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Diretrizes de Estudo para o Curso de Direito: Tomás de Aquino e sua Importância Jurídica


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DIRETRIZES DE ESTUDO PARA AS DICIPLINAS DO 1° SEMESTRE DO CURSO DE DIREITO 
 
Tomás de Aquino e sua importancia juridica 
 
Para entendermos um pouco mais a essa importancia, devemos diferenciar os dois grandes nomes da igreja na filosofia onde se dividem em Patristica e Escolastica, entre Santo Agostinho e Tomás de Aquino. Basicamente na era Patrística Agostinho pensador dos séculos IV e V do início do cristianismo e da Idade Medieval onde valeu se da filosofia de Platão, do outro lado em outro momento da história Aquino considerado o pai da era Escolastica foi um pensador do final da Idade Média (século XIII) e que já foi formado em uma sociedade totalmente diferente se embasando na filosofia de Aristoteles. 
Então, enquanto Agostinho apresentava as idéias ou formas estavam no Espírito de Deus. Santo Tomás de Aquino acrescenta a noção dos universais em seus raciocínios citava que Deus é a causa da matéria e dos universais, onde Deus está continuamente criando o mundo para produzir novos objetos. 
Através da análise das ideias de São Tomás de Aquino, percebemos que o autor acreditava na ideia de duas justiças, uma dotada de princípios absolutos e outra aplicada às relações particulares. Dessa forma, podemos dizer que, para o autor, a justiça poderia ser; Primeiramente a justiça Geral ou seja universal, dotada de princípios absolutos e estabelecida por Deus, conhecida nas obras de Aristoteles por justiça natural. A segunda justiça particular, trazendo a justiça geral nas relações particulares, tendo duas faces: 
A distributiva daria a cada um segundo mérito, sendo uma justiça de subordinação, onde o estado daria aos sútidos em uma relação vertical. Enquanto a comutativa seria uma justiça de coordenação feita entre particulares e devendo ser equilibrada não tendo relação de subordinação. 
Da mesma forma que acreditava Agostinho, Tomas de Aquino acreditava na existencia de uma Lei oriunda de Deus e outra dos homens. Assim Tomas dividia-as em: 
Lei eterna: É a lei de Deus, sendo perfeita e eterna. O homem, por ter cometido o pecado original, não teria acesso à essa lei. Contudo, Deus, por seu caráter misericordioso, nos daria duas formas de conhecer a lei eterna, sendo: 
Leis Divinas: São os textos sagrados que contém a palavra de Deus. Devem ser interpretadas para se chegar à lei eterna. 
Lei Natural: são leis descobertas pela razão. Raciocinar corretamente é chegar à lei Eterna. A lei natural é a participação do ser racional na lei eterna. 
Leis Humanas: São as leis criadas pelos humanos para viver em sociedade. Entretanto, para serem minimamente justas, devem refletir, de certa forma, a lei eterna. 
Para o novo realismo jurídico inaugurado por Santo Tomás de Aquino “a lei não é o mesmo direito, senão certa razão deste” , ou seja, a lei consiste em um modelo do que o direito deve ser. Portanto, a lei antecede ao direito. Este, para ser mais perfeitamente conhecido deve ser analisado sob seus três aspectos: objetivo, subjetivo e normativo. 
O Direito objetivo consiste com algo que corresponde a alguém como seu, pois bem, o que se determina que algo é de si é a lei que da se o nome de Direito normativo. Então conclui se que direito é tudo aquilo que me pertence por uma lei que antecede me. E o direito subjetivo nada mais é do que direito objetivo no qual radicado neste que o detém, portanto essa existencia do direito não pode ficar a vontade de quem o detém e ele identifica com o justo natural independente da vontade das partes ( me veio na mente a passagem da criança roubada pela mãe que se bebe morreu e subtraiu da outra onde Salomão interveio com sabedoria para saber qual justo natural kkk by José Correia Jr) 
Portanto, podemos apontar a seguinte seqüência, fruto da análise exposta: lei, direito, justiça. Ou seja, a lei determina o direito e o cumprimento deste constitui a justiça. 
Obviamente que esta afirmação só nos pode valer dentro de um sistema que tem por fundamento a lei eterna, infelizmente negada por muitos, pois caso contrário, cairíamos no horror de considerar direito a determinação de normas emanadas de autoridades arbitrárias, totalmente desprovidas de qualquer conteúdo moral, completamente distantes dos princípios de lei natural, cujo cumprimento jamais traduziria um ato de justiça. 
Nos resta concluir que, se por um lado as leis humanas mudam, esta mudança é conforme a evolução do homem. Mas a lei de Deus, por ser divina , é absolutamente imutável, perfeita em si mesma, indelével. Não é um fato histórico, presente em um determinado momento, mas é permanente, não muda, porque é perfeita. A Lei eterna é o mesmo Deus, que como Deus, é perfeito, imutável, onipotente e onipresente, governando permanentemente toda sua obra para o fim que Ele mesmo destinou: a beatitude. 
Enquanto a Filosofia Jurídica moderna apresenta a lei de uma forma reducionista, onde lei jurídica é sinônimo de lei, a doutrina escolástica, especialmente a desenvolvida por Santo Tomás de Aquino, ultrapassa os limites de uma visão normativa reconhecendo e desenvolvendo de forma inigualável o conceito de lei , visto agora, de forma amplíssima.