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Livro Texto - Unidade II UNIP Histologia

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44
Unidade II
Unidade II
5 HISTOLOGIA E CITOLOGIA DO TECIDO CONJUNTIVO
5.1 Histologia do tecido conjuntivo
É o tipo de tecido fundamental que possui a maior variedade de células e de material extracelular, 
com abundante vascularização (vasos sanguíneos) e funções diversificadas como o estabelecimento e a 
manutenção da forma do corpo.
A classificação do tecido conjuntivo é realizada com base em seus elementos: células e material 
extracelular fibrilar (fibras conjuntivas de diferentes tipos morfológicos: colágenas, reticulares, elásticas e 
oxitalânicas) e afibrilar (substância fundamental). Observe a figura 38. O material extracelular apresenta 
grande relevância na morfologia (forma) dos tecidos conjuntivos como também nas atividades do 
metabolismo das células que os constitui. Todos os tecidos conjuntivos, são de origem mesenquimal, 
proporcionam sustentação estrutural e metabólica a outros tecidos e a vários órgãos, algumas variedades 
são rígidas como o tecido cartilaginoso que forma as cartilagens (essas estruturas não são calcificadas, 
ou seja, não são mineralizadas) e o tecido ósseo que forma os diferentes tipos de ossos (são estruturas 
calcificadas, ou seja, mineralizadas), portanto, esses tecidos conjuntivos de sustentação constituem 
tecidos predominantes do esqueleto. Algumas variedades de tecido conjuntivo desempenham funções 
no armazenamento de gordura, outras, em mecanismos de defesa contra microrganismos patogênicos, 
reparos tissulares e constituição sanguínea. As fibras conjuntivas constituintes do material extracelular 
fibrilar são denominadas: colágenas, reticulares, elásticas e oxitalânicas.
O material extracelular é originário, principalmente, de células denominadas fibroblastos e possui 
em sua constituição:
• macromoléculas proteicas: são as glicoproteínas estruturais e proteoglicanas (apresentam 
diferentes graus de hidratação conforme a variedade de tecido conjuntivo). Essas macromoléculas 
podem se ligar entre si e a receptores nas células;
• proteínas filamentosas: são a que se polimerizam formando as fibras da matriz extracelular dos 
tipos: colágenas, reticulares, elásticas e oxífilas;
• proteínas filamentosas integrinas: são as que ficam associadas à matriz e podem intermediar 
reações celulares nesta própria matriz, pois ficam ligadas a receptores na membrana das células 
conjuntivas, em particular, dos fibroblastos.
45
HISTOLOGIA
As fibras conjuntivas encontram‑se embebidas na substância fundamental amorfa (SFA) e 
desempenham funções importantíssimas como resistência a trações e pressões (fibras colágenas), 
resistência e elasticidade (fibras elásticas).
A substância fundamental é constituída por cadeias não ramificadas de polissacarídeos ácidos, 
ligados às proteínas. Em outras palavras, é o conjunto de macromoléculas e água que se interligam na 
forma de uma rede, constituindo um material amorfo. Esse conjunto – agregado de macromoléculas 
– constituem as proteoglicanas. Cada proteoglicana é uma proteína filamentosa central ligada 
covalentemente às glicosaminoglicanas (GAGs), que por sua vez são longos polissacarídeos com carga 
elétrica negativa e formados por unidades de dissacarídeos. Fornece à matriz extracelular característica 
hidrofílica (permite a difusão de materiais e se constitui numa barreira contra macromoléculas e 
bactérias). São exemplos de GAGs: ácido hialurônico e ácido condroitinossulfúrico (condroitina 
4 e 6 sulfato), dermatan, queratan, heparan sulfato e heparina. A principal função da substância 
fundamental amorfa é a retenção de água. O ácido condroitinossulfúrico é um transportador de íons 
para o interior das células, realizada tais funções em pH alcalino (7,2 até 7,6). Quando do surgimento 
de casos “inflamatórios e infecciosos” no tecido conjuntivo, há mudança de pH nestas “condições 
anormais”, o pH torna‑se ácido e ocorre à paralisação do transporte de íons para as células, pois 
o ácido condroitinossulfúrico sofre processo de despolimerização. Caso o processo regrida, isto é, 
não evolua, não há mais inflamação ou infecção, tal ácido constituinte da substância fundamental 
amorfa se repolimeriza e o transporte tem início novamente. 
Os polissacarídeos são glicídios formados pela polimerização de muitas oses (monossacarídeos). Os 
mais simples possuem 10 oses ligadas em cadeia, mas os mais complexos podem tê‑las aos milhares 
(o amido possui mais de 1.400 resíduos de glicose; a celulose, mais de 4.000 moléculas de glicose; o 
glicogênio tem mais de 30.000 resíduos de glicose).
As fibras colágenas originam‑se principalmente dos fibroblastos, porém, outras células também 
sintetizam: mio fibroblastos, condroblastos, condrócitos, osteoblastos, fibras musculares lisas, 
células gliais de Schwann, células reticulares, células endoteliais e fibrócitos. In vivo apresentam 
coloração branca e pelos corantes H&E (rosa), Mallory (azul) e Masson (verde). A estrutura da fibrila 
de colágeno no microscópio eletrônico de transmissão (MET) apresenta bandas claras e escuras a 
cada 68 nm; as fibrilas em conjunto constituem as fibras colágenas (tipos: I, II, III, V e XI); há mais 
de vinte tipos diferentes de moléculas de colágeno = tropocolágeno; três cadeias polipeptídicas 
alfa (α) formam moléculas de colágeno; a combinação de diferentes cadeias alfas origina tipos 
distintos de colágeno; a molécula de colágeno mais abundante é a do tipo I, a qual é formada de 
duas cadeias alfa tipo 1 e uma cadeia alfa tipo 2, é encontrada nos ossos, tendões, cápsulas de 
órgãos, derme entre outros órgãos. O quadro a seguir indica dez diferentes tipos de colágeno (há 
mais de vinte tipos descobertos), principais localizações e funções (não cita a composição, a qual 
deve ser pesquisada pelo estudante):
46
Unidade II
Quadro 1
Tipo de colágeno Localização Função
I Osso, tendão, derme, dentina Resistente à força de tensão
II Cartilagens hialina, elástica Resistente à pressão
III Mucosas com conj. frouxo Forma fibras reticulares
IV Lâminas basais Sustentação em geral
V Forma fibras reticulares Modulador de fibrilas
VI Matriz cartilaginosa Ligante de condrócitos
VII Fibrilas da pele e do olho Ligante da lâmina basal
VIII Túnica íntima dos vasos Angiogênese endotelial
IX Associa‑se ao tipo II Estrutura de cartilagens
X Condrócitos hipertróficos Formação da matriz óssea
Os diferentes tipos de colágeno podem formar fibrilas como os tipos I, II, III, V e IX; podem apenas se 
associar às fibrilas como os tipos IX, XII e XIV; e ainda podem formar fibrilas de ancoragem como o tipo 
VII e não formar nenhum tipo de rede de sustentação, como se vê no tipo IV.
As fibras reticulares são argirófilas, isto é, apresentam afinidade por sais de prata, ou seja, pelo nitrato 
de prata – AgNO3 (é a reticulina). Apresentam moléculas de colágeno do tipo III, formam fibrilas de padrão 
bem‑estriado e nunca fibras espessas ou feixes. São mais delgadas (0,5 a 2 µm) quando comparadas com as 
fibras colágenas (1 a 20 µm). São PAS+ e se coram em preto pelos sais de prata. Constituem com a lâmina 
basal (MET) a membrana basal (MOC – microscopia de luz). Dão reação PAS +. Estão localizadas em órgãos 
hematopoiéticos como o baço, os linfonodos, na medula óssea e nos órgãos: fígado e rins. A principal 
função é a sustentação celular.
Figura 35 – Corte histológico do córtex da glândula adrenal corado pela prata para mostrar as fibras 
reticulares. Este corte histológico é propositadamente espesso para enfatizar a rede formada por essas fibrilas 
finas formadas por colágeno do tipo IlI. Os núcleos das células aparecem em negro e o citoplasma não 
está corado. As fibras reticulares são os principais componentes estruturais deste órgão e cria as condições 
locais adequadas para suas atividades. Aumento: médio
47
HISTOLOGIA
Sobre as fibras elásticas: in vivo são amareladas, bem‑desenvolvidas nos conjuntivos elásticos. A elastina 
é a proteína de sua constituição. Apresentam‑se em grande quantidade nos vasos sanguíneos, 
particularmente nas artériaselásticas (aorta), nos pulmões, nos ligamentos elásticos, na orelha 
(cartilagem elástica) e epiglote. Não apresentam estriações, possuem alto índice de refração, não são 
reveladas pela coloração do H&E; surgem amareladas pelo método de Van Gieson, roxo‑escuro pela 
resorcina‑fucsina e marrom escuro pela orceína.
Fibras elásticas
Fibras colágenas
Figura 36 – Preparado total de mesentério de rato jovem mostrando que os feixes de fibras de colágeno se coram em 
vermelho pelo picrosirius; as fibras elásticas, coradas em escuro pela orceína, aparecem como estruturas finas e retilíneas. 
Essas fibras fornecem resistência e elasticidade, respectivamente, ao mesentério. Aumento: médio
Sobre fibras elaunínicas e oxífilas: as elaunínicas possuem pouca elastina, enquanto as oxífilas não 
possuem a proteína elastina. São encontradas, respectivamente, na pele e ligamento periodontal/tendões.
 Lembrete
O tecido conjuntivo é de origem mesenquimal. Mesênquima é um 
tecido embrionário derivado do folheto embrionário mesoderma. Células 
mesenquimais são encontradas na vida pós‑natal e são consideradas 
células mater, pois originam a maioria das células constituintes do tecido 
conjuntivo no organismo adulto.
5.2 Citologia do tecido conjuntivo
Essas células podem ser agrupadas ou classificadas para efeito de estudo em:
• responsáveis pela origem de diversos tipos de células conjuntivas: são as células mesenquimais 
indiferenciadas, consideradas como células mater (mãe), um determinado tipo de célula‑tronco, 
muito abundante durante o desenvolvimento embrionário e fetal e formadora do mesênquima 
(tecido embrionário). Diferenciam‑se em fibroblastos, miofibroblastos, condroblastos e osteoblastos;
48
Unidade II
• responsáveis pela síntese e manutenção do material extracelular: são as células fibroblasto, 
miofibroblasto, osteoblasto, condroblasto, condrócito, odontoblasto e cementoblasto. Células 
musculares lisas também produzem um tipo de material extracelular;
• responsáveis pelo armazenamento e metabolismo da gordura: lipoblastos e lipócitos (célula adiposa);
• responsáveis pelo sistema imunitário (de defesa): macrófagos, histiócitos, plasmócitos, mastócitos, 
leucócitos (glóbulos brancos).
Outra maneira de serem agrupadas é em relação à presença dessas células no tecido conjuntivos 
que podem ser de dois tipos, as fixas e as temporárias: as fixas são de origem mesenquimal como os 
perícitos dos vasos sanguíneos, as adventiciais, fibroblastos, fibrócitos, histiócitos, lipócitos, linfócitos e 
plasmócitos. As temporárias surgem devido ao processo de migração leucocitária (diapedese), isto é, são 
células que deixam os capilares sanguíneos e vão desempenhar funções no tecido conjuntivo, portanto, 
fora dos vasos sanguíneos: macrófagos, neutrófilos, monócitos, mastócitos.
A) B)
Figura 37 – Observe células mesenquimais indiferenciadas em processos de diferenciação, isto é, estão se tornando especializadas. 
Material: células do tecido conjuntivo (área da maxila e papila dental de dente permanente); coloração: H; aumento: 400x
A substância fundamental amorfa (SFA), também podendo ser denominada substância 
intersticial amorfa (SIA), é produzida nas variedades de tecido conjuntivo propriamente dito 
pelos fibroblastos. É constituída por substâncias orgânicas e inorgânicas. Sua principal função 
é a retenção da água no tecido conjuntivo. Por exemplo, compostos orgânicos como o ácido 
hialurônico e o ácido condroitinossulfúrico se fazem presentes nesta substância. Uma das 
funções do ácido condroitinossulfúrico é a de realizar o transporte de íons para o interior das 
células. Em casos de processos inflamatórios e, posteriormente, infecciosos, ocorre a mudança do 
pH do meio interno (no tecido conjuntivo), de levemente alcalino passa para pH ácido (por volta 
de 4,0). Esta mudança acarreta a despolimerização no ácido condroitinossulfúrico, portanto, 
o transporte de íons deixa de ocorrer para dentro das células e, assim, as funções celulares 
das células conjuntivas deixam de ocorrer, proporcionando, grande risco para o metabolismo 
do organismo (infecção pode levar a morte o organismo). Caso haja o controle da infecção, o 
pH volta para a sua situação alcalina e o ácido condroitinossulfúrico sofre agora o processo 
da repolimerização, proporcionando a volta eficaz do metabolismo no tecido conjuntivo, pois 
retorna o transporte de íons para as células conjuntivas.
49
HISTOLOGIA
Não se deve confundir a expressão “substância fundamental amorfa (SFA)” com a expressão “líquido 
intersticial”. A primeira é de origem celular elaborada pelos fibroblastos, enquanto a segunda é de origem a 
partir dos “capilares sanguíneos”. Ao realizar o batimento cardíaco “sístole/contração”, ocorre a saída de um 
líquido, pelos capilares arteriais, que constitui o sangue, denominado de plasma sanguíneo, para o tecido 
conjuntivo. Neste tecido, o plasma sanguíneo passa a ser denominado de líquido intersticial (esse líquido 
contém os nutrientes para o metabolismo celular). Após realizar sua função esse líquido retorna para a 
circulação sanguínea pelos capilares venosos, pois sua saída ocorreu pela pressão hidrostática (pressão arterial), 
que é maior nos capilares arteriais, e seu retorno ocorre pela pressão osmótica (coloidosmótica, dada pela 
concentração de proteínas plasmáticas) que é maior nos capilares venosos. Algumas quantidades deste líquido 
intersticial também retornam para outros tipos de vasos (vasos linfáticos). Quando penetram nestes vasos 
linfáticos, esse líquido intersticial é denominado de linfa, seguindo agora seu trajeto para as veias cavas. Ao 
entrar no interior destas veias passa novamente a ser denominado de plasma sanguíneo.
Portanto, num determinado momento, o plasma sanguíneo que saiu dos capilares arteriais 
denominou‑se líquido intersticial no tecido conjuntivo, retornou para os capilares venosos e tornou‑se 
novamente plasma sanguíneo, porém, se retornou para vasos linfáticos, constitui‑se em linfa, a qual, ao 
retornar para as veias cavas, torna‑se novamente plasma sanguíneo.
É importante citar que alterações metabólicas, como mudanças na pressão osmótica (baixa), 
acarretará o não retorno deste líquido para os capilares sanguíneos, promovendo edema (inchaço). 
Ainda é interessante citar a expressão hematoma, que se caracteriza por traumatismo no tecido 
conjuntivo, com rompimento de vasos sanguíneos (capilares, arteríolas e vênulas de pequeno calibre), 
portanto, hemorragia no tecido conjuntivo. Os hematomas observados na pele possuem coloração 
escura, que permanecerá temporariamente, pois células conjuntivas como macrófagos e histiócitos 
realizarão processos de fagocitose, e, portanto, tal coloração irá desaparecer.
A figura a seguir demonstra o esquema representativo dos elementos do tecido conjuntivo, os quais 
se constituem em células e material extracelular (fibrilar – as fibras colágenas, elásticas, reticulares; e 
afibrilar – a substância fundamental amorfa).
Fibra elásticaFibra colágena
Fibroblasto
Linfócito
Mastócito
Macrófago
Figura 38
50
Unidade II
5.2.1 Origem, morfologia e funções das células conjuntivas
O quadro a seguir procura resumir a origem, a morfologia e funções dos diferentes tipos de 
células conjuntivas:
Quadro 2
Células Origem Morfologia Função
Fibroblasto Célula mesenquimal Alongada com expansões citoplasmáticas
Produção da matriz do 
tecido conjuntivo
Fibrócito
É o fibroblasto adulto. 
Apresenta pouco poder 
de síntese da matriz 
conjuntiva
Fusiforme com citoplasma 
eosinófilo, oposto ao do 
fibroblasto que possui 
basófilo
Pouco ativo na produção da 
matriz conjuntiva
Miofibroblasto Célula mesenquimal Alongada e semelhante ao fibroblasto
Realiza processos de 
contração e auxilia a 
cicatrização
Macrófago
Produz interleucina após 
fagocitose
A partir do monócito 
(glóbulo branco)
Muito variada. Podem ser 
fixos (histiócito), móveis 
(macrófago). Movem‑se por 
pseudópodos
Fagocitose e pinocitose de 
elementos estranhos e decélulas mortas
Histiócito Mesma origem dos macrófagos
No fígado são alongadas (é 
a célula de Kupffer)
Defesa (fagocitose). 
Também presente na derme 
da pele
Perícito (célula adventicial) Célula mesenquimal Alongada, de localização em volta de vasos
Gerar outras células 
conjuntivas
Linfócito
A interleucina estimula a 
proliferação de linfócitos T4 e T5
Há três tipos de linfócitos: 
linfócitos T, B e células NK.
Há tipos diferentes de 
linfócitos T:
– Citotóxico
– Helper
– Supressor
Célula reticular
Os linfócitos T4 e 
T5 produzem outra 
interleucina que induz 
o linfócito‑B a se 
transformar em plasmócito. 
O linfócito‑T produz 
interferon que impede 
a multiplicação viral e 
também diminui atividade 
mitótica
Esférica (globosa)
Linfócito‑B diferencia‑se 
em plasmócitos e células da 
memória.
Linfócito‑T (Timo): 
diferencia‑se em células 
rejeitadoras de enxerto e 
em células da memória. O 
interferon é utilizado no 
tratamento do câncer.
Linfócito B/Bursa de 
Fabricius
Linfócito T/Timo
Plasmócito A partir do linfócito – B
Elíptica (alveolar)
Possui citoplasma basófilo 
e núcleo deslocado para o 
polo basal da cel.
Produção de anticorpos 
(as imunoglobulinas – IgA 
e IgE) 
Mastócito
Medula óssea
(hemocitoblasto)
Globosa. Citoplasma possui 
grânulos basófilos
Produção de histamina, de 
heparina. Podem apresentar 
na membrana IgEs. 
Relacionam‑se com alergia 
e com o choque anafilático
Célula Adiposa (Lipócitos) Célula mesenquimal
Globosa. Na espécie 
humana a célula constitui o 
tecido adiposo unilocular
Contém enzimas para 
síntese de triglicerídeos
51
HISTOLOGIA
Outras células conjuntivas: 
– condroblastos
– condrócitos
– osteoblastos
– osteócitos
– osteoclastos
– odontoblastos
– cementoblastos
– células dos tecidos linfoide 
e mieloide
Tecidos conjuntivos de 
propriedades especiais
 Observação
É de suma importância o conhecimento da origem das células 
conjuntivas, bem como suas localizações e funções em todas as variedades 
de tecido conjuntivo. É neste tecido, por meio destas células, que ocorrem 
inúmeras funções vitais do organismo, por exemplo, os mecanismos de 
defesa de base humoral e celular.
6 CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS CONJUNTIVOS
Os tecidos conjuntivos são classificados com base nos seus elementos: células e material extracelular. 
As fibras conjuntivas e a substância fundamental amorfa formam o material extracelular. Assim, a 
descrição a seguir deverá ser compreendida e não “decorada”. Tecidos conjuntivos podem ser classificados em:
Tecido conjuntivo propriamente dito
• frouxo;
• denso:
— modelado;
— não modelado.
Tecidos conjuntivos especiais
• adiposo;
• elástico;
• mucoso;
• reticular;
• hematopoiético.
52
Unidade II
Tecidos conjuntivos de sustentação
• cartilaginoso:
— hialino;
— fibroso;
— elástico.
• ósseo:
— imaturo;
— maturo:
– esponjoso ou trabecular (trabeculado);
– compacto ou haversiano.
6.1 Dados histológicos dos tecidos conjuntivos
Existem duas classes de tecido conjuntivo propriamente dito, o frouxo e o denso. O tecido conjuntivo 
frouxo, também denominado de lâmina própria, tem como principal função a sustentação de estruturas que 
estão sujeitas a pequenas pressões e atritos. É o tecido localizado sempre abaixo do tecido epitelial (abaixo 
da lâmina basal), preenche espaços entre grupos de células musculares e forma camadas em volta dos vasos 
sanguíneos. Este tecido possui todos os elementos estruturais típicos do tecido conjuntivo propriamente dito, 
porém, não possui predominância de nenhum de seus elementos constituintes. As células mais comuns são os 
fibroblastos e macrófagos. Neste tecido podem ocorrer: edema, hematoma, inflamação e infecção. 
Submucosa
Lâmina própria Criptas intestinais
Figura 39 – Detalhe da mucosa do intestino grosso com as criptas intestinais. A lâmina própria é 
o tecido conjuntivo frouxo que sustenta o tecido epitelial superficial e as glândulas. Aumento: médio
53
HISTOLOGIA
O tecido conjuntivo denso também denominado de tecido conjuntivo fibroso tem a mesma 
composição do tecido conjuntivo frouxo, mas nesse caso possui como elemento predominante as fibras 
colágenas, as quais darão a este tecido a propriedade de resistir às trações e proteger os tecidos. É pouco 
flexível devido à grande quantidade de fibras colágenas, as quais podem se dispor de maneira ordenada, 
constituindo o tecido conjuntivo denso‑modelado. O tecido conjuntivo denso modelado mantém 
a organização de suas fibras colágenas devido à tração exercida normalmente sobre ele. Essa força de 
tração faz com que os fibroblastos orientem as fibras que estão sendo produzidas para oferecerem maior 
resistência contra essas forças. Este tecido é localizado nos tendões, ligamentos, aponeuroses e fáscias 
musculares (aqui as trações exercidas geralmente são em um único sentido).
Figura 40 – Corte de tendão. O tecido conjuntivo é do tipo denso modelado. Coloração: HE; aumento: pequeno
 Além do tecido conjuntivo frouxo e do tecido conjuntivo denso modelado, também temos o tecido que 
apresenta a distribuição de suas fibras colágenas de forma desordenada, constituindo o tecido conjuntivo 
denso não modelado, localizado na derme da camada reticular da pele (aqui as trações exercidas ocorrem 
em diversas direções) mantém suas fibras em um agrupamento tridimensional não modelado, conferindo‑lhe 
certa resistência, porém essa resistência é inferior ao tecido conjuntivo denso modelado.
Tecido conjuntivo frouxo
Feixes de fibras colágenas
Tecido conjuntivo denso 
não modelado
Figura 41 – Corte de pele grossa. O tecido conjuntivo é do tipo denso não modelado. Coloração: HE; aumento: grande
54
Unidade II
Há ainda outros tecidos conjuntivos, como o elástico – que apresenta a elastina que pode estar 
disposta sob a forma de fibras ou lâminas, como na membrana limitante elástica interna (MLEI) das 
artérias; o reticular – que forma delicadas redes de sustentação compostas de fibras reticulares 
associadas à fibroblastos especializados (também conhecidos como células reticulares). Encontramos, 
próximo às células reticulares, células do sistema fagocitário mononuclear que monitoram o fluxo de 
materiais, removendo os organismos invasores. Portanto, este tecido cria uma estrutura favorável para 
órgãos, como fígado, baço, rins, linfonodos e glândulas endócrinas; e o mucoso – que possui predomínio 
de matriz fundamental (composta principalmente de ácido hialurônico com poucas fibras), as principais 
células deste tecido são os fibroblastos. O tecido mucoso localiza‑se no cordão umbilical (geleia de 
Wharton) e na polpa dos dentes jovens.
O tecido conjuntivo adiposo (tecido adiposo) possui como elemento predominante as células 
adiposas ou adipócitos ou ainda os lipócitos. Este tecido é um armazenador de energia na forma de 
triglicerídeos. É bom lembrar que o fígado e os músculos esqueléticos também armazenam energia, 
porém, na forma de carboidratos (glicogênio – lembrar nas lâminas coradas pela técnica do PAS). São as 
principais funções deste tecido: modelador do organismo; protetor contra choques mecânicos; isolante 
térmico; produção de hormônios e de fatores de crescimento, além de citocinas. Os hormônios são: 
leptina, angiotensinogênio, adiponectina e hormônios esteroides (testosterona – prostaglandinas, 
estrógenos e glicocorticoides). A leptina regula o apetite, logo, o peso controla o consumo de ATP, 
comunica ao sistema nervoso central taxas de lipídios em estoque, promove angiogênese, controla 
a pressão hidrostática (arterial) e ainda é um inibidor de osteogênese. A obesidade é a presença em 
excesso de gordura nas células adiposas do organismo.
Exemplo de aplicação
Consulte as outras funções dos outros hormônios, bem como dos fatores de crescimento e das 
citocinas. Por exemplo, a insulina é quem regula as taxas de glicose no sangue, logo, está envolvida na 
regulação do metabolismo das células adiposas, pois converte a glicose em triglicerídeos.
Existem dois tipos de tecido adiposo: o unilocular(formador do panículo adiposo), cujas funções 
são de reserva de energia e proteção contra o frio. Este tecido apresenta divisões de conjuntivo contendo 
nervos e vasos. São desses septos que partem as fibras reticulares que sustentam as células adiposas. Por 
ser removida por corantes orgânicos, durante o preparo histológico comum, as gotículas de gorduras 
são perdidas e a estrutura celular apresenta‑se através de um contorno formado por uma fina camada 
de citoplasma em volta do espaço deixado pelo lipídeo e o multilocular também conhecido como 
tecido adiposo pardo – devido sua coloração resultante da alta vascularização e da grande quantidade 
de mitocôndrias presentes nas células (as mitocôndrias possuem cor avermelhada por serem ricas em 
citocromo). Diferente do tecido adiposo unilocular, o multilocular possui distribuição limitada, sendo 
abundante em animais que hibernam. Nos fetos e recém‑nascidos humanos também encontramos esse 
tipo de tecido com localização bem determinada e, por não se manter crescente, sua quantidade é 
reduzida em pessoas adultas.
55
HISTOLOGIA
A) B)
Figura 42 – Observe células adiposas (adipócitos/lícitos) constituintes do tecido adiposo unilocular. Áreas claras correspondem 
à imagem negativa de lipídios. Os fios róseos espessos são representações de fibras colágenas formadas pela proteína colágeno, 
enquanto os fios róseos bem finos correspondem ao citoplasma que ocupa posição periférica nestas células (e devido ao 
armazenamento dos lipídios). Os núcleos estão corados em roxo pela hematoxilina. Material: hipoderme da palma da mão; 
coloração: HE; aumentos: 100x e 400x
Este tecido tem como função a termorregulação. Ao ser estimulado pela norepinefrina, o tecido 
adiposo unilocular acelera a lipólise e a oxidação de ácidos graxos. Essa oxidação produzirá calor, uma 
vez que as mitocôndrias do tecido multilocular apresentam uma proteína transmembrana conhecida 
como termogenina que possibilita a volta dos prótons, do espaço intramembranoso para a matriz 
mitocondrial, sem que passem pelo sistema de ATP sintase. Como consequência a energia produzida 
pelo fluxo de prótons não é usada para produzir ATP, sendo eliminada como calor.
Figura 43 – Material: tecido adiposo multilocular; coloração: HE; aumento: médio
 Saiba mais
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2013.
56
Unidade II
Celulite e estrias
É interessante, ao estudante das Ciências Biológicas ter em mente que também poderá, 
após a graduação, optar por áreas da saúde e não por outras áreas como a ambiental, 
educacional entre outras. Assim, seu conhecimento em relação ao tecido conjuntivo deve 
ser aprofundado e, colaborando neste sentido, abordaremos os temas da celulite e estrias, 
ambas relacionadas com o tecido conjuntivo.
Há quem defina celulite como doença, outros dizem que é apenas uma característica 
física. Quem tem, no entanto, a considera como um defeito estético, uma vergonha. A 
expressão celulite significa inflamação do tecido celular subcutâneo; essas áreas do tecido 
conjuntivo ficam um tanto esclerosadas, com redução de elasticidade. Existem dois tipos 
de celulite: a patológica e a estética. A patológica é uma infecção no tecido conjuntivo, 
causada por micro‑organismos (Staphylococcus aureus) ou, ainda, por agentes químicos. 
A estética é aquela gordura que parece impossível de ser eliminada. É formada por uma 
substância gelatinosa composta de gorduras, água e resíduos, formando protuberâncias 
ou bolsas irremovíveis, conhecidas por nódulos de gordura na hipoderme – região situada 
abaixo da pele. O reconhecimento é feito quando, se apertando com as mãos, a pele tende 
a ondular, ganhando o aspecto de casca de laranja.
Os nódulos surgem de uma combinação de fatores hormonais, arquitetura de fibras 
colágenas e sedentarismo. Nas mulheres, a camada de tecido adiposo é duas vezes maior, 
quando comparada com aquela dos homens, principalmente nas nádegas e barriga; suas 
células são mantidas no lugar por uma rede de fibras conjuntivas. Nas mulheres as fibras 
colágenas da hipoderme apresentam disposição vertical, enquanto nos homens essas 
fibras se dispõem em rede. As fibras verticais são menos resistentes à força mecânica. 
Quando o tecido é comprimido, a gordura é empurrada para cima, isto é, em direção à 
derme e epiderme (pele). Nas áreas de celulite, formam‑se prisões – as malhas da rede 
aprisionam as células adiposas, logo abaixo da pele.
Assim, aumentando‑se o ganho de gordura, tem‑se, como consequência, um 
abaulamento da pele, formando as bolsas gordurosas. As áreas que apresentam mais 
celulite são: quadris, estômago, nádegas, parte interna do joelho, parte inferior das 
costas, braços e tornozelos. Alguns fatores podem aumentar o problema da celulite 
como: obesidade, sedentarismo, distúrbios hormonais, pressão arterial descontrolada, 
deficiência vascular, retenção de líquidos, tensão, fadiga. Há indícios de que a 
hereditariedade e hábitos alimentares incorretos (uso de gasosos fermentáveis) podem 
agir como causas isoladas ou em conjunto. O excesso de álcool, açúcar, condimentos, 
carne de porco, gordura animal, chocolate, creme de leite e frituras são alimentos 
perigosos para a celulite, bem como o cigarro, pílulas para dormir e para emagrecer, 
anticoncepcionais e drogas estimulantes.
Os hormônios estrógeno e progesterona favorecem a deposição de gordura nas coxas e 
quadril; na época da ovulação e pré‑menstrual, aumentam a retenção de água, colaborando 
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HISTOLOGIA
para aumentar a celulite. Na menopausa, ocorrem alterações na microcirculação, acentuando 
mais a celulite. Na histerectomia, também há distúrbios hidroeletrolíticos (retenção de água 
e sal). As telangiectasias (vasinhos) também favorecem o surgimento de celulite.
A celulite é formada por lentidão no processo de remoção de resíduos, endurecimento 
no conjuntivo e outros. Não ocorrendo um processo de eliminação normal das toxinas, 
elas ficarão envenenando o organismo. A celulite não acomete somente os mais idosos; 
existem crianças que já apresentam o problema. Há até bailarinas com celulite. Alguns 
pesquisadores explicam sua origem devido a um resultado deficiente na troca de líquidos 
corpóreos, que ocorre em quatro estágios:
• formam‑se edemas pelo contato do plasma sanguíneo com as células adiposas;
• o edema pressiona a pele, a qual adquire aspecto de casca de laranja;
• aparecem os macronódulos/dobras, muitas vezes dolorosas ao tato.
Segundo os médicos Dr. A. Halpern, da USP, e Dr. J. A. Sittart, do HSPE, não há tratamento 
eficaz para a celulite. Deve‑se evitar a obesidade, fazendo exercícios regularmente (natação, 
caminhadas, bicicleta). Placas, cremes, massagens e aplicações nada adiantam. A massagem 
pode ajudar o problema vascular, mas não vai dissolver os nódulos de celulite. 
Os recursos descritos a seguir são considerados polêmicos, por exemplo, a mesoterapia, que 
consiste na aplicação de microdoses de enzimas animais ou vegetais e levariam à destruição 
de células adiposas. Essas injeções podem provocar reações alérgicas e infecções no tecido 
adiposo e, se atingirem um vaso sanguíneo, podem provocar reação alérgica sistêmica; a 
eletrolipoforese é um recurso que utiliza agulhas com liga de níquel e cromo, com pontas 
de diamante ligadas a um aparelho que libera estímulos eletrônicos, os quais derreteriam 
as fibras e provocariam a destruição de células adiposas; com o ultrassom as ondas, que 
atingem 2 cm de profundidade, ajudariam a destruir as células adiposas que formam o 
nódulo; na crioterapia utilizam‑se bandagens embebidas em um líquido que esfria a região 
afetada; a massoterapia, ou massagem propriamente dita, é usada para estimular a circulação. 
Utilizam‑se, ainda, medicamentos vasodilatadores e linfocinéticos (que movimentam a linfa) e 
o aparelho Phisiolisi, que, por meio de corrente elétrica, ajudaria a eliminar edemas. Os médicos 
têm esperança, atualmente, na droga Aminofilina (na formade creme), a qual mostrou em 
trabalhos preliminares (1994) que leva realmente à diminuição de gordura. 
Para evitar a celulite recomenda‑se ingerir dois litros de água por dia, exceto durante 
as refeições; assim como: manter alimentação equilibrada; consumir alimentos com Iodo 
em sua composição, como cenoura, alface, arroz integral, cebola, vagem, espinafre, tomate, 
banana e gema de ovo (que favorecem o aumento do metabolismo, com a queima de 
gorduras); praticar exercícios físicos regularmente; respirar corretamente; promover o 
bom funcionamento dos rins, intestinos e, consequentemente, pele; dar preferência aos 
anticoncepcionais com baixa dosagem hormonal; evitar o cigarro, uma vez que o tabagismo 
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Unidade II
aumenta a quantidade de toxinas no organismo, contraindo vasos e impedindo a 
circulação normal; evitar o estresse, uma vez que este fator, quando exagerado, aumenta 
a concentração de ACTH no organismo, o que facilita também a retenção de líquido e 
consequentemente o surgimento da celulite; e quando a celulite é intensa, um ótimo 
recurso é a cirurgia plástica.
As estrias têm sua etiologia desconhecida. Diferentes autores possuem definição 
contraditória sobre seu surgimento. As estrias representam cicatrizes do tecido cutâneo, 
rompido por distensão excessiva, logo, apresentam‑se como linhas paralelas, circulares 
ou irregulares, a princípio violáceas, eventualmente tornam‑se brancas ou nacaradas 
(sem cor definida). Do ponto de vista histológico, a epiderme está bem‑delgada (fina) 
e existe atrofia das fibras elásticas da derme. Em microscopia eletrônica, os feixes de 
fibras colágenas aparecem separados e isolados, enquanto na pele normal são paralelos 
e ordenados. Quando ocorrem as estrias, estes feixes são separados por grande 
quantidade de substância fundamental amorfa (SFA). Os fibroblastos são globulares, 
imóveis e perdem suas funções.
Alguns trabalhos sugerem que as estrias devem‑se a essa disfunção dos fibroblastos. 
Formadas frequentemente nos últimos meses de gestação ou devido ao ganho excessivo 
de peso, a distensão da pele causa a rotura das camadas subjacentes, favorecendo a 
separação das fibras conjuntivas da derme. Assim, pode‑se perceber, por transparência 
da epiderme adelgaçada, a abundante circulação capilar da derme, por entre as malhas 
distendidas da rede de fibras. A prevenção das estrias pode ser realizada conforme 
algumas indicações, como: alimentação sadia, evitar vícios, controlar o peso durante a 
gravidez, usar sutiã adequado, hidratar a pele, usar óleo de amêndoas no banho. É importante 
observar que esses cuidados devem ser redobrados após os 30 anos de idade.
 Observação
O texto anterior refere‑se a uma das variedades de tecido conjuntivo, 
o tecido adiposo unilocular. Indivíduos obesos após recorrerem a dietas e a 
processos de reeducação alimentar perdem peso, logo, gordura corpórea; 
porém, suas células adiposas formadas permanecem no tecido conjuntivo.
6.1.1 Tecido conjuntivo hematopoiético
O tecido conjuntivo hematopoiético é formado pela porção figurada (glóbulos sanguíneos: eritrócitos 
ou hemácias, plaquetas e leucócitos ou glóbulos brancos) e pela porção amorfa (plasma: componente 
líquido em que as células sanguíneas ficam suspensas). São variedades deste tecido conjuntivo: o tecido 
mieloide e o tecido linfoide.
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HISTOLOGIA
O plasma é uma solução líquida que possui 10% do seu volume representado por componentes 
de pequeno e elevado peso molecular – os sais inorgânicos representam 0,9% e as proteínas 
plasmáticas, 7%, o restante é formado por vários compostos orgânicos como glicose, vitaminas, 
hormônios e aminoácidos. As principais proteínas plasmáticas são as albuminas (sua falta causa edema 
generalizado), alfa e beta gamaglobulinas (essas gamaglobulinas são anticorpos e, por isso, também 
são conhecidas como imunoglobulinas), lipoproteínas, protrombinas e fibrinogênio. Essas duas últimas 
proteínas citadas participam da coagulação sanguínea.
 Observação
Os componentes de baixo peso molecular do plasma estão em homeostase 
com o líquido intersticial dos tecidos. Dessa forma, a composição do plasma 
é usada como indicador da composição do líquido extracelular.
Os glóbulos vermelhos são células sanguíneas circulantes, também denominados hemácias ou 
eritrócitos (reticulócitos são as hemácias jovens); os glóbulos brancos ou leucócitos podem ser de 
dois tipos:
• Leucócitos granulocíticos ou granulosos ou polimorfonucleados:
— neutrófilo bastonete e neutrófilo segmentar;
— eosinófilo ou acidófilo;
— basófilo.
• Leucócitos agranulocíticos ou agranulosos ou mononucleados:
— linfócitos;
— monócitos.
Os megacariócitos são células da medula óssea que se fragmentam formando as plaquetas ou 
trombócitos. As células que constituem as séries: eritrocítica; leucocitária e megacariocítica recebem 
outras denominações. 
 Saiba mais
Para aprofundar o estudo da medula óssea consulte: 
ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Tratado de hematologia. 1 ed. 
São Paulo: Atheneu, 2014.
60
Unidade II
Em relação ao sangue periférico, que é o sangue circulante, pode‑se afirmar que é uma forma 
especializada e um tanto atípica de tecido conjuntivo (tecido hematopoiético). Tal tecido é constituído 
pelos glóbulos brancos (leucócitos); glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos); plaquetas 
(trombócitos); e por uma fração sem forma (amorfa), o plasma sanguíneo.
O volume do sangue no homem é maior do que na mulher, em média 5.000 ml. São funções do 
sangue: transporte de oxigênio e de dióxido de carbono, transporte de hormônios, defesa do organismo 
(anticorpos), manutenção do equilíbrio ácido‑básico, controle da temperatura corporal e remoção do 
metabolismo celular.
A pressão de oxigênio é maior nos pulmões, cada molécula de hemoglobina se une à quatro moléculas 
de oxigênio, formando a oxi‑hemoglobina. Essa combinação é desfeita quando o oxigênio é transferido 
para nossos tecidos, onde a pressão de oxigênio é menor.
A hemoglobina também pode se ligar ao dióxido de carbono, formado normalmente nos nossos tecidos, 
originando a carbamino‑hemoglobina que também é desfeita quando o sangue chega aos pulmões.
A afinidade da hemoglobina é maior para o monóxido de carbono, que combinado com a hemoglobina 
forma carbo‑hemoglobina. Esse monóxido de carbono, quando aspirado, empurra o oxigênio e não 
permite que seu transporte seja realizado através da hemoglobina, causando falta de oxigênio nos 
tecidos. Essa queda no teor de oxigênio é conhecida como hipóxia.
O hematócrito é um exame que nos ajuda medir a quantidade de hemácias presentes no sangue 
do paciente. Neste exame, o sangue coletado, por punção venosa, tratado com anticoagulantes e 
submetido à técnica de da centrifugação fracionada que promove um processo de sedimentação 
e revela que as hemácias são os componentes celulares sanguíneos mais densos, isto é, os mais 
pesados, ficando no fundo do tubo de ensaio, um pouco mais acima se localizam os leucócitos. 
Plaquetas (trombócitos) posicionam‑se acima dos leucócitos. A porção amorfa do sangue, o plasma 
sanguíneo (é o sobrenadante), ocupa o maior volume num hematócrito e, como já afirmado, 
localiza‑se acima da porção figurada do sangue. O maior componente deste sobrenadante é a água 
(90%), proteínas como albumina, fibrinogênio e globulinas (8%) e diversos solutos como eletrólitos: 
sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro, carbonato monoácido, fosfatos, sulfatos, entre outros. Há 
também no plasma: hormônios, enzimas, gases (oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono), glicose, 
lipídios, aminoácidos, ureia, creatinina, ácido úrico, entre outros, e constituem até 2% do volume 
plasmático. O hematócrito possui valores diferentes para o homem e para a mulher.
Glóbulos vermelhos possuem a forma de discos bicôncavos e tal morfologia é dependente das 
proteínas de sua membrana plasmática, as proteínas integrais (glicoforinas e proteínas da banda 3) e as 
proteínas periféricas da membrana (espectrina, actina, tropomiosina,proteínas de bandas).
61
HISTOLOGIA
Figura 44 – Observe, por meio de imagem do microscópio eletrônico de varredura, 
em vermelho, hemácias no interior de um vaso sanguíneo
Alterações nestas membranas modificam suas propriedades e consequentemente as hemácias. Os 
glóbulos vermelhos são anucleados, de 7,2/7,8 µm de diâmetro, apresentam flexibilidade e são dotados 
da proteína conjugada hemoglobina (Hb).
 Observação
O fígado é um dos órgãos mais versáteis do organismo, realiza várias 
funções, como a síntese de globina e de muitas proteínas plasmáticas, 
como a albumina, fibrinogênio e protrombina. É na medula óssea que 
ocorre a formação da proteína conjugada denominada de hemoglobina. É 
conjugada, pois possui o grupo prostético heme (ferro).
 Saiba mais
Consulte livro de bioquímica para ter um grande conhecimento sobre a 
proteína hemoglobina:
NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. 
Artmed Editora Ltda.: São Paulo, 2014.
Sabe‑se que 96% da Hb total no indivíduo adulto é de Hb do tipo HbA. Aproximadamente, 8% desta 
HbA consiste de subtipos: HbA1a1, HbA1a2, HbA1b, HbA1c. A HbA1c é a Hb glicosilada que se apresenta 
elevada nos indivíduos diabéticos (são os indivíduos que possuem alta taxa de glicose no sangue). São 
tipos de Hb: HbA, HbA2 e HbF.
62
Unidade II
 Observação
Denominações importantes: oxi‑hemoglobina; hemoglobina reduzida; 
carboxi‑hemoglobina; enzima anidrase carbônica (dióxido de carbono + 
água → bicarbonato dos tecidos para os pulmões).
A Hb concentra os íons hidrogênio do sangue, daí a sua importante função no sistema 
tampão ácido‑básico. A Hb S difere da normal por apresentar o aminoácido ácido glutâmico, 
no lugar do aminoácido valina, logo, as hemácias adquirem formas anormais, como no caso 
da anemia falciforme – uma doença causada por mutação na cadeia beta globina da HbA, em 
que ocorre a substituição do aminoácido citado anteriormente, daí a denominação de HbS/
anemia falciforme, a qual é classificada como homozigoto recessivo. Indivíduos heterozigotos 
apresentam taxas de hemácias falciformes e quando se localizam em grandes altitudes ou sob 
estresse severo apresentam cansaço físico de imediato. Hipóxia é a baixa taxa de oxigenação no 
sangue, enquanto anóxia é a ausência de oxigenação.
As anemias são causadas, por exemplo, pela hemoglobina não funcional ou pela baixa 
quantidade de hemoglobina nos eritrócitos. Nesse segundo caso, os eritrócitos ficam pouco 
corados e, por isso, esse tipo de anemia é conhecida como anemia hipocrômica. A identificação 
das causas da anemia exige a análise do histórico do paciente e a realização de exames físicos e 
laboratoriais. Na análise do esfregaço sanguíneo, por exemplo, devemos observar o tamanho, a 
forma, a coloração e as inclusões nos eritrócitos. A presença de núcleos nas hemácias circulantes 
sugere uma saída antecipada dessas células da medula óssea, desencadeada por uma forte 
anemia que aparece, com frequência, associada a processos tumorais. Hemorragias e algumas 
parasitoses, como a malária também podem causar um processo anêmico.
Série eritrocítica é o processo que explica a origem dos eritrócitos (hemácias/glóbulos 
vermelhos), a partir da célula hemocitoblasto. Este processo ocorre no tecido mieloide da medula 
óssea dos ossos da bacia, costelas, vértebras, entre outros. A expressão hemocitopoese designa 
tal série, a qual é descrita principalmente na Hematologia. Hemocaterese é a denominação dada 
para o processo da destruição das hemácias que ocorre no baço. Quando da retirada do baço 
(esplenectomia), tal processo fica restrito à medula óssea. Hemossiderina é a fração com ferro 
proveniente da quebra da hemácia pelo baço, enquanto a bilirrubina consiste da outra fração, 
porém, sem o ferro. Icterícia é o aumento da taxa de bilirrubina no organismo. Surge devido à 
problemas hepáticos. A coloração do indivíduo torna‑se amarelada e as fezes esbranquiçadas.
Glóbulos brancos são células nucleadas e constituem dois distintos grupos celulares, os leucócitos 
polimorfonucleados (granulocíticos ou granulosos) e os mononucleados (agranulocíticos ou agranulosos).
63
HISTOLOGIA
Linfócito
Leucócitos monoculares
Leucócitos polimorfonucleados
Neutrófilo Eosinófilo
ou acidófilo
Basófilo
Monócito
Figura 45 – Representação estilizada de leucócitos agranulosos ou agranulocíticos 
(linfócito e monócito) e de leucócitos granulosos ou granulocíticos (neutrófilo, eosinófilo e basófilo)
A quantidade de leucócitos em um indivíduo adulto normal pode variar de 4.5OO até 11.5OO 
por milímetro cúbico. São incolores individualmente e brancos quando juntos. Desempenham suas 
funções só quando deixam os capilares, atuando ativamente no tecido conjuntivo. Os leucócitos 
granulócitos são: neutrófilos; basófilos e os eosinófilos (acidófilos). Os leucócitos agranulócitos são 
os linfócitos e monócitos.
Os neutrófilos são os leucócitos comuns nos indivíduos sadios (54%). Seu tamanho é 
compreendido entre 10 até 12 micrômetros de diâmetro, apresentam‑se na forma segmentar e 
bastonete. Os núcleos multilobulares e granulações “neutras” com os corantes usuais (Leishman) 
fagocitam ativamente no tecido conjuntivo, constituem a primeira linha de defesa e caracterizam 
o processo inflamatório agudo (recente), pois são os predominantes. Nos processos inflamatórios 
crônicos (antigos) os leucócitos predominantes são os linfócitos e os eosinófilos. São ativados ao 
manter contatos com antígenos. Um dos receptores de membrana mais importante do neutrófilo 
é o receptor Fc. Há outros receptores, como o receptor de varredura e o de complemento. Quanto 
maior o número de núcleos, mais antigo é o neutrófilo no sangue periférico. Neutrófilos femininos 
apresentam no núcleo um “prolongamento/tipo de apêndice” denominado de “baqueta” (corpúsculo 
de Barr), relacionado com a cromatina inativa do cromossomo submetacêntrico (tipo X). Pesquisas 
revelaram que 1% dos neutrófilos masculinos também possuem a baqueta. Os grânulos dos 
neutrófilos são assim classificados: específicos, azurófilos e terciários.
64
Unidade II
Figura 46 – Observe no centro do campo um leucócito granulócito/polimorfo nucleado denominado de neutrófilo do tipo 
 segmentar. Observe a morfologia de seu núcleo e a presença de grânulos neutros no citoplasma (grânulos são róseos). 
Os neutrófilos constituem a primeira linha de defesa em nosso organismo. Ao redor há hemácias. 
Material: sangue periférico; coloração: técnica de Leishman; aumento: 1000x
Os eosinófilos são polimorfonucleados, geralmente bilobulares com tamanho de no máximo de 
12 micrômetros, portadores de grânulos eosinofílicos específicos (os grânulos apresentam natureza 
química alcalina/básica) e também azurófilos (estes são os lisossomos). Estes tipos de leucócitos são 
comuns em doenças alérgicas, parasitárias e nos processos inflamatórios crônicos. Realizam, como os 
neutrófilos, migração leucocitária (diapedese) para o tecido conjuntivo. Os eosinófilos são ativados para 
funcionar ao manter contato com IgA e IgG. Também os eosinófilos liberam histaminase e arilsulfatase 
nos processos alérgicos (as enzimas agem sobre as células produtoras de histamina, como os mastócitos).
Figura 47 – Observe um leucócito granulocitico/polimorfo nucleado denominado de eosinófilo (acidófilo). Observe a 
morfologia de seu núcleo e a presença de grânulos eosinófilos no citoplasma. Ao redor há hemácias. 
Material: sangue periférico; coloração: técnica de Leishman; aumento 1000x
65
HISTOLOGIA
Os basófilos também são polimorfonucleados, apresentam‑se em baixíssima porcentagem na 
corrente sanguínea e apresentam grânulos básicos (são grânulos de natureza química ácida). Esses 
grânulos sobrepõem‑se também ao núcleo. São ativados ao manter contato com IgE e possuem muitos 
receptores Fc. Basófilos possuem praticamente a mesma função dos mastócitos. Seus grânulos são 
classificados em específicos e azurófilos. Os específicos são: heparina (anticoagulante); histamina (vasodilatador); heparan sulfato (vaso dilatador); leucotrienos (promove contrações nos músculos lisos das 
vias respiratórias). A presença de edema de glote e a contração dos bronquíolos impedindo a passagem 
do ar relaciona‑se com a ação destes grânulos (histamina, heparan sulfato e leucotrienos), logo, com o 
choque anafilático (anafilaxia). Os grânulos azurófilos são os lisossomos.
Figura 48 – Observe um leucócito granulocitico/polimorfo nucleado denominado de basófilo. Observe a 
morfologia de seu núcleo e a presença de grânulos eosinófilos no citoplasma. Ao redor há hemácias. 
Material: sangue periférico; coloração: técnica de Leishman; aumento: 1000x
Os linfócitos são leucócitos mononucleados e/ou agranulocíticos, encontrados tanto na corrente 
sanguínea como no tecido linfoide (nos órgãos linfoides denominados de baço, timo, linfonodos, 
tonsilas palatinas e linguais, e placas de Peyer). Há três tipos distintos de linfócitos: o tipo B, o 
tipo T e as células linfócitos natural killer (NK). Os linfócitos B são assim denominados porque foram 
descobertos em aves, na bolsa de Fabricius (órgão de defesa), daí o uso da letra B (da palavra “bolsa”). 
Esses linfócitos B possuem tempo de vida variável e produzem anticorpos (as imunoglobulinas). 
Possuem em suas membranas moléculas de IgM, IgD e seus marcadores são: CD9, CD19 entre outros, 
portanto, o linfócito B não faz processos de endocitose (fagocitose e pinocitose). Os linfócitos T 
são assim denominados porque sofrem processo de maturação no órgão linfoide que fica na altura 
dos grandes vasos do coração chamado Timo. Essas células quando comparadas com as do tipo B, 
apresentam grande tempo de vida (vários anos), são células relacionadas com a imunidade celular e 
fazem processos de fagocitose.
Os linfócitos T possuem em suas membranas os receptores (glicoproteínas) alfa e beta TCR e são seus 
marcadores: CD2, CD3 entre outros. Há linfócitos T diferentes, pois reconhecem antígenos diferentes. Os 
linfócitos do tipo T denominados de NK são portadores de “um programa genético” para atacar células 
infectadas por vírus, como também células que sofreram mutações e tornaram‑se tumorais. As células 
NK produzem interferon. Comparativamente, as células NK são maiores que os outros linfócitos B e T, 
possuem núcleo em forma de rim, semelhante ao dos monócitos e macrófagos. Ainda em relação aos 
66
Unidade II
linfócitos do tipo T, estes se apresentam em diferentes tipos: citotóxico, helper e supressor. Há ainda o 
tipo gama/delta.
Os linfócitos T são citotóxicos, ou seja, após a etapa específica de reconhecimento dos antígenos 
pelos receptores de membrana, esses linfócitos produzem linfocinas, entre outras substâncias, as quais 
produzem canais iônicos nas células infectadas como também nas células tumorais, causando a morte 
dessas células (sistema de defesa de base celular).
Em casos de incompatibilidade/rejeição de um determinado órgão após o transplante, é este tipo de 
linfócito que entrou em ação e causou tal incompatibilidade, um exemplo clássico seria a rejeição renal. 
As células helper são as que se relacionam com respostas imunes (sistema de defesa humoral), frente a 
“antígenos estranhos”. Também, após a fase inicial em que agem os receptores de membrana, esses linfócitos, 
uma vez estimulados e ou ativados, produzem interleucinas do tipo IL‑2, a qual atua de maneira autócrina, 
isto é, estimula a proliferação e a diferenciação de outras populações de linfócitos T. Essas células formadas 
produzem “novas linfocinas”, as quais afetam funções de outros tipos de linfócitos T. Essas linfocinas, por 
exemplo, agem no linfócito B diferenciando‑o em plasmócitos, que são células responsáveis pela produção 
dos anticorpos – imunoglobulinas. As células supressoras também podem ser denominadas de reguladoras, 
são linfócitos altamente especializados, com receptores de membrana específicos que atuam suspendendo 
a função de um determinado linfócito T, daí a denominação supressora.
Os monócitos são leucócitos mononucleados e/ou agranulocíticos, constituem‑se em verdadeiras 
células mater do sistema fagocitário mononucleado e/ou mononuclear, pois originam macrófagos e 
histiócitos (células agora conjuntivas apresentadoras de antígeno). Também originam as células ósseas 
denominadas de osteoclastos (responsáveis pela reabsorção óssea) e as células gigantes do tecido 
conjuntivo (formam‑se pela união de vários macrófagos), além da célula de Kupffer (histiócito do fígado), 
da célula de Hofbauer da placenta, da micróglia do sistema nervoso central, da célula de Langerhans 
da epiderme e de células dendríticas (com muitos prolongamentos) dos linfonodos e do baço. São os 
maiores leucócitos, chegam a ter até mais de 18 micrômetros de diâmetro. 
Figura 49 – Observe um leucócito agranulocitico/mononucleado denominado de monócito. Observe a morfologia do 
núcleo que lembra “o rim”. Este tipo celular origina células como os macrófagos e os osteoclastos, respectivamente, 
células que fagocitam no tecido conjuntivo e que fazem a reabsorção óssea. Ao redor do monócito há hemácias. 
Material: sangue periférico; coloração: técnica de Leishman; aumento: 1000x
67
HISTOLOGIA
Os valores, tanto de hemácias como de leucócitos e plaquetas, são diferentes quando de uma 
comparação entre o recém‑nascido (neonato) e o adulto. 
As porcentagens do hemograma (eritrograma e leucograma) na espécie humana, comparativamente 
entre um homem e uma mulher adulta, pode ser representada por milímetro cúbico ou por microlitro (µL).
Tabela 1
Glóbulos e % Homem Mulher
Vermelho (hemácias) 4,5 até 6,0 milhões – 39% até 50% 4,0 até 5,4 milhões – 35% até 45%
(*) Reticulócitos ou hemácias jovens 0,5 até 2,5 % do número de hemácias 0,5 até 2,5% do número de hemácias
Branco (leucócitos) 4.500 até 11.500 4.500 até 11.500
Neutrófilos 50% até 70% 2.300 até 8.000 2.300 até 8.000
Eosinófilos – 1% até 3% Até 400 Até 400
Basófilos – 0% até 2% Até 100 Até 100
Linfócitos –18% até 42% 800 até 4.800 800 até 4.800
Monócitos – 2% até11% 450 até 1.300 450 até 1.300
Plaquetas (trombócitos) 150.000 até 450.000 150.000 até 450.000
(*) o aumento na porcentagem de reticulócitos tanto no homem como na mulher indica quadro clínico de 
hemorragia interna.
Hemorragia é a saída do sangue para fora dos vasos (derrame de sangue), pode ocorrer de forma 
espontânea como nas diáteses hemorrágicas (indivíduo com quadro clínico com tendência a hemorragia) 
e por traumatismos (acidentes). Em alguns tipos de tumores, em certas inflamações agudas e também 
em doenças degenerativas (úlceras) ocorrem lesões vasculares e, portanto, hemorragias.
Os quatro grupos sanguíneos principais nos seres humanos são: A, B, AB e O (sistema ABO). Esses 
grupos envolvem três antígenos denominados de A, B e O, os quais são os responsáveis pela determinação 
do grupo ABO. Os genes que codificam o sistema ABO estão localizados no cromossomo 9. O gene 
alelo O é recessivo, enquanto os genes alelos A e B são codominantes. Os indivíduos do grupo O são 
denominados doadores universais porque possuem ambos os anticorpos, anti – A e anti – B, em seu soro 
e nenhum antígeno A nem B nas suas hemácias. Já os indivíduos com antígenos A, possuem anticorpos 
anti – B séricos que são direcionados contra o antígeno B. Por sua vez, os indivíduos com antígenos B 
possuem anticorpos anti – A séricos que serão direcionados contra os antígenos A.
Os indivíduos que são os receptores universais (do grupo AB), não possuem anticorpos direcionados 
contra os antígenos A nem B. Os antígenos, quimicamente, são glicoproteínas e glicolipídios, localizam‑se 
na superfície externa da membrana das hemácias e estão ligados às proteínas integrais de membrana 
denominadas glicoforinas. Numa transfusão sanguínea incorreta, os anticorpos do indivíduo receptor 
atacarão as hemácias recebidas (do doador), realizando destruição destas (reação hemolítica de transfusão). 
Em resumo, o indivíduo portador do grupo sanguíneo AB pode receber sangue de indivíduosA, B, AB e O. 
Indivíduos do grupo A podem receber sangue de indivíduos do mesmo grupo como também de indivíduos 
do grupo O. Indivíduos do grupo B podem receber sangue de indivíduos do mesmo grupo como também 
de indivíduos do grupo O. Indivíduos do grupo O só podem receber sangue de indivíduos do grupo O.
68
Unidade II
Portanto, conclui‑se que o grupo O é o doador universal e o grupo AB é o receptor universal. 
Atualmente, esses processos de transfusões sanguíneas só ocorrem em caso de escassez de sangue 
nos hospitais, pois, havendo boas quantidades de sangue nos bancos de sangue, as transfusões 
são assim realizadas: A doa para A, B doa para B, AB doa para AB e O doa para O; e/ou A só recebe 
de A, B só recebe de B, AB só recebe de AB e O só recebe de O. O “grupo” sistema sanguíneo Rh recebeu 
essa denominação devido ao antígeno Rhesus (Rh) do macaco do gênero Rhesus. Esse antígeno é um 
polipeptídio transmembrana que compartilha os locais antigênicos com as hemácias do macaco do 
gênero Rhesus. Ocorre a expressão apenas dos antígenos denominados de C, D e E. Quando o indivíduo 
possuir apenas um desses antígenos (C, ou D ou ainda E) é dito que é Rh positivo. Esses antígenos 
estimulam a produção de anticorpos anti Rh em indivíduos sem os mesmos antígenos. Exemplo de 
situação: pai Rh positivo homozigoto (possui genótipo assim representado RR); mãe portadora de Rh 
positivo homozigota (também possui genótipo RR). Como o filho é gerado na mãe e será portador de 
genótipo RR e é Rh positivo, não ocorrerá reação de incompatibilidade. Porém, se a mãe for Rh negativo, 
seu genótipo será rr e seu filho será Rr, logo, será heterozigoto e portador do fator Rh positivo. Mãe 
negativa e filho positivo surge incompatibilidade sanguínea.
 Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o caso da eritroblastose 
fetal – consulte conteúdos da Ciência Genética:
OSÓRIO, M. R. B.; ROBINSON, W. M. Genética humana. 3. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2013.
O sufixo “penia” indica baixa porcentagem de glóbulos sanguíneos, assim, eritropenia é a baixa taxa 
de eritrócitos (de hemácias‑ de glóbulos vermelhos), leucopenia é a baixa taxa de leucócitos, linfopenia 
é a baixa taxa de linfócitos, plaquetopenia é a baixa taxa de plaquetas, e assim sucessivamente. 
Leucocitose designa aumento de leucócitos; já linfocitose, o aumento de linfócitos; eritrocitose, o 
aumento de hemácias.
Macrócitos e micrócitos são denominações atribuídas, respectivamente, a hemácias maiores e 
menores que 7 µm (é o processo da anisocitose). Anemia é a denominação dada para a baixa taxa 
de oxigenação nas células. Há diferentes tipos de anemias: hipocrômica, aplástica, megaloblástica, 
perniciosa, hemolítica, falciforme, ferropriva. Policitemia é o aumento de hemácias por milímetro 
cúbico. A baixa taxa de oxigenação que ocorre em grandes altitudes, causa a policitemia, a qual é 
classificada em: vera ou primária. A leucemia é um tipo de leucocitose e tal expressão só deve ser 
aplicada nas patologias malignas (leucemias crônicas, crônica mieloide, entre outras). Leucotaxia é um 
caso de leucocitose por estímulos químicos. Diapedese é a migração leucocitária (saída de leucócitos 
dos capilares para o tecido conjuntivo). Já a expressão infiltração leucocitária é a saída do leucócito 
do capilar para o tecido conjuntivo e deste, por exemplo, para o tecido epitelial (aqui o leucócito não 
desempenha suas funções no tecido conjuntivo, mas sim no tecido epitelial).
69
HISTOLOGIA
As plaquetas (trombócitos) são fragmentos citoplasmáticos, originários das células da medula óssea 
denominada de megacariócitos. Apresentam forma irregular e dimensões compreendidas entre 2 a 5 µm. 
Anucleadas, aparecem aglutinadas nos esfregaços sanguíneos, com coloração azul‑clara (hialômero) e com 
grânulos corados em púrpura (cromômero). O número de plaquetas no homem adulto é de 150.000 até 
450.000 por milímetro cúbico de sangue. As plaquetas duram de 7 a 9 dias. A função das plaquetas é a 
hemostasia ou coagulação sanguínea (é a formação de uma trama de fibras para reter o sangue, isto é, as 
células do sangue e consequentemente o plasma sanguíneo).
Figura 50 – Observe as plaquetas na parte central “fragmentos celulares”. Ao redor das plaquetas, estão presentes 
os glóbulos vermelhos/hemácias/eritrócitos. Essas células são anucleadas. Em algumas delas, é possível a observação 
 de uma área clara central. Isto se deve ao fato de a hemácia possuir morfologia de um disco bicôncavo. 
Material: sangue periférico; coloração: técnica de Leishman; aumento: 1000x
Os mecanismos de coagulação sanguínea são:
• via intrínseca – dentro dos vasos;
• via extrínseca – hemorragia.
São exemplos de via intrínseca: lesões no endotélio e ação do fator X; trombose; gangrena; infarto 
agudo do miocárdio – IAG e aterosclerose; acidente vascular cerebral – AVC.
São exemplos de via extrínseca: ação da tromboplastina/tromboquinase (fator VII), que é um ativador 
do fator X.
O fator VII (tromboplastina), mais cálcio, mais tromboplastina, todos juntos ativam o fator X. 
A protrombina converte‑se em trombina pela ação do fator X. A trombina age sobre o fibrinogênio, 
tipo de proteína plasmática produzida pelo fígado, originando (catalisando) a fibrina. O potássio 
possui importante função nesta transformação. A calcemia (taxa de cálcio no sangue) é de suma 
importância no processo da coagulação sanguínea (hemostasia). O soro é o líquido amarelo liberado 
do coágulo.
70
Unidade II
 
Fígado Vitamina K
Protrombina (proteína)
Trombina
Fibrinogênio
Tromboplastina ou 
tromboquinase
Fibrina
(Proteína solúvel 
do plasma)
(Proteína 
insolúvel)
+ Glóbulos
Ca++
(Proteína com função 
enzimática)
(Proteína com função 
enzimática)
Coágulo
Figura 51 – Esquema do processo da coagulação sanguínea
A plaquetopenia (trombocitopenia) é a baixa porcentagem de plaquetas por milímetro cúbico no 
sangue periférico, acarretando problemas na hemostasia. Paciente com plaquetopenia não pode ser 
submetido a ato cirúrgico.
A hemofilia é uma condição biológica anormal, há um defeito genético (anomalia) no cromossomo 
sexual (X) e não nos cromossomos autossomos. É recessivo e como afirmado é localizado no 
heterocromossomo X. É transmitida aos filhos homens (que a revelam clinicamente) por mães portadoras 
do gene, mas só ocorre em mulheres numa frequência de 1:100.000.000 (é praticamente inexistente em 
mulheres). Em homens a frequência de hemofilia é de: 1: 10.000. Na hemofilia não há sínteses por parte 
dos megacariócitos (células que originam as plaquetas) de certos fatores intrínsecos da coagulação, 
como a tromboplastina ou tromboquinase.
Exemplo de aplicação
Os conhecimentos descritos sobre a histologia do sangue periférico permitem ao estudante 
comparar o seu hemograma e de sua família com os dados aqui obtidos, concluindo e ao mesmo 
tempo “fiscalizando” os resultados fornecidos pelo laboratório de análises clínicas. Construa uma 
tabela ao longo de alguns anos com os dados obtidos nos hemogramas, pois você poderá contribuir 
com o seu médico em futuros diagnósticos. Lembre‑se de que o hemograma é um importante 
exame clínico.
6.1.2 Tecidos conjuntivos de sustentação: cartilaginoso e ósseo
O tecido cartilaginoso forma as cartilagens e o tecido ósseo forma os ossos. Ambos os tecidos 
apresentam grandes semelhanças (função de suporte) e grandes diferenças (cartilagens são avasculares 
e não mineralizadas e ossos são vascularizados e mineralizados). Enquanto as peças cartilaginosas 
fornecem suporte, revestem superfícies articulares e se relacionam com o crescimento em comprimento 
71
HISTOLOGIA
dos ossos longos (osteogênese endocondral), os ossos constituem a maior parte do esqueleto, fornecem 
proteção ao sistema nervoso central (SNC) e aos órgãos medulares (medula óssea) e se constituem 
também em reserva de cálcio (manutenção da calcemia).
6.1.2.1 Tecido cartilaginoso
Este tecido é um tipo especial de tecido conjuntivo com maior rigidez. A rigidez da cartilagem(do seu material ou matriz extracelular) é dada pela quantidade de fibras e fibrilas de colágeno que 
se encontram na substância fundamental amorfa, a qual é muito rica em ácido hialurônico. Possui 
como funções a capacidade de absorver choques mecânicos, suportar tecidos moles, revestir superfícies 
articulares e facilitar o deslizamento dos ossos nas articulações.
As funções do tecido cartilaginoso dependem dos componentes da matriz, que pode ser formada 
por colágeno e elastina ou somente colágeno, associados com macromoléculas – de proteoglicanos –, 
ácido hialurônico e glicoproteínas. É importante lembrar que o tecido cartilaginoso é avascular e recebe 
sua nutrição através do pericôndrio, formado por tecido conjuntivo denso modelado e que contém 
vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, suprindo a ausência desses componentes no tecido cartilaginoso. 
Porém, as cartilagens articulares não possuem pericôndrio em sua superfície de contato com o osso, sua 
nutrição ocorre através do líquido sinovial das cavidades articulares.
 Observação
O tecido cartilaginoso possui baixo metabolismo, pois o condrócito 
degrada a glicose por meio do processo anaeróbico, formando ácido lático 
num processo de fermentação; as células condrócitos vivem em baixíssimas 
taxas de oxigênio, todos os nutrientes para essas células se difundem a 
partir dos capilares existentes no pericôndrio. Essa difusão ocorre pela água 
de solvatação existente na matriz (na substância fundamental amorfa). 
Estudos comprovam que o funcionamento dos condrócitos é dependente 
de hormônios, assim, a produção de mucopolissacarídeos ácidos sulfatados 
é estimulada pelo hormônio do crescimento (GH ou STH), pela tiroxina 
(T3) e pelo andrógeno testosterona, e diminuída pela ação dos hormônios 
estradiol, cortisona e hidrocortisona.
Assim como em outros tipos de tecido conjuntivo, o tecido cartilaginoso também possui suas 
células, conhecidas como condrócitos, localizadas em cavidades na matriz e secretoras de colágeno – 
principalmente colágeno tipo II –, proteoglicanos e glicoproteínas. Essas cavidades presentes na matriz 
cartilaginosa são chamadas de lacunas e podem conter um ou mais condrócitos.
A homeostase hormonal é muito importante para o funcionamento do tecido cartilaginoso, 
uma vez que o funcionamento dos condrócitos depende dessa dosagem hormonal adequada. A formação 
de proteoglicanos é diminuída através da liberação de cortisona, estradiol e hidrocortisona; 
72
Unidade II
a produção de proteoglicanos é acelerada através da liberação de testosterona e tiroxina. Já a 
liberação de somatomedina C estimula a multiplicação de condroblastos e, consequentemente, o 
crescimento cartilaginoso.
Sabemos que nosso organismo possui diferentes necessidades e essa diversidade funcional faz com que 
as cartilagens se dividam em três tipos: (1) cartilagem hialina, (2) cartilagem elástica e (3) cartilagem fibrosa.
Cartilagem hialina
Este é o tipo mais frequente de cartilagem, possui coloração branco‑azulada e translúcida quando 
a fresco. Forma o esqueleto do embrião que depois sofrerá ossificação. Durante o crescimento temos, 
nos ossos longos, entre a epífise a diáfise, uma região conhecida como metáfise que é responsável pelo 
crescimento dos ossos em extensão. Na fase adulta, encontramos cartilagem hialina, principalmente, na 
traqueia, nos brônquios, nas fossas nasais, na região ventral das costelas e nas articulações que possuem 
grande mobilidade.
Na cartilagem hialina há entre 60 até 80% de água associada a compostos orgânicos, as outras 
porcentagens são de colágeno do tipo II (15%) e condrócitos (5%).
Nos perímetros da cartilagem hialina, os condrócitos possuem formato mais alongado, característica 
que não se mantém quando nas regiões mais profundas do tecido, onde eles se apresentam com formato 
mais arredondado e agrupados. Esses grupos possuem até oito células e são conhecidos como grupos 
isógenos, uma vez que suas células são formadas a partir de um único condroblasto.
Figura 52 – Observe externamente em róseo avermelhado o pericôndrio, abaixo deste, 
condroblastos e mais centralmente os grupos isógenos de condrócitos. Micrografia da 
cartilagem hialina da traqueia. Material: cartilagem hialina da traqueia; coloração: HE
73
HISTOLOGIA
Figura 53 – Observe células cartilaginosas denominadas de condroblastos e de 
 condrócitos. Elas estão localizadas internamente na cartilagem e ficam agrupadas 
(mais à direita do campo), enquanto os condroblastos se posicionam mais perifericamente, 
próximos aos fios róseos de colágeno que revestem a cartilagem (pericôndrio). 
Material: cartilagem hialina da traqueia; coloração: HE; aumento: 400x
O crescimento das cartilagens ocorre através de dois processos, conhecidos como crescimento 
aposicional e crescimento intersticial. O crescimento aposicional das cartilagens ocorre a partir 
das células mesenquimais localizadas no pericôndrio. Essas células guardam potencialidades para 
transformarem‑se em condroblastos e estes posteriormente em condrócitos, conclui‑se, assim, que este 
tipo de crescimento ocorre da periferia para o centro. 
Já, no processo do crescimento intersticial, os condrócitos existentes na matriz cartilaginosa (os 
grupos isógenos de condrócitos) realizam divisões mitóticas e dessa maneira promovem o crescimento 
da cartilagem de dentro para fora.
Cartilagem elástica
A cartilagem elástica é muito semelhante à cartilagem hialina, porém é menos sujeita a processos 
degenerativos e possui grande quantidade de fibras elásticas contínuas com as do pericôndrio. A elastina 
dá um tom amarelado a esse tipo de cartilagem, quando analisado a fresco. Também possui pericôndrio 
envolvendo‑a, sua principal forma de crescimento é por aposição.
Esse tipo de cartilagem é encontrado no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, no pavilhão 
auditivo, na epiglote e na laringe.
74
Unidade II
Figura 54 – Fotomicrografia de corte de cartilagem elástica, corada para fibras elásticas. 
As células não foram coradas. Coloração: resorcina; aumento: médio.
Cartilagem fibrosa
Essa cartilagem também é conhecida como fibrocartilagem e apresenta‑se com características entre 
a cartilagem hialina e o tecido conjuntivo denso. Por sempre estar associada a esse tecido conjuntivo 
denso, é difícil definir o limite entre ele e a fibrocartilagem.
Esse tecido possui pouca substância fundamental, limitada à proximidade das lacunas que abrigam 
os condrócitos. Possui grande quantidade de fibras colágenas do tipo I e, diferentemente das cartilagens 
hialina e elástica, a fibrocartilagem não possui pericôndrio.
A cartilagem fibrosa é encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos de ligação entre os tendões 
(e ligamentos) e os ossos.
Figura 55– Fotomocrografia de fibrocartilagem. 
Coloração: picrosirius‑hematoxilina; aumento: médio
75
HISTOLOGIA
6.1.2.2 Tecido ósseo
O tecido ósseo serve para proteger órgãos vitais, sustentar tecidos moles e apoiar os músculos 
esqueléticos, ajudando na sustentação e movimentação do corpo. Além disso, serve como depósito 
de cálcio e fosfato. Esse tecido também é considerado um tipo especializado de tecido conjuntivo, 
formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea.
Sua matriz óssea é composta de uma parte inorgânica (cerca de 50% do peso da matriz óssea), cujos 
íons encontrados, além do cálcio e do fosfato, são magnésio, bicarbonato, potássio, sódio e citrato. 
A parte orgânica da matriz óssea é formada por fibras colágenas do tipo I (95%) e pequenas quantidades 
de proteoglicanos e glicoproteínas. A união entre os cristais de hidroxiapatita e as fibras de colágeno é 
responsável pela resistência e rigidez do tecido ósseo.
O tecido ósseo possui três tipos de células, (1) osteócitos – são os osteoblastos adultos, maturos, 
que realizam a manutenção da matriz óssea. Ficam localizados nas lacunas, no interior da matriz óssea; 
(2) osteoblastos – síntese da parte orgânica da matriz óssea e osteonectina quefacilita a deposição 
de cálcio. Ficam localizados nas superfícies ósseas; (3) osteoclastos – originados a partir de diapedese 
dos monócitos, são células multinucleadas, de citoplasma eosinófilo e relacionadas com a reabsorção da 
matriz óssea, logo, responsáveis pela calcemia e pela remodelação óssea.
Apesar do tecido ósseo ser vascularizado, não existe passagem de substância pela matriz óssea, 
sendo assim, a nutrição dos osteócitos acontece através dos canalículos na matriz que permitem a 
comunicação entre os capilares sanguíneos e os osteócitos. Assim como no tecido cartilaginoso, o 
tecido ósseo também possui um revestimento membranoso conhecido como periósteo (revestimento 
da superfície externa) e endósteo (revestimento da superfície interna)
Tipos de ossos
• Imaturo ou primário (sem lamelas ósseas). 
• Maturo ou secundário (com lamelas ósseas). Este último apresenta‑se nas formas:
— esponjoso ou trabeculado/trabecular; e
— compacto ou haversiano.
Em relação às localizações dos ossos e às respectivas formações osteogênicas (osteogênese 
intramembranosa e osteogênese endocondral) pode‑se afirmar que ossos imaturos (não calcificados) 
são encontrados na vida pós‑natal (após o nascimento), nas fontanelas do crânio e em áreas de reparos 
de fraturas enquanto não ocorrer o processo de mineralização (calcificação).
Os ossos maturos (mineralizados) do tipo compacto ou haversiano ocorrem nas diáfises dos 
ossos longos, enquanto os do tipo esponjoso ou trabeculado ocorrem nas epífises dos ossos longos e 
constituem ainda os ossos chatos e curtos do sistema esquelético. Entre as trabéculas ou traves ósseas 
76
Unidade II
há medula óssea, e ambas juntas com vasos sanguíneos, nervos, periósteo e endósteo constituem o 
osso esponjoso ou trabecular/trabeculado. Assim, o osso da calota craniana é classificado como do tipo 
esponjoso, é um díploe, pois possui em suas extremidades áreas compactas. Sobre a origem do tecido 
ósseo (osteogênese), tal processo pode ocorrer pelo mecanismo de ossificação intramembranoso e pelo 
endocondral. Na ossificação intramembranosa ocorre a concentração de células mesenquimais em áreas 
bem vascularizadas; devido à presença de membranas de revestimento periósteo e endósteo, surge a 
expressão “intra” + “membrana” = intramebranosa.
O osso surge por atividade celular dos osteoblastos realizando aposição óssea. Os osteoblastos 
surgem a partir das células mesenquimais. Essas membranas são de suma importância, pois apresentam 
às células mesenquimais, além de fibroblastos e fibrócitos, fibras colágenas e vasos sanguíneos. Essa 
ossificação ocorre em ossos chatos, curtos e longos, sendo responsável pelo crescimento em espessura 
(largura), isto é, no menor eixo dos ossos longos, além de consolidar fraturas.
Periósteo
Canal de Volkmann
Canal de Havers
Sistema 
de Havers
Figura 56 – Representação esquemática da estrutura do osso compacto, ilustrando sua 
histologia: sistema de Havers, canais de Havers e de Volkmann e lamelas ósseas
 Lembrete
O tecido cartilaginoso forma órgãos que são as cartilagens e o tecido ósseo 
forma órgãos que são os ossos. Cartilagens e ossos originam‑se de células 
mesenquimais, são tecidos conjuntivos, porém, cartilagens são avasculares e 
sofrem reparações e ossos são vascularizados e sofrem regenerações.
A zona da cartilagem que sofre o início do processo é a “zona de repouso”. Nesta zona age de forma 
direta o hormônio do crescimento; e também, de forma indireta, o hormônio somatomedina, fabricado 
pelo fígado (o fígado foi estimulado pelo hormônio do crescimento para fabricar a somatomedina). 
Assim, os condrócitos estimulados iniciam processos de mitoses originando fileiras de células, as quais 
constituem a zona “seriada”; nesta zona seriada, a ação dos hormônios do crescimento e da somatomedina 
promovem o crescimento dos condrócitos, os quais se tornam hipertrofiados (aumento do volume 
77
HISTOLOGIA
celular), constituindo a zona “hipertrófica”. Os condrócitos neste estado metabólico sofrem a ação dos 
mesmos hormônios e acabam rompendo‑se, logo, deixando de existir. Essa zona é denominada de “erosão”. 
Células mesenquimais passam a povoar essas áreas de erosão e são estimuladas a transformarem‑se 
em osteoblastos, os quais iniciam a produção de tecido ósseo no interior de um determinado molde 
cartilaginoso (que constituía o disco epifisário). O processo de ossificação endocondral é responsável 
pelo crescimento do osso em comprimento, isto é, no maior eixo, que ocorre nos ossos longos, como no 
fêmur, tíbia e fíbula.
Os esteócitos dispõem‑se geralmente de forma concêntrica constituindo os sistemas de Havers 
(sistemas nutridores do osso, são formações circunferências internas/adjacentes ao endósteo e externas/
adjacentes ao periósteo). O tecido ósseo esponjoso apresenta metabolismo suficiente para processos 
de modelação e ou remodelação (o osso é duro – mineralizado, porém é dotado de propriedade de 
plasticidade). Quando é aplicada uma determinada força (pressão) no osso, essa área sob pressão será 
reabsorvida pelas células denominadas de osteoclastos. Do lado oposto ao da pressão dada, isto é, no 
lado que agora encontra‑se sob tensão ou tração, surgem os osteoblastos com função de produção 
de novas camadas de osso. Mantendo‑se essas áreas sem novas forças aplicadas, ocorre o processo de 
calcificação do osso e, portanto, afirma‑se que ocorreu remodelação óssea (caso típico ocorre quando 
da aplicação de técnicas da ciência Ortodontia). 
Sistema de Havers
Sistema intermediário
Canal de Volkmann
Canal de Havers
Figura 57 – Material: osso secundário lamelar ou haversiano, desmineralizado; coloração: Schmorl; aumento: grande
 Observação
O osteócito, num determinado momento, foi osteoblasto. O osteoblasto, 
num determinado momento, foi célula mesenquimal indiferenciada. 
Logo, o osteócito foi também célula mesenquimal indiferenciada. Cada 
uma das células citadas possui localização e função típica. Assim, célula 
mesenquimal e osteoblastos localizam‑se sempre nas periferias ósseas, 
enquanto osteócitos, sempre imersos na matriz óssea.
O processo de reparação de fraturas e calo ósseo ocorre da seguinte forma: nas fraturas, ocorre 
sempre hemorragia local, pelo traumatismo nos vasos do osso e do periósteo, além da destruição da 
78
Unidade II
matriz e morte de células ósseas no local traumatizado. Para que a reparação inicie, o coágulo sanguíneo 
e as células danificadas, como também a matriz lesada, devem ser fagocitadas pelos macrófagos. As 
membranas conjuntivas de revestimento do osso (periósteo e endósteo) próximo à fratura respondem 
com intensa proliferação de fibroblastos, constituindo um tecido muito rico em células (forma‑se um 
colar de células ao redor da fratura, o qual também penetra entre as extremidades ósseas rompidas). 
Neste colar surge tecido ósseo imaturo, tanto por ossificação intramembranosa como endocondral, 
neste último processo, devido a pequenos pedaços de cartilagem hialina que aí surgiram. Após um 
período de tempo, aparece um “calo ósseo” formado por tecido ósseo imaturo que se originou de 
forma desordenada, porém, que une as áreas fraturadas. Com o passar das semanas, o osso volta às 
suas atividades, sofre as trações do dia a dia e estas determinam a remodelação do “calo ósseo”. Esse 
tecido primário do “calo” será reabsorvido e substituído pelo tecido ósseo lamelar. Agem no processo de 
remodelação os osteoclastos e os osteoblastos.
A osteoporose é uma das doenças ósseas mais comuns. Caracteriza‑se pela perda da densidade 
óssea (pouca atividade na síntese e manutenção óssea e reabsorção óssea constante), respectivamente, 
pelas células osteoblastos/osteócitos e osteoclastos. Há três tipos de osteoporose: primária (tipo I), 
primária (tipo II) e a secundária. A tipo I ocorre em mulheres pós‑menopausa (por volta dos 50 anos); 
a tipo II é observada na idade bem‑senil (por volta de 70/80 anos) e a secundária é causada pela 
ação de medicamentos (fármacos como os corticoides,

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