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Engenharia de Segurança do Trabalho Higiene do Trabalho RADIAÇÃO E O AMBIENTE DO TRABALHO Professor: Vitor Hugo C. Konarzewski Eng Industrial químico -MSc RADIAÇÕES Objetivos • Radiação ionizante, não-ionizante, infravermelha, ultravioleta e Radiofrequência; • conceitos gerais e ocorrência, classificação. • Critérios de avaliação • Medidas de controle. Fenômeno da radiação: Se um átomo tiver seu núcleo muito energético, ele tenderá a estabilizar-se, emitindo o excesso de energia na forma de partículas e ondas. • São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. • A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. RADIAÇÕES • Efeitos biológicos destas radiações nos seres humanos são diversos. Danos na pele, queda de cabelos em pacientes irradiados e efeitos nos descendentes após a irradiação do tecido germinativo de plantas e animais. • Os benefícios advindos do uso das radiações ionizantes são incontáveis, sendo as principais a cura de tumores através da terapia, e a detecção precoce de doenças através do diagnóstico. RADIAÇÕES 1895: Descoberta acidental do raio X – Wilhelm Conrad RÖNGTEN – físico Alemão que recebeu em 1901 o Prêmio Nobel de Física por sua descoberta. Radiografia da mão da esposa de Röntgen, Anna Bertha Ludwig. HISTÓRICO 1896 - Antoine Henri BECQUEREL A descoberta de Röntgen levou Becquerel a realizar testes deixando ao sol amostras de um minério de urânio em contato com um filme fotográfico envolvido por um invólucro preto para ver se elas impressionavam o filme e, assim, emitiam raios X. Em função da chuva em Paris ele guardou as amostras em uma gaveta escura com alguns filmes virgens protegidos com um papel preto. Novamente, um fato acidental aliado à perspicácia resultou em uma descoberta excepcional. Becquerel descobriu que essa radiação que o urânio emitia também ionizava gases, transformando-os em condutores. HISTÓRICO 1898 - Pierre Curie (1859-1906) e Marie Curie (1867 - 1934). Denominação da propriedade de o urânio emitir raios de radioatividade. Em 1902, isolaram átomos de dois elementos químicos radioativos que não eram conhecidos na época.: O Rádio, pois ele era 2 milhões de vezes mais radioativo que o urânio; o segundo, eles chamaram de polônio, em homenagem à Polônia, terra natal de Madame Curie. Quase todos elementos com Z maior que 82, são radioativos. 1925 – apenas 88 elementos Podem ser classificadas em dois grupos: • Radiações ionizantes – Os operadores de raios-X e radioterapia estão frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas. RADIAÇÕES Radiações ionizantes Radiações ionizantes por definição, são todas aquelas com energia superior a 12,4 eV e que são capazes de ionizar átomos; As fontes naturais, representam cerca de 70% da exposição, sendo o restante, devido à fontes artificiais RADIAÇÃO SOLAR • COMPOSIÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR QUE ATINGE O SOLO: • 5% UV (95% UVA e 5% UVB) • 40% RADIAÇÃO VISÍVEL • 55% RAD. INFRAVERMELHA RADIAÇÕES • Fontes Artificiais Radiações • Radiações não ionizantes – São radiações não ionizantes: radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos , ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda; raios laser, microondas, raios solares. • Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, tumores, etc. IONIZANTE NÃO-IONIZANTE Possui energia para arrancar elétrons de um átomo produzindo pares de íons Não possui energia para arrancar elétrons Alta frequência e grande potencial energético Baixa frequência e pouca energia acumulada É capaz de quebrar moléculas e ligações químicas Não é capaz de quebrar moléculas e ligações químicas Formação de radicais livres pela radiólise da água Agita moléculas e aumenta a temperatura Ex; Raio X, gama, UV, infravermelho, laser, micro- ondas, luz visível RADIAÇÕES Infravermelho • Solda Elétrica a Arco; • Fabricação e Transformação do Vidro; • Operação de Fornos Metalúrgicos e Siderúrgico; • Forja e Operações com Metais Quentes; • Secagem e Cozimento de Tintas, Vernizes e Cobertura Protetora. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES Infravermelho • Térmico (queimaduras na pele) • Produção de Catarata (Exposições Crônicas) • Lesões na Retina. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES Radiação Ultravioleta • UVA - 320 – 400 nm (10 a 20% dos efeitos danosos da radiação solar) • UVB - 290 – 320 nm (queimaduras, foto- envelhecimento e câncer de pele) • UVC - 100 – 290 nm(totalmente absorvida pela camada de ozônio). • http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=21 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=21 Radiação UltravioletaOCORRÊNCIAS: • Controle de Qualidade (Luz Negra); • Solda Elétrica, Maçaricos; • Iluminação de Painéis; • Fosforescentes(Discotecas); • Gravação Fotográfica; • Sensibilização de Chapas (Gráfica); RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES Radiação UltravioletaEFEITOS: • Câncer de pele • Queimaduras • Danos na retina RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES RADIAÇÕES LASERAplicações: • Informática • Comunicações • Cirurgias óticas • Corte de tecidos e metais • Aplicações estéticas RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES CLASSIFICAÇÃO DO LASER Classe I. São lasers que não emitem radiação em níveis considerados perigosos. Classe 1A. São lasers com limite superior de energia de 4 mW e não devem ser olhados diretamente. Classe II. Constituem lasers visíveis de baixa energia, com limite superior de 1 mW RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES CLASSIFICAÇÃO DO LASER Classe III É formada por lasers de energia intermediária e são perigosos se olhados de frente. Os apontadores a laser se encaixam nessa classificação. Classe IV . É composta por lasers de alta energia( os contínuos de 500 mW e os pulsados de 10J/cm2. Se constituem em risco para a visão,diretamente ou refletidos. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES • RADIAÇÃO IONIZANTE: São emissões de energia em diversos níveis, ultravioleta, raio-X, raio gama e partículas alfa e beta, capazes de contato com elétrons de um átomo, provocando a ionização dos mesmos. Radiação ionizante Radiação ionizante • Partícula α: não consegue penetrar nem 0,1 mm na pele, no entanto, sua inalação ou ingestão podem ser muito danosas. Blindagem típica : folha de papel • Radiação β: seus efeitos são superficiais. Blindagem típica : acrílico • Radiação γ e X: seus efeitos ocorrem de maneira mais distribuída devido ao seu grande poder de penetração. Blindagem típica : chumbo • Neutrons: têm alto poder de penetração. Blindagem típica : parafina FONTE DE RADIAÇÕES • Aparelhos elétricos: utilizam eletricidade como fonte de energia para acelerar partículas e gerar radiação ionizante e, só emitem radiação, no momento em que são energizados.(Tubos de raio X e Aceleradores de Partículas) • Aparelhos não-elétricos: Emitem radiação continuamente. (Irradiadores com radioisótopos largamente utilizados na indústria e na ciência, p.ex., preservar alimentos, retardar o amadurecimento de frutas, controle de insetos através da esterilização de machos, produção de energia nuclear. Em medicina nuclear, radioterapia e radiodiagnóstico. Em radioterapia, a bomba de Co 60,é um radioisótopo de ampla aplicação, assim como fontes de radiação γ para braquiterapia e os aplicadores oftalmológicos e dermatológicos com emissores β são os mais utilizados. Radiações Ionizantes • Danos causados em seres humanos estudados nos sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki; • Mutações somáticas amplamente comprovadas; • Não foi observado aumento significativo de mutações germinativas; Meia vida dos principais isótopos utilizados em pesquisas Urânio238: 5.000.000.000 anos; Carbono14: 5.730 anos; Césio137: 30 anos( músculos) Iodo 125: 60 dias Tório232: 14.500.000.000 anos (fígado) Polônio209: 103 anos. (Ossos) Cromo 51: 27,8 dias CONCEITOS • Atividade: Número de desintegrações radioativas de um radionuclídeo por unidade de tempo. Quanto maior a atividade, mais radiação emitida. • Unidades: • Becquerel (Bq): 1 Bq = 1 desintegração por segundo; • Curie (Ci): 1 Curie = 3,7 x 10 10 desintegrações por segundo • 1 Ci = 37 GBq • nCi = 37 Bq CONCEITOS • Dose absorvida (D) ou dose física: Quantidade de energia depositada em uma unidade de massa de tecido humano ou outro meio. D = Eab / dmassa • Unidades antigas • O röntgen ou roentgen (R) é uma unidade de exposição a radiações ionizantes. Aplicado apenas para raio X e gama no ar até 3 MeV. Foi substituído pelo gray. 1 Gy equiv. 100R • 1 Gray (Gy) = 1 J de radiação por 1 Kg de matéria CONCEITOS • Dose equivalente (H):A dose equivalente (H) é uma medida da dose de radiação num tecido. Tem maior significado biológico que a dose absorvida, pois permite relacionar os vários efeitos biológicos de vários tipos de radiação. Unidade é Sievert (Sv). Homenagem ao médico sueco Rolf Maximilian Sievert (1896-1966) que estudou os efeitos biológicos da radiação. • rem Röntgen Equivalent Man) (rem) é uma unidade de dose de radiação . Substituido pelo Sievert. • Unidades: 1 Sv = 100 rem • Sievert (Sv) 1 Sv recebido em curto tempo - limite de dose para o desenvolvimento dos sintomas de doenças da radiação. Quadro - resumo Grandeza Unidade antiga ou especial Unidade SI Equivalência Atividade (A) Ci (curie) Bq (bequerel) 1 Ci = 37 G Bq Exposição (X) R (roentgen) Gy (gray) 1 Gy ≈ 100 R Dose de radiação rem (roentgen equivalente man) Sv (sievert) 1 Sv = 100 rem Dose absorvida (D) rad (Radiation Absorbed Dose) Gy (gray) 1 Gy = 100 rad Dose equivalente (H) Sv (sievert) RADIAÇÕES • Meia Vida FÍSICA: é o tempo que metade dos átomos de uma fonte radioativa leva para desintegrar-se. • Meia Vida BIOLÓGICA: é o tempo necessário para que metade da quantidade inicial do nuclídeo no órgão seja removida. • Meia vida EFETIVA: T ½ efetiva = (T ½ bio) (T ½ fís) (T ½ bio + T ½ fís) RADIAÇÕES • Aplicação da Radiatividade • Densidade • Medição de espessura – Couro sintético • Radiografia/gamagrafia • Nível de produtos • Conservação de alimento • Esterilização de materiais RADIAÇÕES Nível de produto Gamagrafia RADIAÇÕES • Irradiador de gamagrafia RADIAÇÕES Conservação de alimentos Radiografia/gamagrafia RADIAÇÕES Esterilização de materiais cirúrgicos RADIAÇÕES Aplicações medicina RADIAÇÕES Geração de energia ANGRA DOS REIS Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/usina-nuclear-angra1.htm RADIAÇÕES Geração de energia RADIAÇÕES RADIAÇÕES RADIAÇÕES EFEITOS BIOLÓGICOS Quanto ao tempo de manifestação: Efeitos agudos • Exposições a doses elevadas • Manifesta-se no máximo em dois meses Efeitos tardios: • Doses pequenas de radiação • Manifestam-se após anos ou dezenas de anos; Irradiação versus Contaminação • Irradiação é originada por algum tipo de procedimento com raios X (em radiodiagnóstico) ou com feixes de elétrons ou raios γ em radioterapia. O paciente não se torna "radioativo" e não "contamina" outras pessoas ou o meio ambiente. Irradiações severas podem acontecer no caso de explosões de usinas nucleares ou bombas atômicas. Nestas situações, o meio ambiente fica altamente radioativo, mas não as pessoas. Irradiação versus Contaminação • Contaminação é o fato de estar em contato com fontes não seladas. Caso de pacientes que fazem uso de procedimentos de Medicina Nuclear onde os radiofármacos são injetados no paciente ficando o mesmo "radioativo". Dependendo da dose a que foi submetido, poderá ter que ser isolado a fim de não contaminar outras pessoas ou o meio ambiente. Nesta situação, a fonte radioativa incorporou-se ao corpo do paciente que continua emitindo radiação. Os seres humanos podem ainda contaminar-se em acidentes como foi o caso de Goiânia em 1987. Neste acidente o Cs 137 foi ingerido e passado sobre a pele de pessoas que ficaram contaminadas. Interação da radiação com as células • Transferência de energia, provoca ionização e excitação dos átomos e moléculas modificando (ao menos temporária) na estrutura das moléculas. (O dano DNA). • Os efeitos físico-químicos acontecem de forma entre 10-13 e 10-10 segundos. • Os efeitos biológicos acontecem em intervalos de tempo que vão de minutos a anos. Resposta natural do organismo não sendo necessariamente doença. Ex : redução de leucócitos. • Os efeitos orgânicos são as doenças. Representam a incapacidade de recuperação do organismo devido à freqüência ou quantidade dos efeitos biológicos. Ex : catarata, câncer, leucemia. Quanto ao tipo de célula Efeitos somáticos: • Alterações provocadas pela interação com o organismo do indivíduo; • Manifesta-se no próprio indivíduo irradiado Efeitos Genéticos: • Alteração decorrente de interação da radiação ionizante com células reprodutivas; • Manifesta-se nos descendentes Quanto a dose Efeitos estocásticos • Ocorrem com doses pequenas de radiação • Não apresentam um limiar de dose para sua ocorrência • Probabilidade de ocorrência aumenta com o aumento da dose. • Gravidade do efeito é independente da dose; • Por menor que seja a dose, está sempre associada uma possibilidade diferente de zero para ocorrência deste tipo de efeito; • Causam a transformação celular. Alteração aleatória no DNA de uma célula que continua a reproduzir-se. • Ocorrem com doses elevadas de radiação • Apresentam um limiar de dose para sua ocorrência • Gravidade do efeito aumenta com o aumento da dose. Dose - Efeitos determinísticos (não estocásticos): Lesões produzidas pela radioatividade Lesões produzidas pela radioatividade – alterações genéticas; – vários tipos de câncer; – alterações da espermatogênese; e – alteração das células do sangue produzindo hemorragias acentuadas em vários pontos do organismo. Alguns dos efeitos sobre o organismo são: Radiodermite Propriedades dos Sistemas Biológicos • Reversibilidade é o mecanismo responsável pelo reparo das células. Mesmo danos mais profundos são capazes de ser reparados ou compensados. • Transmissividade é o efeito hereditário em células reprodutivas danificadas. Pessoas que receberam a mesma dose podem não apresentar o mesmo dano. O efeito biológico é influenciado pela idade, sexo e estado físico. Frequência e Tipos de Exposições • Exposição única : radiografia convencional • Exposição fracionada : radioterapia (a exposição total para a destruição da neoplasia é fracionada em 10 ou mais sessões) • Exposição periódica : originada da rotina de trabalho com materiais radioativos • Exposição de corpo inteiro : irradiadores de alimentos, acidentes nucleares • Exposição parcial : acidentes, manipular radionuclídeos (exposição das mãos) • Exposição colimada : radioterapia (o feixe é colimado à região do tumor) • Feixe Intenso : - esterilização e conservação de alimentos • -radioterapia (3000 cGy; aproximadamente 2Gy/aplicação) • Feixe Médio : radiodiagnóstico (alguns mGy/incidência) • Feixe Fraco : radioatividade natural (1 mGy/ano) Efeitos Biológicos das Radiações Ionizantes • Efeitos hereditários. Não apresentam limiar de dose. O dano pode ser causado por uma dose mínima de radiação. O aumento da dose aumenta a probabilidade e não a severidade do dano. • A severidade é dada pelo tipo e localização do tumor ou anomalia resultante. O organismo apresenta mecanismos de defesa muito eficientes. A maioria das transformações neoplásicas não evolui para câncer. Quando o mecanismo falha o câncer aparece. Leucemia ~ 5-7 anos e os tumores sólidos ~ 20 anos. • Os efeitos são cumulativos: quanto maior a dose, maior a probabilidade de ocorrência. Quando o dano ocorre em célula germinativa, efeitos hereditários podem ocorrer. • Determinísticos causama morte celular. A probabilidade de ocorrência e a severidade do dano estão diretamente relacionadas com o aumento da dose. As alterações são somáticas. Quando a destruição celular não pode ser compensada, efeitos clínicos podem aparecer, tais como: leucopenia, náuseas, anemia, catarata, esterilidade, hemorragia, etc... Efeitos da Exposição Pré-Natal • São dependes do período de gestação. – Entre 0-3 semanas = falha de fixação do embrião e sua morte. – De 3 semanas em diante, pode apresentar má formação no órgão que estiver se desenvolvendo na época da exposição. – Aumento na probabilidade de ocorrência de câncer no recém-nascido e redução do QI - Estudos advindos dos acidentes nucleares de Hiroshima e Nagasaki monstraram que se a exposição ocorrer entre 8-15 semanas há uma redução de 30 pontos de QI/Sv. Entre 16-25 semanas, a redução é menor que 30 pontos de QI/Sv. Pode ainda ocorrer retardo mental severo. – Exposição durante qualquer período da gravidez, tem uma chance de 1/50.000 de causar câncer infantil. Classificação das Exposições • Exposição Médica : de pessoa como parte de um tratamento ou diagnóstico, de indivíduos ajudando a conter ou amparar um paciente ou de voluntários participantes de pesquisa científica. Não há limite de dose, esta é determinada pela necessidade médica, no entanto recomenda-se o uso de níveis de referência. • Exposição Ocupacional : é aquela ocorrida no ambiente de trabalho. • Exposição do Público : são todas as outras. Sistema de Proteção Radiológica • Justificação : o benefício tem que compensar o dano • Otimização: o número de pessoas expostas, as doses individuais e a probabilidade de ocorrência de efeitos nocivos devem ser tão baixos quanto razoavelmente exequíveis. (princípio ALARA = As Low As Reasonably Achievable). • Limitação de Dose: a dose individual de trabalhadores e indivíduos do público não deve exceder os limites de dose recomendados excluindo-se as exposições médicas de pacientes. • Prevenção de acidentes : todo esforço deve ser direcionado no sentido de estabelecer medidas rígidas para a prevenção de acidentes. Sistema de Proteção Radiológica • Distância (1/r2): Quanto mais longe da fonte, melhor. • Tempo: Quanto menos tempo perto da fonte, melhor. • Blindagem: Quanto mais eficiente for a blindagem, melhor. Classificação de Áreas • Área livre toda aquela isenta de regras especiais de segurança (radiação < 1 mSv/mês) • Área restrita toda aquela que deva ter seus acessos controlados (radiação > 1 mSv/mês) – Área supervisionada, quando os níveis de radiação estão entre 1 mSv/mês e 3 mSv/mês – Área controlada se os níveis de radiação forem maiores que 3 mSv/mês. Avaliação de Doses Individuais • Dose de radiação num ambiente: • Monitores de área. Em locais de fácil acesso e visualização e são acionados sempre que os níveis de radiação ultrapassam os limites de segurança. Avaliação de Doses Individuais • Monitoração individual = filme dosimétrico, TLD (dosimetro termo-luminescente), caneta dosimétrica e outros. • O uso do dosímetro é obrigatório, a não ser que a área demonstre que não há risco. • Um dos mais utilizado é o dosímetro na parte superior do tórax. É um dosímetro que registra a dose de corpo inteiro. • No caso do uso de avental de chumbo, o dosímetro deve ser posicionado SOBRE o avental. Neste caso, deve-se avisar ao serviço de proteção radiológica que informará à empresa responsável pela monitoração pessoal, que então aplicará o fator de correção adequado (1/10), para o cálculo da dose efetiva. Proteção trabalhador Avaliação de Doses Individuais • Dosímetro de extremidade : pulseira, anel. Geralmente utilizado por profissionais que lidam com fontes não seladas ou com equipamentos de fluoroscopia. Medidas de controle da ação das radiações para o trabalhador Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x). Medida médica: exames periódicos. RADIAÇÕES IONIZANTES Vestimentas de Proteção Individual (VPI) • Aventais de chumbo (longos ou curtos), os protetores de tireóide e de gônadas, os óculos plumbíferos, as luvas e as mangas protetoras. • Estas vestimentas possuem especificações e equivalência em chumbo que devem ser adequadas ao tipo de radiação à qual se vai estar exposto. – Além disso, pode-se também fazer uso de anteparos móveis de chumbo (biombos de chumbo). – Os aventais de chumbo são frágeis e devem ser manipulados cuidadosamente. Após o uso, devem ser guardados em cabides apropriados ou sempre na posição horizontal sem dobras. Medidas de controle Medidas de proteção coletiva: Isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x). Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para operadores de forno; protetor solar). Níveis de Referência • Nível de Registro : (0,2 mSv), (aplicado no programa de monitoração individual). • Nível de Investigação : (1,2 mSv) valor acima do qual justifica-se investigação. Relativo a um só evento. • Nível de Intervenção : (4,0 mSv) interfere com a cadeia normal de responsabilidades. Interdição do serviço, afastamento do profissional para investigação. Limites de Doses Anuais – NR 15, Anexo 5 – CNEN 3.01 Trabalhador Público DOSE EFETIVA 20 mSv/ano* 1 mSv/ano** *Valor médio por um período de 5 anos, não ultrapassando 50 mSv em um único ano. **Em casos especiais, pode ser usado um limite maior desde que o valor médionão ultrapasse 1 mSv/ano. DOSE EQUIVALENTE Cristalino 150 mSv/ano 15 mSv/ano Pele 500 mSv/ano 50 mSv/ano Extremidades 500 mSv/ano ------------- Valores típicos de Doses em Diagnóstico RADIOGRAFIA • Radiografia de tórax PA = 0,03 mSv • Radiografia de abdome AP = 0,5 mSv • Pelve AP = 0,2 mSv FLUOROSCOPIA • Enema de bário (contraste simples) = 3,1 mSv • Angiografia cerebral = 3,5 mSv • Angiografia coronariana = 18 mSv • Colocação de stent coronariano = 50 mSv Valores típicos de Doses em Diagnóstico MEDICINA NUCLEAR • Screening ósseo (Tc-99m) = 4,4 mSv • Perfusão miocárdica (Tl-201) = 18 mSv TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA • Cabeça = 1,3 mSv • Tórax = 5,5 mSv • Pelve e abdôme = 8 mSv DENSITOMETRIA ÓSSEA • Do corpo inteiro = 0,01 mSv RADIAÇÃO SOLAR RECOMENDAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO PROTETOR SOLAR • Use filtro solar de amplo espectro que proteja contra os raios ultravioletas dos tipos UVA e UVB • Passe uma porção equivalente a mais ou menos 2 gramas (e não 0,5 g como se costuma fazer) • Mesmo com protetor, use chapéu com aba para cobrir as orelhas, óculos escuros e guarda-sol de náilon • Use óculos de sol com lentes que protejam contra o ultravioleta RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES Medidas de controle • Mesmo em dias nublados, cerca de 80% dos raios UV atravessam as nuvens e a neblina; • Cuidado com a luz refletida. A luz do sol reflete na areia, na neve, nas salinas, no concreto e na água,atingindo a pele, mesmo na sombra; • Proteja crianças e jovens pois em geral, quando se cuida da pele até os 18 anos, cerca de 85% dos casos de câncer podem ser evitados; • Hidrate a pele após ter tomado sol, para restaurar a umidade perdida, evitando assim o seu ressecamento RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES A B C D do melanoma Acidentes Maior acidente nuclear em área urbana Césio 137 em Goiania -1996 Em 26 de abril de 1986, operadores da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, realizaram um experimento com o reator 4. Observar o comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia. Os responsáveis pela unidade ao quebrar o cumprimento de uma série de regras de segurança para o teste, causaram o acidente. Acidentes, Situações de Emergência • Classificação de acidentes Contaminação externa (pele) e interna(penetração no organismo via pele, ingestão ou inalação) Exposição aguda ou crônica • Providências: Isolar a área afastar as pessoas Identificar a fonte de contaminação ou irradiação Controle acidentes Contatar o Supervisor de Proteção Radiológica Contactar a Coordenação de Fiscalização Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde sobre a ocorrência para as devidas providências Proceder a análise da estimativa de doses Descontaminar a área, no caso de fontes não seladas Convocar os potencialmente irradiados ou contaminados para se submeterem a exames médicos Analisar o ocorrido e implementar procedimentos para evitar novos acidentes Medidas de controle • Qualquer aparelho que contenha material radioativo deve seguir as recomendações da comissão de energia nuclear, tanto para uso como para armazenamento e descarte; • A desativação prevê inspeção da CNEN e orientações para recolhimento da fonte para um dos depósitos da CNEN. Referências • OKUNO, Emico; YOSHIMURA, Elisabeth. Física das Radiações. São Paulo. Oficina de textos, 2010. • OKUNO, Emico. Radiação: Efeitos, Riscos e Benefícios. São Paulo. Ed. Habra,2007. • BRASIL. NR 15. Ministério do Trabalho. 2016.
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