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SEMIOLOGIA DERMATOLOGICA Queixa principal > descrever lesão pelas palavras do paciente Após a queixa deve-se: Examinar as lesões > descrever lesão com termos técnicos Perguntar sobre os sintomas Descrever a anamnese !! Anamnese é POSTERIOR e ORIENTADA pelo exame objetivo (inspeção e palpação) e complementada pelo exame subjetivo (sintomas) 1. QP 2. EXAMINAR LESOES: Exame Objetivo: Determinar configuração da lesão e avaliar pela palpação – ver e reconhecer as alterações do tegumento, incluindo cabelos, unhas e mucosas • Inspeção Geral: fornece a impressão do conjunto do tegumento, da distribuição das lesões e da predileção topográfica (lesões normalmente apresentam uma predileção dependendo da doença) • Inspeção Específica: à curta distância, visa identificar as lesões elementares que compõem o quadro, podendo ocorrer de forma: # Isolada: eritema, pápula, etc. # Associadas: eritêmato-descamativa, pápulo-vesiculosas, etc. • Organização das lesões: • Compressao: Reconhece edema pela depressao que provoca. Uma compressao linear permite achar dermografismo. • Palpacao: Consistencia (amolecia – benigna, endurecida – maligna), temperatura (ex: erisipela fica quente no local), mobilidade, extensao, profundidade, doloroso ou não. 3. SINTOMATOLOGIA: • Exame Subjetivo: Determina sintomas da lesoes O sintoma cutaneo mais importante e o PRURIDO. Deve ser registrado: . sua presença (líquen plano, eczemas) ou ausência, intensidade (leve, moderada ou intensa), evolução contínua ou por surtos, se diurno ou noturno (escabiose) OBS: Escabiose, líquen plano e eczema > prurido constante. / Psoríase e pitiríase > prurido discreto ocasional. DOR: aparece no Herpes Zoster e em úlceras de natureza vascular SENSIBILIDADE: sensações hipoestésicas, parestésicas: ocorrem na hanseníase 4. ANAMNESE: Orientada pelo exame objetivo, deve-se obter informações sobre: Localização inicial, Característica original, Tempo de evolução (contínua ou por surtos), Modo de extensão (progressão de uma área para outra), Tratamentos prévios (fatores desencadeantes ou agravantes da dermatose) OBS: a anamnese é posterior e orientada pelo exame objetivo (inspeção e palpação) e complementada pelo exame subjetivo (sintomas), mas ao DESCREVER, faz-se na ordem normal da anamnese • Identificação: nome, idade, sexo, profissão, procedência • QP • HDA: localização inicial, característica original, desencadeante, tempo de evolução: contínua ou surtos, modo de extensão, melhora ou piora, sintomas relacionados, tratamentos prévios: desencadeantes ou agravantes • IS • HPF: gestação, desenvolvimento psicomotor, desenvolvimento sexual • HPP: doenças prévias, alergia, reações adversas à medicamentos, traumas, cirurgias, transfusão, vacinas, medicamentos em uso • HF: antecedentes pessoais e familiares de atopia: asma, rinite, eczema atópico > facilita diagnóstico, ocorrência simultânea ou não em familiares • HEV: alimentação, ocupação atual e anterior do paciente: eczema (dermatite) de contato é mais frequente em doenças ocupacionais, tabaco, bebida alcoólica, drogas ilícitas • CSC: habitação, consicao socioeconômica: renda e dependência econômica, cultural: escolaridade, tradições, crenças, medicina popular • Exame dermatológico • Hipótese diagnóstica 5. EXAME FISICO GERAL: Palpação de linfonodos superficiais > exemplo: sífilis Palpação de nervos periféricos: ulnar, auricular, fibular comum apresentam aumento de espessura quando acometidos pela Hanseníase. 6. LESOES ELEMENTARES • MANCHAS (MACULAS) Modificações de coloração da pele, sem alteração de relevo: I. Manchas vásculo-sanguíneas: pode ocorrer por congestão (vasodilatação) ou constrição (vasoconstricção) vascular ou por extravasamento de hemácias ▪ Eritema: mancha vermelha por vasodilatação dos vasos da derme que desaparece pela dígito ou vitropressão. ex.: fáscies esbofeteada por parvovírus B19 no eritema infeccioso, dengue, dermatite de contato ▪ Púrpura: mancha vermelha estável à pressão, resultante do extravasamento de hemácias na derme. . Petéquia: menor que 1 cm . Equimose: maior que 1 cm . Víbice: forma linear ▪ Mancha angiomatosa: Lesão eritematosa permanente, que à vitropressão regride quase totalmente (mas não desaparece por completo). É devida a má-formações vasculares na derme ex.: telangiectasia ▪ Mancha anêmica: mancha branca, geralmente bem delimitada, permanente, por hipogenesia vascular. Não se torna eritematosa, mesmo após friccionada> obs.: o vitiligo é muito mais branco (é acrômica, enquanto a anêmica e hipocrômica) I. Manchas pigmentares: alterações na melanina ou por depósitos de pigmentos endógenos ou exógenos ▪ Leucodermia - mancha branca por: # Diminuição de melanina na epiderme > HIPOCROMIA (cor branco-nácar) - ex.: hanseníase # Ausência de melanina na epiderme > ACROMIA (cor branco-marfim) – ex.: vitiligo ▪ Hipercromia: # Aumento de melanina epidérmica: MANCHA MELANODÉRMICA – ex.: melanoses solares # Depósito de outros pigmentos: tatuagens, medicamentos (eritema pigmentar fixo) • LESOES SOLIDAS I. Pápula: lesão sólida, circunscrita, elevada, menor que 1 cm. Pode ser: epidérmica, dérmica ou mista. II. Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou encastoada (subcutânea) na pele, de 1 a 3 cm. Localiza- se na epiderme, derme e/ou hipoderme III. Tumoração: formação sólida, geralmente elevada, maior que 3 cm (pode ser maligna ou benigna) IV. Placa: lesão elevada em plataforma, geralmente de superfície plana, maior que 1 ou 2 cm. Placa papulosa: confluência de várias papulas > ex.: psoríase (eritematosa com branco), dermatofitose (fungo forma placa centripeta - se localiza na borda) V. Goma: nódulo ou tumoração que se liquefaz na porção central e que pode ulcerar, eliminando material necrótico > ex.: esporotricose (fungo adquirido do gato), sífilis terciária VI. Vegetação/ verrucosidade: ▪ Vegetação: lesão sólida, pedunculada, aspecto de couve-flor, branco-avermelhada, que sangra facilmente > ex: condiloma acuminado (HPV) ▪ Verrucosidade: lesão sólida, elevada, de superfície dura, inelástica, amarelada > verrugas possuem capilares trombosados (pontos pretos > diferenca de calosidade) • LESOES DE CONTEUDO LIQUIDO I. Vesícula: lesão circunscrita, elevada, contendo líquido claro (mas com o passar do tempo pode alterar de cor, pode se tornar pústula), menor que 1 cm. Pode ocorrer turvação do seu conteúdo > ex.: herpes simples II. Bolha: elevação circunscrita, contendo líquido claro (seroso e claro), maior que 1 cm. O conteúdo pode tornar-se purulento ou hemorrágico > ex.: queimadura e impetigo (quando rompe fica uma area desnuda) III. Pústula: elevação circunscrita, de conteúdo purulento. Pode ser séptica (impetigo) ou asséptica (psoríase pustulosa). A maioria é séptica IV. Abscesso: coleção circunscrita de conteúdo purulento, situada na derme ou tecido subcutâneo. Geralmente acompanhada de sinais flogísticos (eritema, edema, calor e dor) V. Cisto: cavidade revestida por epitélio queratinizado ou glandular. Conteúdo varia entre o líquido e o pastoso VI. Hematoma: coleção sanguínea na derme ou tecido subcutâneo, geralmente localizada e proeminente • ALTERACOES DE ESPESSURA I. Queratose: espessamento da camada córnea (camada mais superficial da pele), consistência dura, inelástica, amarelada. Superfície áspera. II. Liquenificação: Espessamento da pele com acentuação dos sulcos, assumindo aspecto quadriculado. Pode ser acompanhada de alterações discrômicas devido ao ato de coçar > pode ocorrer hipocromia pós-inflamatória. III. Edema: extravasamento de líquido na derme (urtica) ou hipoderme, assumindo coloração da pele ou acompanhado de eritema – angioedema, edemade Quink. IV. Esclerose: alteração de espessura e consistência da pele, tornando-se rígida. Perde o pregueamento natural, resiste à distensão e ao pregueamento digital. Área lisa e brilhante, pode haver discromia concomitante V. Atrofia: Diminuição da espessura da pele que se torna adelgaçada e pregueável (papel de pergaminho). Redução dos elementos constituintes dos tecidos normais > ex.: alopecia cicatricial, estrias, lupus discoide. Pode ser idiopática ou secundária a processos inflamatórios ou infecciosos. VI. Cicatriz: lesão brilhante plana, deprimida ou elevada. Destituída de anexos cutâneos. Decorre da reparação de tecidos destruídos – obs.: queloides • PERDAS TECIDUAIS I. Escama: Massa laminar, de dimensões variáveis, que se desprende da superfície cutânea. Resulta de distúrbio da queratinização epidérmica, podendo ser seca ou graxa. Ocorre devido ao ciclo acelerado dos queratinócitos, fazendo com que as células cheguem imaturas e com núcleo na camada córnea, provocando a descamacao) > ex: dermatite seborreica, psoríase. II. Erosão ou exulceração: Solução de continuidade superficial, que compromete apenas a epiderme. Pode ser causada por escoriação: erosão traumática, geralmente por coçagem (erosão linear causada pelas unhas no ato da coçagem) III. Ulceração: Perda tecidual circunscrita profunda, que atinge a epiderme e derme, total ou parcialmente (a derme). Pode atingir a hipoderme e tecidos subjacentes. IV. Fissura ou ragadia: Fenda linear, estreita, no contorno de orifícios naturais, ou em áreas de pregas e dobras – ex.: sífilis congênita com fissuras perianais V. Fístula: Pertuito da pele, geralmente com borda fibrosa, por onde ocorre drenagem de material proveniente de foco supurativo ou necrótico profundo. VI. Crosta: Concreção formada em área de perda tecidual. Resulta do dessecamento de serosidade, pus ou sangue em mistura com restos epiteliais. Conforme a secreção predominante pode ser hemática, sero-hemática, purulenta (melicérica > pois é amarela ou cor de mel) VII. Escara: Area de necrose, geralmente enegrecida, que quando eliminada, resulta em ulceração. Pode atingir planos profundos. MICOSES SUPERFICIAIS Grupo de afecções causadas por fungos: dermatofitoses, pitiríase versicolor, candidíase superficiais, tinha negra, piedra preta, piedra branca. • DERMATOFITOSES (TINHAS) Causadas por dermatófitos: São fungos que utilizam a queratina como fonte de subsistência (para o crescimento) Parasitam as porções queratinizadas da epiderme: pele, cabelos, pelos e unhas Não acometem as mucosas (porque essas não são queratinizadas) Três gêneros de fungos: Trichophyton, Epidermophyton, Microsporum Classificação/ habitat: # Antropofílicos: exclusivos da espécie humana (ex.: Trichophyton rubrum, Trichophyton tonsurans) # Zoofílicos: próprios de animais domésticos ou silvestres (ex.: Microsporum canis) # Geofílicos: vivem no solo Transmissão: # Contato direto com pessoas infectadas (organismos antropofílicos) – maioria das dermatofitoses # Contato direto com animais (organismos zoofílicos) # Contato direto com solo (geofílicos) # Contato indireto: fômites (roupas, escovas de cabelo) São denominadas de acordo com sua localização: Tinha do couro cabeludo (tinha capitis), do corpo (tinha corporis), inguinocrural (tinha cruris), do pé (tinha pedis), da mão (tinha manum), da barba, da face. 1. TINHA DO COURO CABELUDO (TINEA CAPITIS) Comum em crianças Transmissão: baixa higiene/ situações de confinamento, escovas, bonés, outros objetos Parasitismo do fungo pode ser: # Ectotrix: esporos presentes somente na superfície do cabelo (ex.: M. canis) # Endotrix: esporos estão dentro do folículo piloso (ex.: T. tonsurans) > o fungo penetra no córtex proximal onde a cutícula é imatura, coloniza o córtex proximal queratinizada e gera hifas septadas que se tornam artrósporos e substituem a córtex. Isso causa o enfraquecimento do cabelo, que se rompe, caracterizando a alopecia em tonsura. Além disso, ocorre descamação do couro cabeludo. Quadro Clínico: I. Tinha microspórica (Microsporum canis): apresenta-se com área de alopecia única, grande e bem delimitada > mais vista em adultos (é o principal agente etiológico no Brasil). II. Tinha tricofítica (Trichophyton tonsurans): apresenta-se com múltiplas áreas alopécicas de pequenas dimensões. Pode ainda, produzir um quadro descamativo semelhante à dermatite seborreica, com queda de cabelos muito discreta, dificultando o diagnóstico. III. Kerion Celsi (quérion): Causada por dermatófitos zoo ou geofílicos > não se adapta aos humanos e causa uma intensa reação inflamatória, com saída de secreção purulenta. Placa elevada, geralmente única, bem delimitada. Pode evoluir com alopecia cicatricial permanente IV. Tinha favosa ou favus (Trichophyton schoenleinii): Forma grave!!!! Lesoes pequenas crateriformes em torno da abertura do foliculo piloso. Forma crostas amareladas cupuliformes (escústulas fávicas): hifas infectantes coalescem e formam uma massa amarelada com odor característico. Produz inflamação e cicatriz, com eventual alopecia definitiva Diagnóstico: Coleta: retirar fios de cabelo com uma pinça (ou cotonete úmido na área acometida) e envio para Exame Micológico Direto: clorificação com hidróxido de potássio (KOH) 10 a 30% Cultura: semeado em meio ágar Sabouraud com cicloheximida e cloranfenicol Lâmpada de Wood: em casos de infecção ectotrix (Microsporum canis) observa-se fluorescência verde e T. sholeinil fica verde palha. Tratamento: I. Antifúngicos sistêmicos (pois os agentes tópicos não penetram na haste do cabelo, onde os fungos estão localizados): ▪ Griseofulvina (eficaz, baixo custo, liberada pelo FDA, mais tóxica): * TINHA MICROSCOPICA tratamento padrão, dose: 15-25 mg/kg/doa, duracao de 6 semanas ou ate a cura clinica, efeitos colaterais: cefaleia, sintomas, gastrintestinais, exantemas, aumento de enzimas hepáticas. ▪ Terbinafina: Dose: 10-20kg – 62,5mg/dia // 20-40kg-125mg/dia // >40kg-250mg/dia, duração: 2-4 semanas, efeitos colaterais: cefaleia, sintomas gastrintestinais, exantemas, raramente apresenta disfunção hepática ▪ Itraconazol: dose: 5mg/kg/dia por 4 semanas, contínuo, ou mesma dose 7 dias/mês, por 2 a 4 meses, efeitos colaterais: cefaléia, sintomas gastrintestinais, rash, raramente hepatite sintomática II. Tratamento adjunto: ▪ Shampoo de cetoconazol a 2 % ou Sulfeto de selênio a 1 %: diminui esporos viáveis e risco de transmissão Não compartilhar pentes, escovas e boné 2. TINHA DO CORPO (TINEA CORPORIS) Quadro clínico: Placas descamativas, pruriginosas, com bordas eritêmato-papulosas, de aspecto anular ou circinado (em semicírculo) Crescimento centrífugo (com cura central) > fungos se encontram na borda da lesão (devido ao consumo de queratina) Podem confluir. 3. TINHA INGUINOCRURAL (TINEA CRURIS) Comum no adulto, sexo masculino Quando Clinico: Lesões eritêmato-descamaticas com bordas circinadas, localizadas na região inguinal, geralmente bilateral, pruriginosas. Podem atingir a regiao interglutea e infra abdominal. Frequente associação com tinha do pé. 4. TINHA DO PÉ (TINEA PEDIS) Comum no adulto Quadro Clinico I. Tinha interdigital: Descamação e maceração da pele nos espaços interdigitais (entre os dedos dos pés) Fissuração e prurido Pode ser aguda ou crônica Parece com candidiase II. Tinha em mocassim (escamosa): Descamação difusa do pé Crônica III. Tinha inflamatória (vesico-bolhosa): Apresenta vesículas e bolhas Aguda 5. TINHA DA MÃO (TINEA MANUM) Pouco freqüente Lesão queratósica (camada córnea mais espessa) e eritematosa palmar Doença “uma mão, dois pés” > acometimento unilateral da mão + tinhado pé bilateral Parece dermatite de contato. 6. TINHA DA BARBA Rara Lesões anulares, bordas eritêmato-pápulo-escamosas Erupção papulosa e/ou pustulosa, lembrando uma foliculite bacteriana 7. TINHA DA FACE Pouco freqüente Pode estar associada à imunodeficiência Forma atípica que muitas vezes confunde o diagnóstico (dermatie atopica, de contato e seborreica). OBS: doentes com AIDS, neoplasias, em uso de imunodepressores sistêmicos e transplantados podem apresentar um quadro atípico da dermatofitose. Embora, muitas vezes, a freqüência da dermatofitose não se altere, a variabilidade e a gravidade são mais intensas nesses doentes DERMATOFITOSE - Diagnóstico Exame micológico direto: Material: obtido do raspado da lesão, clarificado com potassa (KOH 10 a 30%): detecta hifas hialinas septadas e não-septadas. Cultura para fungos: feita nos meios de Sabouraud, contendo ATB e cicloheximida, revela a espécie fúngica DERMATOFITOSE – Tratamento: Forma localizada - Tinha do corpo, tinha inguinocrural, tinha do pé, tinha da mão, tinha da face: I. Antifúngicos tópicos (cremes – 2x/dia, por 3 a 4 semanas): ▪ Azólicos: cetoconazol, clotrimazol, econazol, isoconazol, miconazol, oxiconazol, sertaconazol e tioconazol ▪ Alilaminas: terbinafina ▪ Hidroxipiridonas: ciclopiroxolamina ▪ Morfolinas: amorolfina Formas extensas e inflamatorias (Tinha do corpo, tinha inguinocrural, tinha do pé, tinha da mão) e Tinha da barba (como o pelo e afetado e imprescindivel o tratamento sistemico) *combina-se os dois* I. Antifungicos sistemicos ▪ Itraconazol 100mg/dia ▪ Terbinafina 250mg/dia ▪ Fluconazol 150mg/semana II. Tratamento tópico (2 a 4 semanas) • ONICOMICOSE Acomete a lâmina ungueal Prevalência: 6 a 13% na América do Norte e 26,9% na Europa Agentes etiológicos: . Dermatófitos (T. rubrum, T. mentatagrophytes): são os mais comuns (70-90%) . Leveduras (Candida albicans): 5 a 17% dos casos . Fungos não-dermatófitos: 3 a 5%, com frequência são contaminantesLívia Loureiro Formas Clínicas: 1. DISTAL E LATERAL: Descolamento da porção lateral e/ou distal do leito ungueal Hiperqueratose subungueal (espessamento da camada corna subungueal), com espessamento e opacidade da lamina ungueal. * mais comum 2. BRANCA SUPERFICIAL: 3. SUBUNGUEAL PROXIAL: Infeccao acomete a porção abaixo da lâmina ungueal, acometendo a matriz ungueal, dificultando a coleta do material. *HIV 4. DISTROFICA TOTAL: Existe distrofia e queratose subungueal (relacionada à infecção por Candida spp.) ONICOMICOSE - Diagnóstico: Coleta: remoção de fragmentos da unha Exame micológico direto: distinção entre hifas dos dermatófitos, pseudomicéliodas leveduras e hifas dos fungos não-dermatófitos (taxas de falso-negativos são de 30%, baixa sensibilidade) Cultura para fungos: em ágar Sabouraud identificação baseada na taxa de crescimento . leveduras e fungos não-dermatófitos: ~ 48 h . dermatófitos: 2-6 semanas ONICOMICOSE - Tratamento: I. Terapia tópica: indicada quando a matriz ungueal não está envolvida e há < 50% de acometimento ▪ Amorolfina 5% esmalte ▪ Ciclopiroxolamina 8% esmalte II. Terapia sistêmica: indicada quando a matriz está envolvida e/ou há > 50% de acometimento ▪ Terbinafina 250 mg/dia por 3-4 meses ou na forma de pulsoterapia 250mg, 2x ao dia, por 7 dias depois intervalo de 3 meses e repetir o processo 4-6 vezes ▪ Itraconazol: pulsoterapia 200mg, 2x ao dia, por 7 dias depois intervalo de 3 meses e repetir o processo 4-6 vezes ▪ Fluconazol: 150 mg/semana por 4-6 meses, 1 ano OBS: As unhas do pe demora mais para crescer do que as unhas da mão, por isso o tratamento demora mais. III. Terapias Adjuvantes: EXCECOES ▪ Avulsão química (unha muito espessa): uréia a 40% ▪ Avulsão mecânica: lixamento com motor ou lixas ▪ Avulsão cirúrgica: total → está em desuso / parcial→ remoção da área afetada • PITIRÍASE VERSICOLOR Epidemiologia e etiologia: Afecção fúngica que atinge a camada córnea Acomete todas as faixas etárias, principalmente jovens, devido ao aumento de lipídeos que ocorre na pele na pós-puberdade Ocorrência universal, mais prevalente em áreas tropicais Causa: fungos dimórficos lipofílicos do gênero Malassessia spp: . Forma leveduriforme: são saprófitas (estao na microbiota da pele) . Fase miceliana: são patogênicos Causa exata não é conhecida, porem sabe-se que há uma predisposição constitucional (pele oleosa tem mais incidencia) Aumento dos lipídeos na pele pós-puberdade e diminuição no idoso Exposição a radiação ultravioleta Aumento da sudorese Quadro clínico: Máculas e placas recobertas por escamas finas, assintomáticas Geralmente arredondas, podem confluir Coloração variável: hipocrômicas, eritematosas, acastanhadas (por isso o nome versicolor) Acometem qualquer local: principalmente dorso superior, tórax, ombros (áreas com maior secreção sebácea) / menor frequência: pescoço, face, braços # Escarificando levemente (Sinal da unha) → descamação furfurácea (desprendem com facilidad # Estiramento da pele perilesional (Sinal de Zileri) → descamação furfurácea Hipopigmentação: levedura produz ácidos dicarboxílicos (ácido azeláico) que inibem a reação dopa-tirosinase = ↓produção de melanina OBS: Surgem nos meses de verao após a exposicao solar > fica mais evidente pois no local aonde esta o fungo não se bronzeia. Diagnostico: Geralmente é clínico Exames auxiliares (em caso de duvia): . Luz de wood: fluorescência amarelo-esverdeada, amarelo-ouro, rósea-dourada . Exame Micológico direto: coleta de material: raspagem de escamas, ou fita durex / clarificação com KOH a 10 %: hifas fragmentadas e esporos agrupados “espaguete com almôndegas” .Cultura: normalmente não é necessária, caracteriza a espécie Diagnóstico diferencial: vitiligo, ptiríase alba, hanseníase indeterminada, tinha do corpo, dermatite seborreica, etc. Tratamento: I. Terapia Tópica: formas localizadas e poucas lesoes ▪ Shampoo: Sulfeto de selênio a 2,5%: 3 semanas Cetoconazol: 3 semanas * Indicacao: Lavar o cabelo com shampoo, criar uma espuma e deixar essa essa espuma cair na pele afetada e esfregar com bucha vegetal, deixar agir por 5 minutos e enxaguar ▪ Solucao/Spray: Isoconazol, bifonazol (derivados azolicos): 3-4 semanas Terbinafina (solucao/spray a 1%): 3-4 semanas II. Terapia Sistêmica: casos extensos ▪ Itraconazol: 200mg/dia, VO, 5 dias ▪ Fluconazol: 150mg/semana, VO, 4 semanas ▪ Cetoconazol: 200mg/dia, VO, 10 dias *menos utilizado pois e mais hepatotoxico. III. Profilaxia: Shampoo cetoconazol ou Sulfeto de Selenio a cada 1 -2 semanas, evita reinfecções • CANDIDÍASE SUPERFICIAIS Leveduras do gênero Cândida spp *albicans mais frequente Podem acometer: pele, unhas, mucosas e ter disseminação sistêmica em imunodeprimidos Podem provocar onicomicose, balanite, vulvovaginite, estomatites, queilite angular, intertrigo e paroníquia. Ocorrência universal Leveduras saprófitas, tornando-se patogênica em determinadas situações: menor defesa: crianças e idosos, modificações fisiológicas (gravidez), tratamento prolongado por ATB, corticóides, imunossupressores, umidade prolongada (lavadeiras, fraldas de bebês, intertrigo em obesos), diabetes melito (descompensada), neoplasias malignas, AIDS 1. BALANITE Lesões eritematosas ou eritêmato-erosivas, recobertas ou não por induto esbranquiçado (pequenas pápulas e/ou pústulas sobre base eritematosa levemente descamativa) Acometem especialmente glande e prepúcio 2. VULVOVAGINITE Eritema na mucosa vaginal, que pode atingir vulva Corrimento vaginal esbranquiçado e espesso Mais comum em gestantes 3. ESTOMATITE (candidíase oral) - estomatite cremosa ou sapinho Comum em lactentes, idosos, portadores de HIV Placas cremosas esbranquiçadas 4. QUEILITEANGULAR (Perlèche) Descamação, eritema e fissuras nos ângulos da boca Idosos (próteses e queda do ângulo da boca > aumenta umidade) 5. INTERTRIGO Areas de dobras: axilares, inguinais, inframamária, interdigitais Area com intenso eritema, descamação, fissuras Lesões úmidas c/ cobertura esbranquiçada Pequenas lesões satélites (em volta) arredondadas, eritematosas ou pustulares 6. PARONÍQUIA Eritema e edema na região periungueal, dolorosa Distrofia ungueal secundária Acomete amis as unhas das mãos (maior umidade) Diagnóstico: Geralmente e clinico Exame micológico direto: blastosporos (esporos arredondados), pseudo-hifas, hifas verdadeiras Cultura: à 37 em meio sem cicloheximida, crescimento em 1 a 3 dias, forma colônias cremosas e brancacentas, caracteriza a espécie Tratamento: I. Candidíase oral ▪ Criancas: Nistatina (suspensão oral) 100 mil U/ml, 1 a 2ml em cada canto da boca, 3-4x ao dias ▪ Adulto (lesoes localizadas): Nistatina (suspensao oral ou drageas) com 500 mil U/,1-2 drageas, 3x ao dia ▪ Lesoes extensas ou Imunocomprometidos: Fluconazol (50-100mg/dia, 7-14 dias), Itraconazol (200mg/dia, por 5 dias) II. Quelite angular: ▪ Cremes imidazolicos aplicada nos cantos da boca 3-4x ao dia III. Candidiase Balanoprepucial (Balanite): ▪ Nistatina creme e limpeza com agua boricada a 2% ▪ Fluconazol 100-150mg/dia, 7-14 dias ▪ Itraconazol 200mg/dia, 5 dias. IV. Vulvovaginite: ▪ Isoconazol (nitrato), uso tópico sob a forma de creme vaginal, durante 7 dias ou óvulo, em dose única ▪ Fluconazol 150mg, VO, dose única ▪ Itraconazol 200mg, 2x/dia, VO, 1 dia V. Intertrigo e paroníquia: ▪ Cremes imidazolicos ▪ Fluconazol 150mg/sem, 4 semanas ▪ Itraconazol 200mg/dia, 5 dias ERUPCOES ERITEMATO-ESCAMOSAS • PSORIASE Dermatose crônica, caracterizada por lesões eitêmato-escamosas 1% da população Ambos os sexos Qualquer idade, mais frequente na 3a e 4a década de vida Etiopatogenia: causa desconhecida Predisposição genética: 30% têm um parente afetado Concordância em gêmeos monozigóticos: 65 a 70% Modo de herança: multifatorial (diversos genes) Hiperproliferação epidérmica: Migração acelerada das células da camada basal até a camada de Malpighi fazendo com que elas cheguem na camada cornea imaturas e nucleadas, descamando. Pele normal: 13 dias (chegam anucleadas e maduras) Psoríase: 5 dias (chegam nucleadas e imaturas) > ou seja, o ciclo evolutivo das células epidérmicas: é mais curto e rápido. Mecanismos imunológicos: Na placa de psoriase existe celulas T ativas secretando citocinas, e alem dessas celulas apresentadoras de antigeno, neutrofilos e queratinocitos hiperproliferados. Espectro dessas citocinas e de uma resposta thi1 e vao atuar sobre os queratinocitos e neutrofilos > promovendo uma cascata de reacoes inflamatorias. A manutenção das lesões de psoriase e considerada uma resposta imune autoreativa desencadeada por TNFalfa, IL-17 e IL-23. Fatores Desencadeantes (ambientais): Trauma cutâneo: Físico, químico, cirúrgico, inflamatório Fenômeno de Koebner (reprodução da lesão em uma área que antes era sadia, seguindo o trajeto da cicatriz) Infecções: Psoríase em gotas > estreptococo beta-hemolítico HIV Drogas: Lítio, beta-bloqueadores, AINES Administração e interrupção de corticóide sistêmico > dá efeito rebote, logo não é recomendado (é contraindicado), muito raramente se usa corticóide para a psoríase Estresse emocional outros fatores: distúrbios endócrinos (diabetes descompensado), metabólicos, álcool, variações climáticas Manifestações clínicas: 1. PSORÍASE EM PLACAS (OU PSORÍASE VULGAR) *mais comum Placas eritêmato-escamosas, simetriacas > escamas secas, esbranquicadas e aderentes. Face extensora dos membros (cotovelos e joelhos) Região sacral Couro cabeludo Psoríase Vulgar: Pode comprometimento das unhas > pequenas depressoes (unhas dedal), mancha de oleo, onnicomicose, hiperqueratose Diagnóstico: Clínico Curetagem metódica de Brocq: raspado das lesões com cureta fornece 2 sinais clínicos: # Sinal da vela: destacam-se escamas semelhantes às encontradas na raspagem de uma vela # Sinal do orvalho sangrento ou de Auspitz: continuando a raspagem, após a retirada das escamas > forma pontos hemorrágicos 2. PSORÍASE EM GOTAS (OU PSORÍASE GUTATA) Crianças, adolescentes e adultos jovens Aparecimento súbito de pequenas pápulas eritêmato-descamativas (0,5 a 1 cm) Precedida por infecção estreptocócica (IVAS) Tem resolução espontânea após 2-3 meses Ocasionalmente pode persistir > psoríase em placas Mais comum no tronco 3. PSORÍASE ERITRODÉRMICA Eritema intenso, universal, descamação discreta Freqüentemente desencadeada por terapias intempestivas: administração e interrupção de corticóide sistêmico Exarcebação em pacientes com AIDS Ocorre devido a proliferação aumentada e perda de maturação de células epidérmicas (chega imatura, dando descamação) Vasodilatação generalizada > perda excessiva de calor e hipotermia (e desidratação) Pode levar a uma diminuição do débito cardíaco, comprometimento de função renal 4. PSORÍASE PUSTULOSA I. Forma pustulosa generalizada (Von Zumbusch): Lesões eritêmato-escamosas e pustulosas generalizadas > por acúmulo de polimorfonuclear Em pacientes com psoríase vulgar, é desencandeada por: interrupção de corticóide sistêmico, hipocalcemia, infecções, irritantes locais, febre e leucocitose Persiste por poucas semanas II. Forma localizada: *diag dif – desidrose ▪ Acrodermatite contínua de Hallopeau: lesões pustulosas nas extremidades dos dedos das mãos e/ou dos pés ▪ Pustulose palmo-plantar III. Formas atípicas: ▪ Psoríase palmo-plantar ▪ Psoríase ungueal > furinhos na unha (unha em dedal) 5. PSORÍASE ARTROPÁTICA (ARTRITE PSORIÁSICA) Ocorre em 5 a 42% dos doentes com psoríase Mono ou oligoartrite assimétrica: diferente da artrite reumatóide, que afeta as IFP e é bilateral (assimeatrica) Afeta articulações interfalangeanas distais ou proximais (principalmente as IFD) e e simetrica. Bom prognóstico VHS aumentada Fator reumatóide e FAN: ausentes PSORIASE - Diagnóstico: Clínico (tipo e distribuição das lesões) PSORIASE - Tratamento: Esclarecer para o a paciente quanto a evolução, não-contagiosidade, não-comprometimento sistêmico da doenca (exceto quando há comprometimento articular), que não há cura definitiva mas que recursos terapêuticos possibilitam controle da moléstia e melhora da qualidade de vida. Depende do tipo e extensão da psoríase Exposição solar deve ser recomendada > pois atua como anti-inflamatório e melhora as lesoes. Indice de gravidade: o mais indicado e o PASI Avalia o grau de eritema, infiltracao e descamacao das placas X area de acometimento PASI > 10 – psoriase moderada a grave > indica que o pct alem de fazer o tto topica, deve fazer fototerapia ou tto sistemico. I. Tratamento topico (lesões localizadas) - leve ▪ Corticóide tópico: Pomada (propionato de clobetasol) > melhor aderencia nas placas Evitar o uso prolongado devido aos efeitos colaterais (telangiectasia, purpura, atrofia) e a taquifilaxia (necessitando usar remedios cada vez mais potentes para realizar o mesmo efeito clareador das lesoes) ▪ Coaltar: Pomada (odor desagradavel) ou Locoes (liquor carbonis detergens) ▪ Calcipotriol (análogo da vitamina D3): Pomada, ficácia moderada, semelhante aos corticóides potentes + hidratante e cremes com acido salicilico (queratolitico > amolece as escamas) OBS: Normalmente iniciamos o tto usando uma combinacao de corticoide topico e uma outra medicacao (Coaltar/Calcipotriol) e no decorrer do tt suspendemos o corticoide topico e deixamos apenas as outras medicacoes II. Fototerapia: moderada-grave Atividade antiproliferativasobre as lesoes. ▪ Fototerapia UVB narrow band ▪ PUVA - uso oral de 8-metoxipsoraleno (fotoativa) seguida de exposição a radiação UVA, 2-3 sessões/semana, efeito antimitótico, como a pele e retina ficam sensíveis à radiação UV deve usar óculos escuros e filtro solar 24h após medicação III. Tratamento sistemico: moderada-gravida *topico+sistemico ▪ Metotrexato: Antagonista do ácido fólico: age na inibindo a hiperproliferação celular Comp 2,5 mg, dose:15 mg/semana, 5mg a cada 12h, 3 tomadas Efeitos colaterais: leucopenia e hepatotoxicidade > necessario controles hematológicos e provas de função hepática periódicos * AR psoriasica e psoriase eritrodermica ▪ Acitretina: Retinóide derivado da vitamina A: ativo em alterações de queratinização > impedindo e inbindo essa hiperproliferacao celular Dose 0,5-1 mg/kg/dia Efeitos colaterais: queilite, epistaxe, prurido, dislipidemia, teratogenia (ma formacao fetal) Contra-indicado: gravidez, hepatopatia * Psoariase em plcas generalizadas (PASI>10) e psoriase pustulose generalizada. * NÃO age nas AA > não trata Artrite psoriasica ▪ Ciclosporina: Inibe os linfócitos T CD4, impedindo a produção de IL-2 Dose: 3-5 mg/Kg/dia Efeitos colaterais: Nefrotóxica, deve-se monitorar a creatinina sérica; hipertensão, parestesia, hipertricose, linfomas * Psoriase eritrodermica ▪ Imunobiológicos: Se não houver melhora clinica com os descritos anteriormente Proteínas de fusão ou anticorpos monoclonais MA: bloqueia a ação de linfócitos ou de citocinas (TNF-α) Indicação: casos resistentes à terapêutica convencional. Diminuem a vigilância imunológica frente a infecções e deve ser realizado RX de tórax e PPD. Além disso, atualização da carteira vacinal antes de iniciar o tto. • DERMATITE SEBORREICA Afecção crônica, recorrente, intercalado por periodos de melhora, freqüente Acomete áreas ricas em glândulas sebáceas (porção central da face, couro cabeludo, região pré-esternal, interescapular), e eventualmente áreas intertriginosas (dobras) Etiopatogenia: Causa desconhecida. Predisposição familiar Apresenta uma multiplicação celular acelerada (dos queratinócitos), presença de células nucleadas na camada córnea Alteração qualitativa do sebum: aumento colesterol, triglicérides e parafina (não são signi) Papel controverso - Pityrosporum ovale e Malassezia furfur (saprofita): Há um aumento do seu número nas lesões, secundário ao aumento dos nutrientes lipídicos nas escamas. Alguns acreditam no papel dessa levedura como um agente na patogenese e isso seria comprovado pela melhora das lesoes ao tto com antifungicos Glândulas sebáceas são estimuladas por andrógenos (aumento na puberdade – adolesc fica oleosa) Tambem podem estar ativas ao nascimento por andrógenos maternos: dermatite seborreica do lactente, porem pós alguns meses o estímulo andrógeno cessa e desaparece. Pode reaparecer na puberdade com maior incidência entre 18 e 40 anos Fatores favorecedores: calor, umidade, roupas que retêm sebum (lã, sintéticos), tensão emocional Fatores agravantes: alcoolismo, excessiva ingestão de hidratos de carbono e alimentos condimentados Incidência↑: doença de Parkinson e HIVcem DM e Obesidade: favorem 1. DERMATITE SEBORREICA NO ADULTO Couro Cabeludo: Lesões eitêmato-escamosas que podem apresentar uma forma mínima (pitiríse capitis > ``caspa``) ou placas difusas (transgridam a orla de implantação do couro cabeludo = coroa seborreica) Face: supercílios, glabela, sulco nasogeniano, área retroauricular Tórax: pré-esternal, interescapular, axilas Blefarite (descamações nos cílios), eczema do conduto auditivo externo Formas disseminadas: grandes placas eritêmato-escamosas OBS: HIV: a DS pode ser mais extensa e resistente ao tratamento 2. DERMATITE SEBORREICA DO LACTENTE Surgimento precoce no neonato, ou nos primeiros meses de vida Escamas gordurosas e aderentes sobre base eritematosa no couro cabeludo (“crosta láctea”) Também pode formar manchas eritêmato-escamosas: face, tronco, áreas de dobras (pescoço, axilas e áreas de fralda) Obs.: eritema ruborizado mais vinhoso pode surgerir uma infecção secundária por Candida albicans ou S. aureus. DERMATITE SEBORREICA - Diagnóstico: clínico Diagnósticos diferenciais: Dermatofitoses (são circinadas ou anulares), Psoríase (lesões típicas em cotovelos e joelhos – DS não / placas circunscritas em couro cabeludo– DS difusa) Recem nascido: dermatite atopica (tardia – 3 meses, lesoes vesicosecretantes crostosas – DS eritematoescamosas), candidiase (lesao satelite em colarete) DERMATITE SEBORREICA - Tratamento I. Face, troncos, dobras: ▪ Creme de corticóide (hidrocortisona 1%) ▪ Creme de cetoconazol ▪ Sabonete de enxofre e ácido salicílico (Face) OBS : usa-se o creme de corticoide ou uma associacao de corticoide + cetoconazol > depois suspende o corticoide topico e usa o creme de cetoconazol ate melhora do quadro II. Couro Cabeludo: ▪ DS do adulto: Shampoo – Cetoconazol, Piritionato de Zinco, Ciclopirox Olamina, (alguns são formulados com ácido salicílico para facilitar a remoção das escamas), Loções Capilares com Corticoide (intenso prurido) ▪ DS do lactente: Oleo mineral (ligeiramente aquecido em banho maroa - remoção de escamas), Permanganato de potassio/Agua boricada (limpeza), Shampoo de cetoconazol, Creme de corticoide (lesoes intensas) III. Casos extensos: ▪ DS do adulto: TTO SISTEMICO – Itraconazol, VO (DS e Malassezia furfur), Prednisona oral ▪ DS do lactente: Infecção bacteriana secundária: ATB tópicos ou sistêmicos + Medidas gerais: Evitar excesso de roupas, aquecimento, troca de fraldas frequentes • PTIRÍASE RÓSEA DE GIBERT Afecção inflamatória subaguda Lesões eritêmato-escamosas disseminadas Auto-limitada, benigna Acomete ambos os sexos, adulto jovem (20-30 anos) Etiopatogenia - causa desconhecida Existe uma teoria infecciosa – causada pelo herpes vírus tipo 6 e 7. # Favor: Quadro evolutivo da doença > surge uma lesão inicia (placa mae/medalhao) que seria o ponto de inoculação do virus, e o fato de a recorrencia ser rara (indicando uma possivel imunidade) # Contra: Não contagiosa (quando o paciente tem ptiriase rosea, ao seu arredor nenhum contato proximo apresenta o quadro) Quadro Clinico Início: placa-mãe ou medalhão inicial (2-5 cm) > Lesões eritêmato-escamosas, ovaladas, bordas ligeiramente elevadas com centro descamativo 1-2 semanas apos: surge novas lesoes menores (=caracteristicas) e em grande numero Prurido discreto Duração 4-8 semanas com regressao total do quadro Tronco (“árvore de Natal”), pescoço e raiz dos membros Diagnóstico: Clinico Diagnósticos diferenciais: Dermatofitose: placa-mãe pode simular tinha corporis (fazer o micológico), Sífilis secundária: roséola (placas eritematosas difusas), porém esta atinge palmas e plantas, está associada a placas mucosas, polimicroadenopatia (fazer o VDRL +), Psoríase Gutata Tratamento: Geralmente não é necessário Prurido: creme de corticóide, anti-histamínico VO, loções hidratantes INFECCOES BACTERIANAS DA PELE Patogenia: Processo cutaneo primario ou uma manifestacao cutanea secundaria a infeccao inical de outros orgao. Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes: maior freqüência Mecanismos de defesa da pele: Integridade (a quebra da barreira da pele) Baixo ph (5,5) da pele Ambiente seco (escassez de água limita crescimento de microorganismos) Colonização por bactérias não patogênicas que compõem a flora normal (S. epidermides): limita o crescimento de S. aureus (há competição do S. epidermides com o S. aureus) Produção de ácidos graxos insaturados (gl sebaceas): atua contra o S. pyogenes – tem atividades antimicrobianas Estado imunológico do hospedeiro: imunidade humoral e celular Agente infeccioso: Virulência da cepa: Dependedo potencial invasico da bacteria e da producao de toxinas (exotoxinas: liberadas pelas bactérias / endotoxinas: parte integrante da parede bacteriana, liberadas após ruptura da bactéria - ex: exotoxina esfoliativa do S. Aureus que causa doencas bolhosas) • IMPETIGO Infecção piogênica superficial (produz pus) Comum em criancas Contagiosa: disseminacao entre contatos. 2 formas: bolhoso (S. Aureus) e não bolhoso (70% - S. pyongenes* e S. aureus) Impetigo estreptococico: Favorecido por solucoes de continuidade (feridas) por picadas de inseto, escoriacoes ou outros traumar. Impetigo estafiloco: Inicialmente ocorre uma colonizacao da mucosa nasal e a partir dessa contaminacao e que ocorre a infeccao da pele. Não há necessidade de solucao de continuidade. 1. IMPETIGO NÃO BOLHOSO Quadro Clinico: Inicio – Macula Eritematosa que evolui rapidamente para vesicula e/ou bolha purulentas, superficiais, de paredes finas e efemeras Pelo dessecamento formam crostas espessas de colocarao amarelada (meliceria) Pode lembrar queimadura de cigarro Localizacao: em torno do nariz, da bola e nas pernas e bracos (extremidades) Pode ocorrer linfadenoparia regional Sintomas gerais normalmente estao ausentes 2. IMPETIGO BOLHOSO Vesiculas que rapidamente se transformam em bolhas grandes que sofrem pustulizacao Depois essas lesoes rompem e as crostas resultantes costumam ser finas e acastanhadas e as vezes tem aspecto circinados. Bolhas rompes > formam areas erosasas > circundadas por restos de bolha e crostas na periferia das lesoes (aspecto circinado) Ocorre mais em neonatos e criancas Localização preferencial são a face, períneo, as nadegas e as extremidades. IMPETIGO - Diagnostico: clinico Pode ser feito exame bacterioscopico e culturas para identificacao do agente Diagnóstico diferencial: IMPETIGO - Tratamento: I. Tópico: ▪ Limpeza e remoção das crostas com agua e sabao 2-3x ao dia ▪ Antisséptico (agua boricada / permanganato de potassio) ▪ ATB tópico – Mupirocina, Acido Fusidico, Associacao de Neomicina e Bacitracina em cremes e pomadas 2-3x ao dia II. Sistêmico: lesões disseminadas ▪ Cefalexina ▪ Eritromicina (pacientes alergicos a penicilina) ▪ Penicilina ▪ Oxacilina Evolução: Os casos não complicados se curam sem deixar sequelas Complicação mais grave (causados pelo S. pyogenes): glomerulonefrite difusa aguda pos-estreptococcica (rapida deterioracao da funcao renal) • SINDROME ESTAFILOCOCICA DA PELE ESCALDADA Causada pelas exotoxinas esfoliativas A e B do S. Aureus Causam uma doenca bolhosa superficial Acomete recem nascidos, criancas e raramente adultos ``O Impetigo bolhoso e a forma amenizada e localizada da doenca`` Foco: Faringites, conjuntivies de otites por Staphylococus Alguns dias depois devido a producao da exotoxina sugem no paciente febre e eritema difuso, sobre o qual se formam grandes bolhas flacidas Essas bolhas se rompem originando grandes areas erosadas consequentes a epiderme destacada (da o aspecto semelhante de um grande queimado) Sinal de Nikolsky presente: Pressao na pele normal próxima a lesão e isso induz ao descolamento epidérmico na regiao proxima da bolha. Diagnostico: Exame fisico Isolamento do S. aureus produtor da toxina esfoliativa em foco infecciosos a distancia Biopsia de pele > Histopatologico: clivagem (formacao da bolha) ocorre na parte alta da epiderme, ao nivel da camada granulosa Diagnostico Diferencial: Necrolise epidermica toxica (NET) > tambem forma bolhas extensas na pele porem e secundaria a medicamentos Histopatologia: clivagem subepidermica Tratemento: Hospitalizacao e correcao hidroeletrolitica Oxacilina EV (recem nascido – 50a100 mg/kg/dia adultos – 100a200 mg/kg/dia) Adm a cada 4-6hrs Prognostico nas criancas e bom. • ECTIMA Causa: Streptococcus pyogenes Existem formas que no decorrer da lesao pode ocorrer contaminacao por S. aureus Acomete mais crianças Frequentemente e decorrente de um impetigo inadequadamente tratado Cocagem e ma higiene favorecem evolucao mais prolongada Quadro Clínico: Lesao inicial: pustula que se aprofunda na pele Forma um halo eritematoso em volta da lesao Ao romper origina uma ulceracao que fica recoberta por crosta espessa e aderente Pode deixar cicatriz Pode apresentar uma lesao ou varias Localizacao preferencial: pernas Tratamento: = Impetigo Complicacoes: = Impetigo streptococico – glomerulonefrite • FOLICULITE Piodermites que se iniciam no foliculo piloso (=pelo) Agente etiológico: Staphylococcus aureus Forma superficial ou profunda. 1. FORMA SUPERFICIAL – Folicuite, ostiofoliculite ou impetigo de bockhart Pequena pustula localizada no ostio folicular > ao romper > formacao de crosta Não destroi o foliculo piloso e o pelo fica preservado após a resolucao Criancas – couro cabeludo Adulto – coxas e gluteos * E favorecida pelo habito de depilacao por cera ou laminas 2. FORMA PROFUNDA I. Sicose da barba Pústulas foliculares isoladas ou confluentes formando placas infiltradas Podem evoluir para cronicidades que se se não adequadamente tratadas Diagnóstico diferencial: tinha de Barba (sicose tricofítica) - exame micológico e bacterioscópico II. Hordéolo ou tercol: Quando o S. aureus comete a região ciliar e as glândulas de Meibomius, causando edema e eritema palpebral Mais frequente em pacientes com blefarite (manifestação da DS – leva descamacao e prurido nos cilios) Nodulo eritematoso e doloroso nas palpebras FOLICULITE - Tratamento: I. Foliculites superficiais ▪ Sabonetes antissepticos ▪ ATB topicos: Mupirocina, Acido fusidico e Retapamulinada II. Foliculite da barba (profundas) ▪ Mupirocina topica ▪ Cefalexina oral. 500mg/dia - 14 dias • FURUNCULO E CARBUNCULO Furúnculo: Infecção estafilocócica do folículo piloso e glândula sebácea anexa Carbúnculo ou antraz: Conjunto de furúnculos Obs: Carbúnculo: denominação mundial para o quadro Antraz: infecção aguda profissional pelo bacilo anthracis. Leva a uma infeccao aguda profissional em trabalhadores que lidam com gados. Após um trauma em uma area descoberta, forma uma pústula maligna > septicemia (grave) 1. FURUNCULO Início: pústula folicular ou nódulo eritematoso com aumento da temperatura local e dor Evolui com uma flutuacao, ruptura e eliminacao de um tecido necrosado (carnicao) Locais mais acometidos (áreas pilosas sujeitas a fricção): axilas, coxas e nádegas 2. FURUNCULOSE Ocorre quando há multiplas lesoes ilosadas de furunculo ou recidivas frequentes. Nromalmente solicitamos exames laboratoriais e geralmente não há disturbios predisponentes, excepcionalmente encontramos doencas de base como DM, doencas hematologicas, subnutrição e imunodepressão A presença de estafilococos nas fossas nasais e frequente em casos de furunculose, mas não em casos de furúnculos isolados. 3. CARBUNCULO Formado por furúnculos que acometem folículos pilosos contíguos Ao confluírem formam placa eritematosa, dolorosa, com aumento de temperatura Posteriormente apresenta múltiplos pontos de drenagem de pus FURUNCULO, FURUCNULOSE E CARBUNCULO - Diagnostico: clinico Quando necessario, faz-se exame bacteriologico e antibiograma FURUNCULO, FURUCNULOSE E CARBUNCULO - Tratamento: I. Furunculo: ▪ Inicio: compressas mornas ▪ ATB Sistemico: Cefalexina (500mg/dia - 10 dias), Amoxicilina/Clavulanato ou Macrolideos para alergicos a penicilina ▪ Ao surgir flutuação do abcesso a drenagem e indicada, com espremedura moderada para eliminação do carnicão II. Furunculose recidivante: ▪ Cuidados higiênicos ▪ Uso de sabonetes com triclosano ou outro antisseptico ▪ Afastar doença de base que predispõe ao quadro (exames laboratoriais) ▪ Aplicação de ATB tópico nas narinas (habitat frequentede estafilococos) III. Carbunculo ▪ Drenagem da lesao ▪ ATB sistemico • ERISIPELA E CELULITE: 1. ERISIPELA Infecção estreptocócica beta hemoliticos do grupo A que atinge derme e pode ter comprometimento de vasos linfaticos Quadro clínico: Eritema, edema, dor e aumento da temperatura local Febre, dinamia, queda do estado geral O eritema é mais vivo (pois acomete a derme – mais superficial) e a borda mais bem delimitada Locais mais afetados: MMII (geralmente unilateral) e a face Solução de continuidade na pele e uma porta de entrada para a infecção: . Micoses interdigitais > erisipela em MI . Traumas, ferimentos, dermatite seborreica > erisipela de face (mais freqüente *apresenta uma nitida delimitacao entre a pele saudavel e a pele acometida > bordas deliminadas pois a infeccao e mais superficial. *erisipela bolhosa Complicações: Em pacientes obesos, com estase venosa (insuficiencia vascula periferica), diabéticos pode ocorrer recorrências e comprometimento dos vasos linfaticos, e após cada uma delas permanece um certo grau de edema duro (linfedema) O linfedema pode levar a elefantíase nostra (caso extremo): Esse processo é exuberante a pele se torna verrucosa e com aspecto musgoso 2. CELULITE Causada por estreptococos e estafilococos, em criancas e comum o hemophuluz influenza. O acometimento e mais profundo (hipoderme) Quadro clinico: Semelhante a erisipela, porém mais profundo, atinge fundamentalmente a hipoderme (o tecido subcutâneo) Por isso o eritema e menos vivo, bordas mal delimitadas Etiologia: Estreptococos e estafilococos / Hemophilus influenzae: causa celulite facial na infância Solução de continuidade na pele > porta de entrada para a infecção Trauma, sinusite, otite em crianças: celulite de face, pre septal (comprometimento dos tecidos palpebrais que são anteriores aos septos orbitários – olho não e acometido) e orbitaria (ultrapassa o septo orbitario – mais grave) > Mais comum nas criancas *furúnculo não tratado que causou uma celulite na coxa (eritema menos vivo, bordas mal delimitadas - pois acometimento e mais profundo = subcutaneo) *celulite orbitaria – mais freq nas crianças e pode ter como complicacao a trombose septica do seio cavernoso. Diagnostico: Clínico Exames laboratoriais: pct com febre, queda do estado geral Hemograma: leucocitose com desvio a esquerda Em casos resistente, e necessário identificação da bactéria – Cultura e antibiograma Tratamento I. Erisipela: ▪ Repouso e elevação dos membros ▪ Compressão fria, desbridamento (erisipela bolhosa) ▪ Internacao: casos com comorbidades ▪ ATB SISTEMICO: Penicilina cristalina EV (3 milhões de U, 4/4h), Penicilina G procaína IM (400.000 a 600.000 U, 12/12h), Cefalexina VO, 500mg, 6/6h >> adm 10-14 dias ▪ Profilaxia para evitar recidivas de erisipela: Penicilina Benzetatina – 1.200.000U, IM, 3/3 semanas por tempo indeterminado II. Celulite ▪ Repouso: elevação dos membros ▪ Analgesia ▪ ATB SISTEMICO: Casos intensos ou localizados na face. Considerar possibilidades etiológicas na escolha Suspeita de estreptococo: = erisipela Suspeita de estafilocóco : Oxacilina (100 a 150mg/kg/dia, EV, 4/4h), Cefalotina: 100 a 150mg/kg/dia, EV, 4/4h ou de 6/6h – pega estafilo e estrepto ▪ Crianças < 5 anos: celulite orbitária e pré-septal não relacionada a trauma (Haemophilus Influenzae): Ampiclina ou Ceftriaxone, EV • ERITRASMA Infecção monótona, crônica, sem sinais flogísticos Agente etiológico: Corynebacterium minutissimum (bastonete Gram +): produz porfirinas Acomete regiões intertriginosas (de dobras) – muito comum na axila, também pode acontecer na virilha, nos dedos dos pés Quadro clínico: Manchas avermelhadas, rosadas ou acastanhadas, com descamação fina, bem delimitadas Principalmente axilas, regiões inguinais e espacos interdigitais dos pes. Diagnóstico: Lâmpada de Wood: Fluorescência vermelho-coral característica (porfirina) > confirma eritrasma Exame bacterioscópico (coradadas pelo Gram): Cocobacilos Gram-positivos (Corynebacterium minutissimum isolados ou associado a fungos dermatófitos e Candida spp) Diagnóstico diferencial: Intertrigo candidiásico (placas eritematosas com cobertura esbranquicada, com lesoes satelites) Tinha cruris (placas eritemato descamativas com bordas circinadas) Dermatite seborreica (deve-se pesquisar em outras areas do corpo tambem) Tratamento I. Tópico: ▪ Eritromicina a 2% ▪ Clindamicina a 2% ▪ Cremes imidazólicos antifungicos (pode ter contaminacao) ▪ Substancias queratoliticas (acido salicílico a 2%) II. Sistêmico (formas extensas ou que não responderam ao tto topico isolado): ▪ Eritromicina 1g/dia, VO, 5 a 7 dias • TRICOMICOSE AXILAR: Agente etiológico: Corynebacterium tenuis Acomete pelos: das regiões axilar e pubiana Pelos ficam opacos envoltos por concreções pulverulentas: Amareladas (tricomicose flava), vermelha (tricomisoe rubra), pretas (tricomicose nigra) Assintomática Frequentemente associada a bromidrose (odor desagradável, intenso, resultante da decomposição do suor por bactérias) Diagnóstico: Exame bacterioscópico (Gram) Tratamento: Raspagem dos pelos Aplicação de álcool iodado a 1% ATB topico • QUERATOLISE PLANTAR SULCADA Acomete região plantar Etiologia: diferentes especies de bacterias > Sreptomyces, COrynebacterium, Dermatophilus congolensis. Fator predisponente: Hiperidrose, umidade excessiva (atletas, trabalhadores que usam botas de borracha) Quadro clínico: Múltiplas erosões arredondadas superficiais da camada córnea (aspecto crateriforme) na região plantar Assintomáticas, bilaterais Diagnóstico: Clínico Pode ser confirmado por bacterioscopia (Gram) Tratamento: Antibióticos tópicos: eritromicina ou clindamicina, 2x/dia até regressão do quadro Loção anti-perspirantes CANCER DE PELE • CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) - epitelioma basocelular ou basolioma Neoplasia mais comum (65%) e de melhor prognóstico Origina-se de células semelhantes às células da camada basal da epiderme, e também de diferentes partes do folículo piloso São células epiteliais imaturas pluripotenciais que perderam a sua capacidade de diferenciação normal Cresce lentamente e praticamente não produz metástases (taxa estimada de 0,025%) Possui malignidade local, podendo invadir e destruir tecidos adjacentes Ocorre geralmente em indivíduos acima de 40 anos Classificação de Fitzpatrick: Fatores predisponentes: Exposição à luz solar Pele clara (é raro em negros) Outras causas: irradiação radioterápica e absorção de compostos de arsênico (substância utilizada na indústria, capaz de contaminar a água em determinadas regiões (Argentina e India) - arsenicismo Localização preferencial: dois terços superiores da face (acima de uma linha passando pelos lóbulos das orelhas e comissuras labiais) Quadro Clinico 1. NODULOS ULCERATIVOS Tipo mais comum Início: pápula rósea, perolada (perlácea), que cresce progressivamente a nódulo Com posterior ulceração central (deficiencia do suprimento sanguineo), recoberta por crosta que se retirada sangra. Pode ter finas telangiectasias na superfície 2. TEREBRANTE Invasao com profundidade, lesao ulcerada destrutiva 3. VEGETANTE Proliferacao central e exofitico 4. PLANO CICATRICIAL Extensao em superficie (plana) com cicatrizacao central 5. ESCLEROSANTE OU ESCLERODERMIFORME Placa branca amarelada, esclerocitica, dura, lisa com bordas definidas. Invade planos profundos e se não for tratada corretamente apresenta recidivas frequentes 6. SUPERFICIAL Placa eritematoescamosas, lembra psoariase e dermatite seborreica. Diagnostico e feito atraves de biopsia cutanea 7. PIGMENTADO Nodulo ulcerativo com pigmentacao melanica – Deve ser diferenciadode melanoma (atraves da clinica) CBC - Diagnóstico: Clínico, com confirmação histopatológica (biopsia da pele) Diagnóstico diferencial (em funcao do tipo clinico): nódulo-ulcerativo ≠ carcinoma espinocelular CBC - Tratamento: Depente: Tamanho, Localizacao, Profundidade do Tumor I. Curetagem e eletrocoagulação: tamanho - até 1,5 cm > envio para exame HP II. Excisão e sutura: tamanho - maior que 1,5 cm (margem de segurança: 0,5 cm) > envio para exame HP III. Criocirurgia (nitrogênio líquido - congelamento da lesao que induz uma RI e com isso uma lesao tecidual): profundidade - CBC superficial/CBC nódulo-ulcerativo: deverá ser feita curetagem prévia. IV. Imiquimode (creme a 5%): profundidade - CBC superficial (5dias/semana por ate 6 semanas) V. Cirurgia micrografica de Mohs: Formas de CBC recidivantes e CBC esclerodermiforme Permite controle microscópico completo do tecido removido. E um exame microscopico de congelacao, dando maxima seguranca quanto a retirada completa e preservacao do tecido normal OBS: MAIOR CHANCE DE RECIDIVAR: Lesoes localizadas nas fendas naturais da pele – Sulco nasogeniano, prega pre auricular, regioes oculares – Zona H da face CBCs esclerodermiformes OBS: CBC metastatico ou recidivante localmente - Nos pacientes que já foi realizada a cirurgia e esta fora do alcance o tto terapeutico, e tambem já foi tentado radioterapia e não teve resposta recomenda-se o uso de Vismodegib (uso oral, $$$$, inativa os fatores de transcicao impedindo a expressao dos genes favorecedores do tumor) CBC - Prognóstico: Excelente com os vários tipos de tratamento: CBC geralmente não dá metástases e a recidiva quando ocorre é local CBC de longa duração não tratados ou incorretamente tratados, pode ocorrer invasão local - prognóstico reservado • CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) - carcinoma epidermoide Surge a partir de uma proliferação atípica de células da camada espinhosa (malphigiana) da epiderme Tumor maligno de caráter invasor, podendo gerar metástases Representa 15% das neoplasias epiteliais malignas Ocorre geralmente após os 50 anos Mais comum no sexo masculino (mais exposicao a agentes cancerigenos – sol e fumo) Pele clara – maior predisposicao Fatores desencadeantes Irradiação solar Fumo Arsênico Fatores imunológicos: ocorrência maior em imunodeprimidos (ex.: transplantados renais) Infecções virais (HPV 6, 11 e 16) associadas à depressões imunológicas Quadro Clinico Inicialmente: surge na pele área queratósica (espessamento da camada corena) infiltrada > acaba ficando dura e se transformando em um nódulo. A lesão pode aumentar e ulcerar. Evolução: ulceração com infiltração na borda, torna-se vegetante ou queratosica. Localizações mais comuns: Lábio inferior, mucosa bucal, face, dorso das mãos, genitália externa, orelhas OBS Pode ocorrer em pele normal, mas frequentemente tem origem em: Queratose actinica (solar) Radiodermite cronica – lesoes causadas pelo uso de radioterapia Ulceras cronicas Cicatrizes de queimaduras Xerodermia pigmentoso - doenca hereditaria com sensibilidade anormal a luz solar. Lábio inferior e mucosa oral – O CEC pode originar-se de: Area de leucoplasia, Queilite actínica, Irritações crônicas pelo fumo, Dentes defeituosos, Prótese dentárias Genitália externa - eritroplasia de Queyrat (CEC in situ) - localizada na glande: placa eritematosa infiltrada Se não for tratado pode virar Carcinoma espinocelular. CEC em ulcera angiodermica cronica (úlcera de Marjolin) Na borda da ulcera e na brida da cicatriz comeca a surgir lesoes vegetantes e sangrantes. Metastases: Podem ocorrer após meses ou anos São mais frequentes e precoces nos: CEC das mucosas CEC do dorso das mão CEC em cicatriz de queimaduras Diagnóstico: Deve sempre ser confirmado com exame hisopatológico Diagnóstico diferencial: Qeratoses actínicas e carcinoma basocelular Tratamento I. Curetagem e eletrocoagulação: tamanho - menores de 1 cm II. Criocirurgia (nitrogênio líquido): tamanho - menores de 1 cm (curetagem previa) III. Excisão e sutura: tamanho - maiores de 1 cm (margem de segurança: 0,5 cm) IV. Exérese ampla: tamanho: lesões extensas (ou de longa duração) metástase: sem metastases nos linfonodos metástase: com metastases nos linfonodos - é necessário a linfadenectomia e radioterapia complementar V. Quimioterapia: CECs avançados, não passíveis de tratamento cirúrgico ou radioterápico. Quimioterápicos mais empregados: cisplatina, metotrexato, ciclofosfamida, 5-fluoracil e bleomicina Prognóstico: Favorável em casos recentes e adequadamente tratados Reservado em casos de longa duração ou metástases • MELANOMA - melanoma maligno Neoplasia decorrente da transformação atípica de melanócitos (camada basal da epiderme) 3 a 4% dos tumores malignos de pele Forma mais grave de CA pele - elevada taxa de morbidade e mortalidade (é a principal causa de morte devido a doença cutânea) Incidência está aumentando mundialmente: +- 160mil novos casos/ano 48 mil mortes. A mais alta reportada foi em Queensland, Australia: Sol + pacientes com pele clara. Brasil: Maior incidencia ocorre em Santa Catarina e Rio grande do sul Faixa etária: Adultos jovens 20 a 50 anos Nevos Melanociticos: Lesoes benignas originados da proliferacao de cels derivadas dos melanocitos, conhecidas como celulas nevicas, dispostas em agregados ou ninhos em diversos niveis da pele. Classificacao: Quando a epoca de surgumento adquiridos e congenitos Quanto ao aspecto clinico comuns (homogeneo, bordas regulares, simetricos, da mesma cor) e atipicos (displasicos) Fatores de risco: Radiacao ultravioleta: exposicao solar cumulativa e frequencia de queimaduras solares Fenotipo: caucasianos (pele clara, cabelos louros ou ruivos, olhos azuis ou efelides) Lesoes precursoras: a maioria dos melanomas surgem em pele normal, sem lesao (surgimento de novo), porem ocasionalmente pode desenvolver a partir de nevos atipicos e nevos congenitos. Historia familiar de melanoma Historia pessoal de melanoma Imunossupressao Formas clinicopatologicas De acordo com suas caracteristicas clinicas e histologicas e modo de progressao tumoral, os melanomas são classificados em 3 tipos 1. EXTENSIVO SUPERFICIAL Tipo mais comum (70%) E a forma que mais frequente se associa a lesoes nevicas pre existentes Localizacao mais comum: Trondo (dorso) nos homens, MMII nas mulheres. Fase de crescimento horizontal (epiderme) longa e tardiamente pode ocorrer o crescimento vertical (derme) e posteriormente surgir Macula ou maculo-papula com mistura de cores (desde preto a castanho, com areas azuladas, esbranquicadas, acizentadas e ate vermelhas), bordas irregulares. >>>>>> 2. NODULAR Representa 15% dos melanomas Tem um crescimento rapido, no sentido vertical (derme) > Pior prognostico Nodulo de cor negro-azulada ou com manchas acastanhadas Localizacao mais frequentes: tronco, cabeca e pescoco. 3. LETIGINOSO ACRAL (extremidades) Incidência relativa entre os melanomas (10%) E a forma de melanoma mais comum em negros e asiáticos Raro em indivíduos brancos. Localização: Regiões palmo plantares, falanges terminais (periungueais e subungueais) Apresenta um fase de crescimento horizontal seguida da fase de crescimeno vertical, com grande potencial de metastatizacao. Exame Fisico: O melanoma pode surgir em pele normal ou a partir de nevos melanociticos Em relação ao nevos que se alteram deve-se considerar sinais que indicam provável transformação maligna A suspeita clínica inicial deve-se basear na regra do ABCDE: A – assimetria B - bordas irregulares C - coloração variável (mais de uma cor) D - diâmetro maior que 6 mm E - evolução da lesão Prurido e sangramento: são manifestacoes precoces que apontam para degeneracaomaligna Dermatoscopia: lente de aumento (10 vezes) - observação de padroes de pigmentacao e morfologia Aumenta a acurácia diagnóstica e permite o auxilio do diag precoce Porem o diagnostico de certeza e feita pelo exame histopatologico Exame histopatológico: Deve ser realizado em toda lesão suspeita de melanoma para confirmação do diagnóstico Melanócitos atípicos dispostos isoladamente ou agrupados na camada basal e camadas superiores da epiderme, invasão da derme Biópsia excisional: a lesão suspeita deve ser excisada por completo, com margem de 2 mm. Biópsia incisional (parcial): feita nos casos em que a excisão completa da lesão é inexeqüível devido ao tamanho ou localização Indice de Breslow: mede a espessura do tumor - distância em milímetros que vai da camada granulosa na epiderme até a porção mais profunda do tumor Fator mais importante para classificacao do melanoma, a conduta terapeutica, o risco de recidiva e o prognostico Evolucao: Neoplasia com elevada capacidade de gerar metastases precocemente. As metastases podem ser: locais (satelitose: ate 2cm do tumor primario) regionais (linfonodos) sistemicas (disseminacao hematogenica): podem atingir a propria pele, subcutaneo ou visceras como pulmao, cerebro, figado, ossos, TGI. Exames clinicos e complementares: Cuidados avalicao de linfonodos na palpacao USG de areas linfonodais superficias Rx torax USG abdominal TC, RNM, PET scan. Estadiamento American Join Comittee on Cancer: I e II Doença localizada III Metastase em linfonodos regionais IV Metástase a distância Tratamento do tumor primário: Excisão cirúrgica com margem de segurança adequada Na profundidade, a exérese deve incluir toda a hipoderme As margens de segurança de acordo com a espessura do tumor Dimensões - Espessura Margens cirúrgicas Melanoma in situ 0,5 – 0,5 cm ≤ 1,0 mm 1 cm 1,01 – 2,0 mm 1 – 2 cm > 2,0 mm 2 cm I. Melanoma primário (estádios I e II): Ressecção com ampliação de margens II. Estádio II: + Terapia adjuvante com interferon alfa-2b III. Melanoma com metástase regional (estádio III): Existem 2 tipos de metástase regional: # Macro metástases: clinicamente aparentes > linfadenectomia regional eletiva # Micro metástases: clinicamente indetectáveis > pesquisa do linfonodo sentinela Consiste na identificação de um ou mais linfonodos comprometidos, pela injeção de um corante vital e tecnecio radioativo no local da lesão cutânea primária. Por incisão, são identificados os linfonodos corados em conjunto com a deteccao de radiaca por contador manual de raios gama. São retirados para exame histopatologico) Terapias adjuvantes: Interferon alfa-2b e radioterapia IV. Melanoma metastático à distância (estádio IV): Ate recentemente as opcoes eram limitadas, pouco eficazes e com efeitos colaterais. Incluiam a quimioterapia com Dacarbazina e a IL-2 em altas doses. A escolha da terapia atual depende de genotipagem e da resposta a tto previos. > Deve ser realizada a genotipagem para o gene BRAF V. Terapia -alvo molecular: Imunoterapia: Seguimento: O fato desses pacientes apresentarem um risco elevado de desenvolvimento de um segundo melanoma justifica um seguimento periódico Esclarecer o pct da necessidade de retorno imediato caso observe alguma lesao suspeita ou aumento de linfonodos regionais. Avaliacao clinica e exame fisico: A cada 4 meses nos dois primeiros anos. Após, a cada 6 meses por 3 anos seguintes. Anualmente por tempo indefinido. Raio X de torax, USG abdominal, dosagem DHL e FA – A cada 6 meses nos primeiros 2 anos. Após esse periodo, anualmente.
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