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DNA AVÓS COM OS NETOS

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APELAÇÃO CÍVEL. FAMÍLIA. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE C/C PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. Legitimidade ativa dos ascendentes do extinto reconhecente para postular a declaração de nulidade de registro de nascimento, com fundamento no art. 1.604 do CCB.Os ascendentes do falecido pai têm legitimidade para postular a anulação do reconhecimento de paternidade e a consequente retificação de registro civil, fundada no art. 1.604 do CCB, sob a alegação de suposta indução em erro a que foi levado o extinto ao declarar-se pai do demandado, mormente pelos desdobramentos da eventual procedência do pedido na esfera sucessória: caso sejam julgados procedentes os pedidos, os autores é que passariam a figurar como herdeiros do falecido, em concorrência com o cônjuge sobrevivente); A prova deverá aqui se debruçar não apenas sobre a verificação genética, mas também sobre o alegado vício de consentimento que teria maculado o reconhecimento de paternidade voluntariamente operado pelo falecido . Ou seja: o simples fato de o exame de DNA resultar negativo para a paternidade não deverá dar azo à automática procedência do pleito, sendo imperioso para tanto que seja também comprovado o alegado vício de vontade que teria permeado o reconhecimento.
Baseando o entendimento na 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça que concluiu, por maioria, que os netos têm legitimidade para entrar com o pedido de reconhecimento. Direito personalíssimo do filho investigar o pai, também o é com relação aos avós. A relação parental não se extingue com uma geração na linha ascendente ou descendente. É contínua.
O especialista em Direito de Família, Angelo Carbone, do Carbone e Faiçal Advogados, “Se acreditam que são netos ou não, nada mais razoável do que uma ação de investigação de paternidade para acabar com as dúvidas. ” Ele destaca que esse tipo de ação é até mesmo rotineiro, principalmente depois do surgimento dos exames de DNA. É normal, quando há desconfianças sobre quem é ou não o verdadeiro pai, realizar a ação de investigação de paternidade através dos avós paternos ou maternos. Porém não pode ser feito exame de DNA com os Avós quando o Pai ainda esteja vivo “Comprovado o vínculo genético, os pais são declarados pais e os avós são declarados avós, estabelecendo direitos sucessórios, incluindo herança”.Carbone ressalta que, para qualquer caso em que não seja possível a colheita de material dos avós e em que o possível pai tenha falecido, pode ser postulada uma exumação para a colheita do DNA. "Se o possível pai for falecido, pode ser requerida a exumação do corpo. Caso o suposto pai tenha sido cremado, é necessário enviar um ofício ao crematório para que apresente materiais recolhidos para tal finalidade. Para um possível futuro exame, são mantidos materiais como unha, cabelo e outros".
Segundo Manoel Benevides, Dir. dá Genomic Eng. Molecular, laboratório brasileiro especializado em testes de DNA, “as amostras para este tipo de exame podem ser coletadas dos netos e dos avós e o vínculo genético será estabelecido com um percentual de 99,99 % de certeza”. O resultado do exame demora em torno de 2 Semanas, no caso de suposto pai e avós falecidos, as amostras para os exames de DNA podem ser obtidas dos supostos tios." 
Alguns pontos contra o cliente
Assessoria do STJ, “a maioria dos magistrados entendeu que o avô não teria interesse jurídico para requerer a realização de exame de DNA, pois, ainda que comprovada a inexistência de vínculo genético entre o avô e o neto, essa circunstância não desconstituiria a relação de parentesco civil, de natureza jurídica, estabelecida na forma dos arts. 1.591, 1.593 e 1.696 do Código Civil, como consequência da paternidade assentada por decisão judicial passada em julgado, portanto imutável e indiscutível”.
O artigo 1591 do Código Civil (CC) define que as pessoas que estão na relação de ascendentes e descendentes umas para com as outras são parentes.
“O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem”, diz o artigo 1.593.E, em caso de falta daquele que é responsável por pagar a pensão – pai ou mãe –, o artigo do CC 1.696 determina que a responsabilidade pelo pagamento recai sobre o parente mais próximo em grau, que no caso em questão seriam os avós. O relator também ressaltou que “se o recorrido é filho do filho do recorrente, é neto deste. Não encontra amparo na lógica ou no ordenamento jurídico a conclusão de que ‘A’ é filho de ‘B’, ‘B’ é filho de ‘C’, mas ‘A’ não é neto de ‘C’”. Para Ferreira, o não reconhecimento do neto seria uma conclusão “sobretudo discriminatória”. Foi citado, ainda, o artigo 227 da Constituição, que prevê que é dever da família, da sociedade e do Estado garantir direitos da criança e do adolescente, como saúde, educação, alimentação e “colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação”."

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