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Atendimento às vítimas de trauma: encefálico, torácio e abdominal Trauma Cranioencefálico O trauma cranioencefálico (TCE) é causado por uma agressão ou por uma aceleração ou desacelaração de alta intensidade do cérebro dentro do crânio. Movimento Galope-contragalope Lesão por aceleração-desaceleração O cérebro é “jogado” de um lado para o outro dentro da caixa craniana. O cérebro é lesionado quando bate com força total contra o lado oposto do crânio O cérebro é lesionado diretamente abaixo do local de lesão Causas Os acidentes de trânsito são os principais causadores de trauma cranioencefálico, tendo uma porcentagem em torno de 60% a 70%. Os acidentes envolvendo o trânsito foram os principais responsáveis por causar invalidez após traumas mecânicos na última década no Brasil. Classificação Mecanismo: classifica-se o trauma em fechado (contuso) ou penetrante. O trauma fechado pode estar associado a acidentes de trânsito, quedas e agressões; e o penetrante geralmente está relacionado com ferimentos causados por armas de fogo ou arma branca. A lesão fechada é comum em crianças. Classificação Morfologia Anatômica: são divididas em lesões extracranianas, intracranianas e fraturas do crânio. Extracranianas laceram o couro cabeludo, causando sangramento e hematomas, como por exemplo, o hematoma subdural. Intracranianas podem ser focais ou difusas. E as fraturas do crânio podem ser lineares, cominutivas, e com afundamento. Tipos de TCE O TCE está dividido em três tipos: trauma craniano fechado, trauma com abaulamento no crânio e fratura exposta. TCE fechado se caracteriza por uma fratura sem desvio na estrutura óssea, ou por não apresentar ferimento na calota craniana (exemplo figura ao lado). Na fratura com abaulamento, o osso fraturado se encontra afundado no crânio, podendo causar compressão ou lesão cerebral. Na fratura exposta, geralmente ocorre uma laceração do couro cabeludo e músculos pericrânios, existindo comunicação direta entre a parte externa do crânio com o parênquima cerebral (tecido responsável pela função cerebral). Tipos de Fratura Linear: tipo mais comum, causa uma rachadura fina no crânio. Com afundamento: depressão ou deformidade causada pelo impacto com um objeto. Comitutiva: múltiplas rachaduras a partir do centro. Basal: ocorre quando há uma ruptura da base do crânio e resulta de uma fratura linear que se estende até o assoalho do crânio. Fratura de crânio Geralmente o crânio só é fraturado se o trauma for extenso; A fratura em sí não oferece nenhum perigo, a menos que seja acompanhada por lesão cerebral. Sinais e Sintomas Contusões, lacerações ou hematomas no couro cabeludo Deformidade do crânio Extravasamento de sangue ou LCR pelo nariz, ouvido, boca ou por um ferimento no couro cabeludo Equimose ao redor dos olhos Equimose atrás dos ouvidos ou no processo mastóide (sinal de Battle) Lesão visível Dor, edema ou sensibilidade no local da lesão Sinais e sintomas de lesão cerebral Alteração da responsividade Comportamento alterado Náuseas e/ou vômitos Pupilas anisocóricas e/ou com fotorreação negativa Diplopia Cefaléia Amnésia, confusão ou desorientação Fraqueza ou perda do equilíbrio Crises convulsivas Primeiros Socorros Toda vítima com suspeita de lesão cerebral precisa de atendimento médico imediato!!! Suspeite de lesão medular: estabilize a cabeça e o pescoço Monitore os sinais vitais Preveja a ocorrência de vômitos: se necessário vire a vítima de lado Mantenha a vítima aquecida Não eleve os membros inferiores Primeiros Socorros Manter oxigenação adequada Controle do sangramento: Não aplique pressão sobre um traumatismo craniano Aplique curativos e bandagens nos feriemntos Mantenha a cabeça e os ombros da vítima levemente elevados Não tente interromper a saída de sg ou LCR, use a bandagem ou gaze apenas para absorver o fluxo. Primeiros Socorros Nunca tente remover um objeto Imobilize o objeto com curativos macios e volumosos Se o objeto for muito comprido e impedir o transporte da vítima, aguarde o resgate. Se a vítima tiver sofrido lesão não traumática, deite-a sobre o lado esquerdo e a mantenha aquecida Se a vítima ficar muito aquecida, aplique compressas frias na testa Primeiros Socorros Enquanto aguarda a equipe de resgate: Aplique curativos em todos os ferimentos da face e do couro cabeludo que ainda não foram tratados Continue a monitorar sinais vitais Continue atento para a possibilidade de vômitos e crises convulsivas Monitore continuamente as vias aéreas e o quadro neurológico da vítima. Lesões torácicas São a segunda principal causa de morte por trauma, perdendo somente para as lesões no sistema nervoso central. Há duas categorias: abertas e fechadas. Trauma fechado: causado por um golpe forte no tórax Lesão penetrante: objeto pontiagudo penetra na parede torácica Lesão por compressão: comum em acidentes automobilísticos Classificação Quanto ao Tipo de Lesão: Aberto: São, grosso modo, os ferimentos. Os mais comuns são os causados por arma branca (FAB) e os por arma de fogo (FAF). Fechado: São as contusões. O tipo mais comum dessa categoria de trauma é representado pelos acidentes automobilísticos. 20 Classificação Quanto ao Agente Causal FAF: ferimento por arma de fogo FAB: ferimento por arma branca Acidentes Automobilísticos Outros Quanto ao órgão atingido 21 Mecanismos da lesão Trauma direto: caixa torácica é golpeada por um objeto em movimento ou ela vai de encontro a uma estrutura fixa. Parede torácica absorve o impacto e o transfere para as vísceras 22 Mecanismos da lesão Trauma por compressão: comum em desmoronamentos e eventos do gênero. Apresenta lesões mais difusas na caixa torácica, mal delimitadas e, se a compressão for prolongada, pode causar asfixia traumática, apresentando cianose cérvico-facial e hemorragia subconjuntival. 23 Sinais e sintomas gerais Cianose, dispnéia, hemoptise Desvio traqueal Dor ao respirar Distensão das veias do pescoço Dor na região lesionada, principalmente durante a respiração Expansão torácica anormal Pulso fraco e taquicardia Equimose ou fratura evidente Alteração do estado mental ABCDE do trauma A - (airway) vias aéreas com proteção da coluna cervical; B - (breathing) respiração e ventilação; C - (circulation) circulação com controle da hemorragia; D - (desability) incapacidade, estado neurológico; E - (exposition) exposição e controle ambiental. 26 EXAME FÍSICO (ABC) ÁREA AVALIADA SINAIS CLÍNICOS POSSÍVEIS LESÕES Via aérea Taquipnéia, estridor Obstrução ou ruptura via aérea, corpo estranho Respiração Movimentos torá-cicos anormais, ausência de MV Tórax instável, contusão pulmonar, hemo ou pneumotórax Circulação Hipotensão, taquicardia Hemorragia intratorácica Coluna cervical Dor na nuca Fratura-luxação SNC Imobilidade ou alte-ração consciência TCE 27 Primeiros Socorros Assegure respiração adequada Controle sangramentos externos Nunca tente remover objetos cravados no tórax Monitore os sinais vitais Curativo de 3 pontos 29 Curativo de 3 pontas Lesões Abdominais A cavidade abdominal abriga grandes artérias e órgãos vitais; Vítimas de trauma abdominal geralmente sofreram trauma torácico. Podem apresentar lesões abertas ou fechadas Feridas penentrantes abaixo do mamilo podem atingir cavidade abdominal Local mais frequente de lesões desapercebidas – mortes evitávies Dificuldade no diagnóstico precoce – importância da história do trauma Associação frequente com trauma de tórax , pelve e nádegas Ruptura do diafragma com comprometimento da expansibilidade pulmonar Ferimentos posterior: 6 EIC Ferimentos anteriores: 4EIC Considerar risco de trauma abdominal –visceras sobem na expiração Sinais e Sintomas Distensão ou irregularidade no formato do abdome Equimose abdominal ou nas costas Sensibilidade ou rigidez abdominal Dor com intensidade variável Dor em outros locais ou que irradia para um dos ombros Posição de defesa Cãibra abdominal Sinais e Sintomas Náuseas ou vômitos Respiração superficial e acelerada Taquicardia com hipotensãoFerimentos abertos e perfurações Orgãos protusos através do ferimento Hematúria Fraqueza extrema Sede Primeiros Socorros Avalie sinais vitais Previna o choque Controle sangramentos Cuidados com objetos perfurantes Coloque a vítima na posição mais confortável Fique atento à vômitos e sinais de choque Não dê nada via oral Trauma Politraumatismo é o termo empregado quando mais de uma região do corpo sofre lesões concomitantes, intencional ou acidental; É a terceira causa de morte no Brasil e a primeira na faixa etária dos 5 a 40 anos; A atenção ao trauma envolve o desenvolvimento de programas focados em prevenção, atendimento pré-hospitalar, atendimento hospitalar e reabilitação. Profª Neisa Lourenço 35 Avaliação inicial Aérea: obstrução de vias aéreas e controle da coluna vertebral; Boca: para lembrar problemas de respiração, especialmente pmeumotórax; Circulatório: Alterações da circulação e controle de hemorragias; Déficit neurológico Exposição completa do paciente Profª Neisa Lourenço 36 Transporte e atendimento adequado das vítimas de trauma Transporte no trauma O transporte das vítimas de trauma requer do socorrista o máximo cuidado para que não se agravem as lesões já existentes nem se originem outras. Contudo, deve-se primeiramente assegurar as funções dos sinais vitais, bem como controlar as hemorragias e as fraturas devidamente imobilizadas. Recomenda-se o transporte de vítimas de trauma nos seguintes casos vítima inconsciente; estado de choque instalado; grande queimado; hemorragia abundante; choque; envenenado; picada de animal peçonhento; acidentado com fratura de membros inferiores, bacia ou coluna vertebral. Métodos de transporte De apoio No colo Nas costas De apoio em 2 Manobra de retirada de acidentado, com suspeita de fratura de coluna, de um veículo: o socorrista deve se posicionar atrás da vítima, colocando as mãos sob as axilas dela, posicionando um dos braços de encontro ao tórax da vítima e arrastando-a para fora do veículo, apoiando a região dorsal da pessoa nas coxas. Contudo, essa manobra deve ser feita apenas em situações de extrema urgência.
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