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Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Neoplasia Neoplasia: “novo crescimento” É uma massa anormal de tecido, cujo crescimento excede aquele dos tecidos normais e não está coordenado com ele, persistindo após o término do estímulo indutor. → Resultam em alterações genéticas que são passadas para células tumorais »Condições pré-cancerosas: Hiperplasia, metaplasia, displasia, carcinoma in situ. Alterações do crescimento e diferenciação celular: DISPLASIA: formação imperfeita; é um crescimento desordenado – perda da uniformidade das células e da orientação arquitetônica. Quando há proliferação celular acompanhada de redução ou perda de diferenciação celular e atipia celular Normal cervical squamous epithelium at the left, but dysplastic squamous epithelium at the right. Condição adquirida caracterizada por alterações no crescimento e da diferenciação celular acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das células afetadas. Displasias mais importantes: de mucosas como a do colo uterino, a dos brônquios e a gástrica NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL NIC I: Displasia leve: terço inferior NIC II: Displasia moderada: 2/3 NIC III: Displasia grave / carcinoma in situ: comprometimento de quase todo epitélio / em todo epitélio Epitélio displásico: atipia celular (células arredondadas, alongadas – perda de formação). Muitas mitoses. OMS- é a lesão na qual parte da espessura do epitélio é substituída por células com vários graus de atipia. Fundamentalmente, representa uma reação do epitélio a uma injúria, fazendo com que um epitélio normal sob estímulo sofra algumas alterações morfológicas, apresentando atipias celulares. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Alguns cânceres parecem evoluir a partir de um estágio pré-invasivo – carcinoma in situ. → Tem todas as características de malignidade sem invasão da membrana basal. A partir do momento que invade a membrana basal: carcinoma invasivo. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Algumas displasias podem estacionar; outras podem progredir e gerar o câncer. Displasias graves e o carcinoma in situ são mais propensos a persistir ou a progredir para o câncer, enquanto as displasias leves tendem a regredir espontaneamente. Classificação dos tumores: comportamento (benigno ou maligno). Origem (epitelial, mesenquimal ou embrionária). Aspecto microscópico (histomorfológico) Tumor benigno: crescem lentamente. Quando suas características micro e macroscópicas são consideradas relativamente inocentes, indicando que permanecerá localizado, e é tratável com a remoção cirúrgica; geralmente o paciente sobrevive. Note-se, porém, que os tumores benignos podem produzir mais do que massas localizadas e, algumas vezes, são responsáveis por doença grave. Invasão local: » massa isolada em expansão; » não infiltra tecidos vizinhos; » possuem cápsula fibrosa (tecido conjuntivo) que consegue conter a expansão. Tumor maligno: crescem rapidamente. Câncer; aplica-se a uma neoplasia indicando que a lesão pode invadir e destruir estruturas adjacentes e disseminar-se para locais distantes (metástases) para causar morte. Nem todos os cânceres prosseguem em um curso tão mortal. Os mais agressivos também são alguns dos mais curáveis. Os tumores têm dois componentes básicos: o parênquima, constituído por células neoplásicas ou transformadas, e o estroma, constituído por tecido conectivo, vasos sanguíneos e células inflamatórias. Invasão local: »infiltração progressiva; Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação »caráter invasivo; »destruição de tecidos circunjacentes. Fibroadenoma mamário: tumor benigno, com cápsula fibrosa circunjacente. . Adenocarcinoma de mama: tumor maligno, não circundada por tecido fibroso, irregular Benigno x maligno: Critérios de malignidade: Diferenciação e anaplasia: Direferenciação: refere-se ao grau de semelhança entre as células neoplásicas e células normais. Tumores diferenciados → células assemelham-se às normais. Anaplasia (ana= negativo plasia=desenvolvimento): falta de diferenciação, célula diferente da célula de origem. Tumores indiferenciados → células não espcializadas; aspecto primitivo. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Tumores benignos: bem diferenciados Tumores malignos: bem, moderadamente, pouco diferencidaos ou indiferenciados. Figura 1:leiomioma uterino: tumor benigno, células semelhantes. Perda da orientação, porém bem diferenciado. Figura 2: útero normal Figura 3: leiomiosarcoma: perde aspecto de musculatura lisa; células pouco difrenciadas. Figura 4: carcinoma de células escamosas da pele. Derme infiltrada pela neoplasia maligna. Verificar a grande produção de queratina (pérolas córneas) pelos maciços de células neoplásicas. Bem diferenciada. Tumor maligno. Figura 5: seta: pérolas córneas. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Carcinomas invasivos de mama: Figura 6 A: bem diferenciado. Formação tubular, núcleos pequenos e arredondados. B: moderadamente diferenciado. Cels infiltrantes – pleomorfismo nuclear e figuras mitóticas. C. pouco diferenciado. Nichos desorganizados, necrose, mitoses. Anaplasia: alterações morfológicas: Neoplasias malignas compostas por células indiferenciadas são anaplásicas. A falta de diferenciação, ou anaplasia, é considerada uma característica de malignidade. O termo anaplasia significa literalmente “formação retrógrada” — sugerindo desdiferenciação ou perda de diferenciação estrutural e funcional das células normais. Pleomorfismo: variação: tamanho e forma – sem uniformidade; Morfologia nuclear anormal: núcleo hipercromático, núcleos e nucléolos grandes; Grande número de mitoses: figuras mitóticas bizarras e atípicas; Perda da polaridade: orientação é alterada: desorganizada; Células gigantes tumorais; Figura 7: Detalhe do tecido neoplásico maligno. Verificar as células neoplásicas malígnas, com núcleos pleomórficos, hipercromáticos e apresentando aumento da relação núcleo/citoplasma. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação A taxa de crescimento dos tumores malignos correlaciona-se inversamente com o seu nível de diferenciação. → tumores mal diferenciados tendem a crescer mais rapidamente do que os tumores bem diferenciados. Figura 8: Células gigantes. Figura 9: Mitoses bizarras. Nomenclatura: Tecido benignos Células de origem + sufixo OMA. →Fibroma (células fibroblásticas) →Condroma (cartilaginosa) →Osteoma (osteoblastos) →Adenoma (glandular) →Papiloma (projeções digitiformes ou verrucosas na superfície epitelial) →Pólipo (projeção na superfície mucosa) Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Lipoma na superfície serosa do intestino. Nevo: tumor benigno da pele. Adenoma da mama. Adenoma hepático. Pólipo colônico. Tumores malignos Tecido mesenquimatoso → sarcoma. Tecido epitelial → carcinoma. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação • Tecidos mesenquimais: Origem + sarcoma. • Fibrosarcoma (células fibroblásticas). • Liposarcoma (adipócitos). • Leiomiosarcoma (músculo liso). • Rabdomiosarcoma (músculo estriado). Osteosarcoma. Leiomiosarcoma do útero. Tecidos epiteliais: Origem + carcinoma CÉLULAS ESCAMOSAS (epitelial) Ex: Carcinoma de células escamosas ADENOCARCINOMA (glandular) Ex: Adenocarcinoma de células renais Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Carcinoma do cérvix. Carcinoma hepatocelular. Carcinoma renal. Adenocarcinoma de cólon. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Teratoma: tipo especial de tumor misto que contém células maduras ou imaturas reconhecíveisou tecidos representativos de mais de uma camada de células germinativas e, algumas vezes, de três. Os teratomas originam-se de células germinativas totipotentes, como aquelas anormalmente presentes em restos embrionários sequestrados da linha média. As células germinativas têm capacidade de se diferenciar em quaisquer tipos celulares no corpo adulto; portanto, podem dar origem a neoplasias que simulam, de maneira confusa, porções de osso, epitélio, músculo, gordura, nervo e outros tecidos. Teratoma cístico do ovário. Obs: algumas neoplasias que acabam em “oma” podem ser malignas. Ex: melanoma, linfoma Melanoma. Alguns tumores possuem nomenclatura com o nome do autor que as estudaram pela primeira vez: Exemplos: – "Tumor de Brenner" (ovário / benigno); – "Linfoma de Burkitt" (linfócitos / maligno); – "Doença de Hodgkin" (linfócitos / maligno); Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Cancers are capable of spreading throughout the body by two mechanisms: invasion and metastasis. Invasion refers to the direct migration and penetration by cancer cells into neighboring tissues. Metastasis refers to the ability of cancer cells to penetrate into lymphatic and blood vessels, circulate through the bloodstream, and then invade normal tissues elsewhere in the body. Metástase: neoplasia maligna. As metástases são implantes secundários de um tumor, as quais são descontínuas com o tumor primário e localizadas em tecidos remotos. → quanto mais anaplásica e maior a neoplasia primária, mais provável será a disseminação metastática. Vias: (1) semeadura nas cavidades corporais, (2) disseminação linfática ou (3) disseminação hematogênica.. Disseminação por semeadura: ocorre quando as neoplasias invadem uma cavidade corporal natural. Pode ocorrer toda vez que uma neoplasia penetrar em um “campo aberto” . → Cavidade peritoneal, pleural, pericárdica, subaracnoide. Carcinoma de colon com metastases invade tecido adiposo intestinal Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Disseminação linfática: disseminação linfática é mais típica dos carcinomas. O padrão de envolvimento do linfonodo depende principalmente do local da neoplasia primária e das vias naturais de drenagem linfática local. Carcinoma de mama: linfonodos: Disseminação hematogênica: é a via favorecida para os sarcomas. Ocorre maior invasão venosa.. Formam êmbolos que se disseminam para o organismo. Como a drenagem de toda a área portal flui para o fígado e todos os fluxos sanguíneos cavais fluem para os pulmões, o fígado e os pulmões são os locais secundários envolvidos com mais frequência na disseminação hematogênica. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Graduação e Estadiamento de uma neoplasia: - A graduação da malignidade pode ser feita microscopicamente considerando o grau de diferenciação e o pleomorfismo dos oncócitos, a invasividade, o infiltrado inflamatório na proximidade e o índice mitótico e apoptótico da neoplasia. - O estadiamento (ou estagiamento) – visa estabelecer o grau de desenvolvimento e disseminação de um câncer no doente para orientar as medidas terapêuticas e estabelecer seu prognóstico.é mais uma forma de avaliação clínica que anatomopatológica da evolução dos tumores. (Possui maior valor clínico do que a graduação). O método mais utilizado em medicina para as neoplasias em geral é o "TNM" da União Internacional Contra o Câncer. "T" significa as qualidades do Tumor primário (diâmetro da massa, invasão e infiltração nos tecidos vizinhos). "N" significa linfoNodos e indica o comprometimento ou não dos linfonodos regionais. "M" significa Metástases em outros órgãos. A avaliação desses parâmetros baseia-se em dados clínicos, achados de exames por imagem (Raio X, tomografia, etc) e em exploração cirúrgica. • Tamanho da lesão primária (T1-T4) • Extensão de disseminação para linfonodos regionais (N1-N3). • Presença ou ausência de metástases (M0-M1) Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Graduação: Baseia-se na aparência microscópica de uma neoplasia maligna com coloração HE. As neoplasias benignas são, por definição, sempre bem diferenciadas. Em geral, um grau superior significa que há um menor grau de diferenciação e pior será o comportamento biológico de uma neoplasia maligna. Analisa-se diferenciação, pleiomorfismo, mitoses. Classificado em graus de I a IV. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação É importante a graduação e o estadiamento do câncer de próstata Existem várias propostas de graduação, mas a mais difundida é a de Gleason Segundo esse sistema os ca prostáticos são estratificados em 5 graus com base nos padrões glandulares e grau de diferenciação identificado em pequeno aumento. Observem que existe um padrão crescente de indiferenciação 1. Glândulas são uniformes mas densamente agrupadas 2. As glândulas são mais dispersas mas são irregulares 3. Glândulas de tamanho e formas variadas, podendo ter aspecto cribriforme ou papilar 4. Fusão de glândulas 5. Aspecto anaplásico, podendo ter necrose Diagnóstico laboratorial do câncer: Métodos histológicos e citológicos →Biópsia: . Algumas vezes, é desejável solicitar o diagnóstico de secção congelada, como por exemplo na determinação da natureza de uma lesão de massa ou na avaliação dos linfonodos regionais em um paciente com câncer para detecção de metástases. Esse método, no qual uma amostra é rapidamente congelada e seccionada, permite a avaliação histológica em minutos →Aspiração de agulha fina: envolve a aspiração das células de uma massa, seguida pelo exame citológico do esfregaço. Esse procedimento é usado com mais frequência no caso de lesões prontamente palpáveis que afetam mama, tireoide, linfonodos e glândulas salivares. As modernas técnicas de imagens permitem a extensão do método para estruturas mais profundas, como fígado, pâncreas e linfonodos pélvicos. O uso dessa modalidade diagnóstica previne a cirurgia e seus riscos associados. Embora acarrete algumas dificuldades, como o pequeno tamanho da amostra e erros de amostragem, em mãos experientes ela pode ser confiável, rápida e útil. →Esfregaços citológicos: (Papanicolau) usada para investigar muitas outras formas de malignidade suspeita, como carcinoma endometrial, carcinoma broncogênico, tumores de bexiga e próstata, bem como carcinomas gástricos; para a identificação das células tumorais em fluidos abdominais, pleurais, articulares e cerebroespinais; e, com menos frequência, para avaliação de outras formas de neoplasia. As células neoplásicas são menos coesas que outras e, portanto, são descartadas em fluidos ou secreções. http://127.0.0.1:8080/data/assets/images/view/b01820f.htm Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação →Imunoistoquímica: A detecção de citoqueratina por anticorpos monoclonais marcados com peroxidase aponta para um diagnóstico de carcinoma indiferenciado, em vez de um grande linfoma celular. Da mesma forma, a detecção de antígeno específico da próstata (PSA) em depósitos metastáticos por coloração imuno-histoquímica permite o diagnóstico definitivo de um tumor primário na próstata. A detecção imunocitoquímica de receptores estrogênicos permite prognosticar e direcionar a intervenção terapêutica nos cânceres de mama. Marcadores para determinados cânceres: Ensaios bioquímicos para enzimas associados a tumor, hormônios e outros marcadores tumorais no sangue não podem ser utilizados para o diagnóstico definitivo do câncer; mas podem ser testes de triagem úteis e, em alguns casos, têm utilidade na quantificação da resposta à terapia ou na detecção da recorrência dadoença.. Citometria de fluxo: é usada rotineiramente na classificação de leucemias e linfomas. Nesse método, os anticorpos fluorescentes contra moléculas de superfície celular e antígenos de diferenciação são usados para obter o fenótipo de células malignas. → mensurar diversas características individuais das células; antígenos de membrana e o conteúdo de DNA. Identificação e classificação dos tumores com origem em linfócitos T e B, e células do sistema mononuclear fagocítico. Citômetro de fluxo: principio está na incidência de uma fonte de luz lases que intercepta cada particula. A dispersão da luz fornece dados relativos a tamanho de granulaludade da partícula. Pode ser estudado moléculas e outras estruturas de interesse que podem ser marcadas com fluorócromos ou anticorpos acoplados a esses fluorócromos. Análises multi-paramétricas. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação Exemplo da análise dos dados da fluxocitometria. Classificação real/who (98): (Leucemia / Linfomas) Aspectos morfológicos, imunológicos. Imunofenotipagem por citometria de fluxo; Imunohistoquímica Aspectos moleculares. Anormalidades genéticas com valor prognóstico. →Técnicas moleculares: se faz quando há diagnóstico duvidoso. Não são a modalidade primária para o diagnóstico do câncer. • Utilizado para diferenciar proliferações benignas (policlonais) de células T ou B e proliferações malignas (monoclonais). • Detecção dos receptores de célula T • Genes de imunoglobulina • Distinção entre as proliferações monoclonais (neoplásicas) ou monoclonais (reativas). PCR: Polymerase Chain Reaction (reação em cadeia da polimerase) É uma reação cíclica na qual os produtos de um ciclo são substratos para o ciclo seguinte Amplificação de sequências específicas de DNA, permitindo sua visualização e/ou análise posterior 1) desnaturação (separação das fitas), 2) anelamento, 3) extensão. Adiciona nucletídeos; é um processo de amplificação. Análise dos dados: material é colocado no tubo, é adiconado primers, polimerase e através do termoceifador, ocorre a amplificação. Pamela Barbieri – T23 - FMBM Agressão e Reparação FISH: Hibridização fluorescente in situ: FISH É uma técnica de citogenética molecular Utiliza sondas de DNA marcadas com fluorescência para detectar anomalias cromossômicas: deleções e rearranjos Detecção de sequencias específicas de ácidos nucleicos; Formação de um duplex de fragmento de acido nucleico de fita simples modificado (sonda) e sua sequencia complementar (alvo) Leucemia Mieloide Crônica (LMC): Presença de um gene BCR-ABL → direciona a síntese de tirosina-cinase BCR (cromossomo 22)-ABL (cromossomo 9) → translocação dos genes e fusão formada por rearranjos.
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