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Trabalho de filosofia da ciência. 
Seminário : Rubem alves- Filosofia da ciência - introdução ao jogo e suas regras. 
Cápitulo 7 
Júlia G. Kahl
Págs: 96 á 99
O autor quer nos mostrar mais a fundo as diferenças entre os pensamentos dedutivo e indutivo .
Antes do pensamento indutivo, a ciência medieval queria ampliar o conhecimento da natureza através do método dedutivo, porém a dedução não amplia conhecimento algum. O método indutivo se baseia na experiência para poder dar uma possível resposta á uma questão, o dedutivo só serve para afirmar conclusões já presupostas, parte de um conhecimento geral sobre algo, para concluir um caso particular. Sabendo disso, como seria possível desvendar e ampliar questões da natureza, ainda desconhecidas, a partir do método dedutivo, que tem o pensamento de já conhecer algo? Por isso ele diz que o pensamento indutivo se levantou contra a ciência medieval, e este pensamento começára a ser o novo caminho para o saber, por meio experimental.
O pensamento lógico- matemático é dedutivo-demonstrativo.
 O pensamento dedutivo é adequado para explicar a lógica matemática. Temos um exemplo no livro : "Um triângulo retângulo para o qual não vale o teorema de Pitágoras não invalida o teorema. É o tal triângulo que se invalida a si mesmo." A demonstração só pode ser invalidade se for detectada uma falha na conexão interna entre as idéias.
Já a o pensamento indutivo necessita da observação e informações sobre fatos para progredir. Não existe necessidade lógica nos caminhos da natureza.
Nós sabemos que o sol irá nascer amanhã, depois de amanhã e depois por pensamento indutivo, baseados em experiência do passado (vimos que o sol nasce toda manhã durante 20 anos portanto podemos chegar a conclusão que amanhã ele nascerá novamente de manhã) Mas não temos como provar esse fato através da lógica.
Para o pensamento dedutivo : "se os pontos de partida são errados, não importa o rigor do pensamento - as conclusões serão sempre erradas." 
O que Bacon queria (atráves da deúncia dos ídolos da caverna, do teatro, mercado e tribo) era acabar com os pontos de partida errados, que eram os pré-conceitos que o homem já havia tomado para sí , que não resultavam do exame da realidade mas de problemas que haviam dentro das mentes dos homens. Os pré-conceitos são caminhos enganosos para se chegar a o que é a realidade de fato. 
Exemplos do livro:
"Os pretos são sujos e preguiçosos."
" Os pobres são pobres porque não gostam de trabalhar."
"Religião é o ópio do povo."
" Povo rico, povo feliz." 
Dizer que a ciência é destituída de preconceito é mais um preconceito. As comunidades científicas também possuem suas inquisições porém com outros nomes. 
 O objetivo da indução é ir diretamente ao fato, construir a verdade, e apenas a verdade. Mas no caminho que vai dos fatos aos enunciados de leis e teorias, há indícios de que, em certas passagens, trapaceamos sem querer, a indução pareceu uma ilusão em alguns momentos. O primeiro filósofo a analisar este problema foi David Hume.
Para Hume tudo que investigamos se divide em duas partes:
- relações de idéias: geometria, álgebra, aritmética, lógica, etc. e
- matérias de fato: tudo aquilo que acontece no mundo real, que nos é dado pelos sentidos. 
A razão por sí mesma não pode nos dizer que a água mata a sede ou apaga ou fogo , mas a experiência sim, pode nos dizer. O que a razão por sí mesma pode nos dizer por exemplo é que a fórmula da água é H2O.
Segundo Hume, conhecer a matéria de fato significa saber suas causas e efeitos. E causas e efeitos são descobertos através da experiência e não da razão.
"Todo conhecimento, toda ciência, toda tecnologia se baseia no conhecimento de relações entre causas e efeitos." Saber sobre causa e efeito é saber o que certas coisas fazem com as outras, então a tecnologia nasce quando combinamos certas coisas para obter o efeito desejado. Quando dizemos que uma coisa é causa da outra, estamos dizendo também, que há uma relação necessária entre elas.
 "Porque sei que o vento exerce uma pressão nas superfícies em que bate, sou capaz de construir barcos à vela, moinhos, cata-ventos e papagaios.." 
Porém, Hume não concorda que possamos, á partir de fatos que relatamos no passado como por exemplo "a chuva apagou um incêndio no ano passado, ou " ontem apaguei um fósforo num copo de água " afirmar uma relação causal, apenas por observar os fatos, pois isso não é ciencia, a ciência quer passar do visível e chegar ao invisível. Nada nos autoriza a pular dos enunciados relativos aos fatos passados, para o enunciado relativo a todos os fatos, inclusive os futuros apenas baseado no que relatamos. No livro, é dado o exemplo de que fiscais de café retiram uma amostra de café da saca para ver se o conteúdo está em boa qualidade, e daí se arriscam a tirar conclusões sobre o conteúdo da saca inteira. O "alguns" (amostra) não contém, logicamente, o todos. 
 "O raciocínio de que não se pode passar de alguns para todos é o mesmo que mostra que não podemos, legitimamente fazer afirmações sobre o futuro com base no passado."
"Então devemos concordar que o conhecimento de uma amostra não me garante o conhecimento da saca e o conhecimento de regularidades aqui e agora não me garante que elas possam ser observadas no universo todo e sempre."
É nesse ponto que Hume tem a opinião de que a indução pôde parecer uma ilusão em certos momentos. Mesmo que nos esforcemos para seguir o método indutivo, com rigor, seguindo as etapas e com o objetivo de chegar a verdade e apenas a verdade, as vezes podemos nos enganar, nos iludir.

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