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Aula 06

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GESTÃO DE CONFLITOS E EVENTOS CRÍTICOS
AULA 06 - Evento crítico ou crise e seu gerenciamento.
Prof. Leonardo Mazzurana
Evento crítico ou crise e seu gerenciamento AULA 06
GESTÃO DE CONFLITOS E EVENTOS CRÍTICOS
Conteúdo Programático desta aula
	 Definir crise no contexto da segurança pública.
	 Citar alguns exemplos de crises envolvendo os profissionais de segurança pública.
	 Elencar as características das crises.
	 Conceituar e definir gerenciamento de crises que envolvam o serviço policial de uma forma geral.
leo
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	Os profissionais de segurança pública estão diariamente em contato com eventos críticos na sua atividade profissional.
	Por vezes um gerenciamento de uma crise mal iniciado pode acarretar em prejuízos e perdas irreparáveis para todos os envolvidos. Para as autoridades acarretará falta de credibilidade e até mesmo, a perda da vida de seus agentes e para as vítimas o pior possível, a morte ou ferimentos graves.
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	Sendo assim, não podemos nos afastar do inevitável entendimento de que os órgãos de segurança pública devem ser capacitados à gerenciar crises, pois os resultados da solução das crises poderão implicar em fatores, além dos já citados anteriormente, como na formação de um juízo popular de valor em relação ao órgão de segurança pública que atuou no gerenciamento, que poderá ser positivo ou negativo.
	Hoje os órgãos de segurança pública atuam na defesa dos valores sociais previstos em nossa carta magna, através de sua atividade profissional, que é de suma importância para os cidadãos, pois passarão a ter na segurança pública, a certeza de que sua atuação estar revestida de um maior profissionalismo e com isso irão se sentir mais valorizados e por consequência seus direitos relativos à vida, a dignidade e a integridade física, estarão mais resguardados.
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INTRODUÇÃO
	O assunto gerenciamento de crises, ao longo dos anos foi tratado de uma maneira superficial, sem ser dada a devida importância ao tema e de forma um tanto quanto improvisada pelos órgãos brasileiros de segurança pública.
	Inicialmente tal fato ocorreu pela formação ineficiente e falta de conhecimento técnico a respeito dos eventos de crise. Hoje apresentamos uma realidade um tanto quanto diferente, pois desde os anos 90 já temos doutrina sobre o assunto, publicada no Brasil e por profissionais brasileiros. 
 
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	Hoje não há duvida de que a doutrina que toca o gerenciamento de crises está implantada nos diversos órgãos de segurança pública. Quando há o devido emprego das técnicas necessárias ao gerenciamento da crise, estamos evitando que atitudes e desempenhos amadores venham a ocorrer. Embora ainda tenhamos que nos deparar com profissionais de Segurança Pública atuando em desacordo com o que justamente se prega na doutrina. Tal conduta ocorre por vezes baseada em questões e suposições pessoais do agente e também calcada em rivalidades profissionais e sem o menor teor objetivo. O assunto é de tamanha importância, que em quase todas as polícias dos Estados Unidos da América, ele já recebe tratamento diferenciado, e a mais de vinte anos e dada uma importância científica ao tema. A matéria está consubstanciada em bases doutrinárias consistentes.
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CRISE
	Há na doutrina diversos conceitos para o termo crise. Em nossa disciplina vamos nos filiar ao conceito disposto na apostila do curso de gerenciamento de crises da SENASP (página 05):
“Uma manifestação violenta e inesperada de rompimento do equilíbrio, da normalidade, podendo ser observada em qualquer atividade humana”.
	Não podemos deixar de citar o conceito elaborado pela academia nacional do FBI:
“Um evento ou situação crucial, que exige uma resposta especial da polícia, a fim de assegurar uma solução aceitável”. 
	Segundo Salignac (2001): “A ciência política considera uma crise quando o Estado percebe uma brusca mudança na vida em sociedade, com teor manifestamente violento, repentino e rápido, traduzindo-se em um momento perigoso ou difícil de um processo do qual deve emergir uma solução.”
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	Outro destaque a ser dado é que o objetivo principal do gerenciamento de uma crise é a obtenção de uma solução que seja socialmente aceitável e que deva sempre procurar assegurar a integridade física das vítimas, respeitar a lei e restabelecer a paz pública.
	Não podemos deixar de considerar também o fato de uma crise ser algo que envolva prioritariamente o acontecimento relativo ao cometimento de algum ilícito regulado na esfera penal de nosso Direito e que envolva normalmente o risco de vida, deflagrado pela atuação proposital de uma ou mais pessoas.
	Nessa esfera de atuação em eventos críticos ou crises, podemos citar alguns exemplos em que se fará necessária atuação dos órgãos de segurança pública, tais como: roubos diversos com tomada de reféns, rebelião em estabelecimentos prisionais, ameaças de bombas, atos terroristas, manifestações de caráter violento, sequestro de aeronaves, etc. 
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	Características que também merecem importância de citação, que identificamos no momento em que estudamos os conceitos citados, são os fatos inerentes às crises se manifestarem, em regra, de maneira violenta, repentina e de modo rápido. Há outras características que serão melhores estudadas ainda nesta aula.
	Partindo ainda do estudo dos conceitos analisados, entendemos que os órgãos de segurança pública deverão conduzir suas ações sempre voltadas para a supremacia do interesse público, atuando dentro dos princípios constitucionais da legalidade, moralidade, eficiência, preservando as garantias individuais dos envolvidos na crise.
 
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	Ao administrar crises esses órgãos estarão destinando suas ações para a proteção dos indivíduos e assim, preservando os direitos humanos.
	Qualquer ato que for adotado num cenário de crise que ocorra com irresponsabilidade, sem controle devido, levando a tratamento indevido com perpetradores, irão certamente comprometer o nome da instituição que estiver no gerenciamento da crise.
	Por fim, mesmo que sejam adotadas medidas mais drásticas, veremos mais adiante nesta disciplina quais seriam estas medidas, podendo citar como exemplo o tiro de comprometimento (sniper), estas deverão ser realizadas com obediência aos princípios constitucionais da proporcionalidade, da legalidade, visando uma resolução que apesar de ser impactante, seja certamente, aceitável em todos os aspectos, principalmente o aspecto social e legal.
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CARACTERÍSTICAS DA CRISE
No tocante as características, vamos nos filiar aquelas elencadas pelo FBI. Segundo aquela polícia americana, uma crise tem as seguintes características:
	Imprevisibilidade;
	Compressão de tempo (urgência);
	Ameaça de vida; e
	Necessidade de:
a) Postura organizacional não rotineira;
b) Planejamento analítico especial e capacidade de implementação;
c) Considerações legais especiais.
 
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Imprevisibilidade
Está relacionada ao fato de que, apesar da adoção de todas as medidas disponíveis que visem prevenir a crise, seja em qualquer local e mais ainda, num local potencialmente propenso as crises, como estabelecimentos prisionais, financeiros, prédios públicos, aeroportos, residênciasde autoridades, ou qualquer outro ponto geográfico que possa acarretar o desenrolar de uma crise, irá conseguir cem por cento de certeza em prevenir e impedir que ela ocorra, pois apesar de todos os cuidados que as autoridades possam tomar, nada impede que qualquer pessoa, utilizando de qualquer meio, crie as condições favoráveis que resultem em uma situação grave e de iminente risco de vida. 
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Compressão de tempo
Se refere a algum estado de emergência, pois envolve, ameaças ao nosso maior bem jurídico tutelado, a vida, ou se não expor a vida de alguém a perigo, poderá ser algum patrimônio alheio, portanto, toda a agilidade e presteza devem ser utilizados para alocar os devidos recursos necessários ao seu devido gerenciamento, tornando-se necessário adoção de medidas pré-estabelecidas.
Nesta óptica, torna-se claro que o preparo e a qualificação dos agentes de segurança pública, assim como a estrutura dos órgãos deve ser construída de maneira adequada para atuação em eventos de crise, pois se assim não o for, estaremos diante de graves dificuldades, sejam elas por ações inapropriadas ou pela simples falta de recursos estruturais adequados. 
 
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Ameaça de vida
	Não há como questionar que ameaçar a vida de alguém é a característica principal de uma crise ou evento crítico. Este dado já está consolidado em toda a doutrina mundial e brasileira, ou seja, se tem ameaça à vida, estamos diante de um evento crítico e consequentemente iniciaremos uma crise.
	Neste objeto, devemos incluir até mesmo a vida do próprio agente perpetrador da crise. Afinal não existe uma vida mais ou menos importante que as dos demais. Não precisa haver o risco de morte de uma terceira pessoa para ser considerada uma crise. Pode incluir o suicida.
	Os órgãos de segurança pública têm a possibilidade de agirem de maneira a permitir que seus agentes pratiquem ações finalísticas que visem a salvaguarda da vida alheia e para isso possam até mesmo matar terceiros, desde que agindo através de excludente de ilicitude.
 
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Necessidade de Postura organizacional não rotineira:
	Esta necessidade traduz-se na adequação dos órgãos de segurança pública estarem preparados a qualquer momento para atuarem em crises. 
	Para o sucesso de qualquer gerenciamento de crise e para a boa atuação institucional, é prioritário que as dificuldades encontradas nas cenas reais, sejam apenas em função de acontecimentos não previstos, ou seja, que fugiram da possibilidade de previsão por parte dos agentes. Situações totalmente inesperadas.
 
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	Deve-se realizar por partes das instituições de segurança pública, um contínuo registro para posterior consulta de todas as dificuldades encontradas nos cenários de operações, visando minimizar sua ocorrência em crises futuras. É importante ressaltar que não se deve restringir apenas ao registro das dificuldades, mas deve ser feito um relatório circunstanciado das soluções apresentadas naquele momento. Outra consideração importante é fazer após os atos concretos uma análise para saber se as soluções encontradas poderiam ter sido outras com melhores resultados.
	Uma forma muito utilizada pelas equipes destinadas ao gerenciamento de crises é a prática através de exercícios simulados, onde poderá haver interrupções para demonstrar aos agentes as dificuldades que poderão encontrar em casos reais de atuação em crise.
 
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Necessidade de Planejamento analítico especial
Fatores não previstos para os quais devemos nos preparar: 	Insuficiência de informações sobre o evento crítico - nem sempre os agentes gerenciadores da crise irão dispor de todas as informações julgadas necessárias e em função disso terão que ter a capacidade decisória de alterar o planejamento a medida que novas informações surjam;
	A intervenção da mídia e o tumulto de massas - são fatores que influenciam diretamente na condução de uma crise e para isso devem ser adotadas medidas que façam com que esta influencia seja minimizada ao máximo possível; e
	Os comportamentos exaltados - obviamente, nunca referente ao agente de segurança pública, pois se este possui um comportamento exaltado, claramente demonstra que não está preparado para esta função. Mas sim os comportamentos ligados a pessoas estranhas aos agentes públicos, que podem e vão influenciar na condução da crise.
 
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Considerações legais especiais:
	A finalidade de um gerenciamento de uma crise é a preservação de nosso maior bem jurídico tutelado. Nos dizeres de Cláudio Brandão (2007, p. 10), bem jurídico deve ser conceituado como:
	“o valor tutelado pela norma penal, funcionando como um pressuposto imprescindível para a existência da sociedade”.
	O crime pode ser definido, materialmente, como violação ou exposição a perigo do bem jurídico tutelado, sendo assim, toda vez que a vida de alguém é colocada em risco poderemos estar diante de um crime.
	O seu conceito formal resulta da mera subsunção da conduta ao tipo legal. 
 
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	Do exposto, conclui-se que a ação humana para ser considerada crime, precisa ser típica, antijurídica e culpável. No entanto há hipóteses em que ações típicas e antijurídicas não são consideradas crimes. Isto se deve ao fato de não haver a culpabilidade por parte do autor.
	Diante dessas considerações sobre o conceito de crime, se faz necessário observar algumas questões que entendemos de suma importância para os profissionais de segurança pública que estarão agindo no gerenciamento de uma crise, inclusive, podendo ter que adotarem medidas drásticas para salvar as vitimas, como a necessidade de matar um possível tomador de refém.
 
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Para tanto devemos trazer comentários que justificariam a conduta de um profissional de segurança pública que tiver que efetuar um disparo fatal de arma de fogo contra um tomador de refém.
	O mais importante de todos é a legítima defesa “causa de exclusão da ilicitude que consiste em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos meios necessários.”
	Conforme se conclui, este é o amparo legal para o profissional de segurança pública não ser responsabilizado penalmente pela morte de um tomador de refém.
	Caro aluno, devemos fazer breves parênteses, para esclarecer a diferença entre refém tomado e refém sequestrado, termos comumente utilizados por nós profissionais da segurança pública. Bem, o primeiro termo o refém não é o objeto principal da ação delituosa, enquanto o segundo, o refém se torna o alvo principal da atividade delituosa.
 
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	Outro aspecto legal que deve ser considerado é de quem é a competência para atuar no gerenciamento de uma crise. A resposta não deve demorar em ser fornecida, e para isso devemos usar os aspectos legais ou, caso seja possível, por uma cooperação perfeita que possa existir entre os órgãos de segurança pública.
	
 
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O GERENCIAMENTO DA CRISE
Iniciaremos definindo o conceito de gerenciamento de crise, a saber: 
	“O Gerenciamento de Crises pode ser descrito como uma metodologia que se utiliza, muitas vezes, de uma sequencia lógica para resolver problemas que são fundamentadosem possibilidades. Devemos observar que o gerenciamento de crises não é uma ciência exata, pois cada crise apresenta características exclusivas, demandando soluções particulares que exigem uma cuidadosa análise e reflexão.” SENASP (p. 8)
	Importante ainda darmos o devido destaque ao conceito proposto pela Academia Nacional do FBI que o conceitua da forma abaixo:
	“Gerenciamento de Crises é o processo de identificar, obter e aplicar os recursos necessários à antecipação, prevenção e resolução de uma crise.”
 
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	Desta forma, podemos apresentar as seguintes razões para que a capacidade de gerenciar crises tenha se tornada necessária para todos os órgãos integrantes do sistema de segurança pública brasileiro:
1. Os órgãos públicos capazes de gerir uma crise agem como representante do Estado e em seu nome, sendo assim, uma possível reparação será processada contra o mesmo.
2. A crise é não-seletiva e é inesperada.
3. A presença da imprensa, com seus avançados métodos de transmissões televisivas, faz com que os erros ocorridos durante o processo sejam maximizados em rede nacional, para melhor compreendermos, vamos lembrar agora do fatídico episódio de nossa recente história, conhecido como o caso do ônibus 174, ocorrido no Rio de Janeiro.
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EXPLORANDO O TEMA
http://www.youtube.com/watch?v=EP2oFpBkaQc
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Importância de Gerenciamento de Crises
	O gerenciamento assume hoje importante papel para os órgãos de segurança pública.
	Tal fato decorre de já haver em nosso país uma doutrina baseada em preceitos e princípios exaustivamente estudados, colocados em pleno vigor em nosso ordenamento jurídico pátrio. Esta doutrina prevê medidas que devem ser desencadeadas por ocasião de uma crise. Estes procedimentos se forem regularmente seguidos, podem servir como uma proteção ao agente de segurança pública que atuou no gerenciamento de uma crise, pois poderá isentá-lo da responsabilidade individual pela execução do ato que levou ao dano, desde que ele tenha agido em conformidade com a lei.
 
 
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	Observa-se ainda mais três razões fundamentais para que o gerenciamento tenha ganhado grande importância, que são:
	1. Responsabilidade da Organização Policial (Instituição de Segurança Pública) - crises que forem mal gerenciadas poderão acarretar ações de cobranças de indenizações por parte das vítimas ou de seus parentes, perante o Estado, principalmente em casos em que tenha ocorrido óbito de algum dos reféns ou de pessoas inocentes. 
	2. A crise é não seletiva e inesperada - A única certeza que temos é que a crise irá ocorrer, só não sabemos quando nem onde, sendo assim podemos concluir que ninguém está imune à ocorrência de uma crise em sua área de atuação e nem mesmo poderá prever quando esse evento vai ocorrer. Devemos estar em plenas condições de pronto emprego para atuação nesses tipos de eventos. 
 
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3. Ação da mídia - Não podemos deixar de perceber que a evolução tecnológica ajudou muito o trabalho da imprensa. Hoje apesar da distância os repórteres conseguem imagens perfeitamente nítidas em função das lentes de suas câmeras.
E não é diferente quando o assunto é eventos de crise. Um bom trabalho dos órgãos de segurança pública será difundido em rede nacional e quiçá, para o mundo todo. Desta forma será muito útil a participação da mídia, pois estará fazendo um verdadeiro marketing positivo dos órgãos atuantes na crise.
 
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	Ocorre que o inverso também poderá ocorrer, quando ações não planejadas e sem critérios técnicos são executadas. Quem já não viu a mesma reportagem sendo repetida em vários horários dos jornais televisivos e em vários canais, cada um com um comentarista e analista de segurança pública diferente fazendo inúmeras críticas às ações desencadeadas pelos órgãos de segurança pública.
	Outro destaque que há de ser dado refere-se ao fato da mídia ter que concorrer com ela própria, ou seja, canais de televisão tem que buscar a melhor imagem, o melhor contato com os agentes perpetradores da crise, buscam entrevistas exclusivas e por vezes, conseguem fazer contato com os tomadores de reféns, sem mesmo que os órgãos de segurança pública já tenham conseguido tal feito.
	De certa forma, medidas tem que ser tomadas para evitar esta proximidade com a imprensa.
 
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Exigências de Estudos Especiais
Já vimos que é de suma importância que os órgãos de segurança pública estejam preparados para atuarem diante de uma crise, até mesmo pelo fato, de não sabermos quando e onde ela irá ocorrer.
Inicialmente temos que considerar que a crise em si, por suas circunstâncias causam um aumento do fator stress, tanto nos perpetradores da crise, como nas vítimas e nos agentes públicos.
Havendo esta alteração, visivelmente ocorrerá a perda de capacidade dos agentes que atuam na crise, seja pela fadiga, seja pelo stress ou qualquer outra alteração comportamental. 	Para isso os agentes tem que possuir uma equipe de apoio e, ainda, o gerenciamento de crises é uma atividade técnica e que deve ser realizada somente pelos órgãos de segurança pública. 
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Nesta aula, você:
•	Aprendeu a conceituar e caracterizar uma crise.
•	Descobriu que hoje não podemos mais alegar que o Brasil não possui uma doutrina de gerenciamento de eventos críticos, para justificar gerenciamentos mal sucedidos.
•	Aprendeu que o gerenciamento de uma crise não deve ser conduzido através da força, pelo contrário, esta deve ser a última opção.
•	Analisou o conceito de gerenciamento de crise e a importância de se fazer um gerenciamento técnico e especializado.
•	Reconheceu a diferença entre refém tomado e refém sequestrado.

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