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TCC da Pós-Graduação em docência no ensino superior -convertido

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Neurolinguística aplicada ao ensino discente 
 
Nome do aluno 
Moisés da Silva Borba 
 
Nome do orientador 
Luiz Aurélio Hofmann Vinhola 
 
 
RESUMO 
O presente estudo traz algumas reflexões sobre o ensino através da Neurolinguística e a 
aprendizagem discente. Os processos de ensino-aprendizagem nas escolas atuais precisa 
ser uma via de mão dupla, com reciprocidade, sem patologização e marginalização dos 
alunos. O aluno precisa trazer para si e para o outro vivências significativas e prazer no 
processo de aquisição de conteúdo. O processo de escolarização deve ser construído em 
uma progressão continuada. Para isso, buscou-se neste estudo dar enfoque ao processo de 
ensino com os conceitos da Neurolinguística, baseando-se em Vygotsky (1934) e Luria 
(1979), através da leitura do referencial teórico o qual possibilitou articular teóricas em 
que o funcionamento cerebral fizesse conexão com a constituição do sujeito e o processo 
pedagógico. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Neurolinguística, Aprendizagem, Ensino, Discente 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Observar as práticas enquanto educadores faz parte da prática docente quando se 
trata da formação de conceitos que já estão previstos no currículo. O conteúdo é um fator 
essencial, todavia não prepondera sobre as necessidades do pensamento cognitivo 
sistematizado e nas formas que a relação discente e ensino podem se estabelecer. 
O presente trabalho versará sobre as práticas pedagógicas e como a 
neurolinguística irá abranger esse processo, focando na escolarização e como os alunos 
podem alcançar maior aproveitamento. A criança para sentir prazer na aprendizagem, 
precisa ser sujeitos ativo desse processo e aprender a aprender. Essa ruptura de 
paradigmas vigora quando se trata de uma aprendizagem discente mediadora e focada no 
aluno. 
Justifica-se a necessidade de repensar novos paradigmas com a neurolinguística 
buscando rever modelos que possam superar o baixo rendimento na aquisição de 
conteúdo, na evasão e no baixo rendimento. Buscam-se novas formas de aquisição de 
conteúdo no processo pedagógico, desenvolvendo interações entre o sujeito. Quando se 
trata da neurolinguística aplicada a esse processo, a linguagem é uma importante 
ferramenta de interação, a qual será uma grande referência para as representações 
mentais. 
O objetivo geral desse estudo, portanto, é observar como a neurolinguística se dará 
como eixo central das atividades, envolvendo o pensamento cognitivo nas situações de 
aprendizagem. A linguagem constitutiva do pensamento é a mola da dinâmica do ensino 
discente. 
 
 
 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
As contribuições da Neurolinguística no processo de aprendizagem 
 
Antes de se iniciar a discussão teórica, é válido expor o conceito de 
Neurolínguistica: “Ciência que estuda as relações entre a estrutura do cérebro humano e 
a capacidade linguística, com atenção especial à aquisição da linguagem e aos distúrbios 
da linguagem, especialmente os que se seguem a lesão cerebral.” 1 
Os processos de ensino-aprendizagem presentes na escola podem passar por 
profunda apatia, desinteresse. Ou não. Basta que, enquanto educadores, as interações 
significativas sejam cada vez mais estimuladas, com um saber organizado. As chances 
dessa aprendizagem se tornar significativa só tende a crescer quando experiências 
autênticas são estimuladas com a linguagem. (AGAMBEN, 2009). 
Somente os sujeitos podem ser agentes da linguagem. Eles que terão o domínio 
de uso, a experiência, eles quem darão o direcionamento possível e a colocarão em forma 
de situação discursiva. A linguagem é o instrumento neurolinguístico e ela será mediadora 
dessas vivências na compreensão de todo o processo de aprendizagem. 
Quando se aproxima linguagem de Neurolinguística, fala-se de um contexto em 
que a primeira é percebida e utilizada pelos sujeitos em situações discursivas, ou seja, de 
aprendizagem. No contexto significativo de aprendizagem e conteúdo sistematizado, as 
interações precisam ser significativas em mobilizarem os agentes. Os alunos não podem 
mais vivenciar um monólogo em sala de aula, sem serem parte da aprendizagem. A 
alienação do aluno de seu próprio papel, que é aprender, desestimula. E a falta de estimula 
representam ausência de conexões sinápticas, ou conexões cerebrais, o que é um conceito 
 
1 Dicionário Google 
primário da Neurolinguística. Logo, aqui já se encontra uma primeira função para a 
Neurolinguística no processo de ensino: estimular o conhecimento, através das interações 
sociais. Quanto mais interação, mais estímulo e quanto mais estímulo mais a presença de 
conexões sinápticas na fisiologia do cérebro. (MECACCI, 1987). 
Outro conceito neurolinguístico e relacionado à aprendizagem é a plasticidade 
neural. Ela é a propriedade que as células do Sistema Nervoso têm de adaptação ao meio, 
ou seja, ela irá modificar a sua estrutura de acordo com a sua função orgânica. Quanto 
mais expostas a diferentes situações, mais ela poderá apresentar configuração 
diversificada e quanto mais adaptações ela apresentar, mais relações sinápticas irá 
estabelecer. 
AGAMBEN (2009) fala que a linguagem é sempre interacional e ferramenta que 
permitirá as referências contextuais ás respectivas interações. Mecacci (1987) diz que 
são essas interações que darão potencialidade ao cérebro humano de adquirir mais 
ferramentas para as conexões envolvidas com a linguagem. Essa é a Neurolinguística e 
como ela irá ditar o construto simbólico essencial para as atividades humanas. 
 
Neurolinguística e a aprendizagem em Luria 
 
Luria (1979) foi um grande neuropsicólogo russo que teria o estudo da 
Neurolinguística e evidencia o seu papel na aprendizagem, reforçando que a formulação 
da linguagem nos processos de interação é parte a neuropsicologia. O processo da 
linguagem dá-se no pensamento antes da língua ser desenvolvida no homem. Daí 
conceitos da programação neurolinguistícas são desenvolvidos atualmente sabendo que 
desenvolver a linguagem é desenvolver o ser humano. 
Para o teórico o homem é um ser social. Ele irá atuar socialmente e ele irá 
satisfazer todas as suas necessidades biopsicossociais através da interação. Para 
sobreviver, ele tem a capacidade de utilizar suas funções cognitivas e psíquicas as quais 
são responsáveis pela aquisição de conhecimentos e administração do conteúdo 
adquirido. Também são estruturas responsáveis pela aptidão comunicativa, relação e 
interação com pessoas e objetos, interpretação de acontecimentos. Assim, com essa 
capacidade, o homem tem as funções (cognitiva e psíquica) e a ferramenta (a linguagem) 
para interagir e vivenciar a sua história social (LURIA, 1979). 
O autor afirma que as relações podem acontecer por gerações, porém, sempre 
através da linguagem. A linguagem desenvolve-se em um ambiente e é responsável pela 
formação do conhecimento adquirido. O autor diz que a “linguagem duplica o mundo” 
(LURIA, 1979, P. 80). É a mola para as conexões cerebrais e tem relação direta com o 
funcionamento cerebral. 
Outra contribuição de Luria (1979) para os estudos neurolinguísticos no ensino é 
a concepção de que a linguagem constitui um plano racional o qual destaca a linguagem 
como responsável veículo do pensamento. Ela traz as percepções construídas no sistema 
nervoso para o plano das interações. 
 
“Ressalta-se, assim, que a criança desde o momento de seu 
nascimento está sob a influência dos conhecimentos formados ao 
longo da história da sociedade, dos mais elementares, que lhes são 
transmitidos pela fala, às mais importantes aquisições da 
humanidade, transmitidas pela linguagem. No caso da escola, a 
leitura e a escrita, em especial, têm um efeito crucial na 
organização e desenvolvimento das funções psíquicas superiores 
(atenção, percepção, memória, raciocínio intelectual, etc.) 
(LURIA, 1979, p. 68) 
 
Pelo excerto acima, percebe-se que a linguagem tem uma função social ena 
própria linguagem. O Sistema Nervoso integra processos em seu funcionamento cerebral 
os quais irão constituir atividade social. Agamben (2009) fala que através desse 
conhecimento e experiências que são acumuladas que o sujeito constrói as informações e 
as utiliza ao longo das gerações. A linguagem é a ferramenta neurolinguística que irá ser 
mediadora da atividade prática de transmitir por gerações uma mesma formação. 
As funções superiores citadas por Luria (1979) estão relacionadas à dinamicidade 
do cérebro e à sua plasticidade, já mencionada. A parte posterior do cérebro, os lobos 
parietais, temporais e occipitais constituem a região responsável pelo registro das 
informações sensoriais que chegam ao cérebro. 
 
Figura 1 – Regiões do cérebro responsáveis pelo registro de informação recebida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura acima é possível checar nas cores amarela e rosa as regiões responsáveis 
pelo recebimento das informações. Quando Luria (1979) descreve o funcionamento 
cerebral, ele tenta estabelecer relações neurobiológicas da constituição do sujeito com a 
forma como este age ao longo das interações sociais. 
 
 
Neurolinguística e as contribuições de Vygotsky para a aprendizagem 
 
Vygostky (1981) foi um psicólogo também russo, com perspectiva evolucionista. 
Com essa teoria, Vygotsky defende que todo o ser humano é influência do meio em que 
vive e nele experiência ações e reações. Ele ressalta que para tudo há uma condição 
natural. Vygotsky (1981) relaciona a naturalidade do meio e as condições de adaptação 
do indivíduo à plasticidade neural e a forma que o cérebro tem de se adaptar a novas 
condições de aprendizagem. Assim, o ser educando é fruto do meio e é, também, portador 
de uma biogênese do processo educativo. E assim, ele vai adaptando o conhecimento 
adquirido e interagindo com o meio. 
Quando Vygotsky (1981) fala de linguagem, ferramenta básica da 
neurolinguística, ele a eleva a uma patente de mediadora das relações nos processos 
socialmente desenvolvidos. Através da linguagem, todas as atividades são mediações na 
formação do pensamento que é atuante na socialização do indivíduo. Dentro do 
pensamento, estrutura muito ampla, tem-se o processo cognitivo que é essencial para a 
produção das práticas pedagógicas com vivências significativas. 
Mecacci (1987) fala que a mediação é um processo intermediário entre o sujeito 
e o objeto de conhecimento e que a linguagem é a única mediadora nas relações que se 
estabelecem de modo direto. Assim há aprendizagem. Através da interação social, nas 
relações que são travadas entre sujeito mediador e mediado e na ferramenta de mediação: 
a linguagem. 
Vygotsky (1986) fala que o pensamento e a linguagem não são estruturas estáticas. 
Ambos irão se desenvolver nessas relações de mediação. A escola precisa defender o 
amadurecimento da aprendizagem, portanto, e acompanhando o índice de 
desenvolvimento da capacidade de solucionar tarefas, conquistando a autonomia. Logo, 
para o autor, o conhecimento ele vai se acomodando até que o aluno consegue interagir 
com o objeto de conhecimento de forma autônoma. Esse conceito é nomeado de Zona de 
Desenvolvimento Proximal, o qual representa a equidistância do nível de 
desenvolvimento do aluno em relação a tarefas de seu domínio. 
Para o autor, a linguagem é a ferramenta com a qual se faz a mediação e é parte 
importante para a constituição da consciência. O pensamento e palavra encontram 
significados como complementares e as ações interativas entre eles possibilitam a 
recriação da realidade e a sua abstração, criando novos contextos de aprendizagem 
significativos. 
Agamben (2009) enfatiza que a compreensão da linguagem é a elaboração do 
pensamento e a forma como o sujeito se presentifica na constituição sócio- histórica do 
sujeito. Vygotsky (1981) propõe que a atividade da criança deve ser estimulada de forma 
a criar uma compreensão consciente e autônoma pelo aluno, formando o pensamento de 
forma clara. 
A formação da linguagem para a representação do pensamento vence as suas 
etapas e é uma grande contribuição para a neurolinguística na aprendizagem. Para 
Vygotsky (1981) a criança aprende por associações e por agrupamento de objetos cujas 
características são complementares. Para o autor, essa organização mental está 
vinculando os processos de desenvolvimento à aprendizagem e às formas de interação na 
escola. Quando os interesses são desenvolvidos e o processo de aprendizagem é 
acomodado a cada etapa, isso significa que o percurso das interações formuladas entre 
pensamento e linguagem está sendo benéfico. 
Vygotsky (1981) fala que as associações são uma forma de interagir com o objeto 
de aprendizagem, todavia o professor quando cria contextos torna a aprendizagem mais 
significativa e prepara o sujeito para o desenvolvimento das práticas pedagógicas. A 
associação também estimula as funções cerebrais, aumenta as relações sinápticas e 
tornando-se importante para a Neurolinguistíca no processo de aprendizagem. 
 
Neurolinguística e aprendizagem 
 
Mecacci (1987) fala que o sistema nervoso estabelece conexões as quais irão 
subsidiar as funções executivas do organismo como a fala, a leitura e a escrita com as 
representações dos sujeitos ativos da aprendizagem. Estes, com seus reflexos imediatos 
ao longo do seu desenvolvimento e da aprendizagem sensorial, refletem sobre e mundo e 
como que eles irão abstrair as significações do processo de ensino. 
A perspectiva cerebral, para Caneppele (2012) é uma rede de significações através 
das quais o discurso é ressaltado por um movimento interdisciplinar com a finalidade de 
aproximar saberes e realizar o bom uso das concepções da linguagem. Esse exercício 
discurso permite atribuir funções às áreas específicas do cérebro. 
Agamben (2009) aduz os casos em que há regressão da linguagem podem ser 
considerados como situações de distúrbios em que o aparelho da linguagem esteja 
prejudicado. O autor relembra que as áreas sensoriais do SN estão ligadas à periferia do 
corpo, resultando em associações. 
O aparelho da linguagem estoca células nervosas e descreve o processo de 
localização no córtex cerebral no qual alguns pontos dos nervos motores que se conectam 
com a parte da linguagem estão presentes. Na área cortical, as percepções sensoriais que 
são captadas do ambiente constituem uma memória associativa, projetando uma imagem 
visual, acústica e cinestético, ou seja: quanto mais percepções físicas o aluno associar a 
um determinado objeto, maior será a retenção da informação. Se o aluno aprende o 
processo de condensação e o processo simula esse processo visualmente ele irá reter essa 
informação com mais facilidade. 
Caneppele (2012) chama esse procedimento de correlatos psíquicos, ou seja, uma 
série de reorganizações que os aparelhos da linguagem irão realizar para representar as 
percepções e estimular o que se qualifica no processo de aprendizagem a partir do objeto 
de estudo. 
Quando esses conhecimentos são acionados de tempo em tempo, o professor 
estaria estimulando as percepções centradas no córtex para relembrar as informações 
retidas e quais associações teriam sido feitas e com que intensidade. Muito se faz em sala 
de aula como revisão. Isso seria um exemplo de representar as informações e criar novas 
associações fisiológicas para que o aluno possa superassociar. Quando um processo 
apresenta uma fórmula química e cria uma paródia, ele está ampliando o processo de 
ressignificação da aprendizagem e está criando uma superassociação para que o aluno 
possa reter informações. 
Monzani (2008) afirma que o modelo de funcionamento do cérebro é o suporte 
das funcionalidades básicas e a representações recebidas ao captar informações da 
consciência, daquilo que é vivenciado. Essas representações são o suporte que 
retroalimenta o funcionamento dos sistemas neuronaisos quais irão compor a teoria 
anatômica cerebral. 
Agamben (2009) fala que a unidade do aparelho neuronal são os sistemas 
neuronais. A unidade de funcionamento do aparelho neuronal é o neurônio, o qual é 
subdividido pela mielina, axônio e dendritos. 
 
Figura 2 – Neurônio 
 
 
 
Essas são as células responsáveis pelo funcionamento do sistema nervoso e 
estabelecem as sinapses, as quais são realizadas nos pontos de união entre uma célula e 
outra. A quantidade das relações sinápticas é que determinam a propagação das 
informações pelo circuito cerebral. Essas informações dão-se através de impulsos que 
ocorrem pelo meio de estimulação, determinada por um potencial elétrico. Essas relações 
liberam os neurotransmissores que são substâncias que são absorvidas pelas células 
possibilitando a regulação física do sistema nervoso (MECACCI, 1987). 
O que Caneppele (2012) afirma é que, embora esses processos pareçam simples, 
eles constituem o psíquico do ser humano e precisam acontecer em um ritmo que a 
percepção esteja regulada com a ação. Qualquer limitação nessa informação e impulsos, 
os processos psíquicos se tornam primários, sem desenvolvimento, com descarga 
insuficiente para registrar as funções vitais do organismo. 
Os estímulos para as relações sinápticas realizadas no sistema neural vêm do 
ambiente externo e as associações facilitam a imagem mental que irá acompanhar as 
informações da superassociação. Essa facilitará a caminhada da fala e do uso totalitário 
da linguagem como veículo do pensamento (MONZANI, 2008). 
Agamben (2009) fala da importância dos estímulos às associações para que a 
representação do objeto seja realizada através dos impulsos de linguagem os quais 
possibilitarão o uso da fala para promover o conhecimento adquiridos nas fases de 
desenvolvimento da aprendizagem. Exemplificando essas fases de desenvolvimento, 
pode-se dizer que uma criança, demorar a utilizar a fala de forma autônoma. Ela começa 
pela imitação que, para Vygotsky e Luria é uma forma de apreensão dos conteúdos e de 
interagir com o objeto de conhecimento, neste caso a própria língua. Com o tempo, essa 
mesma criança que imitava a fala dos mais velhos, passa a usar com mais propriedade, 
adquirindo através de suas experiências sociais e atividades intrapsíquicas a linguagem. 
Caneppele (2012, p. 63) aduz que: 
 
 “Reconhece-se a subjetividade no direcionamento das 
associações que permitem a consciência; conforme se observa, 
afirma que a história da linguagem é representada como uma 
somatória de vivência do sujeito, mostrando, claramente que 
desde o início a linguagem foi reconhecida como uma realidade 
múltipla, profundamente influenciada pelas interações que o 
sujeito estabelece em seu ambiente. 
 
A partir do excerto, convenciona-se que as experiências sociais são importantes 
na aquisição da fala e no seu desenvolvimento. É fonte primordial para que as atividades 
de pensamento interpretativas possam possibilitar respostas adaptativas do sujeito ao 
meio, adequando os processos realizados pelo sistema nervoso. 
Retomando o conceito de plasticidade neural e o quanto ela é importante nesse 
processo de acomodação da linguagem, Monza (2008, p. 30) afirma que o sistema 
nervoso, a base física dos conceitos neurolinguísticos de aprendizagem é 
 
“Um órgão dinâmico, constituindo uma unidade funcional com o 
corpo e o ambiente e dotado de características plásticas que se 
manifestam sob a forma de modificações estruturais decorrentes 
do exercício funcional adaptativo em contextos variáveis. Estas 
novas concepções sugerem um equilíbrio muito sutil entre fatores 
genéticos e ambientais na determinação do desenvolvimento e do 
comportamento. ” 
 
A função da plasticidade neural é intrínseca à adaptabilidade e a criatividade do 
organismo no meio ambiente. O sujeito desenvolve o seu conhecimento através dos 
padrões de atividade neuronal possibilitados por aquela função. As células podem migrar 
para adequar e acomodar a localização dessas atividades. 
Para Agamben (2009) o desenvolvimento do sujeito cria representações e 
experiências corporais, imagens motoras e vivências a partir da organização da aquisição 
de novas associações, sendo que estas são contínuas. Mesmo que parado, o aluno irá 
captar alguma informação, o que não dispensa o professor de elaborar sempre novos 
estímulos para que o aluno não seja passivo e sim protagonista da sua própria vivência de 
aprendizagem. 
Para o pensamento cognitivo, a formação de conceitos é o momento máximo de 
exigência das funções cerebrais ao longo dos quais as atividades psíquicas estão em pleno 
desenvolvimento. Ele abstrai o conceito da vivência que se trava em sala de aula ou em 
qualquer experiência social que o indivíduo estiver adquirindo. A percepção sensorial 
convoca o SN para uma percepção racional e com isso, as funções psíquicas irão garantir 
o resultado base da constituição do pensamento cognitivo. 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao longo desse estudo buscou-se observar as contribuições principais da 
Neurolinguística para o ensino docente, entendendo este como o processo de 
desenvolvimento cognitivo centrado na instituição escolar. Percebeu-se os quanto 
teóricos que são classicamente conhecidos na Educação estão vinculados aos 
pensamentos neurolinguísticos e também contribuíram para essa área de conhecimento, 
trazendo bases de formação de pensamento, de fala, ampliação de linguagem. 
 
REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS 
 
AGAMBEN, G. Infância e História. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2009. 
CANEPPELE, A. Por onde a Neurolinguística caminha? Teorização e 
práticas com a linguagem. Campinas: Mercado de Letras, 2012. 
LURIA, A. Curso de Psicologia Geral: introdução evolucionista. São Paulo: 
Civilização Brasileira, 1979. 
MECACCIM, I. Conhecendo o cérebro. São Paulo: Nobel, 1987 
MONZANY, L. O movimento de um pensamento. Campinas. Ed. Unicamp. 
2008. 
VYGOTSKY, L. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 1981.

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