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APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO (1)

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL – LEI PENAL NO TEMPO 
 
O processo de elaboração das leis penais se dá em absoluto respeito aos procedimentos 
formais estabelecidos na CF. 
Desde o momento em que um projeto de lei é encaminhado ao congresso nacional, 
passa por varias fases para que se transforme em norma vigente. Concluídas as etapas do 
processo legislativo, com a aprovação do texto e a sanção presidencial, seguem-se a 
promulgação, a publicação e a entrada em vigor. Cumpridas estas exigências, terá surgido, no 
ordenamento jurídico, a lei penal. 
O direito de punir em abstrato do estado nasce com o advento da lei penal. A partir do 
momento em que uma lei penal entra em vigor, o estado passa a ter o direito de exigir de todas 
as pessoas que se abstenham de praticar o comportamento definido como criminoso. 
Por isso, é importante saber o exato momento em que uma lei penal começa a vigorar 
pois é o mesmo instante em que nasce o direito de punir em abstrato. 
Uma lei só entra em vigor quando se esvai seu período de vacância, ou seja, o intervalo 
de tempo que separa a publicação da entrada em vigor. 
Em alguns casos, a lei entra em vigor na data de sua publicação (desde que haja menção 
expressa no texto da lei). Na lei penal isso não é bom q aconteça, pois devem ser bem 
assimiladas. 
Não é possível que uma lei seja aplicada antes de sua vacância. Durante a vacância 
(vacatio) não há lei nova, apenas expectativa de lei. Isto porque uma lei pode ser revogada antes 
mesmo de entrar em vigor. 
CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO: o conflito acontece quando duas ou mais leis 
penais, que tratam do mesmo assunto de modo diferente, sucedem-se. Isto acarreta diversas 
questões intertemporais. Assim, é importante estabelecer qual lei deverá reger o caso concreto, 
se a lei vigente ao tempo de sua pratica, ou se a outra, já revogada ou que lhe é posterior. 
O fenômeno pelo qual uma lei se aplica a fatos ocorridos durante a sua vigência chama-
se atividade. Quando uma lei for aplicada fora do seu período de vigência, chama-se 
extratividade. 
A extratividade divide-se em: retroatividade: aplicação da lei a fatos ocorridos antes 
de sua entrada em vigor. Ultra-atividade: aplicação de uma lei depois de sua 
revogação. 
De regra, a lei penal só se aplica a fatos ocorridos durante a sua vigência; enqto que a 
extratividade se aplica a situações excepecionais. Segundo a CF, a extratividade ocorrerá apenas 
se for benéfica ao réu. Assim, uma lei penal benéfica (reduz a pena do crime, por ex.)aplicar-se-
á a fatos anteriores à sua entrada em vigor. Ex.: art 28 da Lei 11343/06, foi aplicada aos 
comportamentos anteriores à sua entrada em vigor. 
Novatio legis in mellius e abolitio criminis: a lei penal benéfica se divide nestas 2 
especies. Ambas retroagirão. 
Novatio legis in mellius é a lei penal nova que, apesar de manter a incriminação, dá 
tratamento mais brando. Ex.: redução da pena, diminuição da quantidade da pena para 
progressão, autorização de benefícios. Ex.: a lei 9268/96 proibiu a conversão da pena de multa 
em prisão. 
Abolitio criminis consiste na descriminalização de condutas, ou seja, deixa de considerar 
crime determinado fato. (É causa extintiva da punibilidade. Isto é, o estado perde o direito de 
punir. Quando acontece antes do transito em julgado, ficam impedidos todos os efeitos da 
condenação. Quando acontece depois do transito em julgado da sentença penal, extinguirão os 
efeitos penais, mas não os extrapenais). 
Novatio legis in pejus e novatio legis incriminadora: a lei penal gravosa se divide em: 
novatio legis in pejus e novatio legis incriminadora. 
A novatio legis in pejus é a lei nova que, mantendo a incriminação, dá ao fato tratamento 
mais rigoroso. Ex.: aumento da pena; proibição de benefícios legais. Ex.: a lei 10763/03 passou 
a exigir a reparação do dano para progressão da pena aos condenados por crimes contra a 
administração publica. 
A novatio legis incriminadora é a que passa a definir o fato como ilícito. Ou seja, uma 
conduta penalmente atípica passa a ser crime ou contravenção. Ex.: a lei 10224/01 que 
criminalizou o assedio sexual – art. 216-A. 
Sucessão de leis: quando o mesmo fato é regido por diversas leis penais, se sucedem no 
tempo, regulando-o de forma distinta. 
Aplicação da lei penal benéfica: desde a entrada em vigor da novatio legis in mellius e 
abolitio criminis, elas devem ser imediatamente aplicadas. Em caso de novatio legis in mellius, 
o juiz competente aplicara a lei no que for cabive. Em caso de abolitio criminis, se remete os 
autos ao juízo competente para, depois de ouvido o MP, declare a extinção da punibilidade. 
Se o crime está na fese das execuções criminais, o juiz das execuções criminais a aplicará 
– sum. 611, STF. 
Crime permanente e continuado: crimes permanentes são os que o momento 
consumativo se prolongam no tempo, como o sequestro. Crime continuado - art. 71. 
Se durante a permanência ou a continuidade delitiva entrar lei nova em vigor, ainda que 
mais gravosa, ela se aplica a todo o evento – sum 711 STF. 
LEI EXCEPCIONAL E TEMPORARIA – art. 3º 
Lei excepecional e a elaborada para incidir sobre fatos havidos somente durante 
determinadas circunstancias excepcionais, como crise social, econômica, guerra, calamidades, 
etc. Temporárias são as elaboradas para incidir sobre fatos ocorridos apenas durante certo 
período de tempo. 
Estas leis são chamadas de ultrativas pela doutrina, ou seja, produzem efeitos mesmo 
após o termino de sua vigência. Na verdade, não se deve falar em ultra-atividade, pois com o 
passar da situação excepcional ou do tempo estipulado pela lei, ela continua em vigor, embora 
inepta a reger novas situações. 
 
Retroatividade da lei penal e lei penal em branco: a lei penal em branco é a que possui 
preceito primário incompleto, de modo que necessita de outra norma jurídica para se definir o 
seu alcance. Ex. : o art. 33 da lei de drogas não define o que são drogas, isto está no ato 
administrativo elaborado pela Anvisa. 
O complemento da norma penal em branco pode sestar em norma hierárquica diferente 
ou na mesma hierarquia. 
TEMPO DO CRIME 
A aplicação da lei penal no tempo é determinada pelo momento do crime. Segundo o 
art. 4º, o momento do crime é aquele em que o sujeito pratica a ação ou omissão, mesmo que 
seja outro o resultado. Esta é a teoria da atividade. 
LEI PENAL NO ESPAÇO 
Territorialidade: de acordo com o art. 5º, o brasil acolhei o pr. Da territorialidade da lei 
penal, isto é, a lei penal brasileira aplica-se a todos os fatos ocorridos dentro do nosso território. 
Há exceções, por isso o principio é o da territorialidade relativa. 
Por território nacional entende-se o mar territorial (12 milhas contadas da faixa 
litorânea media), o espaço aéreo, as embarcações e aeronaves: a) brasileiras privadas: dentro 
do território nacional; b) brasileira publicas: em todos os lugares, c) estrangeiras privadas: no 
mar territorial brasileiro. 
Lugar do crime: art. 6º. O CP adotou a teoria da ubiquidade ou mista, onde se considera 
praticado tanto no lugar da conduta quanto onde se produziu o resultado. 
Foro competente: é o território competente. o foro competente dependerá do local da 
infração, se não se souber qual é, será o foro do domicilio do reu. Vale o local do resultado. 
Extraterritorialidade: é o fenômeno pelo qual se aplica a lei brasileira a fatos ocorridos 
fora do território nacional. 
Há duas espécies de extraterritorialidade: 
- incondicionada: art. 7, I e p.1º 
- condicionada: art. 7, II e p. 2º e 3º. 
Existem princípios que inspiraram o legislador a eleger os casos em que a lei de um pais 
deve ser aplicada a fatos que se deram no estrangeiro: 
a) Principio da universalidade: se refere à gravidade do delito ou a importância do bem 
jurídico violado, independentemente do local em que foi praticado e da nacionalidade 
do agente. Ex.: cr de genocídio. Art. 7º, I, d e II, a. 
b) Principioreal ou da proteção ou da defesa: justifica a aplicação da lei penal brsileira 
sempre que no exterior se der a ofensa a um bem jurídico nacional de ordem publica. 
Art. 7º, I, a, b e c. 
c) Principio da personalidade ou nacionalidade: cada pais tem interesse em punir seus 
nacionais, a lei pátria se aplica aos brasileiros, em qq lugar em que o crime tenha sido 
praticado. O brasil acolheu tanto o pr da nacionalidade ativa (delitos praticados por 
brasileiros no exterior) qto a nacionalidade passiva (delitos praticados por estrangeiros 
contra brasileiros, fora do Brasil). Art. 7º, p. 3º. 
d) Principio da bandeira: leva-se em conta, para aplicação da lei brasileira, a bandeira da 
embarcação ou aeronave. 
Extradição: é a entrega de uma pessoa que cometeu o crime pelo Estado onde ela se encontra 
a outro Estado que a solicita. Na extradição o estrangeiro comete o crime fora do Estado que 
está sendo solicitado para entrega-lo. 
 OBS: extradição é diferente de expulsão. A expulsão: ocorre qdo o estrangeiro ingressa no 
território brasileiro irregularmente ou pratica atos atentatórios à ordem publica, à segurança 
nacional, ordem politica ou nocividade aos interesses nacionais. 
Imunidades diplomatica: A convenção internacional de Havana e a Convenção Internacional de 
Viena regulam o assunto. Assim, os agentes diplomáticos, tem imunidade absoluta, ou seja, não 
se aplica a lei penal e processual penal brasileira aos fatos por ele cometidos em território 
brasileiro. À eles aplica-se a lei penal do Estado que representam. 
 
Bitencourt, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral – 16 ed – São Paulo: Saraiva, 
2011. Capaz, Fernando. Curso de Direito Penal, volume 1, parte geral – 21 ed – São Paulo: 
Saraiva, 2017. Estefam, Andre. Direito Penal Esquematizado: parte geral – 6 ed – São Paulo: 
Saraiva, 2017. 
 
 
Bitencourt, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral – 16 ed – São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
Capaz, Fernando. Curso de Direito Penal, volume 1, parte geral – 21 ed – São Paulo: 
Saraiva, 2017. 
Estefam, Andre. Direito Penal Esquematizado: parte geral – 6 ed – São Paulo: Saraiva, 
2017.

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