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CIRURGIA GERAL AULA 3

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27/09/2013 
1 
Dr. José Américo Bacchi Hora 
Graduado  em  medicina  pela  Faculdade  de 
Medicina  da  UFPE,  fez  residência  em  cirurgia 
geral e em cirurgia do aparelho digestivo no  HC­ 
FMUSP,  tendo  sido  médico  preceptor  das 
disciplinas de cirurgia do aparelho digestivo e de 
coloproctologia  desta  mesma  instituição. 
Especialista  pelo  Colégio  Brasileiro  de  Cirurgia 
Digestiva,  atualmente  exerce  sua  profissão  na 
cidade de São Paulo. 
APENDICITE 
CIRURGIA GERAL 
ABDOME AGUDO 
Abdômen Agudo Obstrutivo 
Abdômen Agudo Perfurativo 
Abdômen Agudo Hemorrágico 
Abdômen Agudo Vascular 
Abdômen Agudo Inflamatório 
ABDÔME AGUDO INFLAMATÓRIO 
Apendicite Aguda 
ColecistiteAguda 
Colangite Aguda 
Pancreati te Aguda 
Diverticul iteAguda 
Apendicite 
Base do ceco, confluência das tênias 
Vascularizado pela artéria apendicular  (ileocecocólica) 
Sua ponta tem posições variáveis → diferença clínica 
APENDICITE AGUDA 
EPIDEMIOLOGIA 
­ Pico na 2 o e 3 o década 
­ Pode estar paracólico, pélvico, retrocecal,  retroileal
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Apendicite 
Causa mais comum de abdome agudo 
7% dos indivíduos ocidentais durante a vida 
Mais frequente no sexo masculino 
Mortalidade: 0 a 1,2%  Morbidade: até 20% 
Apendicectomia  é  a  cirurgia  de  emergência  mais 
realizada 
Obstrução da luz apendicular 
Fecal i to, hiperplasia l infoide, corpo estranho, tumores, 
parasitas, bário 
Fisiopatologia 
10 aos 20 anos  200 folículos linfoides 
Após os 30 anos  Poucos 
Obstrução da luz apendicular 
Super­crescimento bacteriano e secreção contínua de muco 
Aumento da pressão intra­luminar 
Obstrução venosa e linfática 
(Apendicite aguda catarral) 
Fisiopatologia 
Apêndice edematoso e isquêmico 
Úlceras de mucosa 
Processo inflamatório até a serosa 
(Apendicite aguda supurativa) 
Fisiopatologia 
Aumento da pressão intra­luminar 
Trombose venosa 
Pressão intra­luminar ultrapassa a arteriolar 
Isquemia e Infarto do apêndice 
(Apendicite Aguda Gangrenosa) 
Fisiopatologia 
Necrose Tecidual + 
Aumento da pressão intra­luminar 
Perfuração (borda anti­mesentérica) 
Bloqueio 95% (Abscesso periapendicular) 
Peritônio livre 5% (crianças e idosos) 
(Apendicite Aguda Perfurativa) 
Fisiopatologia
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Quadro Clínico 
Anorexia 
Dor  epigástrica,  mal  definida,  que  localiza­se 
posteriormente em FID 
Náuseas 
Vômitos (após o início da dor) 
Febre baixa 
História Clínica 
Epigástrica  70% 
Migrando FID  50% 
Anorexia  90% 
Náusea  80% 
Vômitos  60% 
Febre  20% 
Diarréia  15% 
Apendicite Aguda 
Ponto de McBurney 
Quadro Clínico 
Exame Físico 
Palpação dolorosa em FID 
Hiperestesia cutânea 
RHA ↓ 
1.  Sinal  de  Blumberg:  Dor  à  descompressão  brusca  no 
ponto de McBurney 
2.  Sinal  de  Rovsing:  Palpação  do  quadrante  inferior 
esquerdo  do  abdome  causa  dor  no  quadrante  inferior 
direi to 
3.  Sinal  do Psoas:  dor  à  extensão da  coxa  direita  sobre  o 
quadri l contra a resistência, em DLE 
4.  Sinal  do  Obturador:  dor  à  rotação  interna  do  quadril 
direi to flexionado em DDH 
5. Sinal de Dumphy: dor à percussão do ponto de McBurney 
6.  Sinal  de  Lapinsky: Dor  à  compressão do ceco contra  a 
parede posterior do abdome, enquanto o doente eleva o 
membro inferior direi to estendido 
7.  Sinal  de  Aaron:  Dor  referida  em  epigástrio  durante 
compressão mantida no ponto de McBurney. 
Exames Laboratoriais 
Leucocitose moderada com neutrofilia 
Leucograma normal, mas com desvio a esquerda 
Urina I normal (leucocitúria?)
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Dados indiretos (diagnóstico diferencial) 
­ Nível hidro­aéreo em FID 
­ Apagamento do psoas e gordura pré­peritoneal 
­ Imagem de fecalito 
­ Escoliose antálgica 
­ Pneumoperitônio  raro em apêndice perfurado (1 a 
2%) 
Raio X simples do abdômen: 
Excelente meio de diagnóstico 
Diferencial com doenças ginecológicas 
­ Apêndice não compressivo (>6mm diâmetro) 
­ Presença de apendicolito 
­ Interrupção da continuidade ecogênica da submucosa 
­ Líquido ou massa peri­apendicular 
­ Dor à compressão do transdutor 
USG do abdome 
Sensibilidade 95% 
Quadros duvidosos, atípicos 
Contraste VO e EV 
Cortes de 5mm 
Normal: 
­Estrutura tubular em QID 
­Pode ou não opacificar 
Tomografia
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Critérios Tomográficos: 
­ apêndice distendido e espessado (>6mm 
diâmetro) 
­ aparência em halo ou alvo 
­ abscesso periapendicular  / coleções líquidas 
­ borramento da gordura mesentérica 
­ presença de fecalito 
Tomografia 
Diagnóstico Diferencial 
Gastroenterite 
Linfadenite mesentérica 
Folículo ovariano roto (dor do meio) 
Doença inflamatória pélvica 
Cisto ovariano roto/torcido 
Gravidez ectópica 
Cálculos ureterais 
Diagnóstico Diferencial 
Diverticulite de Meckel 
Intussuscepção 
Doença inflamatória intestinal 
ITU 
Pielonefrite aguda 
Diverticulite 
Pneumonia de base 
Diagnóstico Diferencial 
Crianças: 
­ incomum abaixo de 2 anos (base larga) 
­ ↓1 mês (doença de Hirschsprung) 
­ diarréia 
­ perfuração elevada: quase 100% (↓1 ano), mais de 
50% (1 a 5 anos) 
­  peritonite  difusa:  ausência  de  desenvolvimento 
completo do omento e retardo diagnóstico. 
­ morbimortalidade elevada
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Diagnóstico Diferencial 
Idosos: 
­ Apendicite aguda é grave no idoso 
­ 50 a 90% apresentam perfuração na cirurgia 
­ dor discreta e difusa 
­ alterações mínimas no exame físico 
­ Ausência de febre e leucocitose 
Apendicite Aguda 
Tratamento 
Cirurgia (Apendicectomia) 
Não Perfurada: ANTB profilático (Cefoxitina 1 dose) 
Perfurada: ANTB amplo espectro 
­ Cefalosporina 3° + Metronizadol 
­ Ampicilina + Aminoglicosídeo + Metronidazol 
Tratamento  APENDICITE AGUDA 
TRATAMENTO 
Apendicectomia 
­ Laparoscópica 
­ Laparotômica (McBurney, Rockey­Davis) 
1. Incisão: 
­ Oblíqua (McBurney) 
­ Transversa (Davis) 
­ Paramediana direita (menos usada) 
­ Mediana infra­umbilical 
­ Laparoscopia 
Tratamento
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2. Identifica­se o apêndice: confluência das tênias 
3. Ligadura do meso­apêndice 
4. Ligadura da base do apêndice 
5. Bolsa de Tabaco / ponto em Z ? 
Tratamento 
Via Laparoscópica 
Diagnóstica e terapêutica 
Melhor avaliação da cavidade 
Menos dor pós­operatória 
Retorno mais precoce às atividades 
Menor incidência de infecção de ferida 
Diagnóstico diferencial  (mulher jovem) 
Tratamento
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Mortalidade 
Complicações 
­ Não complicadas: 0,1% 
­ Gangrenosas: 0,5% 
­ Perfuradas: 3 a 5% 
Morbidade 
­ 10% (maior nas perfuradas) 
Maior em crianças e idosos 
Causa de óbito mais comum é infecção →  sepse 
Complicações 
Principal  complicação:  infecção  de  parede 
abdominal 
Abcesso cavitário 
Pileflebite e abscesso hepático → raros 
Fístula  fecal:  raro,  fechamento  espontâneo  se 
drenado 
Apendicite  branca:  remover  o  apêndice  (evitar 
confusão diagnóstica posterior) 
Apendicite na gravidez 
1 em 1500 gestações 
Emergência cirúrgica não ginecológica mais comum na 
gravidez 
Problema:  localização muda com o aumento do volume 
uterino 
5° mês: apêndice na crista ilíaca 
Leucograma não é útil (aumento fisiológico) 
Apendicite na gravidez 
Mais grave no 3° trimestre (omento não alcança o apêndice 
para bloqueá­lo) 
Cesareana se peritonite difusa 
1° e 2° trimestre se não perfura, não altera a gestação  → 
operar precoce e por laparoscopia 
Complicações maternas e fetais, elevadas após 
perfuração 
QUESTÕES 
2012 ­ UERJ 
A  dor  periumbilical,  que  um  homem  de  30  anos  vinha 
sentindo desde a madrugada, agora estava bem  localizada 
no  ponto  de  McBurney.  Os  leucócitos  eram  de  16.300 
células/µL,  havia  acentuado  desvio  à  esquerda  e  a  equipe 
pensou em  apendicite, o que  se  confirmou por  tomografia 
computadorizada.  Em  adultos,  na  maioria  das  vezes,  a 
inflamação aguda do apêndice  vermiforme é  consequência 
da obstrução de sua luz por: 
a) copról i tos 
b) parasitas intestinais 
c) tecido l infoide hipertrofiado 
d) sementes de frutas deglutidas
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2012­ UERJ 
A  dor  periumbilical,  que  um  homem  de  30  anos  vinha 
sentindo desde a madrugada, agora estava bem  localizada 
no  ponto  de  McBurney.  Os  leucócitos  eram  de  16.300 
células/µL,  havia  acentuado  desvio  à  esquerda  e  a  equipe 
pensou em  apendicite, o que  se  confirmou por  tomografia 
computadorizada.  Em  adultos,  na  maioria  das  vezes,  a 
inflamação aguda do apêndice  vermiforme é  consequência 
da obstrução de sua luz por: 
a) copról i tos 
b) parasitas intestinais 
c) tecido l infoide hipertrofiado 
d) sementes de frutas deglutidas 
2012 ­ UFSC 
Considerando  os  tipos  de  dor  abdominal,  a 
localização da dor na fossa ilíaca direita que 
frequentemente  ocorre  em  indivíduos  com 
apendicite é o resultado de: 
a) inflamação do peritônio parietal 
b) distensão do apêndice 
c) obstrução do apêndice 
d) ingurgitamento vascular do apêndice 
e) infarto apendicular 
2012 ­ UFSC 
Considerando  os  tipos  de  dor  abdominal,  a 
localização da dor na fossa ilíaca direita que 
frequentemente  ocorre  em  indivíduos  com 
apendicite é o resultado de: 
a) inflamação do peritônio parietal 
b) distensão do apêndice 
c) obstrução do apêndice 
d) ingurgitamento vascular do apêndice 
e) infarto apendicular 
2011 ­ UERJ 
O tratamento do abdome agudo inflamatório varia de acordo 
com o  local  de origem da  inflamação. Após a definição da 
etiologia pelos exames complementares,  cabe ao cirurgião 
definir, além da instituição de antibioticoterapia adequada, a 
melhor  forma  de  tratamento,  entre  cirúrgico  ou 
conservador.  Das  alternativas  relacionadas  a  seguir,  a 
condição  que  mais  frequentemente  indicaria  uma  cirurgia 
em caráter de urgência é: 
a)  colecistite 
b)  apendicite 
c)  diverticul ite 
d)  pancreati te 
2011 ­ UERJ 
O tratamento do abdome agudo inflamatório varia de acordo 
com o  local  de origem da  inflamação. Após a definição da 
etiologia pelos exames complementares,  cabe ao cirurgião 
definir, além da instituição de antibioticoterapia adequada, a 
melhor  forma  de  tratamento,  entre  cirúrgico  ou 
conservador.  Das  alternativas  relacionadas  a  seguir,  a 
condição  que  mais  frequentemente  indicaria  uma  cirurgia 
em caráter de urgência é: 
a)  colecistite 
b)  apendicite 
c)  diverticul ite 
d)  pancreati te 
2010 ­ UERJ 
Um  jovem  de  23  anos  procura  o  pronto­ 
socorro  com  queixa  de  dor  no  quadrante 
inferior  direito.  O  exame  ultrassonográfico 
demonstra imagem “ em alvo”  na fosse ilíaca 
direita.  O  diagnóstico  mais  provável  deve 
ser: 
a)  hidrossalpinge 
b)  apendicite aguda 
c)  apendagite por torção 
d)  rotura de folículo ovariano
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2010 ­ UERJ 
Um  jovem  de  23  anos  procura  o  pronto­ 
socorro  com  queixa  de  dor  no  quadrante 
inferior  direito.  O  exame  ultrassonográfico 
demonstra imagem “ em alvo”  na fosse ilíaca 
direita.  O  diagnóstico  mais  provável  deve 
ser: 
a)  hidrossalpinge 
b)  apendicite aguda 
c)  apendagite por torção 
d)  rotura de folículo ovariano 
2008 ­ HSPM­SP 
Um rapaz de 22 anos, sadio, foi operado por 
apendicite  aguda  edematosa.  O  esquema 
antibiótico mais adequado é: 
a)  cefoxitina por 24 horas 
b)  gentamicina  e  metronidazol  por  48 
horas 
c)  ampicilina/sulbactam por 72 horas 
d)  cloranfenicol por 5 dias 
e)  cefalexina e metronidazol por 7 dias 
2008 ­ HSPM­SP 
Um rapaz de 22 anos, sadio, foi operado por 
apendicite  aguda  edematosa.  O  esquema 
antibiótico mais adequado é: 
a)  cefoxitina por 24 horas 
b)  gentamicina  e  metronidazol  por  48 
horas 
c)  ampicilina/sulbactam por 72 horas 
d)  cloranfenicol por 5 dias 
e)  cefalexina e metronidazol por 7 dias 
2008 ­ UFF 
O sinal de Rovsing é sugestivo de apendicite 
aguda,  a  qual  se  diagnostica  por  meio  de 
uma manobra semiológica que provoca: 
a)  dor à extensão do quadril direito 
b)  aumento da dor à tosse provocada 
c)  dor à rotação interna do quadril direito 
d)  dor  no  quadrante  inferior  direito  à 
palpação do esquerdo 
e)  dor a punho­percussão renal direita 
2008 ­ UFF 
O sinal de Rovsing é sugestivo de apendicite 
aguda,  a  qual  se  diagnostica  por  meio  de 
uma manobra semiológica que provoca: 
a)  dor à extensão do quadril direito 
b)  aumento da dor à tosse provocada 
c)  dor à rotação interna do quadril direito 
d)  dor  no  quadrante  inferior  direito  à 
palpação do esquerdo 
e)  dor a punho­percussão renal direita 
2005 ­ FMUSP 
Um  adolescente de  18 anos  de  idade  procura pelo pronto­ 
socorro  com  queixa  de  dor  em  fossa  ilíaca  direita  há  3 
horas.  Refere  que  a  dor  começou há  aproximadamente  de 
12 horas na região do estômago, associada a vômitos, febre 
baixa e anorexia. Ao exame clínico se  constata T = 38°C e 
dor  intensa  em  fossa  ilíaca  direita,  especialmente  à 
palpação  profunda.  Traz  consigo  exame  de  urina  tipo  I 
colhido em outro serviço, que revela leucocitúria de 40.000 
leucócitos/mL. A conduta imediata é: 
a)  sol ici tar urocultura 
b)  tratar  a  infecção  urinária  com  antibiótico  de  largo 
espectro 
c)  laparotomia 
d)  sol ici tar ultrassonografia de abdome 
e)  expectante
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2005 ­ FMUSP 
Um  adolescente de  18 anos  de  idade  procura pelo pronto­ 
socorro  com  queixa  de  dor  em  fossa  ilíaca  direita  há  3 
horas.  Refere  que  a  dor  começou há  aproximadamente  de 
12 horas na região do estômago, associada a vômitos, febre 
baixa e anorexia. Ao exame clínico se  constata T = 38°C e 
dor  intensa  em  fossa  ilíaca  direita,  especialmente  à 
palpação  profunda.  Traz  consigo  exame  de  urina  tipo  I 
colhido em outro serviço, que revela leucocitúria de 40.000 
leucócitos/mL. A conduta imediata é: 
a)  sol ici tar urocultura 
b)  tratar  a  infecção  urinária  com  antibiótico  de  largo 
espectro 
c)  laparotomia 
d)  sol ici tar ultrassonografia de abdome 
e)  expectante 
DÚVIDAS 
Na área restrita do aluno 
no item Dúvidas

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