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Trabalho TCC Direito do trabalho previdenciário

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO E DIREITO PREVIDENCIÁRIO
ARTIGO CIENTIFÍCO 
EDILMA ALMEIDA FERREIRA
A CONVENÇÃO QUE REGULAMENTA A JORNADA DA ESCOLTA ARMADA
Curitiba
2020
26
EDILMA ALMEIDA FERREIRA
A CONVENÇÃO QUE REGULAMENTA A JORNADA DA ESCOLTA ARMADA
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do grau de Especialista em Direito e Processo do Trabalho e Especialista em Direito Previdenciário, orientada pela professora Therezinha De Jesus Conde Pinto à Universidade Estácio de Sá.
 
Curitiba
2020
DA CONVENÇÃO QUE REGULAMENTA A JORNADA EM ESCOLTA ARMADA
RESUMO
A negociação coletiva busca adequar as relações trabalhistas à realidade vivida pela empresa, que se modifica diariamente, então, tenta-se harmonizar mesmo que temporariamente os interesses de ambas as partes. No entanto, apesar das inovações trazidas pela reforma trabalhista, que trouxe a prevalência do negociado sobre o legislado não é absoluta devendo observar alguns critérios. Nesse cenário, pretende-se, portanto confrontar a clausula trigésima da Convenção Coletiva dos Trabalhadores em Escolta Armada, que delimita apenas uma jornada mensal de 210 horas, a qual, apesar de realizadas dentro dos ditames das possibilidades previstas na CLT e, guardada as particularidades da função, contraria os limites diários de jornada estabelecidos na Constituição e na Consolidação das Leis de Trabalho.
Palavras-chave: Escolta. Convenção Coletiva. Negociação NEGOCIAÇÃO NÃO ESTÁ IMPLÍCITA NA CONVENÇÃO COLETIVA? QUE TAL VIOLÊNCIA URBANA?. Flexibilização
Sumário	
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5
2. CONCEITO DE SINDICATO ............................................................................................6
3 DOS INSTRUMENTOS NORMATIVOS ........................................................................... 8
3.1 CONCEITO DE CONVENÇÃO COLETIVA DO TRABALHO .................................... 8
3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS APLICÁVEIS AS NORMAS COLETIVAS ............................ 9
3.2.1 Do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana ............................................................ 10
3.2.2 Do Princípio da Proteção .............................................................................................. 12
3.2.3 Do Princípio Da Autonomia Sindical.............................................................................12
3.3 DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA APÓS A LEI 13.467/2017 ........................................14 
4 DA SEGURANÇA PRIVADA NO BRASIL ....................................................................16 
4.1 DA ESCOLTA ARMADA...............................................................................................17 
4.2 DA JORNADA DE TRABALHO NEGOCIADA EM CONVENÇÃO ..........................18
5 DA REGULAMENTACAO COLETIVA DA JORNADA EM ESCOLTA ARMADA ...20
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................22 
REFERÊNCIAS 
1. 
INTRODUÇÃO
A crescente violência urbana que infesta a sociedade brasileira, tem resultado num aumento na modalidade de roubo de cargas, cujo crime não é novo, mais indicadores que serão adiante enumerados, mostram um aumento na prática e áreas de abrangências dessa modalidade delituosa.
Somado ao crescimento das práticas criminosas e a um sistema modal majoritariamente feito por estradas, o país atravessa uma constante e infindável crise política e econômica que resulta na deterioração das rodovias e sucateamento dos órgãos de policiamento rodoviários, que não possuem braços suficientes para garantir a segurança dos transportadores e da própria sociedade em si.
Nesse contexto, a atividade da escolta armada torna-se providencial dentro da segurança privada do Brasil, a qual é regulamentada pela Lei Federal nº 7.102/1983, portarias e decretos que serão oportunamente esmiuçadas.
Em razão das particularidades para desempenho da função, dentro de um sistema modal rodoviário, aonde, aos caminhoneiros, por exemplo, estão regulados por legislação específica, o agente de escolta armada, que acompanham essa forma de transporte sujeitam-se aos limites de jornada estabelecidos na Constituição e na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
Nesse contexto, a negociação coletiva se torna parte essencial para que, por meio de seus instrumentos, pacifique e regule os conflitos existentes entre trabalhadores e empregadores, quanto a jornada desempenhada pelos agentes.
Portanto, a intenção desse trabalho tem por objetivo analisar os parâmetros estabelecidos pela convenção coletiva de trabalho da categoria que, por sua vez, deve ser pautado em alguns princípios que buscam orientar a composição entre os trabalhadores e as empresas de segurança privada e verificar possíveis afrontas aos princípios e legislação em vigor.
Em virtude da complexidade do tema, é imperioso delimitar o tema a apena a cláusula trigésima da convenção coletiva de trabalho que trata da jornada de trabalho dos vigilantes em escolta armada, sem abranger as demais funções e/ou particularidades dessa modalidade de serviço.
1. CONCEITO DE SINDICATO
FAZER UM PARÁGRAFO ANTES DA CITAÇÃO
Valentin Carrion[footnoteRef:1] define sindicato dos empregados da seguinte maneira: É o agrupamento estável de membros de uma profissão, destinado a assegurar a defesa e representação da respectiva profissão para melhorar as condições de trabalho.CITAÇÃO ATE 3 LINHAS , MANTER NO CORPO DO TEXTO MESMO E COM LETRA 12 E NÃO MUDAR O TIPO DE LETRA NO TRABALHO, OU TODO EM ARIAL OU TIMES NEW [1: CARRION, Valentin. Comentários à consolidação das leis do trabalho. p. 423.] 
Assim, sindicato pode ser definido como uma associação de classe que objetiva alcançar mudanças nas relações de trabalho. Segundo o Art. 511 da CLT:
Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.
(...)
Citando ainda Valentin Carrion, quanto ao sindicato patronal, que se destina a conglomerar os empregadores a fim de defender seus interesses, conceitua.
No mesmo sentido, Gleibe Prett[footnoteRef:2]i: [2: PRETTI, Gleibi. CLT comentada e jurisprudência trabalhista. P. 338] 
Sindicato é associação de pessoas físicas ou jurídicas que tem atividades econômicas ou profissionais, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais de seus membros ou da categoria. É uma associação espontânea entre as pessoas. (...). O sindicato é uma pessoa jurídica de direito privado, pois não pode haver interferência no mesmo, como preceitua o Art. 8º, II, da Constituição.
Amauri Mascaro Nascimento[footnoteRef:3], explica que o reconhecimento oficial do sindicalismo se dá a partir de 1871 no cenário mundial: [3: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito Sindical. São Paulo: Saraiva, 1989.
] 
O reconhecimento oficial dos sindicatos, na Inglaterra, deu-se em 1871, com a Lei dos Sindicatos. Floresceu o “tradeunionismo”. Na França, em 1884, com a lei de Waldech-Rosseau, permitindo pessoas da mesma profissão ou deprofissões conexas constituem-se livremente em associações sem autorização do governo, desde que os seus objetivos fossem exclusivamente a defesa dos interesses profissionais e econômicos. Aos sindicatos profissionais foi reconhecida personalidade civil.
No Brasil, a organização sindical, atribuída de liberdade sindical conferida pela Constituição, representa os sujeitos capazes de atuar no Direito coletivo do trabalho, conferindo a competência e as atribuições de cada um para tanto.
O art. 8º, II, da Constituição, que versa sobre o princípio da unicidade sindical, istoé, a existência de uma única organização sindical da categoria profissional ou econômica na mesma base territorial, sendo vedada a existência de outra.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
Por outro lado, o Artigo 513 e 514 da CLT enumeram as prerrogativas e os deveres dos sindicatos:
Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos:
a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida;
b) celebrar contratos coletivos de trabalho;
c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal;
d) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, na estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal;
e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas.
Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de fundar e manter agências de colocação.
Art. 514. São deveres dos sindicatos:
a) colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social;
b) manter serviços de assistência judiciária para os associados;
c) promover a conciliação nos dissídios de trabalho.
d) sempre que possível, e de acordo com as suas possibilidades, manter no seu quadro de pessoal, em convênio com entidades assistenciais ou por conta própria, um assistente social com as atribuições específicas de promover a cooperação operacional na empresa e a integração profissional na Classe.
Parágrafo único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, o dever de:
a) promover a fundação de cooperativas de consumo e de crédito;
b) fundar e manter escolas da alfabetização e pré-vocacionais.
Portanto, tem-se que o sindicato atua em prol dos trabalhadores empregadores, sem influência do Estado, porém, reconhecida por este como representante legal de uma categoria.
2. DOS INSTRUMENTOS NORMATIVOS
Os instrumentos normativos negociados, nada mais são que a instrumentalização da negociação convolada em Convenção Coletiva de Trabalho ou Acordo Coletivo de Trabalho.
Portanto o instrumento é o documento que coloca fim ao conflito entre os sujeitos coletivos estabelecendo as condições as relações individuais de trabalho.
A CLT, em seu Artigo 613, enumera as regras para confecção dos instrumentos:
Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente:
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e empresas acordantes;
II - Prazo de vigência;
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos;
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência;
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;
VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus dispositivos;
VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas;
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de violação de seus dispositivos.
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro.
Até 1967 o instrumento normativo resultante das negociações coletivas denominava-se contrato coletivo de trabalho. A partir de então, o Decreto-lei 229 deu nova redação ao art.611 da CLT, que passou a utilizar as expressões convenções coletivas e acordos coletivos, ainda empregado.
2.1. CONCEITO DE CONVENÇÃO COLETIVA DO TRABALHO
A Convenção Coletiva de Trabalho é Intersindical e abrangente entre as categorias profissional e a categoria econômica.
Nas palavras Délio Maranhão[footnoteRef:4], define a Convenção Coletiva de Trabalho: [4: MARANHÃO, Délio; Carvalho 1993 p. 335.] 
A convenção consiste num ato jurídico, próprio do direito do trabalho, de natureza ao mesmo tempo normativa e contratual, posto que decorre de um ajuste de vontades dos sindicatos, ato, pois se trata de manifestação de vontades com vistas a serem observadas no âmbito da categoria pertinente à representação dos sindicatos que firmaram o ajuste. 
O Art. 611, caput da CLT trata da Convenção Coletiva do Trabalho:
Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.
Conforme pode-se verificar, mencionado artigo atribuí aos instrumentos coletivos efeito normativo com aplicação erga omens. Enquanto isso, diferentemente, o acordo coletivo do trabalho, apesar de uma espécie de negociação é realizado apenas entre o sindicato profissional e uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica.
3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS APLICÁVEIS AS NORMAS COLETIVAS
Na explicação do professor Sergio Pinto Martins[footnoteRef:5], princípios são: “as proposições básicas que fundamentam as ciências. Para o Direito, o princípio é fundamento, a base que irá informar e inspirar normas jurídicas”. [5: MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. p.60.] 
Observando por esta ótica, os princípios gerais do direito destacam-se, pois são usados para dar interpretação, sistematizar e integrar o ordenamento jurídico.
Rodrigo Cunha Pereira[footnoteRef:6] posiciona-se da seguinte forma:VÁRIOS TIPOS DE LETRA EM SEU TRABALHO [6: PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e união estável. 3 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1995.] 
Com a crescente tendência de constitucionalização do Direito Civil,?????
consequência dos movimentos sociais e políticos de cidadania e inclusão, os princípios gerais têm-se reafirmado cada vez mais como uma importante fonte do direito e têm-se mostrado para muito além de uma seletividade. Eles se revestem de força normativa imprescindível para a aproximação do ideal de justiça. [...] É equivocada a ideia e o pensamento de que os princípios vêm por último no ato interpretativo integrativo. Ao contrário, os princípios, como normas que são, vêm em primeiro lugar e são a porta de entrada para qualquer leitura interpretativa do Direito. [...] Pode-se dizer que os princípios gerais significam o alicerce, os pontos básicos e vitais para a sustentação do Direito. São eles que traçam as regras ou preceitos, para toda espécie de operação jurídica e têm um sentido mais relevante que o da própria regra jurídica. [...] Os princípios constituem, então, os fundamentos da ciência jurídica e as noções em que se estrutura o próprio Direito. [...] Eles não necessitam estar escritos por que eles já são inscritos no espírito ético dos ordenamentos jurídicos.
Nesse âmbito, os princípios devem estar sempre presentes nas discussões de qualquer relação jurídica que possa surgir, assim passa-se a ver os princípios aplicáveis ao conceito em discussão.
Ainda, segundo Sergio Pinto Martins, ao citar José Cretella Jr afirma que:Princípios de uma ciência são proposições básicas fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, nesse sentido, são os alicerces da ciência. CITAÇÃO ATE 3 LINHAS MANTER NO CORPO DO TEXTO COM LETRA 12
Adiante, serão apresentados alguns dos princípios, mais não únicos que devem reger as negociações coletivas. 
3.2.1 DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 1º, prescreve que toda a pessoa nasce livre e igual em dignidade e direitos,sendo essencial a toda pessoa sem qualquer limitação.
Para Immanuel Kant[footnoteRef:7] dignidade da pessoa humana deriva-se da ideia de que o homem racional, não pode fazer de outro homem meio para buscar seus próprios interesses. Com isso, a dignidade do homem lhe dá um caráter de fim e não de meio. [7: KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela -
Lisboa: Edições 70, 2007, p. 27.] 
Assim esse princípio surgiu primeiramente na Declaração Universal de Direitos Humanos em 1948, incutindo desde então em várias Cartas Magnas dos Estados Democráticos de Direito. 
A dignidade foi levada a princípio fundamental, direito indisponível e universal interpõe-se a todas as relações jurídicas. Nesse sentido, a interpretação de leis constitucionais e infraconstitucionais, devem partir dos princípios como pressuposto de resistência a qualquer ação.
A Constituição em seu Artigo 1º, III, erigiu o fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana.
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;
Considerado valor supremo, este fundamento é inerente a todo o ser humano, de forma, que não podemos considerar que uma pessoa seja mais digna que a outra, pois todo ser humano merece respeito à sua dignidade, independentemente qual seja sua condição social, orientação sexual, cor, religião e etc., como previsto no caput do art. 5º de nossa CF:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Segundo Alexandre de Morais[footnoteRef:8]: [8: MORAIS, Alexandre de. Direito Constitucional. 17ª Edição. Editora Altas, 2005, p.16.] 
A dignidade da Pessoa Humana atribui unidade aos direitos e garantias fundamentais, inerente às personalidades humanas afastando a ideia de predomínio das concepções transpessoalistas de Estado e Nação, em função da liberdade individual. A dignidade é um valor espiritual e moral intrínseco da pessoa, que se manifesta singularmente na sua autodeterminação consciente e responsável, trazendo consigo a pretensão ao respeito das demais pessoas, edificando um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, todavia sem menosprezar o merecimento das pessoas enquanto seres humanos.
Pela evolução das pessoas, tecnologias, e da própria legislação a dignidade da pessoa humana ganhou grande importância, pois protege o respeito na sociedade, melhor dizendo, ela protege a vida em sociedade.
Neste sentido, Raimundo Simão De Melo[footnoteRef:9]: [9: MELO, Raimundo Simão de. Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador. Responsabilidades legais, dano material, dano moral, dano estético, indenização pela perda de uma chance, prescrição. Editora LTr, 2013.5.ed.] 
É certo que a proteção e defesa da dignidade da pessoa humana e dos direitos da periculosidade alcançam importância impar nesse novo século, principalmente em virtude dos avanços tecnológicos e científicos experimentados pela humanidade, que potencializam cada vez mais os riscos nos ambientes de trabalho.
O princípio da dignidade da pessoa humana impõe um dever de abstenção e de condutas positivas tendentes a efetivar e proteger a pessoa humana. Nos dias de hoje, não basta garantir o direito à vida, mas sim à vida digna.
3.2.2 DO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
Trata-se da proteção da parte mais frágil na relação jurídica em razão da hipossuficiência do trabalhador.
Para Sergio Martins[footnoteRef:10], o princípio pode ser conceituado da seguinte forma: [10: MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho, p.63.] 
O in dubio para o operário não se aplica integralmente ao processo do trabalho, pois havendo dúvida, à primeira vista, não se poderia decidir a favor do trabalhado, mas verificar quem tem o ônus da prova no caso concreto, de acordo com as especificações dos arts. 333, do CPC e 818 da CLT.
	
No mesmo contexto Paulo Pinto Martins[footnoteRef:11] expõe que a aplicação da norma mais favorável poderá ser dividida em três maneiras, a elaboração da norma mais favorável, onde prevê que as leis sejam criadas para fins de trazer melhorias ao trabalhador. A hierarquia das normas jurídicas prevê que havendo uma escala hierárquica deve ser aplicada a norma que for mais benéfica ao trabalhador, e, por fim, a interpretação da norma mais favorável, da mesma forma, deverá ser aplicada a norma mais benéfica. [11: MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho, 30ª edição p.73.] 
Martins também aborda o conceito de condição mais benéfica ao trabalhador:
A condição mais benéfica ao trabalhador deve ser entendida como o fato de que vantagens já conquistadas, que são mais benéficas ao trabalhador, não podem ser modificadas para pior. É a aplicação da regra do direito adquirido (art. 5, XXXVI, da Constituição), de fato de o trabalhador já ter conquistado certo direito, que não pode ser modificado, no sentido de se outorgar uma condição desfavorável ao obreiro.
A doutrina aborda de forma clara que a aplicação da norma deve ser adotada a mais benéfica para o trabalhador, principalmente no que tange a sua elaboração.
3.2.3 DO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA SINDICAL
A autonomia sindical é a possibilidade de atuação do grupo organizado em sindicato por grupo de empresas, empresas, categorias.
O princípio está esculpido na Constituição em seu Artigo 8º:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - A assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Sergio Pinto Martins[footnoteRef:12], discorre sobre a autonomia sindical: [12: MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. p.687.] 
O primeiro seria o da liberdade de organização interna, de os interessados redigirem os estatutos do sindicato. Assim, os estatutos não podem ser aprovados por autoridade administrativa, pois tal fato iria violar a autonomia sindical. (...) A OIT entende que não fica ferida a liberdade sindical quanto haja exigência de registro dos atos constitutivos do sindicato, desde que tal fato não implique autorização para o funcionamento do sindicato;
Outrossim, a Convenção nº 87 da Organização Internacional do Trabalho, a qual, apesar de ainda não ratificada,foi firmada pela República Federativa do Brasil e encontra-se tramitando no Congresso Nacional, trata da Liberdade Sindical e à Proteção do Direito de Sindicalização.
3.3 DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA APÓS A LEI 13.467/2017
Com o advento da Lei 13.467/2017 que reformulou em parte as CLT, especialmente quanto ao estudo em questão, pois passou a prestigiar a negociação direta entre empregados e empregadores. 
Desse modo, prevê o Artigo 611-A da CLT:
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - banco de horas anual; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de 2015; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VI - regulamento empresarial; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
X - modalidade de registro de jornada de trabalho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XI - troca do dia de feriado; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XII - enquadramento do grau de insalubridade; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XV - Participação nos lucros ou resultados da empresa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art. 8o desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4o Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 5o Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
Assim, surge a possibilidade da regulação do trabalho através da negociação coletiva, desde que, observadas as previsões enumeradas no Art. 611-B, 613 e 614 da CLT.
De tal modo, pode-se entender que houve uma flexibilização trabalhista tornando maleável a rigidez que outrora reinava nos contratos de trabalho.
Nesse sentido, Mauricio Godinho Delgado[footnoteRef:13]: [13: DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. – 12.ª ed. – São Paulo: LTr, 2013, p 67.] 
Por flexibilização trabalhista entende-se a possibilidade jurídica, estipulada por norma estatal ou por norma coletiva negociada, de atenuação da força imperativa das normas componentes do Direito do Trabalho, de modo a mitigar a amplitude de seus comandos e/ou os parâmetros próprios para a sua incidência. Ou seja, trata-se da diminuição da imperatividade das normas jus trabalhistas ou da amplitude de seus efeitos, em conformidade com autorização fixada por norma heterônoma estatal ou por norma coletiva negociada.
Os aspectos das condições de trabalho sobre os quais poderá incidir o princípio da prevalência do negociado sobre o legislado, entre outros, são os seguintes:
I-Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II- Banco de horas anual;
III- Intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;
Inicialmente cabe ressaltar que a expressão “entre outros” prevista no caput do artigo torna muito genérica e meramente exemplificativas as hipóteses de flexibilização, quando deveria restringir as possíveis reduções de direitos por norma coletiva. O inciso I, adota os limites previstos na Constituição para compensação de jornada, logo, não houve flexibilização nessa regra, pois o limite constitucional é de 8 horas diárias e 44 horas semanais.
3. DA SEGURANÇA PRIVADA NO BRASIL
O primeiro decreto que tratou da segurança privada no Brasil se deu através do Decreto 1.034/1969 que destinava aos bancos a segurança de suas agências, em razão da falta de recursos do Estado que, naquele momento combatia movimentos que visavam atacar a ditadura.
Posteriormente, foi sancionada a Lei Federal 7.102/83 que regulamentou o funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de segurança privada.
Referida normatização, uniformizou a atividade de segurança privada, com currículo de formação único, controle e registro nacional das empresas, registro profissional do vigilante no Ministério do Trabalho, além de fixar limites e algumas responsabilidades.
Em 1995 foi publicada a Lei 9.017 que regulamentou a fiscalizou em todo território nacional passando ao encargo do Departamento da Polícia Federal a responsabilidade.
Com o crescimento da atividade e de suas modalidades, sem atualização legislativa, foi publicada a Portaria 3223 em 2012, pela polícia federal, incluindo outras modalidades de segurança e sua regulamentação. 
Segundo definição da Portaria 3233/2012 do Departamento da Polícia Federal, Artigo 1º, § 2 º as atividades regulamentadas:
I - vigilância patrimonial: atividade exercida em eventos sociais e dentro de estabelecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a finalidade de garantir a incolumidade física das pessoas e a integridade do patrimônio;
II - transporte de valores: atividade de transporte de numerário, bens ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais;
III - escolta armada: atividade que visa garantir o transporte de qualquer tipo de carga ou de valor, incluindo o retorno da equipe com o respectivo armamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários;
IV - segurança pessoal: atividade de vigilância exercida com a finalidade de garantir a incolumidade física de pessoas, incluindo o retorno do vigilante com o respectivo armamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários;
Portanto, restaram regulamentadas as atividades de vigilância patrimonial, transporte de valores, segurança pessoal e escolta armada.
4.1 DA ESCOLTA ARMADA
A Escolta Armada é uma das mais importantes atividades exercidas dentro da segurança Privada do Brasil, pois vem contribuindo substancialmente para diminuição dos crimes de roubos de cargas em todas as rodovias brasileiras e grandes centros urbanos, funcionando como atividade complementar da Segurança Pública.
Segundo definição da Portaria 3233/2012do Departamento da Polícia Federal, Artigo 1º, § 2 º, inciso III:
III - escolta armada: atividade que visa garantir o transporte de qualquer tipo de carga ou de valor, incluindo o retorno da equipe com o respectivo rmamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários;
O Artigo 63 da referida portaria enumera ainda os requisitos para autorização da escolta armada:
Art. 63. O exercício da atividade de escolta armada dependerá de autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento dos seguintes requisitos:
I - Possuir autorização há pelo menos um ano na atividade de vigilância patrimonial ou transporte de valores;
II - Contratar, e manter sob contrato, o mínimo de oito vigilantes com extensão em escolta armada e experiência mínima de um ano nas atividades de vigilância ou transporte de valores; e
III - comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo, dois veículos, os quais deverão possuir as seguintes características:
a) estar em perfeitas condições de uso;
b) quatro portas e sistema que permita a comunicação ininterrupta com a sede da empresa em cada unidade da federação em que estiver autorizada;
e c) ser identificados e padronizados, com inscrições externas que contenham o nome, o logotipo e a atividade executada pela empresa.
As atividades dos vigilantes de escolta estão enumeradas no Artigo 66 a 68 da Portaria 3233/2012:
Art. 66. Os vigilantes empenhados na atividade de escolta armada deverão compor uma guarnição mínima de quatro vigilantes, por veículo, já incluído o condutor, todos especialmente habilitados.
§ 1o Nos casos de transporte de cargas ou valores de pequena monta, a critério do contratante, a guarnição referida no caput poderá ser reduzida até a metade.
§ 2o O disposto no art. 52 aplica-se também ao serviço de escolta no que for pertinente.
§ 3o O serviço de escolta pode ser apoiado por outros veículos, desde que autorizados pela Delesp ou CV da circunscrição onde se inicie o serviço e mediante a informação prévia, com pelo menos vinte e quatro horas de antecedência.
Art. 67. A execução da escolta armada iniciar-se-á, obrigatoriamente, no âmbito da unidade da federação em que a empresa possua autorização.
Parágrafo único. Inclui-se no serviço de escolta o retorno da guarnição com o respectivo armamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários.
Art. 68. As empresas que exercerem a escolta armada cujos veículos necessitarem, no exercício das atividades, transitar por outras unidades da federação, deverão comunicar a operação, previamente, às unidades do DPF e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal - DPRF, e às Secretarias de Segurança Pública respectivas.
Pode-se verificar dos mencionados dispositivos que, a escolta é aquela feita por dois vigilantes em veículo que acompanha o transportador com objetivo de dar segurança ao caminhoneiro e a sua carga.
Portanto, as atividades podem ser desempenhadas em transportes de pequena, média e grande distância, onde surge a problemática da jornada laborada, uma vez que, diferentemente do motorista profissional que tem sua jornada regulada pela Lei nº 13.103/2015, os vigilantes de escolta estão enquadrados em jornada negociada na Convenção Coletiva que será discutida no próximo capítulo.
4.2 DA JORNADA DE TRABALHO NEGOCIADA EM CONVENÇÃO
A jornada de trabalho dos vigilantes em escolta armada não detém uma regulamentação legal específica.
No Estado do Paraná, a jornada de trabalho dos vigilantes em escolta armada estão abarcados pela Convenção Coletiva de Trabalho 2018/2020[footnoteRef:14] celebradas entre a Federação dos Trabalhadores em Empresas Enquadradas no Terceiro Grupo Comércio e Empregados em Empresas Prestadoras de Serviços do Estado do Paraná, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte de Valores e Escolta Armada do Estado do Paraná, Sindicato dos Vigilantes de Paranaguá-Paraná e o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná que trazemos como exemplo de regulamentação coletiva [14: Disponível em: http://sindesp-pr.org.br/lesgilacao/convencoes/] 
CLÁUSULA PRIMEIRA - VIGÊNCIA E DATA-BASE
As partes fixam a vigência da presente Convenção Coletiva de Trabalho no período de 01º de setembro de 2018 a 31 de agosto de 2020 e a data-base da categoria em 01º de setembro.	
CLÁUSULA SEGUNDA - ABRANGÊNCIA
A presente Convenção Coletiva de Trabalho abrangerá a(s) categoria(s) Profissional dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância, específica de ESCOLTA ARMADA, com abrangência territorial em PR.
Referida Convenção enumerada em sua Cláusula Trigésima a jornada de Trabalho do vigilante de Escolta Armada:
JORNADA DE TRABALHO – DURAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, CONTROLE,
FALTAS CONTROLE DA JORNADA
CLÁUSULA TRIGÉSIMA - JORNADA DE TRABALHO
À face das características e especificidades que envolvem as atividades laborais e empresariais, dedicadas à escolta armada, com base no artigo 7º,
incisos XIII, parte final, e XXVI, da Constituição, fica estabelecido um conjunto de normas relativas à jornada de trabalho aos empregados abrangidos pelo presente instrumento que, consideradas como um todo, correspondem aos interesses dos trabalhadores e empresas, assim:
- nos deslocamentos, os intervalos para café, almoço e janta, banho e pernoite (a ele não equivalendo a permanência no veículo), quando existentes, não serão considerados na duração do trabalho pelo tempo efetivamente usufruído;
- nos deslocamentos que não impliquem em viagens com ida e volta imediata,
fica garantida, por dia, a remuneração de 08 horas normais e o fornecimento
de pernoite, ainda que inexistente qualquer prestação de serviço e/ou disponibilidade, salvo se o empregado desejar se locomover à sua base, hipótese em que a empresa, se assim consentir, deverá pagar as despesas de locomoção à base e seu retorno;
- no serviço efetivo de escolta armada, o empregado trabalhará as horas efetivamente necessárias ao cumprimento da sua atividade, ainda que disso resulte excesso de jornada superior a 08 horas diárias e 42 horas semanais e inobservância dos intervalos intra e inter-jornadas, assegurado em contrapartida a fruição de descansos especiais no equivalente a 50% a mais dos dias de descansos semanais remunerados do mês e observado o intervalo mínimo de 24 horas entre o término de um serviço de escolta armada e outro, quanto a este na hipótese de viagem que ultrapasse a carga horária de 42 (quarenta e duas) horas, o qual será considerado como de descanso, aos fins da presente regra, dando as partes por atendidos os artigos 66 a 71, da CLT;
	
Apesar de autoexplicativa, a cláusula não enumera a jornada diária limite, indicando apenas que “serão consideradas e pagas como extraordinárias, acrescidas do adicional de 50%, exclusivamente as horas que excederem a 210 mensais;”
Da exegese da clausula, surgem as questões se, o critério de remuneração das horas extraordinárias permite o extrapolamento da jornada diária?
A interpretação pode dar margem a submissão dos empregados a jornada excessiva, limitando sua vida pessoal e convívio social e familiar.
O trabalho extenuante, prejudicial a qualquer trabalhador, implica aos vigilantes de escolta armada, que, além da exposição aos riscos inerentes das funções, aliados a fadiga e cansaço, pode ser causa de acidente de trabalho ou acarretar doença profissional.
Dessa possibilidade de extrapolamento da jornada, uma vez que não delimitada na referida clausula, surgem as discussões quanto a eficácia e eventual invalidade da referida clausula.
4. DA REGULAMENTACAO COLETIVA DA JORNADA EM ESCOLTA ARMADA
A limitação da jornada de trabalho, justifica-se por cinco fundamentos: higidez do trabalhador, recuperação da fadiga, aumento de produtividade, dever do Estado de garantir melhores condições de vida (fundamento político), aproximação com família e amigos (fundamento social).
Desde quando os direitos trabalhistas passaram a ser tutelados pelo Estado, tratou-se de cogitar flexibilizar as relações de trabalho e desregulamentar essas mesmas relações.
Para Robortella[footnoteRef:15],flexibilizar significa: [15: ROBORTELLA, Luiz Carlos Amorim. O moderno direito do trabalho. São Paulo: LTr, 1994. p. 97.] 
o instrumento de política social caracterizado pela adaptação constante das
normas jurídicas à realidade econômica, social e institucional, mediante
intensa participação de trabalhadores e empresários, para eficaz regulação
do mercado de trabalho, tendo como objetivos o desenvolvimento econômico e o progresso social.
Desregulamentar importa, como ensina Amauri Mascaro Nascimento[footnoteRef:16]:QUE TAL INCREMENTAR A REFLEXÃO ENTRE UMA CITAÇÃO E OUTRA? [16: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. p.
156-157.] 
política legislativa de redução da interferência da lei nas relações coletivas de trabalho, para que se desenvolvam segundo o princípio da liberdade sindical e a ausência de leis do Estado que dificultem o exercício dessa liberdade, o que permite maior desenvoltura do movimento sindical e das representações de trabalhadores, para que, por meio de ações coletivas, possam pleitear novas normas e condições de trabalho em direto atendimento com as representações empresariais ou com os empregadores.
A negociação coletiva como fonte material do Direito do Trabalho, portanto, tem respaldo constitucional, ao passo que se trata de direito fundamental social dos trabalhadores, Artigos 7º, XXVI e 8º, VI da Constituição.
Por outro lado, a Constituição limita a jornada de trabalho diária em seu Artigo 7º, XIII:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide Decreto- Lei nº 5.452, de 1943).
O Artigo 611 da CLT indica que a Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho, no entanto, o Artigo 611-A, I da CLT indica a prevalência do negociado sobre o legislado.
	Na disputa sobre a regulação do trabalho, a negociação coletiva surge como um dos espaços para que seja feito os ajustes das condições, ou seja, a prevalência do negociado sobre o legislado não é absoluta e deve, portanto observar as regras.
	A Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, nos artigos 611-A e 611-B, trata do que pode e o que não pode fazer parte da flexibilização, por meio de acordo coletivo ou convenção coletiva, indicando 15 itens que podem ser objeto de negociação, mas a redação do artigo que trata do tema inclui o termo “entre outros” e, com isso, possibilita que outros itens possam ser flexibilizados.
A nova lei no § 2º do artigo 611-A, permite que, no caso de supressão de cláusula vigente em instrumentos coletivos que tratava de direitos até então
vigentes, não haverá necessidade de estabelecer nenhum tipo de contrapartida ou compensação. O questionamento coletivo ou individual sobre a supressão da cláusula e a respectiva inexistência de compensações
ocorrerá somente conforme o se o sindicato for um dos reclamantes.ATENÇÃO AO TIPO DE LETRA
O ambiente do trabalho mudou muito em todos esses anos, os riscos estão cada vez maiores, pois a informatização e automação em certos pontos tornaram a vida do trabalhador de volta a uma escravidão exaustiva, entorpecedora e desumana, principalmente pelo aumento da velocidade do trabalho, e o isolamento dos trabalhadores um dos outros, bem como do seio familiar, uma vez que seu labor excessivo priva de seu convívio familiar.
	Outrossim, com a necessidade do trabalhador de salário digno, para uma vida melhor, as empresas se aproveitam e fazem seus funcionários trabalharem em folgas eliminando assim, esse descanso compensatório das horas trabalhadas a mais.
De tal modo, resta prejudicada a dignidade deste trabalhador, que trabalha além do estabelecido na Constituição em seu art. 7º, XII, pelo precedente da convenção coletiva.
5. CONCLUSÃO
A negociação coletiva é um instrumento de extrema importância para o direito do trabalho, o qual busca adequar as relações trabalhistas à realidade vivida pela empresa, que se modifica diariamente, então, tenta-se harmonizar mesmo que temporariamente os interesses de ambas as partes.
As normas coletivas têm ampla liberdade para conceder benefícios superiores aos previstos em lei, mas têm limitações quando desejarem reduzir ou suprimir direitos previstos em lei.
Ainda que se deva realmente prestigiar a auto composição por meio da via da negociação coletiva, a autonomia negocial das entidades sindicais não pode ser considerada absoluta, já que tem seus necessários temperos, sobretudo quando se desvia da sua finalidade precípua, qual seja a melhoria da condição social do trabalhador, nos termos delimitados pelo art. 7º, caput, da CF. Tal princípio, juntamente com o princípio do não retrocesso social, marca as democracias ocidentais a partir da ideia de que o patamar de direitos fundamentais individuais e sociais alcançados não pode ser suprimido pelo legislador ou pelo administrador público.
Portanto, a delegação de competência legislativa aos sindicatos, em absoluto significa autorização para precarizar as condições dos trabalhadores.
Todavia a flexibilização do Direito do Trabalho através das negociações coletivas teria o intuito de melhorar o desenvolvimento e manutenção das relações de trabalho, não podendo ser utilizado como ferramenta para abalar os direitos adquiridos pelos trabalhadores.
A sensação de liberdade trouxe para as empresas o poder de mando, e um momento de crise como vive o Brasil, atualmente, torna a relação de dependência entre empregado e empregador ainda maior, e assim os empregadores se aproveitam para exigir um labor excessivo por parte do empregado.
Esse labor excessivo não só prejudica os direitos trabalhistas, como prejudica a existência, através de danos aos seus projetos de vida e convivência social e familiar. 
A impossibilidade do uso da negociação coletiva para o rebaixamento de direitos, a propósito, já foi objeto de diversas manifestações pela OIT. Em outras palavras, “[...] não existe espaço, na Constituição da República Federativa do Brasil, para a concepção de negociação coletiva trabalhista como mecanismo de precarização e rebaixamento do valor do trabalho e das condições de contratação e gestão da força de trabalho na economia e na sociedade brasileira”.
A limitação da jornada de trabalho goza do status de direito fundamental voltado a possibilitar ao trabalhador o convívio social e com seus familiares, a limitação da jornada de trabalho diz respeito à saúde física e mental do trabalhador.
A negociação coletiva como fonte material do Direito do Trabalho, portanto, tem respaldo constitucional, ao passo que se trata de direito fundamental social dos trabalhadores (CF, arts. 7º, XXVI e 8º, VI).
Ainda que se deva realmente prestigiar a auto composição por meio da via da negociação coletiva, a autonomia negocial das entidades sindicais não pode ser considerada absoluta, já que tem seus necessários temperos, sobretudo quando se desvia da sua finalidade precípua, qual seja a melhoria da condição social do trabalhador, nos termos delimitados pela constituição.
Portanto, conforme enumerado, as manifestações da OIT e a constituição tornam impossível a precarização das condições dos trabalhadores pela competência legislativa atribuída ao sindicato, em especial a cláusula trigésima da Convenção Coletiva de Trabalho 2018/2020 dos vigilantes de escolta armada que, in tese, permite uma jornada excessiva, ao deixar de delimitar a jornada diária do trabalhador.
Assim, referida cláusula pode ser objeto de discussão judicial, quanto a sua eficácia, pois a redação desvia a finalidade precípua da melhoria da condição social do trabalhador.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS INCOMPLETAS, LETRAS DIFERENTES E DEVERÁ SER EM ORDEM ALFABETICA PELO ULTIMO NOME DO AUTOR
CARRION, Valentin.Comentários à consolidação das leis do trabalho. p. 423.
PRETTI, Gleibi. CLT comentada e jurisprudência trabalhista. P. 338
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito Sindical. São Paulo: Saraiva, 1989
MARANHÃO, Délio; Carvalho 1993 p. 335.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. p.60.
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e união estável. 3 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1995.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela - Lisboa: Edições 70, 2007, p. 27.
MORAIS, Alexandre de. Direito Constitucional. 17ª Edição. Editora Altas, 2005, p.16.
MELO, Raimundo Simão de. Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador. Responsabilidades legais, dano material, dano moral, dano estético, indenização pela perda de uma chance, prescrição. Editora LTr, 2013.5.ed.
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DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. – 12.ª ed. – São Paulo: LTr, 2013, p 67.
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NOTA 3,0 , ATT, THEREZINHA

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