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Questionario de Psicologia

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Aires de Andrade Sixpenze 
 
Questionario de Psicologia 
 
Questionario 1 
1. Estabeleça a diferença entre sensação, percepção e apercepção. 
Sensação é um fenômeno passivo projetado através dos estímulos físicos (luz, som, 
pressão) ou químicos e atuam sobre sistemas de recepção do organismo. A Percepção é 
um fenômeno ativo, cria do a partir da síntese dos estímulos sensoriais da memória 
(experiências passadas, contexto sociocultural) atribuindo ao sujeito o significado de sua 
vida. Apercepção é perceber algo integralmente, com clareza e plenitude, por meio de 
reconheci mento ou identificação do material percebido com o preexistente. A Sensação 
propriamente acontece mais comumente pelo tato, audição, olfato, etc, (estímulos físicos 
ou químicos); a Percepção acontece pelo fenômeno da visão estimulado pela memória, 
criando um objeto ou fatos, mas de acordo com sua experiência de vida e d o meio em 
que vive; a Apercepção é um processo que acontece do psiquismo do indivíduo, a forma 
em que ele cria os fatos de acordo com sua consciência de sua articulação. 
 
2. O que é quais são as alterações quantitativas da sensopercepção? 
São os estados de rebaixamento do nível de consciência onde as imagens perceptivas têm 
intensidade anormal, para mais ou para menos. As alterações quantitativas da 
sensopercepção são: hiperestesias, hiperpatias, hipoestesias, anestesias, a analgesias, a 
parestesia e a disestesia. 
3. O que é quais são as alterações qualitativas da sensopercepção? 
São os estados de rebaixamento do nível de consciência onde a percepção é deformada e 
alterada, de um objeto real e presente. Há sempre um objeto externo real, gerador do 
processo de sensopercepção, mas tal percepção é deformada, adulterada, por fatores 
patológicos diversos. As alterações qualitativas da sensopercepção são: a ilusão visual, a 
ilusão auditiva, a alucinação e a alucinose. 
4. O que é alucinação? Quais são os tipos mais importantes de alucinação? 
É a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem), sem que este esteja 
presente, sem o estímulo sensorial respectivo (o objeto real). Os tipos mais importantes 
de alucinações são: ilusões auditivas, musicais, visuais, táteis, olfativas e gustativas, 
cenestésicas e cinestésica, funcionais, combinadas, extracampinas, autoscópicas, 
hipnagógicas, hipnopônpicas e a estranheza do mundo percebido. 
 
 
 
5. Descreva e estabeleça a diferença entre as teorias que tentam explicar as 
possíveis causas e a etiologia das alucinações . 
Os aspectos semiológicos da sensopercepção e, em particular, a questão das alucinações 
são complexos e intrigantes. Por isso, ao longo de mais de 200 anos, fisiológicos, 
neuropsicológicos e psicológicos ainda acham controversas as suas possíveis causas. 
Assim, diversas teorias são abordadas, as opiniões são diversas, a saber: 
 A Teoria Psicodinâmica, Psicológica e Afetiva: Segue a linha de que a base 
teórica da alucinação remete à linha comportamental (necessidades e tendências 
afetivas, desejos, temores, conflitos recalcados e, sobretudo, conflitos 
inconscientes). 
 A Teoria Irritativa Cortical: Segue a linha de que a base teórica da alucinação 
remete à função cerbro-cortical, lesões estas que são destrutivas e produziriam 
déficits motores e sensoriais, causadora das relacionadas à percepção complexa. 
 Teoria Neurobioquímica da s Alucinações: Como o próprio nome já diz, a 
origem seria química. Os agentes que mais freqüente e inequivocadamente 
ocasionam alucinações estão relacionados a três neurotransmissores: a serotonina, 
a dopamina e a acetilcolina. Postula-se que a alucinação em indivíduos com 
transtornos mentais esteja relacionada possivelmente à hiperativação de circuitos 
serotonérgicos e/ou dopaminérgicos. 
 Como Fenômeno de Deaferentação/Liberação Neuronal: Baseia-se na teoria 
dos fenômenos de liberação neuronal associado à deaferentação (redução das 
aferências ao SNC), por privação de estímulos sensoriais. A hipótese seria de que 
o sistema nervoso, ao ser privado de estímulos externos, produz, ele próprio, o 
fenômeno sensorial para manter a homeostase, certo níve l de ativação básica. 
 Teoria da Desorganização Global do Funcionamento Cerebral: Este segue a 
linha de Jackson e Ey, alterações globais e amplas do funcionamento cerebral 
produziriam a perda das inibições mais desenvolvidas filogeneticamente e 
complexas funcionalmente, permitindo a eclosão de circuitos em geral inibidos. 
A perda das inibições superiores favoreceria o surgimento de fenômenos 
patológicos, como as alucinações, as ilusões e 2 outros automatismos inferiores 
do SNC. Haveria, nesse processo à crescente indiferenciação entre o mundo e os 
perceptos internos e externos. 
 Teoria da Alucinação Como Desordem da Linguagem Interna: Esse processo 
patológico se baseia na hipótese de que o processo patológico básico nas 
alucinações reside na incapacidade do paciente de discriminar e monitorar as suas 
próprias produções mentais, a sua linguagem interna, em contraposição às 
percepções vindas do meio externo (teoria cognitivista apresenta interessante 
semelhança com as concepções psicodinâmicas sobre a alucinação) 
6. Qual a contribuição dos estudos recentes de neuroimagem funcional para os 
quadros de alucinação? 
 De fato, esta nova modalidade de estudo, que usa sensores de pósitrons (Pet, Petscan e 
RMN funcional), são capazes de mapear com detalhes qual a área cerebral que está sendo 
ativada no momento em que o indivíduo está alucinando, ajudando assim aos especialistas 
saberem se a área em questão tem haver ou não com a área específica da audição, da 
fala e se o tipo de patologia tem alguma característica com a realidade funcional ou é 
fruto da imaginação do paciente. 
 
7. Caracterize as alterações da representação ou das imagens representativas. 
 
A Pseudo-Alucinação: É um fenômeno que, embora se pareça com a alucinação, dela 
se afasta por não apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva 
real. Apresenta mais as características de uma imagem representativa. Vozes ou imagem 
visual são percebidas com pouca nitidez, de contornos imprecisos, 
Sem vida e corporeidade. Pode-se manifestar nas psicoses funcionais e orgânicas, nos 
estados afetivos intensos, na fadiga, em quadros de rebaixamento do nível de consciência 
e em intoxicações. 
As características são diversas, tais como: 
 A voz (ou imagem visual) percebida é pouco nítida, de contornos imprecisos, sem vida 
e corporeidade. Em outros casos, a pseudo-alucinação surge de um pensamento ou uma 
representação que, de tão intenso, ganha, por assim dizer, sensorialidade. Embora a 
pseudo-alucinação possa ocorrer nas psicoses funcionais e orgânicas, ela é mais 
inespecífica. 
 A imagem pós-óptica (semelhante à pseudo-alucinação) acontece em pessoas que ficam 
por muito tempo observando atentamente por muitas imagens e, à noite, no momento 
em que vai dormir, nota a persistência de tais imagens. 
A alucinação psíquica (também confundida com a pseudo-alucinação) onde pacientes 
relatam a experiência de ouvirem palavras sem som, vozes sem ruído, vivenciarem uma 
comunicação direta de pensamento a pensamento, por meio de palavras secretas e 
interiores que não soam. 
 
O termo alucinação negativa para designar a ausência de visão de objetos reais, presentes 
no campo visual do paciente, também gera controvérsias. 
 
Questionário 2 
1. Defina memoria 
A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências 
ouvidas ou vividas. Relaciona-se fortemente à aprendizagem que é a obtenção de novos 
conhecimentos, pois utiliza a memória para reter tais informações no cérebro. Existem 
duas formas de adquirir e armazenar informações 
2. De ponto de vista psicológico,de que factores depende o processo de fixação? 
E conservançao.Atenção global: esta atento a um pré requisito fundamental para armazenar as 
informações percebidas; 
Nivel de consciência : assim como a atenção , o nivel de consciência fundamenta o 
funcionamento mental; 
Interesse emocional: a memorização esta ligada diretamente com o interesse e o vinculo 
afetivo do sujeito com a informação 
 
3. Em relação ao processo temporal de aquisição e evocação de elementos 
mneumonicos, como a neuropsicologia moderna divide a memoria? 
Ela divide em: Memória Sensorial / Memória de Curto Prazo / Memória de Longo Prazo 
Memória Sensorial- Utilizada para descrever nossa habilidade de modo a reter 
informações que chegam através dos sentidos. A memória sensorial pode existir através 
dos nossos cinco sentidos: 
 
Memória Visual = Emprega a Visão 
Memória Auditiva = Emprega a audição 
Memória Tátil = Emprega o tato 
Memória Olfativa = Emprega o olfato 
Memória Gustativa = Emprega o paladar 
 
 
 
Memória de Curto Prazo: 
 
Quando avaliamos que uma informação é importante para nós, ocorre o processo em que 
movemos esta informação da memória sensorial para a memória de curto prazo. É nela 
onde a grande maioria dos humanos pode memorizar até sete informações durante 
aproximadamente trinta segundos. Claro que algumas pessoas conseguem armazenar 
mais informações por mais tempo, é aí que já passamos para a memória de longo prazo. 
Porém é importante ressaltar sobre os mitos existentes sobre a memória de curto prazo, 
visto que é impossível lembrarmos de todas as sensações que temos durante um dia, dois, 
ou até uma vida inteira como a maioria das pessoas dizem (memória fotográfica). 
 
Memória de Longo Prazo: 
Quando a memória consegue ultrapassar os dois primeiros estágios, ela poderá ser 
conferida e encontrar um espaço na nossa memória de longo prazo. Esta memória é 
fascinante, visto que ela pode ser rotulada, conservada e indexada de várias formas. Como 
somos seres espaciais, a maior parte do tempo administramos a nossa vida baseada no 
tempo, por isso as memórias de longo prazo são caracterizadas cronologicamente. O 
sistema de classificação de todo este sistema é bem complexo sendo formado por três 
partes: 
 
- Memória Semântica = Onde uma quantia da memória de longo prazo cuida para 
formular as nossas ideias, conceitos e significados. 
- Memória Processual = Onde uma quantia da memória de longo prazo que auxilia-nos a 
lembrar de como perpetrar os eventos. (Ex: cozinhar, atender ao telefone, usar o 
computador) 
- Memória Episódica = Uma parte da memória de longo prazo que se refere à nossa 
aptidão em recuperar experiências pessoais vividas no nosso passado. 
4. O que significa priming 
Priming é considerado um efeito que ocorre no momento de recepção de estímulos que 
afetam a percepção, o julgamento e/ou comportamento dos sujeitos, mesmo que eles não 
se lembrem do estímulo ou nem percebam sua influência. 
 
 
5. Explique o processo de esquecimento 
Incapacidade de recordar um conteúdo que foi memorizado, sendo, por vezes, encarado 
como algo de negativo, um pro blema da memória ou mesmo uma doença. 
Na verdade, ele é necessário à própria memória – através do esquecimento libertamo-nos 
de conteúdos que já não são úteis ou necessários, havendo, portanto, uma seleção dos 
registos armazenados 
6. Com o avanço da neurociência não se pode mais falar em memoria, mais em 
memorias, explique. 
Estudos em pacientes com lesão do lobo temporal (pioneiramente com o paciente H.M) 
revelaram dois modos particularmente diferentes de aprendizagem, diferença que 
os psicólogos cognitivistas avaliaram em estudos com sujeitos normais. O ser humano 
aprende o que é o mundo apreendendo conhecimento sobre pessoas e objetos, acessíveis 
à consciência, usando uma forma de memória que é em geral chamada de explícita, ou 
aprende como fazer coisas, adquirindo habilidades motoras ou perceptivas a que a 
consciência não tem acesso, usando para isto a memória implícita 
7. Classifique e caracterize os tipos de memorias 
Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas) distinguem memória 
declarativa de memória não-declarativa. A memória declarativa, grosso modo, armazena 
o saber que algo se deu, e a memória não-declarativa o como isto se deu. 
A memória declarativa, ou de curto prazo como o nome sugere, é aquela que pode ser 
declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também 
mais rapidamente esquecida. Para abranger os outros animais (que não falam e logo não 
declaram, mas obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. 
Memórias explicitas chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está associado 
com estruturas no lobo temporal medial (ex: hipocampo, amígdala). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neurologia
Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória episódica e 
a memória semântica. São instâncias da memória episódica as lembranças de 
acontecimentos específicos. São instâncias da memória semântica as lembranças de 
aspectos gerais. 
Já a memória não-declarativa, também chamada de implícita ou procedural, inclui 
procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos 
distraímos e vamos no "piloto automático" quando dirigimos). Essa memória depende 
dos gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela 
em geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é bastante duradoura. 
8. Define Amnesia. Quais são os tipos de amnesia, caracterize-os 
A amnésia é a perda de memória que pode ser total ou parcial, constante ou episódica, 
temporária ou permanente dependendo das causas. 
Tipos de amnésia 
Cerca de 40% das pessoas com idade acima de 65 anos têm algum tipo de problema de 
memória, e a prevalência aumenta rapidamente com o aumento da idade. 
Existem vários tipos de amnésia. Abaixo estão listados alguns deles: 
 
Amnésia global transitória; 
Nessa situação a amnésia dura algumas horas, não ultrapassando um dia, e a recuperação 
é completa. O indivíduo tem comportamento normal, porém não retém nenhuma 
informação durante o episódio, ou seja, tem amnésia anterógrada completa, 
permanecendo uma lacuna na memória dessa pessoa depois da recuperação. A causa 
desse problema não está, ainda, totalmente esclarecida, parecendo estar ligada à isquemia 
transitória afetando as partes internas do lobo temporal. Essa patologia tem curso benigno, 
sendo excepcional um segundo episódio. 
 
Amnésia psicogênica 
A amnésia psicogênica é uma amnésia temporária que ocorre devido a traumas 
psicológicos e pode ser tanto anterógrada(dificuldade para se lembrar de fatos recentes) 
quanto retrógrada(dificuldade para se lembrar de fatos anteriores ao trauma), a memória 
quase sempre volta dias após do começo da amnésia, em raros casos, o paciente perde a 
memória de alguns "trechos" de sua vida permanentemente. Em alguns casos, fotos e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria_epis%C3%B3dica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria_sem%C3%A2ntica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inst%C3%A2ncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria
figuras ou até mesmo ilustrações podem ajudar com que o paciente se lembre de certos 
fatos, ou até mesmo evitar a sua perda. 
 
Síndrome de Korsakoff 
A síndrome de Korsakoff é uma encefalopatia e é um tipo de amnésia grave, a principal 
causa é o alcoolismo, o que causa a falta de Vitamina B1 (tiamina) no cérebro, e esse é o 
motivo pelo qual a síndrome ocorre; seus sintomas podem ser a incapacidade de reter 
novos acontecimentos na memória. Por exemplo, a pessoa consegue fazer exercícios que 
tinha aprendido antes da doença mas não conseguem aprender a fazer nenhum exercício 
novo. Quando é causada pelo alcoolismo, seus sintomas são basicamente neurológicos 
(movimentos descoordenados, perda de sensação dos dedos das mãos e dos pés).Amnésia Alcoólica 
Nesse tipo a pessoa apresenta amnésia sem a perda da consciência. A pessoa alcoolizada 
conversa e pode fazer exercícios físicos normalmente, mas quando o efeito da bebida 
alcoólica passar não se lembrará de nada que ocorreu durante o momento em que esta 
pessoa estava alcoolizada. Esse tipo de amnésia ocorre principalmente em pessoas que 
bebem excessivamente bebidas alcoólicas ou em pessoas que bebem socialmente, ou não 
bebem e beberam bebidas alcoólicas excessivamente, essa síndrome tem efeito maior 
quando a pessoa alcoolizada está com muita fome/sede ou bebeu rápido demais. 
 
9. Quais são os principais tipos de paramnésias? Diferencie-os. 
Os principais tipos de paramnésias são: 
Ilusões mnêmicas: neste caso, há o acréscimo de elementos falsos a um núcleo 
verdadeiro de memória. Por isso, a lembrança adquire caráter fictício. Muitos 
pacientes informam sobre o seu passado indicando claramente de formação de 
lembranças reais: “Tive uma centena de filhos com minha mulher ” (teve de fato 
alguns filhos com a mulher, mas não uma centena). O corre na esquizofrenia, na 
paranóia, na histeria grave, nos transtornos da personalidade (borderline , histriônica, 
esquizotípica, etc ). 
Alucinações mnêmicas. São verdadeiras criações imaginativas com a aparência de 
lembranças ou reminiscências que não correspondem a qualquer elemento mnêmico, 
a qualquer lembrança verdadeira. Podem surgir de modo repentino, sem corresponder 
a qualquer acontecimento. O correm principalmente na esquizofrenia e em outras 
psicoses funcionais. 
 
10. Identifique e caracterize os diferentes tipos de alterações de reconhecimento 
conforme sua associação com transtornos mentais ou com sua origem 
essencialmente cerebral. 
R: As alterações do reconhecimento dividem-se em dois grandes grupos: as diferentes 
formas de agnosias, de origem essencialmente cerebral, e as alterações de 
reconhecimento mais frequentemente associadas aos transtornos mentais, sem base 
orgânica definida. As agnosias são definidas como déficits do reconhecimento de 
estímulos sensoriais, objetos e fenômenos, que não pode m ser explicados por um déficit 
sensorial, por distúrbios da linguagem ou porperdas cognitivas globais. São 
classificadas, de modo geral, segundo a modalidade sensorial na qual o indivíduo perdeu 
a capacidade de reconhecimento. Definem-se, então, as agnosias visuais, táteis e 
auditivas e as agnosias para percepções complexas. 
As principais formas de agnosias são: 
1. As agnosias táteis, divididas em dois subtipos: a as tereognosia, na qual o paciente 
é incapaz de reconhecer as formas dos objetos colocados em suas mãos, estando o 
mesmo de olhos fechados; e a agnosia tátil propriamentedita, na qual, apesar de o 
paciente identificar as formas elementares do objeto, há incapacidade de reconhecimento 
global detal objeto; 
2. As agnosias visuais são aquelas nas quais o paciente não consegue mais reco nhecer, 
pela visão, determinados objetos; enxerga-os, pode descrevê-los, mas não sabe o que 
realmente são. 
3. A prosopagnosia era considerada a agnosia de reconhecimento de faces previamente 
conhecidas. Entretanto, expandiu-se o conceito de prosopagnosia, incluindo-se a 
incapacidade de reconhecer membros específicos de determinado grupo genérico de 
coisas, como certo tipo ou marca de carro no meio de vários carros, determinada casa 
entre várias casas, uma face específica em meio a várias faces. 
4. A agnosia auditiva é a incapacidade de reconhecer sons (sem haver déficit auditivo) 
não- lingüísticos (agnosia auditiva seletiva) ou linguísticos ( agnosia verbal). A agnosia 
verbal, ou surdez verbal pura, ocorre por lesão da área auditiva primária bilateralmente 
ou por certas lesões subcorticais c aprichosas (a chamada disfasia auditiva subcortical). 
 
 O paciente pode falar, ler e escrever correta e fluentemente; 
entretanto, não entende qualquer palavra falada que ouve, apenas as reconhece como 
ruídos. 
5. A anosognosia é a incapacidade de o doente reconhecer um déficit ou uma 
doença que o acomete. Tipicamente, o paciente não reconhece, por exemplo, que tem 
hemicorpo esquerdo parético ou mesmo para lisado, chega ndo mesmo a não identificar 
a existência de um membro ou de um hemicorpo. A anosodiaforia é a incapacidade 
de o paciente reconhecer o estado afetivo no qual se encontra. Já asimultanagnosia é 
a incapacidade de reconhecer mais de um objecto ao mesmo tempo. 
6. A grafestesia é o reconhecimento da escrita pelo tato. Escrevem-se, na mão do 
paciente, letras ou números com um objecto semelhante a uma caneta ( mas sem a tinta) 
e pede-se que ele os reconheça com os olhos fechados. O comprometimento da 
grafestesia é um indicativo de perturbação do reconhecimento por déficit da integração 
sensório-motora no nível cortical. 
7. Alguns pacientes conseguem identificar e nomear adequadamente o hospital no qual 
se encontram; entretanto, afirmam que ele é próximo à sua residência ou, ainda, 
reconhecem o hospital, mas afirmam (incorretamente) que este se situa em sua cidade. 
Tal déficit de reconhecimento foi denominado paramnésia reduplicativa. 
 
 Questionario 3 
1R: Os cinco tipos básicos de vivencias afectivas são: 
 Humor ou estado de ânimo; 
 Emoções; 
 Sentimentos; 
 Afectos; 
 Paixões; 
O humor ou estado de ânimo é definido como o tónus afectivo do indivíduo, o estado 
emocional basal e difuso, em que se encontra a pessoa em determinado momento. É a 
disposição afectiva de fundo que penetra toda a experiência psíquica, a lente afectiva que 
dá às vivências do sujeito, a cada momento, uma cor particular, ampliando ou reduzindo 
o impacto das experiências reais e, muitas vezes, modificando a natureza e o sentido das 
experiências vivenciadas. 
Os sentimentos são estados e configurações estáveis, estes estão comumente associados 
a conteúdos intelectuais, valores, representações, e em geral, não implicam concomitantes 
semânticos. Constituem fenómeno muito mais mental que somático. Por estarem 
associados a conteúdos intelectuais, os sentimentos dependem da existência, na língua e 
na cultura de cada povo, de palavras que possam codificar este ou aquele estado afectivo. 
Assim, há grande variação de cultura para cultura, de um para outro universo semântico 
e linguístico, em relação aos diversos sentimentos que podem ser expressos e, assim, 
ganhar existência própria. 
Os sentimentos são vivenciados, de modo geral, em dois polos: agradável e desagradável, 
prazeroso e desprezível. De acordo com a sua tonalidade afectiva, os sentimentos podem 
ser classificados em: 
 Sentimentos da esfera da tristeza: melancolia, saudade, tristeza, nostalgia, 
vergonha, impotência, aflição, culpa, remorso, auto-depreciação, sentimento de 
inferioridade, infidelidade, tédio, desesperança. 
 Sentimentos da esfera de alegria: euforia, júbilo, contentamento, confiança, 
esperança, expectativa. 
 Sentimentos da esfera da agressividade: raiva, revolta, rancor, ciúme, odio, ira, 
inveja, vingança, repúdio, desprezo. 
 Sentimentos relacionados à atracão pelo outro: amor, atracão, estima, carinho, 
gratidão, apego, respeito, consideração, admiração. 
 Sentimentos relacionados ao perigo: temor, receio, desamparo, abandono. 
 Sentimentos de tipo narcísico: vaidade, orgulho, arrogância, superioridade, 
empáfia, prepotência. 
O afecto é a qualidade e o tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação 
mental. Os afectos acoplam-se a ideias, anexando a elas um colorido afectivo. Seriam 
assim, o componente emocional de uma ideia. Podeusar-se também o termo afecto em 
concepção mais ampla, o termo afecto para designar de modo inespecífico, qualquer 
estado de humor, sentimento ou emoção. 
A paixão é um estado afectivo extremamente intenso, que domina a actividade psíquica 
como um todo, captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só 
direcção, inibindo os demais interesses. 
As emoções podem ser definidas como reacções afectivas agudas, momentâneas, 
desencadeadas por estímulos significativos. Portanto, a emoção é um estado afectivo 
intenso, de curta duração, originado geralmente como a recção do indivíduo a certas 
excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes. 
2R: Na tradição do pensamento ocidental, a emoção opõe-se frontalmente à razão. 
Segundo a tradição do pensamento ocidental, a emoção cega o homem e o impede de 
pensar com clareza e sensatez. Essa concepção considera a emoção, e a vida afectiva de 
modo geral, como inferior à razão. A emoção turva a razão, distancia o homem da verdade 
e da conduta correcta. Alem disso, corresponde a uma dimensão inferior do homem, seria 
o “resquício animalesco de um suposto homem primitivo dentro do homem maduro”. 
3R: Segundo William James (1952) e Karl Lange (1895), a base das emoções deveria ser 
encontrada na periferia do corpo, principalmente nas reacções do sistema nervoso 
autónomo periférico. Aqui, a emoção é concebida como a tomada da consciência das 
modificações fisiológicas produzidas por determinados eventos, James afirma que “após 
as mudanças corpóreas, segue-se imediatamente a percepção do facto excitante, a emoção 
é o que sentimos dessas mudanças corpóreas”. 
Em 1937, Papez (1995) propôs uma base cerebral para as emoções. Segundo ele, as 
estruturas e o circuito cerebral das emoções incluírem estruturas na face medial dos lobos 
temporais e frontais. Tais estruturas seriam basicamente o hipocampo, a fórnice, os corpos 
mamilares, o hipotálamo, os núcleos talâmicos anteriores e o giro cingulado no lobo 
frontal. São estruturas filogeneticamente muito antigas. Assim, os impulsos somáticos 
originados na periferia seriam levados ao hipotálamo e aos corpos mamilares, daí seriam 
conduzidos pelo trato mamilo talâmico aos núcleos anteriores do tálamo e, então 
passariam ao giro cingulado na região mesofrontal. Mas, os sinais visuais, auditivos, 
olfactivos, assim como as representações mentais, já com atribuições cognitivas 
emocionais, originárias do córtex cerebral, desceriam para o hipocampo, e, daí, passariam 
à fórnice e aos corpos mamilares fechando o circuito cerebral das emoções. 
Em concepção muito próxima a essa, MacLean (1990) propôs, já em 1952, o sistema 
límbico das emoções (a partir do grande lobo límbico de Broca), no qual o hipotálamo é 
visto como elemento fundamental na expressão psicofisiológica das emoções, e o córtex 
cerebral seria a instância que codifica, decodifica e recodifica constantemente as 
experiências afetivas, atribuindo-lhes significações, sentido propriamente humano, 
acoplando à dimensão psicofisiológica as representações, os símbolos e os valores 
humanos. O sistema límbico compreenderia estruturas corticais como o córtex límbico 
frontotemporal, o hipocampo e o giro cingulado, bem como as estruturas subcorticais, 
como a amígdala, os núcleos septais, o hipotálamo, os núcleos anteriores do tálamo e, em 
parte, os núcleos de base. O sistema límbico seria o sistema central na integração das 
emoções. 
Gray (1995) propõe ordenar as estruturas límbicas conforme determinados padrões 
comportamentais e emocionais como Amígdala. Esta é uma estrutura situada na região 
temporal medial, que, juntamente com suas projeções eferentes e aferentes, tem grande 
importância nas reações de medo, particularmente no chamado condicionamento do 
medo. A amígdala encontra-se associada tanto à aquisição de tal medo condicionado 
como a expressão motora, comportamental e neuroendrócrina relacionada a tais medos. 
O núcleo central da amígdala estaria envolvido com a percepção de estímulos auditivos 
relacionados ao medo. Após tais estímulos serem processados no interior da amígdala, 
saem dela produzindo respostas compatíveis com o padrão do medo desencadeado. 
Assim, o núcleo central da amígdala emitiria projecções para o tronco cerebral, 
principalmente para a substância cinzenta periaquedutal e para o hipotálamo, produzindo 
resposta hormonal ao medo e ao estresse. Tais respostas hormonais e comportamentais 
preparariam o indivíduo para acções de luta, fuga, alimentação. 
4R: Freud, concebe a angústia como um afecto básico emergido do eterno conflito entre 
o indivíduo, seus impulsos instintivos primordiais, seus desejos e suas necessidades, por 
um lado, e, por outro, as exigências de comportamento civilizado, restrições (como por 
exemplo, não matar, respeitar o tabu do incesto) que a cultura impõe ao individuo. Devido 
a tais restrições, a pessoa experimenta irremediável “mal-estar na cultura”. Em uma 
primeira teorização, Freud postulou que a angústia seria uma transformação da libido não-
descarregada, (como por exemplo, por meio do acto sexual) onde esta ficaria retida, 
represada no aparelho psíquico, gerando a angústia como subproduto. Em outra teoria 
posterior, Freud postulou que a angústia não seria subproduto da libido represada, mas 
um sinal de perigo, enviado pelo Eu, no sentido de evitar o surgimento de algo muito mais 
ameaçador ao indivíduo, algo que poderia gerar angústia muito mais intensa. A angústia 
funcionaria então como sinal de desprazer que suscitaria da parte do Eu uma reacção de 
defesa passiva ou activa, activando mecanismos de defesa a fim de evitar uma situação 
de perigo mais importante e, consequentemente, uma angústia muito maior. A depressão 
ou melancolia, relacionam se de modo particular de elaboração inconsciente de perdas 
reais ou simbólicas. Para Freud, quando perde um objecto significativo (pessoa próxima, 
um certo status, o emprego), o sujeito tende para não perdê-lo totalmente, a identificar-se 
narcisicamente com ele e a introjectá-lo ao próprio Eu. Caso tal objecto de alguma forma 
fosse muito amado, mas também inconscientemente muito odiado pelo sujeito, o rancor 
e o ódio inconsciente que guardava por tal objecto tenderiam a ser vertidos sobre o próprio 
Eu. Assim, surgem as autoacusações, os sentimentos de culpa e de fracasso, a autopunição 
em forma de descuido consigo próprio, perda do apetite e ideias e actos suicidas. 
A psicanalista Melanie Klein (1974), deu importante enfâse à vida afectiva em suas 
concepções sobre o funcionamento mental humano. Os afectos, em sua teoria, seriam 
centrais para toda a psicopatologia e estariam intimamente associados às fantasias 
primitivas e às chamadas relações de objecto. 
Nessa concepção, haveria afectos primários, primitivos, como o ódio, a inveja, o medo 
de ser retaliado, e outros, que indicariam maior maturidade psíquica do indivíduo, como 
a gratidão, a reparação e o amor. Os afectos resultariam, em grande parte, do tipo e da 
qualidade das relações do sujeito com os seus objectos internos consistentes e sobretudo 
inconscientes. Assim, as fantasias de ataque invejoso e destrutivo a objectos internos 
gerariam sentimentos de medo ou ansiedade paranoide e temor de retaliação. Enquanto 
que o reconhecimento dos objectos internos, como seres inteiros, protectores e vivos, 
geraria afectos como os sentimentos de reparação e de gratidão. 
5R: Caracterização das alterações do humor: 
A distimia, é o termo que designa a alteração básica do humor, tanto no sentido da 
inibição como no sentido da exaltação. 
A hipertimia ou distimia hipertímica, refere-se ao humor patologicamente alterado no 
sentido da exaltação e da alegria. 
A puerilidade é uma alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, 
simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais, sua vida afectiva é 
superficial, sem afectosprofundos, consistentes e duradouros. Verifica-se a puerilidade 
especialmente na esquizofrenia hebefrénica, em indivíduos com déficit intelectual em 
alguns quadros histéricos e em personalidades imaturas de modo geral. 
Na irritabilidade patológica, há hiper-reactividade desagradável, hostil e, eventualmente, 
agressiva à estímulos mesmo leves do meio exterior. Qualquer estímulo é sentido como 
perturbador, e o indivíduo reage prontamente disfórica. A irritabilidade patológica pode 
ocorrer nas síndromes depressivas, nos quadros maníacos, nos transtornos ansiosos e na 
esquizofrenia. 
6R: Diferença entre ansiedade, angústia e medo: 
A ansiedade é definida como o estado de humor desconfortável, apreensão negativa em 
relação ao futuro, inquietação interna desagradável, incluindo manifestações somáticas e 
fisiológicas (tensão muscular, tremores, surdose, tontura) e manifestações psíquicas 
(inquietação interna, apreensão, desconforto mental). 
A angústia relaciona-se directamente à sensação de aperto no peito e na garganta, de 
sufocamento. Assemelha-se muito à ansiedade, mas tem conotação mais corporal e mais 
relacionada ao passado. A angústia tem significado mais marcante, sendo que esta define 
a condição humana, uma vez que é um tipo de vivencia mais fundamental que a 
experiência da ansiedade. 
O medo, é caracterizado por referir-se a um objecto mais ou menos preciso, e diferencia-
se da ansiedade e da angústia, que não se referem a objectos precisos (o medo é quase 
sempre, medo de algo). 
7R: Os tipos de angústia segundo algumas correntes teóricas da psicopatologia são: 
Na escola psicanalítica: 
 Angústia de castração (Freud): em sentido strictu, seria o medo de perder ou ferir 
os genitais, de ser castrado, no contexto do complexo de Édipo. 
 Angústia de morte ou de aniquilamento (escola kleiniana): é a sensação intensa 
de angústia perante perigo ou situação (real ou fantasiada) que indiquem ao sujeito 
a possibilidade iminente da morte ou aniquilamento do corpo, do ego. 
 Angústia de separação (Spitz, Bowldy): são as reacções emocionai vividas pela 
criança quando separada da mãe, manifestando seus afectos com choro, desespero 
e grande aflição. 
Na escola existencial: 
 Angústia existencial: para a filosofia existencialista, a angústia não seria apenas 
um sintoma patológico, mas, antes de tudo, um estado anímico básico, constituinte 
do ser humano. A angústia existencial se articula ao facto de o homem estar 
condenado a ser livre, a não poder de forma alguma abdicar do seu livre arbítrio, 
em oposição a todos os determinismos históricos. 
8R: Diferença entre os vários tipos de alterações das emoções dos sentimentos: 
 Apatia é a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. É o estado afetivo pelo qual o 
individuo apesar de saber da importância afetiva que determinada experiência deveria ter 
para ele, não consegue sentir nada. O individuo queixa-se de não poder sentir nem alegria, 
nem tristeza, nem raiva ou qualquer sentimento. 
Hipomodulação do afecto: refere-se à incapacidade do paciente de modular a resposta 
afectiva de acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua relação com o 
mundo. 
Inadequação do afecto ou paratimia: refere-se à reação completamente incongruente a 
situações existenciais ou determinados conteúdos ideativos, revelando desarmonia 
profunda da vida psíquica. 
Pobreza de sentimentos e distanciamento afectivo: refere-se a perda progressiva e 
patológica das vivências afectivas. Ocorre um empobrecimento relativo à possibilidade 
de vivenciar alternâncias e variações sutis na esfera afectiva. 
Embotamento afetivo: é perda profunda de todo tipo de vivência afetiva, é observável e 
constatável por meio da mímica, da postura e da atitude do paciente. Ocorre tipicamente 
nas formas negativas, deficitárias da esquizofrenia. 
Sentimento de falta de sentimento: é a vivência de incapacidade para sentir emoções, 
experimentada de forma muito penosa pelo paciente. É percebido claramente pelo doente, 
que se queixa de sentir-se intimamente morto ou em estado vazio afectivo. Ao contrário 
da apatia, o sentir o “não-sentir” é vivenciado com muito sofrimento, como uma tortura. 
Pode ocorrer em quadros depressivos graves. 
Anedonia: é a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas 
actividades e experiências da vida. Nesta alteração das emoções e dos sentimentos, o 
paciente relata que, diferentemente do que ocorria antes de adoecer, agora não consegue 
mais sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida. A anedonia é um 
sintoma central das síndromes depressivas, podendo ocorrer também nos quadros 
esquizofrénicos crónicos, em transtornos da personalidade e em formas graves de 
neuroses. 
Indiferença afectiva: diz respeito a certa frieza afectiva incompreensível diante dos 
sintomas que o paciente apresenta, uma frieza e uma indiferença que parecem indicar que, 
no fundo de forma inconsciente, o paciente sabe que seus sintomas são psicogénicos e 
potencialmente reversíveis, denotando até certo exibicionismo por trás da indiferença. 
Labilidade e incontinência afetiva: são estados nos quais ocorrem mudanças súbitas e 
imotivadas de humor, sentimentos ou emoções. Na incontinência afectiva, não consegue 
conter de forma alguma suas reações afetivas. 
Ambivalência afetiva: refere-se a sentimentos simultâneos opostos em relação a um 
mesmo estímulo ou objeto, como amor e ódio. 
Neotimia: sentimentos e experiências afetivas inteiramente novas vivenciadas por 
pacientes em estado psicótico. 
Medo: é o estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez 
crescentes, ante a impressão iminente de que sucederá algo que o indivíduo quer evitar. 
Existem seis fazes do medo de acordo com o grau de extensão e imensidão que se 
alcançam as manifestações de inativação. São elas: a prudência, a cautela, o alarme, a 
ansiedade, o pânico e o terror. 
Fobias: são medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e 
incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes, 
chamados de objectos ou situações fobígenas, como por exemplo, medo de entrar em um 
elevador, medo de gatos, medo de pessoas desconhecidas). O contacto com os objectos 
ou situações fobígenas pode desencadear no indivíduo fóbico crise de ansiedade. 
Pânico: é uma recção de medo intenso, de pavor, relacionada geralmente ao perigo 
imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. O pânico se manifesta quase 
sempre como crises de pânico (medo e descarga autonômica). 
Questionario 4 
1. Descreva e estabeleça a diferença entre vontade, instinto, pulsão, desejo, 
necessidade e motivação. 
 A vontade é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente 
com as esferas instintiva, afectiva e intelectiva que envolve (avaliar, julgar, 
analisar, decidir), bem como com o conjunto de valores princípios, hábitos e 
normas socioculturais do individuo. 
 O Instinto é um modo relativamente organizado, fixo e complexo da resposta 
comportamental de determinada espécie, que por meio dela, pode sobreviver 
melhor em seu ambiente natural. O instinto envolve geralmente um conjunto de 
respostas e comportamentos herdados que, apenas com modificações superficiais, 
serve sempre à adaptação do organismo, por exemplo, as reações e os 
comportamentos associados à fome, e os instintos de sobrevivência. 
 A Pulsão é um conjunto de elementos inatos, inconscientes, de origem 
parcialmente biológica e parcialmente psicológica, que movem o sujeito em 
direção à vida ou à morte, como por exemplo, a pulsão sexual que leva o sujeito 
em direção à vida e a pulsão de morte que leva o sujeito à morte. 
 O Desejo é um querer, um anseio, um apetite, de natureza consciente ou 
inconsciente, que visa sempre algo, que busca sempre a sua satisfação. Os desejos 
diferenciam-se das Necessidades,pois estas são fixas e inatas, independentes da 
cultura e da história individual, enquanto que, os desejos são moveis, moldados e 
transformados social e historicamente. 
 Motivação é um impulso que faz com que os sujeitos ajam para atingir os seus 
objectivos. A partir desta busca-se estudar os factores que energizam e moldam 
os comportamentos, como o comportamento é iniciado, dirigido e sustentado. A 
motivação é tanto intencional (estimula e orienta as acções) bem como reguladora 
(permite ao sujeito controlar seu comportamento e o dos outros). 
 
 
2. Defina ato volitivo e caracterize as etapas do processo volitivo. 
R: O ato Volitivo ou ato de Vontade é a faculdade de decidir e organizar a própria conduta. 
O ato volitivo é traduzido pelas expressões do “eu quero” ou “eu não quero” que 
caracterizam a vontade humana sensu strictu. Distinguem-se também os motivos, ou 
razoes intelectuais que influem sobre o ato volitivo, dos móveis, ou influências afectivas 
atrativas ou repulsivas que pressionam a decisão voluntária para um lado ou para outro. 
Dando-se este de forma geral como um processo. 
Etapas do processo volitivo 
 A fase de intenção ou propósito, na qual se esboçam as tendências básicas do 
individuo, suas inclinações e interesses. Nesse momento, impulsos, desejos e 
temores inconscientes exercem influencia decisiva sobre o ato volitivo muitas 
vezes impercetíveis para o próprio individuo; 
 A fase de deliberação, relativa à ponderação consciente, nesta fase é levada em 
conta os motivos como os móveis implicados no ato volitivo. O individuo faz uma 
análise básica do que seria positivo ou negativo, favorável ou desfavorável, 
benéfico ou maléfico em sua decisão. É um momento de apreciação, consideração 
dos vários aspectos e das implicações de determinada decisão; 
 A fase de decisão propriamente dita, é o momento culminante do processo 
volitivo, ou seja, o instante que demarca o começo da acção, no qual os móveis e 
os motivos vencidos dão lugar aos vencedores; 
 A fase de execução, esta constitui a etapa final do processo volitivo, na qual os 
atos psicomotores simples e complexos decorrentes de decisão são postos em 
funcionamento, a fim de realizar e consumar aquilo que mentalmente foi decidido 
e aprovado pelo individuo. 
 
3. Qual a relação entre certas estruturas cerebrais e processos psicológicos envolvidos 
em julgamentos e comportamentos morais? 
R: A relação entre certas estruturas cerebrais e os processos psicológicos 
envolvidos em julgamentos e comportamentos morais é estabelecida por estas 
serem elementos universais ancorados no cérebro. Sendo que alguns atos 
envolvidos em julgamentos e comportamentos morais são levados a cabo por 
indivíduos com lesões cerebrais com incapacidade de distinguir uma acção 
intencional de uma acção não intencional, podendo estes demostrar menos 
empatia, compaixão, culpa, vergonha e arrependimento quando tomam decisões. 
 
 
4. Estabeleça a diferença entre os atos impulsivo e compulsivo. Quais os tipos de 
compulsões e atos impulsivos patológicos? 
R: O ato compulsivo ou compulsão difere-se do ato impulsivo por ser reconhecido pelo 
individuo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-
lo. a compulsão é geralmente uma acção motora complexa que pode envolver desde atos 
compulsivos relativamente simples, como (coçar-se, arranhar-se), até rituais compulsivos 
complexos, como (tomar banho de forma repetida e muito ritualizada…). Enquanto que, 
o ato impulsivo frequentemente não é contrário aos valores morais e desejos de quem o 
pratica, é geralmente associado a impulsos patológicos, de natureza inconsciente, ou à 
capacidade de tolerância à frustração e necessária adaptação à realidade. O ato impulsivo 
abole as fases de intenção, deliberação e decisão, em função, tanto da intensidade dos 
desejos ou temores inconscientes como da fragilidade das instâncias psíquicas implicadas 
na reflexão, na análise, na ponderação e na contenção dos impulsos e dos desejos. 
os tipos de compulsões e atos impulsivos patológicos são: 
 Impulsos e compulsões agressivas auto ou heterodestrutivas (Automutilação e 
impulso ou ato suicida); 
 Impulsos ou compulsões relacionadas à ingestão de substâncias ou alimentos 
(Dipsomania, bulimia); 
 Atos e compulsões relacionados ao desejo e comportamento sexual (Fetichismo, 
exibicionismo, voyeurismo, pedofilia, pederastia, gerontofilia, zoofilia, 
necrofilia, coprofilia. Ninfomania, satiríase); compulsão à masturbação; 
compulsão a utilizar roupas íntimas do sexo oposto, compulsão à usar 
clistéres. 
 Outros impulsos e compulsões (Poriomania, cleptomania, Jogo patológico, 
compulsão por compra, compulsão por internet e vídeo games, negativismo, 
automatismo, obediência automática, fenómenos em eco). 
 
 
5. Quando o investigador deve avaliar os impulsos suicidas? 
 R: o investigador deve avaliar os impulsos suicidas sempre que este encontrar um 
paciente deprimido, cronicamente ansioso e hostil, desmoralizado, e sem 
perspectivas. 
 
6. Cite e caracterize brevemente os impulsos e compulsões relacionados a substâncias 
ou alimentos, desejo e comportamento sexual. 
R: Impulsos ou compulsões relacionadas à ingestão de substâncias ou alimentos 
 Dipsomania, ocorre como impulso ou compulsão periódica para ingestão de 
grandes quantidades de álcool, em que o individuo bebe seguidamente até 
ficar inconsciente. 
 Bulimia, é o impulso irresistível de ingerir rapidamente grandes quantidades 
de alimentos, (muitas vezes doces), geralmente o individuo bulímico sente-se 
culpado, com medo de engordar, e induz vômitos ou toma laxativos. 
Atos e compulsões relacionados ao desejo e comportamento sexual 
 Fetichismo, é o impulso e o desejo sexual concentrado em, (ou exclusivamente 
relacionado a) partes da vestimenta ou do corpo da pessoa desejada. 
 Exibicionismo, é o impulso de mostrar os órgãos genitais, geralmente contra a 
vontade da pessoa que observa. 
 Voyeurismo, é o impulso de obter prazer pela observação visual de uma pessoa 
que esta tendo relação sexual, ou simplesmente está nua ou se despindo. 
 Pedofilia, é o desejo sexual por crianças ou púberes do sexo oposto. 
 Pederastia, é o desejo sexual por crianças ou adolescentes do mesmo sexo. 
 Gerontofilia, é o desejo sexual por pessoas consideravelmente mais velhas que o 
individuo. 
 Zoofilia, é o desejo sexual dirigido a animais. 
 Necrofilia, é o desejo sexual por cadáveres. 
 Coprofilia, é a busca do prazer com o uso de excrementos no ato sexual. 
 Ninfomania, é o desejo sexual quantitativamente muito aumentado na mulher. 
 Satiríase, aumento patológico do desejo sexual no homem. 
 Compulsão à masturbação, intensa necessidade de realizar a atividade 
masturbatória repetitivamente, até mesmo com desprazer. 
 Compulsão a utilizar roupas íntimas do sexo oposto, desejo/ vontade de utilizar 
roupas intimas do sexo oposto, geralmente presenciada em homens com tendência 
a usar lingerie, a vestir-se em segredo como mulher, não sendo estes 
necessariamente homossexuais ou transexuais. 
 Compulsão a utilizar clistéres, consiste na introdução repetida de objectos como 
lâmpadas, potes de vidro, garrafas, entre outros objectos no ânus ou na vagina. 
 
7. Cite e caracterize os diferentes tipos de alterações da psicomotricidade. 
R: Os diferentes tipos de alterações da psicomotricidade são: 
 Agitação psicomotora, implica a aceleração e exaltação de toda a 
actividade motora do individuo, em geral secundaria a taquipsiquismo 
acentuado. Comumente se associa à hostilidade e à heteroagressividade. 
 Lentificação psicomotora, reflete a Lentificação de toda a atividade 
psíquica (bradipsiquismo). toda a movimentação voluntaria torna-se lenta, 
difícil, pesada, podendo haver período de latência entre uma solicitação 
ambiental e a resposta motora do individuo. 
 Inibição psicomotora,é um estado acentuado e profundo de Lentificação 
psicomotora, com ausência de respostas motoras adequadas, sem que haja 
paralisias ou défice do motor primário. 
 Estupor, é a perda de toda a atividade espontânea, que atinge o individuo 
globalmente, na vigência de um nível de consciência aparentemente 
preservado de capacidade sensório- motora. 
 Catalepsia, é um exagero do tônus postural, com grande redução da 
mobilidade passiva dos vários segmentos corporais e com hipertonia 
muscular global de tipo plástico. 
 Flexibilidade cerácea, uma parte do corpo do individuo (perna, cabeça, 
braço), é colocado pelo examinador em determinada posição, e assim 
permanece como se fosse um homem de cera moldável por uma outra 
pessoa. 
 Cataplexia, é a perda do tônus muscular, geralmente acompanhada de 
queda ao chão. 
 Estereotipias motoras, são repetições automáticas e uniformes de 
determinado ato motor complexo, indicando geralmente marcante perda 
do controle voluntário sobre a esfera motora. 
 Maneirismo, é caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos, 
geralmente complexos que buscam certo objectivo mesmo que esdrúxulo. 
 Tiques, são atos coordenados, repetitivos que resultam de contrações 
súbitas, breves e intermitentes, envolvendo geralmente um grupo de 
músculos que actuam em suas relações sinérgicas normais. 
 Conversão motora, há o surgimento de sintomas físico como (paralisia, 
contraturas conversivas, ataxias psicogênicas), esta ocorre geralmente em 
situação estressante, de ameaça ou de conflito intrapsíquico ou 
interpessoal significativos para o individuo, a conversão ocorre sobretudo 
na histeria e no transtorno da personalidade histriônica. 
 
8. Quais são as principais alterações motoras associadas ao uso de psicofármacos? 
R: As principais alterações motoras associadas ao uso de psicofármacos são: 
Parkinsonismo medicamentoso, Distonia aguda, Acatisia, Síndrome do coelho, 
Discinesia tardia, Distonia tardia e acatisia tardia, e Tourette tardio. 
Questionario 5 
 Descreva as funções da linguagem. 
R: A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma actividade específica 
especificamente humana e quiçá a mais característica de nossas actividades mentais. Essa 
é o principal instrumento de comunicação dos seres humanos e dentre as várias funções 
que ela desempenha, destacam-se 5 principais a descrever: 
 A função comunicativa, que garante a socialização do indivíduo em diversas 
camadas sociais; 
 A linguagem desempenha a função de suporte do pensamento, particularmente na 
sua forma evoluída como pensamento lógico e abstrato; 
 A linguagem como instrumento de expressão, ajuda-nos a expressar os diversos 
estados emocionais, nossas vivências internas e subjectivas; 
 A linguagem constitui a afirmação do eu, instituindo através dessa as posições ou 
oposições de eu e o mundo, eu e tu, eu e os outros; 
 Outra sua função compreende a dimensão artística e/ou lúdica, que se manifesta 
pela elaboração e expressão do belo, do dramático, do sublime ou do terrível, isto é, 
a linguagem como poesia, como literatura, como representação subjectiva da 
realidade. 
Portanto, a linguagem é uma criação social mais pura de cada um de todos diferentes 
grupos humanos e desempenha um relevantíssimo papel no desempenho das nossas 
actividades mentais e interação com o mundo e os outros. 
 Quais são os principais aspectos da teoria linguística de Noam Chomsky? 
R: Para o linguista norte-americano Noam Chomsky (2005), independentemente da causa 
que incitou o Homem a começar a falar, a criar e a utilizar a linguagem, os principais 
aspectos da teoria linguística que devem ser sublinhados são os seguintes: todos os seres 
humanos, seja qual for a sua raça, cultura ou época de existência, utilizam o mesmo 
aparelho fisiológico para falar, diferenciando dois níveis de estruturas gramaticais (um 
superficial e outro profundo). Para esse linguista o essencial é distinguir entre o 
conhecimento que uma pessoa tem das regras de uma língua (competência) e o uso 
efectivo dessa língua em situações reais (desempenho), pois os falantes usam sua 
competência de forma muito mais rica que as limitações de sua língua específica (seu 
corpus linguístico), isto é, é importante descobrir as realidades mentais subjacentes ao 
modo como as pessoas usam a sua língua. Em sua teoria é admissível que os homens 
sejam geneticamente “programados” para falar, para utilizar a linguagem. De tal sorte 
que acredita na existência de certas unidades fonológicas, sintáticas e semânticas de 
carácter universal e observa-se que na sua teoria, as categorias sintáticas como 
substantivo, verbo, tempo passado e componentes do significado de palavras, tais como 
masculino ou objecto físico, pertencem a conjuntos fixos de elementos segundo os quais 
pode-se descrever a estrutura sintática e semântica em todas as línguas, o que ele chamaria 
de universais substantivos. Para além desses aspectos, Chomsky faz menção a um 
aspecto essencial da linguagem que é a criatividade (em sua termologia designa de 
abertura), sustentando que qualquer teoria linguística deve reflectir a capacidade de quase 
inesgotável que os sujeitos têm de produzir e compreender sentenças novas, que já mais 
ouviram anteriormente. As pessoas produzem, enunciam e entendem frases novas, a partir 
de princípios sistemáticos ou regras gramaticais, as quais, embora determinantes, são 
desconhecidas (inconscientemente) pelos próprios sujeitos. Esse domínio criativo da 
linguagem, apanágio do ser humano, torna o estudo dos distúrbios da linguagem em 
psicopatologia um dos mais complexos, pois, devido à grande flexibilidade da produção 
da linguagem, torna-se muitas vezes difícil discriminar o normal do patológico. 
 O que é afasia? Quais os tipos? Caracterize-os. 
R: Afasia é a perda da linguagem, falada e escrita, por incapacidade de compreender e 
utilizar os símbolos verbais (revisões em Engelhardt; Laks; Rozenthal, 1996 & 
Madalozzo; Tognola, 2006). Afasia é sempre a perda de habilidade linguística que foi 
previamente adquirida no desenvolvimento cognitivo do indivíduo, tal perda se deve, em 
regra, a lesão neuronal do Sistema Nervoso Central (SNC), implicando assim, um 
distúrbio orgânico da linguagem, na ausência de incapacidade motora (do órgão fonador) 
para produzi-la. Para o seu diagnóstico é necessário que haja perda global e grave da 
cognição como um todo. Dos demais tipos de afrasia, os principais são: 
 Afasia de expressão ou de Broca, que se trata de uma afasia não-fluente, na qual o 
indivíduo, apesar do órgão fonador preservado, não consegue falar ou fala com 
dificuldades, de forma monótona, pois os seus pronunciamentos são curtos, com 
latência aumentada nas respostas e se, contorno melódico. O indivíduo tem grande 
dificuldade ou impossibilidade de produzir a linguagem, de expressá-la de modo 
fluente. Todavia, a compreensão da linguagem está relativamente preservada. Na 
afasia de broca ocorrem lesões, na maior parte das vezes vasculares, dos giros 
frontais póstero-inferiores esquerdos (área da broca), acompanhando-se geralmente 
de hemiparesia direita, mais acentuada no braço. Nas formas mais leves, observa-se 
o agramatismo, onde o indivíduo fala sem observar as preposições, os tempos verbais 
e ouros elementos gramaticais e acaba por produzir enunciados como “Eu querer 
isso”; “Gostar água”, entre outros. 
 Afasia de compreensão ou de Wernicke, é uma espécie de afasia fluente, em que o 
indivíduo continua podendo falar, mas a sua fala é extremamente defeituosa, às 
vezes incompreensível. O indivíduo diagnosticado como essa patologia não 
consegue compreender a linguagem (falada e escrita) e tem dificuldades para 
repetição. Ele fala sem hesitação, mas produz muitos erros na escolha de palavras para 
expressar uma ideia. Geralmente não há hemiparesias associadas. Esta ocorre por 
lesões das áreas temporaisesquerdas póstero-superiores (área de Wernicke). 
 Por último a afasia global, que é a mais grave, não-fluente, acompanhada por 
hemiparesia direita, mais acentuada no braço. Deve-se a lesões amplas da região 
perisilviana esquerda. 
De reiterar que os tipos de afasia descritas acima são as principais, uma vez que existem 
outras formas de afasia como de condução, talâmica, transcorticais, anónimas, etc. que 
são derivadas das principais. 
 Defina ecolalia, perseveração e estereotipia verbal. 
R: Dos conceitos acima elencados que estão relacionados com a alteração da linguagem 
associadas a transtornos psiquiátricos primários, vale apresentar as seguintes definições: 
Quanto a ecolalia, refere-se à repetição da última ou das últimas palavras que o 
entrevistador ou alguém no ambiente falou ou dirigiu ao paciente. É um fenómeno quase 
que automático, involuntário, realizado em planejamento ou controle. Por exemplo, 
quando ao indivíduo é colocada a seguinte questão: “Qual é o seu nome?”, ele responde 
“Nome, nome, nome”. A ecolalia é encontrada principalmente na esquizofrenia 
catatónica e nos quadros psico-orgânicos. 
Já no que respeita a Perseveração e estereotipia verbal, nota-se uma repetição 
automática de palavras ou trechos de frases, de modo estereotipado (Que não é original, 
desprovido de autenticidade e se limita a seguir modelos conhecidos), mecânico e sem 
sentido, o que indica uma lesão orgânica, particularmente das áreas cerebrais pré-frontais. 
 Descreva verbigeração e mussitação. 
R: A verbigeração é a repetição, de forma monótona e sem sentido comunicativo 
aparente, de palavras, sílabas ou trechos de frases. Ao passo que mussitação é um 
fenómeno próximo à verbigeração, esta caracteriza-se pela produção repetitiva de uma 
voz muito baixa, murmurada, em tom monocórdio, sem significado comunicativo. Aqui 
o indivíduo fala como se fosse para si, apenas movendo discretamente os lábios, emitindo 
fonemas, palavras ou frases pouco compreensíveis e muito repetitivas. 
Importa salientar que tanto a verbigeração quanto a mussitação, são formas de 
automatismo verbal, mais frequentemente encontradas na esquizpfrenia, em particular 
nos tipos catatónicos e crónicos deficitários. 
 Defina mutismo e descreva seus subtipos. 
R: Relativamente ao mutismo, entende-se que seja a ausência de resposta verbal oral por 
parte do doente. O indivíduo nesse estado fica no leito sem responder verbalmente ao 
entrevistador, embora aparentemente, pudesse fazê-lo. Os factores causais associados ao 
mutismo são muito variáveis, podendo ser de natureza neurobiológica, psicótica ou 
psicogenética. O mutismo é observado nos vários tipos de estupor, em quadros 
esquizofrénicos, principalmente catatónicos e em depressões gravas e nas síndromes 
psiquiátricas é, muitas das vezes, uma forma de negativismo verbal, de tendência 
automática a se opor às solicitações do ambiente no que concerne à reposta e à produção 
verbal. 
 Os subtipos de mutismo mais comuns são: o mutismo electivo ou selectiva, que observa-
se com frequência nas crianças, é uma forma psicogénica de mutismo ocasionada por 
conflitos interpessoais, sobretudo na escola, dificuldades de relacionamento familiar, 
frustrações, medos, ansiedade social, intensa timidez ou hostilidade não-elaborada por 
meio de uma comunicação mais clara; o mutismo acinético ou coma vigil são termos 
utilizados em neurologia para descrever a variedade de estados nos quais há completa 
não-responsividade do indivíduo com manutenção dos olhos abertos. Tais estados 
incluem a coma com movimentos oculares preservados em pacientes com lesões 
mesencefálicas, a bradicinesia psicomotora em indivíduos com destruição dos lobos 
frontais e, de modo geral, as condições nas quais há manutenção de funções diencefálicas 
e do tronco cerebral após lesões cerebrais maciças (estado vegetativo). 
 
 O que é glossolalia? Em que contextos é observada? 
R: Entende-se por glossolalia, a produção de uma fala gutural, pouco compreensível, um 
verdadeiro conglomerado ininteligível de sons ou de letras. Os sons, apesar de não terem 
sentido linguístico, imitam a fala normal nos seus aspectos prosódicos (a música da fala), 
mantendo as distinções de “palavras”, “sentenças” e até de “parágrafos”. 
A glossolalia é, geralmente, observada nos cultos pentecostais, nos quais o crente ao 
receber a graça do espírito santo, fala línguas estrangeiras sem nunca as ter estudado ou 
aprendido. A sua fala gutural e pouco inteligível é interpretada nesse contexto com uma 
graça, um dom celestial. Igualmente é frequente a glossolalia em estados de êxtase 
associados a outras religiões que não o pentecostalismo, no sonambulismo. Por outro 
lado, ela é menos frequente na esquizofrenia. 
 Caracterize a linguagem na esquizofrenia. 
R: A linguagem na esquizofrenia é, grandemente, caracterizada por alterações muito 
peculiares, alterações essas que são indicativos de como o processo de pensar, a formação 
e a utilização de conceitos, juízos e raciocínios estão profundamente afectados pela 
desestruturação esquizofrénica. É caracterizada ainda por neologismos patológicos, que 
são palavras inteiramente novas criadas pelo paciente ou vocábulos já existentes que 
recebam acepção totalmente nova. São encontrados também estilizações, rebuscamentos 
e maneirismos, que indicam a transformação do pensamento e do comportamento geral 
do indivíduo no sentido de adoptar posturas e funcionamentos rígidos e estereotipados, 
perdendo a adequação e a flexibilidade do comportamento verbal em relação ao contexto 
socioculturalem quetão. Já nos estados avançados de desorganização esquizofrénica, 
podem-se observar jargonofasia ou esquizofania, também denominada sala de 
palavras, que é relativo a produção de palavras e frases sem sentido, com fluxo verbal 
desorganizado e caótico. 
A linguagem esquizofrénica desenvolvida pelo indivíduo é completamente 
incompreensível, é uma linguagem privada dele que ninguém entende e por isso 
denominada criptolalia (no caso da linguagem falada) e criptografia (no caso de 
linguagem escrita). 
 
 Caracterize a linguagem nos quadros de demência. 
R: A linguagem nos quadros da demência caracteriza-se por no início apresentar 
alterações da linguagem como as parafasias (deformações de palavras existentes como, 
por exemplo, “caneira”, em vez de “cadeira”) e, posteriormente, por dificuldades em 
encontrar as palavras que segundo Bleuler (1985), há nesta fase, uma dificuldade em 
utilizar nas conversas, palavras menos familiares ou de som estranho, assim como os 
nomes próprios. O indivíduo tende a usar termos vagos e inespecificados como “o 
hospital” em vez de “o médico”. 
Posto essa fase, as alterações progridem no sentido da afasia nominal (défice em nomear 
objectos e figuras que lhe são apresentadas), de afasias mais globais até a perda completa 
da capacidade de produzir e utilizar qualquer linguagem verbal. E quando a demência se 
caracteriza pelo marcante predomínio de dificuldades linguísticas, sobretudo da 
nomeação e fluência verbal, alguns autores caracterizam-na como demência semântica. 
 Quais são os tipos de dificuldades relacionados ao desenvolvimento adequado 
da linguagem em crianças? 
R: Na psicopatologia da criança, os tipos de dificuldades relacionados ao 
desenvolvimento adequado da linguagem em criança destacam-se os problemas 
linguísticos relacionados a gagueira; atraso da linguagem expressiva; dificuldades 
com o uso da linguagem em determinados contextos sociais (pragmática) falhas na 
fluência verbal; mutismos electivos; dificuldades fonético-articulatórias ou 
qualidade incomum (no sentido de inadequada) da voz; dificuldades específicas de 
leitura e de escrita (transtorno da leitura, transtorno da expressão escrita, transtornos 
esses que ocorrem com maior visibilidade nos meninos).

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