Buscar

IED aula 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina: IED 
(Introdução ao Estudo do Direito)
		
		 ANHANGUERA Educacional
		Campus Rondonópolis - MT
		
Prof. Ms. Valéria Borges Ribeiro
vbr.adv@aedu.com
vbr.adv@gmail.com
 
 
1º. Semestre 
Curso: Direito
Fevereiro / 2014
Aula 02: 
Conceito e Evolução do Direito
O Surgimento do Direito
Claude du Pasquier, usou uma metáfora para se reportar sobre a busca da fonte do direito: “Se alguém procurasse a nascente de um rio, a delimitar o exato ponto em que as águas surgem das profundezas da terra dando origem a um curso d`água. Ali encontraria a Fonte”. 
Julio Fabbrinni Mirabete, eminente mestre, preleciona que “a história do Direito é a história da humanidade”.
O direito surgiu com o próprio homem e o tem acompanhado através dos tempos, pois dele nunca se afastou, mormente quando o crime, qual sombra sinistra, sempre esteve ao seu derredor
O Primeiro ordenamento:
Moisés, os Hebreus e os 10 Mandamentos.
A primeira ‘Lei’ 
O Direito surgiu com a evolução humana, pois, vem o homem reagindo às situações conflituosas. Esta reação já era encontrada nos clãs e nas tribos primitivas. 
O homem não tendo condições de explicar os fenômenos naturais, passou a relacioná-los aos deuses, que agiam de acordo com os gravames e as condutas dos grupos sociais. 
Viviam os grupos sociais envoltos em ambiente mágico (vedas) e religioso.
A peste, a seca, e todos os fenômenos naturais eram tidos como manifestações maléficas resultantes das forças divinas (totem).
Os ‘deuses’ encolerizados pela prática de atos contrários às normas de comportamentos exigiam reparação. Para tanto, os grupos sociais criaram uma série de proibições de cunho religiosos, sociais e políticas, que ficaram conhecidas como tabus. 
Num segundo momento, de formação histórica da sociedade, a pena passou a ser associada aos aspectos religiosos dos clãs e tribos, havendo estreita ligação entre crenças e punições, passando o crime a ser visto como uma ofensa aos deuses, capaz de fazer recair sobre o grupo as mais nefastas conseqüências. 
A aplicação de determinadas penas aos ofensores era, então, considerada como reação social, como forma de reparação às divindades, a fim de evitar que sua ira recaísse sobre o conjunto da comunidade.
As infrações a estas normas (infrações totêmicas) sempre levava as reprimendas, as quais permitiam que a coletividade através das punições desagravassem a entidade ultrajada, gerando-se daí, o que modernamente denominamos de pena e crime. 
O Código de Hammurábi
. Foi o código legislativo mais importante da 
Mesopotâmia, elaborado pelo rei da Cidade da 
Babilônia, Hammurábi, em torno de 1.700 a.C. 
. É um bloco de pedra com 2,25 metros de altura, contendo 282 artigos em 3.600 linhas de texto. 
Encontra-se, hoje, no Museu do Louvre, em Paris.
A evolução do Direito, fica sempre subordinada à idéia de que a história do Direito Penal e a Justiça Criminal confundem-se com a própria história da humanidade, pois tendo nascido com o próprio homem irá acompanhá-lo, continuamente, através dos tempos. 
A Violência envolvia os indivíduos e o seu grupo social, com sangrentas batalhas, causando muitas vezes a completa eliminação dos grupos rivais.
Para evitar a dizimação das tribos, surgiu a Lei de Talião, determinando a relação proporcional ao mal praticado: olho por olho dente por dente, sendo este o maior exemplo de tratamento igualitário entre infrator e vítima, representando de certa forma, a primeira tentativa de humanização da sanção criminal.
A Lei do Talião
.
Algumas leis do Código de Hammurábi:
Se um homem bater em seu pai, terá as mãos cortadas; 
se um homem furar o olho de um homem livre, Ser-lhe-á furado um olho; 
se um médico tratar da ferida grave de 
outro homem e ele morrer, terá as mãos decepadas; se um construtor fizer para outro uma casa e não a fizer Bastante sólida, se a casa cair, matando o dono, esse construtor será morto; se for o filho do dono quem morrer, o filho do 
construtor será morto; 
a mulher poderá voltar para a sua 
família, levando seu patrimônio, se o marido se comportar mal com ela; se o casal não conseguir ter filhos, o homem poderá inserir em sua casa uma segunda esposa.
Assim: 
O Direito constitui-se numa das Ciências Sociais cujo objeto não está no indivíduo, diretamente, mas no estudo das regras e princípios que disciplinam as relações humanas, desde seus primórdios.
Entretanto, a definição exata de Direito nunca foi ponto pacífico entre os pensadores... 
Ao longo do tempo...
O Direito esteve vinculado a ideias filosóficas e políticas. 
Por este motivo, trata-se de uma ciência dinâmica, na medida em que os diversos pensadores ao longo da História do Ocidente, o definiam e estudavam...
13
Sócrates 469 a 399 a. C. 
(Formação das Sociedades)
Sócrates não deixou nada escrito, o que sabemos foi copilado pelo seu discípulo Platão.
Nasceu em Atenas. Seu pai era escultor e sua mãe parteira.
Lutou na Guerra do Peloponeso contra Esparta.
Conta-se que andava com trajes simples por Atenas perdido em pensamentos. 
Platão (427 – 348 a.C.)
Filósofo e matemático grego
Fundou a Academia, uma escola de filosofia com o propósito de recuperar e desenvolver as idéias e pensamentos socráticos
Platão (427 – 348 a.C.)
Direito é dar a cada um aquilo que corresponde à sua natureza e função na sociedade.
Para Platão, em sua obra “A República”, esse princípio deve ser garantido pelo Estado, que deve se estruturar em:
Povo: são os trabalhadores, presentes na camada mais inferior;
Militares: são os guerreiros corajosos, na camada intermediária; e
Filósofos: estão na camada superior e devem governar a sociedade.
Aristóteles (384 – 322 a.C.)
Filósofo grego, foi aluno de Platão
Aristóteles (384 – 322 a.C.)
Para Aristóteles, o direito está ligado à justiça, a qual, sendo seguida pelo Estado, será por ele definido.
Só o homem possui: Razão
Possui Sentimento: do bem e do mal; do justo e do injusto. 
O direito é justo quando protege os interesses gerais da sociedade e, em particular, quando trata de maneira igual aqueles que se encontram em condição igual.
Aristóteles expõe duas formas de igualdade: a aritmética, que exprime a justiça comutativa; e a geométrica, que exprime a justiça distributiva:
Justiça comutativa: todos devem cumprir suas promessas e indenizar pelos danos causados na mesma proporção do dano;
Justiça distributiva: cada um tem segundo seu mérito e valor na sociedade
Ulpiano (170 – 228 a.C.)
Jurista romano
Ulpiano (170 – 228 a.C.)
Para o jurisconsulto romano, o direito é o mesmo para todos.
Categoriza o direito em:
Direito natural: lei que a natureza ensina a todos os animais, racionais e irracionais;
Direito das gentes: aplicável apenas aos seres humanos, podendo diferenciá-los segundo sua origem e condição social;
Direito civil: normas específicas de uma sociedade.
São Tomás de Aquino (1225 – 1274)
Padre italiano, filósofo, teólogo e santo católico
São Tomás de Aquino
 (1225 – 1274)
As leis são mandamentos da boa razão, formulados e impostos por quem cuida do bem da comunidade.
Para o teólogo italiano, o monarca (aquele que cuida do bem) não tem plena liberdade na criação do direito, deve respeitar os mandamentos divinos, que são a lei eterna.
Se a lei imposta é contra a lei eterna, os súditos estão liberados do dever de obediência à lei. Em alguns casos, porém, o respeito à lei “corrupta” pode ser necessário para manter a ordem.
Thomas Hobbes (1588 – 1679)
Filósofo, matemático e teórico político inglês
Thomas Hobbes (1588 – 1679)
O direito é a vontade política.
“o HOMEM É O LOBO DO PRÓPRIO HOMEM”
A lei é determinada pelo poder que exerce o Estado, e não pela verdade do direito natural.
Para Hobbes, a sociedade deve fazer um “contrato social” com o Estado, o qual é absoluto, pois só assim é possível organizar a sociedade. 
O Estado deve distribuirdireitos e obrigações. Mas o direito não deve ser uma decisão ditatorial e sim uma correspondência ao efetivo e racional interesse de todos.
Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778)
Filósofo, escritor e teórico político suíço
Rousseau (1712 – 1778)
O direito é a vontade política de mudanças.
Ao contrário de Hobbes, Rousseau idealiza um Estado social democrático, onde o direito é a expressão da soberania do povo, sem, no entanto, abolir a liberdade dos membros da sociedade.
O povo deve criar as próprias leis e não deve se submeter à vontade dos poderosos.
O Estado deve eliminar as desigualdades e injustiças sociais causadas pela propriedade privada.
Immanuel Kant (1742 – 1804)
Filósofo prussiano
Immanuel Kant
O direito é a conciliação da liberdade individual com a liberdade dos demais, de forma que a liberdade possa prevalecer como regra geral.
Para Kant, o direito é produto da sociedade e é a expressão de obrigações morais dos indivíduos.
O direito está intimamente ligado à moral. A diferença é que o direito ameaça com coação em caso de descumprimento da norma, objetivando os resultados, enquanto que a moral se interessa mais pelos motivos da ação dos indivíduos.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831)
Filósofo alemão
Georg W. F. Hegel
Para o filósofo alemão, o direito não possui uma única definição, sendo esta formulada conforme cada época, com finalidades e características diversas.
O direito moderno, por ser produto do Estado, é o mais elevado, porque exprime os valores supremos do gênero humano. O Estado é a liberdade e a moralidade, e deve:
exprimir o interesse geral;
garantir a aplicação dos princípios morais; e
realizar a liberdade humana.
O direito moderno é a plena liberdade, definida e garantida pelo Estado.
Friedrich Carl von Savigny (1779 – 1861)
Jurista alemão
Savigny
O direito é o produto histórico decorrente da consciência coletiva de cada povo manifestado nas tradições e nos costumes.
As formas de organização política e social, presentes na tradição, são as principais fontes do direito, e não o direito estatal.
O direito não pode ser universal, deve ser particular e evoluir com o tempo, conforme as tradições da época e do local.
Eugen Ehrlich (1862 – 1922)
Jurista austríaco
Eugen Ehrlich
O direito depende do reconhecimento social de certas normas.
Para o austríaco, o direito nasce e se transforma por meio da ação social que lhe dá força vinculante.
O direito tem sua origem na sociedade, e não no Estado. Há um “direito vivo” criado, aplicado e transformado pelo povo, o qual não se manifesta nos códigos ou nos tribunais.
Para Ehrelich, o jurista faz o direito segundo uma “pesquisa livre”, esta realizada conforme a interpretação pessoal das tradições.
Hans Kelsen (1881 – 1973)
Filósofo e jurista austríaco
Hans Kelsen
O direito é ordem de coação.
As normas jurídicas são obrigatórias e o direito vigora porque é imposto e reconhecido pela maioria da população.
Kelsen elabora uma pirâmide normativa: as normas inferiores devem ser conforme as normas superiores. A ciência jurídica deve descrever as características e as relações das normas em vigor (estática) e também examinar quais são as autoridades competentes e os procedimentos para a elaboração de novas normas (dinâmica).
Robert Alexy (1945)
Filósofo do Direito e jurista alemão
Robert Alexy
Para Alexy, as definições de Kelsen são insuficientes. 
A validade da norma está ligada aos preceitos morais vigentes de uma determinada sociedade.
As normas injustas não são válidas, mesmo sob coação do Estado. E o ordenamento jurídico não compreende apenas as normas do legislador, mas também os princípios morais da sociedade, que guiam a aplicação do direito e satisfaz as exigências da moral e da justiça.
O direito possui duas dimensões: 
Real: normas criadas pelo legislador; e
Ideal: normas que dão sentido à dimensão real, satisfazendo as exigências da justiça.
BRASIL
O que é Direito no Brasil?
Miguel Reale (1910 – 2006)
Filósofo, professor e jurista brasileiro
Miguel Reale
Há um sistema de normas que exige da sociedade determinadas formas de conduta. Esse sistema, historicamente realizado, é o objeto de estudo da Jurisprudência. Os motivos que explicam as condições mediante as quais essa indagação é possível faz parte da Filosofia do Direito.
O direito é um problema filosófico.
Para Reale, o direito é um problema tridimensional. Cada uma das dimensões (fato, valor e norma) não pode e nem deve ser estudada isoladamente em uma sociedade.
Eros Roberto Grau (1940)
Jurista brasileiro e ex-ministro do STF
Eros Grau
Para o jurista brasileiro, a visão POSITIVISTA (SOMENTE A LETRA DA LEI) é insuficiente. 
O direito é a solução de conflitos para encontrar um equilíbrio entre a liberdade individual e o interesse coletivo.
O direito deve solucionar conflitos para encontrar um equilíbrio entre o indivíduo e a sociedade.
A sociedade gera um “direito pressuposto”, determinado pelo modo de produção e pela correlação de forças políticas, que é a base do “direito posto” elaborado e aplicado pelo Estado.
“Ubi societas ibi Jus” 
‘onde está a sociedade está o direito’
Desta forma o Direito evolui, na medida em que a SOCIEDADE evolui e clama por regulamentação de uma determinada situação. 
Hoje todas as relações são permeadas pelo Direito: todos tem uma razão de direito para fazer ou não fazer algo !! (ex: professor x aluno, empregado x empregador, profissional x cliente, etc).
Direito = MANTO PROTETOR das atividades lícitas e rege inúmeros comportamentos, relacionamentos. 
Por isso...apesar do Direito ser UNO, ele é formado por diferentes ramos / saberes jurídicos / disciplinas que abarquem o estudo das diferentes relações sociais existentes. Tais ramos se complementam, não são isolados.
Divisão clássica: 
DIREITO privado (Dto Comercial , Empresarial, Civil) = presença indireta do Estado
X 
DIREITO Público (Dto Constitucional, Administrativo, Penal, Tributário) = presença direta do Estado
O Direito é então ciência na medida em que possui:
MÉTODO: procedimento / caminho lógico que leva a um conhecimento seguro, teórico e ordenado. (sociológico, histórico, comparativo, analógico, compreensão) 
OBJETO: o que essa ciência estuda? Toda ciência tem objeto de estudo próprio. 
SISTEMA: organização. Tudo que for pesquisado tem que ser organizado sistematicamente. 
FINALIDADE: toda ciência tem seu fim / objetivo.
E a IED (nossa disciplina)? 
É uma ciência?
Não pois não tem objeto de estudo próprio (campo autônomo de pensamento). 
Ela é uma disciplina acadêmica introdutória da ciência do direito, que mescla conhecimento de várias outras ciências (filosofia, sociologia, história, etc.)
Referências
GUSMÃO, Paulo Dourado de (org.). Introdução ao Estudo do Direito. 46ª ed. São Paulo: Forense, 2013.
RIZZATTO NUNES, Luis Antonio. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito : técnica, decisão e argumentação. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.

Continue navegando