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1 ESCOLA SUPERIOR DE PLANEJMANETO E GESTÃO – ESPG Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho – 2ª Atribuição A segurança do trabalho na criação de planos de ações contra a proliferação do novo coronavírus nas empresas. Douglas Wallisson Diniz Morais CONSELHEIRO LAFAIETE 2020 2 A segurança do trabalho na criação de planos de ações contra a proliferação do novo coronavírus nas empresas. Monografia apresentada ao Curso Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, como requisito parcial para obtenção para o título de Pós Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho. Área de concentração: Saúde e Segurança Ocupacional CONSELHEIRO LAFAIETE 2020 3 FOLHA DE APROVAÇÃO Douglas Wallisson Diniz Morais A segurança do trabalho na criação de planos de ações contra a proliferação do novo coronavírus nas empresas. Monografia apresentada à banca examinadora do Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Escola Superior de Planejamento e Gestão Rita – ESPG, Conselheiro Lafaiete-MG, 2020. Data de Aprovação___/___/___ 1º examinador (a): ________________________________________________ Prof. __________________________________ 2º examinador (a): ________________________________________________ Prof. ___________________________________ 4 DEDICATÓRIA A minha esposa, Ana Carolina pelo seu amor, carinho, e dedicação para comigo; A minha filha Cecília por ter iluminado a minha vida. A Deus por ser Essencial em minha vida, autor de meu Destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, ao meu pai Osmar e minha mãe Roselaine pelo apoio sempre prestado ao longo de toda minha jornada acadêmica. 5 AGRADECIMENTOS A Deus por estar sempre presente em minha existência, mesmo quando eu erro, nunca se quer deixar de estar ao meu lado! Aos membros da Banca Examinadora, muito obrigado. À ESPG por ter possibilitado a realização deste curso. Aos professores que dedicaram seu tempo para me passar seus ensinamentos e incentivo. A minha esposa - meu amor - Ana Carolina, pela sua paciência, seu amor e todo o seu carinho em me ajudar e a me incentivar em toda essa trajetória. A minha filha, Cecília, inspiração da minha vida, a qual é a razão de eu sempre buscar novos horizontes e evoluir em minha carreira profissional. Você é a razão da minha existência e sem dúvida a minha motivação para ser uma pessoa melhor. Aos meus pais Osmar e Roselaine pela abnegação que sempre tiveram comigo. A todos meus amigos que de alguma forma contribuíram para minha formação. 6 EPÍGRAFE A palavra é metade de quem a fala e metade de quem a ouve. Michel de Montaigne 7 RESUMO O novo coronavírus – COVID-19 – tem abalado a estrutura do mundo nos últimos dias. O sistema de saúde de diversos países tem entrado em colapso, assim como suas economias. Em 20 de março de 2020, por meio do Decreto Legislativo Nº 6, fica reconhecido o estado de calamidade pública no Brasil. Nessa mesma data, foi declarado que a transmissão do novo coronavírus passou a ser considerada comunitária. O isolamento social e a paralização de algumas empresas foram algumas medidas tomadas pelo governo para o achatamento da curva de contaminação. O papel da indústria brasileira é essencial para o enfrentamento da pandemia do Covid-19, sendo algumas dessas, essenciais para manter a saúde e bem estar da população. Com isso, o governo por meio dos Ministérios do Trabalho e Emprego e Ministério da Saúde, publicaram algumas medidas a fim de que parte das indústrias consideradas como atividades essenciais, pudessem retomar os seus processos com o dever de seus setores de Saúde e Segurança Ocupacional, criarem planos de ações para o embate e contenção a contaminação de seus colaboradores. Palavras Chaves: Coronavírus, Segurança do Trabalho, Saúde, Prevenção, Contaminação. 8 ABSTRACT The new coronavirus - COVID-19 - has shaken the structure of the world in recent days. The health system of several countries has collapsed, as well as their economies. On March 20, 2020, through Legislative Decree No. 6, the state of public calamity in Brazil is recognized. On that same date, it was declared that the transmission of the new coronavirus started to be considered community. Social isolation and the shutdown of some companies were some measures taken by the government to flatten the contamination curve. The role of Brazilian industry is essential to face the Covid-19 pandemic, some of which are essential to maintain the health and well-being of the population. With this, the government, through the Ministries of Labor and Employment and the Ministry of Health, published some measures so that part of the industries considered as essential activities, could resume their processes with the duty of their sectors of Occupational Health and Safety, create action plans to fight and contain the contamination of its employees. Keywords: Coronavirus, Occupational Safety, Health, Prevention, Contamination. 9 Sumário 1. INTORDUÇÃO ...................................................................................................................... 13 1.1. Problema ..................................................................................................................... 15 1.2. Justificativa .................................................................................................................. 15 1.3. Objetivo ....................................................................................................................... 15 1.3.1. Objetivo Geral ..................................................................................................... 15 1.3.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 16 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ........................................................................................................ 17 2.1. Pandemia ..................................................................................................................... 17 2.2. Coronavírus (COVID-19) .............................................................................................. 17 2.2.1. Sintomas .............................................................................................................. 19 2.2.2. Transmissão ......................................................................................................... 19 2.2.3. Grupo de Risco .................................................................................................... 20 2.2.4. Medidas de Prevenção: ....................................................................................... 21 2.3. Ministério do trabalho ................................................................................................ 23 2.4. Segurança e Medicina do Trabalho ............................................................................. 24 2.5. Serviço Especializado de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT ................. 26 2.6. Equipamento de Proteção Individual – EPI ................................................................. 27 2.7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO ............................... 28 2.8. Comissão Interna de Prevenção a Acidentes – CIPA ...................................................29 2.9. Prevenção .................................................................................................................... 30 2.10. Higiene e segurança do trabalho ............................................................................ 31 3. METODOLOGIA .................................................................................................................... 33 3.1. Delineamento da Pesquisa .......................................................................................... 33 3.2. Seleção de Materiais ................................................................................................... 34 3.3. Localização .................................................................................................................. 34 4. ANÁLISE E DISCULSÕES ....................................................................................................... 36 4.1. Situação Mundial ......................................................................................................... 36 4.2. Situação do Brasil ........................................................................................................ 37 4.3. A pandemia no ambiente de trabalho ........................................................................ 39 4.4. MEDIDAS DE CARÁTER GERAL NO TRABALHO ............................................................ 40 4.4.1. PRÁTICAS QUANTO ÀS REFEIÇÕES .......................................................................... 42 4.4.2. PRÁTICAS REFERENTES AO SESMT E CIPA ............................................................... 42 4.4.3. PRÁTICAS REFERENTES AO TRANSPORTE DE TRABALHADORES ............................. 43 10 4.4.4. PRÁTICAS REFERENTES ÀS MÁSCARAS .................................................................... 43 4.4.5. SUSPENSÃO DE EXIGÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM SST ........................................ 44 4.4.6. PRÁTICAS REFERENTES AOS TRABALHADORES PERTENCENTES A GRUPO DE RISCO 44 4.4.7. DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................... 45 4.5. Plano de Ação .............................................................................................................. 45 4.5.1. Passo 1. Estabeleça medidas gerais de prevenção no ambiente de trabalho ........ 45 4.5.2. Passo 2. Desenvolva uma política e procedimentos internos para identificação e isolamento de pessoas doentes .............................................................................................. 49 4.5.3. Passo 3. Desenvolva, implemente e comunique proteções e flexibilidades do ambiente de trabalho. ............................................................................................................. 50 4.5.4. Passo 4 – Implemente medidas de controles no ambiente .................................... 50 4.5.6. Passo 5. Definir recomendações de acordo com o risco de exposição ................... 53 4.6. Recomendações ao Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT 53 4.7. Perguntas frequentes sobre gestão de risco de transmissão ..................................... 56 5. Conclusão ............................................................................................................................ 59 6. REFERÊNCIA ......................................................................................................................... 61 11 Lista de Figuras Figura 1: Raio X do coronavírus. Figura 2: Sintomas do coronavírus. Figura 3: Formas de Transmissão do coronavírus. Figura 4: Comportamento do coronavírus na superfície., Figura 5: Comportamento do coronavírus na superfície. Figura 6: Perfil de pacientes com casos graves. Figura 7: Métodos de prevenção e uso do EPI. Figura 8: Modelos de EPI. Figura 9: Mapeamento de casos pelo mundo Figura 10: Evolução do número de mortes no Brasil. Figura 11: Mapeamento de casos no Brasil, por estado. Figura 12: Informativo COVID-19. Figura 13: Medidas de distanciamento. Figura 14: Medidas de desinfecção e contra contaminação. Figura 15: Medidas de distanciamento. 12 Lista de abreviações MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. COVID-19 – Corona Virus Diese 2019. BOVESPA - Bolsa de valores de São Paulo. CIPA – Comissão Interna de Prevenção a Acidentes SESMT – Serviço Especializado de Segurança e em Medicina do Trabalho PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional EPI – Equipamento de Proteção Individual FGTS – Fundo de Garantia de Tempo de Serviço CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas MP – Medida Provisória 13 1. INTORDUÇÃO A sociedade moderna passa por um período único em sua história. Grandes desafios se apresentam, demandando a tomada de decisões céleres para preservação da vida, do emprego e da renda dos cidadãos, de modo que possamos efetivamente enfrentar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo Coronavírus (COVID-19). O impacto da pandemia sobre a atividade produtiva já começa a ser medido em diversas áreas, provocando desemprego, reduzindo faturamento e adiando ou cancelando investimentos, apontam levantamentos de entidades que representam setores da indústria, do comércio e de serviços. A B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) sentiu o impacto e iniciou uma sequência de quedas. Em março, o Ibovespa (principal índice da B3) chegou perto dos 60 mil pontos, sendo que as previsões para 2020 eram de cerca de 140 mil. Desde o início da pandemia de Covid-19, o Ibovespa caiu quase 21%. Exemplos como o do Brasil estão acontecendo em todo o mundo. (ABRIL, 2020) Uns dos fatores que contribuíram para essa queda foram às medidas de prevenção como a do isolamento social e a paralização de empresas de diversos setores, como relatado em uma publicação feita pelo site de noticias, G1: “No momento em que as medidas de restrição à locomoção fazem com que o comercio que se fecha, é lá o primeiro impacto. Vestuário e calçados estão concentrados em lojas de shopping e de rua, todas elas fechadas neste momento”. Algumas empresas, consideradas como serviços/atividades essenciais, foram autorizadas a funcionarem e a abrirem mediante a MP 926/2020 publicada pelo Governo Federal alterando a Lei 13.979/2020, sancionada em fevereiro pelo 14 Presidente da República, Jair Bolsonaro, que trata do enfrentamento ao coronavírus no país. Atividades como a de indústrias alimentícias, mineração, saúde e medicamentos, fabricantes de produtos e insumos hospitalares, lotéricas e bancos, estão entre as empresas autorizadas a funcionarem, desde que sigam à risca as recomendações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério da Saúde. Para isso, as empresas mais do que nunca dependem fielmente dos profissionais de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, e seus órgãos: CIPA, SESMT, entre outros, para elaborarem e fiscalizares as medidas de prevenção a serem praticadas pela empresa. As questões relativas ao trabalho estão compreendidas nos direitos sociais expressos na Constituição Federal (artigo 6º). Vale dizer que o inciso XXII do artigo 7º da Constituição Federal estabelece, entre outros direitos dos trabalhadores rurais e urbanos, "a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança". Segundo as disposições previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, mais precisamente nos artigos 154 e seguintes, o empregador deverá sempre zelar pela saúde e segurança do empregado, através de prevenções tangenciadas pela medicina e segurança do trabalho, a qual se baseia em nos quais são estabelecidas condições de segurança e salubridade, além de outras condições tendentesa assegurar o conforto do trabalhador. Deve o empregador, segundo a portaria Nº 54, de 1º de abril de 2020 publicado no diário oficial da união: “disponibilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs) (luvas, máscaras, álcool gel etc.) necessário para a ocasião, sob pena de ensejar rescisão indireta pelo empregado prejudicado”. Nesse contexto, orienta-se que trabalhadores e empregadores observem as normas definidas pela equipe de segurança e saúde ocupacional, como forma de prevenir/diminuir o contágio da COVID-19 e manter os empregos e a 15 atividade econômica, certos de que superaremos as dificuldades que se apresentam. 1.1. Problema Em meio à pandemia do COVID-19, em várias cidades, estados e até países pelo mundo, empresas tiveram que baixar suas portas para evitar aglomerações e assim, frear a contaminação pelo novo Coronavírus. Com a paralização, essas empresas enfrentarão grandes dificuldades financeiras para honrar seus compromissos. Algumas delas com atividades essenciais para a sobrevivência da população continuaram suas operações, com a orientação de que tomem as medidas necessárias para o combate e prevenção do contágio por COVID-19 de seus colaboradores. Assim sendo, quais medidas os profissionais da área de saúde e segurança do trabalho devem tomar para orientar e evitar a proliferação e o contágio do novo vírus em seu ambiente organizacional? 1.2. Justificativa A chegada do COVID-19 tem gerado debates por vários profissionais, políticos e especialistas pelo mundo. Divergências sobre a forma de combate, medidas de prevenção e seu potencial poder de proliferação tem tomado as manchetes de todos os jornais pelas regiões. Assim as organizações, onde suas atividades ainda continuam em operações e que inevitavelmente, pessoas fazem parte do processo, deverão pesquisar e desenvolver as melhores medidas de prevenção e controle contra o contágio do novo Coronavírus para a proteção dos seus colaboradores. 1.3. Objetivo 1.3.1. Objetivo Geral Desenvolver um estudo qualitativo, com informações advindas de entidades governamentais, internacionais e organizações reconhecidas mundialmente, com embasamento científico a fim de melhor conhecermos os sintomas, os 16 riscos e as medidas de prevenções mais indicadas pelos especialistas, com o intuito de realizar um programa de prevenção sustentado por relatos médicos e pesquisadores que atuam na frente de combate da pandemia. 1.3.2. Objetivos específicos • Realizar uma revisão bibliográfica e científica sobre os conceitos relativos a nova pandemia do COVID-19. • Apresentar as medidas e orientações legais aplicáveis ao combate e a prevenção a proliferação do novo Coronavírus nas empresas. • Orientar gestores de empresas para gestão de riscos associados à transmissão pela COVID -19 • Orientar sobre medidas de proteção no ambiente de trabalho e atuação em diferentes categorias de risco. • Orientar sobre medidas de proteção junto a trabalhadores terceirizados e prestadores de serviços • Informar sobre os impactos da COVID-19 nos negócios das empresas 17 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1. Pandemia O termo pandemia refere-se a uma situação em que a ocorrência de uma determinada doença infecciosa não ocorre apenas em uma determinada localidade, espalhando-se por diversos países e em mais de um continente, com transmissão sustentada entre pessoas. A transmissão sustentada é caracterizada pela transmissão da doença por um indivíduo infectado que não esteve nos países com registro da doença a outro indivíduo que também não esteve em tais países. “O principal fator é o geográfico, quando todas as pessoas no mundo correm risco.” (RITCHMANN, BBC). Fonte: BBC 2.2. Coronavírus (COVID-19) Segundo a definição do Ministério da saúde, Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do Coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de Coronavírus (COVID-19). Os primeiros Coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como Coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa. A maioria das pessoas se infecta com os Coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os Coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha Coronavírus 229E e NL63 e beta Coronavírus OC43, HKU1. [...] “Os Coronavírus humanos comuns causam infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Os sintomas podem envolver coriza, tosse, dor de garganta e febre. Esses vírus algumas vezes podem causar infecção das https://www.biologianet.com/doencas/infeccao.htm 18 vias respiratórias inferiores, como pneumonia. Esse quadro é mais comum em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido ou em idosos”. (Ministério da saúde, 2020). Figura 1: Raio X do coronavírus. Fonte: g1 19 2.2.1. Sintomas Figura 2: Sintomas do coronavírus. Fonte: G1.com 2.2.2. Transmissão Figura 3: Formas de Transmissão do coronavírus. Fonte: G1.com 20 Figura 4: Comportamento do coronavírus na superfície. Fonte: G1.com Figura 5: Comportamento do coronavírus na superfície. Fonte: G1.com 2.2.3. Grupo de Risco Pessoas acima de 60 anos se enquadram no grupo de risco, mesmo que não tenham nenhum problema de saúde associado. Além disso, pessoas de qualquer idade que tenham comorbidades, como cardiopatia, diabetes, pneumopatia, doença neurológica ou renal, imunodepressão, obesidade, asma e puérperas, entre outras, 21 também precisam redobrar os cuidados nas medidas de prevenção ao coronavírus. (Ministério da Saúde) Figura 6: Perfil de pacientes com casos graves. Fonte: G1.com 2.2.4. Medidas de Prevenção: No nosso dia a dia podemos tomar algumas precauções quanto a prevenção do COVID-19: 22 Figura 7: Métodos de prevenção e uso do EPI. Fonte: G1.com 23 Figura 8: Modelos de EPI. Fonte: G1.com 2.3. Ministério do trabalho O Ministério do Trabalho e Emprego, órgão responsável pela fiscalização do trabalho, é composto por: a) Conselho Nacional de Imigração; b) Conselho Curador do FGTS; c) Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador; d) Conselho Nacional de Economia Solidária; e) Conselho Nacional do Trabalho; f) Secretaria de Políticas Públicas de Emprego; g) Secretaria de Relações do Trabalho; h) Secretaria de Inspeção do Trabalho; i) Secretaria Nacional de Economia Solidária. A fiscalização do trabalho faz parte, portanto, do âmbito de atuação do Ministério do Trabalho e Emprego. Maria Helena Diniz, citada por Francisco Ferreira Jorge Neto e Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante (2008, p. 1071), salienta que a fiscalização do trabalho é: [...] “Conjunto de normas emitidas pelo Ministério do Trabalho com o escopo de garantir não só a aplicação dos preceitos legais e regulamentares e das convenções internacionais, devidamente ratificadas pelo Brasil, alusivas à duração e às condições de trabalho, mas também, a proteção dos trabalhadores no exercício da atividade profissional. Por outro lado, Pinto Martins (2011, p. 38) assevera que: 24 [...] “Em sentido amplo, a palavra fiscalizar corresponde a examinar, inspecionar, sindicar, censurar. Em sentido estrito, ou seja, para o Direito do Trabalho, tem o sentido de verificar a observância da norma legal e orientação em sua aplicação”. Os direitos trabalhistas, fiscalizados pelo MTE, são garantidos pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) é uma unificação de regras do direito do trabalho feitapelo presidente Getúlio Vargas durante a ditadura do Estado Novo, por meio do Decreto-Lei 5.452, assinado em 1º de maio de 1943. 2.4. Segurança e Medicina do Trabalho Segurança do trabalho é entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. (CARDELLA, 2014) Para Carvalho (2004, p. 313): [...] “A segurança do trabalho como instrumento de prevenção de acidentes na empresa, deve ser considerado ao mesmo tempo, como um dos fatores decisivos do aumento da produção”. Para AEP (2005): [...] “A segurança do trabalho compreende conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, seja pela eliminação de condições inseguras do ambiente, seja pela 25 instrução ou pelo convencimento das pessoas para a implementação de práticas preventivas. A segurança do trabalho pode então ser entendida como o conjunto de medidas adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais, bem como para proteger a integridade e a capacidade de trabalho. Tem como finalidade principal evitar que possíveis acidentes, venham atingir de alguma forma e lesionar os trabalhadores. A falta de eficácia no sistema de segurança causa problemas de relacionamento humano, produtividade, qualidade dos produtos e/ou serviços prestados e aumento dos custos. Destaca Cruz (1998) que o gerenciamento da segurança e saúde no trabalho pode tomar o mesmo caminho do gerenciamento da qualidade do produto e/ou serviço a ser prestado levando naquele a consideração riscos e perigos a que está exposto o trabalhador nas obras. E, um comportamento seguro no trabalho deve ser resultado do acesso aos meios e medidas de prevenção e conhecimento adequados destes. O Capítulo V da CLT trata de normas de Segurança e Medicina do Trabalho, determinando formas de proteção à saúde do trabalhador indicando medidas preventivas de acidentes e doenças ocupacionais. As Normas Regulamentadoras aprovadas pela portaria nº. 3.214 de 8 de junho de 1978, é uma legislação complementar que representa um conjunto de vinte e nove normas que rege todas as ações no campo da Higiene e Medicina do Trabalho. De acordo com a Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1977: Art 157 - Cabe às empresas: I - Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. 26 Art 158 - Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. O conjunto de normas de segurança e medicina do trabalho é bastante claro quanto à obrigação das empresas na adoção de medidas preventivas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais no ambiente organizacional, e quanto aos empregados, cabe o dever de cumprimento das instruções expedidas pelo empregador, constituindo ato faltoso, a recusa injustificada. 2.5. Serviço Especializado de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT O Serviço Especializado de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) surgiu, no Brasil, em 1967 com o objetivo de garantir que os profissionais tenham ambientes de trabalho mais seguros, além de atuar para prevenir as doenças ocupacionais. O SESMT é um setor que faz parte do organograma interno das empresas, sendo que o mesmo está submetido às ordens da empresa contratante, bem como à constante fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pois a sua estrutura, os seus profissionais e as suas respectivas finalidades estão submetidos à legislação de segurança do trabalho. “Assim, não é possível ter um SESMT constituído e estrutura do fora das normas estabelecidas pelo MTE.”, de acordo com Marco Antonio de Sousa Souza. “Cabe assim ao SESMT”, com o apoio do empregador e através da ampla conscientização dos empregados, a implementação de uma política de segurança do trabalho que propicie aos trabalhadores o direito ao exercício de suas funções de forma segura e digna, evitando a exposição dos mesmos a 27 “condições prejudiciais a sua integridade física, moral e psicológica” (Moraes, 2002). A composição dos profissionais especializados na área de segurança e medicina do trabalho dá-se da seguinte forma: técnico em segurança no trabalho, engenheiro de segurança no trabalho, médico do trabalho, enfermeiro e auxiliar de enfermagem do trabalho. 2.6. Equipamento de Proteção Individual – EPI Segundo a NR-6: “O Equipamento de Proteção Individual – EPI, é todo produto individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos inerentes a sua saúde ocupacional” (MANUAIS..., 2002, p. 80). É de fornecimento obrigatório e gratuito pela empresa, cabendo ao empregador, adquirir o tipo adequado de acordo com a atividade da empresa, em perfeito estado de conservação, tornar obrigatório seu uso e treinar o trabalhador quanto ao uso correto, cabendo a este , utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizando pela guarda e conservação, cumprindo as determinações do empregador quanto ao seu uso adequado (MANUAIS..., 2002, p. 80 e 81). [...] “São considerados entre outros equipamentos de proteção individual: protetores auriculares (tipo concha ou plug), luvas, máscaras, calçados, capacetes, óculos, vestimentas etc.;” (MANUAIS..., 2002). O EPI deve ser usado por indivíduos que trabalham em ambientes que apresentam riscos que podem danificar sua integridade física, com a finalidade de proteger todos os colaboradores de graves acidentes de trabalho. Segundo Araújo (2007), a sexta Norma Regulamentadora estabelece que as definições de EPI sejam a forma de proteção, requisitos de comercialização e a responsabilidade tanto da parte do empregador como do empregado, do fabricante, do importador e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O EPI tem apenas a função de proteger o indivíduo de riscos e de ameaças a sua saúde e só é considerado EPI quando tiver o Certificado de Aprovação (CA), 28 que deverá ser aprovado pelo MTE, com a finalidade de proteger os empregados de lesões e de acidentes mais complexos. 2.7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO De acordo com a NR-7 , o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas das empresas no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o previsto nas demais Normas Regulamentares de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, são medidas obrigatórias descritas numplano que objetiva a promoção e preservação da saúde dos trabalhadores em suas funções, devendo considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, tendo caráter preventivo. Deve ser planejado e implantado com base nos riscos existentes. O PCMSO deverá considerar todos os fatores determinantes da qualidade de vida do empregado, têm caráter preventivo, procurando constatar doenças profissionais ou danos potencialmente irreversíveis à saúde dos trabalhadores (MANUAIS..., 2002, p.88). Ainda Segundo a NR-7, o PCMSO inclui obrigatoriamente os exames (MANUAIS..., 2002, p.90): a) Admissional: consiste na realização de exames clínicos e avaliação laboratorial, devendo ser realizado antes da data de assinatura do Contrato de Trabalho. b) Periódico: Deverão ser realizados obedecendo aos seguintes critérios: I. Bianual, para os empregados com idade entre 18 e 45 anos; II. Anual, para empregados menores de 18 anos e maiores de 45 anos; 29 III. Semestral ou a critério do médico para os empregados que percebem adicional de insalubridade ou ainda para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas. c) Retorno ao Trabalho: todo funcionário deve obrigatoriamente submeter-se a esse exame no primeiro dia que volta à atividade laboral se esteve ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente de natureza ocupacional ou não, ou parto. d) Mudança de Função: o funcionário que mudar de função, desde que implique exposição a risco diferente do que estava exposto anteriormente à mudança, deverá obrigatoriamente que fazer esse exame, antes mesmo da data do início das novas atividades. e) Demissional: Esse deve ser feito antes do desligamento definitivo do funcionário, objetivando registrar as condições de saúde no momento do desligamento da empresa. É de natureza obrigatória. 2.8. Comissão Interna de Prevenção a Acidentes – CIPA Segundo Campos (1999) a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a torna compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPA nasceu em 10 de novembro em 1944 durante o governo Vargas, mas coube a ela dar os seus passos para a implementação no Brasil, foi através das empresas de energia elétrica que prestavam serviços no Brasil que já existia CIPA e adotando esse modelo nasceu a mesma no Brasil. Através do Decreto- lei n° 7.036A CIPA foi regulamentado no Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas, pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5) – Comissão Interna de prevenção de Acidentes de Trabalho, a qual define o dimensionamento da CIPA, foi aprovada em 1978 pela Portaria 3.214 de 8 de junho (BRASIL, 1978). Que a mesma deve ser seguida corretamente dentro da empresa para ter bons resultados quanto a diminuição dos acidentes. 30 Conforme a NR-5, existem três tipos de comissões internas de prevenção de acidentes de trabalho, de acordo com a área de atuação, sendo: • CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes • CIPATR - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural • CIPAMIN - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração Seus objetivos é um só, o de evitar acidentes e promover a saúde e segurança dos trabalhadores, porém há algumas diferenças, pois, suas ações são voltadas para a área de atuação e necessidade específica de cada organização. 2.9. Prevenção O termo 'prevenir' tem o significado de "preparar; chegar antes de; dispor de maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize" (Ferreira, 1986). A prevenção em saúde "exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença" (Leavell & Clarck, 1976: 17). As ações preventivas definem-se como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. A base do discurso preventivo é o conhecimento epidemiológico moderno; seu objetivo é o controle da transmissão de doenças infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. Os projetos de prevenção e de educação em saúde estruturam-se mediante a divulgação. Toda instituição deve prevenir os acidentes no ambiente de trabalho. A conscientização e a formação dos trabalhadores no local de trabalho são a melhor forma de prevenir acidentes. A isso devemos acrescentar a aplicação das medidas de segurança coletivas e individuais inerentes à atividade desenvolvida. A palavra-chave é PREVENIR, quer na perspectiva do trabalhador quer na do empregador. [...] “A responsabilidade pela vida e saúde do trabalhador e da população recai sobre o Estado e as organizações, cabendo aos trabalhadores colaborar 31 para o sucesso da implementação das ações estabelecidas”. (ARAUJO, 2004, p.20). Especificamente em relação às exigências de Segurança e Saúde no Trabalho, destaca-se que as medidas de adotadas não signifiquem qualquer supressão ou autorização para o descumprimento das Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho, sendo imperativo que trabalhadores e empregadores mantenham foco na prevenção evitando a ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. 2.10. Higiene e segurança do trabalho a Higiene do Trabalho corresponde a normas e procedimentos que tem a função de transformar o ambiente de trabalho mais saudável e seguro, minimizando os riscos de acidentes relacionados às atividades exercidas dentro da empresa, com a finalidade de proteger a saúde física e mental dos colaboradores. As condições de trabalho é algo que gera comportamentos no empregado levando riscos a sua vida quando for mal administrado, portanto a Higiene do Trabalho deve buscar eliminar as causas e efeitos que geram doenças aos empregados (CARVALHO; NASCIMENTO, 1992). Carvalho ainda continua a definir a Higiene do Trabalho: [...] “A Higiene do Trabalho é um conjunto de medidas preventivas quanto à integridade física e mental do trabalhador, relacionada com o diagnóstico e com a prevenção de doenças ocupacionais a partir do estudo de duas variáveis: o homem e seu ambiente de trabalho” (CARVALHO, 2004, p. 296). Conforme Marras (2000), esta é a área responsável pela segurança dos trabalhadores e pela Higiene e Medicina do Trabalho, procurando prevenir os empregados de acidentes dentro das empresas e quando for necessário realizar estudos e ações constantes que ajudam a corrigir aspectos que representam riscos à saúde física e mental de todos os empregados. A 32 prevenção de acidentes tem como objetivo estar conscientizando o trabalhador a proteger não só a sua vida, mas também a de seus companheiros de trabalho através de aspectos inseguros. Toledo em sua publicação ressalta que a Higiene e Segurança no trabalho, atua de forma positiva para os dois lados: Tanto para o empregado quanto para o empregador: [...] “Os objetivos da Higiene e Segurança do Trabalho são de estar buscando meios de prevenção de riscos ao indivíduo e aos bens que a empresa possui. Com relação aos bens da empresa deve-se fazer proteção contra acidentes, fogo, roubo e avarias, devendo ser estudadas desde o momento dos procedimentos das instalações até mesmo evitando que danifique os bens da empresa. Já em relação às pessoas a proteção é contra acidentes e as condições de higiene para que os empregados trabalhem em um ambiente saudável e seguro.” (TOLEDO, 1992). 33 3. METODOLOGIA 3.1. Delineamento da Pesquisa Para elaborar o trabalho, inicialmente, foram analisados os melhores meios para se pesquisar e apresentar as informações levantadas. Em seguida,partiu-se para uma análise teórica do material disponível para consulta relacionado ao assunto trabalhado, verificando dessa maneira, os aspectos mais relevantes e os mais recentes diretamente ligados ao tema, ou seja, foi levantada toda a situação da pandemia e o que ela tem influenciado nas empresas, mundialmente e internamente no Brasil. Com base nessas premissas, a metodologia escolhida foi de realizar uma revisão bibliográfica, ou seja, uma pesquisa exploratória e qualitativa. A pesquisa qualitativa é definida como um tipo de investigação voltada para os aspectos qualitativos de uma determinada questão. Considera a parte subjetiva do problema. Já a pesquisa exploratória tem como objetivo o aperfeiçoamento de ideias ou a descoberta de intuições, proporcionando maior familiaridade com o problema, com a finalidade de torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. O método qualitativo, segundo Richardson (2009), diferencia-se do quantitativo, à medida que não utiliza um instrumento estatístico como base do processo de análise de um problema. Sendo assim, não há medição e numeração em unidades ou categorias homogêneas. O autor ainda descreve que o método quantitativo é a quantificação da coleta de informações, mas também pode ser feito pelo meio de técnicas estatísticas, sendo desde percentuais, coeficiente de correlação, entre outros, ele garante precisão nos resultados evitando assim que haja distorções de análise de interpretação. Por motivos de prevenção, consequência do isolamento social e home office, o estudo de caso não pode ser realizado optando então, conforme acima, pela pesquisa qualitativa, evitando o deslocamento e o envolvimento de mais 34 pessoas, podendo colocar em risco a integridade física dos autores e demais participantes. 3.2. Seleção de Materiais Segundo os autores Rover (2006) e Sanches (2014) para que os dados tenham pertinência no estudo faz-se necessária a utilização de palavras chave para a seleção dos materiais. Assim, para este estudo, foram selecionados artigos e livros que falassem (de maneira mais aprofundada e ampla) sobre a “Engenharia De Segurança do Trabalho”, buscando ressaltar o papel principal do profissional e seus conhecimentos na área da Saúde Ocupacional, sobre o combate e prevenção do coronavírus. Os artigos selecionados foram coletados no Google acadêmicos, tendo todos fundamentos científicos pelas as instituições as quais apresentadas, conforme aparecem devidamente citados durante a construção do trabalho, apresentados e devidamente referenciados. Além disso, foram utilizados alguns livros a fim de responder o problema proposto. Dessa maneira, pode ser mantido o porte científico dos dados coletados na presente pesquisa. Os autores ainda revelam que para facilitar e dar uma direção ao estudo os dados devem ser classificados e agrupados em categorias entre si, realizando uma análise final que permita a interpretação eficiente deles, de maneira que seja realizada uma articulação simples e complexas entre as teorias encontradas. 3.3. Localização A pesquisa exploratória teve como localização, primeiramente, de um panorama mundial, buscando entender a pandemia como um todo e as medidas que estão sendo tomadas para o combate e prevenção por diversos países e pelas organizações internacionais. Posteriormente, O macroambiente 35 foi reduzido para o Brasil, onde foram analisados dados internos do ministério da saúde e do ministério do trabalho e emprego sobre a situação atual do país. Sendo eles os impactos na estrutura do sistema de saúde e os impactos gerados na economia. 36 4. ANÁLISE E DISCULSÕES 4.1. Situação Mundial O novo coronavírus causou pelo menos 186.462 mortes em todo o mundo desde que apareceu em dezembro, de acordo com um balanço realizado pela AFP (Agence France-Presse) com base em fontes oficiais, até quinta-feira (23/04/2020) às 16h00. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), desde o início da pandemia, mais de 2.675.050 casos de contágio foram registrados em 193 países ou territórios. O número de casos positivos diagnosticados, no entanto, reflete apenas uma parte do número total de infecções devido às diferentes políticas dos países para diagnosticar os casos. Alguns o fazem apenas com as pessoas que precisam de hospitalização ou casos graves. Os países que registraram mais mortes foram o Reino Unido, com 616 novas mortes, os Estados Unidos (595) e a França (516). O número de mortos nos Estados Unidos, que registrou sua primeira morte ligada ao vírus no início de fevereiro, é de 47.178. O país registrou 856.209 contágios. As autoridades consideram que 77.963 pessoas foram curadas. Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 25.549 mortes e 189.973 casos; Espanha com 22.157 mortes e 213.024 casos: França com 21.856 mortes e 158.183 casos e Reino Unido com 18.738 mortes e 138.078 casos. A China continental (sem contar Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, tem um total de 82.798 pessoas infectadas, das quais 4.632 morreram e 77.207 foram completamente curadas. Nas últimas 24 horas, 10 novos casos e 0 óbitos foram registrados. A Guiné Equatorial anunciou as primeiras mortes ligadas ao novo coronavírus. 37 Nesta quinta-feira, a Europa totalizava, desde o começo da epidemia, 115.990 mortes (1.293.822 casos), Estados Unidos e Canadá 49.377 (897.961), Ásia 7.511 (183.577), América Latina e Caribe 6.202 (123.517), Oriente Médio 6.005 (141.367), África 1.279 (26.856) e Oceania 98 (7.950). Figura 9: Mapeamento de casos pelo mundo. Fonte: BBC 4.2. Situação do Brasil O Ministério da Saúde registra 49.492 casos de coronavírus no Brasil e 3.313 mortes até as 14h desta quarta-feira (22), segundo informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Até agora, do total de casos confirmados, 26.573 pessoas são consideradas recuperadas, correspondendo 38 a 54% dos casos diagnosticados e outras 19.606 permanecem em acompanhamento. Nas últimas 24 horas, foram registrados 3.735 novos casos e 407 novos óbitos. "A gente teve um aumento nos óbitos acima do que vinha acontecendo anteriormente. Ainda não é possível dizer se isso representa um esforço em fechar os diagnósticos ou se representa uma tendência de aumento. Como falei ontem, a gente avalia todo o dia o que está acontecendo, até hoje à tarde e, a partir dos dados novos, definimos as novas ações", explicou o ministro da Saúde, Nelson Teich. Atualmente, 1.269 óbitos aguardam investigação laboratorial. Com a chegada de mais testes de diagnóstico aos estados e melhoria de fluxo dos laboratórios, essa espera pelo resultado tem sido reduzida. Para se ter uma ideia, dos 407 óbitos confirmados hoje por COVID-19, 112 ocorreram nos últimos três dias e os demais (295) antes desse período. Figura 10: Evolução do número de mortes no Brasil. Fonte: G1.com 39 Figura 11: Mapeamento de casos no Brasil, por estado. Fonte: G1.com “Dos 49.492 casos diagnosticados, 26.573 pessoas são consideradas recuperadas e outras 19.606 estão em acompanhamento. Informações foram atualizadas até as 14h desta quinta-feira (23).” (Ministério da saúde) 4.3. A pandemia no ambiente de trabalho O Ofício Circular nº 1088/2020 da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (Ofício 1088) foi publicado para orientar empregadores e empregados e recomendar medidas relativas à segurança e medicina do trabalho que devem ser observadas para prevenir e diminuir o contágio da COVID-19, bem como atenuar os impactos financeiros na atividade 40 econômica das empresas. Dentre as medidas sugeridas pela Secretaria da Previdência e Trabalho, o ofíciodestaca medidas de higiene pessoal e do ambiente do trabalho; medidas aplicáveis para empregados nos serviços de alimentação e em transporte de passageiros; regras sobre utilização de máscaras; priorização de trabalho remoto ou estritamente interno para empregados do grupo de risco; bem como medidas relacionadas à CIPA, SESMT e segurança e saúde do trabalho. As medidas previstas no Ofício 1088, especificamente em relação às exigências de Segurança e Saúde no Trabalho, destaca que “as medidas adotadas não significam qualquer supressão ou autorização para o descumprimento das Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho, sendo imperativo que trabalhadores e empregadores mantenham foco na prevenção evitando a ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais”. (Enit.gov, 2020) Considerando que a MP 927 estabelece que os casos de contaminação pela Covid-19 não serão considerados ocupacionais, exceto se houver comprovação do nexo causal (artigo 29), recomenda-se que as empresas sigam de maneira firme as diretrizes do Ofício 1088 aplicáveis à sua atividade, independentemente do caráter meramente recomendatório do ofício. A seguir estão listadas as medidas sugeridas pelo Ofício 1088: 4.4. MEDIDAS DE CARÁTER GERAL NO TRABALHO 1. Criar e divulgar protocolos para identificação e encaminhamento de trabalhadores com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus antes de ingressar no ambiente de trabalho. O protocolo deve incluir o acompanhamento da sintomatologia dos trabalhadores no acesso e durante as atividades nas dependências das empresas; 41 2. Orientar todos trabalhadores sobre prevenção de contágio pelo coronavírus (COVID-19) e a forma correta de higienização das mãos e demais medidas de prevenção; 3. Instituir mecanismo e procedimentos para que os trabalhadores possam reportar aos empregadores se estiverem doentes ou experimentando sintomas; 4. Adotar procedimentos contínuos de higienização das mãos, com utilização de água e sabão em intervalos regulares. Caso não seja possível a lavagem das mãos, utilizar imediatamente sanitizante adequado para as mãos, como álcool 70%; 5. Evitar tocar a boca, o nariz e o rosto com as mãos; 6. Manter distância segura entre os trabalhadores, considerando as orientações do Ministério da Saúde e as características do ambiente de trabalho; 7. Emitir comunicações sobre evitar contatos muito próximos, como abraços, beijos e apertos de mão; 8. Adotar medidas para diminuir a intensidade e a duração do contato pessoal entre trabalhadores e entre esses e o público externo; 9. Priorizar agendamentos de horários para evitar a aglomeração e para distribuir o fluxo de pessoas; 10. Priorizar medidas para distribuir a força de trabalho ao longo do dia, evitando concentrá-la em um turno só; 11. Limpar e desinfetar os locais de trabalho e áreas comuns no intervalo entre turnos ou sempre que houver a designação de um trabalhador para ocupar o posto de trabalho de outro; 12. Reforçar a limpeza de sanitários e vestiários; 13. Adotar procedimentos para, na medida do possível, evitar tocar superfícies com alta frequência de contato, como botões de elevador, maçanetas, corrimãos etc.; 14. Reforçar a limpeza de pontos de grande contato como corrimões, banheiros, maçanetas, terminais de pagamento, elevadores, mesas, cadeiras etc.; 42 15. Privilegiar a ventilação natural nos locais de trabalho. No caso de aparelho de ar condicionado, evite recirculação de ar e verifique a adequação de suas manutenções preventivas e corretivas; 16. Promover teletrabalho ou trabalho remoto. Evitar deslocamentos de viagens e reuniões presenciais, utilizando recurso de áudio e/ou videoconferência; 4.4.1. PRÁTICAS QUANTO ÀS REFEIÇÕES 17. Os trabalhadores que preparam e servem as refeições devem utilizar máscara cirúrgica e luvas, com rigorosa higiene das mãos; 18. Proibir o compartilhamento de copos, pratos e talheres não higienizados, bem como qualquer outro utensílio de cozinha; 19. Limpar e desinfetar as superfícies das mesas após cada utilização; 20. Promover nos refeitórios maior espaçamento entre as pessoas na fila, orientando para que sejam evitadas conversas; 21. Espaçar as cadeiras para aumentar as distâncias interpessoais. Considerar aumentar o número de turnos em que as refeições são servidas, de modo a diminuir o número de pessoas no refeitório a cada momento; 4.4.2. PRÁTICAS REFERENTES AO SESMT E CIPA 22. As comissões internas de prevenção de acidentes - CIPA existentes poderão ser mantidas até o fim do período de estado de calamidade pública, podendo ser suspensos os processos eleitorais em curso; 23. Realizar as reuniões da CIPA por meio de videoconferência; 24. SESMT e CIPA, quando existentes, devem instituir e divulgar a todos os trabalhadores um plano de ação com políticas e procedimentos de orientação aos trabalhadores; 25. Os trabalhadores de atendimento de saúde do SESMT, como enfermeiros, auxiliares e médicos, devem receber Equipamentos de Proteção Individual - EPI de acordo com os riscos, em conformidade com as orientações do Ministério da Saúde; 43 4.4.3. PRÁTICAS REFERENTES AO TRANSPORTE DE TRABALHADORES 26. Manter a ventilação natural dentro dos veículos através da abertura das janelas. Quando for necessária a utilização do sistema de ar condicionado, deve-se evitar a recirculação do ar; 27. Desinfetar regularmente os assentos e demais superfícies do interior do veículo que são mais frequentemente tocadas pelos trabalhadores; 28. Os motoristas devem observar: 29. a) a higienização do seu posto de trabalho, inclusive volantes e maçanetas do veículo; 30. b) a utilização de álcool gel ou água e sabão para higienizar as mãos. 4.4.4. PRÁTICAS REFERENTES ÀS MÁSCARAS 29. A máscara de proteção respiratória só deve ser utilizada quando indicado seu uso. O uso indiscriminado de máscara, quando não indicado tecnicamente, pode causar a escassez do material e criar uma falsa sensação de segurança, que pode levar a negligenciar outras medidas de prevenção como a prática de higiene das mãos; 30. O uso incorreto da máscara pode prejudicar sua eficácia na redução de risco de transmissão. Sua forma de uso, manipulação e armazenamento devem seguir as recomendações do fabricante. Os trabalhadores devem ser orientados sobre o uso correto da máscara; 31. A máscara nunca deve ser compartilhada entre trabalhadores; 32. Pode-se considerar o uso de respiradores ou máscaras PFF2 ou N95, quando indicado seu uso, além do prazo de validade designado pelo fabricante ou sua reutilização para atendimento emergencial aos casos suspeitos ou confirmados da COVID-19, conforme NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 04/2020; 33. As empresas devem fornecer máscaras cirúrgicas à disposição de seus trabalhadores, caso haja necessidade; 44 4.4.5. SUSPENSÃO DE EXIGÊNCIAS ADMINISTRATIVAS EM SST 34. Fica suspensa a obrigatoriedade de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e complementares, exceto dos exames demissionais durante o período de calamidade, conforme Medida Provisória Nº 927, de 22 de março de 2020, devendo ser realizados até o prazo de sessenta dias, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública; 35. O exame médico demissional poderá ser dispensado caso o exame médico ocupacional mais recente tenha sido realizado há menos de 180 dias; 36. Na hipótese de o médico coordenador de programa de controle médico de saúde ocupacional considerar que a prorrogação representa risco para a saúde do empregado, o médico indicará ao empregador a necessidade de sua realização; 37. Durante o estado de calamidade pública, fica suspensa a obrigatoriedade de realização de treinamentos periódicos e eventuais dos atuais empregados, previstos em normas regulamentadorasde segurança e saúde no trabalho; 38. Os treinamentos periódicos e eventuais serão realizados no prazo de noventa dias, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública; 39. Durante o estado de calamidade pública, todos os treinamentos previstos nas Normas Regulamentadoras (NR), de segurança e saúde do trabalho, incluindo os admissionais, poderão ser realizados na modalidade de ensino a distância e caberá ao empregador observar os conteúdos práticos, de modo a garantir que as atividades sejam executadas com segurança; 4.4.6. PRÁTICAS REFERENTES AOS TRABALHADORES PERTENCENTES A GRUPO DE RISCO 40. Os trabalhadores pertencentes a um grupo de risco (com mais de 60 anos ou com comorbidades de risco, de acordo com o Ministério da Saúde) devem ser objeto de atenção especial, priorizando sua permanência na própria residência em teletrabalho ou trabalho remoto; 45 41. Caso seja indispensável a presença na empresa de trabalhadores pertencentes a um grupo de risco, deve ser priorizado trabalho interno, sem contato com clientes, em local reservado, arejado e higienizado ao fim de cada turno de trabalho; 4.4.7. DISPOSIÇÕES GERAIS 42. As Normas Regulamentadoras de segurança e saúde do trabalho apresentam uma série de medidas de prevenção aos trabalhadores e podem ser consultadas no sítio eletrônico enit.trabalho.gov.br/; 43. A Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia disponibiliza ao cidadão o serviço de informações pela Central de Atendimento Alô Trabalho, com ligação gratuita pelo telefone 158. O horário de atendimento da Central é das 7 às 19 horas, de segunda-feira a sexta-feira, exceto nos feriados nacionais. Fonte: Subsecretaria do Trabalho É importante que todos os empregadores criem planos de contingenciamento para lidar com pandemias como a da COVID-19. Com base nos princípios da razoabilidade e da precaução o empregador define suas regras para a contenção dos riscos e análise das situações que ocorrerem na prática. Esses planos orientam empresas e trabalhadores a identificarem riscos e determinarem a conduta adequada em cada situação. 4.5. Plano de Ação Passo a passo para preparar seu ambiente de trabalho para lidar com a pandemia da COVID-19 (SESI) 4.5.1. Passo 1. Estabeleça medidas gerais de prevenção no ambiente de trabalho • Comunique enfaticamente medidas de prevenção de infecção pela COVID-19: 46 Figura 12: Informativo COVID-19. Fonte: Vale a) Lave as mãos com água e sabão, por pelo menos 20 segundos, ou use álcool em gel com frequência b) Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir c) Evite aglomerações d) Mantenha ambientes bem ventilados e) Não compartilhe objetos pessoais • Prepare o ambiente para estimular a higiene frequente das mãos dos trabalhadores, clientes e visitantes, prioritariamente mediante lavagem com água e sabão; • Desestimule o uso de adornos (anéis, relógios, pulseiras) nas mãos e braços dentro e fora do trabalho. • Desestimule o compartilhamento de objetos que são tocados por mão e boca: celular, computador, copo, bebedouro etc. 47 Figura 13: Medidas de distanciamento. Fonte: WEG (SESI) • Estimule a higienização frequente de objetos que precisam ser compartilhados no trabalho como ferramentas e equipamentos; • Reforce a limpeza de locais que ficam mais expostos ao toque das mãos, tipo maçanetas de portas, braços de cadeiras, telefones e bancadas. Lembrando que o vírus pode permanecer dias nas superfícies dos objetos. • Estimule medidas de etiqueta respiratória como cobrir tosses e espirros com os cotovelos. Figura 14: Medidas de desinfecção e contra contaminação. Fonte WEG (SESI) 48 • Defina se é possível estabelecer políticas e práticas de flexibilização do local e do horário de trabalho, por exemplo: a) Flexibilização de turnos (reduzir uso de transporte coletivo nos horários de pico). b) Criação de novos turnos (reduzir contato social na empresa). c) Home office em dias alternados por equipes (reduzir contato social na empresa) d) Home office integral por período determinado • Defina se é possível estabelecer políticas e práticas no trabalho com menor aproximação e contato humano, por exemplo: a) Redução de reuniões presenciais e viagens de trabalho b) Estímulo de reuniões virtuais mesmo no ambiente da empresa c) Restrição de acesso ao público externo. d) Diferentes turnos de refeição • Aumente o rigor na higienização do local de trabalho, com desinfecção de superfícies de equipamentos e mobiliário. • Defina se é possível para sua empresa fornecer serviço de vacinação contra gripe, para reduzir casos de adoecimentos com mesmos sintomas da Covid19. 49 Figura 15: Medidas de distanciamento. Fonte: Vale 4.5.2. Passo 2. Desenvolva uma política e procedimentos internos para identificação e isolamento de pessoas doentes • Crie um fluxo para rápida identificação e isolamento dos casos suspeitos de Covid-19. • Estimule que trabalhadores informem prontamente sua condição de saúde e se auto monitorem nesse sentido. • Crie procedimentos ágeis para que trabalhadores informem quando estão doentes ou com sintomas da Covid-19. • Quando apropriado, empresas devem criar procedimentos para isolamento imediato de casos suspeitos e treinar seus trabalhadores para implementar esses procedimentos. • Quando possível, prover máscaras cirúrgicas descartáveis e orientações de como usá-las e descarta-las apenas para os casos suspeitos. A medida visa criar uma barreira de contato com as secreções respiratórias. • Restrinja o número de pessoas com acesso a áreas de isolamento, quando houver; 50 • Proteja os trabalhadores que precisam ter contato prolongado com suspeitos com medidas adicionais de engenharia, administrativas, de segurança e de equipamentos de proteção individual. • Classificar trabalhadores por perfil de risco (baixo, médio, alto, muito alto) para endereçar medidas apropriadas de proteção em cada caso. 4.5.3. Passo 3. Desenvolva, implemente e comunique proteções e flexibilidades do ambiente de trabalho. • Verifique se a política de licença médica da empresa é flexível o suficiente para atender as recomendações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do estado onde está a sua empresa. • Converse com seus fornecedores sobre as medidas para proteger trabalhadores terceirizados de acordo com a política da sua empresa. • Disponibilize, se possível, meios alternativos digitais para entrega de documentações relativas a condições de saúde (atestado, laudos), postergando a apresentação e entrega do documento físico original. • Avalie a possibilidade de políticas flexíveis para trabalhadores que têm dependentes classificados no grupo de risco. • Estabeleça mecanismos eficientes e constantes de comunicação. Trabalhadores informados fazem melhores escolhas e são menos propensos a absenteísmo. • Para empresas que ofertam planos de saúde, assegure que as operadoras de saúde estão fornecendo informações necessárias para acesso a serviços de teste e tratamento dos trabalhadores e familiares. 4.5.4. Passo 4 – Implemente medidas de controles no ambiente Profissionais de saúde e segurança do trabalho usam diretrizes denominadas Hierarquia de Medidas de Controle para selecionar formas de prevenir ou reduzir riscos no ambiente de trabalho. A melhor maneira de fazer isso é remover sistematicamente a exposição das pessoas ao risco de contaminação pelo coronavírus. São os casos das quarentenas para casos suspeitos e confirmados e para pessoas que tiveram contato com casos confirmados. 51 Durante a pandemia, quando isso não for possível, as medidas de proteção mais efetivas seguem a seguinte hierarquia: 1º - Medidas de controle de engenharia de segurança2º - Medidas de controle administrativas 3º - Práticas de segurança no trabalho. 4º - Equipamentos de proteção individual. Na maioria dos casos será necessária uma combinação dessas medidas. Medidas de Engenharia Esse tipo de medida não depende do comportamento dos trabalhadores e de modo geral são mais custo-efetivas. São exemplos de medidas de engenharia para prevenção de riscos relacionados à Covid-19: • Instalação de filtros de ar condicionado que contribuem para desinfetar o ambiente. • Aumento da ventilação no ambiente. • Instalação de barreiras físicas (cortinas de plástico, janelas de drive- through) que protegem contra respingos com secreções respiratórias de outras pessoas. • Ventilação especializada por pressão negativa em ambientes de assistência médica, por exemplo. Medidas de controle administrativo Esse tipo de medida requer envolvimento do trabalhador e da empresa. São mudanças nas políticas e procedimentos visando reduzir a exposição ao risco. Os exemplos listados são sugestões que devem ser avaliadas de acordo com as peculiaridades de cada empresa: • Encorajar trabalhadores doentes a ficar em casa; 52 • Reduzir contato entre trabalhadores e entre esses e clientes. • Substituir situações de contato presencial por virtual (teletrabalho, mesmo quando no ambiente de trabalho). • Estabelecer dias de trabalho alternados ou novos turnos para reduzir o número de pessoas presentes no ambiente laboral ao mesmo tempo e aumentar a distância física entre eles. • Reduzir deslocamentos e viagens não essenciais durante a pandemia. • Desenvolver planos emergenciais de comunicação como fóruns informativos, treinamentos online e comunicação virtual sobre a Covid- 19 e formas de prevenção. • Treinamento online para profissionais que precisam usar EPI. • Ponderar o adiamento de procedimentos de saúde ocupacional não urgentes, para priorizar o atendimento às questões relacionadas à pandemia. Práticas de trabalho seguro Essas práticas incluem procedimentos para reduzir o tempo, frequência e intensidade de exposição ao risco, como: • Disponibilizar acesso a material para higiene pessoal e dos equipamentos de trabalho: álcool em gel, lavabos, equipamentos pessoais sem necessidade de compartilhamento. • Fixar em vários locais do ambiente laboral lembretes sobre as medidas de higiene e etiqueta respiratória. • Criar protocolos de higienização sistemática. • Uso de máscaras por pessoas com sintomatologia da doença ou casos confirmados, com substituição conforme manual do fabricante, visando criar uma barreira contra os respingos respiratórios. Equipamentos de Proteção Individual – EPI O uso correto de EPI previne exposição ao risco. São exemplos: luvas, gorros, máscaras, proteção ocular. Nesses casos é preciso prezar pela manutenção, 53 higienização a cada uso ou descarte, uso correto desses. A frequência de troca de EPIs deve, preferencialmente, seguir as orientações do fabricante. Em caso de desabastecimento, deve seguir as recomendações da ANVISA. 4.5.6. Passo 5. Definir recomendações de acordo com o risco de exposição Para definir medidas de proteção, cada empresa deve considerar condições de saúde individual, exposição a riscos e urgência na execução do trabalho. 1. Condições individuais: a) Idade: acima de 60 anos. b) Condições de saúde: diabetes, hipertensão, problemas respiratórios, doenças cardiovasculares, pacientes imunossuprimidos. c) Gravidez e puérperas até 45 dias. 2. Exposição a riscos a) Apresentação de sintomas b) Contato próximo e/ou prolongado com casos suspeitos e confirmados c) Frequência em locais de grande densidade populacional: escolas, universidades, transporte público, hospitais, shopping, aeroportos. d) Trabalho com visitações a clientes e viagens frequentes. e) Viagens internacionais Urgência do trabalho. f) Trabalhos essenciais de saúde e segurança pública que não podem ser interrompidos. g) Trabalhos considerados prioritários pelas empresas e que não devem ser interrompidos ou adiados 4.6. Recomendações ao Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT No dia 22 de março de 2020, o Presidente da República adotou com força de lei a Medida Provisória número 927/20, que dispõe sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública. Algumas 54 exigências relacionadas a segurança e saúde no trabalho foram suspensas, bem como houve restrição no escopo dos Auditores Fiscais do Trabalho. Importante acrescentar que a restrição na fiscalização do trabalho em momento algum significa flexibilização da Saúde e Segurança nas empresas. Em estado de calamidade pública, é essencial que os Programas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho sejam mantidos na sua plenitude. Trecho da MP927/2020 que trata sobre a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho e do regime especial de fiscalização: Art. 15. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, fica suspensa a obrigatoriedade de realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e complementares, exceto dos exames demissionais. § 1º Os exames a que se refere caput serão realizados no prazo de sessenta dias, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública. § 2º Na hipótese de o médico coordenador de programa de controle médico e saúde ocupacional considerar que a prorrogação representa risco para a saúde do empregado, o médico indicará ao empregador a necessidade de sua realização. § 3º O exame demissional poderá ser dispensado caso o exame médico ocupacional mais recente tenha sido realizado há menos de cento e oitenta dias. Art. 16. Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, fica suspensa a obrigatoriedade de realização de treinamentos periódicos e eventuais dos atuais empregados, previstos em normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. § 1º Os treinamentos de que trata o caput serão realizados no prazo de noventa dias, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública. § 2º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, os treinamentos de que trata o caput poderão ser realizados na modalidade de ensino a distância e caberá ao empregador observar os conteúdos práticos, de modo a garantir que as atividades sejam executadas com segurança. Art. 17. As comissões internas de prevenção de acidentes poderão ser mantidas até o encerramento do estado de calamidade pública e os processos eleitorais em curso poderão ser suspensos. 55 Art. 31. Durante o período de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor desta Medida Provisória, os Auditores Fiscais do Trabalho do Ministério da Economia atuarão de maneira orientadora, exceto quanto às seguintes irregularidades: I - Falta de registro de empregado, a partir de denúncias; II - Situações de grave e iminente risco, somente para as irregularidades imediatamente relacionadas à configuração da situação; III - Ocorrência de acidente de trabalho fatal apurado por meio de procedimento fiscal de análise de acidente, somente para as irregularidades imediatamente relacionadas às causas do acidente; e IV - Trabalho em condições análogas às de escravo ou trabalho infantil. Segundo o Conselho Federal de Medicina e a Associação Nacional dos Médicos do Trabalho está permitido ao médico do trabalho estabelecer o fluxo de atendimento remoto para tele orientação, tele monitoramento e interconsulta. Isso tende a facilitar o suporte aos trabalhadores e às empresas, contribuindo para evitar que milhões de pessoas busquem atendimento do serviço público de saúde, nos casos leves de Covid-19. Cabe a cada empresa definir como serão implementadas as medidas de controlee prevenção no enfrentamento da COVID-19. Em geral, a equipe do SESMT é designada a coordenar os Planos de Ação de enfrentamento da COVID-19. Para empresas desobrigadas de manter o SESMT, fica a cargo do empregador a definição de um responsável ou até mesmo a contratação de empresa prestadora de serviço que possa atuar no enfrentamento da pandemia na sua empresa. Além da implementação de medidas de controle e preventivas, é muito importante que se estabeleça um canal de comunicação entre a empresa e os trabalhadores. Essa comunicação pode ser centralizada no SESMT ou em um profissional designado pelo empregador, que tenha autoridade para tomada de decisão em emergências. Para uma fácil comunicação com os trabalhadores, pode-se utilizar os aplicativos de rede social (whatsapp, telegrama, dentre outros), intranet, newsletter ou qualquer outro meio que permita a troca de informações de forma rápida e efetiva. 56 Para os médicos do trabalho, sugere-se que a homologação de atestado elimine o comparecimento físico do trabalhador. A mesma pode ser realizada pelo envio do atestado médico, relatório do médico assistente, receita médica e exames complementares, quando houver. As empresas também podem se valer do canal de comunicação estabelecido com os trabalhadores para envio e homologação dos atestados. Sugere-se a postergação dos exames de broncoscopia e espirometria, além dos demais exames eletivos, os quais podem ser realizados em outro momento fora do período de calamidade pública. 4.7. Perguntas frequentes sobre gestão de risco de transmissão 1) O que fazer quando aparece um caso confirmado da COVID-19 na empresa? a) A pessoa com diagnóstico confirmado de COVID-19 na empresa, quando assintomático deve: i. Ser imediatamente isolada, ii. Receber máscara e instruções de uso. iii. Ser encaminhada para quarentena domiciliar. iv. Receber orientação sobre quando e como entrar contato com o sistema de saúde, v. Receber orientação sobre medidas a serem adotadas durante o isolamento domiciliar para prevenção da contaminação a outras pessoas. vi. Receber orientação sobre medidas a serem tomadas caso precise se deslocar para o posto de saúde. vii. Ser monitorada de 2 em 2 dias para acompanhar a evolução da doença e a situação das pessoas que moram com ele. b) A pessoa com diagnóstico confirmado de COVID-19 na empresa, quando apresentar sintomas, deve: i. Ser imediatamente isolada, ii. Receber máscara e instruções de uso. 57 iii. Ser encaminhada para o posto de saúde mais próximo. iv. Caso o Sistema de saúde o encaminhe para quarentena domiciliar, deve receber todas as orientações destinadas para os casos assintomáticos c) Todas as pessoas que tiveram contato prolongado (acima de 15 minutos) e próximo (menos de 2 metros) com a pessoa com COVID-19 confirmado devem: i. Ser colocados em quarentena de 14 dias. ii. Receber orientações sobre medidas de desinfecção e isolamento domiciliar. d) O local de trabalho da pessoa com caso confirmado e das que tiveram contato próximo e prolongado deve ser interditado para desinfecção. i. É preciso limpar todas as superfícies e equipamentos utilizados pelas pessoas isoladas, pois o vírus pode permanecer durante dias em algumas superfícies. ii. Para a desinfecção de superfícies, pode-se utilizar preparações à base de etanol (entre 62-71%), 0,5% de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) ou 0,1% de hipoclorito de sódio (equivalente a uma colher de sopa de água sanitária/L de água). Outros agentes biocidas, como cloreto de benzalcônio a 0, 05-0,2% ou digluconato de clorexidina a 0,02%, são menos eficazes. e) Outros ambientes utilizados pelos trabalhadores afastados (caso confirmado e pessoas próximas) devem ser desinfetados: banheiro, copa etc. 2) Qual a orientação quanto ao uso de transporte coletivo, pois normalmente em horário de pico o transporte público é muito cheio, como fica nestes casos? quais as orientações para os empresários? O transporte coletivo, por constar na lista de atividades essenciais, continua em funcionamento e é o meio de transporte de muitos desses trabalhadores que não podem parar. As empresas podem optar por algumas das medidas administrativas citadas acima, como por exemplo: estabelecer dias de trabalho 58 alternados ou novos turnos fora do horário de pico dos transportes coletivos; incentivar o uso de máscaras caseiras nesses ambientes de aglomeração conforme recomendado pelo Ministério da Saúde e reforçar as medidas de higiene e etiqueta respiratória. 3) No caso do transporte público e da empresa, qual a classificação do risco para os motoristas e os próprios trabalhadores? Existem recomendações e algum protocolo? O motorista poderia ser classificado como risco médio por se tratar de atendimento ao público externo e local de alta densidade populacional. Medidas de engenharia podem ser adotadas de modo a isolar a cabine do motorista a exemplo do que foi feito em supermercados e por motoristas de taxi em países como EUA e Inglaterra, que também possuem cabine isoladoras, além das medidas administrativas já citadas neste guia 4) Quais as ações, caso o colaborador não queira aferir a temperatura, nem fazer o teste? De acordo com a Lei 13.979 de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, em seu artigo 3º é descrito que para enfrentamento da situação, uma das medidas adotadas pode ser a realização compulsória de exames médicos. A recusa em ser aferido por parte de um trabalhador pode ser tratada de maneira particular pela empresa, porém, sempre levando em consideração os demais trabalhadores para que não sejam expostos a risco de adoecimento. 59 5. Conclusão O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como os profissionais das áreas de Engenharia e Segurança do Trabalho podem contribuir para que suas organizações possam manter suas atividades, desenvolvendo todo um sistema de combate e prevenção ao novo coronavírus. Além disso, também permitiu uma pesquisa de campo para obter dados consistentes sobre a situação da pandemia e as maneiras mais eficazes de prevenção e cuidados contra sua proliferação. Através de artigos desenvolvidos por especialistas, agencias governamentais e internacionais, tivemos a oportunidade de analisar melhor, as formas de transmissão e de contágio do novo coronavírus, bem como sua proliferação e tempo de vida em superfícies. Com esses dados, as medidas de prevenção a serem tomadas tendem a ser mais assertivas por serem embasadas em estudos e pesquisas cientificas. Nas análises, vimos também que de um modo geral, a pandemia tem afetado diretamente a economia dos países e chamado a atenção para alguns especialistas. Os métodos de prevenção inicialmente utilizados, como a do isolamento social, fizeram empresas quebrarem em muitas regiões. A pandemia abre precedentes de uma crise não só na área da saúde com hospitais cheios e milhares de mortes, mas também economicamente preocupante. Os estudos então, ainda que meramente qualitativos, mostram ótimas medidas para que as organizações criem um programa de prevenção, sustentado em estudos e teorias, para que possam retomar os seus processos, gerar empregos e movimentar a economia dos países afetados sem precisarem pôr em risco a integridade física de seus colaboradores. De acordo com as pesquisas apresentas, o trabalho logo conclui que os profissionais de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional mesmo que com uma árdua tarefa, têm a capacidade de fazer com que suas empresas operem sem que isso aumente ainda mais a proliferação do vírus na sociedade. Cabe ao SESMT e a CIPA orientar bem seus funcionares com as
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