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Sistema Prisional TCC 2 ATUALIZADO

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A REALIDADE DA VIDA CARCERÁRIA
São Paulo
2017
 
A REALIDADE DA VIDA CARCERÁRIA
Precariedade nas Penitenciárias Brasileiras
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito.
Orientador: Valderez.
São Paulo
2017
A REALIDADE DA VIDA CARCERÁRIA
Precariedade nas Penitenciárias Brasileiras
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito.
Aprovado em: __/__/____
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)
Dedico este trabalho aqueles que vivem em realidades precárias em penitenciárias do mundo inteiro, espero que um dia ainda essa situação seja revertida, para que todos tenham o direito de cumprir sua pena com dignidade.
AGRADECIMENTOS
A minha formação como profissional não poderia ter sido concretizada sem a ajuda de meus amáveis e eternos pais Wagner e Margarethe, que, no decorrer da minha vida, proporcionaram-me, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade, da perseverança e de procurar sempre em Deus à força maior para o meu desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês, minha imensa gratidão e sempre amor.
À Deus, dedico o meu agradecimento maior, porque têm sido tudo em minha vida.
Um agradecimento especial às minhas irmãs Bianca e Giovanna que permaneceram sempre ao meu lado, nos bons e maus momentos; ao meu querido amor Fabio Augusto, que além de me fazer feliz, ajudou-me, durante todo o percurso de minha vida acadêmica, compreendendo-me e ensinando-me para que eu conquistasse um lugar ao sol; à minha maravilhosa família e amigos, que sempre me deu atenção, carinho e preciosos conselhos e a todos aqueles que direta ou indiretamente, contribuíram para esta imensa felicidade que estou sentido nesse momento.
A todos vocês, meu muito obrigado.
“ Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível. ” Chaplin, Charles 1889-1977
RESUMO
O sistema penitenciário não só no Brasil como no Mundo tem a intenção de que todos aqueles que são julgados façam o cumprimento de sua pena, e também tem o objetivo de fazer com que os condenados sejam ressocializado para a vida após o término de sua penitência. Porém, o que ocorre hoje em dia com os presos brasileiros é ao contrário, pois a penitência deixou de ser um local para a ressocialização para ser um local sem regras, um local de precariedade e de tratamentos desumanos, concluindo que o Governo e suas Administrações ignoram o conceito dos Direitos Humanos.
A ausência de investimentos e verba no sistema não ajuda para que esse problema tenha uma melhora significativa, o que gera indivíduos revoltados com a realidade vivida, e o que acontece que muitos voltem a cometem crimes novamente assim que saiam. 
Palavras-chave: Cárcere; Precariedade; Presos; Direitos; Humanos.
 
ABSTRACT
The penitentiary system, not only in Brazil but in the world, intends that all those who are judged fulfill their punishment, and also has the purpose of causing the condemned to be resocialized for life after the end of their penance. However, what happens nowadays with Brazilian prisoners is the opposite, for penance has ceased to be a place for resocialization to be a place without rules, a place of precariousness and inhumane treatment, concluding that the Government and its Administrations Ignore the concept of Human Rights.
The lack of investment and money in the system does not help the problem to improve significantly, which creates individuals who are angry with the reality they live in, and what happens is that many people return to their crimes once they leave.
Key-words: Prison; Precariousness; Prisoners; Rights; Humans.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Título da figura	00
Figura 2 – Título da figura	00
Figura 3 – Título da figura	00
Figura 4 – Título da figura	00
Figura 5 – Título da figura	00
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Título da tabela	00
Tabela 2 – Título da tabela	00
Tabela 3 – Título da tabela	00
Tabela 4 – Título da tabela	00
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 – Cronograma de execução das atividades..............................................................17
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ART Artigo
LEP Leis de Execução Penal
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................13
1.1. O Problema.......................................................................................................................13
2. Objetivos...........................................................................................................................13
2.1. Objetivo Geral ou Primário............................................................................................13
2.2. Objetivos Específicos ou Secundários............................................................................13
3. JUSTIFICATIVA................................................................................................................14
4. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA.....................................................................................14
5. METODOLOGIA...............................................................................................................16
6. CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO...............................................................17
7. TÍTULO DO CAPÍTULO	
8. TÍTULO DO CAPÍTULO	
9. TÍTULO DO TERCEIRO CAPÍTULO	
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS	
11. REFERÊNCIAS	
1. INTRODUÇÃO
Alguns fatores no dia de hoje fizeram com que nosso sistema prisional se tornasse precário, entretanto, a superlotação de celas, a falta de investimento e descaso do poder público. Sendo assim, a prisão que surgiu como um meio de substituir da pena de morte, atualmente não consegue efetivar o fim da pena, passando a ser apenas uma forma de acrescentar na experiência do crime, além de ter um ambiente que anda sendo impossível a ressocialização de qualquer ser humano a vida normal após o cumprimento de sua pena.
As garantias legais previstas à execução da pena, assim como os direitos humanos do preso estão previstos em diversos estatutos legais. Em nível mundial existem várias convenções como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e a Resolução da ONU que prevê as Regras Mínimas para o Tratamento do Preso. É isso que será discutido nesta monografia.
 1.1 O Problema
A realidade da vida carcerária, tem a atenção e o cumprimento dos Direitos Humanos e de suas Administrações?
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral ou Primário
O objetivo Geral desta Monografia é de avaliar o cumprimento dos Dispostos na Lei (elas sendo a Constituição Federal, a Lei de Execuções Penais e Código Penal), com a aplicação sucinta na realidade dos que cumprem as suas sentenças nas Penitenciárias Brasileiras. 
2.2. Objetivos Específicos ou Secundários 
· Analisar as obrigações dos presos e também o não cumprimento das normas penitenciárias.
· Identificar o principal ponto que não é cumprido pelo governo atualmente. 
· Verificar possibilidades de reorganização dos sistemas adotados hoje.
3. JUSTIFICATIVA
O tema escolhido, tem como interesse mostrar a realidade penitenciária ou melhor, a precariedade de vida na carceragem brasileira nos dias de hoje no Brasil.
A finalidade da pesquisa tem como intenção mostrar a não aplicação do que está Disposto na Lei, sendo ela na Constituição Federal, no Código Penal e também na Lei de Execuções Penais.
Será mostrada o sentido real daqueles que cumprem sua pena de um lado, e principalmenteo não cumprimento por parte do Governo em relação aos Direitos Humanos dos presos, como manutenção de instalações e investimentos. 
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 Percebe-se que o Sistema Penitenciário Brasileiro por conta do descaso dos poderes competentes vive uma realidade problemática nas desde séculos passados.
Alguns deles como superlotações de celas, alimentação “pobre”, normas internas não cumpridas, assistência jurídica não oferecida, insalubridade, assistência médica e doenças incuráveis, higiene e produtos de higiene não disponibilizados, código penal paralelo (aquele ditado pelos próprios detentos) para melhor sobrevivência dos mesmos.
Os momentos do dinamismo penal (cominação, aplicação e execução das penas) demonstram que há um sistema global do Direito Penal integrado por diversos sistemas parciais. Tal situação pode levar a flagrantes contradições já que não se pode negar a contrariedade existente nesse sistema de estabelecer a culpabilidade como fundamento da aplicação da pena e a periculosidade como fator determinante do regime de execução. São totalmente divergentes o processo de valoração da culpabilidade que é o fundamento jurídico para se submeter o condenado ao cumprimento da sanção, necessário à fixação da pena, e a execução desta, teologicamente destinada a promover a aptidão do condenado a uma convivência sem o social sem violação do direito. (MIRABETE FABBRINI, 2004, p.27)
De acordo com a Lei de Execução Penal, ou LEP, Lei nº 7.210 de 11 de HYPERLINK "http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109222/lep-lei-n-7-210-de-11-de-julho-de-1984"Julho HYPERLINK "http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109222/lep-lei-n-7-210-de-11-de-julho-de-1984" de HYPERLINK "http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109222/lep-lei-n-7-210-de-11-de-julho-de-1984" HYPERLINK "http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109222/lep-lei-n-7-210-de-11-de-julho-de-1984"1984 no seu Artigo 41.
“ Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI - atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Porém na realidade não é bem isso que acontecem, como dizem muitos ex detentos em uma entrevista realizada pelo site G1 em 18/11/2012. “O inferno não é embaixo da terra; o inferno é o presídio”. (SITE G1 – GLOBO - (*) A pedido do entrevistado, o G1 manteve em sigilo sua identidade, 2012).
 Com essas palavras o ex-detento R.S. (*), 39 anos, definiu os 12 meses nos quais ficou encarcerado em uma penitenciária, na cidade de São Paulo.
Na última terça (13), durante um encontro com empresários em São Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que "preferia morrer" a ficar no sistema penitenciário brasileiro, o que gerou um debate durante a semana sobre a situação nas prisões. “Do fundo do meu coração, se fosse para cumprir muitos anos em alguma prisão nossa, eu preferia morrer”, afirmou.
Preso por furto, o ex-detento R.S. enfrentou os piores momentos de sua vida dividindo uma cela, com capacidade para seis pessoas, com outros 56 presos. 
“É horrível. Você não tem privacidade, não tem lugar para todo mundo dormir. Ficava todo mundo no chão, no banheiro. Às vezes, tinha que revezar, cada um dormia um pouco”. (SITE G1 – GLOBO - (*) A pedido do entrevistado, o G1 manteve em sigilo sua identidade, 2012).
Como já dizia, Albergaria em 1996:
Julgava-se como evidente a prevenção geral sob a forma de intimidação como fator de luta contra a criminalidade. Dizia-se então que a prevenção geral necessária, mas é desejável a recuperação do condenado. (ALBERGARIA, 1996, p. 26).
Dentro da prisão, dentre várias outras garantias que são desrespeitadas, o preso sofre principalmente com a prática de torturas e de agressões físicas. Essas agressões geralmente partem tanto dos outros presos como dos próprios agentes da administração prisional.
Entre os próprios presos a prática de atos violentos e a impunidade ocorrem de forma ainda mais exacerbada. A ocorrência de homicídios, abusos sexuais, espancamentos e extorsões são uma prática comum por parte dos presos que já estão mais “criminalizados” dentro do ambiente da prisão e que, em razão disso, exercem um domínio sobre os demais presos, que acabam subordinados a essa hierarquia paralela. Contribui para esse quadro o fato de não serem separados os marginais contumazes e sentenciados a longas penas dos condenados primários.
 5. METODOLOGIA 
A metodologia de pesquisa adotada para esta monografia é através de doutrinas, leis específicas, complementares, decisões do STF, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1.988, sites, decretos, pesquisas de psicólogos e psiquiatras com a visão das penitenciárias, revisão de literaturas, e documentação indireta além entrevistas à ex detentos.
6. CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
Quadro 1 – Cronograma de execução das atividades do Projeto e do Trabalho de Conclusão de Curso.
	ATIVIDADES
	2016
	2017
	
	Ago
	Set
	Out
	Nov
	Dez
	Jan
	Fev
	Mar
	Abr
	Mai
	Jun
	Jul
	Escolha do tema. Definição do problema de pesquisa
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Definição dos objetivos, justificativa.
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Definição da metodologia.
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Pesquisa bibliográfica e elaboração da fundamentação teórica.
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Entrega da primeira versão do projeto.
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Entrega da versão final do projeto.
	
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	Revisão das referências para elaboração do TCC.
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	Elaboração do Capítulo 1 .
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	
	
	
	Revisão e reestruturação do Capítulo 1 e elaboração do Capítulo 2.
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	
	Revisão e reestruturação dos Capítulos 1 e 2. Elaboração do Capítulo 3.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	Elaboração das considerações finais. Revisão da Introdução.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	Reestruturação e revisão de todo o texto. Verificação das referências utilizadas.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Elaboração de todos os elementos pré e pós-textuais. 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Entrega da monografia.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Defesa da monografia.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
7. Análise de obrigações dos DETENTOS 
Os deveres do presidiário estão elencados de acordo com o Artigo 39, IV da LEP, conforme abaixo:
IV. DOS DEVERES
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneraçãodo trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
A violação de algum dos deveres pode fazer com que o preso sofra sanções disciplinares. Além disso, como a análise comportamental é levada em consideração durante toda a execução, a oposição aos deveres pode causar a não concessão ou a revogação de benefícios já concedidos. Os deveres também são aplicáveis aos presos provisórios, exceto, é claro, aqueles decorrentes de sentença penal condenatória transitada em julgado, a exemplo da indenização à vítima (art. 39, VII).
O preso deve se comportar com obediência e respeito a qualquer pessoa com que vá se relacionar; a urbanidade e o respeito no trato com os demais presos é também uma obrigação do preso, sendo que seu descumprimento pode acarretar uma falta grave ou até crime contra a honra, caso ele tenha mau comportamento poderá gerar o indeferimento de benefícios pleiteados junto à Vara das Execuções (art. 39, II da Lei de Execução Penal).
O detento também é obrigado a trabalhar, já que, se recusando a trabalhar, o preso estará cometendo falta grave Conforme dispõe o artigo 31 da Lei de Execução Penal, o condenado à pena privativa de liberdade está OBRIGADO ao trabalho, na medida de suas aptidões e capacidade. Já o preso provisório, vale dizer, aquele ainda sem condenação definitiva (recolhido em razão de prisão em flagrante, prisão temporária, por decretação de prisão preventiva, pronúncia ou sentença condenatória recorrível), não está obrigado ao trabalho. Entretanto, as atividades laborterápicas lhes são facultadas e sua prática dará direito à remição da pena, tão logo venha a ser aplicada.
O preso tem o direito social ao trabalho (art. 6º da Constituição Federal). Ao Estado incumbe o dever de dar trabalho ao condenado em cumprimento de pena privativa de liberdade, ou àquele a quem se impôs medida de segurança detentiva. É direito do preso a atribuição de trabalho e sua remuneração (art. 41, II, da LEP).
Qual é a jornada de trabalho a ser cumprida pelo preso? A jornada normal de trabalho não será inferior a seis, nem superior a oito horas (com descanso nos domingos e feriados), conforme estabelece o artigo 33 da Lei de Execução Penal. O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: à indenização dos danos causados pelo crime (desde que determinada judicialmente); à assistência da família do preso; às pequenas despesas sociais; ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação acima prevista. A quantia restante será depositada para a constituição do pecúlio, em caderneta de poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
O trabalho do preso está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho? O trabalho do preso, conforme artigo 28, parágrafo 2º da Lei de Execução Penal, não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. No entanto, estabelecem as Regras Mínimas da ONU a necessidade de providências para indenizar os presos pelo acidente do trabalho ou em enfermidades profissionais em condições similares àquelas que a lei dispõe para o trabalhador livre (74.2). Nossa legislação protege essa orientação ao incluir, entre os direitos do preso, os da "Previdência Social" (arts. 39 do CP e 41, III, da LEP).
Comete falta disciplinar o condenado que provocar acidente de trabalho? Sim, comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que provocar acidente de trabalho (art. 50, IV, LEP); bem como retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta (art. 51, II, da LEP).
O que é remição? Remição é um instituto que permite, pelo trabalho, dar como cumprida parte da pena, vale dizer, abreviar o tempo de duração da sentença. O condenado que cumpre pena em regime fechado ou semi-aberto poderá diminuir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. A contagem do tempo para o fim de remição será feita em razão de um dia de pena por três de trabalho (art. 126 da LEP); assim, por exemplo, se o detento trabalhar três dias terá antecipado o vencimento de sua pena em um dia.
A remição poderá ser contada para fim de benefício? Sim, a remição diminui o tempo de duração da pena imposta ao condenado, devendo ser tida como pena cumprida, para outros efeitos, tais como, progressão de regime (art. 111 da LEP); livramento condicional e indulto (art. 128 da LEP).
O preso que sofrer acidente de trabalho continuará a beneficiar-se com a remição? Se, por causa de acidente sofrido durante a atividade de trabalho, o preso ficar impossibilitado de prosseguir na função, continuará a beneficiar-se com a remição (art. 126, par.2º da LEP). Portanto, não se interrompe durante o período de afastamento. Porém, a contagem somente se refere aos dias em que realmente o acidentado estiver impossibilitado de trabalhar.
O condenado que cometer falta disciplinar de natureza grave perderá os dias anteriormente remidos pelo trabalho? O artigo 127 da Lei de Execução Penal estabelece que o condenado punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar. Contudo, já se decidiu em Agravo de Execução 1.025.197/2, (Execução 254.946), pela inconstitucionalidade do artigo 127 da Lei de Execução Penal, por inobservância ao princípio que preserva o direito adquirido e a coisa julgada. O descumprimento do dever de trabalhar é previsto como falta grave (art. 50, VI, da LEP) impondo sanções disciplinares.
O período de trabalho não aproveitado em face do término da pena, antes de julgado o pedido de remição, poderá ser utilizado por ocasião do pagamento da pena de multa? Tem-se admitido, àqueles condenados que trabalharam determinado período e não conseguiram obter a remição, em razão da ocorrência do vencimento da pena, a extinção da multa. Dessa forma, para cada três dias trabalhados (ainda não remidos) será permitida a extinção de um dia-multa. Assim, por exemplo, se o sentenciado trabalhou 30 dias e não conseguiu, a tempo, diminuir de sua pena corporal os dez dias a que teria direito, porque a pena venceu antes, poderá, (por analogia à detração), requerer que seja declarada extinta a pena de dez dias-multa.
Ele deve também obedecer às ordens de fazer a higiene da cela onde se encontra, já que a higiene pessoal, a limpeza da cela ou alojamento e a conservação dos objetos de uso pessoal é um DEVER do preso (art. 39, IX, X da LEP).
A Lei de Execução Penal prevê também que é um DEVER do preso não se envolver em movimentos contra a ordem e a disciplina, bem como não participar de fugas, já que o preso não pode escolher como e quando vai cumprir sua pena, e ainda porque poderá vir a responder por diversos crimes ligados a esse comportamento. A participação em rebeliões poderá prejudicar a obtenção de benefícios em sede de execução, ou seja, o mesmo não poderá participar de atos desse tipo.
Caso receba uma falta grave o mesmo deve aceitá-la, desde que elas tenham sido apuradas regularmente, com direito à defesa, o preso DEVE acatar seu resultado, já que é dever legal do preso se submeter à pena imposta pela prática de falta.
Pela Lei de Execução Penal e o Código Penal, o preso tem o DEVER de indenizar a vítima e seus herdeiros e também, quando possível, pagar o Estado pelas despesas de sua manutenção.
O processo de execução não é mais administrativo. Isto quer dizer que tudo o que se pede durante o cumprimento da pena tem apreciação pelo Juiz com manifestação prévia do Ministério Público e da Defesa.
O pedido de benefício deverá, preferencialmente, ser formulado por advogado. Isto porque só ele tem condições técnicas de avaliar o seu cabimento.
A Lei de Execução penal prevê uma série de benefícios. O preso, entretanto, deverá preencher alguns requisitos exigidos por esse texto legal.
Requisitos Legais: a) Requisito Objetivo: a maioria dos benefícios na execução da pena exige lapso temporal,ou seja, o preso deverá cumprir um certo tempo da pena para poder pedir um benefício. b) Requisito Subjetivo: é o mérito, ou seja, é preciso ter boa conduta carcerária; exercer atividade laborterápica (trabalhar) que é, além de tudo, um direito; ter controlada a agressividade e a impulsividade etc. Demonstrar, enfim, que está apto a retornar à sociedade.
Benefícios: a) Remição: o preso terá direito de descontar um dia de sua pena com três dias de trabalho. É necessário juntar atestados de atividade laborterápica (atestado do trabalho realizado). b) Pedido de Progressão de Regime: do fechado para o semi-aberto e deste para o aberto. É necessário o cumprimento de um sexto da pena e preencher os requisitos subjetivos. c) Livramento Condicional: cumprimento de um terço da pena para primário, metade para reincidente e dois terços para quem comete crime considerado hediondo. Comportamento satisfatório durante a execução da pena e aptidão para o trabalho. d) Indulto e Comutação: todo ano o presidente da República elabora um decreto para indultar (perdoar a pena) ou comutar (reduzir a pena). O decreto também exige o lapso temporal além do mérito, salvo nas hipóteses de indulto humanitário (em que é exigida somente a comprovação de estar o preso acometido de doença grave e incurável, em estado terminal). e) Unificação de Penas: é o caso em que o condenado pratica os crimes de acordo com o que está previsto no artigo 71 do Código Penal. Assim, os delitos são da mesma espécie e pelas condições de tempo, lugar e maneira de execução são considerados em continuação um do outro. Não é necessário cumprir lapso temporal ou ter méritos. f) Detração: o tempo de prisão provisória (flagrante, preventiva, temporária, pronúncia) deverá ser computado como tempo de pena cumprida. Aqui o preso também não precisa comprovar requisito objetivo ou subjetivo.
Todo presídio tem uma Comissão Técnica de Classificação composta por psicólogo, psiquiatra e assistente social. A lei diz que o preso, assim que é incluído no Estabelecimento, deverá ser submetido a um exame de classificação (para verificar como ele poderá melhor executar a pena). No decorrer do cumprimento da condenação, outro exame é feito por essas pessoas. São elas que irão avaliar as condições pessoais para se obter o benefício. Na entrevista será verificado, por exemplo, se o preso está arrependido do que fez, quais são os planos futuros, se controla ou não a agressividade, entre outros. Depois da entrevista, os técnicos apresentam um laudo com as informações colhidas. É nesse documento que o Juiz verifica se o preso tem ou não o mérito. Nos pedidos de livramento condicional, indulto e comutação o mérito também será avaliado pelo Conselho Penitenciário, que emite um parecer.
Quando se pode pedir um laudo criminológico? Primeiro é necessário o preenchimento do lapso temporal exigido de acordo com o benefício que se pretende. Converse sempre com o seu advogado particular ou da assistência judiciária para que ele tome as providências para a realização desse laudo.
Além desses benefícios, o que mais se pode pedir ao Juiz? A Lei de Execução Penal determina que o Juiz da execução deve zelar pelo correto cumprimento da pena. Toda vez, portanto, em que há alguma ilegalidade, é necessário trazer o fato ao conhecimento do Juiz.
O que são ilegalidades? Em princípio, tudo o que estiver em desacordo com a lei. Exemplos: regime semi-aberto fixado na sentença e o preso em regime fechado; preso condenado cumprindo pena em Distrito Policial ou Cadeia Pública; superpopulação; falta de assistência médica; desrespeitado à integridade física ou moral; falta de alimentação; impedir entrevista com o advogado; não atribuir atividade laborterápica; não ter a defesa oportunidade de defender o sentenciado no processo etc. Tudo, enfim, que estiver contrário ao que determina a Constituição Federal e as leis penais.
Como atividade complexa que é, em todos os sentidos, a execução penal pressupõe um conjunto de deveres e direitos envolvendo o Estado e o condenado, de tal sorte que, além das obrigações legais inerentes ao seu particular estado, o condenado deve submeter-se a um conjunto de normas de execução da pena.
Referidas normas, traduzidas em deveres, representam, na verdade, um código de postura do condenado perante a Administração e o Estado, pressupondo formação ético-social muitas vezes não condizente com a própria realidade do preso. Paralelamente aos deveres há um rol de direitos do preso. 
A execução penal, no Estado Democrático e de Direito, deve observar estritamente os limites da lei e do necessário ao cumprimento da pena. Tudo o que excede aos limites contraria direitos.
Também em tema de direitos do preso, a interpretação que se deve buscar é a mais ampla no sentido de que tudo aquilo que não constitui restrição legal decorrente da particular condição do sentenciado, permanece como direito seu.
Sabe-se ainda que a execução penal reclama observância a princípios como o do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal etc. Daí decorre a indispensável presença de um advogado no processo executivo, atuando na defesa dos interesses do executado, ao lado do Ministério Público, que aqui atua como fiscal da Lei (art. 67 da Lei de Execução Penal). 
7.1 O não cumprimento das normas penitenciárias
Um dos maiores e mais conhecido problema no Sistema Penitenciário Nacional é a superlotação dos presídios. É conhecido porque os noticiários de diferentes áreas insistem em passar coberturas sobre, na tentativa de chamar atenção ao problema para que seja modificado, visto a urgência que necessita. E um dos maiores porque, na atual conjuntura, é quase impossível encontrar um presídio sem um número maior de presos do que o suportado.
As palavras do renomado autor de direito criminal, Rogério Greco (2015), são:
“O sistema prisional está falido, e isso não é novidade. Os meios de comunicação constantemente divulgam imagens de presos, em quase todos os 
Estados da Federação brasileira, que sofrem com o problema da superlotação carcerária. Seus direitos mais comezinhos são deixados de lado. Tomar banho, alimentar-se, dormir, receber visitas, enfim, tudo o que deveria ser visto com normalidade em qualquer sistema prisional, em alguns deles, como é o caso do Brasil, parece ser considerado regalia.” (Greco, 2015, nota do autor)
Para demonstrar a previsão legal sobre o assunto, há que se falar no artigo 88 da Lei de Execuções Penais:
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Greco (2015) diz que:
“Há uma necessidade inafastável, por parte dos Estados, de observância dos requisitos mínimos exigidos para os locais onde são cumpridas as penas de privação de liberdade. No Brasil, infelizmente, em alguns Estados da Federação, os condenados são mantidos presos em containers, utilizados para o transporte de cargas em navios. Permanecem, nos dias de verão, em locais sem qualquer ventilação, onde a temperatura média gira em torno de 50 graus; não existem camas ou mesmo espaço suficiente para que possam repousar; devido à superlotação das celas, são obrigados a fazer um revezamento para que, enquanto alguns dormem sobre papelões estendidos pelo chão, outros aguardem sua vez.” (Greco, 2015, p.345).
 
Esta norma combina com direitos humanos e é bem correta tendo como base a defesa à vida, tão defendida no ordenamento pátrio. Entretanto, só pode estar sendo tratada como inexistente pelas autoridades, pois é difícil ver um presídio que cumpre estas especificações, causando revolta não só na população, mas também nos detentos que lá se encontram e em suas famílias.
São palavras do autor Leal (1998):
“De fato, como falar em respeito à integridade física e moral em prisões onde convivem pessoas sadias edoentes; onde o lixo e os dejetos humanos se acumulam a olhos vistos e as fossas abertas, nas ruas e galerias, exalam um odor insuportável; onde as celas individuais são desprovidas por vezes de instalações sanitárias; onde os alojamentos coletivos chegam a abrigar 30 ou 40 homens; onde permanecem sendo utilizadas, ao arrepio da Lei 7.210/84, as celas escuras, as de segurança, em que os presos são recolhidos por longos períodos, sem banho de sol, sem direito a visita;” (Leal, 1998, p. 87-8)  
Um dos pontos importantes que a LEP traz é de que a pena tem o caráter ressocializador, ou seja, de fazer com que o sujeito preso saia do cárcere reeducado, com potencial para ter uma vida social novamente, emprego, família, amigos, moradia. Todavia, o que acontece não é o que a lei prevê, mas totalmente o contrário, fazendo com que o sujeito tenha uma escola do crime dentro do presídio, por estar lá dentro em contato com todos os tipos de criminosos, inclusive com aqueles que cometeram crimes mais graves ou menos graves que ele, saindo mais violento, mais revoltado e sem nenhuma reeducação, com uma tendência de cometer crime muito maior do que quando entrou. Isto inclusive explica a quantidade de reincidentes hoje. Provavelmente quem comete um crime, cometerá outro, é o que diz o estudo feito no país.
Cabe destacar as palavras do doutrinador Bitencourt (2004): 
“(...) atualmente predomina uma atitude pessimista, que já não tem muitas esperanças sobre os resultados que se possa conseguir com a prisão tradicional. A crítica tem sido tão persistente que se pode afirmar, sem exagero, que a prisão está em crise. Essa crise abrange também o objetivo ressocializador da pena privativa de liberdade, visto que grande parte das críticas e questionamentos que se fazem à prisão refere-se à impossibilidade – absoluta ou relativa – de obter algum efeito positivo sobre o apenado.” (Bitencourt , 2004, p. 471).
É necessário dizer que o descumprimento de tais normas gera a introdução dos direitos humanos na matéria, visto que não acontece proteção nenhuma à vida dentro de um estabelecimento prisional, o que devia acontecer, mesmo que fosse mínima. Segundo Sandra Carvalho (2003):
“A Lei de Execução Penal (LEP) brasileira é elogiada em todo o mundo, e representa um dos maiores avanços jurídicos de nossa história. O grande desafio das entidades da sociedade civil que atuam nesta área, sempre foi o de reduzir a distância entre o arcabouço legal e o panorama real do sistema penitenciário.” (Relatório anual do centro de justiça global Direitos Humanos no Brasil, 2003, p.26).
O descumprimento não é só quanto às normas infraconstitucionais (especificamente às leis), mas também contra a Constituição Federal, Carta Magna do país, que deve ser seguida e cumprida por todas as esferas, todos os poderes, todos os brasileiros e estrangeiros que aqui residem.
A CF cita em alguns artigos a pessoa do preso, mas em vários outros momentos fala de forma geral, abrangendo todos os seres humanos residentes no Brasil.
Logo no artigo 1º, inciso III, pode-se perceber a preocupação que o país tem em resguardar a vida, e não só ela, mas a dignidade da pessoa humana, princípio este básico dos direitos humanos e um direito irrenunciável, que abrange respeito à vida, à liberdade, às diferenças de cor, raça, nível social, intelectual, como exposto a seguir:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; (grifo nosso). 
A dignidade referida é descumprida todos os dias no que diz respeito à execução penal, visto que os presídios não têm permitido nem que se tenha uma vida direita, muito menos digna, fazendo com que o infrator entre e fique no presídio sem o mínimo de dignidade, com tratamentos humilhantes, e o mais alarmante, saia do estabelecimento prisional sem esta dignidade, ponto este importantíssimo, visto que o sujeito terá um mundo novo à sua frente, tendo de buscar emprego, moradia, reencontrar os já existentes ou talvez encontrar novos amigos e uma família.
O doutrinador Rogério Greco, em sua tese de doutorado, diz:
“Essa crise coloca em “xeque” o chamado Estado Constitucional e Democrático de Direito, uma vez que seus princípios fundamentais são constantemente violados, em especial o princípio da dignidade da pessoa humana. A pena de privação de liberdade deixou de ser uma limitação, tão somente, ao direito de ir, vir ou de permanecer do condenado. Sua aplicação, excede, em muito, à sua natureza. Os presos, que são jogados no cárcere, perdem a dignidade. São humilhados, espancados, tratados com desprezo, adoecem, perdem o contato com seus amigos e familiares, enfim, a privação de liberdade, mais do que afastar o condenado do convívio em sociedade, o isola, impiedosamente.” (Greco, 2015, p.341).
O artigo 5º da CF dá uma aula de direitos e garantias fundamentais e, em seu inciso III é visto o que parece uma ideia utópica quanto ao que se refere ao Sistema Penitenciário Nacional: “III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;”.
 Até porque, somente pelo fato de o sujeito preso não ter onde dormir, o que comer, o mínimo de higiene ou o que mais cita o artigo 88 da LEP, supracitado no presente trabalho, já se encaixa no desumano ou degradante a que se refere o inciso. Portanto, hoje, no Brasil, o descumprimento de normas é tão grave que chega a nível de Constituição Federal, que jamais poderia ser descumprida, muito menos assim, de forma que todo aquele que queira, consiga ver, bastando entrar em um presídio ou assistir uma cobertura jornalística sobre o assunto.
Mais uma vez, Greco (2015) usa brilhantes palavras para demonstrar a problemática carcerária atual no país:
“O sistema prisional agoniza, enquanto a sociedade, de forma geral, não se importa com isso, pois crê que aqueles que ali se encontram recolhidos merecem esse sofrimento. Esquecem-se, contudo, que aquelas pessoas, que estão sendo tratadas como seres irracionais, sairão um dia da prisão e voltarão ao convívio em sociedade. Assim, cabe a nós decidir se voltarão melhores ou piores.” (Greco, 2015, nota do autor).
Visto isso, Camargo (2006) retrata a necessidade de mudanças conjunturais urgentes no sistema:
“Mudanças radicais neste sistema se fazem urgentes, pois as penitenciárias se transformaram em verdadeiras "usinas de revolta humana", uma bomba-relógio que o judiciário brasileiro criou no passado a partir de uma legislação que hoje não pode mais ser vista como modelo primordial para a carceragem no país. O uso indiscriminado de celular dentro dos presídios, também é outro aspecto que relata a falência. Por meio do aparelho os presidiários mantêm contato com o mundo externo e continuam a comandar o crime. Ocorre a necessidade urgente de modernização da arquitetura penitenciária, a sua descentralização com a construção de novas cadeias pelos municípios, ampla assistência jurídica, melhoria de assistência médica, psicológica e social, ampliação dos projetos visando o trabalho do preso e a ocupação, separação entre presos primários e reincidentes, acompanhamento na sua reintegração à vida social, bem como oferecimento de garantias de seu retorno ao mercado de trabalho entre outras medidas.” (CAMARGO, 2006.).
É necessário ver que os vícios estão mais graves do que se pode suportar. As consequências de um sistema errado são grandes e podem perdurar por muitos anos, atrapalhando a vida de muitas pessoas.
11. REFERÊNCIAS
ALBERGARIA, DAS PENAS E DA EXECUÇÃO PENAL, 3. ED. BELO HORIZONTE: EDITORA DEL REY, 1996
CARVALHO, Sandra. Relatório anual do centro de justiça global Direitos Humanos no Brasil, 2003.
DIAS, José Carlos. Lições a aprender. Folha de São Paulo. São Paulo, 22 de fevereiro de 2001. Tendências e Debates. A3.
LOPES, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil – Introdução, Parte Geral e Teoria dos NegóciosJurídicos. 7 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989, v. I.
FABBRINI MIRABETE, Execução Penal: 11. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004. 
<http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/11/o-inferno-e-o-presidio-afirma-ex-detento.html

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