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2 LEI PENAL APLICAÇÃO FUNCIONALISMO VELOCIDADES

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6
 
DIREITO PENAL
LEI PENAL
	
Sumário
1	INTRODUÇÃO	4
1.1	ESTRUTURA DA LEI PENAL INCRIMINADORA	4
1.2	CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL	4
1.2.1. Incriminadoras	4
Criam crimes e cominam as respectivas penas. As leis penais incriminadoras estão previstas na parte especial do Código Penal e na legislação extravagante.	4
1.3	CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL	6
1.4	TEMPO E LUGAR DO CRIME	6
“LUTA” = Lugar Ubiquidade Tempo Atividade	6
1.4.1	Tempo do crime	6
1.4.2	Lugar do crime	7
1.5	LEI PENAL NO ESPAÇO	9
1.5.1	Princípios	10
a)	Princípio da territorialidade (REGRA)	10
b)	Princípio da personalidade ou da nacionalidade	10
c)	Princípio do domicílio	10
d)	Princípio da defesa real ou da proteção	11
e)	Princípio da justiça universal	11
f)	Princípio da representação, pavilhão, bandeira, subsidiário ou da substituição.	11
1.5.2	Extraterritorialidade	11
1.5.3	Eficácia de sentença estrangeira	13
1.6	LEI PENAL NO TEMPO	13
1.6.1	Princípio da continuidade das leis	13
1.6.2	Conflito de leis penais no tempo	13
1.6.3	Lei penal em branco, cega ou aberta e o conflito de leis penais no tempo	17
2	APLICAÇÃO DA LEI PENAL	19
2.1	CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS - ANTINOMIA	19
2.1.1	Conceito:	19
2.1.2	Requisitos:	19
2.1.3	Finalidade	19
2.1.4	Soluções	19
3	FUNCIONALISMO PENAL	23
3.1	CONCEITO	23
3.2	NOTAS COMUNS	24
3.3	ESPÉCIES PRINCIPAIS DE FUNCIONALISMO	24
3.3.1	Moderado, dualista, de política criminal ou racional teleológico.	24
3.3.2	Radical, monista ou sistêmico.	25
4	* VELOCIDADES DO DIREITO PENAL	26
5	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	32
6	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	33
ATUALIZADO EM 08/04/2019[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
LEI PENAL
	INTRODUÇÃO
	A lei é fonte formal imediata, pois somente ela pode criar crime e cominar pena. Ela tem o monopólio, exclusividade. Princípio da reserva legal. 
ESTRUTURA DA LEI PENAL INCRIMINADORA 
Todo tipo penal incriminador apresenta um preceito primário e um preceito secundário. O preceito primário é a definição da conduta criminosa (matar alguém), enquanto o preceito secundário é a pena cominada. O Brasil se filiou ao sistema da proibição indireta, pois a lei penal é descritiva e não proibitiva. O legislador descreve a conduta de matar alguém. Ele não diz que não se deve matar alguém; a proibição é indireta. Essa técnica foi criada por Binding. Para ele lei e norma seriam diferentes. A norma cria o ilícito e a lei o delito. A conduta criminosa realiza a lei e viola a norma. (Teoria das normas).
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL
1.2.1. Incriminadoras
Criam crimes e cominam as respectivas penas. As leis penais incriminadoras estão previstas na parte especial do Código Penal e na legislação extravagante. 
1.2.2. Não incriminadoras 
Não criam crimes nem cominam penas. Há seis espécies.
· Leis penais permissivas: são as causas de exclusão da ilicitude. São chamadas de tipos penais permissivos, pois permitem a prática de determinados fatos típicos. Ex.: legítima defesa permite que se mate alguém. Essas leis penais permissivas, em regra, estão previstas da parte geral.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular. 
Mas também existem na parte especial ex. art. 128 e art. 142:
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. 
Parágrafo único - Nos casos dos incisos. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
· Leis penais exculpantes: são aquelas que estabelecem a não culpabilidade (excluem) do agente ou a impunidade de certos delitos. Estão tanto na parte geral como na parte especial. Exemplo:
Art. 22 - Coação irresistível e obediência hierárquica 
 Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
Art. 181 escusas absolutórias contra o patrimônio 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
· Leis penais interpretativas – esclarecem o conteúdo de outra lei penal. Estão previstas nas partes geral e especial. Exemplo:
(Relação de causa) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
Art. 150, §4º A expressão "casa" compreende:
I - Qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
· Leis penais de aplicação ou finais – são aquelas que delimitam o campo de validade da legislação penal. Ex. art. 5º que trata do princípio da territorialidade.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
· Leis penais diretivas – são aquelas que estabelecem os princípios do DP. 
· Leis penais integrativas, de extensão ou complementares da tipicidade – são aquelas que complementam a tipicidade, na tentativa (art. 14, II), na participação (art. 29, caput) e na omissão penalmente relevante (art. 13, §2). Essas as são hipóteses de adequação típica mediata previstas no CP. 
1.2.3. Leis penais completas ou perfeitas 
São aquelas que apresentam todos os elementos da conduta criminosa. Exemplo:
Art. 155 Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. 
1.2.4. Leis penais incompletas ou imperfeitas 
São aquelas em que a definição da conduta criminosa é incompleta. Isso ocorre nas normas penais em branco e nos tipos penais abertos.
CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL
a) Exclusividade – só a lei pode criar crimes e cominar penas. 
b) Anterioridade – a lei penal deve ser anterior ao fato que se pretende punir.
c) Generalidade – a lei dirige-se indistintamente a todas as pessoas, inclusive aos inimputáveis.
d) Imperatividade – seu descumprimento acarreta a imposição de pena ou medida de segurança. 
e) Impessoalidade – a lei penal projeta seus efeitos para fatos futuros, visando qualquer pessoa que venha a praticá-los. Tem duas exceções: (1) abolitio crimines (2) anistia. Pois alcança fatos pretéritos e concretos.
TEMPO E LUGAR DO CRIME 
“LUTA” = Lugar Ubiquidade Tempo Atividade
Tempo do crime
O CP adotou a Teoria da Atividade. Veja-se:
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
Consequências:
a) aplica-se a lei penal que estava em vigor ao tempo da conduta, salvo se houver posterior mais favorável (retroatividade benéfica). Obs.: só interessa aos crimes materiais ou causais
b) imputabilidade deve ser analisada ao tempo da conduta. Quando cometeu o crime tinha 17 anos, mas a vítima morreu quando ele já tinha 18. Vale a idade do momento da conduta. 
#OBS.: Inimputabilidade, crime permanente e superveniência da maioridade penal. Crime permanente é aqueleque a consumação se prolonga do tempo, por vontade do agente. No crime permanente a prisão em flagrante é possível a qualquer momento, enquanto durar a permanência, pois o crime continua se consumando. Ex. extorsão mediante sequestro praticado por adolescente, que completa 18 anos durante a consumação do crime. Nesse caso, o plenário do STF diz que o sequestrador responde pelo CP e não pelo ECA, pois depois de atingir a maioridade penal ele livremente optou pela continuação do delito.
Súmula 711 STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
Art. 71 (conceito de crime continuado) - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Exemplo: a empregada que pega 10 reais todo dia da gaveta da patroa, até completar mil reais. Suponha que nas quatro primeiras vezes, estava em vigor uma leia A, e no restante estava em vigor uma lei B, mais grave. Crimes parcelares: são os vários delitos que integram a série da continuidade delitiva. De acordo com a súmula citada, aplica-se a lei mais grave para todo o crime continuado, com fundamento na Teoria da Ficção Jurídica adotada pelo CP no crime continuado. O crime continuado é composto por vários crimes, que para o fim de aplicação de pena o CP considera como crime único (Teoria da ficção jurídica). Essa súmula também é aplicável ao crime permanente, de forma a também ser possível a aplicação da lei mais grave. Ex: extorsão mediante sequestro – na privação da liberdade estava em vigor Lei A, e durante o crime entrou em vigor lei B mais grave. Aplica-se também ao crime habitual.
	
Em relação à prescrição o CP adotou a Teoria do resultado, muito embora tenha adotado para o tempo do crime a Teoria da Atividade. É uma exceção. A prescrição começa a correr a partir da data em que o crime se consumou. Veja:
Art. 111, I - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou.
Lugar do crime
O CP adota a Teoria da ubiquidade ou mista.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Exemplo: Dou um tiro no meu desafeto no Brasil, que morre no Paraguai. Conduta no Brasil e resultado no Paraguai. O lugar do crime é o Brasil e o Paraguai. Essa teoria só se aplica no caso de crimes à distância, também chamados de crimes de espaço máximo. Esses crimes são aqueles que envolvem países diversos. O problema aqui é de soberania. No crime tentado o lugar é aquele onde o resultado deveria ter sido produzido ou aquele onde se desenvolveram os atos executórios. 
A teoria não se preocupa com atos preparatórios, nem com os atos realizados após a consumação. Se houver conexão de crimes cada país irá julgar o crime que ocorreu em seu território. CUIDADO! Não aplicar em relação à competência do CPP. Nos crimes a distancia, então, o agente pode ser processado nos dois países? Sim. E condenado? Sim. E cumprir pena? Sim. Isso não seria bis in idem? O bis in idem será evitado utilizando o art 8º, veja: Art 8º: A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
A pena será computada. Exemplo desse caso: no Brasil o agente recebe uma pena de 15 anos e no Paraguai 10 anos, que acaba cumprindo. Quando chega ao Brasil cumpre 5 anos. 
#OBS.: crimes plurilocais são aqueles que envolvem comarcas diversas de um mesmo país. O problema nesse caso não envolve soberania de países, mas simples competência entre as comarcas. Art. 70 CPP adota esses casos, como regra, a teoria do resultado. Há algumas exceções, em que o direito brasileiro no crime plurilocais adota a teoria da atividade. Ex.: Juizados especiais criminais (art. 63 da lei 9099), crimes falimentares (onde foi decretada a falência), crimes do tribunal do júri, ECA. 
* #DEOLHONASDIFERENÇAS:
	Crimes à distância (de espaço máximo)
	Crimes plurilocais (de espaço mínimo)
	Envolvem países diversos, envolvendo questão de SOBERANIA (art. 6º do Código Penal – adota a teoria da ubiquidade);
	São aqueles em que a conduta e o resultado ocorrem em Comarcas diversas, mas dentro do mesmo país. 
A questão aqui, portanto, não é de soberania, mas de COMPETÊNCIA e essa problemática é solucionada, via de regra, pelo art. 70, caput, do CPP, que adota a teoria do resultado.
Art. 70 – A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
A competência aqui é definida pela teoria do resultado (lugar em que o crime se consumou). Exemplo: Crime em comarcas diferentes a regra é onde o crime se consumou
*#OUSESABER: Nesse tópico da matéria, temos uma clara diferença entre o que dispõe o Código Penal Comum e o Código Penal Militar, o que enseja seguidas cobranças nas provas de concursos públicos. De fato, o art. 6º do CPM dispõe: “Art.6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.” Nota-se pela redação a opção do legislador em adotar a teoria da ubiquidade em relação aos crimes comissivos e a teoria a atividade no que tange aos crimes omissivos, definindo um sistema misto em relação ao lugar do crime.
*#OUSEBABER: O que é princípio do esboço do resultado? O STF aceita sua aplicação em crimes plurilocais?
O princípio do esboço do resultado aplica-se na aferição de crimes plurilocais, quando a competência será determinada pelo local em que ocorreu a ação (TEORIA DA ATIVIDADE), excepcionando a regra do art. 70 do CPP, que determina a competência pelo lugar do resultado (TEORIA DO RESULTADO). O STF tem admitido esta exceção.
LEI PENAL NO ESPAÇO
É o campo de incidência/validade da lei penal. A regra geral é a territorialidade. Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
Territorialidade é a aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no Brasil. Extraterritorialidade é a aplicação da lei brasileira a crimes praticados no exterior. Essa matéria integra o Direito Penal Internacional.
Em seguida, têm-se os princípios relacionados ao tema.
Princípios
a) Princípio da territorialidade (REGRA)
A carta da ONU em seu artigo 2º, §1º diz expressamente que a soberania dos Estados é quem fundamenta o princípio da territorialidade. Fala-se no Brasil em Princípio da Territorialidade temperada ou mitigada, em razão das exceções. 
Território é o espaço em que o Estado exerce a sua soberania política. Território brasileiro por extensão – está no §1º. Mar territorial 12 milhas. Plataforma continental 200 milhas. Teoria da absoluta soberania do país subjacente (soberania sobre o espaço aéreo acima do seu território e mar territorial). Rios e lagos internacionais (sucessivos – não dividem países – só a parte que passa no Brasil. Simultâneos ou fronteiriços – separam territórios – regulamentado por tratados).
Art. 5º, §1º: Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
#OBS.: imunidadesdiplomáticas e parlamentares.
b) Princípio da personalidade ou da nacionalidade
#OBS.: Estamos falando de extraterritorialidade, ou seja, de crimes cometido fora do Brasil.
Divide-se em ativa e passiva:
· Ativa – crime praticado por brasileiro fora do país. O agente é punido de acordo com a lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico violado. Art. 7º, II, b. O fundamento se relaciona com a extradição. O Brasil não extradita brasileiro nato. Por uma questão de justiça, já que ele não pode ser extraditado, ele será julgado pelo Brasil.
· Passiva – crime cometido contra vítima brasileira. Art. 7º, §3º.
c) Princípio do domicílio
O autor do crime deve ser julgado pela lei do país onde for domiciliado, independentemente de sua nacionalidade. Art. 7º, I, d genocídio
d) Princípio da defesa real ou da proteção
Permite a aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no exterior que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente ou o lugar do crime. Art. 7, I, a, b e c. Italiano que tenta matar a Dilma na Alemanha – aplica-se a lei brasileira. Apedrejamento de avião da FAB. Quando o agente voltar para o Brasil, aplica a lei penal brasileira.
e) Princípio da justiça universal
Também chamado de: justiça cosmopolita, jurisdição universal, competência universal, jurisdição mundial, universalidade do direito de punir. 
Esse princípio se relaciona com o que se chama de cooperação penal internacional – todos os estados podem punir os autores de determinados crimes que se encontrem em seus territórios, de acordo com as convenções ou tratados internacionais, independentemente da nacionalidade do agente, do local do crime ou do bem jurídico atingido. Qual o fundamento dessa cooperação penal internacional? É o dever de solidariedade no combate ao crime que interessa a todos os povos. Ex.: tráfico de pessoas. Art. 7º, II, a.
f) Princípio da representação, pavilhão, bandeira, subsidiário ou da substituição.
Aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território estrangeiro e aí não forem julgados. Art. 7, II, c. Se as embarcações estiverem no Brasil, aplica-se a territorialidade. Se a embarcação for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro, é território brasileiro por extensão. 
Extraterritorialidade
Não existe em contravenções penais Decreto Lei 3688/41. Não se aplica para contravenção praticada no exterior. Para contravenção só vale o princípio da territorialidade.
Art. 2º a lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
a) Incondicionada – não depende de nenhuma condição. A simples prática do delito no exterior já autoriza a aplicação da lei brasileira. As hipóteses estão no art. 7º, I. Cuidado com o art. 7º, §1º e com o art. 8º. Mesmo que seja absolvido no exterior será julgado no Brasil. Computa-se a pena cumprida. 
#OBS.: Lei de tortura 9455/97 em seu art. 2º prevê uma nova hipótese de extraterritorialidade incondicionada. Art. 2º - O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
b) Condicionada – ela depende de condições cumulativas previstas no art. 7º, §2º, “a”, “b”, “c”, “d”, “e” e §3º. As hipóteses são as dos Art. 7º, II e art. 7º, §3º.
Artigos sobre o assunto:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
 I - Os crimes: INCONDICIONADA 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; DEFESA REAL.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. DEFESA REAL.
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; DEFESA REAL.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro - PERSONALIDADE ATIVA ou domiciliado no Brasil – PRINCÍPIO DO DOMICÍLIO 
II - Os crimes: CONDICIONADA
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; JUSTIÇA UNIVERSAL.
b) praticados por brasileiro; PERSONALIDADE ATIVA.
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; PRINCÍPIO DA DUPLA TIPICIDADE.
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: PERSONALIDADE PASSIVA.
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Pena cumprida no estrangeiro: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
Eficácia de sentença estrangeira
O artigo 9º prevê hipóteses em que uma sentença estrangeira precisa ser homologada no Brasil para produzir efeitos jurídicos. 
*Súmula 420 do STF não se homologa sentença estrangeira sem a prova do trânsito em julgado. 
*#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO:
Segundo o art. 216-D, III, do RISTJ, para que a sentença estrangeira possa ser homologada no Brasil exige-se que ela tenha transitado em julgado. Ocorre que o STJ decidiu recentemente que esse inciso III do art. 216-D do RISTJ foi tacitamente revogado pelo CPC/2015. Isso porque o novo CPC previu os requisitos para a homologação da sentença estrangeira e, em vez de exigir o trânsito em julgado, afirmou que basta que a sentença estrangeira seja eficaz no país de origem. Confira:
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: (...)
III - ser eficaz no país em que foi proferida;
Desse modo, conforme entendeu o STJ, o CPC/2015, ao exigir que a sentença estrangeira seja apenas “eficaz” no país em que foi proferida, teria deixado de exigir o trânsito em julgado.
Em suma:
Com a entrada em vigor do CPC/2015, tornou-se necessário que a sentença estrangeira esteja eficaz no país de origem para sua homologação no Brasil.
O art. 963, III, do CPC/2015, não mais exige que a decisão judicial que se pretende homologar tenha transitado em julgado, mas apenas que ela seja eficaz em seu país de origem, tendo sido tacitamente revogado o art. 216-D, III, do RISTJ. STJ. Corte Especial. SEC 14.812-EX, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/05/2018 (Info 626).
Para que a sentença caracterize reincidência no Brasil ela não precisa ser homologada. 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
Como o art. 9º não fala em reincidência, chega-se a essa conclusão. A homologação de sentença estrangeira é matéria de competência do STJ, na forma do art. 105, I, “i” da CF. Antes da EC 45 era do STF. A sentença estrangeira homologada é título executivo judicial, segundo *art. 515, VIII, NCPC. 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
I - Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II - Sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstosno inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
LEI PENAL NO TEMPO
Princípio da continuidade das leis
Depois de entrar em vigor, a lei subsiste até ser revogada por outra lei. Desuso, costumes não revogam lei. Decisão judicial não revoga lei. Decisão judicial do STF em controle concentrado de constitucionalidade não revoga lei. A decisão judicial retira a eficácia da lei, mas não a revoga. Não existe lei irrevogável. Leis temporárias e excepcionais são autorrevogáveis. 
Conflito de leis penais no tempo
É quando uma nova lei passa a regulamentar a matéria tratada na lei anterior. Surgem então conflitos. Direito penal intertemporal: é o conjunto de regras e de princípios que solucionam o conflito de leis penais no tempo.
· Regra geral: tempus regitactum: aplica-se a lei penal que estava em vigor no momento em que o fato foi praticado. Esse tempus regitactumé um desdobramento do princípio da anterioridade do DP. 
· Exceções: retroatividade benéfica. 
Art. 5, XL CF e art. 2º CP Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
· Abolitio criminis: 
(1) Conceito: é a nova lei que torna atípico um fato até então considerado criminoso. O crime deixa de existir em razão de uma nova lei. 
(2) Natureza Jurídica: é uma causa extintiva da punibilidade.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:  I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
(3) Crítica: essa opção do CP em inserir a abolitio criminis entre as hipóteses de extinção da punibilidade é muito criticada. Deveria ser uma causa excludente da tipicidade, pois a extinção da punibilidade apenas tira do Estado o direito de punir. O que na verdade ocorre é a inexistência de crime. 
(4) Efeitos: a abolitio criminis apaga todos os efeitos penais de eventual sentença condenatória. O agente volta a ser primário. A pena é rescindida. Bons antecedentes. Subsistem, no entanto, os efeitos extrapenais (ex.: obrigação de reparar o dano). 
(5) Requisitos: para haver abolitio criminis é necessário o preenchimento de dois requisitos: Revogação do tipo penal e a supressão material do fato criminoso (o fato deixa de ter relevância penal). Ex. art. 240. Adultério. Ex.: art. 214 atentando violento ao pudor – não houve abolitio. O que antes era atentado violento ao pudor agora é estupro. Estupro novo = estupro antigo + atentado violento ao pudor. Nesse caso ocorreu a revogação formal do tipo penal, mas não houve a supressão material do fato criminoso. O que ocorreu, nas palavras do STF, foi uma transmudação geográfica do crime. É o princípio da continuidade normativa ou da continuidade típico normativa.
· Novatiolegis in mellius ou lexmitior: 
(1) Conceito: é a nova lei que de qualquer modo favoreça o agente. A expressão ‘de qualquer modo’ deve ser interpretada da forma mais ampla possível. A nova lei mais favorável deve ser apurada no caso concreto. É a chamada Teoria da Ponderação Concreta.
(2) Dúvida do juiz sobre qual lei seria mais favorável: 1. O juiz deve superar essa dúvida. Somente ele poderia superar, pois a função jurisdicional é intransferível. (Majoritária). 2. Pergunta ao agente, pois ele seria o destinatário da lei penal. (Minoritária – DPU).
#APROFUNDANDO. O que é comum aos dois institutos:
· A retroatividade é automática
· Essa retroatividade independe de cláusula expressa – a lei nova não precisa dizer que é mais benéfica. 
· Alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados – o trânsito julgado não é óbice. 
· A competência para aplicação da lei penal benéfica depende do momento em que se encontra a persecução penal. 
(1) se estiver na fase do inquérito ou na ação penal de 1ªa instancia quem aplica é o juiz de 1ª grau. 
(2) se estiver no Tribunal, seja em grau de recurso, seja por competência originária, será aplicada por ele. (3) se a condenação já transitou em julgado – juízo da execução, pouco importando a origem da condenação. 
Súmula 611 - Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna e art. 66 da Lei de Execução Penal Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado. 
· A lei penal mais benéfica é dotada de ultratividade – ultratividade é a aplicação da lei penal benéfica mesmo depois da sua revogação, desde que o fato tenha sido praticado quando ela estava em vigor. 
#OBS.: Novatio legis incriminadora ou neocriminalização (essa última nomenclatura do STF) é a lei que cria um crime até então inexistente. Novatio legis in pejus ou lexgravior - é a lei nova que de qualquer modo prejudica o agente. Em respeito ao princípio da anterioridade essas leis nãos retroagem. Só se aplicam aos fatos praticados após a sua entrada em vigor.
#ATENÇÃO #DIVERGÊNCIA. A nova lei em parte favorece ao réu. O juiz pode formar uma lextertia para favorecer o réu?
(1) NÃO - Teoria da ponderação unitária ou global – o juiz aplica toda a lei nova ou toda a lei velha (Nelson Hungria), pelo princípio da separação dos poderes e reserva legal, pois nesse caos o juiz passa a legislar. Historicamente essa sempre foi a posição do STF. O código penal militar proíbe expressamente.
(2) SIM (José Frederico Marques) – Teoria da ponderação diferenciada – o juiz pode aplicar partes da lei nova e partes da lei velha. Quando o juiz combina as leis penais ele não está legislando. Ele está apenas navegando dentro de parâmetros legais previamente estabelecidos. Nova posição do STF. Ex.: o crime de tráfico de drogas foi praticado quando estava em vigo do art. 12 da lei 6368/76 que previa pena de 3 a 15 anos. A sentença é proferida quando está em vigor o art. 33 da lei 11343/06 que previa a pena de 5 a 15 anos e o art. 33, §4º previa uma causa de diminuição de 1/6 a 2/3 quando presentes alguns requisitos. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA - EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA, INSTITUÍDA PELO § 4º DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006. FIGURA DO PEQUENO TRAFICANTE. PROJEÇÃO DA GARANTIA DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). CONFLITO INTERTEMPORAL DE LEIS PENAIS. APLICAÇÃO AOS CONDENADOS SOB A VIGÊNCIA DA LEI 6.368/1976. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA (INCISO XL DO ART. 5º DA CARTA MAGNA). MÁXIMA EFICÁCIA DA CONSTITUIÇÃO. RETROATIVIDADE ALUSIVA À NORMA JURÍDICO-POSITIVA. INEDITISMO DA MINORANTE. AUSÊNCIA DE CONTRAPOSIÇÃO À NORMAÇÃO ANTERIOR. COMBINAÇÃO DE LEIS. INOCORRÊNCIA. EMPATE NA VOTAÇÃO. DECISÃO MAIS FAVORÁVEL AO RECORRIDO. RECURSO DESPROVIDO.
#ATENÇÃO #NOVOENTENDIMENTO. VOLTARAM ATRÁS – PLENÁRIO DO STF NÃO MAIS ADMITE COMBINAÇÃO DE LEIS E O STJ EDITOU A SÚMULA 501, CONTRÁRIA À COMBINAÇÃO DE LEIS.
#OBS.: Lei penal intermediária. Quando a lei mais benéfica não é a lei ao tempo do crime nem a lei ao tempo da sentença. O STF no RE 418.876/MT admitiu a figura da lei penal intermediária mais benéfica. 
#OBS.: Há leis penais autorrevogáveis. Elas se revogam independentemente e outra lei. É uma exceção ao princípio da continuidade da lei. São chamadas de leis intermitentes. Elas possuem ultratividade. Se praticou o crime na sua vigência, ele continuará valendo, mesmo que na sentença a lei já não exista mais,para evitar que manobras protelatórias levem à impunidade do réu.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Elas são classificadas em:
(1) Lei penal temporária é aquela que tem um prazo de validade, isto é, tem uma vigência predeterminada no tempo Ex.: art. 36 da Lei 12663/12 (copa de 2014). Art. 36. Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro de 2014.
(2) Lei penal excepcional é aquela que vigora somente numa situação de anormalidade.  
Lei penal em branco, cega ou aberta e o conflito de leis penais no tempo
Conceito: preceito primário é a definição da conduta criminosa. Preceito secundário é a pena cominada. Na lei penal em branco o preceito secundário é completo, mas o preceito primário é incompleto, ou seja, a conduta criminosa depende de complementação. Franz Von Liszt: “são corpos errantes em busca de alma”. 
Espécies:
a) Homogênea ou lato sensu: o complemento tem a mesma origem e a mesma natureza jurídica que a lei penal a ser complementada. É outra lei. Pode ser:
(1) Homovitelina: a lei penal e o seu complemento estão contidos no mesmo diploma legal. Exemplo: Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302. 
(2) Heterovitelina: diplomas legislativos diversos. Exemplo: Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior. Complementada pelo CC.
b) Heterogênea, stricto sensu ou fragmentária: o complemento é um ato administrativo. O complemento tem origem e natureza jurídica diversos da lei penal a ser complementada. Ex.: Lei de drogas - Portaria 344/98; Estatuto do desarmamento. 
c) Lei penal em branco de fundo constitucional – o complemento do preceito primário está na CF. Ex. crime de abandono intelectual. 
#OBS.: Lei penal em branco ao avesso ou inversa – o preceito primário é completo, mas o preceito secundário precisa de complementação. É um crime sem pena. Ex.: Genocídio.
Art. 1º - Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; [...] será punido: Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a; Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b.
#OLHAOGANCHO: O complemento obrigatoriamente será uma lei, em homenagem ao princípio da reserva legal, não podendo um ato administrativo cominar pena para determinado tipo penal.
#APROFUNDANDO - Qual a diferença entre uma lei penal em branco ou lei penal aberta e tipo penal aberto? 
Os dois possuem condutas incompletas, que dependem de complementação. No entanto, na lei penal em branco o complemento será uma lei ou um ato administrativo. No tipo penal aberto o complemento será um juízo de valor no caso concreto. Ex.: crime de ato obsceno. 
#OBS.: Lei penal em branco e conflito de leis no tempo. O crime desaparece com a revogação do complemento? Deve-se analisar se o complemento refletia uma situação de normalidade ou anormalidade. Diante de uma situação de normalidade a revogação deve retroagir ex.: maconha no rol de drogas ilícitas. Se sair do rol, retroage como se fosse uma abolitio criminis. Diante de situação de anormalidade (naquele momento a situação precisava ser reprimida), a revogação do complemento não excluirá o crime, pois o complemento terá ultratividade, na forma do art. 3º do CP:
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Ex.: crime contra a economia popular. Venda de pão acima da tabela. Permanece o crime, pois se tratava de uma situação de anormalidade.
#OBS.: contagem de prazo no direito penal – inclui o primeiro dia; é improrrogável (independentemente de cair em domingo ou feriado); podem ser suspensos ou interrompidos. Ainda que o prazo esteja no CPP, se tiver relação com o direito de punir do Estado, exemplo da decadência, será considerado prazo penal.
#ATENÇÃO: O que significa norma penal em branco ao quadrado? A doutrina chama de norma penal em branco aquela norma que necessita de um complemento normativo ou valorativo (Ex: o conceito de droga, termo usado no art. 33 da Lei 11.343/06, é dado por outra norma). Por sua vez, ocorre a chamada norma penal em branco ao quadrado quando a norma necessita de um complemento, que, por sua vez, também precisa ser integrado por outra norma. Trata-se, portanto, de norma duplamente em branco (ao quadrado). É o caso do art. 38 da Lei 9.605/98, que pune as condutas de destruir ou danificar florestas de preservação permanente. O conceito de "floresta de preservação permanente" é dado pelo Código Florestal, que, dentre várias hipóteses, previu um caso em que a área de preservação permanente será assim considerada após declaração de interesse social por parte do Chefe do Poder Executivo.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL
CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS - ANTINOMIA
Conceito:
É a situação para em que para um único fato praticado pelo agente duas ou mais leis penais se revelam aparentemente aplicáveis. O conflito aparente de normas não tem previsão legal no Brasil. É fruto da doutrina e jurisprudência. 
Requisitos:
· Unidade de fato (diferentemente do concurso de crimes, que é fruto de previsão legislativa). Só há um crime. 
· Pluralidade de leis aparentemente aplicáveis obs.: alternatividade própria não.
· Vigência simultânea de todas elas (diferentemente do conflito de leis penais no tempo). 
Finalidade
· Evitar o bis in idem. Se o agente praticou apenas um fato, deverá responder por apenas um crime.
· Manter a unidade e a coerência do ordenamento jurídico. O direito não tolera antinomias. O ordenamento jurídico global as supera.
Soluções
Há alguns princípios que solucionam esses conflitos. Eles não têm previsão legal. É construção da jurisprudência e da doutrina. Os três primeiros são aceitos pacificamente no Brasil. Na Itália se aplica só o da especialidade.
· Princípio da Especialidade: prevalece sobre os demais, pois ele deriva da própria construção dos tipos penais. O próprio legislador criou um crime específico. A lei especial prevalece sobre a lei geral, mas não a revoga. A lei especial prevê o crime específico e a lei geral o crime genérico. Lei especial é a soma dos elementos da lei geral com os elementos especializantes. A lei especial tem tudo o que tem na lei geral, somando ainda outros elementos que a tornam específica. Podem estar no mesmo diploma legislativo ou em diplomas diversos. A relação de especialidade se estabelece no plano abstrato, isto é, independe da gravidade dos crimes. Em outras palavras, deve-se aplicar a lei especial, pouco importando se ele é mais grave ou menos grave que o crime genérico. Ex.: homicídio e infanticídio – Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
O infanticídio é o homicídio (crime geral) com elementos especializantes. Tem o mesmo núcleo. Estão no mesmo diploma legislativo. Ex.: tráfico internacional de drogas: Art. 33, caput, c/c art. 40, I da Lei 11343/06 - importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito.
#OBS.: crime de porte de drogas de militar é considerado especial, de forma que a superveniencia da lei de drogas, mais favorável,não altera a aplicabilidade do crime militar. 
· Princípio da Subsidiariedade: lei primária é a que prevê o crime mais grave e lei subsidiária é a que define o crime menos grave. A relação de subsidiariedade se estabelece em concreto, isto é, no caso concreto se tenta aplicar a lei que define o crime mais grave, não conseguindo, aplica-se a lei subsidiária. Nelson Hungria chamava a lei subsidiária de soldado de reserva. Na subsidiariedade expressa ou explícita o próprio crime declara sua natureza subsidiária. O próprio crime diz que o ele só será aplicável se o fato não constituir crime mais grave. Exemplo: Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia (Dano qualificado) Parágrafo único - Se o crime é cometido I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; * III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima. 
Vias de fato - agressão física em que não há a intenção de lesionar ou de humilhara vítima. Se tiver a intenção de lesionar, o crime é de lesão corporal. Se tiver a intenção de humilhar a vítima, o crime é de injúria real. Na subsidiariedade tácita ou implícita o crime não se declara como subsidiariedade. Essa natureza é extraída das circunstâncias do caso concreto. Ex.: roubo e furto. Não audiência fica provado que não houve agressão. 
· Princípio da Consunção/absorção: lei consuntiva é aquela que define o todo, o fato mais amplo. Lei consumida define a parte, o fato menos amplo. Se estiver punindo o todo, estará punindo a parte. Hipóteses:
(1) Crime progressivo – para ser cometido o crime mais grave o agente necessariamente deve praticar um crime menos grave. Esse crime menos grave é o chamado de crime de ação de passagem. O dolo é único. Ele sempre quis praticar o crime mais grave. Ex. Homicídio. Não existe homicídio sem lesão corporal. A lesão corporal não pode ser punida duas vezes, como parte do todo e como todo, pois sempre se busca evitar o bis in idem. 
(2) Progressão criminosa: há a alteração do dolo. O agente queria praticar e praticou um crime menos grave, mas, em seguida praticou crime mais grave. PUNE apenas o mais grave. 
(3) Atos impuníveis. 
3.1. Prévios ou anteriores – funcionam como meio de preparação ou de execução do fato principal. É o chamado “ante factum impunível” ex.: violar o domicílio para furtar, porte ilegal de arma no homicídio. Qual a diferença pra o crime progressivo? No ato anterior impunível o crime menos grave não é obrigatório. No crime progressivo passar pelo menos grave é essencial. 
3.2. Simultâneos ou concomitantes impuníveis – ocorrem ao mesmo tempo do fato principal. Ex.: estupro em público. Não condena pelo ato obsceno. 
3.3. Posteriores ou subsequentes – representam um mero desdobramento do fato principal. Previsível exaurimento. Ex.: furto de um bem (animus res sibihabendi - de assenhoreamento definitivo) e destruição dele. Não responde pelo dano. Falso e uso de documento. 
(4) crime complexo ou composto – roubo (furto e lesão corporal). Masson não concorda. Não haveria conflito. Só há um tipo. 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o agente, dias após roubar um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre eles um talonário de cheques, visando obter vantagem ilícita, preenche uma de suas folhas e, diretamente na agência bancária, tenta sacar a quantia nela lançada. A falsificação da cártula não é mero exaurimento do crime antecedente (roubo). Isso porque há diversidade de desígnios e de bens jurídicos lesados. Dessa forma, inaplicável o princípio da consunção. STJ. 5ª Turma. HC 309.939-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ-SC), julgado em 28/4/2015 (Info 562). 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO O princípio da consunção é aplicável quando um delito de alcance menos abrangente praticado pelo agente for meio necessário ou fase preparatória ou executória para a prática de um delito de alcance mais abrangente.
Com base nesse conceito, regra geral, a consunção acaba por determinar que a conduta mais grave praticada pelo agente (crime-fim) absorve a conduta menos grave (crime-meio). O STF decidiu que o agente que faz uso de carteira falsa da OAB pratica o crime de uso de documento falso, não se podendo admitir que esse crime seja absorvido (princípio da consunção) pela contravenção penal de exercício ilegal da profissão (art. 37 do DL nº 3.688/41). Não é possível que um crime tipificado no CP seja absorvido por uma infração tipificada na Lei de Contravenções Penais. STF. 1a turma. GC 121652/SC, rel. Min. Dias Toffoli, j. em 22/4/2014.
· Princípio da Alternatividade. 
(1) ALTERNATIVIDADE PRÓPRIA: ocorre nos chamados tipos mistos alternativos, nos crimes de ação múltipla, ou de conteúdo variado, sendo aquele em que o tipo penal contém dois ou mais núcleos. E a prática de dois ou mais deles contra o mesmo objeto material, caracteriza um único crime. Ex.: tráfico de drogas. O art. 33, caput da Lei de Drogas contém 18 núcleos. Se fossem vários objetos materiais, seriam vários crimes.
* #SELIGA: Na alternatividade própria, não há conflito entre normas penais, o conflito ocorre na própria norma penal. Não há uma pluralidade de normas aparentemente aplicáveis. Falta um dos requisitos, por isso há tanta divergência quanto a esse princípio. Não há conflito aparente de normas.
(2) ALTERNATIVIDADE IMPRÓPRIA: ocorre quando duas ou mais normas penais disciplinam exatamente o mesmo fato. É como se o furto, por exemplo, estivesse disciplinado no art. 155 do CP e também em uma lei extravagante. O mesmo tipo penal, o mesmo fato, o mesmo crime em duas ou mais normas penais. Esse princípio representa uma falta de técnica legislativa. Na alternatividade imprópria, não há conflito aparente de normas penais, o que ocorre é um conflito de leis no tempo. Se há duas leis tratando do mesmo fato, a posterior revogou a anterior, é uma revogação tácita. 
#OBS.: Os três primeiros princípios são aceitos de forma pacífica no Brasil. A doutrina e jurisprudência brasileiras admitem de forma harmônica esses três princípios. No Direito Comparado, entretanto, não é tão pacífico assim. Na Itália, diz-se que só a especialidade resolve esse problema.
#DIVERGÊNCIADOUTRINÁRIA: O quarto princípio, da Alternatividade, tem muita polêmica. Relevante parcela da Doutrina não aceita esse princípio. 
*#JÁCAIUEMPROVA: Apesar da divergência, a banca FCC, na prova da DPE-BA, em 2016, considerou correta a seguinte alternativa: “o delito previsto no artigo 33 da Lei de Drogas, por ser crime de ação múltipla, faz com que o agente que, no mesmo contexto fático e sucessivamente, pratique mais de uma ação típica, responda por crime único em função do princípio da alternatividade”.
#OBS.: Súmula nº 17 do STJ: quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade de lesiva, é por este absorvido. Essa súmula foi criada quando havia muita falsificação de cheque. Era uma falsidade para a prática de estelionato. Cheque é documento público por equiparação. O estelionato tem pena de 1 a 5 anos e a falsidade de 2 a 6 anos. A súmula foi criada por razões de política criminal, pois estava muito pesado aplicar as penas da falsificação, mas é errada pois não pode o crime menos grave (estelionato) absorver o mais grave (falsificação). Se cair na primeira fase, seguir a súmula. Se for dissertativa ou oral, lembrar que para o STF há concurso material de crimes, pois os bens jurídicos protegidos são diferentes.
#OBS.: Conexão de crimes. Teleológica (assegurar execução) ou consequencial (ocultação, impunidade ou vantagem). Há concurso material. Não são considerados ante ou post factum impuníveis pois não são decorrência natural.Ex. ocultação de cadáver.
#OBS.: Positivismo jurídico – surgiu na Alemanha (Binding). Cientificidade. Afasta juízo de valor. “ser”. Aplica, ao Direito, técnicas de ciências experimentais. Conceito clássico delito. Respeita excessivamente o princípio da legalidade e da segurança jurídica. 
#OBS.: Neokantismo penal – Rudolf Stammler e Gustav Radbruch. “Dever ser”. Considerações axiológicas e materiais. Graduar o injusto de acordo com a gravidade da lesão produzida. Conduta passa a ter um significado social. Elementos subjetivos do tipo, considerações materiais da ilicitude, etc.
#OBS.: Garantismo penal – Luigi Ferrajoli (Direito e razão). Sistema garantista ou cognitivo ou de legalidade estrita. Vários aximas – nullapoenasine crimine. Nullum crimen sine lege. Nulla lex sine necessitate.
FUNCIONALISMO PENAL
CONCEITO
É um movimento que discute qual é a verdadeira função do direito penal. Surgiu nos anos 70 na Alemanha. É conhecido também por pós-finalismo. Existem duas principais linhas do funcionalismo. Roxin. É como se fosse um direito penal alternativo, que se afasta da lei (não escrever isso em prova). Tem muita flexibilidade. Existem vários funcionalismos com variadas interpretações. Não existe um único funcionalismo. 
NOTAS COMUNS
· Teoria da imputação objetiva – Em direito, Imputação objetiva significa atribuir a alguém a responsabilidade penal, no âmbito do fato típico, sem levar em conta o dolo do agente, já que dolo é requisito subjetivo que deve ser analisado dentro a imputação subjetiva. Na imputação objetiva, o agente somente responde penalmente se ele criou ou incrementou um risco proibido relevante, pois não há imputação objetiva quando o risco criado é permitido; - o sujeito somente responde nos limites do risco criado; não há imputação objetiva quando o risco é tolerado (ou aceito amplamente pela comunidade); - não há imputação objetiva quando o risco proibido criado é insignificante (a conduta em si é insignificante).
· Proteção de bem jurídico – o DP só pode ser utilizado quando há a necessidade de proteção de bem jurídico. 
· Desapego da técnica, do formalismo. Ex.: princípio da insignificância (Roxin). Desapego-me do formalismo da lei. Ausência de tipicidade material. Não há necessidade de proteção do bem jurídico. 
· A prevalência do jurista sobre o legislador. A lei seria somente um ponto de partida que não vincula obrigatoriamente o jurista. Princípio da insignificância
· Função preventiva geral positiva da pena. 
ESPÉCIES PRINCIPAIS DE FUNCIONALISMO
Moderado, dualista, de política criminal ou racional teleológico.
· ClausRoxin. Escola de Munique
· Moderado: o direito penal tem limites impostos pelo próprio direito penal e demais ramos do direito.
· Dualista: o DP convive em harmonia com os demais ramos do Direito. Reconhece o sistema jurídico em geral. 
· De política criminal: política criminal é aplicar a lei de acordo com os anseios da sociedade. O DP vai se adaptar à sociedade em que ele se insere. 
· Racional teleológico: movido pela razão e em busca de sua finalidade.
· A função do DP é proteger a sociedade. Tutelar os bens jurídicos. O DP se ajusta à sociedade. 
· Conceito de imputação objetiva no campo da tipicidade
· Ilicitude como elemento negativo do tipo
· Conceito bipartido de delito: injusto penal (fato típico + ilicitude) e responsabilidade (culpabilidade). 
*#JÁCAIUEMPROVA: A banca FCC considerou correta, na prova da DPE-BA, em 2016, o seguinte enunciado sobre as Escolas Penais: “a necessidade de associação das categorias do delito a um fundamento material de ofensa ao bem jurídico é uma das bases do funcionalismo de Claus Roxin”.
Radical, monista ou sistêmico.
· GuntherJakobs (fala GunterIacobs). Escola de Bonn
· Radical: o DP só reconhece os limites impostos pelo próprio DP
· Monista: o DP é um sistema próprio de regras e de valores que independe dos demais. 
· Sistêmico: o DP é autônomo (independe dos demais ramos), autorreferente (todas as referencias e conceitos que precisa busca do próprio direito penal) e autopoiético (o DP se renova sozinho).
· A função do DP é a aplicação da norma. É punir. Aplicar a lei. A sociedade que se ajuste ao DP. 
#OBS.: quando as provas falam somente em funcionalismo sem especificar, ela se refere ao de Roxin.
* #OBS.: Obs.: O Direito de Intervenção (ou Intervencionista) é uma proposta doutrinária criada pelo Alemão Winfried Hassemer. Hassemer prega que o Direito Penal quis “abraçar o mundo” e resolver qualquer tipo de problema. Entende que, sendo o Direito Penal muito amplo, saturado, ele terá pouca (ou nenhuma) utilidade prática. Nesse sentido seria preciso esvaziar o Direito Penal, diminuindo o seu tamanho. Deve-se deixar no Direito Penal apenas o seu Núcleo Fundamental, ou seja, os Crimes de Dano e de Perigo contra Bens Individuais. O restante (Crimes de Perigo contra Bens Difusos e Coletivos) deveria ser levado para o Direito de Intervenção. O que sai do Direito Penal e ingressa no Direito de Intervenção deixa de ser crime, é dizer, perde sua natureza penal. Em suma, o Direito de Intervenção equivale, no Brasil, ao que se denomina de Direito Administrativo Sancionador. A sanção, que até então era aplicada pelo Poder Judiciário, passa a ser aplicada pela Administração Pública. #EXEMPLIFICACOACH: Crimes Ambientais: Será que o Direito Penal é talhado para isso? Tem vocação para resolver Crimes Ambientais? Imagine que uma determinada Empresa está jogando poluentes no rio. O Direito Penal manda instaurar um Inquérito Policial (provavelmente, vai demorar), depois vai ao MP que oferta Denúncia, o Juiz recebe a Denúncia e a ação penal tramita até obter uma Sentença, contra a qual cabe Recurso levando ao TJ, e depois ao STJ e STF, e a demora é clarividente. Hassemer lança a reflexão: Não seria melhor retirar essa parcela do Direito Penal e deixar para a Administração Pública resolver de forma mais útil aplicando uma Multa pesada, Suspendendo as Atividades, Fechando ou Interditando a Empresa, Cassando Alvará de Funcionamento? Isso seria muito mais eficaz para proteger o Meio Ambiente ao invés de Inflar o Direito Penal.
* VELOCIDADES DO DIREITO PENAL
Conceito: Ao contrário da doutra intervencionista todos os ilícitos tem natureza penal e são aplicados pelo Judiciária. Aqui a divisão é em dois blocos, ambos inseridos no próprio Direito Penal. É a teoria do espanhol Jesús-Maria Silva Sánchez. Ele dizia que o DP sempre se desenvolveu em duas velocidades.
a) O Direito Penal de 1ª Velocidade é o chamado Direito Penal da Prisão (Encarceramento). É composto pelos poucos crimes que inevitavelmente levam o agente à perda da liberdade. No Brasil, temos como exemplo o Homicídio, o Latrocínio, o Estupro, entre outros. O Direito Penal de 1ª Velocidade é Lento, porque é um Direito Penal Extremamente Garantista. A liberdade do ser humano está em jogo. Assim sendo, é preciso andar devagar e tramitar com toda a cautela. É por isso que os prazos processuais são dilatados, ofertam-se diversas oportunidades para a defesa, um grande número de testemunhas a serem ouvidas, leque recursal, etc. Ex: Rito do Júri. 
Pergunta Categoria: O Direito Penal da Prisão é sinônimo de Direito Penal da Pena Privativa de Liberdade? NÃO!!! No Brasil todos os Crimes têm Pena Privativa de Liberdade (Reclusão e Detenção), sendo o Art. 28 da Lei de Drogas a Única Exceção. Quando se falamos em Direito Penal da Prisão, falamos naqueles poucos crimes que inevitavelmente levam o agente a perder a liberdade.
b) O Direito Penal de 2ª Velocidade é o chamado Direito Penal Sem Prisão. É o Direito Penal das Penas Alternativas (Penas Restritivas de Direitos e Pena de Multa). É a busca de medidas que evitam a Prisão. Nesse Direito Penal de 2ª Velocidade pode-se traçar um círculo muito maior, pois a grande maioria dos crimes entra nesse grupo. O Direito Penal de 2ª Velocidade é Rápido, na medida em que Flexibiliza os Direitos e Garantias do ser humano. Ex: Lei nº 9.099/95 (JECRIM).
O Direito Penal de 1ª Velocidade e de 2ª Velocidade são aplicados pela Justiça Penal (PoderJudiciário). É diferente do Direito de Intervenção que é aplicado pela Administração Pública.
#UMPOUCODEDOUTRINA: Tempo de Punição X Gravidade da Infração.
a) Direito Penal de Primeira Velocidade: Trata-se do modelo de Direito Penal Liberal-Clássico, que se utiliza preferencialmente da pena privativa de liberdade (encarceramento), mas se funda em garantias individuais inarredáveis. Procedimento mais demorado (Garantista). Ex: CPP; Tribunal do Júri. 
b) Direito Penal de Segunda Velocidade: Cuida-se do modelo que incorpora duas tendências (aparentemente antagônicas), a saber, a flexibilização proporcional de determinadas garantias penais e processuais aliada à adoção das medidas alternativas à prisão (penas restritivas de direito, pecuniárias etc.) possibilitando punição +célere. No Brasil, começou a ser introduzido com a Reforma Penal de 1984 e se consolidou com a edição da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/1995). O procedimento é +célere, o número de testemunhas é menor, os prazos são curtos.
c) Direito Penal de Terceira Velocidade: Refere-se a uma mescla entre as características acima, vale dizer, utiliza-se da pena privativa de liberdade (como o faz o Direito Penal de primeira velocidade), mas permite a flexibilização de garantias penais e processuais (o que ocorre no âmbito do Direito Penal de segunda velocidade). Tem como justificativa o Terrorismo, é um exemplo de Legislação de Emergência.
 3ª Velocidade. Direito Penal do Inimigo.
Conceito - É chamada de terceira velocidade do Direito Penal, pois há penas graves com a diminuição de garantias. Teoria de Jakobs. Ele criou essa teoria com a queda do mundo de Berlim. Surge a partir do medo daquilo que é novo. “Direito Penal de 2001”. Não vingou, pois o mundo gritava por democracia após as Guerras Mundiais. Com o atentado de 11 de setembro de 2001, a teoria ganhou fôlego. Em 2003 escreveu o livro Direito Penal do Inimigo. De um lado há o cidadão e do outro o inimigo. Como se dá essa transição? Como alguém deixa de ser cidadão e se converte em inimigo? Todo e qualquer ser humano nasce com o status de cidadão. Ele praticou crime grave, é reincidente, e vira criminoso habitual. Ainda assim ele não é inimigo. Ele se torna inimigo quando entra para uma organização criminosa ou pratica atos de terrorismo, pois essas figuras querem se sobrepor ao Estado. Dessa forma, nem todo criminoso é inimigo. Zaffaroni diz que para Jakobs todo criminoso é inimigo, mas isso não é verdade. Jakobs, nesse raciocínio, defende a existência de dois direitos penais: (1) Direito Penal do cidadão - aplicado à maioria das pessoas, inclusive aos criminosos. É garantista. Baseia-se no Direito Penal do fato. (2) Direito Penal do Inimigo – aplicável a uma minoria de criminosos. Autoritário. Ocorre a supressão de direitos e garantias. Ex. sem ampla defesa para o terrorista. É um Direito Penal de guerra. O inimigo não reconhece as regras do Estado, de forma que o Estado também não as reconhece em seu benefício. É um direito penal do autor. Ele abraça o DP do autor, em detrimento do DP do fato. Medidas preventivas e cautelares alargadas (infiltrações, interceptações, prisões). Mitigação da legalidade, pois não haveria como prever todos os atos que poderiam ser praticados pelo inimigo (a lei deve trazer narrativa vaga e imprecisa para esse tipo de crime).
Origem Histórica: Os doutrinadores e historiadores dizem que o Direito Penal do Inimigo e o que ele representa sempre existiu. O criador da Teoria do Direito Penal do Inimigo, sistematizada como é atualmente, foi o Alemão Günther Jakobs, que começa a escrever sobre o Direito Penal do Inimigo em 1980, no contexto da Queda do Muro de Berlim e da Unificação das Alemanhas (Oriental e Ocidental). Mas nessa época, e também na década de 1990, a teoria não recebeu muita simpatia dos estudiosos do Direito Penal porque o mundo caminhava em ares democráticos e Jakobs pregava um Direito Penal Autoritário. Contudo, com os Ataques Terroristas de 11/09/2001 (Contexto do Medo), volta à tona a Teoria do Direito Penal. Em 2003, Jakobs escreveu o Livro “Direito Penal do Inimigo”, nascendo, para valer, essa teoria. As premissas sobre as quais se funda o Funcionalismo Sistêmico, Radical ou Monista, deram ensejo à exumação da Teoria do Direito Penal do Inimigo (ou Bélico), representando a construção de um Sistema Próprio para o tratamento do Indivíduo Infiel ao Sistema. Jakobs dá vida para uma teoria já defendida por filósofos como Protágoras, São Tomás de Aquino, Kant, Locke e Hobbes. 
Jakobs fomenta o Direito Penal do Inimigo para Terrorista, Traficante de Drogas, de Armas e de Seres Humanos e para os Membros de Organizações Criminosas Transnacionais. 
Quem é o Inimigo no Direito Penal? No Direito Penal trabalhamos com 2 figuras. De um lado o Cidadão e do outro lado o Inimigo. Para Jakobs, Inimigo é a antítese do Cidadão. Todos nascem com o status de Cidadão. O ponto é saber como algumas pessoas abandonam o status de Cidadão e se tornam Inimigos.
Em primeiro lugar, o sujeito pratica um Crime Grave (Ex: Latrocínio). Mesmo assim, ainda é um Cidadão. Em segundo lugar, o agente repete o Crime Grave. Mesmo assim, ainda é um Cidadão. Em terceiro lugar, o agente se torna um Criminoso Habitual, fazendo da prática de crimes o seu meio de vida. Mas, ainda assim é um Cidadão.
O sujeito apenas se Transforma em Inimigo quando Ingressa em uma Organização Criminosa, enquanto uma estrutura ilícita de poder. Agora, o Inimigo, por excelência, é o Terrorista. Os Inimigos do Direito Penal têm em comum (I) o fato de serem Imprevisíveis; (II) a Insubmissão às Regras do Estado, submetendo-se a um comando próprio, com regras próprias.
#OBS¹: Nem todo criminoso é Inimigo. Apenas uma parcela reduzida de criminosos é que entra nesse rol (Terroristas e Integrantes de Organização Criminosa). É óbvio que o sujeito não precisa passar por todas as etapas acima elencadas para se tornar Inimigo.
#OBS²: Jakobs, após separar os Cidadãos dos Inimigos, identifica a existência 2 Direitos Penais: de um lado o Direito Penal do Cidadão (representado por um grande círculo, pois a grande maioria das pessoas pertence a este grupo, inclusive dos criminosos) e, do outro lado, o Direito Penal do Inimigo (representado por um pequeno círculo, pois poucas pessoas são consideradas Inimigos).
	Direito Penal do Cidadão
	Direito Penal do Inimigo
	O Direito Penal do Cidadão é Garantista, porque respeita os Direitos e Garantias do ser humano. Este Direito Penal do Cidadão é Retrospectivo, porque se baseia na Culpabilidade do Agente.
É aquele que olha para o Passado: o agente é punido por aquilo que fez ou deixou de fazer.
O Direito Penal do Cidadão é, também, “Do Fato”, porque julga o Fato Típico e Ilícito praticado pelo agente. As condições do agente vão interferir na dosimetria da pena, mas não caracterizarão o crime. 
	O Direito Penal do Inimigo é Autoritário, porque suprime e ignora direitos e garantias do ser humano (o Inimigo não tem direito à ampla defesa, ao duplo grau de jurisdição, e pode ficar incomunicável).
O Direito Penal do Inimigo é Prospectivo, porque olha para o Futuro, amparando-se na Periculosidade, de modo que o Inimigo é Punido não somente por aquilo que Fez, mas, inclusive, por aquilo que pode Vir a Fazer.
Por essa razão, é um Direito Penal do Autor, que vai estereotipar determinadas pessoas como indesejáveis para o convívio social. O que importa, na verdade, é o que o Inimigo pode vir a fazer. O Inimigo terá uma defesa meramente formal, no lugar de uma ampla defesa; não terá acesso ao duplo grau de jurisdição; pode ficar incomunicável; para ele se admitem penas indeterminadas. Se o Inimigo não respeita as regras do Estado, o Estado não precisa respeitar as regras, então, as regras postas para os cidadãos (Direito Penal do Cidadão), havendo, assim 2 Direitos Penais, merecendo o Inimigo as durezas do Direito Penal do Inimigo.
O Direito Penal do Inimigo é um Direito Penal de Guerra (Bélico), e numa Guerra o importante é vencer.
Efeitos da Aplicação do DireitoPenal do Inimigo:
Antecipação da Punibilidade: O Direito Penal Inimigo propõe a chamada Antecipação da Punibilidade. No Brasil, a Punibilidade é possível a partir do momento em que o sujeito pratica Atos de Execução do crime. O Direito Penal Brasileiro pune o Crime Consumado e o Crime Tentado. A Antecipação da Tutela Penal é a Punição de Atos Preparatórios. O Direito Penal do Inimigo pune atos preparatórios, para evitar um dano maior. Ex: Se o Serviço de Inteligência dos EUA tivesse punido antecipadamente os terroristas, o ataque do 11/09 não teria acontecido. No Brasil, a Lei do Terrorismo incorporou um pouco disso no seu Art. 5º, tendo em vista que admite a Punição de Atos Preparatórios. 
Meios de Prova: No Direito Penal Brasileiro e no Processo Penal adota-se o Sistema do Livre Convencimento Motivado, da Persuasão Racional ou da Liberdade de Prova. O Juiz pode absolver ou condenar o réu com base em qualquer prova, desde que o faça fundamentadamente. No Direito Penal do Inimigo, admite-se o emprego da Tortura como forma de obtenção de Confissão, considerando-se Lícita a prova assim extraída. Essa autorização deriva do Princípio da Proporcionalidade, eis que de um lado há a integridade física e moral de um sujeito Inimigo que quer destruir o Estado, e do outro lado há inúmeras vidas e bens jurídicos de Cidadãos Inocentes.
Fortalecimento e Ampliação dos Poderes da Polícia: O Direito Penal do Inimigo defende o Fortalecimento e Ampliação dos Poderes da Polícia. Desse modo, o Direito Penal do Inimigo é contra a chamada Reserva de Jurisdição, que exige autorização judicial a praticamente tudo que a Polícia quer fazer. Para Jakobs o controle prévio do Judiciário é burocrático, dificultando a apuração dos crimes e favorecendo o Inimigo, devendo esse controle ser Posterior. Para ele, o Judiciário deve fazer um controle apenas posterior, e não prévio.
	#APROFUNDAMENTO
Desenvolvida por Günther Jakobs, essa teoria tem como fundamento o funcionalismo radical ou sistêmico, que sobrepõe o totalitarismo estatal às garantias individuais do cidadão. 
Para Jakobs, inimigo é aquele que confronta o Estado, causando um tumulto social em razão de seu comportamento ilícito. Desta forma, não merece ser beneficiado pelos mesmos direitos dos cidadãos. Como exemplos podemos citar os terroristas, membros de organizações criminosas, aqueles que cometem crime contra a dignidade sexual e ordem econômica, dentre outros agentes praticantes de delitos considerados de maior gravidade. 
Assim, o autor deixa clara a existência de dois ramos do Direito Penal num mesmo ordenamento jurídico: o Direito Penal do cidadão, onde há garantias constitucionais e legais àqueles que se portam de forma aceitável na sociedade, e o Direito Penal do inimigo, aplicado àqueles que desestabilizam a ordem social por meio de sua atuação contra o Estado. 
Com esse pensamento, Jakobs revela sua adesão ao Direito Penal do autor de Cesare Lombroso, que busca punir o indivíduo pelo que ele é, ao contrário do pensamento dominante, que é o do Direito Penal do fato, que procura punir o agente em razão da sua conduta, pelo que ele faz, e não pelo que ele é. 
Vejamos as principais características dessa teoria:
a) Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios. 
b) Criação de tipos de mera conduta (Ex: art. 135 – omissão de socorro; art. 150 – violação de domicílio).
c) Criação de tipos de perigo abstrato. Aqui o perigo é absolutamente presumido por lei. Obs: e acordo com o STF a justificativa é a Proibição de Proteção Insuficiente
d) Flexibilização do princípio da legalidade, com descrição vaga dos crimes e das penas. MITIGAÇÃO: Descrição Vaga dos Crimes e das Penas.
e) Inobservância do princípio da ofensividade e da exteriorização do fato. Essa característica é consequência das passadas, eis que a antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios (1ª) gera o desprestígio ao princípio da exteriorização do fato. E a criação de tipos de mera conduta (2ª) e de tipos de perigo abstrato (3ª) gera o desprestígio ao princípio da ofensividade.
f) Preponderância do Direito Penal do AUTOR. 
g) Desproporcionalidade de penas. 
h) Restrição de garantias penais e processuais (DIREITO PENAL DE 3ª VELOCIDADE).
i) Endurecimento da execução penal, por exemplo, prisão com regime disciplinar diferenciado – Ex: RDD.
j) Surgimento das chamadas “Leis de Luta ou de Combate” (direito penal de emergência, leis oportunistas, influenciadas por pressão da mídia). 
Pergunta: É possível aplicar o Direito Penal do Inimigo no Brasil? Na forma proposta por Jakob a resposta é Não. O Art. 5º, Caput, da CF/88, consagra o Princípio da Isonomia Formal e Material. Se todos são iguais perante a Lei, não há como dividir as pessoas em 2 grupos (cidadãos e inimigos). Ademais, diversos incisos do Art. 5º da CF Proíbem a Tortura, Penas Cruéis, Prisão Perpetua, Tratamento Desumano ou Degradante, e exigem a Ampla Defesa, Contraditório, Devido Processo Legal, Direito ao Silêncio. Tudo isso se choca diretamente com o Direito Penal do Inimigo. Todavia, é indiscutível que, no plano Informal, esse Direito Penal do Inimigo existe no Brasil. Exemplos: Grupo de Extermínio, Chacinas, Execuções Sumárias. É o Estado aplicando este Direito Penal do Inimigo de uma forma clandestina. #OLHAOGANCHO: É o chamado Direito Penal Subterrâneo. Trata-se dos crimes cometidos por Agentes Públicos na clandestinidade, muitas vezes com apoio ou incentivo da sociedade.
OBS: A doutrina prega que há situações em que o Direito Penal do Inimigo acaba existindo formalmente, quando o Juízes e Promotores arquivam Inquéritos Policiais ou ratificam aqueles fatos. Ex: Caso Carandiru. 
 4ª Velocidade: Atualmente temos a doutrina de Daniel Pastor anunciando a 4ª (Quarta) Velocidade do Direito Penal (NeoPunitivismo ou PanPenalismo), ligada ao Direito Penal Internacional, mirando suas normas proibitivas contra aqueles que exercem (ou exerceram) Chefia de Estados e, nessa condição, violam (ou violaram) de forma grave Tratados Internacionais de tutela de Direitos Humanos. Para tanto, foi criado, pelo Estatuto de Roma, o Tribunal Penal Internacional (TPI). Trata-se da primeira instituição global permanente de Justiça Penal Internacional, com competência para processar e julgar crimes que violam as obrigações essenciais para a manutenção da paz e da segurança da sociedade internacional em seu conjunto. Desse modo, o Direito Penal de 4ª Velocidade seria o modelo de sistema penal utilizado pelo TPI, com restrição e supressão de garantias penais e processuais penais de réus que no passado ostentaram a função de Chefes de Estado e, como tal, violaram gravemente tratados internacionais que tutelam direitos humanos.
#OLHAOGANCHO: Crimes contra a Humanidade e TPI.
Neopunitivismo é uma nova forma de punir. Panpenalismo é um Direito Penal Absoluto e Totalitário.
	Viola-se o Princípio da Reserva Legal e também da Anterioridade. Viola-se também o Princípio do Juiz Natural, pois são criados Tribunais de Exceção, depois que o fato foi praticado, para efetuar os julgamentos. O Direito Penal de 4ª Velocidade ofende o Sistema Acusatório, em que a função de acusar, defender e julgar são exercidas por pessoas distintas e órgãos diferentes.
	1ª Velocidade
	2ª Velocidade
	3ª Velocidade
	Pena Privativa de Liberdade
	Penas Alternativas
	Pena Privativa de Liberdade
	Procedimento Garantista
	Procedimento Flexibilizado
	Procedimento Flexibilizado
	Ex.: CPP.
	Ex.: Lei nº 9.099/95
	Ex.: Lei nº 12.850/2013 (Organizações Criminosas)
#OBS.: direito penal como proteção de contextos (tempo e espaço) da vida em sociedade (Gunter Sratenwerth) – o DP deve priorizar a proteção de bens jurídicos difusos e coletivos, em detrimento dos individuais. Crimes abstratos. Antecipação da tutela penal. Direito de gestão de riscos gerais.
*#OUSESABER: Segundo Pablos de Molina, existem três modelos ou paradigmas básicos de enfrentamento ao delito: I - O clássico modelo dissuatório, cuja preocupação é punir severamente o delito, ou seja, garantiro justo e necessário castigo ao delinquente; II - O ressocializador, modelo de feição humanista, pautado no investimento e recuperação do delinquente; III - O modelo integrador, que é o mais ousado de todos, busca trabalhar as raízes sociais do delito, encarando o delito como um fenômeno humano, que guarda suas origens nos problemas sociais, sendo necessário trabalhar as causas comunitárias do delito. 
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Código Penal
	Art. 1º ao art. 12
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
- Anotações de aula
- Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1 – Cleber Masson 
- Informativos STF e STJ (Dizer o Direito)

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