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DIREITO CIVIL 4 (3001) – LAILA CARVALHO CAVALCANTE – CASOS CONCRETOS MATRÍCULA: 201702197352 DATA: 06/05/2020 CASO CONCRETO 1 Wade Wilson alugou um apartamento de propriedade de Peter Parker em Belém(PA). O contrato de locação previu: valor e pagamento do aluguel, dever de cuidados com o bem, as taxas de condomínio serem de responsabilidade de Wade Wilson (locatário) e que a duração do contrato é de 3 anos. Assim durante todo o lapso contratual o locatário cumpriu o contrato, pagando em dia o aluguel e o valor da taxa de condomínio, bem como manteve o devido cuidado com o bem. Véspera da data de devolução do apartamento Peter Parker recebeu comunicação do município de Belém informando que havia débito de 2 anos nos valores referente ao IPTU do apartamento. Com fulcro no informado responda: a) Peter Parker pode cobrar os valores referente ao IPTU de Wade Wilson, vez que este era responsável pelo imóvel durante o período? Explique. Não, tendo em vista que no contrato não previa o cumprimento de WADE WILSON para efetuar pagamento do IPTU, sendo assim, o mesmo não carrega consigo a obrigação propter rem. Dessa forma, Peter Parker (o proprietário) tem a obrigação. b) Vencido o prazo de 3 anos do contrato, caso Wade Wilson recuse-se a devolver o apartamento, quais características do Direito das Coisas Peter Parker pode dispor para impor seu direito de propriedade sobre o bem? Explique. Neste caso, Peter pode reivindicar os seus direitos, retirando Wade da posse da propriedade, uma vez que esses direitos são taxativos previstos do Código Civil. CASO CONCRETO 2 Mogli comprou uma mansão de 1.200 m² em Balneário Camboriú (SC), tendo realizado o devido registro em cartório desta compra. Esta mansão serve apenas como casa de veraneio, vez que é uma casa de praia. Pocahontas resolveu passar o carnaval em Balneário Camboriú, assim realiza contrato de locação com Mogli, o contrato firmado é por temporada (período do carnaval), sendo pactuado o valor e data de devolução do imóvel (12:00 h da quarta-feira de cinzas), analisando a presente situação responda: a) Pocahontas tornou-se possuidora do imóvel? Qual das teorias sobre a posse abraça esta situação? Explique. Sim, tendo em vista que Pocahontas passou a ser possuidora do bem temporariamente, com o intuito de passar apenas um curto período. Neste caso, rege a teoria objetiva de Ihering, no que prevalece apenas o corpus. b) Classifique a posse apresentada. Derivada, direta, justa e de boa-fé. c) Quando Pocahontas chegou à casa conheceu o Sr. Aladdin, caseiro contratado por Mogli para cuidar da casa de praia. Pode-se afirmar que Aladdin é possuidor da casa? Explique. Não. Alladin é mero dententor de posse, como reza o art. 1.198, CC. CASO CONCRETO 3 Sheldon em suas andanças pela cidade do Rio de Janeiro descobriu um apartamento em Copacabana desocupado e anunciado para aluguel. Sem conversar com o proprietário desse imóvel, Sheldon informou à portaria do prédio que comprou o imóvel e entraria para tomar posse. Após adentrar o apartamento ele trocou as fechaduras das portas de acesso, colocou uma banheira no banheiro da suíte e apresentou-se a todos do prédio como novo proprietário do imóvel. O Sr. Holowitz, verdadeiro proprietário do imóvel, tomou conhecimento da invasão realizada por Sheldon 1 mês após o ato e contratou advogado para realizar a proteção dos direitos sobre sua propriedade. Assim, pergunta-se: a) Qual foi a espécie de ataque a posse? Qual o remédio cabível para defendê-la? Explique O caso acima trata-se de esbulho possessório. Uma vez que Sheldon entrou sem autorização no imóvel do Sr. Holowitz, e o ocupou, sem que a posse do imóvel lhe tenha sido transmitida por qualquer meio. Portanto, o proprietário pode reaver a posse do imóvel, sendo este, o objeto a ser adotado por ele. b) Em razão da ação judicial Sheldon deverá devolver o imóvel, quanto à banheira instalada no apartamento, ele terá direito de ser indenizado? Não, pois, as benfeitorias voluptuarias ou úteis, para possuidores de má-fé, não são dignas de indenização, somente as benfeitorias necessárias, pois tem objetivo convervar a propriedade, conforme dispõe o art. 1220, CC "Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias." c) Caso, durante o período que ocupou indevidamente o imóvel, Sheldon tenha alugado dois quartos do apartamento para turistas em veraneio na cidade do Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 10.000,00. Ele poderá ficar com este valor? Não. A posse foi adquirida de má-fé. Portanto, Sheldon responderá pelos frutos colhidos, transferindo o valor para o proprietário legítimo do imóvel. Art. 1.216. "O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio". CASO CONCRETO 4 Verônica é proprietária de uma casa em bairro estritamente residencial na cidade de João Pessoa (PB). Verificando as possibilidades de negócio a mesma observa que estão chegando as festas juninas, como Verônica precisa urgentemente de dinheiro resolve montar uma fábrica de fogos de artifício em sua casa, para tanto recebe meia tonelada de pólvora e outros itens para a produção dos fogos. Archie, seu vizinho, testemunha a entrega destes itens, imediatamente ele a questiona sobre os riscos desta atividade. Verônica de forma calma e serena responde que a propriedade da casa é dela e assim ela pode fazer o que bem quiser em seu imóvel. Por ser dono a pessoa pode fazer o que bem entender no imóvel? Explique. Não. A propriedade atenderá a sua função social, descrita no art. 5º, XXIII CF/88. Desta forma, impõe limites ao direito de propriedade, para garantir que o exercício deste direito não seja prejudicial ao bem coletivo. CASO CONCRETO 5 Bentinho é proprietário de um terreno em Ribeirão Corrente (SP), este terreno tem as seguintes dimensões: 100 metros de testada (frente), 100 metros de fundos, 500 m na lateral esquerda e 500 m na lateral direita(100m X 500m). Seu vizinho é Escobar, que possui um terreno muito menor que o de Bentinho, sendo uma área de 40m X 500 m, não há cercas entre as duas áreas. Bentinho resolveu plantar Café em seu Terreno, tendo contrato diversas pessoas para realizar o plantio, deixando um capataz responsável pelos serviços. Ocorre que Bentinho precisou ausentar-se durante o período do plantio, infelizmente o capataz não conhecia os limites do terreno, tendo usado toda a área de Escobar, em razão da inexistência de cerca. Escobar em diversas visitas à área viu o cultivo e nada falou. No dia que foi concluída a plantação, Escobar construiu cerca separando seu terreno da área de Bentinho e disse que aquela área era dele e ninguém tinha direito a nada sobre aquela plantação. Escobar está correto ou Bentinho pode alegar ter algum direito? Qual? Explique. O caso em tela trata-se de acessão artificial. Bentinho agiu de boa-fé, tendo o direito de indenização pelo que foi realizado no terreno alheio. Flávio Tartuce traz a possibilidade de uma construção realizada em solo próprio que invade solo alheio, se isto acontecer, aquele que construir de boa-fé terá o direito de adquirir propriedade do que foi invadido. Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo
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