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Pancreatite Aguda e Crônica

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Situação PANCREATITE AGUDA PANCREATITE CRÔNICA 
 
 
 
 
 
CLÍNICA 
 
Dor abdominal aguda e contínua em QS (em 
barra que irradia para o dorso) ou difusa que se 
mantém por dias, acompanhada de náuseas e 
vômitos. Inquietação, agitação e alívio da dor 
em posição de flexão anterior do tórax são outros 
sintomas notados. Achados sistêmicos incluem 
febre, sinais de desidratação e taquicardia. Pode 
haver desde dor leve a palpação até sinais de 
irritação peritoneal (Blumberg +). 
Tríade: calcificações + DM + esteatorreia. 
Dor abdominal leve à severa em QS, intermitente, 
podendo irradiar para o dorso, que tipicamente aparece 
ou é acentuada 15-30 min após a ingestão alimentar. 
Podem haver episódios de dor com duração inferior a 
10 dias intercalados com meses-anos de remissão; ou 
períodos prolongados de dor diária com exacerbações 
recorrentes. A esteatorreia repercute com evacuação de 
fezes oleosas, acinzentadas e com odor fétido, podendo 
haver flatulência, cólicas e distensão abdominal 
associados. Posteriormente, o estado de intolerância a 
glicose, que culminará em DM. 
 
 
 
 
 
LAB. 
- Leucocitose. 
- Aumento da proteína C reativa. 
- Hiperglicemia. 
- Hipocalcemia. 
- Aumento da FA, bilirrubina e TGP (ALT). 
- TGP (ALT) > 150 U/L. 
- Amilase e lipase > 3x o LSN. 
- Amilase > 500 U/L, e principalmente > 1000; 
a amilase colhida após o 5º dia dos sintomas 
frequentemente é negativa. 
- Lipase > 450 U/L; permanece alta por um 
período mais prolongado (7-10 dias). 
Testes convencionais não diagnosticam. 
 
 
- Teste da secretina. 
- Teste da Colecistocinina (CCK). 
- Pesquisa de gordura fecal. 
- Teste da bentiromida (NBT-PABA). 
- Teste da ingestão do dilaurato de fluoresceína. 
- Determinação da elastase-quimiotripsina fecal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMG. 
 
 
 
 
 
 
TC: É o método de escolha para avaliação das 
doenças pancreáticas. Melhor exame de imagem 
para avaliar a presença de complicações 
locorregionais num quadro de PA (após 72h). 
Pode mostrar aumento focal ou difuso do 
pâncreas, borramento da gordura 
peripancreática e perirrenal, coleções líquidas 
peripancreáticas, pseudocistos, áreas não 
captantes de contraste (indicam necrose). 
USG: se trata de um exame de baixa 
sensibilidade para o diagnostico de PA e 
detecção de necrose pancreática; pode ser 
utilizado para o diagnóstico de litíase biliar, que 
se trata da causa mais comum de PA. 
Radiografia de abdome: a presença de calcificações em 
topografia pancreática fecha o diagnóstico de PC; no 
entanto, a ausência das calcificações não afasta suspeita 
do diagnóstico. 
TC: detecta atrofia, aumento pancreático, calcificação, 
dilatações ductais, cálculos pancreáticos e 
complicações (pseudocisto). Na prática, é um exame 
bastante utilizado para o diagnóstico presuntivo de PC. 
CPRE/USG endoscópica: indicados apenas em casos 
que os métodos não invasivos não foram diagnósticos. 
Colangiorressonância: é um bom exame para 
diagnóstico (capaz de substituir a CPRE), no entanto 
nem todos centros possuem tal tecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
TTO 
- Abordagem inicial: reposição volêmica, 
analgesia e dieta zero. Após 48h deve ser 
definida se é a forma leve ou grave da doença. 
- TTO forma leve: analgesia, hidratação venosa, 
dieta zero, controle eletrolítico e ácido-básico; 
realimentação oral geralmente após 3-5 dias de 
evolução. 
- TTO forma grave: analgesia, hidratação venosa 
e suporte nutricional. 
- Necrose pancreática infectada: “Step up 
approach” → ATB/drenagem percutânea (3ª-4ª 
semana)/necrosectomia. 
- Pancreatite aguda biliar + colangite e/ou 
icterícia progressiva moderada-grave: CPRE + 
papilotomia nas primeiras 72h; colecistectomia 
antes da alta hospitalar (semieletiva). 
 
 
- TTO da dor (clínico): deve ser feito em todos os casos; 
abstinência etílica, fracionamento das refeições e 
redução da ingestão de gorduras, suplementos 
enzimáticos orais (com tripsina) e analgesia 
farmacológica escalonada conforme a resposta clínica 
(paracetamol/AINEs/antidepressivos/opiáceos). 
- TTO da dor (intervencionista): pode ser feito em casos 
selecionados. 
- Reposição de enzimas pancreáticas (princ. lipase). 
- Insulinoterapia (dose da insulina, em geral, é menor do 
que a dose utilizada para o diabetes primário).

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