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Pintura Automotiva

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Pintura Automotiva 
 
 
Repintura Automotiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Repintura Automotiva 
 
© SENAI-SP, 2005 
 
 
 
 
 
Coordenação Osney Seri 
Equipe de elaboração 
Projeto e revisão técnica 
Elaboração Luiz Fernando Gomes 1.65 
Paulo da Costa Hantk 1.65 
Equipe de editoração 
Assistência Editorial 
Planejamento visual Luiz Fernando Gomes 1.65 
Paulo da Costa Hantk 1.65 
Revisão Luiz Fernando Gomes 1.65 
Paulo da costa Hantk 1.65 
Alexandre Felske da Silva - CFP 1.13 
 
Ilustração Luiz Fernando Gomes 1.65 
Diagramação Luiz Fernando Gomes 1.65 
Digitalização Luiz Fernando Gomes 1.65 
Produção gráfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
Centro Móvel de Formação Profissional 
Al. Barão de Limeira, 539 - Campos Elíseos 
São Paulo - SP 
CEP 01202-902 
 
Telefone 
Telefax 
SENAI on-line 
 (11) 3273 - 5150 
(11) 3273 - 5161 
0800 - 55 - 1000 
 
E-mail 
Home page 
 cmfp@sp.senai.br 
http:// www.sp.senai.br 
 
 
 
 
 
 
 
 Sumário 
 
 
 
Segurança no trabalho........................................................................................... 07 
EPI’s....................................................................................................................... 07 
Riscos na utilização de solventes........................................................................... 08 
Contaminação........................................................................................................ 09 
Descarte de materiais e insumos........................................................................... 10 
Riscos dos produtos químicos................................................................................ 11 
Cuidados com o fogo!............................................................................................. 11 
Extintores de incêndio............................................................................................ 11 
Repintura por que?................................................................................................. 13 
Tipos de primers..................................................................................................... 15 
Aditivos na repintura............................................................................................... 17 
Lixamento correto................................................................................................... 21 
Técnicas de difuminado.......................................................................................... 23 
Por que é necessário o emprego da técnica de difuminado?................................ 23 
Em que consiste a técnica de difuminado.............................................................. 24 
Como utilizar esta técnica...................................................................................... 26 
Podemos encontrar situações diferentes.............................................................. 27 
Retoques localizados............................................................................................. 28 
Tabela referencial para acerto de textura do verniz............................................... 29 
Pintura de plásticos................................................................................................ 31 
Observações básicas............................................................................................. 31 
Limpeza da peça.................................................................................................... 31 
Flexibilidade............................................................................................................ 31 
Desengraxante para plásticos................................................................................ 32 
Promotor de aderência para plásticos.................................................................... 32 
Aditivo Elastificante................................................................................................ 33 
Aditivo texturizante................................................................................................. 33 
Outros materiais..................................................................................................... 34 
Massa poliéster....................................................................................................... 34 
Massa tapa-poros................................................................................................... 35 
Primer para plásticos.............................................................................................. 35 
 
 
Aditivo fosqueante.................................................................................................. 36 
Seqüência com massa........................................................................................... 36 
Propriedade específica........................................................................................... 36 
Pára-choque liso ou texturizado............................................................................. 36 
Pára-choque liso ou texturizado com reparação.................................................... 37 
Pára-choque com primer........................................................................................ 37 
Polimento................................................................................................................ 39 
Referências bibliográficas...................................................................................... 41 
 
Repintura Automotiva 
Apresentação 
 
 
 
 
 
 
 
Caro Aluno, 
 
Este curso tem como objetivo oferecer treinamento voltado à prática e à simulação de 
situações vividas pelo profissional do ramo de pintura automotiva em seu ambiente de 
trabalho. 
Com o auxílio das informações adquiridas neste curso, você aprimorará seus 
conhecimentos em relação a retoques e pintura de peças plásticas para melhorar a 
qualidade do serviço de repintura. 
 
Para isso, você receberá informações importantes que o levarão a conhecer melhor as 
técnicas de manuseio e aplicação, além de ressaltar a importância da mão-de-obra 
treinada e qualificada. 
 
 
Bom proveito! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Segurança no trabalho 
 
 
 
Em todo processo de repintura o trabalhador está exposto a diversos agentes químicos 
e físicos que agridem sua saúde. Por isso, é importante usar sempre os equipamentos 
de proteção necessários para cada função, a fim de evitar intoxicações ou até 
possíveis mutilações. 
 
A seguir, serão apresentados os equipamentos de proteção utilizados em um processo 
de repintura. 
 
Avental e Macacão de Tyvek 
 
Os aventais evitam contaminações e respingos nas roupas dos pintores. 
Os macacões são feitos com tecidos especiais que impedem o transporte de 
impurezas para a cabine, evitando a contaminação da pintura. 
 
Óculos de Proteção 
 
Nas atividades diárias de oficina de reparação, o trabalhador se expõe a estilhaços 
provenientes das peças em trabalhos de ponteamento, lixamento e desbaste de 
chapas de aço. Os óculos de proteção protegem os olhos contra respingos de tintas e 
solventes que podem agredir a visão. 
 
Máscara de Proteção 
 
As máscaras são indicadas para a proteção contra partículas provenientes de 
lixamento a seco, pintura e solda. Deve-se utilizar máscaras adequadas para cada 
operação, com carvão ativado. 
 
Luvas de Proteção 
 
As luvas de borracha nitrilica ou látex evitam a contaminação por absorção, 
ressecamento e irritações na pele causadas por produtos químicos como tintas, 
solventes etc. Nas atividades de funilaria devem ser utilizadas luvas de tecido que 
protegem as mãos do funileiro em suas atividades, além de cortes provocados por 
flanges e cantos das chapas. 
 
 
 ATENÇÃOAS LUVAS DE SEGURANÇÃ PARA PINTURA E FUNILARIA NÃO DEVEM SER UTILIZADAS 
 
 EM PROCESSOS DE SOLDAGEM MIG/MAG. 
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Protetores Auriculares 
 
Os protetores têm a função de reduzir os ruídos do ambiente de trabalho superiores a 
85 db (decibéis) nos ambientes de trabalho. 
 
 Sapatos de Segurança 
 
Os sapatos de segurança têm a função de proteger os pés contra quedas de objetos e 
produtos químicos, evitando contaminações caso haja derramamento desses produtos. 
Seu solado deve ser feito de material antiderrapante e, preferencialmente, com 
biqueira. 
 
Além destes cuidados com a segurança pessoal, o local de trabalho deve estar sempre 
limpo, bem sinalizado e com os equipamentos contra incêndio em perfeito estado de 
funcionamento. Estas normas quando respeitadas diminuem o risco de acidentes. 
 
Riscos na Utilização de Solventes, Tintas e Vernizes 
 
São aqueles em que o profissional está exposto, no ambiente de trabalho, por não 
cumprir as medidas de prevenção e proteção. 
 
Os principais riscos são: 
 
Explosão, Incêndio e Contaminação 
 
Os produtos utilizados na repintura são inflamáveis e o seu manuseio devem 
obedecer a recomendações importantes tais como: 
 
• O local de armazenagem deve ser bem ventilado e protegido contra 
intempéries, distante de agentes oxidantes, fontes de ignição e calor. 
 
• Esses produtos devem ser utilizados em local com boa ventilação para se evitar 
o acúmulo de gases que formarão uma atmosfera explosiva. 
 
Por isto recomenda-se a utilização de EPI’s adequados. 
 
 
 
CONTAMINAÇÃO 
 
Os produtos utilizados na repintura são tóxicos e podem acarretar danos irreversíveis 
à saúde. Portanto, quando estes produtos serão manuseados, deve-se observar 
algumas recomendações importantes, tais como: 
 
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• Inalação: pode causar dores de cabeça, náuseas, vertigens e tonturas. 
 
• Ingestão: pode causar mal estar, diarréia e dificuldade respiratória. 
 
• Contato com a pele e olhos: pode causar ressecamento, dermatites e 
irritações. 
 
Veja abaixo alguns itens que devem ser seguidos como normas gerais de segurança: 
 
• Coloque em local visível o aviso “NÃO FUMAR”. 
 
• Mantenha uma boa ventilação no local de trabalho. 
 
• Escolha, na área de trabalho, um local estratégico para acomodar os 
equipamentos de extinção de incêndio. 
 
• Revise periodicamente extintores, mangueiras e hidrantes. 
 
• Mantenha as instalações elétricas em ótimo estado. 
 
• Não use ferramentas que produzam chamas ou faíscas em áreas perigosas, 
próximas às áreas de pintura. 
 
• Fixe no piso os equipamentos pesados. 
 
• Proteja as peças móveis das ferramentas. 
 
• Mantenha as embalagens dos produtos químicos bem fechadas, corretamente 
identificadas e, principalmente, limpas. 
 
• Limpe rapidamente qualquer produto derramado nas dependências da oficina. 
 
• Não descarte materiais químicos em pias, ralos e esgotos (sujeito às sanções 
da lei). 
 
Em uma oficina de pintura, onde o profissional passa a maior parte do seu tempo 
exposto a uma atmosfera carregada de contaminantes como poeiras provocadas por 
lixamento de primers e massas, névoas de tintas e vernizes, entre outros, é de vital 
importância a utilização correta dos EPI’s em cada área de trabalho, sem os quais, o 
profissional estará prejudicará a sua saúde. 
 
DESCARTE DE MATERIAIS E INSUMOS 
 
Outro problema encontrado em uma oficina de reparação é em relação ao descarte de 
materiais e insumos utilizados no processo de pintura, tais como: 
 
 
 
 
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RESTOS DE TINTAS 
 
Devem ser armazenados em tambores metálicos, bem fechados para evitar 
evaporação e contaminação do meio ambiente. 
Devem ser comercializados com empresas recuperadoras de tintas, devidamente 
regulamentadas junto aos órgãos ambientais. Portanto, antes de vender restos de 
tintas, solicite autorização de órgãos ambientais do governo, evitando assim riscos ao 
meio ambiente, bem como responsabilidade civil e criminal. 
 
 
 ATENÇÃO 
 
TINTAS COM ALUMÍNIO DEVEM SER DESCARTADAS EM TAMBORES SEPARADOS DE OUTRAS TINTAS, POIS 
AO ENTRAREM EM CONTATO UMAS COM AS OUTRAS, PODEM PROVOCAR COMBUSTÃO E POR SE TRATAR 
DE MATERIAL PIROFÓRICO. EM CASO DE INCÊNDIO, NÃO UTILIZE ÁGUA PARA SUA EXTINÇÃO. 
 
 
 
FILTROS, PANOS E PAPÉIS 
 
Resíduos como filtros, restos de limpeza de piso, estopas e papéis, devem ser 
incinerados por empresas especializadas e devidamente autorizados pelos órgãos 
ambientais. Já os panos podem ser reciclados, se forem lavados por empresas 
especializadas. 
 
DESCARTE DE LATAS E TAMBORES 
 
Recomenda-se a comercialização destas embalagens com empresas que tenham 
autorização governamental. A logomarca do produto deve ser apagada (pintada), visto 
que a reutilização desta embalagem está fora de controle do fabricante. 
 
ÁGUAS PLUVIAIS, ESGOTO E TERRA 
 
Jamais jogue produtos químicos diretamente em ralos de águas pluviais, esgotos ou 
terra, devido a riscos de incêndio, explosão e contaminação ambiental. 
 
RISCOS DE PRODUTOS QUÍMICOS 
 
Conheça os riscos e cuidados com os produtos químicos que você manipula: 
• Nunca retire rótulos das embalagens, pois servem como guia de segurança; 
• Não reutilize embalagens de produtos químicos para outros fins; 
• Verifique o estado de conservação das embalagens, antes de usar o produto; 
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• Ao abrir tambores, especialmente aqueles que contenham líquidos inflamáveis, 
jamais utilize talhadeiras ou maçaricos; 
• Não use líquidos inflamáveis para limpeza de pele ou de equipamentos em 
movimento ou aquecidos. 
 
 ATENÇÃO 
 
 NUNCA UTILIZE PRODUTOS QUÍMICOS PARA LIMPEZA DE RESTOS DE TINTA QUE, PORVENTURA, TENHAM 
 CAÍDO NA PELE, POIS OS MESMOS PENETRARÃO NO ORGANISMO E PROVOCARÃO INTOXICAÇÃO. 
 
 
 
CUIDADO COM O FOGO! 
 
Em oficinas de reparação o profissional sé depara, muitas vezes, com uma atmosfera 
repleta de gases gerados por falta de informação, executa serviços de pintura em 
locais fechados e sem exaustão adequada, efetua a limpeza das pistolas de pintura de 
forma inadequada, armazena os produtos em locais sem a menor condição de 
segurança ou ventilação, salas com iluminação inadequada, fiações elétricas em 
péssimas condições de conservação. Nestes ambientes corre-se o risco de uma 
explosão eminente ou, então, um incêndio de dimensões incontroláveis que poderão 
acarretar em prejuízos muitas vezes irrecuperáveis. 
Portanto, tome os seguintes cuidados para evitar acidentes: 
 
• Pinturas executadas em locais próprios com exaustão e ventilação adequada, 
evitando acúmulo de gases, o que poderá gerar uma atmosfera explosiva além 
de prejudicar a saúde. O local deve ser provido de filtros especiais para que os 
gases não sejam lançados diretamente na atmosfera. 
 
• Limpeza de pistolas de pintura devem ser executadas de forma correta e com 
uso de “picetas” e em recipiente próprio para este fim. 
 
• As salas de armazenamento devem ser devidamente ventiladas e com 
iluminação florescente e sem fiações elétricas aparentes, além de bem 
identificadas. 
 
• Extintores e hidrantes devem ser colocados de forma correta e sempre de 
acordo com cada tipo de risco, ou seja, respeitando-se a classe de incêndio a 
que eles se destinam. 
 
 
 
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EXTINTOR DE INCÊNDIO 
 
É equipamento indispensável e obrigatório em oficinas. Sua recarga deve ser feita 
anualmente e vistoriado mensalmente. 
Os tipos de extintores são classificados em: 
 
Fogo de classe A 
É proveniente de materiais combustíveis sólidos (madeira, papel, plásticos etc) com 
queima em superfície e profundidade, deixando resíduos. Para este tipo de 
incêndio deve-se utilizar extintor de água pressurizada, que apagará o fogo por 
resfriamento.Fogo de classe B 
É proveniente de líquidos combustíveis inflamáveis, com queima em superfície e 
sem deixar resíduo (tintas, solventes etc). Neste tipo de incêndio, utiliza-se extintor 
de pó químico seco ou CO2, que fará sua extinção por abafamento. 
 
Fogo de classe C 
Proveniente de materiais elétricos energizados (tomadas, quadros elétricos, fiações 
etc). Neste caso, utiliza-se extintor de Pó Químico ou CO2 que fará sua extinção 
por abafamento. 
 
Fogo de classe D 
Proveniente de materiais pirofóricos (magnésio), que necessitam de extintores de 
incêndio de pó químico especial. 
 
 
 ATENÇÃO 
 
É NECESSÁRIO QUE TODOS OS FUNCIONÁRIOS RECEBAM TREINAMENTO 
TEORICO E PRÁTICO PARA MANUSEIO DOS EXTINTORES. 
 
 
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 Repintura por que? 
 
 
 
 
 
Quando um veículo sofre algum tipo de dano, por menor que seja, logo nos vem à 
mente que ele deverá passar por algum tipo de reparo e que este reparo mudará as 
suas características originais. 
Isto ocorre, pois há diferença entre a pintura original de fábrica e o processo de 
repintura executado nas oficinas. As pinturas originais têm um número maior de fases 
e proteção da chapa de acordo com cada fabricante. A química dos produtos também 
tem um diferencial, bem como a cura dos materiais feitos em altas temperaturas (cerca 
de 180°), pois o veículo está completamente desmontado. 
Já nas oficinas, não há condições de executar um reparo com esta temperatura, pois o 
veículo a ser reparado está com suas partes eletrônicas instaladas e se exposto a uma 
temperatura superior a 60° (cabina máximo 90°), por um tempo muito longo, corre-se o 
risco de afetar esses componentes, acarretando em sua substituição o que costuma 
ser bastante oneroso. 
Quando falamos em química diferenciada, queremos dizer que devido à temperatura 
de secagem ser menor nas oficinas, isto fará com que a dureza do produto também 
seja menor, afetando a sua durabilidade que poderá ser inferior à pintura original. 
Outro fator importante a ser lembrado é a espessura da camada de uma repintura. 
Normalmente ela será maior que a da pintura original que, geralmente é de 95 a 120 
microns conforme o fabricante. Em uma repintura, esta cobertura poderá chegar em 
alguns casos a 150 microns ou mais. Partindo de uma superfície metálica nova, a 
cobertura do retoque pode até dobrar sua espessura, pois está sendo aplicada uma 
nova camada de material, podendo ocasionar alguns problemas no futuro como queda 
de brilho, trincamento, desplacamento, mapeamento, entre outros. Poderá também 
ocorrer incompatibilidade química, quando produtos de tecnologia tradicional são 
misturados com os de alta tecnologia. 
A repintura automotiva pode ser geral ou localizada. Será geral quando houver a 
pintura completa do veículo e localizada quando for feita apenas em alguma parte. 
 
 
 
 NOTA 
 
EM VIRTUDE DAS ALTAS TEMPERATURAS DAS ESTUFAS UTILIZADAS NO PROCESSO ORIGINAL 
DE PINTURA NA FÁBRICA, NÃO É UTILIZADO NENHUM TIPO DE CATALISADOR. 
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Tipos de primers 
 
 
 
 
 
 
Existem no mercado de repintura diversos tipos de primers para diferentes aplicações. 
Veja abaixo os tipos existentes: 
 
 Primer universal – É considerado um termoplástico, pois não necessita de 
catalisador para que ocorra a secagem, feita através da evaporação do 
solvente. Seu poder de enchimento é mínimo, tem uma textura muito macia e 
pode ser lixado apenas com lixa de grão 600 acompanhada de um bloco 
lixador macio (somente para provocar aderência). Ao usar este produto, corre-
se o risco de “mapear” a peça reparada, pois ao aplicar o acabamento, este 
reagirá ao solvente da tinta e, por sua vez, diminuirá a sua camada. Pode 
também criar a perda de brilho no local reparado, provocando manchas na 
pintura. 
 
 
 Primer PU – É considerado um termofixo, pois necessita de catalisador para 
sua secagem e respectiva dureza. Este processo se dá por reação química. 
Seu poder de enchimento é muito bom para cobrir pequenos defeitos, por ter 
uma textura macia se torna fácil de lixar (400/600), não provoca manchas, pois 
não existe reação com a tinta aplicada. Porém, se a superfície não for 
corretamente preparada poderá ocorrer “mapeamento”. 
 
 
 Primer PU HS (High Solids) – Tem as mesmas características do primer PU, 
porém com maior poder de enchimento (quantidade de sólidos). 
 
 Primer PU tingível – É equivalente ao primer PU, possui um menor poder de 
enchimento, mas com a vantagem de podermos adicionar tinta PU e 
chegarmos a uma tonalidade próxima à cor final. Com isto, haverá uma 
economia significativa da tinta final do veículo e uma melhora no poder de 
cobertura e menor quantidade de demãos. Vale ressaltar que ao sofrer uma 
batida de pedra, a mesma não será tão aparente, pois a cor do fundo se 
assemelha à do acabamento final. 
 
 
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 Primer de secagem por luz ultravioleta – Tem como característica marcante 
estar numa embalagem de pronto uso (spray), seu poder de cobertura é 
excelente (250 mícrons) com 20 passadas (máximo), e não requer a aplicação 
de fundo fosfatizante (peças metálicas). Quando utilizado em pintura de peças 
plásticas, não há necessidade de aplicação do promotor de aderência para 
plásticos. Outra característica é o seu tempo de secagem que é de 2 minutos 
quando exposto à lâmpada apropriada (UV). 
 
 Primer a rolo – Sua característica é semelhante à do primer PU, porém com a 
vantagem de poder ser aplicado com rolo de espuma (próprio para este tipo 
de primer) e também não há necessidade de se mascarar todo o veículo para 
sua aplicação economizando, dessa maneira, tempo e papel para 
mascaramento na preparação. 
 
 Primer úmido sobre úmido – Produto termofixo indicado para peças novas, 
não requer lixamento ou secagem para aplicar o acabamento, proporcionando 
um excelente aspecto sem perda de brilho dos demais produtos. 
Não apresenta problemas para aplicação. 
 
IMPORTANTE 
 
Antes da aplicação de qualquer produto de repintura em uma superfície metálica, 
deve-se observar se não há nenhum vestígio de oxidação, se houver deve-se então 
removê-lo por completo e para isso utilize um neutralizador de ferrugem. 
 
 Neutralizadores de ferrugem – Para tratar a superfície a ser pintada, todo o 
vestígio de ferrugem deve ser eliminado através do lixamento ou com escova 
de aço. Após a eliminação da ferrugem grosseira, deve ser aplicado um 
neutralizador de ferrugem ou desoxidante, conforme especificação do 
fabricante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aditivos na repintura 
 
 
 
 
 
 
 
Os aditivos disponíveis para os sistemas de repintura são boas soluções para as 
necessidades reais do dia-a-dia. Constantemente, o profissional encontra-se em 
situações que escapam aos padrões comuns de trabalho. Um exemplo pode ser uma 
grade dianteira que, após a reparação, necessita de repintura com característica 
texturizada, ou de um reparo rápido (retoque), muito comum hoje em dia, em que um 
verniz de secagem rápida reduz o tempo gasto com polimento. 
É muito importante que os profissionais estejam devidamente esclarecidos sobre os 
tipos de aditivos existentes para os trabalhos de repintura. 
Estes aditivos, quando bem empregados, podem fazer diferença no resultado final. 
Além de evitar possíveis danos que prejudiquem a qualidade final do serviço de 
repintura, os aditivos são capazes de agilizar os trabalhos de reparação, é fundamental 
para aquelas especializadas em pequenos reparos, quando o negócio é obter o maior 
giro possível de veículos. 
 
 Aditivo Elastificante – É utilizado nos primers e vernizes (PU) para aumentar 
a sua flexibilidade. É fácil identificar quando um pára-choque foi repintado com 
ummaterial sem auxílio deste aditivo, pois surgem pequenas trincas, às vezes 
imperceptíveis, que se agravam com o tempo provocando outros problemas 
como o desplacamento. 
 
 Aditivo Anti-cratera – Funciona como uma vacina contra as contaminações 
presentes no ambiente de trabalho tais como ceras, silicones e possíveis 
contaminações da linha de ar comprimido, evitando, assim, a formação de 
crateras em tintas e vernizes. 
 
 Aditivo Texturizante – É utilizado para recuperar o aspecto de textura em 
peças plásticas que tenham passado por algum reparo ou estejam com seu 
aspecto esbranquiçado pela exposição às intempéries. Este aditivo é 
encontrado em três tipos de texturas que são: fina, média ou grossa. 
 
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 Aditivo de fusão – Utilizado para diluir o verniz ao final da aplicação e fazer 
com que este se “funda” ao verniz original, evitando que ocorra quebra da 
emenda do verniz durante o polimento. 
É importante lembrar que, neste caso, a secagem do verniz também é decisiva 
para que não haja a quebra da emenda que, com certeza, ocorrerá caso a cura 
não seja completa. 
 
 Promotor de aderência (para repinturas) – Produto termofixo que não requer 
o lixamento da superfície a ser aplicado. Após aplicação, aguardando o tempo 
especificado pelo fabricante podem ser aplicados os demais produtos de 
acabamento. 
É indicado para mudança de sistemas. 
Por se tratar de um sistema úmido sobre úmido, permite grande eficiência nos 
trabalhos de repintura. 
 
 Promotor de aderência para plásticos – Desenvolvidos para proporcionar 
uma melhor aderência dos demais materiais de pintura sobre diversos tipos de 
plásticos. Neste caso, é importante saber identificar o tipo de plástico a fim de 
verificar a real necessidade do uso deste aditivo ou o mais recomendado. 
Lembre-se de que cada fabricante de tinta possui uma especificação quanto ao 
produto e a forma de aplicação. 
 
 Verniz “Alto sólido” de secagem rápida – Graças a um acelerador para este 
verniz, já é possível fazer o polimento após meia hora de aplicação. Este 
sistema é recomendado para retoques nos quais o polimento sempre ocorre 
para dar acabamento entre o verniz original e o verniz recém aplicado. 
Após a aplicação do verniz, ele é submetido à secagem com um painel de 
radiação infravermelho por aproximadamente 20 minutos. A partir daí, basta 
aguardar o resfriamento da peça à temperatura ambiente para realizar o 
polimento. 
 
 Aditivo de efeito – Encontrado nas máquinas de “mixing” (mescla), este aditivo 
tem a função de realçar o efeito do alumínio ou das pérolas das cores em 
poliéster. É muito utilizado em pratas, como no caso do “Cinza Steel” da Fiat. 
Este aditivo também tem a função de causar opacidade (fosquear) à tinta PU, 
sendo muito utilizado para a pintura de peças plásticas. 
 
 
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Um bom processo de preparação de superfícies é necessário pois, ao contrário, de 
nada adiantará a utilização de nenhum tipo de aditivo para evitar os problemas 
citados, aumentando os custos do processo. 
 
 
 
 ATENÇÃO 
 
TODO O PROFISSIONAL DE PINTURA DEVE TER O HÁBITO DE LER AS INFORMAÇÕES CONSTANTES 
NAS EMBALAGENS OU FICHAS TÉCNICAS DOS PRODUTOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 
Lixamento correto 
 
 
 
 
 
 
 
 
A seguir, veja algumas técnicas de lixamento a seco, visando um excelente resultado 
no trabalho de repintura. Para isso, execute uma boa preparação da superfície, ou 
seja, um bom disfarce para a perfeita aplicação do primer evitando assim, o 
mapeamento, defeito muito comum em algumas reparações. Executada esta parte, 
faça o lixamento correto do primer para obter um nivelamento perfeito e sem marcas 
de lixa que possam comprometer a qualidade final do serviço, fazendo a união perfeita 
da área pintada com o local reparado. Veja também a forma correta de preparação, 
para que seja executado um retoque com fusão de acabamento (Retoque Invisível), 
tornando imperceptível a área do reparo. 
 
Primeira etapa – Faça a análise correta da área que será reparada para poder 
empregar a melhor técnica possível, ou seja, nem sempre há necessidade de se fazer 
um disfarce (lixamento do local até a chapa). Se for necessária esta técnica, execute-a 
de forma correta, atingindo a menor área possível. Pode ser feita de forma manual ou 
com máquina, utilizando-se lixa grão 150 para início do desbaste na área do dano e 
depois a lixa 320 para acabamento em torno da área do disfarce, para que haja o 
correto nivelamento da superfície. 
 
Segunda etapa – Após o nivelamento e desengraxe da superfície, aplique primer 
P.U. que dará o enchimento necessário para a diminuição do “degrau” existente no 
disfarce. A aplicação deste primer deverá ser feita seguindo as orientações do 
fabricante, respeitando-se o número de demãos e o seu respectivo intervalo. Esta 
aplicação deverá ser feita após o fundo fosfatizante (Wash Primer), no local do dano. A 
primeira passada do primer será feita dentro do local do disfarce, a segunda se 
estenderá um pouco além da área da primeira passada. 
 
Terceira etapa – O lixamento do primer deverá ser feito inicialmente apenas no local 
do disfarce e com uma lixa 400 e taco rígido. Após este lixamento inicial, estenda, em 
seguida, o lixamento com uma lixa de grão 600, com taco macio de forma orientada 
sobre toda a área que será reparada. Se houver necessidade, aplique a lixa grão 800 
Repintura Automotiva 
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(no caso de pinturas de cor prata). Depois disso, efetue um novo desengraxe e 
aplicação de pano pega poeira. 
 
Quarta etapa – A aplicação da tinta de acabamento deve ocorrer de forma gradativa, 
seguindo os conceitos da técnica de difuminado. 
 
 
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Técnicas de Difuminado 
 
 
 
 
 
 
 
Normalmente trabalhos de repintura são feitos somente em algumas peças do veículo. 
Dessa forma, torna-se necessário empregar a técnica de difuminado que tem por 
finalidade tornar imperceptível ao olho humano a diferença de tonalidade existente 
entre a cor do veículo e a cor da tinta que será aplicada. 
A técnica de difuminado, dentre outros nomes, também é conhecida como 
alongamento, retoque, abertura e disfarce, tem sido usada como alternativa para sanar 
problemas relacionados à qualidade dos trabalhos executados nas oficinas, 
proporcionando, ainda, uma economia de material e de mão-de-obra. 
 
Por que é necessário o emprego da técnica de difuminado? 
A tinta preparada para ser usada na repintura nunca consegue ser exatamente igual à 
cor original do veículo. Isso se deve a alguns fatores, como: 
• Os lotes de tintas fabricadas podem apresentar ligeira diferença de tonalidade 
entre si; 
• Na pintura original também pode ocorrer diferença de tonalidade; 
• O estado de conservação do veículo pode acarretar uma descoloração da 
pintura original; 
• O veículo poderia ter sido repintado anteriormente. 
Estes fatores e ainda muitos outros contribuem para que se torne necessário o 
emprego desta técnica, visando disfarçar as diferenças de tonalidade. 
 
Em que consiste a técnica de difuminado 
É a técnica especial de aplicação da tinta, que é depositado de maneira gradativa 
(degradê) sobre a superfície da peça a ser pintada, de forma que não fique perceptível 
a união da tinta original do veículo com a tinta que está sendo aplicada. Para explicar 
melhor, tome como exemplo o arco-íris que possui várias cores diferentes, porém, não 
há nenhum traço que as separe. Entre o vermelho e o amarelo, por exemplo, existem 
cores intermediárias (vermelho claro, laranja, amarelo escuro). 
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Esse procedimento deverá ser utilizado sempre que a superfíciefor plana. Caso a 
superfície apresente frisos, mudanças de ângulo na chapa, entre outros, o uso dessa 
técnica torna-se desnecessário, pois é mais difícil o olho humano detectar diferenças 
nessas condições. 
 
Como utilizar esta técnica 
• Para executar uma repintura, o primeiro passo é identificar qual a cor que o 
veículo foi pintado originalmente ou o código da cor, levando-se em 
consideração alguns fatores tais como: montadora, modelo e ano de fabricação 
do veículo. Com esses dados, obtêm-se a formulação para que seja preparada 
a tinta com as bases da máquina de mixing (armário de mescla); 
• Depois de preparada a tinta, é feita a pintura de um corpo de prova para acerto 
da cor segundo os conceitos de colorimetria. Mesmo quando tomamos todos 
esses cuidados, a tinta preparada nunca será exatamente igual à do veículo; 
• Depois de efetuada as reparações da chapa, são aplicados os produtos de 
fundo (massa, wash primer e primer) na área reparada; 
• Quebre o brilho de toda a peça, lixando o verniz com uma lixa fina (1200 ou 
manta abrasiva, por exemplo). Esse procedimento tem como finalidade 
proporcionar aderência para a tinta de acabamento; 
• Aplique uma demão de tinta sobre os produtos de fundo aguardando o tempo 
de evaporação entre demãos (flash-off), conforme recomendação do fabricante 
da tinta; 
• É aplicada uma segunda demão de tinta, ultrapassando ligeiramente a anterior, 
deixando a tinta evaporar e, assim, sucessivamente; 
• Ao aplicar a última demão de tinta, efetua-se a aplicação com um largo 
movimento da pistola (quebrando a munheca) em forma de arco, desde o 
centro da reparação até as extremidades. Essa forma de aplicação tem por 
finalidade aumentar a distância da pistola de pulverização até a superfície do 
veículo de forma gradativa, quanto maior a distância, menor a deposição de 
tinta e menor a interferência dessa cor na aparência final da pintura; 
• Existem, ainda, cuidados que devem ser observados durante a aplicação como 
pressão de aplicação, regulagem do leque da pistola, distância da pistola, 
velocidade de aplicação e também deve-se observar a viscosidade da tinta, que 
deverá estar de acordo com as especificações do fabricante. 
• Finalmente, aplica-se verniz sobre toda a peça. 
 
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 Identifique a área a ser reparada. 
 Identifique a cor do veículo. 
 Faça a limpeza com desengraxante. 
 Proteja as áreas próximas. 
 
 
 
 
 
 Desbaste a área danificada com lixa grão 150 
e finalize com lixa 320. 
 Procure lixar a menor área possível. 
 
 
 
 
 
 
 Aplique fundo fosfatizante (wash-primer), se 
houver áreas com chapa aparente. 
 Aplique primer PU na área afetada 
 
 
 
 
 
 Lixe o primer PU com lixa grão 400, com taco 
rígido, 600 com taco macio. 
 Ative o restante da peça com lixa 800 em toda 
a área do retoque (quando este for invisível). 
 
 
 
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 Ative o restante da peça com lixa grão 800 ou 
1000 (para retoque invisível), e 1200 ou 1500 
para retoque localizado (ou utilização de manta 
abrasiva Scoth Brite ou Bear Tex). 
 Limpe a superfície. 
 Mascare as peças adjacentes. 
 
 Pese a quantidade de tinta necessária para realizar o retoque, caso necessite de 
correção, siga as técnicas de colorimetria. 
 
 Aplique a primeira demão de tinta cobrindo o 
primer, procurando atingir a menor área 
possível. 
 Verifique a abertura do leque e a pressão do ar. 
 
 
 
 
 Após aguardar o flash-off, (aproximadamente 
15 minutos), aplique a segunda demão, 
estendendo à área de aplicação com 
movimentos em forma de arco (quebra da 
munheca). 
 
 
 
 Para finalizar o retoque, aplique uma demão 
leve de tinta rediluída com solvente para 
retoques. Estendendo à área, e desta forma, 
dando o efeito degradê. 
 Se o retoque se aproximar de outra peça, esta 
também deverá receber o alongamento da 
tinta. 
 
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Podemos encontrar situações diferentes. 
Existem casos diferentes nos quais podem ser utilizadas as técnicas de difuminado: 
 
 
Uma peça: quando existirem danos pequenos, localizados no centro da peça e a 
aplicação da tinta não atingir a peça adjacente, mascare o restante do veículo e 
aplique os produtos de fundo no local do reparo. Após a etapa de preparação, é 
aplicada a tinta, difuminando na última demão. Feito isso, aplique o verniz por toda a 
peça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Duas peças: quando o dano for muito próximo à peça adjacente, o difuminado 
deverá atingir também essa peça. Deve-se mascarar todas as outras peças e aplicar a 
tinta sobre o primer nas primeiras demãos. Na última demão de tinta retire o 
mascaramento da peça adjacente e faça o difuminado cerca de 20 cm, atingindo 
também essa peça. Por fim, aplica-se o verniz nas duas peças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Três peças: geralmente ocorre quando uma peça é substituída. As peças adjacentes 
devem ser mascaradas durante a aplicação das primeiras demãos de tinta. Na última 
demão, retire o mascaramento dessas peças e faça o difuminado cerca de 30cm. Feito 
isso, aplique o verniz nas três peças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Utilizando a técnica de difuminado, pode ser resolvido um dos grandes problemas 
atuais na repintura, devido às diversas variações de tonalidades encontradas entre as 
tintas preparadas e a cor do veículo a ser pintado. Essa técnica, se usada 
corretamente, proporciona maior qualidade na repintura e, conseqüentemente, 
economia de mão-de-obra e de material. 
 
Retoques localizados 
Este tipo de retoque requer mais habilidade do reparador, pois nem sempre se obtém o 
resultado desejado, ou seja, os retrabalhos são sempre freqüentes. Veja abaixo uma 
seqüência deste tipo de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação da tinta de acabamento 
 
Área A 
 
A tinta deverá ser aplicada de forma mais seca que o normal, até total cobertura do 
primer. 
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Área B 
 
Nesta área, aplique a tinta diluída em 50% com diluente para retoques difuminados, 
executando movimentos em forma de arco do interior do retoque (área A) para fora 
(área B), efeito degradê. 
 
Área C 
 
Até parte desta área deverá ser estendido o difuminado, fazendo a quebra da 
“munheca” para criar o efeito de degradê. 
 
 
Aplicação de verniz 
 
Área D 
 
O verniz deverá ser aplicado com sua catálise normal, inicialmente na área A (1ª 
demão). Logo em seguida, aplique a 2ª demão do verniz diluído em 50% com diluente 
para retoques difuminados, estendendo até a área C. Por fim, aplique o verniz diluído 
em 90% com diluente para retoques difuminados nas bordas do retoque (área D), 
cuidando para não ultrapassar a área ativada (lixada), pois o polimento será feito de 
forma a igualar o brilho da área reparada com o restante do veículo. 
 
 
OBS. Este tipo de retoque deve ser feito apenas em áreas de 
 pouca aparência no veículo. 
 
 
 
TABELA REFERENCIAL PARA ACERTO DE TEXTURA DO VERNIZ. 
 
Recurso Textura mais lisa Textura mais grossa 
Pressão Maior pressão Menor pressão 
Diluente Lento Rápido 
Viscosidade Menor Maior 
Catalisador Lento Rápido 
Distância Menor Maior 
 
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Pintura de plásticos 
 
 
 
 
 
Há alguns anos, as montadoras vêm incorporando uma grande quantidade de peças 
plásticas à carroceria dos veículos, proporcionando vantagens como a diminuição de 
peso dos veículos, facilidade e liberdadede desenhos que permitem os mesmos 
resultados das peças em aço, com o mesmo acabamento estético de cor e brilho, além 
de não haver danos com a corrosão da forma como ocorre com as peças de aço. 
 
Observações básicas 
 
Para que o trabalho de pintura em peças plásticas seja bem sucedido, é de grande 
importância observar algumas características principais: 
 
• Limpeza da peça; 
• Aderência; 
• Flexibilidade. 
 
Limpeza da peça 
 
Para a remoção da peça plástica do molde original utiliza-se desmoldante, produto que 
deve ser eliminado. Sendo assim, ao dar início a um trabalho de pintura em uma peça 
plástica, é necessário limpá-la corretamente para total remoção desse produto, 
evitando a contaminação no decorrer do processo. Nesta fase do trabalho, utilize 
solventes adequados devido à sensibilidade que apresenta a maioria das peças aos 
produtos convencionais. 
Outro problema comum é a falta de aderência decorrente de falhas relacionadas ao 
processo de preparação da peça. A realização de uma limpeza adequada ao plástico e 
à aplicação de produtos indicados pelos fabricantes para sua repintura são os 
procedimentos que irão assegurar a aderência ideal e um resultado final satisfatório. 
 
Flexibilidade 
 
Em qualquer processo de pintura é necessário que a película de tinta, e os demais 
produtos tenham a mesma flexibilidade. Desta maneira, o acabamento e a peça 
responderão da mesma maneira a qualquer esforço mecânico, deformando-se e 
recuperando-se da mesma maneira. Em caso de ocorrer impactos maiores, a tinta se 
romperá. 
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Para evitar esses problemas, é possível encontrar no mercado grande quantidade de 
produtos específicos apenas para esses materiais. São produtos que vêm para 
complementar os materiais que já são utilizados para a pintura de chapas e são, 
respectivamente, indicados como: 
 
• Desengraxante para plástico; 
• Promotor de aderência para plástico; 
• Aditivo elastificante; 
• Aditivo elastificante texturizado. 
 
Desengraxante para plástico 
 
Este produto tem a sua utilização específica para a limpeza de peças plásticas. Ele é 
composto por aditivos que não provocam deformação e previnem a formação de carga 
estática devido ao seu manuseio evitando, desta forma, a atração de poeira para a 
pintura. 
 
 
Promotor de aderência para plástico 
 
É utilizado para promover uma ativação superficial na peça que está sendo preparada, 
para que os demais produtos tenham uma boa aderência. O promotor de aderência 
para plástico não age da mesma forma que os produtos fosfatizantes que utilizados na 
pintura de chapas metálicas. 
Este produto é aplicado sempre antes da aplicação de massa ou primer, ou após o 
lixamento da massa para assegurar a aderência dos demais produtos que serão 
aplicados. A não utilização deste produto poderá acarretar, posteriormente, em 
desplacamento (desprendimento) dos materiais que foram aplicados na superfície. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pintura danificada: Falta de promotor de aderência 
ou ausência de aditivo flexibilizante na tinta e no 
verniz. 
 
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Aditivo elastificante 
 
É utilizado para igualar a elasticidade da peça com a dos produtos que serão 
aplicados, principalmente para dar elasticidade aos produtos poliuretânicos: primer, 
tinta e verniz. A tinta poliéster não necessita de elasticidade, pois já apresenta esta 
característica. 
O resultado do uso deste aditivo é a obtenção de uma película de pintura seca com 
maior flexibilidade. 
 
Aditivo elastificante texturizado 
 
Algumas peças plásticas apresentam característica texturizada. Para se obter essa 
característica, que pode ser da peça que estará sendo reparada, é necessário que 
utilizar este aditivo para manter o aspecto original e melhor acabamento final. 
São comercializados, atualmente, três tipos de aditivos texturizantes que são: grosso, 
médio e fino. Com a aplicação em um corpo de prova, é possível determinar qual a 
quantidade de aditivo texturizante e o melhor tipo a ser adicionado à tinta. 
 
ATENÇÃO 
 
Consideram-se como críticas todas as fases da pintura de peças plásticas, portanto, 
deve ser iniciado esse trabalho sempre com uma boa preparação. 
 
A limpeza é uma etapa fundamental, pois é nela que haverá a completa eliminação de 
todos os contaminantes que estejam na superfície, principalmente o líquido 
desmoldante. 
 
O primer poliuretano deve ser aplicado seguindo as recomendações do fabricante, o 
que inclui os critérios de elasticidade e os tempos de secagem durante a aplicação. 
 
Outra etapa que deve ser levada em consideração é o mascaramento dos detalhes 
nas peças, que deve ser removido sempre em seguida à aplicação dos produtos. Se 
for removido após a completa secagem, perderão ocorrer danos na pintura e o 
comprometer do resultado final. 
 
Faça a seqüência correta de lixamento, pois sua má utilização pode provocar riscos ou 
uma falta de aderência da tinta de acabamento. 
 
 
 
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Outros materiais 
 
Há no mercado outros materiais muito importantes que devem ser conhecidos melhor, 
pois fazem parte do processo de pintura de peças plásticas, e cada um tem sua 
particularidade. 
 
• Massa poliéster para plástico; 
• Massa tapa-poros; 
• Primer para plástico; 
• Aditivo fosqueante. 
 
 
Massa poliéster para plástico 
 
Massa com alto poder de flexibilidade, é própria para a reparação de peças plásticas. 
 
Massa tapa-poros 
 
Lavagem com 
água e sabão 
utilizando 
manta 
abrasiva. 
Desengraxe com 
desengraxante 
anti-estático. 
Aplicação de promotor de aderência. 
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Utilizada para isolar a peça após a limpeza com desengraxante, evitando o surgimento 
de alguma contaminação que esteja impregnada no plástico, garantindo melhor 
aderência dos demais produtos. 
Primer para plástico 
 
Alguns fabricantes oferecem primers poliuretânicos (P.U.), além dos convencionais. A 
grande diferença é que esse tipo de primer para plástico já contém o elastificante na 
sua formulação, garantindo uma boa elasticidade após sua aplicação. 
Alguns são incolores e são mais recomendados para peças novas e não devem ser 
utilizados em peças que tenham sofrido algum reparo. Caso contrário, aplique o primer 
P.U. com aditivo elastificante. 
 
Seqüência com primer PU. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação de primer PU com elastificante Aplicação do controle de lixamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lixamento do primer (com bloco rígido ou esponja conforme textura). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aditivo fosqueante 
 
Deve ser adicionado à tinta de acabamento P.U. ou ao verniz P.U. Este aditivo tem a 
finalidade de reduzir o brilho. Aplique a tinta em um corpo de prova, fazendo a 
comparação com a pintura do veículo. Deve-se adicionar à tinta a quantidade de 
fosqueante de acordo com a orientação do fabricante. 
 
Seqüência com massa 
 
1. Caso a peça tenha algum defeito ou rebarba, remova-os com auxílio de um 
estilete. Feito isto, aplique a massa poliéster para plásticos sobre o promotor de 
aderência. 
 
2. Lixe a massa com lixa grão 220 e taco rígido. 
 
3. Após realizar este processo, desengraxe a peça novamente utilizando 
desengraxante para plásticos e reaplique o promotor de aderência novamente 
em toda a peça. 
 
 
Propriedade específica 
 
O plástico possui propriedades específicas em relação às chapas de aço, 
apresentando algumas particularidades no processo de pintura. No mercado brasileiro, 
os fabricantes de tinta dispõem de uma grande quantidade de produtos e informações 
para o profissional de pintura trabalhar com peças plásticas sem dificuldades. Basta 
ficaratento ao tipo de plástico para selecionar qual o melhor processo e o produto 
adequado para ser empregado na pintura. Se as informações apresentadas nas 
embalagens dos produtos, forem seguidas corretamente, será feito um trabalho 
coerente, obtendo-se um excelente acabamento no final de cada etapa. 
 
Veja agora, passo a passo, três métodos distintos para execução de um trabalho 
eficiente com peças plásticas. 
 
• Pára-choque liso ou texturizado; 
• Pára-choque liso ou texturizado com reparação; 
• Pára-choque com primer. 
 
Pára-choque liso ou texturizado 
 
1. Lave a peça com água e sabão neutro, utilizando uma manta abrasiva Scoth 
Brite ou Bear Tex; 
2. Desengraxe com desengraxante antiestático; 
3. Aplique selador para plásticos (apenas para plásticos termoplásticos); 
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4. Aplique primer para plástico ou primer P.U. com elastificante; 
5. Aplique controle de lixamento em pó e lixe o primer com taco macio utilizando 
lixa grão 400/600 a seco; 
6. Desengraxe; 
7. O acabamento pode ser monocapa ou bicapa. Utilize o monocapa com tinta 
P.U. e elastificante, texturizado e texturizado grosso. No bicapa, a opção é a 
tinta poliéster mais a aplicação do verniz com elastificante. 
 
Pára-choque liso ou texturizado com reparação 
 
Repita os três primeiros passos do procedimento anterior. Em seguida: 
 
1. Aplique promotor de aderência para plásticos; 
2. Aplique a massa poliéster para plásticos; 
3. Lixe a massa a seco (com P220); 
4. Desengraxe com desengraxante antiestático; 
5. Aplique selador para plásticos; 
6. Aplique primer para plásticos ou primer P.U. com elastificante; 
7. Lixe o primer a seco, utilizando taco macio (com lixa P400/600); 
8. Desengraxe com desengraxante para plásticos; 
9. O acabamento a ser usado será o mesmo do procedimento anterior. 
 
Pára-choque com primer 
 
Este procedimento é considerado como o mais simples. Observe os passos: 
 
1. Lave a peça com água e sabão neutro, utilizando uma manta abrasiva Scoth 
Brite ou Bear Tex; 
 
2. Desengraxe com desengraxante antiestático; 
 
3. Lixe o primer a seco, utilizando controle de lixamento e taco macio (com lixa grão 
 P400/600); 
 
4. Desengraxe com desengraxante para plásticos; 
 
5. O acabamento será o mesmo dos processos anteriores. 
 
 
 
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Opções de acabamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desengraxe e aplicação de pano pega pó. Aplicação de base poliéster mais verniz PU. 
 
Poderão ser um dos três sistemas: 
 
• Aplicação de tinta P.U. com elastificante para cores lisas. 
 
• Aplicação de base poliéster e verniz P.U. (para cores lisas, metálicas e 
perolizadas). 
 
• Aplicação de acabamento texturizado (para manter as características originais) 
 
Agora cabe a você, como profissional, escolher o sistema adequado à sua situação de 
trabalho. 
 
 
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Polimento 
 
 
 
 
 
 
Há trabalhos de pintura que são feitos com tintas que não requerem a aplicação de 
verniz podem dispensar o polimento, se a aplicação for feita dentro dos padrões de 
qualidade e cuidados indicados pelos fabricantes. 
 
Um trabalho de mascaramento mal feito, um ambiente de oficina cheio de poeira e 
contaminantes, uma aplicação de tinta com regulagem incorreta de equipamentos, 
resultando em névoa, e mesmo o estado da pintura original do veículo são fatores que 
criam a necessidade da operação de polimento. 
 
Assim, o polimento é aplicado para eliminar pequenos riscos, alguns tipos de defeitos e 
contaminações da pintura, representadas pelas partículas de sujeira que se depositam 
sobre a superfície pintada. Serve, também, para realçar o brilho de acabamento e 
proteger superfícies de pinturas novas ou levemente queimadas. 
 
Nos locais onde foram realizados retoques localizados (CUIDADO), deve-se observar 
a forma correta de executar o polimento. Este deve ser feito do interior para as 
extremidades, utilizando rotações menores na máquina, boinas e produtos menos 
abrasivos, pois esta tarefa é apenas para fazer a “fusão” das bordas do retoque com a 
pintura anterior. 
 
Para encerrar, lembre-se de que um profissional competente deve estar 
constantemente informando-se sobre as inovações tecnológicas do setor, como forma 
de aprimoramento de seu desempenho profissional. 
 
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Referência Bibliográfica 
 
 
 
 
Trabalho editado, compilado e reproduzido a partir das seguintes obras: 
 
 
2. Apostila BASF repintura sd. 
 
3. Manual de Repintura SITIVESP Agosto 2002

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