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O principal objetivo do tratamento periodontal é a regeneração dos tecidos de suporte perdidos em consequência da doença periodontal. Indicações: Bolsa periodontal profunda maior de 5mm em paciente periodontalmente controlados (saúde periodontal); Lesões de furca; Necessário reduzir a profundidade de bolsa e regenerar a lesão de furca para garantir a manutenção da saúde periodontal. Conduta: Gengivectomia; Reposicionamento apical do retalho associado a recontorno ósseo; Procedimento regenerativo Objetivo Regenerar toda a inserção conjuntiva sobre a superfície radicular. Formação de novo cemento; Formação de fibras colágenas inseridas nesse novo cemento (inserção conjuntiva) Novo osso alveolar Restaura anatomia local Dependendo do local (anterior) restaura a anatomia e consequentemente devolve a estética. CEMENTO RADICULAR Tecido calcificado especializado que recobre as superfícies radiculares dos dentes • Características em comum com tecido ósseo • Não contem vasos sanguíneos linfáticos ou inervação Hidroxiopatita (65% peso) Função: insere as fibras do ligamento periodontal na raiz Reparo após danos a superfície celular LIGAMENTO PERIODONTAL • Ligamento periodontal que liga o cemento da raiz radicular ao osso do processo alveolar • Fibras de colágeno tipo I • CÉLULAS: fibroblastos, restos epiteliais de malassez, osteoclastos, ondontoblastos, macrófagos e mastócitos. FIBRAS: colágenas (maioria; trajeto ondulado) e elásticas imaturas • Grupo: crista alveolar horizontal • Obliquo (mais importante apical) OSSO ALVEOLAR → É definido como as partes da maxila e da mandíbula que formam os alvéolos dos dentes e dão suporte a esses alvéolos AULA 02 - REGENERAÇÃO TECIDUAL GUIADA - RTG LE O N A R D O D E SO U ZA L IM A Em conjutno com cemento radicular e o ligamento periodontal, constitui o aparelho de inserção dos dentes cuja a funçao principal e absorver as forças que são geradas. REGENERAÇÃO X REPARO REGENERAÇÃO PERIODONTAL É a reprodução ou reconstituição dos tecidos periodontais perdidos ou feridos em decorrência da progressão da doença periodontal REPARO PERIODONTAL É a formação de um tecido diferente daquele original, não reproduzindo, fielmente, arquitetura ou função do tecido perdido Alterações nas Superfícies Dentais Causadas pela Doença Periodontal → Camada de cemento desmineralizada → hipermineralização do cemento → Endotoxinas impregnadas na raiz (LPS) → invasão bacteriana REGENERAÇÃO TECIDUAL GUIADA Procedimento que visa regenerar as estruturas periodontais perdidas através de técnicas de barreira, interposta entre a superfície radicular tratada e o tecido gengival, a fim de retardar a migração dos tecidos epitelial e conjuntivo gengival em direção à base do defeito. Fontes de Células para o Povoamento da Ferida → Ligamento periodontal → Osso → Tecido conjuntivo → Epitélio REGENERAÇÃO TECIDUAL GUIADA Caton & Zander Quando há um defeito ósseo, o epitélio juncional fica localizado até, aproximadamente, o assoalho do defeito. Após um procedimento regenerativo, o EJ se estende até onde estava no momento da cirurgia, impedindo a inserção de fibras do ligamento periodontal. Moskov, Karsh & Stein, 1979 Em procedimentos regenerativos, o mais importante é a reformação do ligamento periodontal, e não do osso FATORES A SEREM CONSIDERADOS Morfologia do defeito Furcas pouco expostas são mais predisponentes à doença periodontal. Por causa da dificuldade de acesso pela pessoa para higienizar. Em furcas muito expostas, é mais difícil a evolução da doença periodontal, pois a higienização é facilitada. Em casos de fissura palatina também são predisponentes à doença periodontal. Acomete principalmente incisivos laterais. É uma dobra do cíngulo e pode acometer coroa raiz. Nesses casos não se pode preencher a fissura com resina, pois a gengiva não se adere à resina e haverá a formação de bolsa da mesma forma. O correto é realizar uma planificação que segue da coroa do dente até a crista óssea, para que haja certeza da limpeza do cemento e sua preparação para a aderência da gengiva nele. Perolas de esmalte também promovem a formação de bolsas periodontais, pois a gengiva não se adere à esmalte. O tratamento deve ser o desgaste da perola de esmalte com uma broca. Doenças sistêmicas O grande problema para o diabético é a circulação. O diabético tem dificuldade em produção de colágeno, por consequência, a cicatrização é debilitada. Há também a dificuldade de diapedese, pois a diabetes causa um espaçamento das células dos vasos sanguíneos. Controle do biofilme dental Calculo supragengival: se origina na gengiva, é branco-amarelado, pode ser pigmentado (por pigmentos exógenos, como alimentos e bactérias cromógenas). Calculo subgengival: se origina pelo fluido gengival, possui coloração escura pelos radicais de hemoglobinas (resultante de sangramento), é mais mineralizado e mais aderido. Diferença ente matéria alba e placa bacteriana: usar jato de ar. Se for removida é matéria alba. Bactérias só tem poder patogênico depois de 24 horas instalada. A pessoa pode ter calculo e não ter bactéria nem inflamação. Fumo Modifica o sistema de defesa imunológico, por modificar a circulação sanguínea. O calor do fumo causa vasoconstrição. Diminuindo a chegada de sangue nas extremidades e diminuindo as células de defesa. Altera o processo de quimiotaxia. O fumo pode causar perda óssea alveolar, mobilidade dentaria, aumento da profundidade de sondagem, perda do dente, GNA (gengivite necrosante aguda), periodontite refratária (periodontite sempre recidivante) e alteração do processo de cura não -cirúrgica e cirúrgica Tipos de Defeitos Ósseos São classificados de acordo com a quantidade de paredes ósseas Remanescentes, ou seja, quantas paredes ainda existem. Ao todo são 4 paredes, quanto mais tem, melhor o prognostico e tratamento. → 1 parede Tem o pior prognostico, não pode se usar material para preencher. → 2 paredes Nesse caso, está presente a parede vestibular e lingual, e não ter as paredes entres as raízes adjacentes, ou vice-versa → 3 paredes São pequenos buraquinhos que são preenchidos com material, e a partir daí pode-se formar um novo só, ou até mesmo um novo tecido periodontal → Circunferencial → Cratera Defeitos combinados, etc. → É menos comum, e esse defeito forma um a taça ao redor da raiz do dente, nesse caso se tem mobilidade. INDICAÇÕES • A RTG deve ser indicada para tratamento de áreas de perda óssea angular, lesões de bifurcação, especialmente aquelas com componente vertical, e para aumento da espessura óssea • A técnica de RTG mostra sucesso no recobrimento radicular. TRATAMENTO 1 - Tratamento não cirúrgico 2 - Avaliação se a bolsa persiste, se sim, tratamento cirúrgico 3 - Retalho cirúrgico para raspar 4 - Defeitos com 3 ou 2 paredes remanescentes é feito tratamento Regenerativo, e ainda existe um tratamento para neoformação de osso TIPOS DE MEMBRANAS Reabsorvíveis (Vycril ou ácido polilático) Não reabsorvíveis (politetrafluoretileno expandido – ePTFE) TÉCNICA • Explicação ao pacientesobre técnica • Melhora da higiene oral • Raspagem e polimento radicular • Limpeza cuidadosa da área com remoção do coágulo e placa bacteriana ou cálculo remanescentes • Perfuração da cortical do defeito e remoção de bordas pontiagudas TÉCNICA Escolha e recorte da membrana Colocação da membrana (3 a 5 mm além da borda óssea) Para áreas de furca, a membrana deve ficar 1 a 2 mm apicalmente à JCE Retenção segura da membrana Sutura do retalho CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS • Antibioticoterapia • Evitar cimento cirúrgico • Bochechos com clorexidina • Retirada da sutura nas incisões relaxantes com 1 semana • Controle do paciente a cada 2 semanas • Retirada da sutura e da membrana após 6 a 8 semanas COMPLICAÇÕES • Exsudato após o primeiro mês • Exposição da membrana • Rompimento da mucosa • Abscesso RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE • Cuidado excessivo da área pela sua fragilidade • Não utilizar escova de dente ou fio dental na área até que seja recomendado o reinício dos procedimentos de higiene oral • Não deixar de comparecer às visitas programadas • Avisar imediatamente no caso de exposição da membrana REGENERAÇÃO ÓSSEA GUIADA Técnica que se vale de materiais com potencial de induzir a formação óssea visando, em última instância, a regeneração do aparato de inserção. OSTEOGÊNESE Ocorre quando osteoblastos ou células precursoras de osteoblastos são transplantados com o material de enxerto para o interior do defeito, onde podem estabelecer centros de formação óssea Ex.: enxertos de ilíaco, osso medular OSTEOCONDUÇÃO Ocorre quando o material de enxerto não vital funciona como um arcabouço para o crescimento de células precursoras de osteoblastos para o interior do defeito. Este processo é normalmente seguido da reabsorção gradual do material enxertado. Ex.: osso sintético OSTEOINDUÇÃO Envolve a formação de novo osso pela diferenciação local de células mesenquimais indiferenciadas em células formadoras de osso sobre a influência de agentes indutores. Ex.: BMPs (proteínas morfogenéticas ósseas) TIPOS DE ENXERTOS ÓSSEOS Autógenos (Da pessoa para ela mesmo); Homógenos iso-enxertos alo- enxertos (entre duas pessoas da mesma espécie. Banco de ossos) Xenógenos Heterógenos Entre duas espécies diferentes. Bovino); geralmente chamado de enxerto Aloplásticos Fabricados sinteticamente PROPRIEDADES IDEAIS DOS MATERIAIS PARA ENXERTO ÓSSEO Biocompatibilidade Ausência de antigenicidade Induzir ou colaborar com formação de LP, cemento e osso Permitir ganho de inserção pós- cicatrização Ser reabsorvível e substituído pelas estruturas locais, ou pelo menos permanecer no local sem comprometer a fisiologia CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TÉCNICAS DE ENXERTOS ÓSSEOS • A técnica deve ser aplicada preferencialmente em defeitos ósseos que possam conter o material enxertado. Os defeitos mais favoráveis são aqueles que apresentam maior número de paredes ósseas. • A área deve ser cuidadosamente limpa, com remoção de todo o tecido de granulação. • A cortical que reveste o defeito deve ser perfurada com brocas de diâmetro reduzido. • O retalho deve proporcionar completa proteção à área operada. • Evitar sondagem da região por um período de, no mínimo, 6 meses após o procedimento cirúrgico. • Deve-se evitar, no período pós- operatório, acúmulo de placa na área. • Deve-se dar especial atenção a rompimentos do retalho. AVALIAÇÃO DO SUCESSO DAS TÉCNICAS DE ENXERTO ÓSSEO • Sondagem periodontal • Exame radiográfico • Análise histológica • Avaliação cirúrgica, através de cirurgias de reentradas. ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS EXTRA BUCAIS Enxertos de medula de crista ilíaca foram introduzidos por Schallhorn (1967) Potencial osteogênico acentuado Altos índices de reabsorção radicular e anquilose A técnica cirúrgica exige hospitalização, anestesia geral e equipe médica especializada VANTAGENS • Grande quantidade de material doador disponível • Pode ser armazenado para uso posterior. DESVANTAGENS • Necessidade de dois procedimentos cirúrgicos • Possibilidade de complicações pós-operatórias • Custo elevado ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS INTRA BUCAIS • Principalmente sínfise ou ramo da mandíbula, áreas de exostoses • Pós-operatório mais confortável • Proximidade das áreas doadora e receptora MATERIAIS ALOPLÁSTICOS • Beta-fosfato-tricálcio (reabsorvível) • Hidroxiapatita (não reabsorvível) • Não há evidência de que estes materiais possam estimular a formação de novo cemento com fibras colágenas inseridas (Lindhe, 1999) ENXERTOS XENÓGENOS • Osso liofilizado congelado bovino • Bio Oss® : osso bovino com extração de proteínas em baixas temperaturas • Resultados similares aos encontrados com enxertos autógenos (Nielsen et al, 1981
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