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1 Semana: Escola e Cultura
Texto- base: A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA NA IDADE ANTIGA E MÉDIA
Introdução
A educação da criança sempre foi definida pelas expectativas dos adultos e para atender aos interesses, em diferentes épocas, de diversos povos. Contudo, inicialmente, negada às classes menos favorecidas.
No mundo antigo, a educação é diferenciada por papéis, funções sociais e pela tradição, enfim, é uma formação dividida por classes. Segundo Cambi (1999, p. 51) a educação revelava a imagem de uma sociedade nitidamente separada em dominantes e dominados, grupos sociais governantes e grupos subalternos.
A educação tinha como centro a família. Tanto na antiguidade como na medievalidade, a família era o primeiro lugar de socialização da criança “[...] é o primeiro regulador da identidade física, psicológica e cultural do indivíduo e age sobre ele por meio de uma fortíssima ação ideológica [...]” (CAMBI, 1999, p. 80).
Esparta e Atenas
Na antiguidade observa-se a emergência de dois tipos diferenciados de educação que surgiram em dois modelos opostos, a pólis de Esparta e a de Atenas. Enquanto Esparta se deteve na fase guerreira e autoritária, Atenas chegou a um estágio de maior reconhecimento quanto a um tipo de educação formal, que se pautava na vida política democrática. 
Na sociedade espartana a educação era voltada para as virtudes guerreiras, dessa forma, aos sete anos de idade a criança ficava em poder do Estado “[...] o espartano vivia permanentemente com a espada em punho; uma educação de tipo militar que defendia a obtenção da força e da coragem.
 A instrução para os espartanos se dava em um contexto peculiar que não focava a leitura e a alfabetização, observa-se que poucos nobres sabiam ler e contar. A valoração e o direcionamento dirigiam-se para a guerra.
Cambi (1999, p. 83) informa que Esparta, ao entrar em conflito com Atenas, na longa Guerra de Peloponeso (451-404 a.c), saiu enfraquecida e entrou em rápido declínio. Ainda que derrotada, Esparta manteve seus próprios costumes e ideais, mas, aos poucos, foi superada pela nova civilização, baseada no intercâmbio e na escrita.
Atenas
O reconhecimento da cultura ateniense tem seu início por meio da obra de Sólon. “... Sólon deu a Atenas uma constituição do tipo democrático: libertou os camponeses; instituiu o tribunal do povo; criou o Conselho dos Quatrocentos [...]” (CAMBI, 1999, p. 83).
O Estado, em Atenas, regulamentava o tipo de educação que a criança deveria receber a educação no seio da família e nas escolas particulares.
Assim, a educação deveria formar as crianças para serem futuros governantes e imprimir neles, o amor à pátria, às instituições e aos deuses. De uma cultura de guerreiros a educação ateniense passou para uma cultura de escritas.
A sociedade de Atenas protestava por uma educação menos rígida, mais alegre e humana. Adentrava-se assim no limiar da grande descoberta educativa ateniense, e também de toda a cultura grega: a paidéia que, da época dos sofistas, mestres em retórica, torna-se a noção-base da tradição pedagógica antiga.
Paideia (παιδεία) é um termo do grego antigo, empregado para sintetizar a noção de educação na sociedade grega clássica. Inicialmente, a palavra (derivada de paidos (pedós) - criança) significava simplesmente "criação dos meninos", ou seja, referia-se à educação familiar, os bons modos e princípios morais. Será na mesma Grécia que se inicia um modelo de educação com um sentido relativamente semelhante ao que se utiliza hoje.
Assim, em em meio à sociedade ateniense, "paideia" passa a se referir a um processo de educação no qual os estudantes eram submetidos a um programa que procurava atender a todos os aspectos da vida do homem. Entre as matérias abordadas estavam a geografia, história natural, gramática, matemática, retórica, filosofia, música e ginástica.
https://www.infoescola.com/educacao/paideia/
A pedagogia, com a noção de humanitas, passa a exercer um papel de núcleo central da cultura, como sua síntese viva e pessoal, mas também na formação do homem, que agora, na própria Roma, sente-se antes de tudo sujeito humano, portador de humanidade universal.
Roma
Segundo Cambi (1999, p. 105), Roma teve como texto-base da educação as Doze Tábuas, escrito em bronze e exposto, publicamente no fórum no ano de em 451 a.C. Nela destacava-se o valor da tradição que compreende o espírito, os costumes, a disciplina dos pais.
Na Roma arcaica a educação teve caráter prático, familiar e civil. Na vida familiar o papel central era do pai, responsável por formar o civis romanus.
Em Roma, é a mãe quem educa seu filho, ela seria responsável pelo crescimento físico e moral da criança desde a nutrição à criação, à instrução, ao sustento. Marrou (1971, p. 362) explica que a educação da criança caberia à mãe até aos sete anos de idade, após a educação seria exclusividade do pai, por ele ser considerado o verdadeiro educador. Acrescenta, ainda, que, enquanto existirem mestres, a ação destes será sempre considerada semelhante à autoridade paterna.
Ao longo do século V, a vida e a cultura em Roma transformaram-se radicalmente, como conseqüência, Roma adotou as formas e os métodos da educação helenística. “[...] Até o estilo de vida acabou helenizando-se: o grego torna-se a língua dos letrados, os debates culturais deram vida a círculos e grupos [...]” (CAMBI, 1999, p. 107).
A mudança não ocorreu de maneira pacifica, especialmente para grupos sociais mais conservadores que reconheceram como ataque à ordem da sociedade e do Estados romanos.
O ideal de paidéia Grega, de formação humana pela cultura chega à cultura pedagógica romana. “[...] Tratava-se não de educação nacional, local, mas de ensino de tipo universal, humanístico, diríamos hoje, baseado em cultura alheia superior, a servir de inspiração. Conservaram-se ainda algumas das qualidades da antiga educação romana, mas em geral predomina espírito mais liberal, dentro, sempre, da estrutura do Estado” (LUZURIAGA, 1984, p. 62).
A “escola primária” em Roma
Destinada a oferecer alfabetização primária: ler, escrever e, calcular, a escola primária funcionava em locais alugados ou na casa dos ricos; as crianças chegavam até ao local acompanhadas do paedagogus.
Para chegar até a escola, as crianças romanas se faziam acompanhar por um escravo, designado, segundo a terminologia grega, por Paedagogus. Este seria responsável pela educação moral da criança. O Paedagogus conduzia o seu pequeno senhor à escola, designada por ludus litterarius, e aí permanecia até ao final da lição. O ensino era coletivo, as meninas também frequentavam a escola primária.
Percebemos uma escola em tempo integral, a pedagogia romana seguia métodos passivos como a memória e a imitação que são qualidades entre as crianças.
Para Quintiliano, a educação começava na primeira infância, no seio da família e, narra que nesta educação doméstica é preciso ter cuidado com o ambiente que rodeia a criança.
A pedagogia romana foi também marcada por reprimendas, castigos, pancadas. Marrou (1971, p. 420) informa que estender a mão à palmatória, manum ferulae subducere significa estudar. O mestre apóia sua autoridade na arma chamada de palmatória.
Uma educação mais amena ia surgindo, foram introduzidas novas práticas de ensino com menos violência. Os moralistas, em nome da antiga educação e a favor da férula, protestavam “[...] Nunc pueri in scolis ludunt, “agora as crianças estudam brincando!”exclama, desde o tempo de Nero, o satírico Petrônio (MARROU, 1971, p. 422).
A educação da criança medieval
De acordo com a historiografia, o período medieval compreendido entre aproximadamente 476, ano do fim do Império Romano do Ocidente, e 1492, ano da descoberta da América, é caracterizado por uma nova organização da sociedade, estruturada em torno do feudo.
A educação se desenvolve concomitamente com a forma de ser da Igreja. Sendo assim, as influências dos fatores culturais e sociais implicam na orientação da educação.
A sociedade e o homem medieval são produtos da mentalidade cristã e com uma divisão bem clara de classes, existiam“[...] monges que se dedicavam ao culto e ao estudo de um lado, e do outro, os escravos, os servos e os conversos, destinados ao trabalho” (PONCE, 1981, p. 91).
No período feudal, a criança, mais especificamente o menino, ficava na casa paterna até completar sete anos, depois, passava a viver com um nobre que lhe ensinava as artes da guerra a as maneiras da paz.
Já as filhas dos nobres eram educadas também no início da vida, na casa materna, porém posteriormente passavam a viver em casa de família estranha. Naquela sociedade a menina aprendia a tarefas domésticas, tecer e fiar. Assim ficavam recolhidas até a época do matrimônio.
A partir do século IV, começa a aparecer um tipo de escola cristã, voltada para a vida religiosa e que nada mais possuía de escola antiga “[...] esta escola, porém, de inspiração já totalmente medieval, permanece por longo tempo propriedade de um meio particular e pouco se irradia exteriormente. Trata-se da escola monástica” (MARROU, 1971, p. 502).
Era perceptível a divisão entre o que era instrução para os monges e o que era destinada para a plebe. Por meio de monastérios, considerados como as primeiras escolas medievais e as únicas universidades, a Igreja tomou em suas mãos a instrução pública e dividiu o ensino em duas categorias “[...] umas, destinadas à instrução dos futuros monges, chamadas “escolas para oblatas”, em que se ministrava a instrução religiosa necessária para a época e outras, destinadas à “instrução” da plebe, que eram as verdadeiras “escolas monásticas” (PONCE, 1981, p. 91).
Há que se citar São Basílio de Cesaréia, que, durante seu episcopado, por volta do ano 370, organizou a vida monástica, se preocupou com a educação e acenava para importância da seleção das leituras.
São João Crisóstomo faz também grandes exposição sobre a educação dos filhos e adverte o cuidado que se deve tomar com a educação religiosa e precaução ante as ameaças da castidade, fez menção à educação de crianças, em que ele insiste sobre o dever dos pais quanto à educação cristã dos filhos.
Com o passar dos tempos, as escolas monásticas foram decaindo, a ponto de serem considerados anos obscuros da Idade Média, principalmente os que se referem entre os anos de 600 a 850. Preocupados com a educação, nos séculos VIII e IX, dois grandes monarcas: Carlos Magno em seu império e Alfredo, o Grande, na Inglaterra, pensaram numa escola voltada também para o povo, e uma educação que suprisse as deficiências nas escolas eclesiástica e secular. Essa educação seria palatina e estatal.
Na Idade Média encontramos outro tipo de educação, a cavalheiresca, ainda no período de Carlos Magno. Esse tipo de educação era destinada ao primogênito, deixando na pobreza e sem função social os filhos caçulas. A criança nobre ficava sob os cuidados maternos até aos sete anos, quando completasse a referida idade, poderia desenvolver por meio de iniciações sucessivas sua formação como cavaleiro. Aos quatorze anos era promovido a escudeiro, assim poderia acompanhar o seu cavaleiro às guerras, torneios e caçadas. Aos vinte e um anos era armado cavaleiro. Como podemos perceber a educação, para os jovens nobres, da época medieval, era direcionada para atividades como a caça, o arco, a equitação, o tiro, o xadrez.
O conteúdo da educação de cavaleiro era muito pobre do ponto de vista intelectual. Havia os que não sabiam nem ler e escrever que compensavam com destrezas físicas e corporais. Enfim, a Cavalaria se constituiu como instituição de iniciação com obrigação de formar a criança desde a sua moral até o desenvolvimento de sua identidade espiritual. O cavaleiro deveria reunir qualidades como: valor, honra, fidelidade, proteção, cortesia.
Considerações Finais
No mundo antigo, a educação teve como centro a família. De forma rígida, o pai era o educador, agia severamente e com forte ação ideológica, tendo inclusive direito sobre a vida e a morte da criança. Na cidade de Esparta, a criança, no caso, o menino, ao atingir a idade de sete anos, tinha sua educação voltada para a guerra, sem preocupação com a alfabetização. Em Atenas, a família tinha participação na educação da criança, uma educação voltada ao amor à pátria e aos deuses. De uma instrução guerreira, com Esparta, agora em Atenas, iniciava-se uma instrução voltada para a escrita. Assim, aos poucos, de um ensino de caráter militar passava-se para o ensino das letras. Um ensino menos rígido, mais alegre e humano com a paidéia.
Em Roma, na Antigüidade, o pai tinha o papel central na educação dos filhos, responsável por formar o civis romanus, porém a mãe também tinha o seu papel e participava da educação da criança para formá-la em seus aspectos espiritual e material. A educação da criança, a princípio, era de responsabilidade da mãe até aos sete anos e, a partir desta idade, o pai é quem conduziria a educação, que era de forma rígida e abarcava a moral até os estudos das letras.
Quintiliano coloca a importância da educação da criança desde a tenra idade e aponta a família como responsável pelo início dos ensinamentos. A pedagogia de Roma foi marcada pela sua rigidez, as crianças apanhavam para aprender, elas estendiam a mão à palmatória. Com o passar dos tempos, uma educação mais amena foi surgindo e a brincadeira começou a fazer parte da educação das crianças.
Na época medieval, os monastérios estavam reservados para um pequeno grupo de clérigos (sobretudo do sexo masculino), de todas as idades. Como a religiosidade era intensa na Idade Média, sua educação tinha como princípios ensinar com propriedade, respeitar as singularidades do processo de aprendizagem, incentivar as boas obras, buscar a evolução espiritual contínua e punir com rigor e rapidez os que cometessem infrações. As diretrizes eram muito claras entre os responsáveis pela educação disseminada nos mosteiros do período medieval. As crianças eram educadas entre rezas, brincadeiras e trabalhos, sob a orientação dos pais, dos mestres, e particularmente das mulheres.
Tanto na Antigüidade quanto no período medieval, podemos denotar a preocupação com a educação da criança, porque são mais fáceis de assimilar, de se tornarem dóceis quando ensinadas desde a mais tenra idade.

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