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Conceitos Iniciais do Direito Penal

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Conceitos Iniciais do Direito Penal
Conceito de Crime
Sob o prisma formal, crime corresponde à concepção do direito acerca do delito, em uma visão legislativa do fenômeno; sob o prisma material, o conceito de crime é pré-jurídico, ou seja, é a concepção da sociedade a respeito do que pode e deve ser proibido.
Fontes Do Direito Penal
	Fonte Material
	Fonte Formal
	É a fonte de produção da norma, órgão encarregado de criar o direito penal. Nos termos do art. 22, da CF, o órgão encarregado de criar direito penal que compete privativamente, é a UNIÃO.
Contudo, há uma exceção em seu parágrafo único, dispõe que Lei Complementar poderá autorizar os estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
	É o instrumento de exteriorização do direito penal. O modo como as regras são reveladas. Trata-se de uma fonte de conhecimento ou cognição.
As fontes formais podem ser:
· Imediatas – LEI;
· Mediatas – 
Constituição;
Princípios gerais do direito;
Atos administrativos;
Costumes.
Interpretação da Lei Penal
	Quanto ao Sujeito (ORIGEM)
	Interpretação Autêntica
	Interpretação Doutrinária
	Interpretação Jurisprudencial
	Também chamada de legislativa, é aquela realizada pelo próprio legislador quando ele edita uma norma com finalidade de esclarecer o conceito de outra norma.
Ex.: conceito de funcionário público para fins penais, art. 327.
	Também conhecida por científica, é a interpretação exercida pelos estudiosos.
· A exposição de motivos do código penal trata-se de interpretação doutrinária
	É o significado dado as leis pelos Tribunais, pode ter caráter vinculante.
	Quanto ao MODO/MEIOS e MÉTODOS
	Literal
	Considera-se o sentido literal das palavras;
	Teleológica
	Perquire-se a intenção objetivada na lei;
	Histórica
	Considera a origem da lei;
	Sistemática
	Interpretada em conjunto com a legislação em vigor;
	Progressiva
	Busca o conceito legal de acordo com o avanço da ciência.
	Quanto ao Resultado
	Declarativa
	A letra da lei corresponde àquilo que o legislador quis dizer;
	Restritiva
	A letra da lei alcança mais do que o legislador quis dizer. Reduz sua interpretação;
	Extensiva
	Amplia-se o alcance das palavras para que corresponda a vontade do texto.
	A interpretação extensiva é a que se destina a correção de uma fórmula legal excessivamente estreita. Neste caso, a lei disse menos do que desejava. Dessa forma, amplia-se o texto para amoldar-se à sua efetiva vontade.
Na interpretação analógica a lei fornece vários exemplos sobre o que quer regular (fórmula casuística), depois utiliza termos genéricos para designar outras situações que também poderão ser consideradas (fórmula genérica).
A analogia é uma forma de integração da norma penal para suprir as lacunas porventura existentes.
· Analogia in bonam partem: é aceito no Brasil.
· Analogia in mallam partem: não cabe no direito penal.
Princípios Gerais do Direito Penal
· Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos
O direito penal deve visar, exclusivamente, a proteção dos Bens Jurídicos de especial relevância para a sociedade, dessa forma, não podendo incriminar pensamentos ou intenções, questões morais, éticas, ideológicas, religiosas.
· Princípio da Intervenção Mínima
O direito penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (caráter fragmentário).
· A subsidiariedade é corolário da intervenção mínima. O direito penal é o último recurso do controle social, atuando somente quando os demais meios falharem. Direito penal como ultima ratio.
· A fragmentariedade dispõe que o direito penal somente protege os bens jurídicos mais importantes, pois os demais são protegidos pelos outros ramos do direito.
· Princípio da Adequação Social
O princípio da adequação social surgiu como uma regra de hermenêutica, ou seja, possibilita a exclusão de condutas que, embora se ajustem formalmente a um tipo penal — tipicidade formal —, não são mais consideradas objeto de reprovação social e, por essa razão, se tornaram socialmente aceitas e adequadas.
· Princípio Da Insignificância 
Segundo Claus Roxin, o direto penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico legalmente tutelado.
· De acordo com o STF, este princípio realiza uma interpretação restritiva da lei penal, diminuindo o seu alcance, a fim de não banalizar a lei penal.
· O princípio da insignificância funciona como causa supralegal de exclusão da tipicidade. Ou seja, torna o fato atípico por ausência de tipicidade material
O que se entende por tipicidade penal?
Trata-se de tipicidade formal + tipicidade material 
	Tipicidade Formal
	Tipicidade Material
	É um juízo de adequação entre o fato e a norma.
· Analisa se o fato praticado na vida real, se amolda ao modelo descrito no tipo penal. 	
	É a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico.
Na aplicação do princípio da insignificância, o fato é tipificado em lei (tipicidade formal), contudo falta a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico (tipicidade material).
	Requisitos/Vetores para aplicação do Princípio da Insignificância
	Requisitos Objetivos
(Relacionados ao fato praticado pelo agente)
	Requisitos Subjetivos
(Relacionados ao agente e a vítima)
	· Mínima ofensividade da conduta,
· Ausência de periculosidade social da ação;
· Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
· Inexpressividade da lesão jurídica.
	Reincidente – prevalece no STF que não se aplica o referido princípio para o reincidente.
	Entendimentos acerca da Aplicação Do Princípio Da Insignificância
	Nos crimes de apropriação indébita e sonegação de contribuição previdenciária NÃO É possível a aplicação do princípio da insignificância, de modo que é elevado o grau de reprovabilidade da conduta do agente.
	STF e STJ: para a aplicação do princípio da insignificância, consideram a capacidade econômica da vítima.
	Prevalece no STF e STJ ser incabível o princípio da insignificância para o reincidente, portador de maus antecedentes, ou o criminoso habitual.
Segundo STF: a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto.
	Tem-se admitido o princípio nos crimes contra o patrimônio, praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa. A exemplo do delito de furto, art. 155. 
Entretanto, em regra, não se admite o princípio ao crime de furto qualificado.
	STF e STJ admitem o princípio da insignificância nos crimes praticados contra a Administração pública POR PARTICULARES. Ex.: descaminho
	O STF admite o princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública. O STJ, por sua vez, não admite.
	O STF e STJ têm decisões admitindo o princípio da insignificância nos crimes ambientais.
	Nos crimes tributários e descaminho o valor máximo considerado insignificante para o STF e STJ é de R$20.000,00.
	Não se aplica o princípio em estudo aos crimes de contrabando.
	Sumula 606–STJ: não se plica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência que caracterizam fato típico previsto no art. 183 da lei 9.427/97.
	Não se aplica o princípio da insignificância à pirataria de CD’s e DVD’s
	PRINCÍPIO DA BAGATELA
	Bagatela Própria
	Bagatela Imprópria
	· Os fatos nascem irrelevantes para o direito penal;
· Causam atipicidade material;
· Ex.: subtração de caneta.
	· Embora relevante o fato praticado, a pena diante do caso concreto é desnecessária;
· Falta de interesse de punir;
· NÃO ACEITO PELOS TRIBUNAIS
Princípios relacionados com o: FATO DO AGENTE
· Princípio da Materialização ou Exteriorização do Fato
	Direito Penal do FATO
	Direito Penal do AUTOR
	O Estado só pode punir condutas humanas voluntárias, isto é, FATOS.
	O direito penal do autor é vedado!!! Isto é, punições ao indivíduo, baseadas no seu pensamento.
O direito penal doautor poderá servir de fundamento para a redução da pena quando existirem circunstâncias pessoais favoráveis ao acusado.
· Princípio da Ofensividade (Lesividade)
Exige que o fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
· Crime de Dano – exige efetiva lesão ao bem jurídico. Ex.: homicídio;
· Crime de Perigo – contenta-se com o risco de lesão ao bem jurídico. Ex.: omissão de socorro
· Perigo Abstrato: o risco de lesão é absolutamente presumido por lei; Ex.: embriaguez ao volante; 
· Perigo Concreto: o risco de lesão deve ser demonstrado.
Princípios relacionados com o: AGENTE DO FATO 
· Princípio da Culpabilidade
Só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável, penalmente capaz, com potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do comportamento), quando dele era exigível conduta diversa (ou seja, podendo agir de outra forma). Decorre do princípio da culpabilidade:
· Princípio da Responsabilidade Pessoal
É vedado a responsabilidade penal coletiva.
· Obrigatoriedade da individualização da pena: aos indivíduos no momento de uma condenação em um processo penal que a sua pena seja individualizada, isto é, levando em conta as peculiaridades aplicadas para cada caso em concreto.
· Princípio Da Responsabilidade Subjetiva
Proíbe-se a responsabilidade objetiva, ou seja, sem dolo ou culpa.
· Princípio da Presunção de Inocência
· O acusado/investigado somente será preso após a condenação definitiva. A prisão provisória (preventiva/temporária) só é cabível quando imprescindível, constituindo-se em medida excepcional. 
· Cumpre à acusação o dever de demonstrar a responsabilidade do réu, e não a este comprovar sua inocência (o ônus da prova incumbe sempre ao titular da ação penal);
· A condenação deve derivar da certeza do julgador, de modo que, na dúvida deve-se observar o “in dubio pro reo”. 
· A Súmula Vinculante 11 decorre do princípio da presunção de inocência. Segundo o verbete sumular, o uso de algemas deve ser excepcional, já que impõe constrangimento ao cidadão, que presume não culpável. Sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
· Princípio da Proporcionalidade
O princípio da proporcionalidade incide no plano legislativo, judiciário e no da execução da pena, cujas penas impostas ao autor do delito devem ser proporcionais à concreta gravidade.
Uma das vertentes do princípio da proporcionalidade é a proibição de proteção deficiente, por meio da qual se busca impedir um direito fundamental de ser deficientemente protegido, seja mediante a eliminação de figuras típicas, seja pela cominação de penas inferiores à importância exigida pelo bem que se quer proteger.
· Princípio da Legalidade
Trata-se de real limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais. Daí a sua inclusão na Constituição Federal e nos Tratados Internacionais de Direitos Humanos.
	Princípio da anterioridade: o referido princípio complementa o princípio da reserva legal. Não é suficiente que exista uma lei prevendo o crime e cominando a pena, é preciso que seja anterior. A lei penal deve ser anterior ao fato cuja punição se pretende
	O OJ brasileiro rege-se pelo princípio da legalidade. Assim, medida provisória NÃO PODE criar crime e nem cominar pena. Segundo STF, é possível MP versando sobre direito penal não incriminador.
	· A retroatividade benéfica é possível no OJ brasileiro;
· O costume não cria crime e nem comina pena;
· Não existe costume abolicionista. Somente a lei revoga outra lei.
	Analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado, mas, em direito penal, só é possível a aplicação analógica da lei penal in bonam partem, em atenção ao princípio da reserva legal. É vedado no OJ brasileiro a Analogia In Mallam Partem;
	O Princípio da Taxatividade dispõe que, é exigido clareza na criação do tipo penal. Não se admite tipos penais vagos.
	Diferença entre Legalidade Formal e Legalidade Material.
	Legalidade Formal
	Legalidade Material
	Obediência ao devido processo legislativo
	O conteúdo do tipo deve respeitar direitos e garantias do indivíduo.
	Lei vigente
	Lei válida
	
	Se o conteúdo desrespeitar a CF ou a DUDH a lei será inválida.
Lei Penal
A lei penal é a fonte formal imediata do direito penal. Só a lei cria crimes e comina penas.
· Todo tipo penal incriminador apresenta um preceito primário e um preceito secundário.
· O preceito primário é a definição da conduta criminosa (matar alguém), enquanto o preceito secundário é a pena cominada.
· O Brasil se filiou ao sistema da proibição indireta, pois a lei penal é descritiva e não proibitiva. O legislador descreve a conduta de matar alguém. Ele não diz que não se deve matar alguém; a proibição é indireta. Essa técnica foi criada por Binding. Para ele, lei e norma seriam diferentes. A norma cria o ilícito e a lei o delito. A conduta criminosa realiza a lei e viola a norma. (Teoria das normas).
Lei Penal Completa e Incompleta
	Lei Penal Incompleta
Lei penal completa é aquela que detém todos os elementos da conduta criminosa. Ex.: art. 121.
	Tipo Aberto
	Norma Penal em Branco
	· Depende de complemento valorativo;
· Dado pelo juiz na análise do caso concreto;
· Ex.: crimes culposos.
	· Dependem de complemento valorativo;
· Lei complementada por outra norma;
· Homóloga: lei penal complementa lei penal
· Heteróloga: outra lei complementa lei penal
	Conflito Aparente de Normas
	Princípios para Solução do Conflito Aparente de Normas
	Especialidade
	Subsidiariedade
	Consunção
	Alternatividade
	Norma especial prevalece sobre norma geral.
	Norma primária predomina sobre norma secundária.
	O crime fim, absorve o crime meio.
	Aplica-se aos tipos mistos alternativos.
	Aplica-se sempre que um tipo possuir todas as elementares de outro, acrescidas de algumas que o especializam.
	Aplica-se quando as normas descreverem diferentes graus de violação ao mesmo bem jurídico.
	Ocorre a relação consuntiva quando um crime é praticado como meio necessário ou normal na fase de preparação ou execução de outro.
	Será utilizado sempre que o agente praticar várias ações nucleares previstas no mesmo tipo penal.

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