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INTRODUÇÃO AO DIREITO BRASILEIRO E TEORIA DO ESTADO

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INTRODUÇÃO AO 
DIREITO BRASILEIRO 
E TEORIA DO 
ESTADO
Simone Signori
 
Conceitos jurídicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os conceitos de ética, moral e Direito, assim como os sis-
temas jurídicos da civil law e da common law.
 � Conceituar Estado, governo e justiça.
 � Analisar o Direito Natural e o Direito Positivo.
Introdução
Estudar os conceitos jurídicos é de fundamental relevância, pois questões 
envolvendo conceitos básicos aplicáveis ao nosso ordenamento jurídico 
servirão de base para a compreensão dos demais conteúdos, como o 
estudo dos ramos do Direito em espécie.
Neste capítulo, você vai ler sobre os conceitos de ética, moral e Di-
reito, bem como sobre as suas diferenças e semelhanças. Ademais, você 
vai diferenciar os dois sistemas jurídicos: civil law e common law. Após, 
aprenderá os conceitos de Estado, governo e justiça. Por fim, você vai 
analisar o Direito Natural e o Direito Positivo, tanto na parte histórica 
quanto conceitual.
Conceitos de ética, moral e direito
É extremamente importante sabermos diferenciar a ética da moral e do Direito. 
Essas três áreas de conhecimento se distinguem, mas têm grandes vínculos 
e, até mesmo, sobreposições. Tanto a moral quanto o Direito se baseiam em 
regras que visam estabelecer certa previsibilidade para as ações humanas. 
Ambas, porém, diferenciam-se.
A moral estabelece regras assumidas pelo indivíduo como uma forma 
de garantir o seu bem-viver. A moral independe das fronteiras geográficas e 
garante uma identidade entre indivíduos que sequer se conhecem, mas utilizam 
esse mesmo referencial moral comum. Ademais, embora a moralidade deva ser 
sempre um norte na aplicação da norma jurídica, estando, inclusive, no plano da 
validade de atos e negócios jurídicos, não há como, tecnicamente, confundi-la 
com o Direito. O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade 
delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial e valem 
apenas para aquela área geográfica, em que uma determinada população ou 
seus delegados vivem (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2012, p. 51).
Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjunto da moral. Essa perspectiva 
pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações 
demonstram a existência de conflitos entre a moral e o Direito. A desobediência civil 
ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada 
lei. Esse é um exemplo de que a moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma 
sociedade, podem ter perspectivas discordantes.
A ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos da ética 
é a busca de justificativas para as regras propostas pela moral e pelo Direito. 
Ela é diferente de ambos — moral e Direito —, pois não estabelece regras. 
Essa reflexão sobre a ação humana é que a caracteriza.
Podemos dizer que a ética é a ciência humana que estuda o comportamento 
moral humano em sociedade na busca do bem comum. Dessa forma, a ética 
existe apenas no campo das ideias, isto é, no pensamento, pois não se perpetra 
qualquer ilegalidade; porém, por essa mesma via, não se estará isento da prática 
de lesões aos princípios morais (BITTAR, 2004).
A sanção social aplicada a um delito moral exige a externalização da 
conduta ou a confissão da sua realização. Nesse sentido, o interessante 
é que a externalização da imoralidade poderá configurar também uma 
lesão à ordem jurídica. A moral não é ciência, mas parte do conhecimento, 
sendo mais ampla do que a ética e do que o próprio Direito, atuando sem 
qualquer comprometimento com o rigor científico. De outra monta, o 
Direito exige método, objeto e princípios próprios, aptos a serem validados 
(BITTAR, 2004).
A universalidade do Direito não se dá por sua vertente positivada, a qual 
era originada anteriormente pelo Direito Natural. Assim, o Direito e a ética 
Conceitos jurídicos2
se assemelham pelo fato de ambos estarem no rol das ciências humanas, 
com manifestação na seara do dever–ser. E, assim como o Direito, a ética 
também é parte do conhecimento científico e, desse modo, também possui 
metodologia, objeto de estudo e princípios próprios, atuando em qualquer 
parte, sem limitação geográfica, com validade universal.
Todo conteúdo ético é moral; por isso, quando falamos de ética, falamos necessaria-
mente de moral (BITTAR, 2004).
Washington de Barros Monteiro assim assevera:
[...] embora não se confundindo, ao contrário, separando-se nitidamente, os 
campos da Moral e do Direito entrelaçam-se e interpenetram-se de mil ma-
neiras. Aliás, as normas morais tendem a converter-se em normas jurídicas, 
como sucedeu, exemplificadamente, com o dever do pai velar pelo filho e com 
a indenização por acidente do trabalho (MONTEIRO, 2000, p. 4).
A distinção entre o Direito e a moral não implica, necessariamente, a 
adoção de qualquer concepção que importe no reconhecimento da separação 
estanque entre os dois aludidos âmbitos de regulação da conduta humana. Pelo 
contrário, a relação é mais próxima, além de complexa, pois os problemas 
atinentes aos valores morais acabam repercutindo no âmbito jurídico. Essa 
intensidade apenas demonstra o caráter complexo e problemático da busca 
incessante do Direito justo, materialmente informado por valores morais 
que devem ser compartilhados pelos membros da comunidade (GAGLIANO; 
PAMPLONA FILHO, 2012, p. 53-54).
O fato é que a remoralização do Direito se tornou importante, a partir da 
percepção da ordem jurídica como um todo, como, por exemplo, a partir do 
Direito Constitucional vinculando-se ao Direito Civil, que acabou gerando 
uma mudança de paradigmas que norteavam o seu desenvolvimento e sua 
compreensão, passando a prevalecer a dignidade da pessoa humana e a 
boa-fé (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2012, p. 54).
3Conceitos jurídicos
A moral tem relação intrínseca com o Direito pela via dos direitos funda-
mentais, os quais comportam uma caracterização não apenas como direitos 
individuais, mas também como direitos sociais, consoante a doutrina de Robert 
Alexy e Ronald Dworkin, entre outros, muitos dos quais projetam a sua eficá-
cia, pelo caráter irradiante, para o Direito Civil (GAGLIANO; PAMPLONA 
FILHO, 2012, p. 54).
Cabe salientarmos que a influência do positivismo sobre a moral faz nascer a ética, 
tendo em vista que esta nada mais é do que a exteriorização da moral por meio das 
normas. Assim como a moral, a ética também poderá operar mediante interface com 
o Direito, posto que existe influência da moral sobre o Direito e isso, notadamente, 
também se reflete na ética. Então, podemos nos referir à moral como bem próxima 
ao Direito Natural, enquanto a ética estaria bem mais ligada ao Direito Positivo. É fácil 
concluir, portanto, que a moral positivada nada mais é do que ética (SILVA, 2010).
Sistemas jurídicos: civil law e common law
Importante destacarmos as duas principais formas de sistematização do 
ordenamento jurídico: civil law e common law. Isso porque, em uma socie-
dade cada vez mais globalizada, conhecer os fundamentos de cada sistema 
jurídico permite compreender as evidentes influências recíprocas constatadas 
em cada um deles.
Pois bem, a tradição brasileira se adequou ao sistema romano-germânico, 
em que o Direito é legislado, também chamado de civil law, que é aquele 
calcado na positivação do Direito pela norma legal.
Nos sistemas que seguem a civil law, a atuação do operador do Direito deve 
ser eminentemente técnica, conhecendo as normas integrantes do sistema e 
a doutrina que as interpreta, embora não deva deixar de conhecer também a 
jurisprudência. O traço marcante revela-se na análise do sistema a partir da 
Constituição como norma fundamental do sistema, com as demais normas 
sendo classificadas como infraconstitucionais (GAGLIANO; PAMPLONA 
FILHO, 2012, p. 73-74).
Conceitos jurídicos4
Cabe salientar que, na civil law, ainda que se reconheça a importân-
cia das reiteradas decisõesdos tribunais, os tribunais inferiores não estão 
vinculados às decisões dos superiores, tampouco às decisões dos juízes da 
mesma hierarquia, nem mesmo às suas próprias decisões, podendo mudar 
de orientação segundo a lei e conforme a consciência (GAGLIANO; PAM-
PLONA FILHO, 2012, p. 73-74).
Entretanto, atualmente, com o instituto da repercussão geral e da súmula 
vinculante, dependendo da questão, aplicamos a vinculação das decisões 
proferidas pelos tribunais superiores.
A crescente relevância que vem se emprestando aos precedentes juris-
prudenciais relava que o nosso sistema jurídico vem sofrendo influência da 
common law (sistema do Direito dos casos), de origem britânica, por ser um 
Direito comum a todos na Inglaterra, em oposição aos tradicionais costumes 
locais. Nesse sistema, a construção jurídica é formada, especialmente, pelas 
decisões dos juízes e tribunais. A common law vigora na Inglaterra e nos 
Estados Unidos da América, onde se dá extrema importância à coletânea dos 
julgados, devendo o jurista ser um profundo conhecedor destes e da doutrina 
que os interpreta, sem esquecer das normas aprovadas pelo parlamento e 
pelos demais órgãos (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2012, p. 74).
Os traços fundamentais da common law são (GAGLIANO; PAMPLONA 
FILHO, 2012, p. 74):
 � efeito vinculativo das decisões (obrigatoriedade de acolhimento das 
decisões dos tribunais superiores);
 � importância da decisão judicial;
 � construção jurisprudencial da doutrina jurídica (as razões de decidir 
que possuem efeito vinculativo);
 � perpetuidade do precedente (a ratio decidendi nunca perde a sua 
vigência).
Por fim, evidenciamos que o Direito Civil, que é o referencial utilizado pelo 
Brasil, baseia-se na lei escrita. Já a common law se baseia na jurisprudência. 
As sentenças dadas para cada caso em particular podem servir de base para 
a argumentação na defesa de novos casos. A civil law é mais estática do que 
a common law, a qual é mais dinâmica.
5Conceitos jurídicos
Cumpre esclarecermos que o processo civil brasileiro é a forma como os direitos são 
exercidos ou assegurados no nosso País, pelo fato do rígido positivismo tradicional. 
Dessa forma, fica claro que o nosso sistema jurídico sofreu influência de ambos os 
sistemas (civil law e common law), particularmente pela evolução do Direito moderno, 
com a finalidade de aprimorar o sistema processual e o Poder Judiciário pátrio, inclusive 
com o Código de Processo Civil de 2015.
Assim, o Direito brasileiro se apoia na doutrina de forma significativa e também dando 
atribuições essenciais jurisprudenciais, ao ponto que as súmulas do Supremo Tribunal 
Federal (STF) servem, em regra, de exemplo para serem aplicadas ao caso concreto. 
Ademais, o sistema brasileiro tem influxo do modelo jurídico da Europa Continental, 
indubitavelmente a vários cursos de Direito estruturados por uma perspectiva de 
análise aos casos concretos, utilizando o instituto do Direito Comparado, conforme 
a família da common law.
Portanto, cabe demonstrar que o Direito brasileiro é formado por ambas as inspira-
ções de vasto modelo jurídico, ao passo que, nos dias atuais, o ordenamento jurídico 
tem se mostrado muito mais útil e desenvolvido dentro do mundo forense. Ao lado 
disso, “a experiência jurídica brasileira parece ser única; é um paradigma que precisa 
ser observado e mais bem estudado”. Por fim, o ordenamento jurídico brasileiro vem 
sendo operado com uma imensa produção doutrinária e uma extensa jurisprudência 
de forma harmônica, ao passo que a posição do pensamento jurídico brasileiro tem se 
desligado de sua inspiração como abordado, e formando um novo modelo jurídico 
do devido processo legal substancial (DIDIER JÚNIOR, 2015, p. 57-60).
Estado, governo e justiça
Estado
O Estado é uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente 
do fato de os homens viverem, necessariamente, em sociedade e aspirarem 
realizar o bem geral que lhes é próprio, isto é, o bem comum, mas que, ao 
mesmo tempo, fosse capaz de garanti-lo e promovê-lo. Esse é o bem comum ou 
bem público, que somente é alcançado por meio da coordenação de esforços e 
intercooperação organizada de um grupo específico. Assim, com intensidade 
diversa, conforme o desenvolvimento social e a mentalidade de cada grupo, 
o instinto social leva ao Estado. É evidente que o homem é envolvido na teia 
do Estado antes de seu nascimento, com a proteção dos direitos do nascituro, 
e até depois de sua morte, quando o Estado irá disciplinar o cumprimento de 
suas últimas vontades (DALLARI, 2007).
Conceitos jurídicos6
O surgimento do Estado se deu como fruto da própria organização social do homem. 
As sociedades primitivas não tinham um Estado como conhecemos hoje. Antigamente 
existiam chefes, guerreiros ou sacerdotes que executavam a função do Estado. Porém, 
no momento em que a organização social atingiu um nível determinado, surgiu o 
Estado. Ele representa as características clássicas que já podemos ver na Antiguidade 
grega, como entre os sumérios e babilônios (CABRAL, 1999, p. 28).
A importância do Estado reside no fato de ser ele uma fonte da lei e, ao 
mesmo tempo, o aplicador da lei. Ele legisla, mas, ao mesmo tempo, tem o poder 
de império e de polícia para fazer as suas determinações serem cumpridas.
O Estado moderno é uma sociedade à base territorial, dividida em 
governantes e governados, e que pretende, dentro do território que lhe é 
reconhecido, a supremacia sobre todas as demais instituições. Põe sob seu 
domínio todas as formas de atividade cujo controle julgue conveniente. O 
Estado pode coercitivamente impor sua vontade a todos que habitam seu 
território, pois seus objetivos são os de ordem e defesa social para realizar 
o bem público. Por isso e para isso, o Estado tem autoridade e dispõe de 
poder, cuja manifestação concreta é a força por meio da qual se faz obedecer. 
Assim, o Estado é a organização político-jurídica de uma sociedade para 
realizar o bem público/comum, com governo próprio e território determinado 
(DALLARI, 2007).
Em suma, o Estado representa o ordenamento jurídico de uma coletividade. 
Ele é a reunião de um determinado povo, em um território independente, deli-
mitado por fronteiras fixas e com governo soberano (CABRAL, 1999, p. 28).
O Estado é composto por três partes integrantes indissociáveis (CABRAL, 
1999, p. 28-29):
 � um território delimitado;
 � um povo devidamente associado e que se entenda como tal;
 � um governo soberano.
O território é um dos elementos do Estado, o qual deve ser devidamente 
delimitado, com fronteiras reconhecidas. Sem um território devidamente 
reconhecido, não será possível o exercício da autoridade e nem o reconheci-
mento internacional. Existem povos que têm uma organização — com leis, 
7Conceitos jurídicos
chefes, juízes —, mas não possuem território, como no caso dos ciganos. Os 
judeus, durante muito tempo, constituíam apenas um povo. Eles tinham chefes 
espirituais e leis a observar, mas o seu território, biblicamente histórico desde 
o Império Romano, ficou sob o domínio de outras nações, não existindo, 
portanto, o Estado judeu (CABRAL, p. 29).
O território nacional é um espaço delimitado por fronteiras, mas ele não 
se resume apenas a uma extensão horizontal de terras e águas. O território 
compreende então:
 � o solo;
 � o subsolo;
 � o espaço aéreo;
 � as águas territoriais.
O povo é a reunião de indivíduos que se ligam por laços comuns. O passado, 
o presente, o futuro, as tradições e a história são componentes que formam 
um povo. É evidente que o aspecto étnico é importante, porém, do ponto de 
vista do Estado, um povo pode ser constituído de várias etnias e línguas. 
Diferentemente é o conceito de população, sendo esta transitória. No conceito 
de povo, não são incluídos os estrangeiros, cujos direitos são limitados.
O governo é um dos elementos de formação do Estado. Não basta, en-
tretanto, que exista um governo. Ele precisa ser soberano e independente, 
vinculado ao território e ao povoque governa. O governo precisa ser soberano 
e independe para que possa exercer suas atribuições.
O Estado de Direito é aquele que se rege por leis emanadas da vontade 
popular, por meio de órgãos representativos. Seria uma espécie de contrato 
social, em que uma Constituição estabelece normas claras por meio das quais 
o cidadão é titular de direitos. O cidadão pode se opor ao Estado e combater 
o governo por meios legais. No Estado de Direito, o judiciário é livre e in-
dependente, e o cidadão pode invocar a proteção do Estado para garantir a 
reparação de direitos lesados e a aplicação correta da lei.
Governo
O governo é o conjunto de funções necessárias à manutenção da ordem 
jurídica e da Administração Pública. Segundo Duguit, a palavra governo 
pode ter sentido coletivo ou singular. O primeiro, como conjunto de órgãos 
que presidem a vida política do Estado. O segundo, como Poder Executivo, 
Conceitos jurídicos8
“órgão que exerce a função mais ativa na direção dos negócios públicos”. 
O governo se confunde, muitas vezes, com soberania (AZAMBUJA, 2008).
No Estado Democrático moderno, a noção de governo do povo nasceu 
das lutas contra o absolutismo, sobretudo por meio da afirmação dos direitos 
naturais da pessoa humana, por isso a grande influência dos jusnaturalistas, 
como Locke e Rousseau. Na história, três grandes movimentos político-sociais 
conduziram ao Estado Democrático (AZAMBUJA, 2008):
 � Revolução Inglesa;
 � Revolução Americana;
 � Revolução Francesa.
As formas de governo são o modo como o poder se organiza e se exerce, 
permitindo agrupar os Estados em seu modo de ser substancial, determi-
nando a situação jurídica e social dos indivíduos em relação à autoridade. 
A classificação mais antiga das formas de governo que se conhece é a de 
Aristóteles, baseada no número de governantes. Distingue ela três espécies 
de governo:
 � a monarquia, quando é um só indivíduo que governa em prol do bem 
geral;
 � a aristocracia, que é o governo exercido por um grupo de minoria 
privilegiada da nobreza em benefício da sociedade;
 � a democracia, quando o poder é exercido pelo povo, com o objetivo 
do bem comum.
Cada uma dessas formas de governo pode sofrer uma degeneração, quando 
quem governa deixa de orientar pelo interesse geral e passa a decidir segundo 
conveniências particulares. Assim, as formas puras de governo são substituídas 
por formas impuras (AZAMBUJA, 2008):
 � a monarquia degenera em tirania (um só que governa em proveito 
próprio);
 � a aristocracia degenera em oligarquia (governo exercido por um grupo 
de minoria privilegiada da nobreza em benefício próprio);
 � a democracia degenera em demagogia (o governo nas mãos da multidão 
revoltada ou esta domina diretamente os governantes, implantando um 
regime de violência e de opressão).
9Conceitos jurídicos
A monarquia é a forma de governo em que só um indivíduo, ocupando o 
cargo em caráter vitalício e sujeito à sucessão hereditária, governa em prol do 
bem geral. Quando nasce no Estado moderno, a necessidade de governos fortes 
favorece o ressurgimento da monarquia, não sujeita a limitações jurídicas, 
com o qualificativo de monarquia absolutista.
Cresce, no século XVIII, a resistência ao absolutismo e surge a monarquia 
constitucional, em que o rei continua governando, mas está sujeito a limitações 
jurídicas estabelecidas na Constituição. Mais tarde, surge essa limitação de 
poder ao monarca, com a adoção do parlamentarismo pelos Estados monár-
quicos, em que o monarca se torna chefe de Estado, com atribuições quase 
de representação, não de governo, que passa a ser exercido por um gabinete 
de ministros (DALLARI, 2007).
São características fundamentais da monarquia:
 � vitaliciedade;
 � hereditariedade;
 � irresponsabilidade.
Já a república é a forma de governo típica da coletividade, em que o poder 
e o exercício da soberania são atribuídos ao povo, que elege os representantes 
para um mandato pré-fixado. O desenvolvimento da ideia republicana se deu 
por meio das lutas contra a monarquia absolutista e pela afirmação da sobe-
rania popular que exigia participação do povo no governo, surgindo, assim, 
a república, que, mais do que uma forma de governo, é um símbolo de todas 
as reivindicações populares (DALLARI, 2007).
As características principais da república são:
 � temporariedade;
 � eletividade;
 � responsabilidade.
Quanto aos sistemas de governo, cabe frisar que é a forma como o Estado 
se organiza política e socialmente, sendo a estrutura política do Estado. Trata 
da organização dos Poderes Executivo e Legislativo e as relações entre um 
e outro poder. O parlamentarismo é um sistema de governo em que há um 
chefe de Estado sem responsabilidade política (rei ou presidente da república) 
e um chefe de governo (primeiro-ministro) que governa o Estado. Existe, 
Conceitos jurídicos10
no sistema parlamentarista, um mecanismo de equilíbrio de forças, entre o 
parlamento e o chefe de Estado, já que o parlamento pode obter a demissão do 
Ministério, mas aquele pode ser dissolvido pelo chefe de Estado. Assim, esse 
chefe de Estado simboliza a unidade nacional, acima dos partidos políticos 
e, consequentemente, das divergências e crises políticas. Por fim, o chefe 
de Estado dá continuidade ao Estado e às instituições, sem ter os meios e 
os poderes de colocar em prática uma política própria (DALLARI, 2007).
O presidencialismo é o sistema de governo no qual a administração do 
Estado se concentra no presidente da república, que exerce a função de chefe 
de Estado e chefe de governo. O presidencialismo não resultou de um longo 
e gradual processo de elaboração e sim de uma criação americana do século 
XVIII, tendo resultado da aplicação das ideias democráticas, concentradas 
na liberdade e na igualdade dos indivíduos, na soberania popular, conjuga-
das com o espírito pragmático dos criadores do Estado norte-americano. 
Assim, foi criado um sistema que consagra a soberania da vontade popular, 
adotando-se, ao mesmo tempo, um mecanismo de governo que impediria 
a concentração do poder. O presidencialismo, ao contrário do parlamen-
tarismo, é demarcado por uma rígida separação de poderes, assentada na 
independência orgânica e na especialização funcional (DALLARI, 2007).
As características básicas do governo presidencialista são:
 � o presidente da república é o chefe de Estado e chefe de governo;
 � a chefia do Executivo é unipessoal;
 � a eletividade: o presidente da república é eleito pelo sufrágio universal;
 � a temporariedade (mandato com o prazo pré-determinado);
 � o presidente da república tem poder de veto;
 � a supremacia da lei constitucional rígida;
 � a independência dos três poderes do Estado;
 � é um sistema típico das repúblicas;
 � a irresponsabilidade política.
Justiça
No Direito, está implícito o conceito de justiça. O Direito e a justiça não são 
a mesma coisa. A justiça é a norma aplicada, mas de que valeria o Direito se 
não houvesse justiça? A justiça é a fronteira entre o homem e a animalidade.
11Conceitos jurídicos
No começo da raça humana, quando o antropoide começou a se delinear 
para chegar ao que somos hoje, certamente não havia, ainda, um conceito 
de justiça. O mais forte tomava para si a melhor parte, como ocorre em uma 
matilha de lobos. Mais tarde, surgiram as primeiras regras que foram se 
aprimorando ao longo do tempo.
Os romanos elaboraram normas jurídicas que nos inspiraram e ainda 
predominam no mundo ocidental. Eles definiram justiça, resumidamente, 
como viver honestamente e dar a cada um o que é seu. O preceito do Direito 
Romano é válido até hoje, vejamos: “Viver honestamente; não lesar os outros; 
dar a cada um o que é seu” (CABRAL, 1999, p. 3).
A justiça é a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à 
igualdade de todos os cidadãos, por exemplo. Etimologicamente, ele é um 
termo que vem do latim justitia. É o princípio básico que mantém a ordem 
social por meio da preservação dos direitos em sua forma legal. A justiça podeser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais 
ou por mediação por meio dos tribunais (CABRAL, 1999, p. 3).
Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade 
e igualdade. Assim, o justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido 
estrito) quanto aquele que realiza a igualdade (justiça em sentido universal).
A justiça também é uma das quatro virtudes cardinais e, segundo a doutrina 
da Igreja Católica, consiste na constante e firme vontade de dar aos outros o 
que lhes é devido.
A justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação 
social, em que há um equilíbrio, que, por si só, deve ser razoável e imparcial 
entre interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em 
determinado grupo social. Trata-se de um conceito presente no estudo do 
Direito, filosofia, ética, moral e religião. a Suas concepções e aplicações 
práticas variam de acordo com o contexto social e sua perspectiva interpre-
tativa, sendo comumente alvo de controvérsias entre pensadores e estudiosos 
(PLATÃO, 2000).
Em sentido mais amplo, pode ser considerado um termo abstrato que designa 
o respeito pelo direito de terceiros, a aplicação ou a reposição do seu direito 
por ser maior em virtude moral ou material. A justiça pode ser reconhecida por 
mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais ou por mediação 
por meio dos tribunais do Poder Judiciário (PLATÃO, 2000).
Conceitos jurídicos12
O conceito de justiça é o tema principal da obra A República, de Platão, e é a partir 
dessa ideia que se desenrolam alguns dos pressupostos da teoria política de Platão 
(PLATÃO, 2000).
A justiça platônica é entendida como uma harmonia e ordem das partes em função 
da consecução de objetivos comunitários que são condições para a felicidade da 
comunidade e de seus membros. A justiça requer que o Estado construa sua legítima 
autoridade, integrando os distintos grupos sociais em uma unidade sociopolítica. 
Requer um Estado onde o compromisso com os projetos comuns seja racionalmente 
eleito, ainda que a partir da ação individual de cada membro da comunidade política, 
desde que visem o bem-estar geral (PLATÃO, 2000).
Direito Natural e Direito Positivo
Direito Natural
O Direito tem como uma das suas naturezas as leis naturais, advindo com 
a criação da sociedade, como normas, consideradas divinas, pela qual os 
homens estariam subordinados. Foi o pensamento grego que encontrou a ideia 
de existência de um Direito, com base no mais íntimo da natureza humana, 
como ser individual ou coletivo (GOUVEIA, 1998).
Diversas ideias começam a ser desenvolvidas a partir desse momento e, 
como são as ideias que direcionam as mudanças, são produto do conflito de 
interesses opostos. Heráclito foi o melhor expositor da doutrina panteísta da 
razão universal, considerando todas as leis humanas subordinadas à lei divina 
do cosmos. Heráclito assinala que IKE (a justiça) assumia também a face de 
ERIS (a discórdia ou litígio), daí se compreendendo que DIKE–ERIS não 
apenas governam os homens, mas o mundo. A verdade é que ele traduz a justiça 
como resultado de permanente tensão social, resultado jamais definido porque 
sempre renovado. Ele transmitiu para Aristóteles as primeiras especulações 
em torno de uma tensão de justiça, revolucionária porque sempre renovada, 
mas sem opor, antes submetendo e integrando a lei positiva ao Direito Natural 
(GOUVEIA, 1998).
O pensador Zenon (350–250 a.C.) elencava o Direito Natural como idêntico 
à lei da razão, e os homens, enquanto parte da natureza cósmica, eram uma 
criação essencialmente racional. Portanto, enquanto esse homem seguisse a 
sua razão, libertando-se das emoções e das paixões, conduziria sua vida de 
13Conceitos jurídicos
acordo com as leis de sua própria natureza. A razão como força universal que 
penetra todo o cosmos era considerada pelos estoicos, como base do Direito 
e da justiça. Acreditavam que a razão divina morava em todos os homens, de 
qualquer parte do mundo, sem distinção de raça e nacionalidade. Existe um 
Direito Natural comum, com base na razão, que é universalmente válido em 
todo o cosmos. Seus postulados são obrigatórios para todos os homens em 
todas as partes do mundo (GOUVEIA, 1998).
Essa doutrina foi confirmada por Panécio (acerca 140 a.C.), sendo a seguir 
levada para Roma, para ser finalmente reestruturada por Cícero, de modo 
que se tornou o direito estoico utilizável, no contexto de Direitos Romanos, 
e propício à sua evolução (GOUVEIA, 1998).
Então, o estoicismo influiu sobre a justiça romana, e Cícero certamente 
foi o maior representante da Antiguidade da noção de Direito Natural. Para 
Cícero, importante é o direito e não a lei (GOUVEIA, 1998).
Já o pensamento cristão primitivo, no tocante ao Direito Natural, é herdeiro 
imediato do estoicismo e da jurídica romana. A Igreja irá pegar dos estoicos 
a distinção entre o Direito Natural absoluto e o relativo. Ou seja, o Direito 
Natural absoluto era o ideal que imperava antes que a natureza humana tivesse 
se viciado com o pecado original. Já o Direito Natural relativo era um sistema 
de princípios jurídicos adaptados à natureza humana após o pecado original. 
Ao longo da história, destacaram-se também as doutrinas de Santo Agostinho 
(354–430 d.C.) e São Tomás de Aquino (1226–1274 d.C.) (GOUVEIA, 1998).
Após uma pequena análise histórica, passa-se ao conceito.
O Direito Natural ou jusnaturalismo é uma teoria que procura fundamentar o Direito 
no bom senso, na equidade e no pragmatismo. Ela não se propõe a uma descrição 
de assuntos humanos por meio de uma teoria; tampouco procura alcançar o patamar 
de ciência social descritiva. A teoria do Direito Natural tem como projeto avaliar as 
opções humanas com o propósito de agir de modo razoável e bom. Isso é alcançado 
por meio da fundamentação de determinados princípios do Direito Natural, que são 
considerados bens humanos evidentes em si mesmos (FINNIS, 2007).
A teoria do Direito Natural abrange uma grande parte da filosofia de 
Tomás de Aquino, Francisco Suárez, Richard Hooker, Thomas Hobbes, 
Hugo Grócio, Samuel von Pufendorf, John Locke, Jean-Jacques Burlamaqui 
Conceitos jurídicos14
e Jean-Jacques Rousseau, exercendo uma influência profunda no movimento 
do racionalismo jurídico do século XVIII, quando surge a noção dos direitos 
fundamentais, no conservadorismo, e no desenvolvimento da common law 
inglesa. Na atualidade, o jurista inglês John Finnis é o maior expoente das 
escolas de Direito Natural (FINNIS, 2007).
Uma discussão importante a ser considerada é a relação entre o Direito 
Natural e o Direito Positivo. O argumento clássico para essa relação está 
presente em Tomás de Aquino, o qual afirma que as duas leis se ligam por 
uma conexão racional. Uma segunda consideração importante diz respeito 
à pergunta controversa “por que o Direito Positivo se subordina ao Direito 
Natural?”. Não se trata de uma derivação lógica entre um e outro, tampouco 
de uma razão divina ou natural que confira autoridade ao Direito Natural. 
Além disso, não se pode falar que o Direito Natural é um Direito coercivo, 
porque só parte de uma moralidade (FINNIS, 2007).
O Direito Positivo se subordina ao Direito Natural por duas razões prin-
cipais: pela necessidade de compelir e forçar as pessoas egoístas a agir de 
modo razoável e bom, bem como por buscar um padrão futuro de ordem 
social, atentando para o fato de que ambos os argumentos derivam da razão 
prática (FINNIS, 2007).
Segundo Paulo Nader, os direitos naturais são princípios fundamentais 
de proteção ao homem, que, forçosamente, deverão ser consagrados pela 
legislação, a fim de que se tenha um ordenamento jurídico substancialmente 
justo. Não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Es-
tado; é um direito espontâneo, que se origina da própria natureza social do 
homem e que é revelado pela conjugação da experiência e razão. É constituído 
por um conjunto de princípios, nãode regras, de caráter universal, eterno 
e imutável (FINNIS, 2007).
Direito Positivo
O Direito Positivo surge como uma outra forma de fundamentar a natureza 
do Direito. O pensador Protágoras foi um dos pensadores que anteciparam 
as opiniões dos positivistas modernos. Ele sustentava que as leis feitas pelos 
homens eram obrigatórias e válidas, sem considerar o seu conteúdo moral. O 
Direito Positivo teve início no século XIX, da reação ao idealismo transcen-
dental, especialmente de Hegel.
O positivismo jurídico é uma concepção do Direito que nasce quando o Direito 
Positivo e Direito Natural não são mais considerados Direito no mesmo sentido, 
mas o Direito Positivo passa a ser considerado Direito em sentido próprio. Por obra 
15Conceitos jurídicos
do positivismo jurídico, ocorre a redução de todo o Direito a Direito Positivo, e 
o Direito Natural é excluído da categoria do Direito. É considerado positivismo 
aquela doutrina segundo a qual não existe outro direito, senão o positivo.
O Direito Positivo, quando surgiu, foi considerado uma doutrina primária. 
O Direito Positivo esteve presente na Grécia, mas o pai do Direito Positivo foi 
Augusto Comte, porque a ele se deve a sua sistematização e o aprofundamento 
da doutrina. Os seus traços já se delineavam em Bacon, Descartes, Galileu, 
Hume Locke e mais proximamente nas lições fundamentais de Kant.
O conceito e a expressão de positivismo podem ser tomados em duas acep-
ções. Na primeira acepção, dá-se esse nome ao sistema de ideias filosóficas 
fundado pelo francês Augusto Comte (1789–1857) e propagado posteriormente 
pelo seu mais fiel discípulo, Emile Littré (1801–1881). Na segunda, serve ele 
para designar um movimento bastante mais vasto, dentro do qual cabem 
numerosas escolas e tendências do século XIX, dentro e fora da França, em 
matéria de filosofia, métodos científicos, psicologia, sociologia, história, 
Direito e política. Nenhum setor dos conhecimentos humanos ficou isento 
da sua influência (GOUVEIA, 1998).
Littré definiu o positivismo, e essa posição foi defendida por Comte. Ou 
seja, o Direito Positivo é o repúdio formal de tudo o que, de perto ou de longe, 
pudesse lembrar a metafísica ou ter cara de metafísica. Seria a renúncia a 
toda a forma de compreender e explicar que não se funde exclusivamente na 
observação dos fatos e de suas relações de antecedência e consequência. Por 
certo, há as semelhanças constantes que ligam os fenômenos entre si, bem 
como as sucessões invariáveis que os encadeiam em séries, a título de ante-
cedentes e consequentes, eis ao que se dá o nome de leis. É tudo o que se sabe 
deles. A sua essência e as suas casas últimas, quer eficientes, quer finais, são 
desconhecidas e permanecerão para sempre impenetráveis (GOUVEIA, 1998).
Após uma pequena análise da parte histórica, passa-se ao conceito.
O Direito Positivo é o conjunto de princípios e regras que regem a vida social de 
determinado povo em determinada época. O conceito de Direito Positivo está associado 
ao conceito de vigência, em vigor para um povo determinado, abrangendo toda a 
disciplina da conduta humana e inclui as leis votadas pelo poder competente, os 
regulamentos e as demais disposições normativas, qualquer que seja a sua espécie 
(KELSEN, 1996).
Conceitos jurídicos16
As duas principais teorias acerca das relações entre o Direito e o Estado 
divergem quanto à natureza do Direito Positivo. Para a teoria dualista, o Estado 
e o Direito Positivo seriam duas realidades distintas. Já a teoria monística, 
por outro lado, entende que só existe um Direito, o positivo, com o qual o 
Estado se confunde. Já a última corrente iguala o Direito Positivo ao Estado 
que o produz. Por fim, há uma teoria pluralista, minoritária, que afirma ser 
o Direito Positivo apenas uma entre outras manifestações jurídicas, ao lado 
do Direito Canônico e outros (KELSEN, 1996).
O Direito Positivo é fruto da vontade soberana da sociedade, que deve impor 
a todos os cidadãos normas voltadas para assegurar às relações interpessoais a 
ordem e a estabilidade necessárias para a construção de uma sociedade justa. 
Dessa forma, a vontade do soberano contribui para a efetivação da justiça, 
para que ela não confronte com os mandamentos do Direito Natural, pois ele 
é a fonte de legitimidade.
Segundo Paulo Nader, o Direito Natural é superior ao Estado, está ligado a princípios e 
nasce da própria natureza humana. Temos como exemplos de Direitos Naturais: o direito 
à vida, o direito à liberdade, o direito à reprodução e o direito à justiça (NADER, 2014).
1. A respeito dos sistemas jurídicos 
da civil law e da common law, 
assinale a assertiva correta.
a) A civil law se baseia no direito dos 
casos, pois utiliza precedentes 
jurisprudenciais para proferir uma 
decisão em um caso concreto.
b) A common law tem origem no 
sistema romano-germânico.
c) A civil law tem origem britânica, 
por ser um direito comum 
a todos na Inglaterra.
d) A civil law se baseia na lei 
escrita e é o referencial 
teórico utilizado no Brasil.
e) O Brasil não acolheu a civil 
law, mas sim o referencial 
teórico da common law.
2. Sobre o conceito de Estado, 
é correto afirmar que:
a) é composto de três partes 
integrantes: povo, população 
e um governo soberano.
17Conceitos jurídicos
b) a composição é feita por três 
partes indissociáveis: território, 
povo e governo soberano.
c) é possível ter um Estado 
sem possuir um território 
devidamente delimitado, como 
ocorre no Estado judeu.
d) o território do Estado 
compreende o solo, o espaço 
aéreo e as águas territoriais, 
não contemplando o subsolo.
e) o elemento governo não 
é imprescindível para a 
formação do Estado.
3. Sobre o conceito de justiça, 
assinale a alternativa correta.
a) Iguala-se ao conceito de Direito.
b) Justiça é a particularidade 
do que é justo e correto, 
sendo um princípio básico 
que mantém a ordem social, 
por meio da preservação dos 
direitos de uma forma geral.
c) Justiça se assemelha à 
ideia de legalidade, mas 
não de igualdade.
d) Significa a preservação do direito 
próprio, não englobando o 
respeito ao direito de terceiro.
e) Aristóteles trouxe o conceito 
de justiça na obra A República.
4. A respeito do Direito Natural, 
assinale a assertiva correta.
a) Também é chamado de 
jusnaturalismo, tratando-se 
de uma teoria que procura 
fundamentar o direito no 
bom senso, na equidade 
e no pragmatismo.
b) O Direito Natural surgiu 
como uma segunda 
forma de fundamentar a 
natureza do Direito.
c) É também chamado 
de juspositivismo.
d) John Finnis afirma que o Direito 
Natural se relaciona com o Direito 
Positivo, pois as duas leis se ligam 
por uma conexão racional.
e) É o conjunto de princípios 
e regras que regem a vida 
social de determinado povo 
em determinada época.
5. Quanto ao presidencialismo, 
assinale a alternativa correta.
a) É um sistema de governo em 
que há um chefe de Estado, 
sem responsabilidade política 
e um chefe de governo 
que governa o Estado.
b) É um sistema de governo 
no qual a administração 
do Estado se concentra no 
presidente da república.
c) No presidencialismo, o presidente 
da república apenas exerce a 
função de chefe de Estado.
d) Não há independência 
entre os três poderes.
e) Existe um rei e um 
primeiro-ministro.
Conceitos jurídicos18
AZAMBUJA, D. Teoria geral do Estado. 2. ed. São Paulo: Globo, 2008.
BITTAR, E. C. B. Curso de ética jurídica: ética geral e profissional. 2. ed. atual. e ampl. 
São Paulo: Saraiva, 2004.
CABRAL, P. Princípios de Direito. São Paulo: Harba,1999.
DALLARI, D. A. O futuro do Estado. São Paulo: Saraiva, 2007.
DIDIER JÚNIOR, F. Curso de Direito Processual Civil. 18. ed. Salvador: JusPODIVM, 2015. v. 1.
FINNIS, J. Lei natural e direitos naturais. São Leopoldo: Unisinos, 2007.
GAGLIANO, P. S.; PAMPLONA FILHO, R. Novo curso de Direito Civil: parte geral. 14. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1.
GOUVEIA, A. G. F. Direito Natural e Direito Positivo. Jus Navigandi, Teresina, ano 3, 
n. 27, 1998. Disponível em:<https://jus.com.br/artigos/6>. Acesso em: 12 dez. 2017.
KELSEN, H. Teoria pura do Direito. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MONTEIRO, W. B. Curso de Direito Civil: parte geral. 37. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
NADER, P. Introdução ao estudo do Direito. 36. ed. Editora Forense, 2014.
PLATÃO. A república. São Paulo: Martin Claret, 2000.
SILVA, E. M. Reflexões sobre moral, ética e direito e sua influência sobre as profissões 
jurídicas. Âmbito Jurídico, Rio Grande, ano 13, n. 75, 2010. Disponível em: <http://
www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=7677>. Acesso em: 21 fev. 2018.
19Conceitos jurídicos
https://jus.com.br/artigos/6
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
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