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Doenças+da+cavidade+oral (1)

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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS DO APARELHO DIGESTÓRIO
DOENÇAS E SINTOMAS DA CAVIDADE ORAL
Professora: Ma. Isabela Prado
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CAVIDADE BUCAL - LÍNGUA
A língua é revestida por mucosa e tem participação importante na mastigação, deglutição e na sensibilidade ao paladar. As papilas gustativas são elevações do epitélio da superfície dorsal da língua e são responsáveis pela identificação do gosto.
CAVIDADE BUCAL - SALIVA
	As glândulas salivares são responsáveis pela secreção salivar – que varia de 1 a 1,5 litro/dia.
	A saliva tem como funções: umedecer a boca; assessorar na articulação das palavras e limpeza da boca; participar na regulação do equilíbrio hídrico; lubrificar os alimentos; servir de solvente para moléculas que estimulam os botões gustativos, entre outras.
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL
A renovação celular ocorre rapidamente na língua e mucosa oral, sendo assim, a cavidade oral é uma das primeiras áreas onde surgem sinais de doenças sistêmicas.
Quaisquer alterações na cavidade bucal como a perda de dentes, cáries, aftas e ou lesões podem comprometer significativamente a ingestão alimentar e assim comprometer o estado nutricional do indivíduo.
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CÁRIE DENTAL
CÁRIE DENTAL
	Definição: doença infecto contagiosa, resultado de uma perda mineral localizada, cuja causa são os ácidos orgânicos provenientes da fermentação microbiana dos carboidratos da dieta. 
	Mais de 1/3 da população adulta apresenta cárie dentária tratada;
	Pode causar dor, perda do dente com disfunção mastigatória e comprometimento da ingestão dietética;
ETIOLOGIA:
- Multifatorial: Má higiene oral, predisposição genética, transmissibilidade; 
Fatores Predisponentes:
hospedeiro ou dente susceptível
microorganismos (S. mutans, S. sanguis...)
substrato (CHO fermentáveis)
tempo de exposição
CÁRIE DENTAL
Processo de formação:
CHO são fermentados pela placa bacteriana em ácidos (ácido láctico) e causam uma queda do pH que favorece o crescimento da Streptococus mutans  perda de minerais;
CÁRIE DENTAL
Dieta balanceada;
 alimentos cariogênicos ↓pH (açúcares fermentáveis, ingeridos com frequência e que aderem aos dentes);
 alimentos cariostáticos  proteínas: peixes, carnes, frango, ovos;
Consumo combinado de alimentos cariogênicos e cariostáticos;
Alimentos menos cariogênicos nos intervalos das refeições;
Evitar carboidratos fermentáveis (comidas e bebidas) nos intervalos;
CÁRIE DENTAL
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
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	SUBSTITUTOS:
- ciclamato
- sacarina 
- aspartame
- Sucralose
- acesulfame K
Esteviosídeo
Xilitol/ Eritritol
CÁRIE DENTAL
NÃO CARIOGÊNICOS
Importância do flúor:
Atua nos processos de desmineralização e remineralização que ocorrem naturalmente na boca e possui efeito antienzimático e antimicrobiano, eliminando bactérias e impedindo a multiplicação das mesmas.
CÁRIE DENTAL
Higiene bucal adequada (escova, fio dental, enxágues) - escovação diária (2 vezes/dia pelo menos);
Fluoretação da água, creme dental fluoretado;
Em lactentes, evitar mamadeira noturna bem como sucos adoçados.
CÁRIE DENTAL
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
PROBLEMAS DENTAIS E/OU PERIODONTAL
GENGIVITE E PERIODONTITE
- Acomete os tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (ligamento periodontal e osso) dos dentes;
- Gengivite gengiva (deficiência de Vit C);
- Periodontite  ruptura visível dos tecidos de sustenção com afrouxamento dos dentes podendo levar ao edentulismo total ou parcial. 
GENGIVITE E PERIODONTITE
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
- Comum em maiores de 45 anos;
- Afeta ± 15% da população;
- Definição: Doença inflamatória e infecciosa, causada por placas bacterianas e/ou microbiota dental tendo como principais causas má qualidade na higienização;
GENGIVITE E PERIODONTITE
- Fatores importantes na defesa da gengiva:
 1. Higiene oral
 2. Integridade do sistema imunológico
 3. Bom estado nutricional 
Algumas doenças  o risco: DM (1 e 2), obesidade, osteoporose e tabagismo;
- Associação com má nutrição: Vit C, ferro, folato e zinco;
GENGIVITE E PERIODONTITE
TRATAMENTO
- Remoção da placa bacteriana;
- Tratamento cirúrgico;
TRATAMENTO NUTRICIONAL
- Reduzir o processo inflamatório;
- Estimular a cicatrização através de nutrientes;
- Corrigir possíveis deficiências nutricionais tais como aa, vit.. A, C, E, riboflaviana, zinco, ferro, selênio;
- Oferecer aporte adequado de cálcio e fósforo objetivando proteger e prevenir degeneração óssea mandibular através de laticínios enriquecidos com cálcio e vit. D;
GENGIVITE E PERIODONTITE
TRATAMENTO NUTRICIONAL:
- Utilização de alimentos que auxiliam no processo de limpeza da boca tais como frutas firmes (maçã, pera, melão) e vegetais crus;
- Evitar o consumo de alimentos muito ácidos e dos ricos em açúcar simples;
- Estabelecer consistência e temperatura adequada com o objetivo de estimular a ingestão VO;
- Probióticos, prebióticos, acido graxo ômega 3.
GENGIVITE E PERIODONTITE
ÚLCERA AFTOSA / ESTOMATITE
ASPECTOS GERAIS
- Definição: ferida aberta e dolorosa na boca. São brancas ou amarelas, rodeadas por uma área vermelha brilhante.
- Normalmente aparecem na superfície interna de bochechas, lábios, língua, palato mole e na base das gengivas.
- Podem ocorrer com infecções virais. 
- Lesões dolorosas - ↓ ingestão;
ÚLCERA AFTOSA / ESTOMATITE
- Etiologia:
- ↓ sistema imune (doenças, estresse);
- Lesões (tratamentos odontológicos, escovação agressiva dos dentes ou mordidas na língua ou nas bochechas);
- Deficiências nutricionais: ferro, ácido fólico;
- Alergias alimentares;
ÚLCERA AFTOSA / ESTOMATITE
TRATAMENTO
- Antissépticos, analgésicos, corticosteroides, sedativos;
TRATAMENTO NUTRICIONAL
-  proteínas, vitaminas (vit. C - limão e laranja - diluir), líquidos;
-  condimentos, ácidos, gorduras e sacarose concentrada;
- Consistência modificada segundo tolerância - alimentos mais úmidos, de consistência pastosa –se necessário usar canudos ou colheres;
ÚLCERA AFTOSA / ESTOMATITE
TRATAMENTO NUTRICIONAL:
Temperatura: + tolerável – frio;
-  fracionamento e  volume, se necessário; 
- Suplementação se houver necessidade;
- Estimular higiene oral após refeição;
ÚLCERA AFTOSA / ESTOMATITE
HERPES SIMPLES
	Infecção viral que se caracteriza pelo aparecimento de pequenas bolhas agrupadas principalmente na área bucal e genital.
	Tipos:
	Tipo 1 - normalmente associado a infecções dos lábios, da boca e da face
	Mais comum. Muitas pessoas o desenvolvem na infância. 
	É transmitido através de contato com a saliva infectada. 
	Tipo 2 - Normalmente transmitido sexualmente. Os sintomas incluem úlceras ou feridas genitais. 
HERPES SIMPLES
	Depois que a infecção ocorre, o vírus se espalha até as células nervosas e permanece no corpo pelo resto da vida. 
	O vírus da herpes nunca é eliminado do organismo, mas permanece adormecido. 
	As recorrências podem ser provocadas por excesso de luz solar, febre, estresse, doença aguda e medicamentos ou doenças que enfraqueçam o sistema imunológico (câncer, HIV/AIDS ou o uso de corticoesteroides, por exemplo).
HERPES SIMPLES
SINTOMAS:
	Aftas ou úlceras geralmente na boca, nos lábios e nas gengivas;
	Nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente no momento inicial da infecção);
	Herpes de boca;
	Febre - especialmente durante o primeiro episódio;
HERPES SIMPLES
TRATAMENTO CLÍNICO:
	Lesões orais ou genitais costumam curar sozinhas em 7-10 dias. A infecção pode se agravar e durar mais tempo em pessoas com o sistema imunológico debilitado.
	Vacinas estão sendo testadas para tratamento e prevenção do herpes simples, mas nenhuma comprovou ser totalmente eficaz. 
	Medicamentos antivirais ajudam a diminuir o período de evolução da crise e os sintomas.
HERPES SIMPLES
Tratamento nutricional:
NUTRIÇÃO FUNCIONAL
Controle da ação do vírus através de hábitos mais saudáveis.
	Cardápio rico em Vitamina C (laranja, caju e  acerola) – consumo regular.
	Alimentos que contam com o aminoácido lisina (leite, queijos, carne vermelha, peixes e ovos) também contribuem para evitar a manifestaçãodo vírus, já que produzem enzimas e anticorpos capazes de aumentar a imunidade e diminuem a replicação viral.
	Alimentos fontes de ômega-3 (salmão, atum e linhaça): melhora do sistema imune.
Probióticos - reforçam o sistema imunológico.
Prebióticos - chicória, banana, aspargos, mamão, beterraba, manga, damasco e alcachofra.
Tratamento nutricional:
NUTRIÇÃO FUNCIONAL
	Estudos mostram que o ácido elágico presente na amora e em frutas vermelhas como morango e framboesas inibem a replicação viral do herpes, além disso, as amoras pretas contêm vitamina A, importante para a função do sistema imunológico.
	Alecrim possui propriedades de inibição replicativa do vírus.
	 Frutas e verduras: vitaminas e minerais – sistema imune.
Tratamento nutricional:
NUTRIÇÃO FUNCIONAL
	Arginina - embora ofereça benefícios ao organismo, deve se evitar o consumo de fontes de arginina como oleaginosas (castanhas, nozes, avelã, gergelim, amêndoas e amendoim), milho, coco, uva, aveia, trigo, suco de laranja) - este aminoácido aumenta a replicação do vírus.
	As bebidas alcoólicas, o excesso de açúcar e a cafeína também podem piorar o herpes, deixando as feridas mais visíveis e aumentando o desconforto.
NUTRIÇÃO FUNCIONAL
O que deve ser evitado:
Também conhecida como língua careca
	Ocorre pela atrofia das papilas filiformes da língua, ocasionada em geral por deficiência nutricional;
- Deficiência de vitamina B12 e outras vitaminas do complexo B (niacina, riboflavina, folato);
- Anemia ferropriva;
- Xerostomia
Outras: excesso de fumo, álcool;
GLOSSITE ATRÓFICA
	Pode ocorrer sensação de queimação;
	TRATAMENTO
- Resolver ou remover o fator que levou à glossite atrófica. 
	TRATAMENTO NUTRICIONAL
- Modificação da consistência e fracionamento, se necessário;
-  condimentos, ácidos, gorduras e sacarose concentrada;
- Reposição do nutriente deficiente;
GLOSSITE ATRÓFICA
- Inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca);
Fatores de risco: idade >40 anos, tabagismo, alcoolismo, má higiene oral e história familiar de câncer.
- Correspondem a 4% dos tumores malignos em homens e 2% em mulheres.
- Em 95% dos casos os pacientes têm mais de 40 anos de idade e a média etária de incidência é de 60 anos. 
CÂNCER ORAL
DIETA: papel no risco de câncer ou na proteção?
	RISCO: alto consumo de alimentos grelhados na brasa e preservados em sal, baixo consumo de carotenos;
	PROTEÇÃO: consumo de frutas, legumes e verduras, (betacaroteno, vit B6, C, E, folato, flavonóides).
CÂNCER ORAL
	SINTOMAS GERAIS:
- Feridas na boca de difícil cicatrização.
- Ulcerações superficiais, indolores (podendo sangrar ou não) e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. 
- Dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado e dor.
CÂNCER ORAL
	TRATAMENTO:
- cirurgia e/ou radioterapia (isoladas ou associadas) - cura em 80% dos casos. 
- quimioterapia associada à radioterapia é empregada nos casos mais avançados, quando a cirurgia não é possível.
	Terapia de radiação pode afetar a nutrição, o estado de saúde bucal, causar xerostomia, perda do paladar, aumento do risco de infecção, dor;
	Quimioterapia: induz mucosite, sensibilidade a lesões de alimentos sólidos
CÂNCER ORAL
	TRATAMENTO NUTRICIONAL
1.  aporte energético e proteico
2. consistência modificada (semi - líquida a líquida)
3.  densidade energética da dieta
4. fracionamento  (> 6 refeições/dia)
5. via oral ou enteral (sondas, ostomias)
6. Imunonutrientes: ômega-3, pré e probióticos. 
CÂNCER ORAL
DIVERSOS SINTOMAS
	DEFINIÇÃO: Distorção ou diminuição do senso do paladar. 
	CAUSAS: Deficiência de ZINCO, niacina, vit B12 e medicamentos (hipertensão, ansiedade, antibióticos). Também é encontrada em pacientes com insuficiência renal severa e em radioterapia (70% dos pacientes);
	Comum em idosos - atrofia gradativa das papilas gustativas;
	Não existe tratamento eficaz para o controle => diminuir a ansiedade do paciente em relação à disgeusia e sua possível manutenção por tempo indeterminado. 
DISGEUSIA
	ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS:
	Aumentar o consumo de alimentos ricos em zinco (carnes, peixes, aves, leites e derivados, fígado, cereais integrais).
	Oferecer os alimentos da preferência do paciente.
	Evitar alimentos muito quentes ou muito gelados.
	Usar talheres de plástico. Metal pode interferir ainda mais no sabor dos alimentos.
DISGEUSIA
	ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS:
	Enxaguar a boca antes das refeições. 
	Estimular os outros sentidos durante a alimentação - pratos visualmente coloridos e que despertem o prazer de alimentar-se - estimular o paciente a lembrar do sabor do alimento antes de comer.
	Dar preferência a preparações com sabores mais fortes e utilizar condimentos e ervas aromáticas nas preparações (manjericão, alecrim, orégano e hortelã, suco de laranja ou limão, picles, vinagre). 
DISGEUSIA
XEROSTOMIA
- Também conhecida como boca seca ou secura da boca, é um sintoma relacionado à falta de saliva;
- A xerostomia pode causar dificuldade em falar e comer. 
- Pode levar à halitose (mau hálito), aumento de cáries dentárias e infecções da mucosa da boca, já que o efeito de proteção da saliva não está presente;
- Etiologia: ingestão inadequada de líquidos, respiração bucal crônica, fumo excessivo, Síndrome de Sjögren (destruição glândulas salivares), uso de antidepressivos (entre outros tipos medicamentos), lesão dos nervos que inervam as glândulas salivares, deficiência de vitamina C.
XEROSTOMIA
PORQUE A SALIVA É TÃO IMPORTANTE?
	Possui papel fundamental na formação do bolo alimentar, favorecendo a digestão e a deglutição; 
	Proporciona uma lavagem físico-mecânica, que facilita uma melhor movimentação da língua e dos demais músculos; 
	Atua na proteção da mucosa da boca, controla a microbiota bucal, 
FUNÇÕES DA SALIVA
 • limpeza da cavidade oral (alimentos e bactérias)
• lubrificação da superfície oral;
• proteção dos dentes e da mucosa orogástrica;
• atividade antimicrobiana/antifúngica;
• dissolução de componentes responsáveis pelo sabor;
• facilitação da mastigação /formação bolo alimentar;
• digestão inicial de amidos e gorduras;
estabelece e mantém o pH do meio; atuando no processo de defesa contra cárie dental.
- Alterar a consistência dos alimentos, preferindo alimentos úmidos, com caldos e molhos;
- Limitar o consumo de alimentos ácidos e/ou condimentados;
- Chupar frutas cítricas - estimular a salivação;
- Evitar alimentos que necessitem de intensa mastigação como pedaços grandes de carnes, alimentos que produzam farelos, alimentos secos e ou pegajosos como cremes e mingaus;
- Ingerir líquidos durante as refeições em pequenos goles para facilitar a mastigação e deglutição;
XEROSTOMIA
TRATAMENTO NUTRICIONAL
LÍNGUA SABURROSA
	Placa bacteriana esbranquiçada ou amarelada localizada no dorso posterior (fundo) da língua;
	Corresponde a 85% dos casos de halitose e deriva da redução do fluxo salivar, do desequilíbrio da microbiota oral e dos resíduos alimentares que se acumulam no dorso posterior da língua – essa saburra é metabolizada e gera compostos sulfurados voláteis.
	É comum, nestes casos, haver deficiência de zinco no organismo.
LÍNGUA SABURROSA
Conduta nutricional:
	Monitoramento de zinco;
	Ingestão adequada de líquidos;
	Tratamento da disbiose;
	Alimentos estimulantes da saliva: frutas, verduras;
LÍNGUA SABURROSA
	Exame físico (sinais e sintomas);
	Exames bioquímicos: vitaminas (B12, ácido fólico, complexo B, vit A, vit D), minerais (cálcio, zinco, ferritina, magnésio);
	Avaliação antropométrica / Avaliação subjetiva;
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NAS DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

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