediu fisicamente sua secretária, ex-companheira, machucando-a 
com um soco no rosto por se recusar a sair com ele. 
II Sebastião forçou sua esposa a prática de atos libidinosos, causando-lhe 
enorme dor psicológica. 
À luz da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência contra a Mulher, Convenção de Belém do Pará, importante 
ferramenta de promoção da emancipação das mulheres, assinale a opção 
correta a respeito das situações descritas. 
a) Ambas as situações enquadram-se na definição de violência contra a 
mulher. 
b) Na situação I, não ficou caracterizada violência contra a mulher, pois a 
agressão se deu dentro do lar. 
c) Na situação II, não se caracterizou violência contra a mulher, pois a 
esposa tem obrigação conjugal de coabitação. 
d) Nenhuma das situações caracteriza violência contra a mulher. 
e) Na situação I, não há violência de gênero contra a mulher, mas, sim, uma 
violência comum prevista na legislação penal nacional. 
Comentários 
Nessa questão, temos duas situações hipotéticas, as quais devem ser analisadas 
à luz da Convenção de Belém do Pará. 
Vamos retomar os conceitos trazidos em aula: 
 
Assim, toda e qualquer situação que leve à morte, cause dor ou sofrimento (físico, 
sexual ou psicológico) em razão da situação de gênero. Além disso, o art. 2º da 
Convenção, por seu turno, traz conceitos de violência contra a mulher por 
VIOLÊNCIA 
CONTRA A 
MULHER
ação ou conduta, baseada no gênero, que 
cause morte, dano ou sofrimento físico, 
sexual ou psicológico à mulher, tanto no 
âmbito público como no privado
 
 
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equiparação. Assim, será considerado também violência doméstica, aquela 
perpetrada: 
a) no âmbito doméstico ou em razão de relação pessoal; 
b) no âmbito laboral ou em instituições educacionais, estabelecimentos de 
súde ou qualquer outro lugar; e 
c) no âmbito público, praticada pelos agentes do Estado. 
Nessa situação, tanto o item I como o item II estão enquadrados nos conceitos 
acima. Assim, tanto na hipótese de agressão de João contra empregada e ex-
companheira, como no caso de Sebastião que abusou sexualmente da esposa 
estão enquadrados como hipótese de violência contra a mulher. 
Assim, a alternativa A é a correta e gabarito da questão. 
Questão 14 – FCC/DPE-SP - Defensor Público - adaptada 
Julgue: 
Os dois primeiros tratados sobre direitos humanos aprovados de acordo com 
o rito especial do artigo 5º, § 3º da Constituição, introduzido pela Emenda 
Constitucional nº 45/2004, foram a Convenção Interamericana para Prevenir 
e Punir a Tortura, e o Protocolo Facultativo à Convenção Internacional para 
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. A Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a 
Tortura e a Convenção foi aprovada em 1994, antes da Emenda Constitucional 
45/2004. 
Apenas para registro, os dois primeiros documentos internacionais, 
recepcionadas com status de emenda constitucional é a Convenção Internacional 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, 
assinados em Nova York, internalizadas pelo Decreto 6.949/2009. 
Questão 15 – PGR/PGR - Procurador da República – 2015 - 
adaptada 
Julgue: 
A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência 
contra a Mulher permite que os Estados partes e a Comissao Interamericana 
de Mulheres requeiram parecer consultivo a Corte Interamericana de Direitos 
Humanos sobre a interpretação da Convenção. 
Comentários 
Está correta a assertiva, em razão do que prevê o art. 11 da Convenção: 
Os Estados Partes nesta Convenção e a Comissão Interamericana de Mulheres 
poderão requerer à Corte Interamericana de Direitos Humanos opinião consultiva 
sobre a interpretação desta Convenção. 
 
 
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Um defensor público, considerando o teor da Convenção Interamericana 
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à violência, inclusive, entre outros, medidas de proteção, juízo oportuno e 
efetivo acesso a tais processos, e, caso infrinja este dever, qualquer pessoa 
ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental legalmente 
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II. Estabelecer mecanismos judiciais necessários para assegurar

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