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Entamoeba histolytica e Entamoeba dispar - amebíase

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Entamoeba hystolytica e Entamoeba dispar – Amebíase 
Introdução 
 É uma doença parasitária. As 
amebas parasitas são encontradas no 
intestino grosso humano, como o caso da: 
Entamoeba histolytica (patogênica - causa 
os casos mais graves) e Entamoeba dispar 
(não-patogênica – associada a indivíduos 
assintomáticos e aos que possuem quadros 
leves). 
 As amebas comensais são 
encontradas também no intestino grosso, 
mas não causam nenhum dano ao nosso 
organismo, elas se alimentam dos restos 
alimentares (Entamoeba coli, Iodamoeba 
butschili, Endolimax nana e Entamoeba 
ginivalis). 
Morfologia 
▪ Trofozoíto = forma ativa/vegetativa: 
• Mede de 20 µm, mas pode chegar até 
60 µm na sua forma invasiva; 
• Núcleo com cariossoma central (também 
chamado de endossoma) e cromatina 
regular (DNA associado a proteína); 
• Citoplasma dividido em: endoplasma 
(parte mais grosseira, onde há as 
organelas – vacúolos, núcleos e restos 
de substâncias alimentares) e 
ectoplasma (claro e hialino); 
• Pseudópode – utilizados para a 
locomoção. 
 
Possuem ausência de mitocôndria, 
aparelho de Golgi, reticulo endoplasmático, 
centríolos e microtúbulos. 
O trofozoíto não-invasivo ou 
virulento apresenta bactérias, grãos de 
amido ou outros detritos em seu citoplasma, 
mas nunca eritrócitos. 
▪ Pré-cisto = forma intermediária entre o 
trofozoíto e o cisto. 
É oval ou ligeiramente arredondado, menor 
que o trofozoíto. O núcleo é semelhante ao 
do trofozoíto. No citoplasma podem ser 
vistos corpos cromatóides, em forma de 
bastonetes, com pontas arredondas. É 
formado a partir do trofozoíto que secreta 
uma membrana cística que se transforma em 
pré-cisto e começa a sofrer nucleotomia 
(divisão nuclear). 
 
▪ Metacisto: forma multinucleada: 
Emerge do cisto no intestino delgado, onde 
sofre divisões, dando origem aos trofozoítos. 
▪ Cisto = forma de resistência: 
• São esféricos ou ovais, medindo 8 a 
20µm de diâmetro; 
• Pode ter até quatro núcleos 
(tetranucleado – cisto maduro) com 
cariossoma central e cromatina regular;
 
 
 
 
• A membrana nuclear é mais escura 
devido ao revestimento da cromatina, 
que é um pouco refringente; 
• Corpos cromatóides – bastão; 
• Parede cística. 
 
 
 
 
 
 
Biologia 
• Habitat: luz do intestino grosso; 
• Forma invasiva: fígado, pulmão, rim, 
cérebro, pele, órgãos vitais, órgãos 
genitais etc. – amebíase extra intestinal; 
• O trofozoíto de E. histolytica, tendo 
como ambiente normal o intestino grosso, 
são essencialmente anaeróbicos; 
• Locomove por meio de pseudópodes 
que também são utilizados na 
fagocitose. 
• Métodos de alimentação: fagocitose 
(em que se interioriza partículas solidas: 
hemácias, bactérias ou restos celulares), 
pinocitose (interiorização de partículas 
liquidas) e transporte por membrana 
(interiorização de moléculas). 
▪ Reprodução: 
• Trofozoíto: divisão binária – reprodução 
assexuada em que um indivíduo forma 
dois. 
• Cisto: multiplicação – em seu interior, um 
cisto pode formar até quatro trofozoítos. 
Ciclo patogênico 
Em algumas situações, o equilíbrio parasito-
hospedeiro pode ser rompido e os 
trofozoítos invadem a submucosa 
intestinal, multiplicando-se ativamente no 
interior das úlceras e podem, através da 
circulação porta, atingir outros órgãos, 
como o fígado e, posteriormente, pulmão, rim, 
cérebro ou pele, causando a amebíase 
extra-intestinal. O trofozoíto presente nestas 
úlceras é denominado forma invasiva ou 
virulenta.
Ciclo biológico
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transmissão 
Ingestão de cistos maduros. 
▪ Direta: 
• Rota fecal – oral (a pessoa elimina cistos 
nas fezes, contamina as mãos e leva as 
mãos direto até a boca); 
▪ Indireta: 
• Mãos de um eliminador de cistos que 
está manipulando alimentos; 
• Adubar ou regar os alimentos com 
adubo e/ou água contaminada com 
fezes de portadores de amebíase; 
• Através de água contaminada; 
• Vetores mecânicos (moscas, formigas, 
baratas). 
Patogenia 
O início da invasão amebiana é 
resultante da ruptura ou quebra do 
equilíbrio parasito-hospedeiro, em favor 
do parasito. São inúmeros os fatores 
ligados ao hospedeiro: localização 
geográfica, raça, sexo, idade, resposta 
imune, estado nutricional, dieta, 
alcoolismo, clima e hábitos sexuais. Dentre 
os fatores diretamente ligados ao meio onde 
as amebas vivem, destaca-se a flora 
bacteriana associada. Determinadas 
bactérias, principalmente anaeróbicas, são 
capazes de potencializar a virulência de 
cepas de E. histolytica. Dentre estas 
bactérias encontram-se várias cepas de 
Escherichia coli, Salmonella, Shiguela, 
Enterobacter e Clostridium. Outros fatores, 
como o colesterol, passagens sucessivas 
em diversos hospedeiros ou reinfecções 
sucessivas, podem aumentar a sua 
virulência. 
Causam efeito letal direto sobre as 
células intestinais, os trofozoítos se aderem 
as células intestinais, onde produz enzimas 
proteolíticas (hialuronidases, protease e 
mucopolissacaridades) que destroem as 
células intestinais, atingindo as camadas 
mais internas, vasos sanguíneos e invadindo 
outros órgãos. 
Ocasionalmente, os trofozoítos 
podem induzir uma resposta inflamatória 
proliferativa com formação de uma massa 
granulosa, chamada “ameboma”. 
Manifestações clínicas 
• Assintomáticos 80 a 90% dos casos 
(forma mais encontrada no Centro-Sul 
do país); 
▪ Sintomática: 
• Amebíase intestinal: disentérica; colites 
não-disentéricas (quadro leve); colite 
amebiana (quadro médio); amebomas 
(processos inflamatório); apendicite 
amebiana (com a invasão do 
apêndice); perfuração, peritonites 
(infecção no peritônio), hemorragias. 
• Amebíase extra-interstinal: 
• Amebiase hepática: aguda não-
supurativa ou abcesso hepático ou 
necrose coliquativa; 
 
• Amebíase cutânea; 
• Outros: pulmonar, cerebral, baço, rim. 
O protozoário possui um período variável 
de incubação que vai de 7 dias até 4 
meses. 
Formas sintomáticas: 
▪ Colites não-disentéricas (causadas 
por E. dispar) - leve: 
• 2-4 evacuações por dia, diarréicas ou 
não; 
• Fezes moles e pastosas, podendo ter 
sangue e muco; 
• Cólicas e desconfortos na porção 
superior do abdome; 
• Alternância com períodos silenciosos 
(sem sintomas). 
 
▪ Formas disentérica – colites amebianas 
(causadas por E. histolytica): 
• Cólicas intensas e diarreias 
mucosanguinolentas; 
• 8-10 evacuações por dia; 
• Prostração e grave desidratação; 
• Perfuração do intestino. 
 
▪ Amebíase extra-intestinal (causadas 
por E. histolytica): 
• Mais comum: abscessos hepáticos; 
• Mais predominante em adultos com 20 a 
60 anos de idade; 
• Dor (no quadrante superior direito do 
abdome), febre e hepatomegalia; 
• Complicações torácicas – 
pleuropulmonar e pericardites; 
• Abecessos pulmonares e cerebrais – 
ruptura do hepático. 
Diagnóstico 
• Diagnóstico clínico; 
• Exames parasitológico de fezes – coleta 
em dias alternados; 
• Exames imunológicos (detecta 
anticorpos); 
• Retossigmoidoscopia; 
• Radiografia; 
• Ultrassonografias; 
• Ressonância magnética; 
• Punção de abscesso hepático. 
Epidemiologia 
• Estimativa de 480 milhões de pessoas 
infectadas – 10% invasoras; 
• Prevalência em regiões tropicais e 
subtropicais; 
• Predomínio de assintomáticos e colite 
não-dissentéricas; 
• Mais frequente em adulto; 
• Variação de incidência de acordo com 
as condições sanitárias e 
socioeconômica da população, 
principalmente com relação às 
condições de habitação, presença de 
esgotos e água tratada; 
• Na Amazônia, a amebíase é mais 
prevalente e manifesta-se com mais 
gravidade (frequente formas disentéricas 
e os abscessos hepáticos); 
• Mais frequente em pessoas que 
trabalham na coleta de lixo e limpeza de 
fossas; 
• É encontrada em animais (cães, porcos 
e macacos, coelhos) – potencial 
zoonótico; 
 
• A principal fonte de contaminaçãoé as 
pessoas assintomáticas; 
• Duração do cisto de até 20 dias no 
ambiente. 
Profilaxia 
• Engenharia e educação sanitária 
(oferecer a população água tratada, 
coleta de lixo, saneamento básico); 
• Exame frequente nos manipuladores de 
alimentos; 
• Lavar e tratar todos os alimentos crus; 
• Tratamento dos infectados; 
• Combate a vetores mecânicos. 
Tratamento 
• Amebiciadas que atuam diretamente 
na luz intestinal: 
Possuem uma ação direta e por contato 
sobre a E. histolytica aderidas à parede ou 
na luz do intestino. Neste grupo estão 
relacionados: Derivados da quinoleína, 
diiodo-hidroziquinoleína, iodocloro-
hidroxiquinoleína e cloridroxiquinoleína; 
antibióticos: paramonicina e eritromicina; 
outros derivados: furoato de diloxamina, 
clorobetamida e clorofenoxamida; 
medicamentos de síntese como Falmonox 
(Teclosan) e Kitnos (Etofamida). 
• Amebicidas tissulares: 
Atuam na parede do intestino e no fígado. 
São compostos de cloridrato de emetina, 
cloridrato de diidroemetina e cloroquina 
(que atua no fígado) 
• Amebicidas que atuam tanto na luz 
intestinal como nos tecidos: 
Antibióticos são utilizados isolados ou 
principalmente em combinações com outros 
amebicidas: tetraciclinas e seus derivados, 
clorotetraciclina e oxitetraciclinas; 
eritromicina; espiramicina e paramonicina; 
derivados de imidazólicos. 
• Assintomático ou colites não-
Disentéricas: 
São indicados os medicamentos de ação 
direta na luz intestinal, como o teclosan e 
etofamida; Flagyl. 
• Amebíase extra-intestinal: 
Principalmente abscesso hepático, o 
medicamento de escolha tem sido o 
metronidazol que pode ser associado a 
emetina ou diidroemetina e antibióticos.

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