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Centro universitário Maurício de Nassau – Unidade Graças Curso: Farmácia Disciplina: Operações Unitárias Grupo: 7º período - Farmácia - Noite Integrantes: Adriano Carvalho – 01168598 Joana D’arc - 01230411 Patrícia Ferreira - 01241757 Questionário Atividade elaborada como requisito parcial para composição de nota da primeira avaliação da disciplina Operações unitárias 2020.1 sob responsabilidade da Profa Dra Karine Melo. Recife, Maio 2020 Suponha que você seja (a) o farmacêutica(o) responsável técnico por um laboratório de medicamentos estéreis e esteja trabalhando na produção de um colírio. Lembrando que os colírios são formas farmacêuticas líquidas de uso oftálmico e que devem ser estéreis isotônicas e tamponadas, além da necessidade de atendimento a elevados padrões de qualidade físico- químicos e microbiológicos. 1. A preparação de colírios exige o emprego de água de elevada pureza para que não haja contaminação ou desenvolvimento de micro-organismos na solução. Diante disso, qual o tipo de água de uso farmacêutico que deve ser empregado para a produção de colírios? Água destilada, esta água estéril deve ser obtida por processo equivalente ou superior à destilação para a remoção de contaminantes químicos e micro-organismos. 2. Sobre a obtenção dessa água purificada, explique detalhadamente cada etapa realizada para a sua obtenção partindo da água bruta. Para obtenção da água destilada, partindo da água bruta, precisamos antes partir da água bruta para a potável (captação, coagulação, floculação, decantação, correção de pH, cloração e fluoretação), este processo é feito pelas ETAs e em seguida partiremos da água potável para a água destilada. Captação: o processo se dá pelo conjunto de bombas e motores, que possibilitam a retirada de água dos rios, lagos e represas. É nesta etapa que pode haver a adição de cloro para fazer com que o Fe2+ que é solúvel em água, perca 1 elétron se tornando Fe3+ e posteriormente seja retirado da água. Assim, como, adição de carvão ativado com a intenção de retirar o odor e o sabor das substâncias orgânicas. Coagulação: Algumas partículas de sujeiras com cargas negativas são difíceis de tirar da água, para isso uma substancia com carga positiva (sulfato de alumínio) é adicionada, a fim de anular as cargas. A mistura é feita com agitação. Floculação: Após receber o coagulante, a água segue para outra etapa onde recebe o floculante, ele faz com que a sujeira grude nele, para que formem aglomerados de sujeiras. Decantação: É o processo no qual ocorre a deposição (precipitação) em suspensão, pela ação da gravidade realizada nos decantadores. Nesta etapa os floculos precipitam para o fundo dos tanques. É também nesta etapa que a água no final do tanque passa pelos vertedouros, equipamento que capta a água da superfície. Filtração: É nesta etapa onde se retira cerca de 5% das sujeiras, pois os outros 95% já foram retirados nas outras etapas. A filtração consiste em passar a água através de substancias porosas (carvão ativado, areia e pedras de diferentes tamanhos), capazes de reter os flocos que passam sem decantar-se, ou outras impurezas. Correção de PH: Dá-se com adição na água filtrada de uma solução de leite de cal, Ca (OH), hidróxido de cálcio, afim de evitar sua corrosividade, nesta etapa o pH fica em aproximadamente 9, um pouco mais alcalino que o neutro. Cloração e Fluoretação: Nesta etapa final do tratamento da água, adiciona-se cloro gasoso, (Cl) para a sua desinfecção, (eliminação de bactérias patogênicas). Na fluoretação adiciona-se composto de flúor na água, o qual é benéfico para a prevenção da cárie dentária. Reservatório/Distribuição: A água fica reservada para manter a regularidade do abastecimento. Algumas subestações atuam com o uso de filtragem por membranas, esta substitui a floculação, decantação e filtragem. Agora que já temos a água potável, daremos continuidade para a obtenção da água destilada. Para tal faremos uso do destilador de água, este deve ter um balão onde a água fica armazenada, um condensador liebing, uma corneta de destilação com saída pra vácuo, uma cabeça de destilação com suporte para termômetro, um balão onde a água destilada vai ser depositada e uma fonte de calor. O balão com água é aquecido, a água ferve, evapora e ao passar pelo condensador liebing é condensada e escoa para o balão onde fica depositada. A destilação é uns processos de purificações mais eficazes, pois, nele ocorre a mudança de estado físico, de líquido para gasoso e após condensação, a volta para o estado líquido, os contaminantes não possuem tal capacidade e por isso ficam no primeiro balão, onde a água é fervida. Ao final do processo temos a água destilada, utilizada para a produção do nosso colírio. 3. Tendo em vista que o colírio deve ser uma preparação estéril, qual o método de esterilização mais adequado para essa forma farmacêutica e por quê? O método mais adequado é a esterilização por calor seco, porque a fórmula farmacêutica do colírio é uma solução e o método para esterilizar soluções é o calor seco. 4. Considerando as técnicas de esterilização de materiais preconizadas na Farmacopeia Brasileira (2019), construa um quadro explicativo contemplando os métodos de esterilização (linhas) e tipo (se físico ou químico), aplicações, mecanismo de ação, vantagens, desvantagens, condições para execução (colunas). Método Tipo Aplicações Mecanismo de ação Calor seco Físico Vidros, ceras, vaselinas, pós, metais, soluções e suspensões oleosas e tecidos especiais. Oxidação e desidratação da célula microbiana. Calor úmido Físico Instrumentos cirúrgicos em aço inoxidável, instrumentos de laboratório. Atua desnaturando e coagulando as proteínas microbianas. Tindalização Físico Aplicado na produção de geleias, vitaminas e drogas que não suportam temperatura superior a 100ºC O mecanismo de ação consiste em eliminar nos aquecimentos dos dias seguintes os esporos formados durante a incubação. Filtração por membranas Físico Fluidos O mecanismo de ação consiste na exclusão de substancias por filtração. Radiação Físico cosméticos, aditivos e componentes farmacêuticos, meios de cultura, soluções e ingredientes para laboratórios, além de materiais termoplásticos. Impede a reprodução de MO pela quebra de suas cadeias moleculares e induz reações dos fragmentos com oxigênio atmosférico ou compostos oxigenados. Óxido de etileno Químico dispositivos médico- hospitalares descartáveis O óxido de etileno reage com a parte sulfídrica da proteína do sítio ativo no núcleo do microrganismo, impedindo assim sua reprodução. Método Vantagem Desvantagem Condições para uso Calor seco Baixo custo, não produz corrosão ou manchas nos materiais. O aquecimento é lento, requer tempo para atingir a temperatura adequada. Em estufa, 160ºC por pelo menos 2h. Calor úmido Eficiente, de fácil utilização, custo acessível e bem conhecido Não aplicável à pós, líquidos e produtos que não resistem a elevadas temperaturas. Para esse método de esterilização, a condição de referência para esterilização de preparações aquosas é de aquecimento de, no mínimo, 121 °C por pelo menos 15 minutos. Tindalização Manutenção dos nutrientes e das qualidades organoléptic as dos produtos. Alto custo, processo demorado. O material é submetido a três sessões de exposição a vapor d’água a 100°C, durante um intervalo de 20 a 45 minutos, 45 minutos e, por fim,por mais um período de 20 a 45 minutos, com um repouso de 24h entre cada uma dessas sessões. Filtração por membranas Economia de energia, seletividade Apenas aplicável em fluidos. O processo consiste em fazer o fluido atravessar a membrana, enquanto que os sólidos muito grandes para passar pelos poros são acumulados em sua superfície, dando origem à separação e purificação da amostra. Radiação Os produtos podem ser esterilizados na embalagem final e alta penetração da radiação garantindo esterilização de todo o volume do material. Necessita de uma fonte adequada de radiação, pode causar acidente com os operadores. Os dois tipos de radiação ionizante em uso são decaimento de radioisótopo (radiação gama) e radiação por feixe de elétrons. Os produtos são expostos a uma radiação ionizante na forma de radiação gama de uma fonte radioisotópica adequada (por exemplo, cobalto 60) ou de um feixe de elétrons energizados por meio de um acelerador de elétrons. Óxido de etileno apresenta grande eficácia na destruição de micro- organismos formadores de esporos. altamente inflamável, tóxico e cancerígeno. É normalmente executado com temperatura na faixa de 40ºC a 60ºC; Umidade relativa com ponto ótimo entre 40% e 80%; Concentração de gás normalmente acima de 400mg/L com duração média de ciclo de três a até mais de 10 horas. 5. As operações de secagem são amplamente empregadas na indústria farmacêutica e alimentícia, seja na síntese de fármacos, secagem de materiais, estabilidade de insumos efervescentes, granulação, etc. Para estes diferentes empregos tem-se disponíveis várias técnicas distintas como secagem em estufas, natural, leito fluidizado, spray drying, entre outras. Destacando a técnica de spray drying, pesquise em quais situações pode ser empregada na indústria farmacêutica e descreva o seu funcionamento. A secagem por aspersão tem sido utilizada frequentemente na obtenção de extrato seco com melhores características para controle da uniformidade e do tamanho das partículas dos produtos como os pós e grânulos por exemplo, e para maior concentração de constituintes com atividades biológicas e também para produção de produtos tecnológicos intermediários destinados a produção de diversas formas farmacêuticas. O spray drying possui 3 etapas fundamentais, na primeira fase o fluído é disperso em gotículas, produzindo uma grande área superficial. Na segunda, ocorre contato destas com uma corrente de ar aquecido, havendo transferência de calor. Na terceira etapa acontece a evaporação do solvente e a formação da partícula sólida. 6. As técnicas de refrigeração e congelamento se fundamentam na diminuição da temperatura de produtos a fim de retardar reações químicas, atividades enzimáticas ou retardar/inibir o crescimento de micro-organismos. A refrigeração tem grande importância para a manutenção da qualidade de medicamentos termolábeis, como os biológicos, por exemplo. Considerando essa classe de medicamento, pesquise sobre emprego da técnica de refrigeração para armazenamento do produto. Observe os equipamentos, seu funcionamento e condições de temperatura. Os medicamentos biológicos devem ser armazenados refrigerados com temperatura entre 2°C e 8°C. A única forma de medir essa temperatura é utilizando um termômetro, existem dois tipos de termômetros, que podem ser utilizados na geladeira, os termômetros digitais e os analógicos. Termômetro digital - O termômetro deve ser fixado no lado externo da porta, sendo introduzido o cabo extensor pelo lado de fixação das dobradiças, localizando o seu sensor (ou bulbo) na parte central da segunda prateleira. Termômetro Analógico - Esse tipo de termômetro deve ser instalado entre a primeira e a segunda prateleira do refrigerador, em posição vertical, afixado com barbante ou arame, e na área central do equipamento. Não é permitido para esta finalidade o uso de frigobar nem duplex, já que é necessário que exista comunicação entre o sistema de congelamento e o gabinete de armazenamento para melhor conservação dos medicamentos. É recomendada o uso de geladeiras domésticas com capacidade a partir de 280L. O congelador (interno) deve ser totalmente preenchido por bobinas de gelo recicláveis que tem por finalidade retardar a elevação de temperatura e proteger os medicamentos em caso de falta de energia elétrica ou defeito no refrigerador. As bobinas atuam como, portanto, como uma reserva térmica nestas situações. Devem ser mantidos no equipamento a porta do congelador, a bandeja coletora de água do degelo e a gaveta de legumes (sem tampa). Na gaveta de legumes, deve-se colocar garrafas com água e corantes, tampadas e com identificação quanto a proibição do seu uso e em número suficiente para que a temperatura se mantenha a mais estável possível. Recomenda- se o uso de no mínimo três garrafas de um litro, sendo que as garrafas não podem ser substituídas por gelo reciclável. Os produtos devem ser dispostos nas prateleiras de modo a permitir a circulação de ar, para isso, devem-se manter as caixas afastadas da parede e com espaço mínimo de 2 a 3 cm entre elas. O controle diário da temperatura é essencial para assegurar a qualidade dos medicamentos termolábeis. Para isso são utilizados termômetros digitais ou analógicos. • Referências bibliográficas ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira, volume 1. 6 º Ed. Brasília, 2019. Bruno, A. C. Cuidados de armazenamento de medicamentos sob refrigeração. Centro de informação sobre medicamentos do conselho regional de farmácia do estado do Paraná. Edição 02 – anexo VII – maio de 2014. COSTA, A.O.; CRUZ, E.A.; GALVÃO, M.S.S.; MASSA, N.G. Esterilização e desinfecção: Fundamentos básicos, processos e controles. São Paulo. Cortez, 1990. Fernandes, K. A. N.; Brun, G. W. USO DE CARVÃO ATIVADO DE ENDOCARPO DE COCO NO TRATAMENTO DE ÁGUA. XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 GODOY, Gustavo Franco de. Boas Práticas de Armazenagem, Distribuição e Transporte de Medicamentos. 2. ed. São Paulo: CONTENTO, 2012. Habert, A. C.; Borges, C. P.; Nobrega, R. Processos de Separações por Membranas. Escola Piloto de Engenharia Química COPPE/UFRJ. E-papers serviços editoriais LTDA. Rio de Janeiro- BR, 2006. Pág. 20. HOWE, K. J.; HAND, D.W.; CRITTENDEN, J.C.; TRUSSELL, R.R.TCHOBANOGLOUS, G. Princípios de tratamento de água. São Paulo: Cengage, 2016, v.15 n.28; p.1082. Medeiros, B. CURSO DE ENGENHARIA BIOQUIMICA – EEL. CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO POR PROCESSOS FÍSICOS. São Paulo – SP, 2015. Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde. Segurança no ambiente hospitalar - Série Saúde & tecnologia, 1995.Pág. 98. Neves, Z. C. P.; Melo, D. S.; Souza, A. C. S.; Tipple, A. S. V.; Rodrigues, M. A. V. Artigos esterilizados em calor úmido: validação do sistema de guarda. Rev. bras. enferm. vol.57 no.2 Brasília Mar./Apr. 2004 Oliveira, O. W.; Petrivick, P. R. Secagem por aspersão (spray drying) de extratos vegetais: bases e aplicações. Rev. Bras. farmacogn. vol.20 no.4 Curitiba Aug./Sept. 2010 Souza, M. E. T. A.; Libânio, M. Proposta de Índice de Qualidade para Água Bruta afluente a estações convencionais de tratamento. Eng. Sanit. Ambient. vol.14 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2009 Neves, Z. C. P.; Melo, D. S.; Souza, A. C. S.; Tipple, A. S. V.; Rodrigues, M. A. V. Artigos esterilizados em calor úmido: validação do sistema de guarda. Rev. bras. enferm. vol.57 no.2 Brasília Mar./Apr. 2004 Neves, Z. C. P.; Melo, D. S.; Souza, A. C. S.; Tipple, A. S. V.; Rodrigues, M. A. V. 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