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Universidade Estácio de Sá
Disciplina: PPE 
Aluna: Beatriz do Nascimento Lemos Simões Ferreira
Matricula: 201703414926
As Diversas Possibilidades da Pesquisa em Educação
[...]para se considerar um trabalho como científico este deveria compor-se segundo os mesmos padrões metodológicos consolidados nas ciências experimentais no final do século 19 e princípios do 20. Somente o uso destes padrões dariam a elas o estatuto, e o reconhecimento, como áreas da ciência. Nestas condições o que passa a valer é o modelo metodológico que deve ser repetido, modelo este que implicava em neutralidade do pesquisador, em operacionalização de variáveis, em capacidade de obter mensurações e de replicar o estudo nas mesmas condições, ou quase. Concebe-se que todos os fenômenos são passíveis de serem observados diretamente, diretamente medidos e conceptualizados, experimentados, manipulados e testados. Objetos "a priori" definidos, objetos que podem ser controlados pela manipulação de variáveis, levando à determinação das leis que regulam suas manifestações. É a busca das leis gerais de causa e efeito, ou de relações funcionais determinísticas (p.4). 
A partir dos anos 1960, essas críticas começaram a ter efeito sobre essas propostas e a questionar a relatividade das medidas, cujas mensurações substituem o próprio fenômeno, sem considerar a contaminação valorativa do pesquisador na coleta e tratamento dos dados, e ao mesmo tempo os viéses intrínsecos dos instrumentos de medida e de sua validade real, da própria discussão sobre as possibilidades concretas de controle das condições de levantamento dos dados, e sem questionamentos quanto às reais possibilidades de experimentos envolvendo questões humano-sócio-educacionais (GATTI, 2003, p.4). (P. 120 e 121)
Vale ainda acrescentar que, nessa nova perspectiva para a educação, cabe o destaque de que pesquisa é neutra, nenhuma ação é neutra, o que pode nos levar a admitir, no limite, que tudo na pesquisa é opinião do próprio pesquisador, e não fruto de uma depuração séria à luz de uma dada perspectiva, de uma teorização, ou dos confrontos de valores pesquisador-pesquisado, pesquisador -pesquisador, pesquisador-grupos de referência (GATTI, 2003).
Outros problemas que vão se apresentando nas análises das pesquisas são as categorias analíticas e os conceitos utilizados. Para Gatti (2003), há uma superficialidade na apropriação de teorias e também fragilidade na consistência desses trabalhos. Por meio da leitura de inúmeros trabalhos, as novas formas de abordagem metodológica mantiveram os problemas de fundo: a falta rigor e consistência. Por isso, o desafio é encontrar novos caminhos considerados mais ajustados às necessidades de uma compreensão diferenciada do real, e isso não quer dizer apenas utilizar outros tipos de instrumentos, mas transformar atitudes e perspectivas reflexivas, sem abandonar o eixo da consistência explicativa (GATTI, 2003). (P. 123)
Gatti (2003) é crítica na observação da ausência de mediações interpretativas na forma como os autores são apresentados e suas ideias são trabalhadas, tanto na construção de referentes teóricos como nas análises e interpretações. A autora afirma que muitas são as citações de Saviani, Freire, Libâneo, Bourdieu, Marx , Piaget, Schon, Zeichner, Perrenoud, Nóvoa, Enguita, mas não há uma revisão bibliográfica como uma "reconstrução" ativa. Não se observa
confronto de autores, dúvidas sobre afirmações ou modelos e conclusões de pesquisa, questões dos limites impostos por conceitos e metodologias, no contraponto com o próprio contato - vivência - do pesquisador com a área, e, no caso de áreas mais aplicadas, ligadas a profissões, no contraponto mesmo da experiência cotidiana do trabalho no qual se gera um conhecimento específico, é que se criam as condições que permitem o desenvolvimento de uma perspectiva crítica dos autores, ao mesmo tempo que consistente com os problemas que se propõem examinar. A partir dessa base é que o pesquisador tem condições de desencadear análises e inferências, caso contrário fica-se no óbvio ou no senso comum. Este trabalho de construção de referentes quase não é observado na produção. Por outro lado, notam-se trabalhos na década de 1990 com uma certa tendência ao proselitismo, que trazem à margem dos dados a afirmação de ideias que, pela forma de expressão, se quer difundir mas, que não encontram suporte direto ou indireto nos dados. (GATTI, 2003, p.5). (P. 131)
Gatti (2002) vem historicamente questionando o papel social para a consistência metodológica, pois para ela a disseminação das pesquisas tem impacto pelo social e pela credibilidade que venham a ter nos meios acadêmicos. A autora esclarece que esta disseminação é “seletiva, desigual e dependente dos jogos de forças sociais em determinado momento. Mas, estudos frágeis metodologicamente parecem não ter muita ressonância social” (GATTI, 2003, p.6). 
Existem pesquisas "politicamente interessantes" diante de certos grupos, mas que mostram fôlego curto diante dos desafios do mundo da educação em seus diferentes setores e níveis. E, para finalizar, Gatti (2003) faz uma última consideração, que é uma reflexão para que os trabalhos de pesquisa na universidade reconheçam seu papel didático-formativo, e que esses não atropelem os cuidados metodológicos, também por uma questão formativa. 
Considerando a possibilidade de conhecer um pouco dos estudos na área da educação infantil, foram selecionados alguns artigos de autores que são referências na área da pesquisa em educação infantil, e a proposta é que, a partir da leitura desses materiais, você sistematize as contribuições da pesquisa nessa área nos últimos anos. (P. 132 e 133)

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