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PsiquiatriaPsiquiatria 03 Transtornos de humor I 12 Transtornos de humor II 21 Transtornos de ansiedade 30 Transtornos psicóticos 40 Transtornos alimentares e sexuais 48 Distúrbios do sono 57 Transtorno de personalidade 66 Urgências clínico-psiquiátricas 75 Transtornos relacionados a substância psicoativas I 82 Transtornos relacionados a substância psicoativas II Sumário Humor e afeto: ✓ Emoções ✓ Sentimentos ✓ Afetividade ✓ Hipertímico ou exalado ou excitado ✓ Eutímico ou normal ✓ Hipotímico ou triste ou depressão Transtornos de humor I Depressão Humor Afeto Definições Critérios Diagnóstico Tratamento Dicas Humor X Afeto 3 Tônus afetivo, estado emocional basal e difuso Humor Tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação mental Afeto ✓ Apresentação descuidada ✓ Consciência: vigil ✓ Orientação: orientado auto e alopsiquicamente ✓ Atenção: globalmente diminuída ou hipertenacidade ✓ Pensamento: lentificado com forma e conteúdo normais ✓ Psicomotricidade: diminuída ✓ Humor: hipotímico com afeto sintônico ✓ Sensopercepção: normal ✓ Volição: diminuída ✓ Memória: normal ✓ Crítica e noção de doença: presente Exame psíquico: onde descrevo a tristeza? Quais os quadros de humor? Distimia Transtorno disfórico pré-menstrual Transtorno depressivo maior Transtorno disruptivo da desregulação do humor Ciclotimia Quadro relacionados a drogas Transtorno bipolar Quadros relacionados a medicações Quadros relacionados a condições clínicas Quando a tristeza vira patológica? É normal que nosso humor oscile ao longo do tempo Tristeza, melancolia, angústia, infelicidade são naturais dos seres humanos 4 Depressão Existe muito julgamento moral Preconceito Diagnóstico difícil Demora para buscar ajuda e tratamento Etiologia multifatorial Epidemiologia Pode ocorrer em crianças, adolescentes e em idosos Prevalência vara entre locais: 8 a 16,8% Incidência universal e relatada há milênios Mulheres > Homens Suicídio: entre as 3 principais causas de mortes em jovens Idade: 20 aos 40 anos (média 29) Depressão vai além da tristeza! Tristeza ou anedonia Falta de ânimo, cansaço e fadiga Normalmente de início insidioso e subagudo Apatia Alterações de sono, apetite e de libido Alterações de psicomotricidade Lentificados Catatônicos Agitados Inquietos Sintomas Baixa auto estima Desesperança Culpa, inutilidade 5 Ideia de ruína Irritabilidade Pensamentos de morte e idealização suicida Critérios diagnósticos - DSM 5 Anedonia Alterações de apetite ou de peso Tristeza Alterações de sono Fatiga ou falta de energia Alterações de psicomotricidade Inutilidade, culpa ou atorrecriminação Pensamentos recorrentes de morte Alterações de concentração ou indecisão Tem que ter 5 desses 9 sintomas, sendo o 1 ou 2 obrigatórios 6 Causando prejuízo e sofrimento Excluída outras causas Durante mais de 15 dias, a maior parte dos dias Nunca houve mania ou hipomania Diagnóstico Uso de medicação Excluir outras causas de alterações de comportamento Drogas lícitas ou ilícitas Comorbidades e causas clínicas Solicitar exames? Humor Curso Pensamento Morte Persistente, deprimido ou anedônico Vazio ou perda, humor oscila, "ondas do luto" Estável ou progressivo Alivia com o tempo Negativo, pessimista ou autocrítica Culpa, lembranças do falecido Idealização suicida, parar de dar trabalho Se juntar ao falecido Depressão X Luto Problemas de vida como perdas, desemprego, separações, doenças médicas podem gerar sintomas de "depressão-like": Tristeza, ruminações, alterações de sono e do apetite Depressão X Ajustamento Ajustamento é um quadro leve e transitório: O episódio depressivo vai além do esperado (resposta normal em uma situação dessa) Esses episódios podem ser o desencadeante do quadro depressivo 7 Tratamento Terapia Medida Antidepressivos Medicações Tratamento não farmacológico Higiene do sono Diminuir estressores Exercício físico Melhorar alimentação Melhorar funcionamento social Melhorar relações sociais Práticas integrativas e alternativas 8 Diversas linhas, abordagens e vertentes Terapia Maior evidência: TCC, TIP e ativação comportamental Tratamento farmacológico Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina e de serotonina (ISRNS) Antidepressivos tricíclicos (ADT) Inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS) Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina e dopamina Inibidor da monoaminoxidase (IMAO) Atípicos Antidepressivos 1ª linha: Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN ou duais) Antidepressivos tricíclicos Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) Outros ou atípicos: Mirtazapina, bupropiona, agomelatina, trazodona, maprotilina e reboxetina Antidepressivos 1ª linha: ISRS Medicação Fluoxetina Sertralina Paroxetina Citalopram Escitalopram Fluvoxamina Dose 20 a 80mg 50 a 200mg 20 a 60mg 20 a 60mg 10 a 30mg 50 a 300mg 1ª escolha: Começar com dose mínima e aumentar gradualmente! Uso: VO, dose única diária, normalmente de manhã Medicação Medicação Nortriptilina Imipramina Antidepressivos 1ª linha: Duais Venlafaxina Desvenlafaxina Duloxetina Dose 75 a 300mg 50 a 200mg 30 a 120mg Potentes, pouca interação, menos efeitos colaterais que ADT Muitos sintomas de introdução e retirada Efeito noradrenérgico: modulação de dor Uso: dose única, pela manhã Antidepressivos 1ª linha: ADT Amitripilina Clomipramina Doxepina Dose 75 a 300mg 75 a 300mg 25 a 200mg 100 a 300mg 75 a 300mg Efeito anticolinérgicos (centrais e periféricos), causam sono e aumentam o apetite, em dose baixas modulam a dor (efeito noradrenérgico), pouco utilizado em idosos (menos ruim: nortriptilina) Dose terapêutica X Dose de apresentação 9 Tratamento farmacológico Depende da medicação e do paciente Qual antidepressivo usar? Iniciar com dose mínima ou até subdose Aumentos graduais Período de latência para iniciar: 15 dias Esperar 2 a 4 semanas em cada dose para avaliar a resposta Aumentar sempre que tiver resposta parcial Como tratar? Medidas não farmacológicas (psicoterapia e mudança no estilo de visa) Leve Psicoterapia OU medicação Moderada Se não responder: terapia + medicação Já começar com associação de medicação 1ª linha + terapia Grave 1ª escolha: ISRS Dose e tempo suficiente Parcial = potencializa Sem resposta = trocar por outro ISRS Parcial = potencializa Sem resposta = trocar por outra CATEGORIA Casos graves ou refratários Associação de potencializadores (Lítio, APA, T3) Terapias orgânicas Associações de AD Uso de quetamina Estimulação magnética transcraniana (TMS) Eletroconvulsoterapia (ECT) Se nunca tratou: começar com ISRS Dicas de tratamento farmacológico Ver histórico familiar de uso de medicações e resposta Se o paciente já tratou antes: investigar histórico e se teve resposta. Pode começar com esse AD. 10 Fluoxetina 20mg, 1cp, VO, manhã A. 4 semanas: 2cp, VO, manhã B. 4 semanas: 3cp, VO, manhã Prescrições possíveis Sertralina 50mg, 1cp, VO, manhã A. 4 semanas: 2cp, VO, manhã B. 4 semanas: 3cp, VO, manhã 11 Causas de "pseudoresistência" ou "pseudorefratariedade": Não adesão ao tratamento Dose errada Dicas de tratamento farmacológico Fase de manutenção: manter dose que tirou paciente da crise Por quanto tempo? Causam sono: ADT, paroxetina, mirtazapina, trazodona e agomelatina Aumenta apetite: paroxetina, ADT e mirtazapina Diminui peso: bupropiona e fluoxetina Afeta menos libido: buptopiona, trazodona, mirtazapina e vortioxetina Dores crônicas: medicações noradrenérgicas (duais e ADT) Benzodiazepínicos Drogas "Z": zolpidem, zopiclone e escopiclone Antidepressivos sedativos: ADT (dose baixa), mirtazapina, trazodona e agomelatina Antipsicóticos (doses baixas): quetiapina, cloprormazina e levomepromazina Anticonvulsivantes: pregabalina e gabapentina Adjuvantes para sono: Conceitos chaves: ✓ Diferença entre humor e afeto ✓ Depressão vai além da tristeza ✓ Tratado com medidas não farmacológicase farmacológicas ✓ Principais medicações são os ISRS Transtornos de humor II Transtorno bipolar Introdução Epidemiologia Quadro clínico Mania Depressão Tratamento Lítio 12 Lítio ✓ Apresentação: extravagante, maquiagem pesada ✓ Consciência: vigil ✓ Orientação: desorientado em tempo, orientado em espaço e autopsiquicamente ✓ Atenção: hipervigil e hipotenaz ✓ Pensamento: aceleração, forma com fuga de ideias e conteúdo com delírios de grandeza ✓ Psicomotricidade: aumentada (inquieto) ✓ Humor: hipertímico com afeto sintônico ✓ Sensopercepção: normal ✓ Volição: aumentada ✓ Memória: normal ✓ Crítica e noção de doença: ausente Exame psíquico: onde descrevo a mania? Oscilações de humor entre dois polos O que é o transtorno bipolar? Transtorno de humor crônico e recorrente Intercalados por períodos eutímicos Etiologia multifatorial Depressão Mania E quando a alegria (ou raiva) vira patológica? Natural nosso humor oscilar 13 TB X Labilidade emocional Tipos de TB TB tipo I TB tipo I = 0,9% Hipomania Mania Depressões Mistos TB tipo II TB tipo II = 1,1 a 2,4% HipomaniaDepressões Mais leve, mas menos diagnosticado Quadro clínico Alegria ou raiva exagerada Mania ou hipomania Grandiosidade Aceleração do pensamento Aumento de comportamento de risco 14 Tristeza Anedonia Culpa Pensamentos de morte Depressão Dificuldade de concentração Um pouco dos dois polos Misto Critérios diagnósticos - Mania Redução da necessidade de sono Fala acelerada (loquaz) ou pressão para falar Grandiosidade ou autoestima elevada Pensamento acelerado ou fuga de ideias Aumento da atividade ou da agitação psicomotora Distrabilidade Envolvimento em atividades com risco Tem que ter 7 dias de humor elevado ou disfórico Mania X Hipomania Quadro mais leve Hipomania Menos sintomas e sintomas mais leves Menos impacto funcional Nunca tem sintomas psicóticos Mais curto (pelo menos 4 dias) Critérios diagnósticos - Depressão Anedonia Alterações de apetite ou de peso Tristeza Alterações de sono Alterações de psicomotricidade 15 Fatiga ou falta de energia Inutilidade, culpa ou atorrecriminação Pensamentos recorrentes de morte Alterações de concentração ou indecisão Tem que ter 5 desses 9 sintomas, sendo o 1 ou 2 obrigatórios Causando prejuízo e sofrimento Excluída outras causas Durante mais de 15 dias, a maior parte dos dias Fatores de risco para depressão bipolar Anamnese Início mais precoce Depressão bipolar tem Episódios mais frequentes Inícios mais abruptos Mais sintomas psicóticos Maior risco de suicídio Mais retardamento psicomotor Mais sintomas atípicos (depressão agitada) História familiar positiva para TB Como diferenciar depressão unipolar de bipolar? Diagnóstico Distribuição igual entre sexos Maior risco de suicídio Alta herdabilidade e grande influência genética Início mais precoce que depressão (20 anos) Lembrar de excluir outras causas de alteração de comportamento Diagnóstico clínico Especialmente se o paciente estiver psicótico 16 Tratamento Medidas não farmacológicas Psicoeducação Melhora de sono e de alimentação Terapia Mindfulness Medicação padrão Anticonvulsivante Estabilizadores de humor Lítio Antipsicóticos atípicos Tratamento farmacológico Lítio Ácido valpróico 750 a 2000mg Anticonvulsivantes Lamotrigina 100 a 400mg Carbamazepina Oxicarbazepina Dose dependente de litemia, médica: 600 a 1200mg 1ª escolha 2ª ou 3ª escolha Antipsicóticos (especialmente atípicos) Quetiapina Lurasidona Olanzapina Risperidona Típicos (como Haldol): 3ª ou 4ª escolha nos guidelines Medicação Apresentação Dose terapêutica Observações Lítio Ácido valpróico 300 a 450 mg 250, 300 e 500mg Xarope (250mg/5mL) Depende da litemia: 0,6 a 1,2meq/dL (faixa 600 a 1500mg) 750 a 2000mg Litemias, função renal e tireoidiana regulares Monitorar função hepática e hemograma 17 Lamotrigina Carbamazepina Oxicarbazepina 25, 50 e 100mg 200 e 400mg 300 e 600mg 100 a 400mg 400 a 800mg 600 a 1800mg Doses baixas com aumentos devagar Muita interação e pouca eficácia Quetiapina Olanzapina 25, 50, 100 e 200mg 2,5, 5 e 10mg 200 a 800mg 5 a 30mg Melhora na depressão bipolar Muito aumento de peso e sonolência Risperidona Haloperidol 1, 2 e 3mg Solução oral 1 e 5 mg Solução oral 2 a 8mg 1 a 20mg Melhora na mania bipolar Muito SEP Lítio VO, de 300 a 450mg Apresentação Íon: não há evidências que seja essencial para o desenvolvimento 300mg, VO, 1 ou 2x ao dia Dose inicial Depende da litemia Dose terapêutica Entre 0,6 a 1,3 mEq/L (habitual 600 a 1500mg) Jovens 18 Leve (1,5 a 2) Moderada (2 a 2,5) Entre 0,4 a 0,8 Idosos Não se liga a proteínas plasmáticas e sua eliminação é renal Lembrar de função renal e tireoidiana Grave (>2,5) Náuseas e vômitos, dor abdominal, diarreia, boca seca, ataxia, fala arrastada, nistagmo e letargia Náuseas e vômitos persistentes, visão turva, fasciculações musculares, reflexos tendíneos hiperativos, sincopes e alterações em ECG Convulsões, oligúria, IRA e morte Intoxicação por lítio Gastrointestinais Cardíacos e musculares Neurológicos Monitorar: vias aéreas, sinais vitais e circulação. Exame neurológico Pedir: função renal, eletrólitos, litemia e ECG Não há antídoto, então diminuir tempo de exposição ao "agressor" Descontaminação gastrointestinal Diálise se acima de 4 ou acima de 2,5 com sintomas importantes Hidratação para aumentar clearance Uso de antidepressivos em TB NUNCA devem ser usados em monoterapia Risco de induzir mania, hipomania, episódios mistos ou não tratar De maneira geral, EVITAR 19 Iniciar com EH Se quiser começar Chegar em dose terapêutica Começar o AD Preferência pelos com menor risco de virada Bupropiona + Lítio ou Ácido Valpróico ISRS + Olanzapina Conceitos chaves: ✓ O que é transtorno bipolar ✓ Caracterização de cada um dos polos que caracteriza a doença ✓ Tratamento é com estabilizador de humor 20 Transtornos de ansiedade Transtornos ansiosos O que é ansiedade? 21 4 transtornos ansiosos Clínica Tratamento dos quadros ansiosos ✓ Apresentação: Adequada ✓ Consciência: vigil ✓ Orientação: Orientado auto e alopsiquicamente ✓ Atenção: hipervigil e hipotenaz ✓ Pensamento: acelerado, com forma e conteúdo normais ✓ Psicomotricidade: inadequado ou aumentada ✓ Humor: ansioso ✓ Sensopercepção: normal ✓ Volição: normal ✓ Memória: normal ✓ Crítica e noção de doença: presente Exame psíquico: onde descrevo a ansiedade? O que é ansiedade? Medo ou preocupação Sensação subjetiva e desgradável As maneiras como esse sintomas se expressa variam muito com cultura, idade, grau de instrução, entre outros: Como sentimos Comportamentos motores e esquiva Resposta endócrina Resposta respiratória Resposta do SNA e sintomas físicos Gera memória Gradação Ansiedade é um sentimento normal Ansiedade normal X Ansiedade exagerada X Transtorno de ansiedade 3 critérios para definir patológico: intensidade de sintomas + tempo + grau de prejuízo ou sofrimento Tempo An sie da de Patológico Transtornos ansiosos Fobia social Fobia específica Transtorno de pânico Transtorno de ansiedade generalizada Transtorno do espectro obsessivo compulsivo Transtornos dissociativos Transtornos relacionados a traumas e estressores Transtornos de sintomas somáticos e relacionados 22 Os 4 transtornos Transtorno de ansiedade generalizada Ansiedade geral Perpassando várias áreas associado a insônia e sintomas físicos Transtorno de pânico Crises agudas de ansiedade Autolimitadas Sem fatores desencadeantes Sintomas físicos e psíquicos Fobia específica Medo de algo específico Causa prejuízo de vida Fobia social (ansiedade social) Medo de exposição e julgamento Medo em situações que se expõe socialmente National Comorbidity Survey São Paulo Megacity Transtorno de pânico Fobia específica Fobia social TAG 5,7% 4,7% 12,5% 12,1% 1,6% 4,8% 3,5% 4,2% Fisiopatologia Medo = amigdala Preocupação = Alças cortico-estriato-tálamo-corticais (CETC)Serotonina: neurotransmissor essencial Outros neurotransmissores: GABA, noradrenalina 23 Intersecção com quadros depressivos Transtorno de ansiedade generalizada - TAG Diversos eventos ou atividades Indivíduo considera difícil controlar a ansiedade Ansiedade e preocupações excessivas Maioria dos dias, por no mínimo 6 MESES Causam prejuízo/sofrimento Associado a: Inquietação ou sensação de estar com os nervos a flor da pele Fatigabilidade Dificuldade de concentração ou brancos Irritabilidade Tensão muscular Alterações de sono Ataque de pânico Alcança pico em minutos Ataques abruptos de medo ou desconforto intensos 4 ou mais dos seguintes sintomas Palpitação, taquicardia, coração acelerado Sudorese Tremores ou abalos 24 Sensação de falta de ar e sufocamento Sensação de asfixia Dor ou desconforto torácico Náusea ou desconforto abdominal Tontura, instabilidade, vertigem Calafrios ou ondas de calor Paresias Desrealização ou despersonalização Medo de morrer Medo de perder o controle ou de enlouquecer Sem fatores desencadeantes Ataques de pânico RECORRENTES Seguidos de um mês de: Preocupações com ter novos ataques Comportamento evitativo, mudança desadaptativa por medos de crises Medo intenso das consequências das crises ou ou Medo intenso de: Pode ser um especificados do T. de pânico OU uma doença a parte 2 ou mais! Transporte público Espaços abertos demais Locais fechados Ficar em fila ou no meio da multidão Sair de casa sozinho Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais Interações sociais Ser observados Situações de desempenho Fobia social (Transtorno de Ansiedade Social) Situações sociais provocam medo ou ansiedade Teme agir de forma vergonhosa ou constrangedora 25 Tais situações são ativamente evitadas ou suportadas com sofrimento Medo é desproporcional a situação e persistente Causam sofrimento ou prejuízo funcional Fobia específica Mais comuns: animais, ambientes naturais, sangue/injeção/ferimentos Tais objetos e situações causam resposta imediata de medo ou ansiedade Medo ou ansiedade intensos acerca de um objeto ou de uma situação Situação ou objeto são ativamente evitados ou suportados com intenso sofrimento Medo é desproporcional PERSISTENTE (mais de 6 meses) Causam sofrimento ou prejuízo significativo Diagnóstico Excluir as outras causas de ansiedade ou crises Não é qualquer ansiedade que considera transtorno e oferece tratamento Diagnóstico é clínico Medidas não farmacológicas Tratamento Medidas farmacológicas Principal Medidas não farmacológicas Terapias psicológicas (terapia cognitivo comportamental) Exercício físico Higiene do sono Boa alimentação (evitar bebidas estimulantes e fumo) Terapias alternativas (yoga, mindfullnes, acupuntura) 26 Medidas farmacológicas ISRS (sertralina, paroxetina e citalopram) Duais (venlafaxina) Tricíclicos (clomipramina, nortriptilina e amitriptilina) Algumas observações: Começar com dose baixa e ir titulando a partir da resposta Resposta terapêutica demorada Pode experimentar discreta piora no início do tratamento Medicação durante 4 a 8 semanas para avaliar resposta Após resposta: medicação por 6 a 12 meses Outras medicações com efeito ansiolítico Buspirona (Ansitec) Antipsicóticos atípicos (quetiapina) Pregabalina e gabapentina Ácido valpróico Mirtazapina e trazodona E os benzodiazepínicos? Dentro da amigdala principal neurotransmissor é o GABA Benzodiazepínicos inibem a resposta ansiosa, mas não modulam nem agem no hipocampo para extinção da ansiedade Diminuem a ansiedade existente, mas não podem preveni-la Muito úteis para uso curto ou em crises agudas Começar com doses baixas Retirada gradual se uso após 15 dias Evitar uso crônico Ação rápida e meia vida reduzida = hipnóticos Tempo de início intermediário e meia vida longa = ansiolítico 27 Apresentação Dose terapêutica Sertralina Venlafaxina 37,5mg, 75mg e 150mg Amitriptilina Gabapentina 300mg e 600mg Buspirona Paroxetina Citalopram 25mg e 50mg 12,5mg, 20mg e 25mg 20mg 50mg e 200mg 20mg e 60mg 20mg e 60mg 75mg e 300mg Medicamento Clomipramina Pregabalina 25mg e 75mg 25mg e 75mg 75mg e 150mg 75mg e 250mg 75mg e 300mg 75mg e 300mg 900mg e 1800mg Diazepam Clonazepam Alprazolam 0,25mg, 0,5mg, 1mg e 2mg 5mg e 10mg 5mg e 10mg 0,25mg, 0,5mg, 2mg e 2,5mg 20mg e 60mg 5mg e 20mg 0,5mg e 2mg 0,5mg e 2mg Farmacologia dos transtornos: TAG Farmacologia dos transtornos: TAG Paroxetina 20mg, VO, pela manhã Zolpidem 5mg ou quetiapina, VO, a noite Farmacologia dos transtornos: pânico 28 Farmacologia dos transtornos: pânico Sertralina 50mg, VO, pela manhã Clonazepam 0,25mg, sublingual, se crise de ansiedade Conceitos chaves: ✓ O que é ansiedade ✓ Entender os 4 principais transtornos ansiosos ✓ Medidas não farmacológicas são muito importantes para ansiedade ✓Antidepressivos ISRS são medidas farmacológicas para ansiedade 29 Transtornos psicóticos Psicose e esquizofrenia O que é psicose? Diagnósticos diferenciais Esquizofrenia Introdução Clínica Antipsicóticos 30 Psicopatologia: o que é psicose? Desorganização Delírios Alucinações Caracterizada por uma desconexão com a realidade Alucinações Sentidos: audição, visão, tato... Alucinações auditivas, visuais, táteis... Alteração da sensopercepção Alteração de como percebemos a realidade Delírios Ideia fixa, irremovível, não passível de argumentação lógica, "certeza patológica" Podem ter vários tipos: persecutório, grandioso, místico, religioso, ruína... Alteração do pensamento (conteúdo) Alteração na interpretação da realidade Desorganização Pensamento (forma) desorganizado Comportamento desorganizado ou fracamente bizarro Delírios (conteúdo) ✓ Apresentação ✓ Consciência ✓ Orientação ✓ Atenção ✓ Pensamento ✓ Psicomotricidade ✓ Humor ✓ Sensopercepção ✓ Volição ✓ Memória ✓ Crítica e noção de doença Exame psíquico: onde descrevo a psicose? Alucinações Primária Psicose Esquizofrenia Outros transtornos psicóticos: T. delirante persistente T. psicótico breve T. esquizofreniforme T. esquizofetivo 31 Secundária Psiquiátricas: Depressão com sintomas psicóticos Manias com sintomas psicóticos Clínicas: Delirium, tireoide, fígado, rim e doenças neurológicas Drogas e medicações: Tanto intoxicação como abstinência de drogas, intoxicação por estimulantes ou síndrome de abstinência alcóolica. Várias medicações pode dar sintomas psicóticos: corticoides, antibióticos e psicotrópicos Delírio e/ou alucinação? Secundários a condição médico-geral? Secundários a uso de substâncias Transtorno do humos com sintomas psicóticos? Critérios para psicose primária? Esquizofrenia Esquizofrenia Delírios e alucinações Quadro psicótico primário grave Cursando com deterioração progressiva das funções cognitivas e dos afetos ao longo dos anos Pico: adultos jovens (16 a 24 anos) Segundo pico (menor): 40 anos; após 40 anos: já é considerado tardio. Atinge cerca de 1% da população Homens (1.4) > Mulheres (1) Feminino: mais tardio Muito rara antes dos 12 anos e após os 60 anos Alta mortalidade 32 Fatores genéticos, risco: 10% para quem tem 1 irmão 18% de irmão gêmeo dizigótico 50% para irmão gêmeo monozigótico Dezenas de genes "candidatos": neuregulina1, disbindina, gene da COMT, receptor 5HT2A, DISC, DRD1 a 4, GRM3 No entanto, 85% das pessoas não tem parentes próximos com esquizofrenia Etiologia, fatores ambientais: Complicações de gestação e parto Problemas no desenvolvimento neuropsicomotor Abuso físico na infância TCE Uso de drogas Urbanidade e migração Baixa condição sócio econômica 33 Doença neurodegenerativa Doença do neurodesenvolvimento Esquizofrenia: os sintomas Especialmente via mesolímbica Não é causa, mas via final comum Sintoma psicótico = excesso de dopamina Gera saliência aberrante Prognóstico 34 Esquizofrenia Critérios diagnósticos Alucinações Discurso desorganizado Delírios Desorganização de comportamento Sintomas negativos(avolia, embotamento) + de 6 meses de sintomas com pelo menos 1m de uma crise marcada Prejuízo funcional Sem outras causas 2 ou mais de 5 sintomas: 35 Solicita exames? Sim! Para excluir outras causas de alteração de comportamento Mandatório: primeiro episódio psicótico pedir exame de imagem da cabeça e exames gerais Medidas não farmacológicas Tratamento Medidas farmacológicas Antipsicóticos típicos Haloperidol Clorpromazina Levopromazina Periciazina Pimozida Clipixol Tratamento farmacológico Antipsicóticos atípicos Risperidona Quetiapina Olanzapina Aripiprazol Ziprazidona Lurasidona Amilsulprida Clozapina Tratamento não farmacológico Terapia ocupacional Psicoterapias individuais e em grupo Intervenção psicossocial Treino de habilidades sociais Intervenção familiar Emprego protegido Antipsicóticos tratam a psicose, não a esquizofrenia! 36 Antipsicóticos 4 vias dopaminérgicas Antidopamina Vias dopaminérgicas Via mesolímbica Prazer, estímulo Dopamina em excesso na esquizofrenia Sintomas positivos, agressivos e afetivos Via nigroestriatal Movimento Normal na esquizofrenia Antipsicóticos inibem essas vias e causas SEP Via mesocortical Comportamento Relacionada a sintomas negativos, cognitivos e afetivos Via túbero infundibular Relacionado a liberação de prolactina Normais na esquizofrenia Inibidas pelos antipsicóticos causando hiperprolactinemia Via mesolímbica e mesocortical = foco do tratamento Via nigroestriatal e túbero infundibular = principais efeitos colaterais 37 Típicos, antigos, 1ª geração Antipsicóticos Atípicos, novos, 2ª geraçãoSintomas extrapiramidais O que são sintomas extrapiramidais? Agudos Parkinsonismo secundário (rigidez, bradicinesia, tremor) Acatisia Distonia aguda Crônicos Discinesia tardia Distonia crônica Típicos, antigos, 1ª geração Forte inibição dopaminérgica Clinicamente: causam mais sintomas extrapiramidais (SEP) e aumento de prolactina Antipsicóticos Atípicos, novos, 2ª geração Ação dopaminérgica + ação serotoninérgica Causam: menos SEP e menos hiperprolactinemia; podem agir também em sintomas negativos, cognitivos e depressivos Efeito indesejado: síndrome meabólica Apresentação Dose habitual Risperidona Quetiapina 25, 50, 100, 200 e 300mg Aripiprazol Clozapina Olanzapina 1mg, 2 mg e 1mg/mL 25 e 100mg 2,5, 5 e 10mg 4-6 300-500 10-20 400-600 Medicamento 10, 15 e 30 mg 15-30 Dose terapêutica 2-16 50-90 5-30 100-800 10-30 38 Apresentação Dose habitual Clorpramazina (amplictil) Pimozida (orap) 2 e 4mg Haloperidol (haldol) Levomepromazina (neozine) Periciazina (neuleptil) 25, 100mg IV/IM 25 e 100mg Gts 4% Gotas 1 a 4% 300-800 100-400 10-20 4-8 Medicamento 2mg/mL, 1mg, 5 mg, 5mg/mL 5-10 Dose terapêutica 25-1200 25-600 5-60 1-12 1-30 Principais antipsicóticos: Típicos Haloperidol 5mg, metade a 2 comprimidos, VO, noite Clorpromazina 100mg, 1 a 4 comprimidos, VO, noite Atípicos Risperidona 2mg, 1 a 3 comprimidos, VO, noite Olanzapina 5mg, 1 a 3 comprimidos, VO, noite Quetiapina 100 ou 200mg, 1 comprimido pela manhã e 2 comprimidos a noite Efeito sobre o peso: Menos engordam: haloperidol, aripiprazol, lurasidona e ziprazidona Intermediário: risperidona e quetiapina Mais engordam: olanzapina e clozapina Mais sedativos: Menos sedativos: aripiprazol, lurasidona e ziprazidona Intermediário: risperidona e haloperidol Mais sedativos: quetiapina, olanzapina e clozapina Conceitos chaves: ✓ O que é psicose Delírios, alucinações e desorganização ✓ Raciocínio clínico nas psicoses (diagnóstico diferencial): não há exames diagnósticos ✓ Esquizofrenia é um quadro grave e crônico ✓ Tratamento é com antipsicóticos + medidas não farmacológicas ✓ Antipsicóticos são divididos em 2 tipos: típicos e atípicos 39 Transtornos alimentares Transtornos alimentares Anorexia Bulimia Transtornos sexuais Disfunções sexuais Parafilias 40 Disforia de gênero Clínica Clínica Tratamento Tratamento Alimentação Dimensão fisiológica-nutritiva Dimensão afetiva e relacional Dimensão social e cultura A etiologia dos transtornos alimentares é complexo Transtornos alimentares Perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação Alimentação é um ato necessário para sobrevivência Resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos Prejuízo a saúde física ou o funcionamento psicossocial Anorexia nervosa Existem vários transtornos alimentares Bulimia nervosa Transtorno de compulsão alimentar Pica Transtorno de ruminação Transtorno alimentar restritivo Anorexia Alteração de autoimagem Mais comum em mulheres Restrição alimentar Prevalência: 0,5% Muito comum ter outras comorbidades psiquiátricas Comum em pessoas que trabalham com o corpo Personalidades difíceis, controladas-controladores, perfeccionistas Anorexia - quadro clínico Medo intenso de engordar ou comportamentos para evitar ganho de peso Alteração de autoimagem e autoavaliação Restrição alimentar: baixo peso Percepção do próprio corpo não corresponde a realidade Perde convivência, atividades acadêmica e laborais por medo de engordar Sintomas relacionados a própria provação alimentar Preocupações com alimentação e corpo viram centrais na vida da pessoa Amenorreia e problemas clínicos (desnutrição, anemia, arritmias..) Restritivo Compulsivo - purgativo 41 Leve: IMC > 17 Kg/m² Moderada: IMC 16 a 16,99 Kg/m² Grave: IMC 15 a 15,99 Kg/m² Extrema: IMC < 15 Kg/m² Anorexia - tratamento Objetivo é reestabelecer padrão alimentar saudável + visão saudável do corpo Equipe multiprofissional é essencial: psicólogo, nutricionista e psiquiatra Tratamento difícil, quadro é egosintônico Medicação: tratar comorbidades Internação: perda de peso, suicídio, IMC baixo, psicose, cardiovascular As vezes é necessário internação e terapia nutricional por SNG Cuidado com síndrome de realimentação Bulimia nervosa Seguidos de comportamento compensatório Mais comum em mulheres Episódios de compulsão alimentar Prevalência: 1 a 4% (mais prevalente que anorexia) Muito comum ter outras comorbidades psiquiátricas Em geral, insatisfeitas com o corpo, mas sem alteração de autopercepção Episódios de compulsão alimentar: grande quantidade de comida em pouco tempo + sensação de falta de controle ou culpa Bulimia nervosa - quadro clínico Comportamento compensatório inapropiado 1x por semana, há 3 meses 42 Excluído anorexia Avaliação relacionada ao corpo Insatisfação com o corpo + grande medo de engordar Cíclico Corpo normal ou acima do peso Restrição Compulsão Compensação Culpa e baixa autoestima Métodos compensatórios são vistos como culpa e sofrimento (egodistônico) Bulimia nervosa - tratamento Objetivo é reestabelecer padrão alimentar saudável + visão saudável do corpo Equipe multiprofissional é essencial: psicólogo, nutricionista e psiquiatra Medicação ISRS (fluoxetina) e topiramato Bulimia Muito magras Restrição alimentar é critério diagnóstico Alteração da imagem corporal Pode ter compulsão seguida de purgação No peso ou até acima do peso Baixa autoestima e medo de engordar Compulsão seguida de purgação é critério diagnóstico Anorexia Pode haver jejuns prolongados Sexualidade Dimensão biológica (neuronais, hormonais e anatomofisiológicos) Dimensão psicológica Dimensão social e cultura 43 Sexo biológico: Genética (XX e XY) Fenótipo (masculino e feminino) Sexo genital (pênis e vagina) Transtornos sexuais Disfunções sexuais Ejaculação retardada Ejaculação prematura (precoce) Transtorno erétil Transtorno do orgasmo feminino Transtorno de interesse/excitação sexual feminino Transtorno da dor gênito-pélvica/penetração Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo Disfunção sexual induzida por substância/medicamento Outra disfunção sexual especificada e disfunção sexual não especificada 44 Transtornos parafílicos Transtorno voyeurista Transtorno exibicionista Transtorno frotteurista Transtorno masoquismo sexual Transtorno do sadismosexual Transtorno pedofílico Transtorno fetichista Transtorno transvéstico Disforia de gênero Adulto e adolescente Criança Etiologia Doenças físicas Doenças psiquiátricas Hábitos de vida não saudáveis Uso de medicamentos Distúrbios hormonais Normas culturais (tabus, mitos, preconceitos) Expectativas errôneas Condições socioeconômicas Conflitos relacionais Dificuldade de acesso aos serviços de saúde Violência física e sexual Autocontrole excessivo Transtornos sexuais Questionar, com tato mas diretamente Cuidado com julgamentos e opiniões Diagnóstico é clínico 45 Ejaculação prematura (precoce) Transtorno estéril Ejaculação retardada Transtorno do interesse/excitação sexual feminino Transtorno da dor gênito-pélvica/penetração Transtorno do orgasmo feminino Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo Transtornos parafílicos Parafilia Qualquer interesse sexual intenso e persistente Não voltado para a estimulação genital ou para carícias preliminares Com parceiros humanos, que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física Transtorno voyeurista Epiar outras pessoas em atividades privadas Transtorno exibicionista Expor os genitais Transtorno frotteurista Tocar ou esfregar-se em indivíduo que não consentiu Transtorno do masoquismo sexual Passar por humilhação, submissão ou sofrimento Transtorno do sadismo sexual Inflingir humilhação, submissão ou sofrimento Transtorno pedofílico Foco sexual em crianças Transtorno fetichista Usar objetos inanimados ou ter foco específico em partes não genitais Transtorno transvérico Vestir roupas do sexo oposto visando excitação sexual 46 Transtornos parafílicos Medicamento que diminuam ou inibam a libido (ISRS, antipsicótico e bloqueios hormonais) Terapia Disforia de gênero Forte desejo de livar-se das próprias características sexuais Forte desejo pelas características do sexo oposto, pertencer a ele e ser tratado como outro gênero Incongruência entre identidade de gênero e gênero biológico Tratar pelo gênero expresso Identidade de gênero (trans ou cis) X Orientação sexual (homo ou hétero) Tem direito a nome social Disforia de gênero - tratamento Fazer um diagnóstico preciso Pode ter hormonização e cirurgia de redesignação sexual Cuidado de equipe multiprofissional No Brasil, lista de espera imensa para cirurgia Conceitos chaves: ✓ Conhecer os 2 principais transtornos alimentares: anorexia nervosa e bulimia nervosa ✓ Conhecer as 3 principais categorias de problemas sexuais: transtornos parafílicos, disfunções sexuais e disforia de gênero 47 Lítio Lítio Fisiologia do sono Distúrbios do sono Sono Sono fisiológico Sono patológico Insônia Quadro clínico 48 Diagnóstico Tratamento Ciclo de interação complexa entre 2 processos Sono Atividades elétricas características Postura tipicamente relaxada e em decúbito O sono é um processo fisiológico Fechamento dos olhos Horários: 22h as 6h Variantes: vespertino e matutino Descanso e regeneração Conservação de energia Diversas funções Consolidação de aprendizados e memória Sono varia conforme idade, sexo e características individuais Sono normal Influenciado por diversos comportamentos, processos internos e externos, substâncias externas, citocinas e hormônios Média de sono: 7h30/dia Dormidor curto Dormidor longo Processos internos e externos Noites mal dormidas Fadiga, cansaço e indisposição Sintomas cognitivos: atenção, velocidade e momória Causam problemas sociais, cognitivos e psicológicos Rendimento escolar ou no trabalho e risco de acidentes Complicações cardiovasculares (menos de 6h/dia) Fator de risco ara vários quadros psiquiátricos 49 Sono Processo cíclico ao longo da noite Sono não é algo estanque Sono REM Sono NREM Anamnese e exame físico Horários e hábitos noturnos Hábitos diurnos Anamnese do sono Condições ambientais Comorbidades clínicas a psiquiátricas Uso de medicações e drogas História familiar de alterações de sono Exame físico Exames complementares Testes da múltiplas latência de sono Teste de manutenção de vigília Polissonografia Actigrafia 50 Diário do sono Escala de sonolência de Epworth Pode usar escalas Índice de gravidade de insônia Principais queixas: Insônia Sonolência excessiva Incapacidade de dormir ou de acordar na hora desejada Eventos (movimentos e comportamentos) anormais durante o sono Sempre associar com história objetiva: cônjuge, pais, filhos e amigos DSM 5 Hipersonias Transtornos relacionados a respiração Insônias Transtornos do ritmo circadiano Parassonias Outros Sistema reticular ativador ascendente: Histamina Dopamina Serotonina Noradrenalina Acetilcolina 51 Indutores do sono: Gaba Melatonina Interruptor do sono NTM promotor vigília LAT NSQ POVL promotor do sono Orexina Melatonina Neurônio gabaérgico Neurônio HA Insônia Insatisfação com a quantidade ou a qualidade de sono associadas a um (ou mais) dos seguintes sintomas Dificuldade para iniciar o sono (insônia inicial) Dificuldade para se manter dormindo (insônia intermediária) Despertar precoce (insônia terminal) Sono não reparador Ocorre mesmo com adequada oportunidade e circustâncias Resulta em problemas diurnos Insônia como sintomas Insônia como doença 52 Epidemiologia Doença do sono mais comum na população em geral Prevalência do transtorno: 6 a 10% 1/3 dos adultos relatam queixas de insônia Mais comum em mulheres e em idosos Grande impacto oessoal e social Causas de noites mal dormidas Variantes da normalidade Dominador curto Outros quadros de sono Transtorno de ritmo circadiano SAOS Insônia com sintoma de Doenças mentais: depressão e ansiedade Doenças clínicas: DRGE, captopril, doenças neurológicas, infecção Doenças e medicações: estimulantes a noite, sedativos de dia Condições inadequadas para o sono Sociedade moderna Sociedade moderna a "não valorização" do sono Questões comportamentais: cochilos diurnos Má higiene do sono: uso de telas Questões volitivas e voluntárias Trabalho, estudo, rendimento e crescimento pessoal estão do sono, da saúde física e da saúde mental Critérios diagnóstico Insatisfação com a quantidade ou a qualidade do sono junto a um ou mais dos sintomas Causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento 53 Pelo menos três noites por semana Permanecem durante pelo menos três meses Ocorrem a despeito de oportunidades adequadas para dormir Não melhor explicada por outros transtornos Investigação Boa anamnese Excluir causas secundárias Diagnóstico é clínico Investigar higiene do sono e condições para dormir Exames gerais para excluir outras causas Polissonografia: sem indicação de rotina Dúvida diagnóstica Caso haja suspeita de outra doença do sono (SAOS ou SPI) Refratariedade ao tratamento Verificar o grau de má percepção do sono Medidas não farmacológicas Tratamento Medidas farmacológicas Medidas não farmacológicas Tratar doenças e quadros que possam atrapalhar o sono Higiene do sono Exercício físico (no mínimo, 2 horas antes de dormir) Mindfulness ou meditação Terapia cognitivo comportamental Evitar café e estimulantes a noite Higiene do sono Diminuir luzes a noite Cuidado com excesso de uso de telas a noite Se expor a luz de dia 54 Colchão e travesseiros adequados Cuidado com companheiros de cama Ambiente do quarto adequado Evitar dormir com fome, mas também evitar refeições intensas Beber líquido durante o dia, evitar antes de dormir Exercício físico ajuda muito, longe do horário de dormir Ter horários regulares para deitar e levantar Ter um ritual (sequência de ações) para dormir ajuda Evitar cochilos diurnos TCC para sono Aumenta tempo de remissão e aumenta resposta a medicação Psicoeducação e higiene do sono Terapia de controle de estímulos Técnicas de relaxamento e mindfullnes Interação paradoxal e biofeedback Terapia cognitiva e reestruturação cognitiva Restrição de sono e de tempo de cama Aumenta a eficácia de sono Combate vínculose crenças negativas: estado de hipervigilância Tratamento farmacológico Ação melatoninérgica Antagonizar orexina/hipocretina Ação gabaérgica: benzodiazepínicos e agonista seletivo Antagonizar histamina (antihistaminérgica) Triazolam e Temazepam, Bromazapem e lorazepam Zolpidem, zopicione e zaleplon Ramelton Suvorexant 55 Anticonvulsivantes Pregabalina e gabapentina Antidepressivos sedativos ADT, mirtazapina, trazadona e agomelatina Antipsicóticos Quetiapina, olanzapina, difenidramina e dimenidrato Fitoterápico: melatonina, valeriana, passiflora, camomila e tritofano Guideline Brasileiro (2013): 1ª escolha: gabaérgico não benzodiazepínico 2ª escolha: GABA não-BZD ou antidepressivo sedativo 3ª escolha: benzodiazepínicos 4ª escolha: associações Evitar uso de benzodiazepíncio: Efeitos colaterais, vícios e dependência e consequências de uso a longo prazo A curto prazo (4 semanas) melhor indicado Principal questão: baixo custo e alta acessibilidade Como não usar benzodiazepínico: Investigue quadro de base e uso algo relacionado Tente indutores do sono e antidepressivos Sempre oriente higiene do sono e exercício físico Idoso: tente trazodana, mirtazapina, gabapentina e pregabalina Conceitos chaves: ✓ O que é um sono normal ✓ Insônia: quadro clínico, causas e tratamentos 56 Transtornos de personalidade Transtorno de personalidade O que é? Classificação Transtorno de personalidade Borderline Quadro clínico Tratamento Transtorno de personalidade Anancástico 57 Quadro clínico Tratamento O que é personalidade? "O modo característico como uma pessoa sente, pensa, reage, se comporta e se relaciona com as outras pessoas." (Widiger, 2011) Características individuais e relações com o meio "Características inatas e experiências adquiridas." Constituição corporal O que é personalidade? Temperamento Caráter Quando uma personalidade vira patológica? Uma personalidade "diferente" a um ponto que causa prejuízo Causa sofrimento pra si, para a sociedade e pessoas com quem convive Variação extrema de medianas ou normas populacionais Problemas comportamentais, emocionais Surgir entre final da adolescência e início do período adulto Estável e duradouro. Persiste e inflexível. Conjunto amplo de comportamentos e experiências Envolvendo vários aspectos da vida e da experiência do indivíduo Desvia acentuadamente das expectativas culturais Provoca sofrimento e prejuízo para o indivíduo e /ou para as pessoas que com eles convivem Contribui para pior desempenho ocupacional (no trabalho, nos estudos) e social (com familiares, amigos, colegas de trabakhi ou estudo) Minha personalidade tá errada? É comum se identificar com algumas características ou identificar características em pessoas próximas Cada transtorno de personalidade é formado por um CONJUNTO de características (não uma penas) A personalidade de ninguém é perfeita, mas algumas pessoas chegam a extremos 58 Transtorno de personalidade Envolve o jeito de ser da pessoa Comorbidade é a regra Quadro complexo Tratamento é com psicoterapia Transtorno de personalidade X Quadros agudos Quadros agudos - crises e remissões TP = jeito de ser, constante no tempo Diagnóstico de TP é SEMPRE longitudinal Clusters do transtornos Cluster A: esquisitos e desconfiados Paranoides Esquizoides Esquizotípicos Cluster A: instáveis e manipuladores Histriônicos Narcísicos Antissociais Boderline ou limítroge Cluster C: ansiosos, controlados ou controladores Anancásticos ou TPOC Evitativos Dependentes E o psicopata? Já foi usado como sinônimo de TP Hoje, mais relacionada ao TP antissocial Já foi usada como sinônimo de doença mental Hoje tem cunho mais popular/jurídico do que psiquiátrico 59 Transferência e contratransferência Comum causar raiva, irritação, impaciência Podem ser manipuladores ou chatos ou sedutores Sensação que devem ser mais sentidas, elaboradas e utilizadas no processo terapêutico. Postura do médico frio e distante causa tanto prejuízo quando o médico excessivamente próximo e envolvido. Consciente X Inconsciente O que NÃO temos ciência determina muito mais nosso comportamento do que temos ciência Muitos dos comportamentos do paciente Borderline é incoscicente Transtorno de personalidade Borderline Bastante relacionado a traumas infantis Prevalência 1,8 a 4,7% Etiologia multifuncional 3x mais comum em mulheres Mais prevalente nos ambulatórios Quadro clínico Relacionamentos instáveis Sintomas de humor sem caracterizar um quadro completo Falha do senso de identidade e autoimagem Labilidade emocional e raiva inadequada ou intensa Impulsividade Critérios diagnósticos "Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado ou cinco (ou mais) dos seguintes" 60 Medo intenso de abandono Relacionamentos instáveis Alterações de identidade: instabilidade, autoimagem , baixa autoestima Impulsividade Comportamentos, gestos ou ameaças suicidas ou automutilação Instabilidade afetiva + reatividade de humor Vazio crônico Raiva intensa, brigas e irritação Ideação paranoide transitória ou sintomas dissociados Prejuízos Baixa capacidade de adaptação ao estresse Dificuldade em se manter em trabalhos Muita dificuldade nos relacionamentos interpessoais Incapacidade de aprender com erros Alta procura por serviços de saúde Border e suicídio Tentativas são comuns e recorrentes Impulsivas e após estressores pessoais Suicídio 50x maior que na população em geral Costumam causar contransferência ruim Cuidado com esses pacientes! Border se suicida sim!! 61 Curso e tratamento Comorbidade é a regra História de vida difícil Gravidade pode variar muito Comum atenuar alguns sintomas ao longo das décadas Terapia é o foco do tratamento: terapia comportamental dialética e terapias psicodinâmicas, entre outras Medicação é para tratar comorbidades OU sintomática Eles tem um sofrimento real (para eles) Como ter paciência Tente ter empatia Abordagem prática: Tentem estabelecer bom vínculo Aprendam a colocar limites e fazer acordos Investiguem e tratem as comorbidade Sempre encaminhem para terpias Border e medicação Impulsividade e labilidade emocional: estabilizador de humor e antipsicóticos Vazio e sintomas depressivos: antidepressivo Sintomas psicóticos e dissociativos: antipsicóticos Egosintônico X Egodistônico Egodistônico: experienciados como indesejáveis, contrários aos valores morais e anseios do paciente Egosintônico: algo "em sintonia" com suas vontades, afetos e anseios 62 Rigidez, controle (de si ou dos outros) e perfeccionismo extremos Quadro de personalidade Pensamentos obsessivos acompanhado de rituais (obsessões para aliviar a angústia do pensamento) Transtorno de personalidade Anancástica Prevalência variam 2,1 a 7,9% Preocupação com detalhes, metódicas e perfeccionismo Transtorno de personalidade obsessivo compulsivo (TPOC) Devoção excessiva ao trabalho e produtividade Controladores, incapacidade de delegar tarefas Rigidez, teimosia, "cabeça dura" TPOC Alerta: TPOC X TOC TOC É egosintônico Quadro agudo/subagudo Obsessões são egodistônicas É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários, que o objetivo principal da atividade se perde Demostra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (não consegue completar um projeto porque seus padrões próprios demasiadamente rígidos não são atingidos). É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade financeira) Critérios diagnósticos Um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes: 63Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas, a menos que elas se submetam à sua forma exata de fazer as coisas É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores (não explicado por identificação cultural ou religiosa) É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não têm valor sentimental Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas, a menos que elas se submetam à sua forma exata de fazer as coisas Adoram o estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; o dinheiro é visto como algo a ser acumulado para futuras catástrofes Preocupado com detalhes, regras,, listas, ordem, organização ou horários Perfeccionismo (que interfere na conclusão de tarefas) Dedicado ao trabalho e à produtividade (não explicados por necessidade financeira) Preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal: Rígidos e teimosos Muito éticas e escrupulosas Dificuldade em descartar objetos Dificuldade em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas Avarento Curso Egosintônico Não buscam ajuda 64 Pessoas produtivas, mas muito difíceis de conviver Quadro tende a ir ficando mais intenso ao longo dos anos Tratamento Medicação: Ansiolíticos? Antidepressivos? Terapia: TCC ou TC Na vida, equilíbrio é fundamental Conceitos chaves: ✓ Entender a questão dos transtornos de personalidade e quando uma personalidade vira patológica ✓ Conhecer melhor 2 TP: borderline e anacástico 65 Urgências clínico psiquiátricas Urgências clínico psiquiátricas Agitação psicomotora 66 Crise de ansiedade Síndrome de abstinência alcóolica Por que urgências CLÍNICO psiquiátricas? Diagnóstico psiquiátrico é SEMPRE de exclusão! Suicídio Sensação de tensão interna Agitação psicomotora - quadro clínico Atividade motora excessiva Ocorre num "espectro" Cuidado com hostilidade e preconceito Diagnóstico diferencial Agitação decorrente de condição médica legal Trauma cranioencefálico Encefalite, meningite ou outra infecção Encefalopatia (principalmente hepática e renal) Exposição a toxinas ambientais Distúrbio metabólico (hiponatremia, hipocalemia, hipoglicemia) Hipóxia Doença da tireoide Convulsão (estado pós-ictal) Intoxicação medicamentosa (psicofármacos ou anticonvulsivantes) Agitação decorrente de intoxicação ou abstinência Álcool Drogas ilícitas (cocaína, ecstasy, quetamina, sais de banho, inalantes) Agitação decorrente de doença psiquiátrica Transtornos psicóticos Mania Transtornos de ansiedade Transtornos de personalidade Abordagem - objetivos Coleta de informações rápida Diminuir riscos e segurança Sequência de ações: Manejo verbal Medicação oral Medicação intramuscular Contenção mecânica ou restrição física Segurança Acionar equipe, incluindo de equipe de segurança Ambiente preparado e amplo Segurança em primeiro lugar Rota de fuga Cuidado com materiais em cima da mesa Sistema de alarme ou botão de segurança Manejo verbal Evitar fazer anotações Apresentar-se e apresentar a equipe presente Manter certa distância Assegurar ao paciente que você pretende ajudá-lo 67 Deixar o paciente falar, estimulando-o a se expressar Fazer perguntas claras e diretas Contenção física Indicações Agitação psicomotora grave Confusão mental Agressividade e violência Risco de quedas Pacientes não cooperativo, como medida protetiva para ele (uso de cateter, dreno) Risco suicida iminente NUNCA deve ser feita de maneira punitiva Técnica Uso de faixas ou tecidos Fica o paciente ao leito em 4, 5 ou 9 pontos De preferência: 4 a 5 pessoas Registrar tudo em prontuário Mínimo de tempo possível Medicação Exemplos: haloperidol, risperidona, olanzapina Via: VO > IM > IV Medicação de primeira escolha: antipsicóticos NUNCA combinar 3 a 4 medicações ou 2 ampolas da mesma medicação ao mesmo tempo. Aplica, reavalia e reaplica se necessário Haloperidol IM: pode ser feito a cada 30 minutos, máximo de 20mg em 24 horas (ou seja, 4 ampolas). E o benzodiazepínico? Pode usar associado com antipsicóticos. Cuidado com acontraindicações: idoso, gestante e lactante, TEPT, problemas pulmonares, dilirium. Exemplos: diazepam, clonazepam ou lorazepam 68 SAA Contraindicação aos antipsicóticos Intoxicação por estimulantes Benzodiazepínico sozinho VO: qualquer um IM: apenas midazolam (diazepam não) IV: midazolam ou diazepam Exemplos de uso de medicações VO: Olanzapina 5mg ou 10 mg Risperidona 2mg + Clonazepam 2mg Haloperidol 5mg + Diazepam 5mg IM: Haloperidol 5mg/mL - 1 ampola, IM, agora Haloperidol 5mg/mL - 1 ampola + prometazina 25mg/mL - 1 ampola, IM, agora Haloperidol 5mg/mL - 1 ampola + Midazolam 15mg/3mL - 1/2 ampola, IM, agora Clorpromazina 25mg/mL - 1 ampola, IM, agora Abordagem Anamnese: fatores de risco e proteção Ideação suicida Suporte social Ideação suicida Ideação suicida Pensamento de morte Planejamento suicida Ato suicida Fatores de risco Tentativa prévias de suicídio Doença mental 69 Outros: Homem > Mulheres Jovens e idosos Usuários de drogas Não-casados Ateus Algumas profissões (médicos) Acontecimentos adversos recentes Desempregados e aposentados Presença de doenças crônicas ou incapacitantes Abuso na infância Fatores de personalidade: impulsividade História familiar de suicídio Suporte social Amigos Colegas de trabalho Família Centros de crise Profissionais da saúde Clérigos Abordagem Baixo risco (pensamento e ideação) Manejado por qualquer membro da equipe. Apoio, suporte emocional e tratamento da causa base. Médio risco (plano suicida) Pronta atenção multiprofissional. Apoio, contrato de vida, orientação familiar, medidas de prevenção aos meios e consulta rápida. Alto risco (planejamento iminente, ato ou tentativa) Apoio e ficar junto 24 horas. Manejar riscos imediatos, contrato de vida, internação, informar a família, acolhimento em serviço de emergência. 70 Existe medicação para suicídio? Quadro de humor: lítio Quadros psicóticos: clozapina Crise de ansiedade? Crise de pânico Crise pânico-like secundária e outros quadros psiquiátricos ou clínicos Somatização Dissociação Conversão Ansiedade secundária a outros quadros psiquiátricos ou clínicos Quadros de ajustamento e RAE Crise de ansiedade SOE Crise de pânico Atingem um pico em poucos minutos Presença de sintomas físicos e/ou psíquicos e cognitivos Ataque abrupto de ansiedade, medo intenso ou desconforto Palpitação e taquicardia Sudorese Tremores Falta de ar Dores Tontura Ondas de calor Parestesias Despersonalização Desrealização Medo de perder o controle ou enlouquecer Medo de morrer Diagnóstico diferencial Ataque de pânico pode ser comórbido ao quadro clínico Ataques de pânico podem ter causas orgânicas Pode acontecer no contexto de outras doenças psiquiátricas 71 Manejo medicamentoso pânico Diazepam 5 a 10 mg VO Clonazepam gotas ou 0,5 a 2mg VO Alprazolam 0,25 a 1mg VO Quetiapina 25 a 50mg VO Risperidona 0,5 a 1mg VO Propanolol 40mg VO Dipirona 500mg VO Síndrome de abstinência alcoólica: Droga mais consumida no mundo Age no receptor GABA Álcool - depressor do SNC Abordagem Medidas não farmacológicas Suporte emocional Mindfullnes Respiração diafragmática Psicoeducação Medidas farmacológicas Benzodiazepínicos Antipsicóticos (dose baixa) Betabloqueadores Sintomáticos Consumo de álcool Efeito agudo do álcoolEstado de abstinência Recuperação da adaptação Síndrome da abstinência Interrupção do consumo Tolerância ao álcool Adaptação de oposição 72 SAA - quadro clínico Inicia 4 a 12 horas após interrupção ou diminuição Sintomas físicos e cognitivos/psíquicos: Tremor, náuseas e vômitos Sintomas autonômicos: taquicardia, aumento de temperatura e hipertensão Ansiedade, irritação e agressividade Enjoo, tremor, sudorese, coceiras e sensação no corpo, som e alucinações auditivas, luzes e alucinações visuais, nervosismo e ansiedade, tonturas e cefaleia, agitação e orientação. Critérios diagnósticos 0-9 SAAleve 10-18 SAA moderada >18 SAA grave 73 Atendimento inicial - Resumo Suporte clínico e aferição de SSVV Glicemia capilar e hidratação Benzodiazepínicos: diazepam VO Tiamina IM ou IV Antipsicóticos, se agitação Solicitação de exames (HMG, rim e eletrólitos, fígado, glicose) Benzodiazepínicos 1ª escolha: benzodiazepínicos Diazepam (5 e 10mg) ou lorazepam (2mg) - Hepatopatas VO > IV Intramuscular: midazolam (diazepam NÃO) Dose fixa ou TGS Complicações Síndrome de Wernicke-korsakoff Delirium Tremens Crise epilépticas Intoxicação Intoxicação alcóolica X Abstinência alcóolica Uso agudo Efeito agudo da droga: depressão de SNC Tempo: durante uso ou logo após Tratamento: suporte Evitar benzodiazepínico Abstinência Após cessação ou diminuição Falta de droga: paciente "ativado" Tempo: após uso (horas ou dias) Tratamento: benzodiazepínico Conceitos chaves: ✓ Lidar com as principais urgências clínicas psiquiátricas ✓ Agitação psicomotora a abordagem é manejo verbal e uso de antipsicótico ✓ Suicídio é um tema complexo que requer muita paciência do médico ✓ Crises de ansiedade são tratadas com benzodiazepínicos, VO, em dose baixa ✓ SAA é um quadro frequente (na prática e na prova) e é tratada com suporte, tiamina e benzodiazepíncio 74 Via mesolímbica e mesocortical Neurobiologia da dependência: ✓ Sistema de recompensa, localizado no núcleus accumbens ✓ Região da motivação no córtex orbitofrontal ✓ Circuito da memória e aprendizagem localizada na amigdala e no hipocampo ✓ Região de controle e planejamento, localizado no córtex pré-frontal e no giro do cíngulo anterior Transtornos por uso de substâncias I Transtorno por uso de substâncias Neurobiologia Conceitos gerais Álcool Intoxicação Dependência Abordagem 75 SAA Sistema de recompensa, localizado no núcleus accumbens Dopamina Transtorno por uso de substâncias Prescritas: opióides e benzodiazepínicos Ilegais: canabis, crack/cocaína e club drugs Legais: álcool, tabaco Uso patológico de substâncias que alteram nosso estado mental Problema grave de saúde pública Relacionado a violência e criminalidade Maioria dos casos A queixa principal não está relacionada ao uso Depende de várias questões Questões sociais e morais (questões ambientais) Questões biológicas e genéticas (susceptibilidade individual) Efeito da droga e via de uso (poder de reforço) Critérios para dependência Desejo ou esforço mal sucedido de parar (baixo controle) Muito tempo gasto Maior quantidade ou tempo Problemas, trabalho, escola ou casa (prejuízo social) Fracasso em cumprir obrigações Fissura ou desejo forte de uso Uso mesmo depois de perceber que tem um problema Uso apesar de perigos físicos (uso arriscado) Perda de outras atividades sociais e recreacionais Abstinência (critério farmacológico) Causa prejuízo ou sofrimento Tolerância (critério farmacológico) Padrão de uso farmacológico 76 Depressoras do SNC: Álcool e benzodiazepínicos = GABA Opioides = sistema opioide Estimulantes do SNC: Crack/cocaína = noradrenalina/dopamina Nicotina, anfetaminas e club drugs Outras ações: Canabis = sistema canabinoide LSD e club drugs Mecanismo de ação básico de cada droga Poder ativo de uma droga Efeito: mais rápida, maior pico, mais curto Via: VO < IM < VF < IV Álcool Doses intermediárias e altas: rebaixamento do nível de consciência Muito aceita socialmente Doses baixas: discreta euforia e relaxamento Droga mais consumida do mundo Uso baixo risco Uso nocivo e dependência Binge drinking Beber pesado episódico Epidemiologia 77 Um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas: Fala arrastada Incoordenação Instabilidade na marcha Nistagmo Comprometimento da atenção ou da memória Estupor ou coma Rapidamente absorvido (80% intestino) Alcoolemia depende de vários fatores Alta distribuição pelos tecidos Farmacocinética e farmacodinâmica Metabolização: fígado (álcool desidrogenase e acetaldeído desidrogenase) Exceção: pulmões, urina e suor Metaboliza e excreta cerca de 1 dose por hora Intoxicação aguda Síndrome abstinência Dependência Diagnóstico Intoxixação Ingestão recente de álcool Alterações comportamentais ou psicológicas, exemplo: comportamento sexual ou agressivo inadequado, humor instável, julgamento prejudicado Tratamento = suporte clínico + sintomáticos 78 Se agitado: usar antipsicóticos e EVITAR benzodiazepínicos Benzodiazepínicos (diazepam e lorazepam) Suporte clínico e aferição de SSVV Glicemia capilar e hidratação Benzodiazepínicos: diazepam VO Tiamina IM ou IV Antipsicóticos, se agitação Solicitação de exames (HMG, Rim e eletrólitos, fígado) Inicia 4 a 12 horas após interrupção ou diminuição Sintomas físicos e cognitivos/psíquicos: Tremor, náusea e vômitos Ansiedade, irritação, agressividade e sintomaspsicóticos Sintomas autonômicos: taquicardia, aumento de temperatura e hipertensão Síndrome de abstinência alcoolica Síndrome de abstinência alcoólica Principais complicações: Convulsão Delirium tremens Síndrome de Wernicke Korsakoff Medicação de primeira escolha 79 Desejo ou esforço mal sucedido de parar Muito tempo gasto Maior quantidade ou tempo Problemas, trabalho, escola ou casa Fracasso em cumprir obrigações Fissura ou desejo forte de uso Uso mesmo depois de perceber que tem um problema Uso apesar de perigos físicos Perda de outras atividades sociais e recreacionais Abstinência Tolerância Uso rotineiro vira patológico Dependência ao álcool Dependência ao álcool CAGE Cut down, Annoyed, Guilty, Eye-opener Já se aborreceu por alguém criticar seu modo de beber? Já se sentiu mal ou culpado sobre seu modo de beber? Você já sentiu que deveria beber menos? Já tomou uma dose pela manhã, logo ao acordar? 80 Medidas não farmacológicas Terapia Grupos de mútua ajuda - AA Reabilitação social e reformulação de vínculos Medicações Naltrexona Dissulfiram Acamprosato Topiramato Tratamento Dica prática: Intoxicação = ação aguda da droga Abstinência = "contrário" da ação da droga Conceitos chaves: ✓ Entender os problemas relacionados ao álcool ✓ Farmacologia e farmacodinâmica ✓ Intoxicação ✓ Abestinência ✓ Dependência 81 Transtornos por uso de substâncias II Transtorno por uso de substâncias Tabaco Maconha Abordagem 82 Cocaína/Crack Opióides Abordagem Estágio motivacional Estágio Características do indivíduo Pré contemplação Contemplação O indivíduo não tem a intenção de mudar nos próximos seis meses. Encontra-se desmotivado e bastante resistente às orientações O indivíduo está ciente do problema que existe, e há intenção de mudanças nos próximos meses. No entanto, há uma ambivalência quanto à perspectiva de mudanças O indivíduo tem intenções de realizar mudanças no próximo mês, e já podem observar pequenas mudanças comportamentais O indivíduo tem modificado seu comportamento num período inferior de seis meses e superou de alguma forma as barreiras antes percebidas O indivíduo se esforça para prevenir recaídas e consolidar o comportamento saudável Ação Preparação Manutenção Principal fator de risco modificável da doença 10% da população é dependente Grandes riscos a saúde a longo prazo Apenas 5% dos usuários conseguem parar sem ajuda Droga com maior capacidade de vício Tabagismo Quanto tempo após acordar você fuma o seu primeiro cigarro? Você acha difícil não fumar em locais onde o fumo é proibido? Qual cigarro do dia traz mais satisfação (o que mais detestaria deixar de fumar) Rastreio - Teste Fargerstrom Quantos cigarros você fuma por dia? Você fuma mais frequentemente pela manhã (ou nas primeiras horas do dia) que no resto do dia? Você fuma mesmo quando está tão doente que precisa ficar de cama a maior parte do tempo Medidas não farmacológicas Tratamento de comorbidades Tratamento Terapias medicamentosas: Terapia de reposição de nicotina Bupropiona Vareniclina Nortriptilina 83 Terapia de reposição de nicotina Goma de mascar (2mg e 4mg) Balas Adesivo (21mg, 14mg e 7mg) Spray nasalPastilhas Diminui fissuras e sintomas de abstinência Início de uso após cessação do tabagismo Todas as formulações liberam nicotina mais lentamente que o cigarro e fazem menor pico Cuidado: pós IAM imediato, arritmias cardíacas graves, angina instável e AVC recente Tempo médio de tratamento: 6 a 12 semanas Bupropiona Não substitui a nicotina Muito comum associar TRN Inibidor de recaptação de noradrenalina e dopamina Atrapalha sono e pode piorar ansiedade Leve diminuição do apetite Risco de convulsão Vareniclina 0,5mg 1x ao dia - 1ºao 3º dia 0,5mg 2x ao dia - 4º ao 7º dia Agonista parcial seletivo dos receptores de nicotina 1mg 2x ao dia a partir do 8º dia Total do tratamento: 12 semanas Cuidado com: suicídio e ideação suicida 84 Relacionada a legalização e impressão que é uma droga de menos dano Canabis Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis Droga ilícita mais utilizada no mundo Maconha não é uma coisa única Aumento de uso 80 canabinoides: THC e CBD Epidemiologia Medidas não farmacológicas Sem medicações até o momento Tratamento Intoxicação Relaxamento e leve euforia Alterações de memória, cognição e atenção Alterações fisiológicas (taquicardia e aumento de PA, enrubescimento de conjuntivas e boca seca) Pode gerar crise de ansiedade, quadros psicóticos transitórios Intoxicação e abstinência Tratamento = suporte 85 Abstinência Quadro raro Sintomas inespecíficos Tratamento = suporte Derivado de coca Erythroxylon coca Cocaína e crack Usada a milhares de anos pelos povos pré colombianos Problema muito grave de saúde pública Cocaína Sal em pó, inalado Crack Pasta, fumaça. Preço inferior, ação intensa e muito rápida Intoxicação Hipervigilância e alerta. Midríase Ansiedade, tensão ou raiva Euforia e autoconfiança elevada Sintomas psicóticos Associado a: taquicardia, dilatação pupilar e PA elevada Pode evoluir para: IAM ou arritmias cardíacas, convulsões e hipertermia Suporte clínico + Sedativos (benzodiazepínicos ou antipsicóticos) + Sintomáticos Tratamento Cuidado com uso de betabloqueadores em pacientes intoxicados por cocaína Cessação de uso pesado e prolongado Abstinência 86 Humor deprimido Fadiga Sintomas Insônia ou hipersonia Aumento de apetite Sonhos vívidos e desagradáveis Retardamento psicomotor Suporte Sintomáticos Tratamento Terapias Abordagem motivacional Reinserção social Aspectos laborais Terapias de grupo Grupo mútua ajuda (NA) Terapia individuais Dependência - Tratamento Tratar comorbidades Farmacologia Topiramato Dissulfiram Modafinil Derivado da ópio Papaver somniferum Opioides Serve para Tranquilização/sedação, analgesia Anestesia, antitussígeno e antidiarréico Depressor do SNC Age no sistema opioide 87 Classificação Intoxicação Boca seca e rubor facial Coceira Euforia e calor Alterações de humor Alucinações, desrealização e despersonalização Analgesia Miose Torpor e sonolência Hipotensão e taquicardia Depressão respiratória Suporte ventilatório Corrigir hipotensão Tratamento Depressão respiratória e coma Antagonista opioide Naloxone (IV) - Narcan - 0,8mg, IV Naltrexona (VO) - Revia - 50mg, VO 88 Cessação de uso pesado e prolongado OU administração de antagonista para usuários crônicos Abstinência Sintomas Humor disfórico Náuseas e vômitos Dores musculares Lacrimejamento e rinorreia Midríase, piloereção ou sodorese Diarreia Bocejos Febre Insônia Terapia substitutiva Sintomáticos Tratamento Opioide meia vida longa Metadona VO Outras medicações Clonidina AINES para dores Antieméticos para náuseas e vômitos Sedativos para distúrbios do sono Conceitos chaves: ✓ Conhecer um pouco sobre demais drogas ✓ Tabaco ✓ Canabis ✓ Opioides ✓ Cocaína/Crack 89
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