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Caso concreto 5 - Constitucional I

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DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019
Título
Caso Concreto 5
Descrição
Discursiva: Conhecida loja do ramo alimentício estabelece norma interna determinando 
que todos os funcionários devem passar pela revista íntima no final do expediente laboral. 
Ronald Andrade, funcionário da loja e estudante de direito, questiona ao seu gerente que 
o referido procedimento viola o Princípio da Dignidade Humana que está protegido no 
art. 1º, III da CF/88. Alfredo Rodrigues, gerente da loja, argumenta que, em nenhuma 
hipótese, os Direitos Fundamentais da Constituição Federal de 1988 se aplicam nas 
relações de emprego, foram criados somente para proteção do indivíduo contra o abuso 
de poder dos órgãos do Estado e não de empresas privadas. Tomando como base a 
teoria geral dos direitos fundamentais, podemos concordar com a fundamentação 
do gerente da loja? Justifique a sua resposta.
kastr
Máquina de escrever
Fica claro que existe uma colisão entre direitos fundamentais. De um lado, há o direito de propriedade do empregador, sendo este o principal fundamento para embasar o seu poder diretivo. De outro lado, há o direito à intimidade e à vida privada do trabalhador, como manifestação da dignidade humana.
No conflito entre direitos fundamentais, deve-se aplicar a técnica do sopesamento, da ponderação, pois nenhum direito constitucional pode derrogar outro.
Assim, temos de um lado o direito de propriedade do empregador e, do outro, o direito à honra e à imagem do trabalhador.
Ressalte-se que o direito de propriedade, como qualquer direito, não é absoluto, encontrando limitações na própria CF, expressadas pela função social da propriedade (art. 5º, XXIII).
Pode-se afirmar que dentre os limites ao exercício do direito de propriedade encontra-se a proteção aos direitos fundamentais do trabalhador, quais sejam, o direito à intimidade e à vida privada.
Assim, na ponderação entre esses valores, há que prevalecer o direito à honra e à imagem do trabalhador, com vistas à valorização da dignidade humana, verdadeiro superprincípio constitucional, em aplicação, inclusive, da eficácia horizontal dos direitos fundamentais nas relações entre os particulares.

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