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Contratos Administrativos - Teoria e Exercícios

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Direito Administrativo para PGM-Fortaleza 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ʹ Aula 08 
 
 
 
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Prof. Erick Alves ʹ Aula 08 
 
 
 
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AULA 08 
Olá pessoal! 
Na aula anterior finalizamos o estudo dos atos administrativos, que 
são as manifestações unilaterais da Administração. 
Na aula de hoje estudaremos as manifestações bilaterais, isto é, os 
“contratos administrativos”, assunto importante, diretamente 
relacionado com o tema licitações, que veremos na aula seguinte. 
Os tópicos a serem estudados são os seguintes: 
SUMÁRIO 
Contratos administrativos ......................................................................................................................................... 4 
Noções gerais .................................................................................................................................................................. 4 
Contratos da Administração ..................................................................................................................................... 6 
Conceito ................................................................................................................................................................................ 9 
Características ............................................................................................................................................................... 10 
Formalismo ................................................................................................................................................................... 10 
Onerosidade e comutatividade............................................................................................................................. 13 
Pessoalidade (intuitu personae) ........................................................................................................................... 14 
Cláusulas necessárias ................................................................................................................................................ 16 
Cláusulas exorbitantes .............................................................................................................................................. 20 
Alteração unilateral ................................................................................................................................................... 21 
Rescisão unilateral .................................................................................................................................................... 25 
Fiscalização do contrato .......................................................................................................................................... 26 
Aplicação de sanções ................................................................................................................................................ 28 
Ocupação temporária ............................................................................................................................................... 32 
Exigência de garantias ............................................................................................................................................. 34 
Restrições à oposição da exceção do contrato não cumprido ................................................................. 37 
Duração dos contratos .............................................................................................................................................. 39 
Execução dos contratos ............................................................................................................................................ 42 
Formas de recebimento do objeto ...................................................................................................................... 44 
Extinção do contrato .................................................................................................................................................. 47 
Anulação ........................................................................................................................................................................ 47 
Rescisão ......................................................................................................................................................................... 49 
Teoria da imprevisão ................................................................................................................................................. 53 
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Fato do príncipe .......................................................................................................................................................... 55 
Fato da Administração ............................................................................................................................................. 56 
Caso fortuito e força maior .................................................................................................................................... 57 
Interferências imprevistas ..................................................................................................................................... 57 
Espécies de contratos administrativos ............................................................................................................ 59 
Contratos de serviço ................................................................................................................................................. 59 
Contratos de obra pública ...................................................................................................................................... 60 
Contratos de fornecimento .................................................................................................................................... 61 
Contratos de concessão ........................................................................................................................................... 62 
Contratos versus convênios .................................................................................................................................... 62 
Mais questões de prova ............................................................................................................................................ 65 
Jurisprudência ............................................................................................................................................................... 82 
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 88 
Questões comentadas na aula ............................................................................................................................... 91 
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 99 
 
Os contratos administrativos, em geral,estão disciplinados nos 
artigos 54 a 80 da Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos). 
Recomendo, para um melhor aproveitamento, que você acompanhe a 
aula com esses dispositivos da lei em mãos, e sempre os consulte quando 
forem citados. 
Ademais, considero que a leitura da “lei seca” é essencial, pois muitas 
questões de prova, como veremos, podem ser resolvidas apenas com a 
literalidade da norma. 
Para facilitar o estudo da lei, disponibilizei para download gratuito 
no site do Estratégia a “Lei 8.666 – Atualizada e Esquematizada para 
Concursos”. O link é o seguinte: 
 http://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-8666-atualizada-e-
esquematizada-para-concursos/ 
Não deixe de baixar o arquivo! 
Então, vamos à aula. 
 
Preparados? Aos estudos! 
 
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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
NOÇÕES GERAIS 
A Administração Pública não desenvolve suas atividades apenas por 
meio de atos unilaterais, aos quais os particulares devem obediência, 
independentemente de concordância. Existem atividades em que o Estado 
precisa da colaboração dos particulares, oportunidade em que surge a 
necessidade da celebração de acordos bilaterais de vontade, isto é, 
contratos, nos quais a formação do vínculo entre o particular e a 
Administração fica dependente do consenso entre as partes. 
É o que ocorre, por exemplo, quando um órgão público adquire 
produtos de uma empresa privada ou quando contrata um profissional 
para executar determinado serviço de manutenção. Também são 
exemplos as concessões de serviços públicos e as parcerias-público 
privadas. Todas essas atividades são levadas a efeito mediante contrato. 
 Note que, nos exemplos acima, o particular não é obrigado a assinar 
o contrato com a Administração. Ao contrário, ele também tem interesse 
na contratação e, por isso, firma o acordo. Daí o caráter bilateral do 
contrato, uma das suas características mais marcantes. 
E esse caráter bilateral está presente mesmo considerando que, nos 
contratos administrativos, as cláusulas são fixadas unilateralmente pela 
Administração (contrato de adesão). Isso porque o ajuste só vai ser 
formado caso a outra parte der o seu “de acordo”. Falta nos contratos, 
portanto, a imperatividade que caracteriza os atos administrativos 
unilaterais, pois, ao contrário destes últimos, aqueles não têm a 
capacidade de impor obrigações ao particular sem a sua concordância. 
Frise-se que, embora exista um acordo de vontades na assinatura do 
contrato, os interesses e finalidades visados pela Administração e pelos 
contratados são opostos; em um contrato de concessão de serviço 
público, por exemplo, a Administração quer a prestação adequada do 
serviço enquanto o particular objetiva o lucro. 
Lembrando que os contratos, por sua bilateralidade, não são atos 
administrativos típicos, mas são enquadrados no conceito de atos da 
Administração. 
Do exposto até aqui, já podemos afirmar que, toda vez que o Estado 
firma compromissos recíprocos com terceiros, ele celebra um 
contrato. Para a validade de um contrato, entretanto, não basta a livre 
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manifestação de vontade das partes. É também necessário, por exemplo, 
que o contrato não contrarie disposição legal, que seu objeto seja lícito e 
possível e que as partes contratantes sejam capazes1. 
A doutrina considera o “contrato administrativo” como uma espécie 
do gênero contrato. Isso quer dizer que os contratos administrativos 
enquadram-se no conceito geral de contrato como acordo de vontades 
gerador de direitos e obrigações recíprocos. Assim, após a assinatura 
do ajuste, as partes passam a estar vinculadas às suas cláusulas, criando 
o direito de uma parte exigir o cumprimento das obrigações assumidas 
pela outra. 
O que caracteriza o contrato administrativo no universo dos contratos 
em geral é o fato de ser firmado por órgão ou entidade da 
Administração Pública 2 , que figura num dos polos da relação 
contratual, o polo contratante, enquanto o particular, pessoa física ou 
jurídica, figura no polo oposto, como contratado. Porém, a característica 
que verdadeiramente marca o contrato administrativo é o fato de ser 
regido, predominantemente, pelo direito público, aplicando-lhe, 
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as 
disposições de direito privado. 
Os contratos administrativos estão disciplinados nos artigos 54 a 80 
da Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos). 
Algumas espécies de contratos administrativos, contudo, se 
submetem a regramento próprio: os contratos de concessões e 
permissões de serviços públicos são disciplinados pela Lei 8.987/1995; já 
as parcerias público-privadas se submetem à Lei 11.079/2004. 
Nesta aula, nosso objeto de estudo serão os contratos regidos pela 
Lei 8.666/1993. Os demais serão vistos nas aulas específicas. Recomendo, 
para um melhor aproveitamento, que você estude esta aula juntamente 
com os artigos 54 a 80 da Lei de Licitações em mãos. 
Vamos em frente! 
 
 
 
1 Sendo pessoa jurídica e, portanto, apta a contrair direitos e obrigações, o Estado possui a capacidade 
necessária que lhe permite figurar como sujeito de contratos. 
2 Abrangendo a Administração direta e indireta, inclusive as entidades com personalidade jurídica de 
direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas. 
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procedimento, de competência e de finalidade previstas nas normas 
de direito público. 
Ademais, o art. 62, §3º, I da Lei 8.666/1993 estabelece que aos 
contratos de direito privado aplicam-se, no que couber, as seguintes 
normas previstas na referida lei (normas de direito público, portanto): 
 Cláusulas necessárias (art. 55) 
 Cláusulas exorbitantes (art. 58) 
 Regras de formalização e eficácia (art. 61). 
Atenção especial deve ser dada à possibilidade de os contratos de 
direito privado possuírem as chamadas cláusulas exorbitantes, que são 
exatamente as que caracterizam os contratos de direito público, por 
encerrarem prerrogativas e privilégios da Administração em relação aos 
particulares, a exemplo das cláusulas que asseguram ao Poder Público a 
prerrogativa de, unilateralmente, alterar o contrato ou rescindi-lo antes do 
prazo estabelecido, assim como o poder de fiscalizar a execução do 
contrato. 
Nos contratos de direito privado firmados pela Administração, tais 
cláusulas não são comuns, mas podem existir, “no que couber”, desde 
que livremente pactuadas pelas partes. 
Assim, principalmente pela possibilidade de possuírem algumas das 
chamadas cláusulas exorbitantes, seria até mais apropriado dizer que, 
nos contratos de direito privado, a Administração age quase em 
igualdade com o particular, e quase em um plano de horizontalidade. 
Alguns autores chegam a chamar os contratos regidos 
predominantemente por normas de direito privado de 
contratos semipúblicos ou contratos administrativos atípicos. 
São contratos de direito privado da Administração, por exemplo, os 
contratos de compra e venda, locação, seguro, financiamento, doação 
etc., bem como aos contratos em que a Administração for parte como 
usuária de serviço público (ex: contrato de fornecimento de energia 
elétrica para repartições públicas). 
Contratos administrativos 
Diferentemente dos contratos privados, os contratos 
administrativos são regidos predominantemente pelo direito público. 
Mas, havendo alguma lacuna legislativa no trato de determinada situação, 
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podem ser aplicadas, supletivamente (subsidiariamente) as normas de 
direito privado, conforme dispõe o art. 54 da Lei de Licitações: 
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se 
pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, 
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de 
direito privado. 
O regime de direito público aplicável aos contratos administrativos é 
caracterizado pela existência de prerrogativas especiais para a 
Administração, as ditas cláusulas exorbitantes, que são indispensáveis 
para assegurar a posição de supremacia do Poder Público sobre o 
contratado e a prevalência do interesse público sobre o particular. 
Ressalte-se, contudo, que mesmo nos contratos administrativos 
regidos predominantemente pelo direito público, sempre será necessária a 
livre manifestação de vontade do particular para a formação do vínculo 
contratual. 
Detalhe é que, nos contratos administrativos, as cláusulas 
exorbitantes existem implicitamente, ainda que não expressamente 
previstas. Já nos contratos de direito privado celebrados pela 
Administração, tais cláusulas têm que ser expressamente previstas4. 
 
1. (Cespe – AGU 2013) Os contratos administrativos, embora bilaterais, não se 
caracterizam pela horizontalidade, já que as partes envolvidas não figuram em 
posição de igualdade. 
 Comentários: O item está correto. O principal atributo dos contratos 
administrativos é a desigualdade entre as partes, caracterizada pelo 
predomínio da vontade da Administração sobre a do outro contratante. O 
efeito dessa desigualdade consiste na atribuição, pela própria lei, de 
vantagens especiais destinadas à Administração, as denominadas cláusulas 
exorbitantes , próprias do regime de direito público a que submetem os 
contratos administrativos, a exemplo da possibilidade de alteração e de 
rescisão unilateral, da fiscalização e da aplicação de sanções. 
 Ressalte-se que tais privilégios estão presentes mesmo quando a 
contratação é efetivada por pessoa administrativa de direito privado, como 
empresas públicas e sociedades de economia mista (apenas no que se refere 
 
4 Di Pietro (2009, p. 257). 
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aos co ntratos administrativos, firmados para a execução de suas “atividades 
meio”). Assim, por exemplo, um contrato de obras celebrado por empresa 
pública se subordina a regime básico de direito público (trata-se, portanto, de 
um contrato administrativo), ao con trário dos contratos das “atividades fim”, 
que são contratos de direito privado. 
Gabarito: Certo 
***** 
Vistas as principais diferenças entre os contratos de direito privado 
firmados pela Administração e os contratos administrativos propriamente 
ditos, passemos a nos concentrar apenas nestes últimos, começando pelo 
seu conceito. 
CONCEITO 
De forma simples, pode-se conceituar o contrato administrativo da 
seguinte forma5: 
Contrato administrativo: ajuste firmado entre a Administração 
Pública e um particular, regulado basicamente pelo direito público, e tendo 
por objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza interesse 
público. 
O ponto chave dessa definição está na parte que diz que os contratos 
administrativos são “regulados basicamente pelo direito público”. 
Afinal, só o fato de o Estado ser sujeito na relação contratual não 
serve, isoladamente, para caracterizar o contrato administrativo. O 
mesmo deve ser dito em relação ao objeto: é que não só os contratos 
administrativos, mas também os contratos privados da Administração 
devem ter, fatalmente, um objetivo que traduza o interesse público. 
Assim, tais elementos (sujeito e objeto) têm que ser sempre 
conjugados com o regime jurídico, este sim o elemento marcante e 
diferencial dos contratos administrativos, nos quais a Administração 
Pública atua na qualidade de Poder Público, dotada, por isso, de 
prerrogativas características de direito público (supremacia). 
 
 
 
5 Carvalho Filho (2014, p. 175) 
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sujeição dos contratantes às normas da Lei 8.666/1993 e às cláusulas 
contratuais (art. 61). 
A formalização por escrito dos contratos ocorre, de regra, nas 
repartições interessadas, o que facilita o controle interno e externo 
exercido por parte dos órgãos competentes. Porém, em relação aos 
contratos relativos a direitos reais sobre imóveis, exige-se que o 
instrumento de contrato seja lavrado em cartório de notas. São 
exemplos de direitos reais (art. 1.225 do Código Civil de 2002): a 
propriedade; a superfície; o penhor; a hipoteca; a anticrese; a concessão 
de uso especial para fins de moradia; e concessão do direito real de uso. 
Além desses requisitos, o resumo do instrumento do contrato, 
qualquer que seja seu valor (inclusive os contratos sem ônus), deve ser 
publicado na imprensa oficial, como condição indispensável à 
eficácia do contrato (art. 61, parágrafo único). 
Nos contratos decorrentes de inexigibilidade ou dispensa de licitação, 
a eficácia depende, além da publicação do resumo do instrumento, 
também da publicação da ratificação pela autoridade superior dos atos 
de inexigibilidade e dispensa (art. 26). 
Conforme o art. 62 da Lei 8.666/1993, o instrumento de contrato 
(vale dizer, o documento formal, assinado pelas partes) é obrigatório 
nos casos de concorrência e de tomada de preços6, bem como nas 
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos 
limites destas duas modalidades de licitação. 
Nos demais casos, o instrumento de contrato é facultativo, hipótese 
em que a Administração deverá substituí-lo por outros instrumentos 
hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, 
autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
O instrumento de contrato também é facultativo nos casos de 
compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais 
não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. Nessa 
hipótese, a faculdade independe de valor, aplicando-se, inclusive, às 
compras decorrentes das modalidades de licitação concorrência ou tomada 
de preços (art. 62, §4º). 
 
6 Concorrência e tomada de preços são modalidades de licitação, assunto que estudaremos na próxima 
aula. 
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da Lei 8.666/1993: 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste 
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um 
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações 
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada . 
Ademais, em hipóteses excepcionais, a lei admite a celebração de 
contratos verbais , em casos de pequenas compras de pronto pagamento (o 
chamado regime de adiantamento). Portanto, embora seja a regra, nem sempre 
os contratos administrativos serão firmados mediante documento formal por 
escrito. 
Gabarito: Errado 
4. (Cespe – MIN 2013) O resumo do instrumento de contrato deve ser publicado 
na imprensa oficial no prazo máximo de vinte dias, contados a partir do quinto dia útil 
do mês seguinte ao de sua assinatura. 
 Comentário: O item está correto. Nesse caso, a resposta está no art. 61, 
parágrafo único da Lei 8.666/1993: 
Art. 61. Todo contrato deve mencionaros nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do 
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes 
às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus 
aditamentos na imprensa oficial , que é condição indispensável para sua eficácia , 
será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de 
sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data , qualquer que 
seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. 
Gabarito: Certo 
ONEROSIDADE E COMUTATIVIDADE 
Outra característica dos contratos administrativos diz respeito ao seu 
caráter oneroso. Os contratos firmados pela Administração geram ônus 
financeiro. De regra, esse ônus é da Administração, que pagará pelo que 
contrata. 
Por outro lado, há contratos celebrados pela Administração nos quais, 
no lugar de adquirir algo, haverá alienação (venda), e, claro, haverá ônus 
por parte dos particulares e não da Administração contratante. 
Os contratos administrativos também possuem caráter comutativo, 
porque as partes do contrato são compensadas reciprocamente; em 
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quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de 
condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação”, 
daí a sua correção. 
 De fato, os contratos administrativos são pessoais, celebrados intuitu 
personae, de modo que sua execução deve ser levada a termo pela mesma 
pessoa (física ou jurídica) que se obrigou perante a Administração após o 
procedimento licitatório. Ora, a licitação tem o objetivo de selecionar a pessoa 
mais apta para executar o objeto do contrato. Assim, não seria razoável a 
Administração celebrar o contrato com o segundo ou o terceiro colocado na 
licitação. Aliás, isso é vedado de forma expressa no art. 50 da Lei 8.666/1993: 
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de 
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, 
sob pena de nulidade. 
 Entretanto, a lei admite a subcontratação (sempre parcial ), de obra, 
serviço ou fornecimento, desde que essa possibilidade esteja prevista no 
edital e no contrato e, ainda, que esteja dentro do limite admitido, em cada 
caso, pela Administração. 
 Vale ressaltar que a subcontratação não retira o caráter intuitu persone 
do contrato. Tanto é assim que a subcontratação não isenta o particular 
contratado das suas responsabilidades legais e contratuais, conforme dispõe 
o art. 72 da lei. 
Gabarito: Certo 
6. (Cespe – Polícia Federal 2014) O princípio da impessoalidade, no que se 
refere à execução de obras públicas, proíbe a subcontratação de empresas para a 
execução de parte do serviço licitado, porquanto a escolha pessoal do 
subcontratado pelo contratado viola o interesse público. 
 Comentário: O quesito está errado, pois a Lei 8.666/1993 permite a 
subcontratação parcial de obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, 
em cada caso, pela Administração, desde que a possibilidade esteja prevista 
no edital e no contrato. Vejamos: 
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades 
contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até 
o limite admitido, em cada caso, pela Administração. 
 Não obstante, é importante saber que a Lei 8.666/1993 prevê 
determinados tipos de contratos que não admitem subcontratação (os 
chamados “contratos personalíssimos”). Vejamos o que dispõe o §3º do 
art. 13: 
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente 
relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou 
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como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação , ficará 
obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os 
serviços objeto do contrato. 
 Como se vê, os contratos que não admitem subcontratação são aqueles 
nos quais o nome do pessoal que irá executar os serviços constituiu fator 
relevante para a contratação, de tal sorte que a substituição desse pessoal 
descaracterizaria totalmente a validade da proposta da empresa vencedora. 
Gabarito: Errado 
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS 
Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as 
condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os 
direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com 
os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. 
Os contratos administrativos enquadram-se na categoria dos 
denominados contratos de adesão, isto é, contratos em que uma das 
partes propõe as cláusulas do acordo e a outra se limita a aceita-las ou 
não. No caso, quem define as cláusulas do contrato é a Administração, 
cabendo ao particular apenas aceitar ou não as condições impostas para a 
formação do vínculo, sendo-lhes vedado propor qualquer alteração nessas 
cláusulas. 
Aliás, a Lei 8.666/1993 obriga que a minuta do futuro contrato 
sempre integre o edital ou ato convocatório da licitação, de modo a 
permitir que o particular já participe do certame conhecendo os termos do 
contrato que irá celebrar caso saia vencedor (art. 62, §1º). Assim, a 
simples apresentação de propostas pelos licitantes equivale à aceitação da 
oferta feita pela Administração. 
O art. 55 da Lei 8.666/1993 define que “são cláusulas necessárias 
em todo contrato as que estabeleçam”: 
I. Objeto. 
II. Regime de execução ou forma de fornecimento. 
III. Preço, condições de pagamento e critérios de ajuste. 
IV. Prazos de início e de conclusão, de entrega. 
V. Crédito pelo qual correrá a despesa. 
VI. Garantias oferecidas, quando exigidas. 
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VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores 
das multas. 
VIII. Casos de rescisão. 
IX. Reconhecimento de direitos da Administração em caso de rescisão por 
inexecução do contrato. 
X. Condições de importação, quando for o caso. 
XI. Vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou. 
XII. Legislação aplicável. 
XIII. Obrigação do contratado de manter as condições de habilitação e 
qualificação exigidas na licitação. 
Detalhe interessante é que, apesar de o art. 55 da lei usar a 
expressão cláusula “necessária”, a doutrina ensina que nem todas as 
cláusulas nele previstas são realmente obrigatórias, uma vez que a 
ausência de algumas delas não descaracteriza o contrato administrativo. É 
só ver, por exemplo, a cláusula do item VI acima, que trata das garantias 
oferecidas para assegurar a plena execução do contrato, quando exigidas, 
demonstrando não corresponder exatamente a uma cláusula obrigatória 
em todo contrato administrativo. 
Segundo Marçal Justen Filho, a rigor, são obrigatórias apenas as 
cláusulas correspondentes aos incisos I, II, III, IV e VII. As demais ou 
são dispensáveis, porque sua ausência não impede a incidência de 
princípios e regras gerais, ou são facultativas, devendo ser previstas de 
acordo com a natureza e as peculiaridades de cada contrato. Para fins de 
prova, porém, devemos dar preferência à literalidade da lei e considerar 
necessárias todas as cláusulas previstas no art. 55. 
 
7. (Cespe – TCU 2010) O regime de execução ou a forma de fornecimento 
constitui cláusula necessária em todo contrato firmado pela administração pública. 
 Comentário: O item está correto,nos termos do art. 55, inciso II da 
Lei 8.666/1993, o qual convém transcrever para vocês conhecerem: 
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do 
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reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do 
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de 
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional 
programática e da categoria econômica; 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; 
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os 
valores das multas; 
VIII - os casos de rescisão; 
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão 
administrativa prevista no art. 77 desta Lei; 
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for 
o caso; 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao 
convite e à proposta do licitante vencedor; 
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos 
omissos; 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em 
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de 
habilitação e qualificação exigidas na licitação. 
Gabarito: Certo 
8. (Cespe – MPTCDF 2013) No contrato administrativo, é vedada a existência de 
cláusula compromissória que institua o juízo arbitral para dirimir conflitos relativos a 
direitos patrimoniais disponíveis pertencentes a sociedade de economia mista. 
 Comentário: O quesito está errado. Cláusula compromissória é o ato por 
meio do qual as partes contratantes formalizam seu desejo de submeter à 
arbitragem eventuais divergências ou litígios passíveis de ocorrer ao longo da 
execução da avença. É uma forma de solucionar a pendência sem a 
necessidade de acionar o Poder Judiciário, sendo, portanto, um meio mais 
célere de solução de conflitos. 
Segundo a jurisprudência do STJ, “são válidos e eficazes os contratos 
firma dos pelas sociedades de economia mista exploradoras de atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços (CF, art. 173, §1º) que estipulem cláusula compromissória 
submetendo à arbitragem eventuais litígios decorrentes do ajuste” (Resp 
612.439/RS, de 25/10/2005; MS 11.308/DF, de 9/4/2008. Para aquele Tribunal 
Superior, esse tipo de ajuste só pode ocorrer em hipóteses envolvendo 
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“direitos disponíveis ”, a exemplo dos direitos patrimoniais das empresas 
estatais, que possuem natureza contratual ou privada. Lembrando que os 
direitos patrimoniais correspondem ao chamado interesse público secundário, 
que visa ao aumento de receitas ou à diminuição de gastos da entidade. É o 
caso, por exemplo, de um conflito envolvendo o Brasil e um cliente acerca do 
contrato de cartão de crédito celebrado entre ambos. 
Sobre o tema, vale ainda dar uma olhada no seguinte trecho da Ementa 
do Resp 904.813/PR, de 28/2/2012: 
5. Tanto a doutrina como a jurisprudência já sinalizaram no sentido de que não existe 
óbice legal na estipulação da arbitragem pelo poder público , notadamente pelas 
sociedades de economia mista , admitindo como válidas as cláusulas 
compromissórias previstas em editais convocatórios de licitação e contratos . 
6. O fato de não haver previsão da arbitragem no edital de licitação ou no 
contrato celebrado entre as partes não invalida o compromisso arbitral firmado 
posteriormente . 
7. A previsão do juízo arbitral, em vez do foro da sede da administração (jurisdição 
estatal), para a solução de determinada controvérsia, não vulnera o conteúdo ou as 
regras do certame. 
8. A cláusula de eleição de foro não é incompatível com o juízo arbitral, pois o âmbito 
de abrangência pode ser distinto, havendo necessidade de atuação do Poder 
Judiciário, por exemplo, para a concessão de medidas de urgência; execução da 
sentença arbitral; instituição da arbitragem quando uma das partes não a aceita de 
forma amigável. 
9. A controvérsia estabelecida entre as partes - manutenção do equilíbrio 
econômico financeiro do contrato - é de caráter eminentemente patrimonial e 
disponível , tanto assim que as partes poderiam tê-la solucionado diretamente, sem 
intervenção tanto da jurisdição estatal, como do juízo arbitral. 
Por fim, ressalte-se que a Lei de Concessões de Serviços Públicos 
(Lei 8.987/1995) e a Lei da Parceria Público-Privada (Lei 11.079/2004) já 
preveem, de forma expressa, o uso da arbitragem. 
Gabarito: Errado 
9. (Cespe – Polícia Federal 2014) Como o contrato administrativo é um contrato 
de adesão, todo o seu conteúdo será definido unilateralmente pela própria 
administração. 
 Comentário: Segundo a Maria Sylvia Di Pietro, “todas as cláusulas dos 
contratos administrativos são fixadas unilateralmente pela Administração”. 
Prossegue a autora: “costuma-se dizer que, pelo instrumento convocatório da 
licitação (que vai acompanhado da minuta do contrato), o Poder Público faz 
uma oferta a todos os interessados, fixando as condições em que pretende 
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R$ 125.000,00 (acréscimos) ou ficar aquém dos R$ 75.000,00 
(supressões). Perceba que tais acréscimos ou supressões no valor 
contratual podem decorrer de alterações qualitativas no objeto (ex: a 
manutenção que antes era feita usando a técnica X passou a ser feita com 
a técnica Y) ou quantitativas (ex: a manutenção que antes era feita duas 
vezes por mês passou a ser feita quatro vezes). 
Já quando o objeto do contrato for reforma de edifícios ou de 
equipamentos, o limite será de até 50%, que só se aplica para 
acréscimos e não para supressões. 
 
O limite para acréscimos e supressões unilaterais 
no contrato é de até 25%, EXCETO no caso de 
reforma de edifícios ou de equipamentos, em que 
o limite é de até 50%, só para acréscimos11. 
A lei, portanto, confere à Administração o direito de exigir que o 
contratado se submeta às alterações impostas nesses limites, ao mesmo 
tempo em que comina ao contratado a obrigação de aceita-las. Não se 
submetendo às alterações, o contratado é considerado como 
descumpridor do contrato, dando margem a que a Administração rescinda 
o ajuste, atribuindo-lhe culpa pela rescisão. 
Da mesma forma, em regra, a Administração não pode impor 
alterações além dos limites da lei. Com efeito, nenhum acréscimo ou 
supressão poderá exceder os referidos limites, salvo as supressões 
resultantes de acordo celebrado entre os contratantes (art. 65, §2º, 
II). Veja que a lei admite a extrapolação dos limites apenas para as 
supressões (e não para os acréscimos!), e desde que haja acordo entre as 
partes. Nesse caso, como há acordo, não se trata de alteração unilateral, 
ou seja, não é exemplo de cláusula exorbitante. 
A possibilidade de alteração unilateral do contrato pela Administração 
abrange apenas as chamadas cláusulas regulamentares, de execução 
ou de serviço, que são aquelas que dispõem sobre o objeto do contrato e 
seu modo de execução, isto é, sobre como o contrato será executado 
(ex: quantidades contratadas, tipo de serviço a ser desempenhado). 
Por outro lado, as denominadas cláusulaseconômico-financeiras 
nunca podem ser modificadas unilateralmente. Tais cláusulas são as que 
estabelecem a relação entre as obrigações do contratado e a remuneração 
 
11 Segundo o entendimento do Tribunal de Contas da União, tanto as alterações quantitativas como as 
qualitativas estariam sujeitas aos limites de 25% ou 50% previstos na Lei 8.666/1993. Parte da doutrina, 
contudo (ex: Di Pietro), entende que os limites se aplicam apenas para as alterações quantitativas. 
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devida pela Administração, isto é, o equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato, o qual deve ser mantido durante toda execução do ajuste. 
Aliás, essa impossibilidade de alteração unilateral da equação 
econômico-financeira do contrato está prevista de forma expressa no 
art. 58, §1º da Lei 8.666/1993, segundo o qual “as cláusulas econômico-
financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser 
alteradas sem prévia concordância do contratado”. Ademais, no art. 65, 
§6º, a lei prevê que “em havendo alteração unilateral do contrato que 
aumente os encargos do contratado, a Administração deverá 
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro 
inicial”. 
Assim, na hipótese de alteração unilateral, “as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o 
equilíbrio contratual” (art. 58, §2º). E essa previsão da lei decorre 
diretamente da Constituição Federal (art. 37, XXI), que exige, nos 
processos de licitação para obras, serviços, compras e alienações, a 
manutenção das “condições efetivas da proposta”. 
Por exemplo: suponha que a Administração tenha adquirido 
100 bens, comprometendo-se a pagar R$ 100,00, portanto, R$ 1,00 por 
bem. A lei permite (art. 65, §1º) que a Administração acresça ou diminua 
as quantidades contratadas em até 25%, sendo obrigatória a observância 
por parte do contratado, desde que se mantenha o necessário equilíbrio 
econômico-financeiro. Dessa forma, se a Administração, no lugar de 
100 bens, quiser o fornecimento de 125 bens, a empresa contratada ficará 
obrigada a fornecê-los; entretanto, a fim de preservar o equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato, a remuneração devida pela 
Administração passará de R$ 100,00 para R$ 125,00 12 . O mesmo 
raciocínio se aplica na hipótese de redução unilateral do objeto do 
contrato. 
Perceba, no exemplo, que se o valor total devido pela Administração 
após a alteração unilateral continuasse o mesmo previsto inicialmente 
(R$ 100,00), haveria quebra do equilíbrio econômico-financeiro do ajuste, 
em desfavor do contratado, visto que cada bem estaria saindo a R$ 0,80 
(R$ 100,00 ÷ 125 bens), e não mais a R$ 1,00, como na equação 
financeira original. 
 
12 Nesse exemplo, estamos desconsiderando eventuais atualizações do valor inicial do contrato. Mas não 
se esqueça de que o limite de acréscimos e supressões (25% ou 50%, conforme o caso) incide sobre o 
valor inicial atualizado do contrato. 
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Registre-se que a alteração do equilíbrio econômico-financeiro só 
pode ocorrer se houver prévia concordância do contratado. 
Prosseguindo. No caso de supressão unilateral de obras, bens ou 
serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local 
dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos 
de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, 
podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes 
da supressão, desde que regularmente comprovados (art. 65, §4º). Tal 
regra prevista na lei é uma forma de preservar o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato nos casos em que o contratado já havia se 
mobilizado para prestar os serviços suprimidos pela Administração. 
Por fim, abre-se um parêntese para registrar que a lei admite 
alteração do contrato de comum acordo entre as partes (não se trata de 
cláusula exorbitante, portanto) nos seguintes casos (art. 65, II): 
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
(...) 
II - por acordo das partes: 
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou 
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação 
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por 
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial 
atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao 
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de 
fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre 
os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção 
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de 
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de 
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da 
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso 
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária 
e extracontratual. 
 
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RESCISÃO UNILATERAL 
O art. 58, II da Lei 8.666/1993 confere à Administração a 
prerrogativa de rescindir unilateralmente os contratos administrativos, 
sempre que verificadas as hipóteses enumeradas no seu art. 78, incisos I 
a XII e XVII, dentre elas o descumprimento injustificado de cláusulas 
contratuais por parte do contratado, a respectiva decretação de falência e 
mesmo razões de interesse público, de alta relevância e amplo 
conhecimento, além da ocorrência de caso fortuito ou de força maior, 
regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. 
Quando a rescisão unilateral decorrer de irregularidades imputadas 
ao contratado, deve ser precedida de processo administrativo em que se 
assegure o direito ao contraditório e à ampla defesa. 
Falaremos mais sobre rescisão contratual mais a frente, quando 
abordarmos as hipóteses de extinção do contrato. 
 
10. (Cespe – ICMBio 2014) O contrato administrativo exige licitação em qualquer 
situação, cabendo à administração pública determinar as cláusulas exorbitantes, que 
conferem poderes ao contratado, a fim de eliminar as desvantagens do contrato. 
 Comentário: O item está todo errado. Primeiro porque o contrato 
administrativo não exige licitação em qualquer situação. Há hipóteses de 
dispensa e de inexigibilidade previstas na Lei 8.666/1993. Segundo porque as 
cláusulas exorbitantes não conferem poderes ao contratado, muito pelo 
contrário; tais cláusulas dão poderes e privilégios à Administração, com 
fundamento no princípio da supremacia do interesse público sobre o 
particular. 
Gabarito: Errado 
11. (Cespe – Polícia Federal 2013) A alteração contratual deve observar a 
indispensabilidade do tratamento igualitário a todos que estejam na mesma situação 
e a manutenção do interesse público. 
 Comentário: O quesito está correto. Trata-se de verbete retirado da 
jurisprudência do STJ (REsp 488.648): 
1. A alteração contratual ou dispensa de licitação deve observar duas regras 
principais: indispensabilidade do tratamento igualitário a todos que estejam na mesma 
situação e manutenção do interesse público. 
Gabarito: Certo 
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FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO 
Trata-se de prerrogativa (na verdade, um poder-dever) que exige 
seja a execução do contrato acompanhada e fiscalizada por um 
representante da Administração, especialmente designado, permitida 
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações 
pertinentes a essa atribuição (art. 67). 
Nos termos da Lei 8.666/1993, o representante da Administração 
anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a 
execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização 
das faltas ou defeitos observados ou, se as decisões ultrapassarem sua 
competência, solicitá-las a seus superiores (art. 67, §1º). 
De sua parte, o contratado deverá manter preposto, aceito pela 
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na 
execução do contrato (art. 68). Esse preposto representará o contratado 
perante a fiscalização da Administração. 
O não atendimento das determinações da autoridade fiscalizadora 
enseja rescisão unilateral do contrato (art. 78, VII), sem prejuízo das 
sanções cabíveis. 
Por fim, é importante ressaltar que a fiscalização efetuada pela 
Administração não exclui a responsabilidade do contratado pelos danos 
causados a terceiros decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do 
contrato (art. 70). 
 
12. (Cespe – TRT10 2013) A execução de contrato deve ser acompanhada e 
fiscalizada por representante da administração designado especialmente para tal, 
não sendo permitida a contratação de terceiros para subsidiá-lo de informações 
pertinentes a essa atribuição, por se tratar de atividade típica do Estado. 
 Comentário: A questão está errada, pois, nos termos do art. 67 da Lei 
8.666/1993, é permitida a contratação de terceiros para subsidiar o fiscal do 
contrato designado pela Administração: 
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um 
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação 
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. 
Gabarito: Errado 
 
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13. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Qualquer auxílio prestado pela 
fiscalização na interpretação dos desenhos, memoriais, especificações e demais 
elementos de projeto, bem como na condução dos trabalhos, poderá ser invocado 
para eximir a contratada da responsabilidade pela execução dos serviços e obras 
 Comentário: O quesito está errado, nos termos do art. 70 da Lei 
8.666/1993: 
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à 
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do 
contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o 
acompanhamento pelo órgão interessado. 
 Ou seja, a fiscalização ou o acompanhamento efetuado pelo agente 
público designado pela Administração (atividades que, na questão, a banca 
ilustrou como um auxílio na interpretação de documentos e na condução dos 
trabalhos) não afasta a responsabilidade do contratado pela execução dos 
serviços e obras. 
Gabarito: Errado 
14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Não cabe à fiscalização paralisar e(ou) 
solicitar o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade 
com o projeto, norma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do 
contrato. 
 Comentário: Nos termos do art. 67, §1º da Lei 8.666/1993, o “representante 
da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências 
relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário 
à regularização das faltas ou defeitos observados ”. Assim, se o fiscal verificar 
que o serviço está sendo executado em desconformidade com o projeto, 
norma técnica ou qualquer outra disposição oficial aplicável ao objeto do 
contrato, ele possui amparo legal para tomar as medidas necessárias para o 
exato cumprimento do contrato, entre elas, paralisar ou solicitar o refazimento 
de qualquer serviço, daí o erro. 
Ressalte-se que, nos termos do art. 67, §2º da Lei 8.666/1993, as 
“decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante 
da Administração deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil 
para a adoção das medidas convenientes”. 
Gabarito: Errado 
15. (Cespe – Bacen 2013) Durante a execução do contrato dos serviços de 
segurança e vigilância do edifício sede do Banco Central do Brasil, o representante 
da administração pública responsável por acompanhar e fiscalizar a execução do 
contrato tem autonomia para autorizar a redução no número de postos de vigilância 
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nele previstos. 
 Comentários: A redução no número de postos de vigilância previstos 
num contrato de prestação de serviços de segurança não constitui simples ato 
de fiscalização, a fim de assegurar a correção das faltas ou defeitos 
observados, e sim efetiva alteração do contrato (diminuição quantitativa do 
obj eto), com impacto no valor devido pela Administração. Portanto, trata-se de 
medida que extrapola as competências do fiscal do contrato, cuja missão é 
acompanhar e fiscalizar o correto cumprimento daquilo que está previsto no 
ajuste. No caso, se o fiscal verificar a necessidade de alterar o contrato para 
diminuir o número de postos, aplica-se a hipótese do art. 67, §2º da Lei 
8.666/1993, pelo qual as “decisões e providências que ultrapassarem a 
competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em 
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes”. 
Gabarito: Errado 
16. (Cespe – MDIC 2014) Na administração pública, a gestão de contratos 
abrange as etapas de gerenciamento, acompanhamento e fiscalização, desde a 
concepção do edital da licitação até a assinatura do contrato. 
 Comentário: É certo que, na Administração Pública, a gestão de contratos 
abrange as etapas de gerenciamento, acompanhamento e fiscalização. A 
fis calização ocorre durante a execução do contrato, ou seja, após a sua 
assinatura. Portanto, é errado afirmar que a gestão de contratos termina na 
sua assinatura. 
Gabarito: Errado 
APLICAÇÃO DE SANÇÕES 
A Administração também possui a prerrogativa de aplicar sanções de 
natureza administrativa ao contratado, caso este deixe de cumprir total 
ou parcialmente o objeto do contrato. As sanções que podem ser 
aplicadas pela Administração são: 
 Advertência (art. 87, I). 
 Multa, por atraso na execução do contrato (art. 86) ou na forma prevista no 
instrumento convocatório ou no contrato (art. 87, I). 
 Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos 
(art. 87, III). 
 Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração 
Pública (art. 87, IV). 
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17. (Cespe – TCU 2010) A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar 
com a administração pública constitui sanção, aplicável ao contratado, que não 
admite reabilitação. 
 Comentário: A questão está errada. Nos termos do art. 87, IV da Lei 
8.666/1933, a empresa declarada inidônea para licitar com a Administração 
poderá ser reabilitada após dois anos da aplicação dessa sanção, sempre que 
o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes. Vejamos: 
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, 
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratadoas seguintes sanções : 
I - advertência; 
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; 
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar 
com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; 
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública 
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja 
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade , 
que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos 
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso 
anterior. 
Gabarito: Errado 
18. (Cespe – TCU 2010) A sanção de suspensão temporária de participação em 
licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não 
superior a dois anos pode ser aplicada aos profissionais que tenham sofrido 
condenação definitiva por praticar, de forma dolosa, fraude fiscal no recolhimento de 
quaisquer tributos. 
 Comentário: O quesito está correto. Em regra, as sanções de advertência , 
multa , suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar, e a declaração de inidoneidade são aplicadas ao contratado em 
razão da inexecução total ou parcial do contrato (Lei 8.666/1993, art. 87, caput ). 
 Todavia, nos termos do art. 88 da lei, as sanções suspensão temporária 
de participação em licitação e impedimento de contratar e a declaração de 
inidone idade , especificamente, também podem ser aplicadas às empresas ou 
aos profissionais que, em razão dos contratos administrativos firmados com a 
Administração Pública: 
 
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se apuram as faltas cometidas pelo contratado (ii) após a rescisão do contrato, 
para possibilitar a continuidade dos serviços antes prestados pela empresa 
que era parte no ajuste desfeito. 
Gabarito: Certo 
EXIGÊNCIA DE GARANTIAS 
A fim de assegurar o fiel cumprimento do contrato, assim como para 
facilitar o ressarcimento dos prejuízos causados pela eventual inexecução 
do ajuste, a Administração poderá exigir garantias junto ao contratado. 
A possibilidade de exigência de garantia do contrato por parte da 
Administração também é vista pela doutrina como cláusula exorbitante, 
uma vez que não encontra paralelo nos contratos privados firmados entre 
particulares. 
Em regra, a exigência ou não de garantia é decisão discricionária 
da Administração. Porém, para que possa ser exigida, deve haver 
previsão expressa no instrumento convocatório da licitação (edital), 
nos termos do art. 56 da Lei 8.666/1993: 
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde 
que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de 
garantia nas contratações de obras, serviços e compras. 
Vale lembrar que a garantia, quando exigida, é cláusula necessária 
(obrigatória) no contrato administrativo (art. 55, III). 
Caberá ao contratado optar por uma das modalidades de garantia 
previstas na lei (art. 56, §1º). Perceba: a Administração, de forma 
discricionária, decide acerca da exigência ou não de garantia. Caso decida 
pela exigência, caberá ao contratado escolher por uma das modalidades 
de garantia previstas na lei, quais sejam: 
 Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública 
 Seguro-garantia 
 Fiança bancária 
A garantia em caução pode ser constituída em espécie ou em títulos 
da dívida pública, desde que emitidos sob a forma escritural, mediante 
registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado 
pelo Banco Central e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme 
definido pelo Ministério da Fazenda (art. 56, §1º, I). 
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liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos 
seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; 
II - seguro-garantia ; 
III - fiança bancária . 
Portanto, à Administração, caso entenda necessário, cabe exigir a 
garantia; ao contratado, cabe optar por uma das modalidades previstas na lei. 
Gabarito: Erra do 
21. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para 
a execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei. 
 Comentário: A questão está errada. A prestação de garantia pelo 
particular não é obrigatória para a execução de contratos administrativos. 
Podem existir contratos administrativos cuja execução não é coberta por 
nenhuma garantia prestada pelo contratado, daí o erro. Na verdade, a 
Administração poderá , a seu critério, exigir garantia para assegurar o 
cumprimento do contrato. Para tanto, deve prever tal exigência de forma 
expressa no instrumento convocatório da licitação. É claro que, se a 
Administração, no uso do seu poder discricionário, exigir a constituição de 
garantia, aí sim o contratado será obrigado a optar por uma das modalidades 
previstas na lei, quais sejam, caução , seguro ou fiança bancária (o contratado 
deverá optar por uma, mas não deixar de escolher alguma). 
Gabarito: Errado 
RESTRIÇÕES À OPOSIÇÃO DA EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO 
Nos contratos de direito privado, uma parte só estará obrigada a 
cumprir com suas obrigações caso a outra parte também cumpra. Em 
outras palavras, caso uma parte esteja inadimplente, a outra parte não 
precisa continuar cumprindo com suas obrigações. 
A esse descumprimento das obrigações contratuais em razão do 
inadimplemento da outra parte dá-se o nome de oposição da exceção 
do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus). 
“Exceção”, no caso, tem o sentido de “defesa”, oposta justamente pela 
parte que é chamada a cumprir suas obrigações no momento em que a 
outra parte está inadimplente com suas próprias obrigações. 
Nos contratos administrativos, contudo, não funciona bem assim. A 
lei restringe a possibilidade de o particular opor a exceção do contrato não 
cumprido em desfavor da Administração. 
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Com efeito, nos termos do art. 78, XV da Lei 8.666/1993, no caso de 
não pagamento por parte da Administração Pública, somente após 
90 dias de atraso é que o particular contratado pode demandar a 
rescisão do contrato administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos 
serviços, após notificação prévia. 
Ou seja, apenas após 90 dias sem receber pelos bens ou serviços já 
entregues ou executados é que o particular poderá opor a exceptio non 
adimpleti contractus. Antes desse prazo, o contratado não pode recusar-
se ao cumprimento do objeto do contrato. 
Para fins de clareza, vejamos o teor do dispositivo: 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
(...) 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos 
pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou 
parcelas destes, já recebidos ou executados, SALVO em caso de calamidade 
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao 
contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações 
até que seja normalizada a situação; 
Detalhe é que a exceção do contrato não cumprido não é irrestrita 
(afinal, pode ser oposta após 90 dias). Porém, em caso de calamidade 
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o particular 
não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de 
atraso de pagamento superior a 90 dias. 
O fundamento dessa prerrogativa da Administração também é o 
princípio da continuidade dos serviços públicos, pois ela assegura a 
continuidadeda execução das obras, do fornecimento dos bens ou da 
prestação dos serviços dos contratos mesmo que a Administração fique 
sem pagar por isso. 
Por fim, cumpre anotar que, no caso de inadimplemento do 
particular, a Administração sempre pode opor imediatamente a exceptio 
non adimpleti contractus e, automaticamente, suspender os pagamentos a 
ele devidos, sem prejuízo das demais sanções previstas na lei e no 
contrato. 
 
 
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DURAÇÃO DOS CONTRATOS 
De regra, o prazo dos contratos administrativos não pode ultrapassar 
a vigência dos respectivos créditos orçamentários. 
Como os créditos orçamentários tem duração de um ano, os 
contratos administrativos, como regra geral, também deverão ter duração 
anual. 
A Lei 8.666/1993 veda a celebração de contratos por prazo 
indeterminado (art.57, §3º). 
Essa regra de que os contratos não podem ser firmados por prazos 
indeterminados é absoluta na Lei 8.666/1993, não apresentando 
exceções. Entretanto, a regra que estabelece que os contratos 
administrativos devem coincidir com o orçamento é geral, admitindo uma 
série de exceções, ou seja, existem contratos cuja vigência pode 
ultrapassar o ano civil. São eles (art. 57): 
 Contratos de projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se 
houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto 
no ato convocatório (art. 57, I). Nesse caso, a doutrina majoritária 
aponta que os contratos poderão ser prorrogados até o máximo de 
quatro anos, isso se o instrumento convocatório tiver feito referência à 
possibilidade de prorrogação. 
 Contratos de prestação de serviços a serem executados de forma 
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e 
sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais 
vantajosas para a administração, limitada a 60 meses (art. 57, II). Esse 
prazo, em caráter excepcional, poderá ser prorrogado por mais 12 
meses (quando atinge o total de 72 meses), devendo essa prorrogação 
adicional ser devidamente justificada, sendo exigida, ainda, autorização da 
autoridade superior (art. 57, §4º); 
 Contratos de aluguel de equipamentos e utilização de programas de 
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 meses 
após o início da vigência do contrato (art. 57, IV); 
 Contratos celebrados nas hipóteses de licitação dispensável previstas nos 
incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter 
vigência por até 120 meses, caso haja interesse da administração16. 
 
16 Art. 24. É dispensável a licitação: 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos 
em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; 
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 Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites 
permitidos por esta Lei; 
 Impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro 
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua 
ocorrência; 
 Omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive 
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, 
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo 
das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. 
Por fim, ressalte-se que a decisão administrativa para a prorrogação 
do contrato (dentro das hipóteses legais listadas acima) constitui 
atividade discricionária e, como tal, não assegura ao contratado o 
direito subjetivo à manutenção do ajuste. 
 
22. (Cespe – MPU 2010) A duração de contratos regidos pela Lei de Licitações 
está limitada à vigência dos créditos orçamentários referentes a tais contratos. A 
única exceção feita por essa lei são os projetos cujos produtos estejam 
contemplados nas metas estabelecidas no plano plurianual, os quais podem ser 
prorrogados se houver interesse da administração. 
 Comentários: De fato, é verdade que a duração de contratos regidos pela 
Lei de Licitações está limitada à vigência dos créditos orçamentários 
referentes a tais contratos. Também é correto que, como exceção, os projetos 
cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no plano 
plurianual podem ser prorrogados se houver interesse da administração, 
nesse caso, até o máximo de 4 anos. O erro é que a lei prevê outras exceções . 
São elas: 
 Serviços de execução continuada : até 60 meses e excepcionalmente por mais 12 
meses ; 
 Aluguel de equipamentos e programas de informática : até 48 meses; 
 Segurança nacional e inovação tecnológica (hipóteses específicas de licitação 
dispe nsável) : até 120 meses. 
Gabarito: Errado 
23. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos 
relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática 
devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários. 
 Comentário: O quesito está errado. Em regra, os contratos 
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administrativos devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos 
orç amentários (um exercício financeiro, de janeiro a dezembro, em regra). 
Porém, a lei admite algumas exceções, listadas em seu art. 57, dentre elas os 
contratos relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de 
informá tica , podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 meses após o 
início da vigência do contrato. 
Gabarito: Errado 
24. (Cespe – MIN 2013) Embora os contratos administrativos possam ser 
prorrogados, é vedado à administração pública celebrar o contrato com prazo de 
vigência indeterminado. 
 Comentário: O item está correto, nos termos do art. 57, §3º da 
Lei 8.666/1993: 
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. 
 De fato, mesmo nas exceções em que a lei permite prorrogar a duração 
do contrato por prazo superior à vigência dos créditos orçamentários, o 
período de prorrogação deve ser sempre determinado (até 4 anos, 48 meses, 
60 meses, 120 meses, conforme o caso). 
Gabarito: Certo 
EXECUÇÃO DOS CONTRATOS 
Nos termos do art. 66 da Lei 8.666/1993, o contrato deverá ser 
executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas, 
respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou 
parcial. 
O contratado responde civilmente pela solidez e segurança da obra 
ou do serviço, além de possuir responsabilidade ético-profissional pela 
perfeita execução do contrato (art. 73, §2º). 
Nesse sentido, o contratado é responsável pelos danos causados 
diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou 
dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa 
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão 
interessado (art. 70). Perceba que a responsabilidade do contratado é do 
tipo subjetiva, eis que exige culpa ou dolo para sua caracterização. 
Na hipótese de dano causado pelo só fato da obra – ou seja, 
quando o dano decorre da própria natureza da obra ou de algum fato 
imprevisível, sem que tenha havido culpa de alguém – há 
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 Em se tratando de compras ou de locação de equipamentos, o objeto 
será recebido: 
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade 
do material com a especificação. 
b) definitivamente, apósa verificação da qualidade e quantidade do 
material e consequente aceitação. 
Nas compras e locação de equipamentos, o recebimento (provisório 
ou definitivo) dar-se-á mediante recibo, SALVO nos casos de aquisição 
de “equipamentos de grande vulto” 18 , que dependerão termo 
circunstanciado. 
Convém anotar o teor do art. 15, §8º da Lei de Licitações e 
Contratos, pelo qual o “recebimento de material de valor superior ao 
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite 
[leia-se R$ 80 mil], deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 
3 (três) membros”. Perceba que este dispositivo é aplicável 
especificamente às compras. 
A critério da Administração, o recebimento provisório poderá ser 
dispensado nas seguintes contratações (art. 74): 
 gêneros perecíveis e alimentação preparada; 
 serviços técnicos profissionais; 
 obras e serviços de valor até R$ 80 mil, desde que não se componham de 
aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de 
funcionamento e produtividade. 
Nessas hipóteses, o recebimento definitivo será efetuado por meio 
de recibo. 
 
18 De acordo com o art. 6º, V da Lei 8.666/1993, considera-se obras, serviços e compras de grande vulto - 
aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 vezes o limite para a licitação na modalidade concorrência 
de obras e serviços de engenharia (R$ 1,5 milhão). 
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EXTINÇÃO DO CONTRATO 
O contrato pode se extinguir por uma das seguintes formas: 
 Naturalmente, por cumprimento do objeto ou término do prazo 
 Impossibilidade material ou jurídica 
 Anulação 
 Rescisão 
A extinção natural por cumprimento do objeto ocorre, por 
exemplo, quando o serviço contratado foi realizado, o bem foi fornecido e 
o preço foi pago pela Administração, ficando as partes satisfeitas. 
Cumpridas regularmente as obrigações, ocorrerá a extinção normal do 
contrato. 
Já a extinção natural pelo término do prazo ocorre naqueles 
contratos que preveem um lapso de tempo para que as obrigações 
perdurem, fixando um termo final. É o caso, por exemplo, de um 
contrato de fornecimento de merenda escolar pelo período de um ano; 
ultrapassado esse prazo, e satisfeitas as obrigações de ambas as partes, o 
contrato é extinto de pleno direito. 
A extinção por impossibilidade material ocorre quando algum fato 
constitui óbice intransponível para a execução das obrigações ajustadas, 
normalmente quando há o desaparecimento do objeto (ex: incêndio 
em prédio da Administração objeto de contrato de reforma). 
Por sua vez, a extinção por impossibilidade jurídica se dá no caso 
de perda das condições jurídicas em que o contrato foi firmado, 
geralmente em decorrência do falecimento ou falência do contratado 
(ex: falência da empresa contratada ou falecimento do advogado 
contratado). Perceba que, nesse caso, a causa da extinção do contrato é o 
seu caráter intuiutu personae, que impede a transferência a terceiros das 
obrigações do contratado falecido ou falido. 
Em seguida, vamos estudar em tópicos distintos as duas formas “não 
naturais” de extinção do contrato administrativo: anulação e rescisão. 
ANULAÇÃO 
A anulação do contrato ocorre em razão de ilegalidade, a exemplo 
de vícios de forma (ex: contrato verbal quando não tiver por escopo 
pequenas compras), de competência, ausência de licitação prévia etc. 
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A anulação pode ser realizada pela própria Administração Pública, de 
ofício ou provocada, ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação, 
sempre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade. 
 A declaração de nulidade do contrato administrativo produz efeitos 
retroativos (ex tunc), impedindo, assim, os efeitos jurídicos que ele 
deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos (art. 59). 
Assim, caso a ilegalidade tenha ocorrido ainda na licitação, os efeitos 
da anulação retroagem até aquela etapa, declarando-se, de regra, a 
nulidade de todos os atos subsequentes e do próprio contrato. Aliás, o 
art. 49, §2º dispõe expressamente que “a nulidade do procedimento 
licitatório induz à do contrato”. Consequentemente, havendo nulidade no 
processo licitatório, nulo será o contrato. 
A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o 
contratado pelo que este houver executado até a data da anulação e por 
outros prejuízos regularmente comprovados (art. 59, parágrafo único). Tal 
regra visa a evitar o enriquecimento sem causa por parte da 
Administração, tendo ela recebido um bem ou um serviço sem pagar por 
ele. Entretanto, se o contratado for responsável pela ilegalidade e o 
contrato for anulado por isso, o contratado deixará de ter direito a 
indenização. 
 
O contratado tem direito a indenização caso a 
nulidade do contrato for imputável apenas à 
Administração. Tal direito não lhe é devido caso 
ele tenha contribuído para a ilegalidade. 
A doutrina prega que a anulação do contrato deve ser precedida de 
procedimento administrativo em que se assegure ao contratado ampla 
defesa. Ademais, ensina que o ato que declarar a nulidade do contrato 
deve ser expressamente motivado. 
 
26. (Cespe – TCU 2012) Aplica-se ao contrato administrativo a teoria das 
nulidades, segundo sua configuração tradicional do direito privado. Assim, a 
declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente, impedindo 
os efeitos jurídicos que ele deveria produzir e desconstituindo os já produzidos, o 
que isenta inteiramente a administração pública do dever de indenizar o contratado. 
 Comentário: Em se tratando de ilegalidade verificada nos contratos de 
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que é parte, a Administração tem o poder-dever de declarar a sua nulidade , 
com efeito retroativo , impedindo os efeitos jurídicos que eles ordinariamente 
deveriam produzir, além de desconstituir os já produzidos. Se a ilegalidade for 
imputável apenas à própria Administração (ou seja, se foi ela quem deu causa 
à ilegalidade), sem qualquer contribuição do contratado, este terá que ser 
indenizado pelos prejuízos sofridos, daí o erro. Apenas na hipótese de o 
particular ter sido o causador da nulidade é que o dever de indenizar deixa de 
existir. É o que está previsto no art. 59 da Lei 8.666/1993: 
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente 
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de 
desconstituir os já produzidos. 
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o 
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por 
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável , 
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa. 
 Detalhe é que a expressão “outros prejuízos regularmente comprovados”, 
contida no dispositivo, assegura ao contratado o direito à indenização dos 
denominados danos emergentes , isto é, aqueles que realmente se originaram 
da execução parcial do contrato (projetos, vistorias, pareceres técnicos, 
viagens etc.). Frise-se, contudo, que a lei não prevê indenização a título de 
lucros cessantes (indenização baseada no valor estimado do lucro que o 
contratado teria com a execução do contrato, e deixará de obter em razão da 
anulação), embora essa possibilidade seja reconhecida pela doutrina e pela 
jurisprudência 19. 
Gabarito: Errado 
RESCISÃO 
Rescisão é o desfazimento de um contrato válido, em decorrência 
de razões outras que não a ilegalidade. 
Diferentemente

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