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Psicofarmacologia aplicada Drª Érika Leonardo de Souza Psicofarmacologia da ansiedade Transtornos de Ansiedade Transtornos de ansiedade Transtorno de ansiedade generalizada (eventos de vida estressantes ou outras preocupações pessoais, com medo de desfechos ameaçadores); transtorno de ansiedade social (medo da avaliação negativa dos outros em situações sociais); transtorno do pânico (ocorrência espontânea e inesperada de ataques de pânico, ou seja, ocorrências intermitentes de medo ou desconforto intenso, acompanhadas pelo surgimento de hiperexcitação fisiológica); fobia específica (medo de um determinado estímulo ou objeto sem nenhuma razão aparente, por exemplo, medo de injeção) transtorno obsessivo-compulsivo (pensamentos que surgem sem razão aparente e que são inaceitáveis – obsessões – dos quais tenta se livrar por meio das compulsões – rituais comportamentais ou mentais como lavar as mãos repetidamente, evitar sujeita ou repetir silenciosamente um pensamento, por exemplo uma reza ou falar consigo mesmo) transtorno de estresse pós-traumático (lembranças, sensações, pensamentos associados com experiências traumáticas passadas). Tratamento Medicamentoso • Inibidores de recaptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina, fluvoxamina, citalopram, excitalopram) • Venlafaxina, Mirtazapina, Trazodona • Antidepressivos tricíclicos (Clomipramina, Imipramina) • Benzodiazepínicos (Alprazolam, Clonazepam) • IMAO (Moclobemida e Tranilcipramina) Indicação de Medicação por Diagnóstico Principal Medicação T. Pânico TAG F. Social Fobias espec TOC TEPT Fluoxetina +++ +++ +++ + +++ ++ Sertralina +++ +++ +++ + +++ +++ Paroxetina +++ +++ +++ + +++ ++ Fluvoxamina +++ +++ +++ + +++ ++ Citalopram +++ +++ +++ + +++ ++ Escitalopram +++ +++ +++ + +++ ++ Venlafaxina +++ +++ +++ + +++ ++ Mirtazapina +++ +++ +++ + +++ ++ Bupropiona + + ++ + + + Duloxetina ++ +++ +++ + ++ ++ Reboxetina ++ ++ ++ + + + Trazodona +++ +++ ++ + + ++ Atomoxetina + + ++ + + + Milnaciprano ++ ++ ++ + + + Amitriptilina +++ +++ ++ + ++ + Imipramina +++ +++ ++ + ++ + Nortriptilina +++ +++ ++ + + + Clomipramina +++ +++ ++ + +++ + Tranilcipramina +++ +++ +++ + +++ + Moclobemida +++ +++ +++ + ++ + Haloperidol + + + + + + Clorpromazina + + + + + ++ Levomepromazina + + + + + ++ Tioridazina + + + + + ++ Periciazina + + + + + ++ Risperidona + + + + ++ + Aripiprazol + + + + + + Quetiapina + + + + + ++ Ziprasidona + + + + + + Olanzapina + + + + + + Clozapina + + + + 0 + Lítio + + + + + + Carbamazepina + + + + + + Oxcarbamazepina + + + + + + Valproato + + + + + + Lamotrigina + + + + + + Topiramato + + + + + + Diazepam +++ +++ ++ ++ + ++ Clonazepam +++ +++ ++ ++ ++ ++ Midazolam ++ ++ + + + + Alprazolam +++ +++ + + + ++ Bromazepam ++ ++ + + + + Indicação de Medicação por Diagnóstico Principal LEGENDA: Primeira linha= +++ ; Boa indicação= ++ ; Pouca indicação = +; Sem indicação/Contra- indicação = 0 Drogas ansiolíticas Benzodiazepínicos Barbitúricos Buspirona β-bloqueadores Drogas ansiolíticas Drogas psicotrópicas mais comumente usadas A maioria esmagadora das prescrição não é feita por psiquiatras (< 20%) Grande variedade de pacientes que não apresentam um transtorno primário de ansiedade Barbitúricos primeiro grupo ansiolítico importante introduzidos no início do sec XX sedativos, hipnóticos, anticonvulsivantes menos seguros que os benzodiazepínicos em superdosagem fenobarbital - único no mercado brasileiro, anticonvulsivante Nomes comerciais Benzodiazepínicos ALPRAZOLAM: Apraz, Frontal, Tranquinal BROMAZEPAM: Brozepax, Deptran, Lexotam, Nervium, Novazepam, Somalium, Sulpam CLOBAZAM: Frizium, Urbanil CLONAZEPAM: Rivotril CLORDIAZEPÓXIDO: Psicosedim CLOXAZOLAM: Elum, Olcadil DIAZEPAM: Ansilive, Calmociteno, Diazepam, Kiatriun, Noam, Somaplus, Valium LORAZEPAM: Lorium, Lorax, Mesmerin Nomes comerciais Barbitúricos Nome Genérico Nome Comercial Duração da Ação Amobarbital Amytal Ação curta a intermediária Barbital Veronal Ação prolongada Butabarbital Butisol Ação curta a intermediária Fenobarbital Gardenal, Luminal Ação prolongada Hexobarbital Evipal Ação curta a intermediária Mefobarbital Mebaral Ação prolongada Pentobarbital Nembutal Ação curta a intermediária Secobarbital Seconal Ação curta a intermediária Tiamilal Surital Ação ultra-curta Tiopental Delvinal Ação curta a intermediária Nomes comerciais Buspirona Ansitec Buspanil Buspar Nomes comerciais β-bloqueadores: betabloqueadores se subdividem em cardioseletivos (Metoprolol) e não cardioseletivos (Propranolol) PROPANOLOL – Antitensin; Inderal; Rebaten la ATENOLOL – Atenopress; Atenol; Ateneo METOPROLOL – Seloken; Selozok NADOLOL - Corgard PINDOLOL - Visken; Viskaldix Benzodiazepínicos Desenvolvidos originalmente como relaxantes musculares Introduzidos nos anos 1960 Propriedades ansiolítico-hipnóticas, maior segurança em superdosagem, potencial para dependência Indicações ansiedade tensão muscular insônia estado de mal epiléptico epilepsia anestesia pré-operatória abstinência do álcool Benzodiazepínicos Eficácia: transtorno de ansiedade generalizada (FDA) transtorno do pânico (FDA) Efeitos colaterais sedação, fadiga, dependência / abstinência Segurança em intoxicação seguros em intoxicações até 30x a dose diária normal sedação, sonolência, ataxia, fala pastosa depressão respiratória em combinação com outros depressores do SNC Suspensão maximo de 25% da dose total por semana abstinência inclui: insônia, agitação, ansiedade, convulsões (mais raras) Benzodiazepínicos Duração do tratamento ansiedade mais aguda, estresse específico 1 - 2 semanas quadros ansiosos mais crônicos (6 meses) 4 - 6 semanas, redução gradual TAG tratamentos mais prolongados, vale a pena tentar antidepressivo Idealmente, tratamento com duração limitada Mecanismo de ação facilitam a transmissão GABA (neurotransmissor inibitório) EFEITOS COLATERAIS DO BZD • Sedação. • Diminuição da atenção. • Fadiga. • Dependência química (tolerância, síndrome de abstinência) • Alterações da consciência • Incoordenação motora. Buspirona Ansiolítico não BZD, não sedativo Percepção de que seja mais fraca e de início mais lento que os BZds não procede buspirona e BZDs podem levar de 2 - 4 sem Bem tolerada em pacientes idosos e com doenças clínicas Efeitos colaterias cefaléia, náuseas, tonturas e tensão não deprime função respiratória não altera coordenação motora β-bloqueadores Uso não aprovado pelo FDA para ansiedade hipertensão, profilaxia de angina, arritmias, cefaléias enxaquecosas e estenose hipertrófica subaórtica Úteis no controle de manifestações somáticas de ansiedade palpitações, tremores, acatisia Doses mais baixas que as necessárias para controle de hipertensão Hipnóticos Insônia é um problema comum mais freqüentemente secundário a outra condição ex. insônia terminal da depressão apnéia do sono, narcolepsia e síndrome de pernas inquietas Recomendação para não se utilizar hipnóticos regularmente BZDs de ação rápida (Clonazepam – Rivotril) maior potencial para dependência Zolpidem (Stilnox; Lioram; não barbitúrico quase que totalmente excretado antes da manhã seguite Psicofarmacologia do Transtorno Bipolar ↓ Energia ↓ Humor - ↓ motivação Anedonia Lentificação de processos Psíquicos ↓ concentração, ↓ memória RACIOCÍNIO LENTO DIFICULDADE DE ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO Indecisão Apatia Desânimo PENSAMENTOS E SENTIMENTOS NEGATIVOS (pessimismo, insegurança, baixa auto-estima, inutilidade, vazio, culpa exagerada, doença, morte, preocupações exageradas: ficar “minhocando”) Insônia ou sono demais Dores - queixas físicas ↓ Libido DEPRESSÃO ↓ Energia ↓ Humor - ↓ motivação Anedonia ↑ Energia/ativação * humor irritável/ euforia (rara) agressividade “pavio - curto”, pressa Lentificação de processos Psíquicos Aceleração de processos Psíquicos ↓ concentração, ↓ memória RACIOCÍNIO LENTO DIFICULDADE DE ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO Indecisão ApatiaDesânimo PENSAMENTOS E SENTIMENTOS NEGATIVOS (pessimismo, insegurança, baixa auto-estima, inutilidade, vazio, culpa exagerada, doença, morte, preocupações exageradas: ficar “minhocando”) Insônia ou sono demais Dores - queixas físicas ↓ Libido ACELERAÇÃO DE PENSAMENTOS, devaneios, sonhar acordado distração fácil ↑↑ IDÉIAS E PLANOS PENSAMENTOS SENTIMENTOS POSITIVOS** ↑ IMPULSIVIDADE: Abuso/dependência de álcool/drogas ↑ gastos/presentes (dívidas) ↑ libido: comportamento sedutor, excitabilidade sexual, discurso erotizado ↓ NECESSIDADE SONO COMEÇAR MUITAS COISAS E NÃO TERMINAR **otimismo exagerado, arrogância, superioridade, sentir-se ótimo, pessoa importante, o melhor, o dono da razão; arriscar em esportes, negócios, etc. DEPRESSÃO (HIPO)MANIA ↓ Energia ↓ Humor - ↓ motivação Anedonia Depressão + (Hipo)Mania raiva, ódio ↑↑ ansiedade = inquietação, desassossego, desespero ↑ Energia/ativação* humor irritável/ euforia (rara) agressividade “pavio - curto”, pressa Lentificação de processos Psíquicos Aceleração / ativação Lentidão / cansaço Aceleração de processos Psíquicos ↓ concentração, ↓ memória RACIOCÍNIO LENTO DIFICULDADE DE ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO Indecisão Apatia Desânimo PENSAMENTOS E SENTIMENTOS NEGATIVOS (pessimismo, insegurança, baixa auto-estima, inutilidade, vazio, culpa exagerada, doença, morte, preocupações exageradas: ficar “minhocando”) Insônia ou sono demais Dores - queixas físicas ↓ Libido ↑↑↑ IMPULSOS Dependendo da pessoa: ↑↑ FOME ↑↑ CIGARROS ↑↑ USO DE ÁLCOOL / DROGAS / tranqüilizantes ↑↑ sintomas obsessivo-compulsivos ataques de pânico ↑ Sexo para alívio de ansiedade Quando mais grave: ↑↑ idéias de suicídio ↑ VONTADE DE: morrer quebrar coisas bater/agredir ou até ideias de homicídio Insônia grave Trocar dia pela noite demorar a “desligar” à noite e dificuldade de levantar de manhã ACELERAÇÃO DE PENSAMENTOS, devaneios, distração fácil ↑↑ idéias e planos PENSAMENTOS SENTIMENTOS POSITIVOS** ↑ IMPULSIVIDADE: Abuso/dependência de álcool/drogas ↑ gastos/presentes (dívidas) ↑ libido: comportamento sedutor, excitabilidade sexual, discurso erotizado, ↓ NECESSIDADE SONO *↑↑ trabalho, estudos, escrever, comprar, conversar ao telefone, sexo, exercícios, viagens, noites na internet, jogos de azar, etc. COMEÇAR MUITAS COISAS E NÃO TERMINAR **otimismo exagerado, arrogância, superioridade, sentir-se ótimo, pessoa importante, o melhor, o dono da razão; arriscar em esportes, negócios, etc. DEPRESSÃO (HIPO)MANIAESTADO MISTO Critérios Diagnósticos Critérios para Episódio Maníaco A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, durando pelo menos 1 semana (ou qualquer duração, se a hospitalização é necessária). B. Durante o período de perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes sintomas persistiram (quatro, se o humor é apenas irritável) e estiveram presentes em um grau significativo: (1) auto-estima inflada ou grandiosidade (2) necessidade de sono diminuída (por ex., sente-se repousado depois de apenas 3 horas de sono) (3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar Critérios Diagnósticos (4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo (5) distratibilidade (isto é, a atenção é desviada com excessiva facilidade para estímulos externos insignificantes ou irrelevantes) (6) aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola ou sexualmente) ou agitação psicomotora (7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para consequências dolorosas (por ex., envolvimento em surtos incontidos de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros tolos) C. Os sintomas não satisfazem os critérios para Episódio Misto D. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar prejuízo acentuado no funcionamento ocupacional, nas atividades sociais ou relacionamentos costumeiros com outros, ou para exigir a hospitalização, como um meio de evitar danos a si mesmo e a outros, ou existem aspectos psicóticos. E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., uma droga de abuso, um medicamento ou outro tratamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo). Critérios Diagnósticos Critérios para Episódio Hipomaníaco A. Um período distinto de humor persistentemente elevado, expansivo ou irritável, durando todo o tempo ao longo de pelo menos 4 dias, nitidamente diferente do humor habitual não- deprimido. B. Durante o período da perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes sintomas persistiram (quatro se o humor é apenas irritável) e estiveram presentes em um grau significativo: (1) auto-estima inflada ou grandiosidade (2) necessidade de sono diminuída (por ex., sente-se repousado depois de apenas 3 horas de sono) (3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar Critérios Diagnósticos (6) aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola ou sexualmente) ou agitação psicomotora (7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto potencial para consequências dolorosas (por ex., envolver-se em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros tolos) (4) fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo (5) distratibilidade (isto é, a atenção é desviada com demasiada facilidade para estímulos externos insignificantes ou irrelevantes) Critérios Diagnósticos C. O episódio está associado com uma inequívoca alteração no funcionamento, que não é característica da pessoa quando assintomática. D. A perturbação do humor e a alteração no funcionamento são observáveis por outros. E. O episódio não é suficientemente severo para causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional, ou para exigir a hospitalização, nem existem aspectos psicóticos. F. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento, ou outro tratamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo). Critérios Diagnósticos Bipolar tipo I Representa toda amplitude da variação do humor É o pico mais alto e pode durar várias semanas, alternando com depressões graves. Não é raro apresentar sintomas psicóticos, como delírios, ou mesmo alucinações. Caso não seja tratado, em geral, prejudica enormemente o curso da vida do individuo. Bipolar tipo I MANIA DEPRESSÃO Bipolar tipo II A fase maníaca é mais suave e curta, por isso é chamada de hipomania. Os sintomas são semelhantes, mas não prejudicam a pessoa de modo tão significativo. As depressões, por outro lado, podem ser profundas. Pode iniciar-se na adolescência, com oscilações do humor. Bipolar tipo II HIPOMANIA DEPRESSÃO Episódio Misto Mínimo de duração: uma semana São satisfeitos os critérios tanto para Episódio Maníaco quanto para Episódio Depressivo Maior, quase todos os dias. Ou seja, paciente pode sentir-se deprimido pela manhã e ao longo do dia tornar-se eufórica, ou vice-versa Agitação, insônia, desregulação do apetite, características psicóticas e pensamento suicida A perturbação deve ser suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional ou de exigir a hospitalização, ou é marcada pela presença de características psicóticas A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (p. ex. droga de abuso, medicamento ou outro tratamento) ou de uma condição médica geral Risco de Suicídio Maior nos deprimidos bipolares do que nos unipolares Aproximadamente 15% dos pacientes bipolares cometem suicídio Acontece, na maioria das vezes, nos períodos de mudanças do humor - fim do episódio depressivo e início do maníaco Abuso de drogas é um agravante ANTICONSULSIVANTES (utilizados como estabilizadores do humor) • Classe heterogênea de medicações utilizadas comfinalidades estabilizadoras do humor, anti-impulsivas, antiepilépticas, potencializadores de outras medicações. • Preços bastante variados. • Em geral requerem mais que uma tomada diária. INDICAÇÕES DOS EH – Transtorno afetivo bipolar (episódios de mania, hipomania e depressão). – Depressão recorrente (profilaxia). – Potencialização (acelerar o tratamento ou em casos refratários). – Transtorno esquizoafetivo. – Agressividade, transtornos de personalidade (impulsivos, borderline). ESTABILIZADORES DE HUMOR - Lítio (Carbolitium®) � único classificado como estabilizador de humor - Ácido Valpróico e Valproato Sódico (Depakene®, Valpakine®, Depakote®) - Lamotrigina (Lamictal®) - Gabapentina (Neurontin®) - Carbamazepina (Tegretol®) -Oxcarbazepina (Trileptal®) Estabilizadores de Humor - Lítio Mecanismo de ação ainda não foi claramente elucidado: mecanismos intracelulares “Falta Lítio no meu sangue” Medicação mais usado e a mais eficaz Ação preventiva especialmente em relação aos episódios maníacos. Previne suicídio. Reduz instabilidade entre os episódios Estabilizadores de Humor - Lítio Efeitos Colaterais Tremores Fezes amolecidas ↑ produção de urina ↑ sede Náuseas ou estomago irritado Acne Aumento de peso Problemas de tireoide Estabilizadores de Humor - Lítio Manejo de efeitos colaterais Tremores � evite bebidas que pioram o tremor: refrigerantes tipo cola, chá, café, chocolate em excesso Fezes amolecidas � evite alimentos que “soltam o intestino” Náuseas ou estomago irritado: tomar junto com as refeições ou com algum alimento Aumento de peso � orientar dieta e exercícios Problemas na tireoide � controle dos hormônios. No caso de hipotireoidismo, medicação. Estabilizadores de Humor – Anticonvulsivantes VALPROATO / DIVALPROATO DEPAKENE ® / DEPAKOTE ® Medicação de primeira linha Efetiva em episódios mistos e cicladores rápidos Proibida para pessoas com problemas hepáticos Efeitos colaterais: ganho de peso, diarreia, dor de cabeça, alterações no fígado e sanguíneas, tremores finos e raramente perda de cabelo Estabilizadores de Humor – Anticonvulsivantes CARBAMAZEPINA TEGRETOL ® Ação anti-impulsividade Interage com outras medicações Efeitos colaterais: visão dupla, alterações sanguíneas, fadiga, dificuldades para urinar, tonturas, sonolência, ↓ sódio sanguíneo Estabilizadores de Humor – Anticonvulsivantes OXCARBAZEPINA TRILEPTAL ® Menos efeitos colaterais do que a CBZ Efeitos colaterais: ↓ sódio sanguíneo, alergias graves, alterações sanguíneas, tontura, visão dupla, cansaço, náusea, gastrite, dificuldade de concentração e memória Estabilizadores de Humor – Anticonvulsivantes LAMOTRIGINA LAMITOR ® / NEURAL ® Eficiente estabilizador para depressões bipolares Efeitos colaterais: alergias de pele, alterações sanguíneas, dor de cabeça, visão dupla, visão embaçada, rash cutâneo Outras drogas utilizadas no tratamento do TB Antipsicóticos: atípicos > típícos Antidepressivos (sempre associado a estabilizador do humor, nunca isoladamente) Benzodiazepínicos Stilnox Farmacologia no abuso e dependência de substâncias Abuso e dependência de Benzodiazepínicos Desintoxicação / substituição por um de meia vida longa (rivotril) Anticonvulsivantes (carbamazepina*, topiramato, gabapentina e ácido valpróico) Anti-hipertensivos (só se falha o tratamento de 1ª linha – carba) Antidepressivos (se existe depressão) *única com eficácia comprovada Abuso e dependência de Nicotina Bupropiona Goma de mascar com nicotina Adesivos Inalante e spray de nicotina Abuso e dependência de álcool Tiamina (vitamina B1) Dissulfiram Acamprosato Naltrexone Ondansentron Carbamazepina (diminuiu a procura pela droga) Benzodiazepínicos (minimiza os efeitos da abstinência alcoólica) Anti-hipertensivos (diminuir o desconforto da abstinência) Antidepressivos (quando a depressão é comórbida) Abuso e dependência de opiáceos Metadona (1ª linha) Buprenorfina (alternativa a metadona) Clonidina (na retirada da metadona – ameniza a abstinência) Abuso e dependência de cocaína Nenhuma droga se mostrou eficaz Psicofarmacologia na infância e adolescência Psicofarmacologia na infância e adolescência Uso generalizado de psicofármacos em crianças não ocorreu antes da década de 1980. Indevidamente medicadas x não medicadas quando necessário As medicações não são necessariamente mais danosas nas crianças e adolescentes. Ex antipsicóticos induzem menos acatisia Taxa de absorção pode ser mais rápida � pico plasmático ocorre mais cedo Metabolismo hepático é bem maior Doses são definidas por mg/Kg/dia Psicofarmacologia na infância e adolescência Metabolizadoras hepáticas mais eficientes = doses proporcionais por mg/kg mais altas Presença de hormônios sexuais competem com as enzimas hepáticas Respondem de modo diferente devido, por exemplo, a maturação das vias neuronais ou de suas funções � alteram o efeito das drogas Psicofarmacologia na infância e adolescência Metilfenidato – psicoestimulante Mecanismo de ação não claramente conhecido Efeitos colaterais: insônia, náuseas, dores abdominais, cefaléia, irritabilidade, tristeza, taquicardia, hipertensão, diminuição do apetite. Todos os psicofármacos podem ser utilizados nessa faixa etária. ELETROCONVULSOTERA PIA (ECT) Introdução • A eletroconvulsoterapia (ECT) consiste na indução controlada de crises com finalidade terapêutica . • É um dos tratamentos biológicos mais utilizados em psiquiatria. • O uso da eletroconvulsoterapia tem gerado muita controvérsia,mas hoje ela é considerada um tratamento atual e seguro. • Os profissionais da área e familiares que antes combatiam o uso da ECT,hoje procuram o tratamento expressando a aceitação. Histórico Foi Joseph Von Meduna neuropsiquiatra Húngaro,o primeiro a induzir convulsões com finalidade terapêutica; Utilizando cânfora(planta utilizada para fabricação de incenso e medicamentos). Em 1934 induziu uma série de convulsões em pacientes com quadros esquizofrênicos dos 26 tratados 10 apresentaram recuperação completa; Histórico Em 1937 neuropsiquiatras italianos começaram a induzir convulsões com eletricidade; Era mais fácil produzir convulsões e regular a eletricidade do que com agentes farmacológicos; Tornou-se o principal tratamento biológico em psiquiatria; Com o surgimento dos fármacos a ECT começou a declinar; Histórico Movimentos “antipsiquiátricos” e sensacionalismo dos meios de comunicação criaram uma imagem negativa e estigmatizada desse tratamento; Visto como ultrapassado,cruel e desumano; Intervenção terapêutica mais polêmica da história; Criação de leis proibindo o seu uso nos EUA e alguns países; Mecanismos de ação A ECT consiste na indução de uma crise convulsiva pelo uso de corrente elétrica ; Apesar dos benefícios para o cliente,o mecanismo de ação ainda não é totalmente conhecido; Indicações A ECT é um tratamento eficaz e seguro,desde que indicado com critérios definidos ; Depressão grave com risco de suicídio; Psicoses agudas acompanhadas de delírios e alucinações; Esquizofrenia catatônica(pessoa fica parada,quieta e muda); Contra-indicações � Não há contra-indicação absoluta para ECT; � Lesões cerebrais expansivas; � Aneurisma ou má-formação vascular; � Doença coronária crônica; � Hipertensão arterial não controlada; � Hipertensão intracraniana; � Glaucoma; � Deslocamento de retina; � Acidente vascular recente; � Luxação e subluxação cervical; � Contra-indicações de uso anestésico; Contra-indicações Não há contra-indicação durante a gravidez,exige-se uma avaliação clinica acurada principalmente no terceiro trimestre da gestação. Atenção especial Uso de marca-passo cardíaco; Arritmias; Osteoporose e doenças ósseas; Hipertensão arterial sistêmica; Doença pulmonar; Diabetes. Número e freqüência O número total de aplicações da ECT varia de acordo com o quadro clínico e do critério médico. Em geral vai de 6 a 12,podendo chegar a20 sessões. Sessões variam de 2 a 3 por semana,em dias alternados,para uma melhor recuperação cognitiva; Em alguns casos é necessário tratamento de manutenção em intervalos semanais,diminuindo as aplicações. Equipe de tratamento Composta por: Psiquiatra; Anestesista; Clínico; Enfermeiro especialista; Psicólogo; Auxiliar de enfermagem; Avaliação pré-tratamento �O cliente deve ser submetido a avaliação clinica completa; �Avaliação neurológica; �Avaliação psiquiátrica; �Avaliação odontológica; �Exames laboratoriais; �Hemograma completo; �Glicemia de jejum; �Raio x de tórax; �Eletrocardiograma; �Hormônios tireoideanos. Equipamento de tratamento �Uma unidade de terapia intensiva,contendo aparelhos de ECT e de eletrocardiograma(ECG) com monitores; �Oxímetro; �Aspirador; �Material completo para atender a uma parada cardiorespiratória; �Desfibrilador; �Cardioscópio; �Material para entubação; �Sala de recuperação anestésica. Técnica Pode ser estimulada por diferentes ondas elétricas; Semelhante com os sinais elétricos endógenos do cérebro; A voltagem deve ser ajustada de acordo com cada cliente; Oscila entre 70 e 110v,quanto menor a voltagem maior a preservação da memória. Colocação dos eletrodos Bilateral=colocado frontotemporalmente; Unilateral=um eletrodo estimulador é colocado na região frontotemporal não dominante,geralmente á direita Duração da crise 20 segundos para resposta motora; 25 segundos para resposta eletroencefalográfica; O início da convulsão deve ocorrer entre 20 e 40 segundos após a aplicação; Caso a crise não ocorra(crise frustra),o médico deve fazer uma nova aplicação. Reações adversas Apesar da eficácia e da segurança oferecidas algumas pessoas podem apresentar: Confusão mental passageira; Cefaléia; Dores musculares; Náuseas; Sonolência. Considerações éticas �Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(que deve ser observado rigorosamente); �A compreensão do conteúdo tanto pelo cliente quanto pela família ou responsável; �Se o cliente puder assinar,um responsável deve assinalá-lo; �Realizar avaliação clínica acurada; �Os procedimentos anestésicos de acordo com Lei n.1640/2002 do Conselho Federal de Medicina. ECT ECT: antigo aparelho ECT: Aplicação da ECT Aparelho de onda sinusoidal ECT: Aplicação da ECT Aparelho de pulso breve / onda quadrada ECT: Aplicação da ECT Equipamento de pulso breve / onda quadrada Sala de ECT ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Importância do tratamento É fundamental Interrupção sem perguntar ao médico: Causa mais comum de recaídas (> 50%) Risco de internação 4x maior ↑ suicídio A rápida retirada de algumas medicações pode causar problemas Fatores que influenciam na adesão ao tratamento Suporte familiar Não há diferença entre os sexos Pacientes bem informados aderem melhor ao tratamento Razões de baixa adesão ao tratamento Efeitos colaterais reais Medo dos efeitos colaterais Uso de álcool e drogas Alterações de personalidade Disfunções na cognição e na memória Não perder a sensação de euforia Negação da doença Achar que pode controlar o humor sozinho Razões de baixa adesão ao tratamento Gravidez Crenças Tenho vergonha Cria dependência Não é saudável Não preciso de tratamento O tratamento não funciona Baixa adesão ao tratamento – riscos e consequências negativas Perda da estabilidade do humor e de outros ganhos terapêuticos Instabilidade emocional Prejuízos afetivos Prejuízos profissionais Prejuízos financeiros Problemas familiares Baixa adesão ao tratamento – riscos e consequências negativas Prejuízos interpessoais > risco de internações > risco de resistência às medicações ↑ número de crises ↑ severidade das crises
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