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Prof. Cristiano Saldanha Distúrbios neurológicos Aula de Neuro e Assistência de enfermagem no TCE O Cérebro O cérebro, ou encéfalo, é o seu órgão mais poderoso. Não chega a pesar 1,5 kg. Sua textura é semelhante a de uma gelatina firme. Prof. Cristiano O tronco cerebral encontra-se embaixo do cérebro, na frente do cerebelo. Liga o cérebro à medula espinhal e controla funções involuntárias como respiração, digestão, ritmo cardíaco e pressão arterial. Possui três partes principais : O cérebro preenche a maior parte do seu crânio. Está envolvido com as lembranças, resolução de problemas, pensamentos e sentimentos. Também controla os movimentos. O cerebelo encontra-se na parte de trás de sua cabeça, abaixo do cérebro. Controla a coordenação e o equilíbrio. O Cérebro O cérebro é alimentado por uma das redes de vasos sanguíneos mais ricas do corpo. A cada batimento cardíaco, as artérias transportam de 20 a 25% do seu sangue para o cérebro, onde bilhões de células utilizam cerca de 20% do oxigênio e da glicose que o sangue transporta. Quando você está pensando muito sobre algo, seu cérebro pode usar até 50% de oxigênio e glicose. Toda a rede de vasos inclui veias e vasos capilares, além das artérias. Linhas de alimentação Os sinais que formam a memória e o pensamento se movimentam por meio de uma célula nervosa individual como uma minúscula carga elétrica. As células nervosas entram em contato por meio de sinapses. Quando uma carga elétrica alcança uma sinapse, ela pode provocar a liberação de pequenas explosões de substâncias químicas, os chamados neurotransmissores. Os neurotransmissores viajam através da sinapse, transportando sinais para outras células. . A sinalização das células Regiões e funções TCE – traumatismo cranioencefálico Fisiologia do encéfalo Anatomia do SNC Anatomia do SNC Três meninges • Dura-máter - tecido fibroso resistente – aderida ao crânio - reveste a abóbada craniana • espaço epidural (virtual) - artérias meníngeas médias – • espaço subdural (real) – veias cerebrais • Aracnóide – “teia de aranha” – muitos vasos sanguíneos cerebrais abaixo dela e entre a Pia-máter. LCR - no espaço subaracnóide – produzido no sistema ventricular do cérebro e circunda o encéfalo e a medula espinhal – “amortecedor” de impactos sobre o cérebro. • Pia-máter – aderida ao cérebro - Traumatismo Crânio Encefálico Principal causa de morte em jovens Ocorre quando há algum impacto na cabeça, lesando estruturas internas e/ou externas Causas : acidentes automobilísticos, quedas, agressões interpessoais, etc. O crânio é uma estrutura óssea rígida que abriga o cérebro. Se o cérebro sofrer expansão por edema ou se houver uma hemorragia que o pressione, ele não tem como sair do crânio. TIPOS DE TRAUMA CRANIANO 2. Lesões cerebrais Concussão cerebral – TCE leve Edema mínimo. Pode causar amnésia temporária ou confusão mental. O paciente pode apresentar cefaléia, náuseas e vômitos, devendo permanecer em observação. Fraturas de base de crânio – TCE grave Ocorre perda de LCR pelo ouvido (otoliquorréia) ou pelo nariz (rinoliquorréia) e/ou equimose mastóidea (Sinal de Battle - contusão cerebral com repercussão cervical + base do crânio), sinal de guaxinim (hematoma orbitário) Sinal de batle Hematoma retroauricular Sinal de guaxinim – Hematoma obitário Bilaterla ou unilateral Rinorragia ou epistaxe otorragia Abertura ocular Espontânea = 4 Ao comando verbal = 3 À dor = 2 Ausente = 1 Resposta motora Obedece comandos = 6 Localização à dor = 5 Flexão inespecífica (retirada) = 4 Flexão hipertônica (decorticação) = 3 Extensão hipertônica (descerebração) = 2 Sem resposta = 1 Resposta verbal Orientado e conversando = 5 Desorientado e conversando = 4 Palavras inapropriadas = 3 Sons incompatíveis = 2 Sem resposta = 1 Letra D - Escala de Coma de Glasgow Quanto à gravidade clínica TCE leve - Glasgow 14 a 15 TCE moderado - Glasgow 9 a 13 TCE grave - Glasgow 3 a 8 TIPOS DE TRAUMA CRANIANO Hematoma intracraniano Hematoma epidural Hematoma epidural + TC Hematoma epidural O hematoma epidural é o acúmulo de sangue entre a dura-máter (membrana que reveste o cérebro) e o crânio. Este hematoma é tipicamente causado por um trauma agudo na cabeça que rompe a artéria meníngea média. O paciente com hematoma epidural pode apresentar perda de consciência com recuperação após alguns minutos ou horas. Porém, posteriormente, o paciente sofre deterioração mental e algumas vezes, coma. Se não tratado, pode causar danos neurológicos irreversíveis, aumento da pressão sanguínea, problemas respiratórios e morte. Apenas de 10 a 27% dos pacientes apresentam os sintomas clássicos. Outros sintomas são cefaléia, vômito e convulsão. O hematoma epidural é diagnosticado através da tomografia Computadorizada. Hematoma subdural + TC Hematoma subdural – sangramento entre a menínge dura-máter e aracnóide TIPOS DE TRAUMA CRANIANO Hematoma intracraniano TIPOS DE TRAUMA CRANIANO Hemorragia subaracnóide – sangramento abaixo da membrana aracnóide. O sangue no espaço subaracnóide não pode penetrar no espaço subdural. Como raramente causa efeito de massa, não necessita de cirurgia para descompressão. Hematoma intracraniano PROTOCOLO DE ATENDIMENTO À VÍTIMA COM TCE - BTLS Na sala de Trauma ou Unidade de Paciente Grave -UPG Estabilização do paciente em Coma com Ins. Respiratória Observar nível de consciência - Escala de glasgow Realizar o ABCDE- Suporte avançado A - Abertura das Vias aéreas B – Ventilação - suporte avançado - máscara + ambú +O2 C – Monitorização cardíaca Oxímetro de pulso /PNI – Pressão não invasiva - P.A Punção venosa com jelco 16 ou 18 para reposição volêmica Intubação + AMBÚ +O2 - 100% Intubação + Respirador – modo controlado D – Verificação de déficit neurológico – AVDI – Escala de Glasgow E – Exposição do paciente A e B - Respiração B – Ventilação - suporte avançado - máscara + ambú +O2 Intubação + AMBÚ +O2 - 100% Intubação + Respirador – modo controlado Ver vídeo Máscara de venturi com reservatório de O2 Sistemas de alto fluxo de O2: -máscara "Venturi“ com reservatório de O2 -Máscara + ambú e O2 Ambú + máscara com reservatório Estabilização na UPG TRATAMENTO: Tratamento cirúrgico: Craniotomia descompressiva. Tratamento clínico A) Busca estabilizar o paciente hemodinamicamente; B) Manejo e proteção da via aérea, ventilação controlada, para manter pCO2 normal ou baixa. ATLS – ABCDE da vida Avaliação apropriada para cirurgia (menor de 4 horas após o traumatismo). C) Manutenção do fluxo sanguíneo cerebral. D) Tratamento da hipertensão intracraniana (PIC): Elevação da cabeceira da cama a maior de 30º e manter em aproximadamente entre 45º para favorecer a drenagem venosa. Neurocirurgia Assistir vídeo A craniotomia é uma abertura cirúrgica do crânio, com o objetivo de se obter acesso às meninges ou à massa encefálica. Após uma série de trepanações, utiliza-se uma serra de Gigli para que o osso entre os furos seja serrado, e então a área óssea delimitada pelas trepanações é retirada, dando acesso imediato à dura-máter. Cuidados de enfermagem no pós-operatório • Avaliação neurológica após o procedimento cirúrgico • Aplicar Escala de Glasgow; • Monitorização da Pressão Intracraniana (PIC); • Implementar cuidados com Monitorização da Pressão • • Manter os drenos fechados (DVE, Porto Vac)• durante o transporte. • Oxigenioterapia • • Realizar cuidados com oxigenioterapia conforme • prescrito. • • Implementar cuidados com a oxigenioterapia – por ventilação mecânica; • • Verificar oximetria de pulso. Derivação Ventricular Externa Cuidados de enfermagem no DVE Derivação Ventricular Externa A Derivação Ventricular Externa (DVE) é um sistema fechado de drenagem usado em procedimento neurocirúrgico. Comumente é utilizada no tratamento e acompanhamento dos casos de Hipertensão Intracraniana, além do controle da drenagem liquórica em pacientes com complicações ventriculares e/ou tratamentos de Hemorragias. Incisão cirúrgica + DVE Curativo asséptico feito com luva estéril, mascara cirúrgica e álcool a 70%. Pressão intra-craniana A medida real da PIC é sempre invasiva, as medidas terapêuticas são iniciadas quando a pressão ultrapassa =05 a 10 mmHg. Cuidados de enfermagem com o DVE BOLSA COLETORA DO SISTEMA DE DRENAGEM É POSICIONADA Á UMA CERTA ALTURA ACIMA DO FORAME MONRO ( ESTÁ ALTURA REPRESENTA GRADIENTE HIDROSTÁTICO A SER VENCIDO PELA PRESSÃO INTRAVENTRICULAR PARA QUE OCORRA DRENAGEM LIQUÓRICA). Fechar o cateter de DVE durante o transporte ou quando abaixar a cabeceira a zero grau, evitando o risco de drenagem excessiva do líquor. Nunca esquecer de abrir depois dos procedimentos. Solicitar da equipe clínica, qual o limite de drenagem. Desprezar a bolsa coletora quando atingir 2/3 de sua capacidade. Ao manipular a via de saída da bolsa, manter técnica asséptica. Registrar o tempo de permanência do cateter, comunicar à equipe após 10 dias.(PODE VARIAR DE UM SERVIÇO PARA OUTRO). Realizar curativo na região peri-cateter uma vez por dia e, se necessário. Observar se há extravazamento de líquor ou sinais flogísticos. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Problema 01 - Risco de infecção Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção relacionada a procedimentos invasivos, exposição ambiental a patógenos aumentada e defesas primárias inadequadas. Objetivos: Evitar infecção através da diminuição de exposição aos fatores de risco. Ações de Enfermagem: Uso de antibióticos conforme prescrição médica; Uso correto de técnicas assépticas com rigor; Manter ferida cirúrgica sempre limpa (troca de curativos a cada quatro horas); Observar sinais e sintomas de infecção; Lavar as mãos antes e depois dos procedimentos; Resultados Esperados: Não manifesta sinais e sintomas de infecção; Paciente não apresenta sinais flogísticos na ferida cirúrgica Problema 02 - Dor Diagnóstico de Enfermagem: Dor caracterizada por comunicação verbal de dor, expressão facial de dor e autoconfusão, relacionada a estiramento de órgãos e infecção. Objetivo: Evitar as experiências desagradáveis proporcionadas pela dor, através da extirpação dos fatores desencadeadores da mesma ou da terapêutica analgésica. Ações de Enfermagem: Administrar os medicamentos prescritos, minimizando as dores da paciente; Saber a intensidade da dor da paciente, através de uma escala de 0 a 10; Manter um ambiente seguro e agradável, proporcionando um maior conforto à paciente e, consequentemente, evitando as dores; Investigar os fatores desencadeantes da dor, o tipo e a localização da mesma; Oferecer medidas, tais como banhos, massagens, posições no leito que aliviem as dores; Ser cordial e inspirar confiança, para que a paciente possa expressar o que esta sentindo. Resultados Esperados: Manutenção do conforto da paciente através da ausência de dores; Deverá haver um aumento nas atividades diárias do paciente. Problema 3: Episódios de confusão. Diagnóstico de Enfermagem: Confusão aguda caracterizado por surgimento abrupto de distúrbios de: percepção, orientação, raciocínio e comportamento psicomotor. Objetivos: Diminuir os episódios de confusão aguda. Ações de Enfermagem: Avaliar e monitorar regularmente o nível de consciência do paciente e as alterações do seu comportamento; Fornecer um ambiente calmo e seguro, através da remoção de obstáculos no quarto, grades laterais na cama e retirar objetos cortantes; Orientar o paciente quanto: tempo, espaço e pessoas; Incentivar o paciente a procurar grupos de apoio, tais como Alcoólatras Anônimos – A.A.,e tratamento psicológico; Auxiliar o paciente nas atividades de auto cuidado; Solicitar acompanhante, se possível 24 horas/dia; Estimular e apoiar as tentativas dos familiares de interagir com o paciente; Orientar o paciente e os familiares sobre os episódios de confusão e sobre a situação geral do paciente. Resultados Esperados: O paciente devera apresentar diminuição dos episódios de confusão; O paciente não deverá sofrer qualquer acidente. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Diagnóstico de Enfermagem da NANDA: definições e classificação/2003 – 2004. Organizado por North American Nursing Association; trad. Cristina Correia. Porto Alegre: ARTMED, 2005. 300 p. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 1428 p. CARPENITO, Lynda Juall. Diagnóstico de Enfermagem: Aplicação à pratica clinica. 8.ed. Artmed: São Paulo/SP.
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