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TRABALHO ESTÁCIO TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO SUCESSÓRIO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PÓS-GRADUAÇÃO EM PROCESSO E DIREITO CIVL 
 
Resenha Crítica de Caso 
ANA KAROLINA REDIVO DA COSTA 
 
 
 
Trabalho da disciplina: Tópicos especiais em direito sucessório 
 
 Tutor: CARLOS EDUARDO 
ANNECHINO M MIGUEL 
 
 
TANGARÁ DA SERRA-MT 
2020 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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 TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO SUCESSÓRIO 
 
Referência: (André Luiz Silveira de Lima Júnior , Bianka Adamatti)As questões 
médico-legais e o testamento vital: o reconhecimento judicial da Resolução CFM Nº 
1995/2012. Acesso em: 21 de abril de 2020. 
 
O artigo elaborado por André Luiz Silveira de Lima Júnior 
e Bianka Adamatti dispõe sobre o tema testamento vital e as questões-médicos 
legais conforme a resolução CFM nº 1995/2012 no direito. 
 
No Brasil atualmente, o referido instituto possui lacuna a 
serem preenchidas, e vem se tornando importante , dispondo sobre relação médico 
paciente, eutanásia, tratamento paliativos, suicídio assistido, aborto, seleção 
embrionária , inseminação artificial , bem como sobre pesquisas células tronco e 
pesquisas com animais e indústria de cosméticos e alimentos. 
 
O testamento vital, é as disposições da vontade de um 
ser humano, no tocante caso este seja acometido de doença que não haja cura, 
onde por meio deste documento, este estará assegurado sobre suas futuras 
pretensões caso esteja impossibilitado, a fim de se garantir sua autonomia de 
vontade, liberdade individual e dignidade da pessoa humana. 
 
Se ressalta, que os avanços tecnológicos trouxe ao ser 
humano o aumento da expectativa de vida bem como o aumento de sua qualidade , 
bem como houve pontos que não seriam tão interessantes dessas novidades, tais 
como a manutenção artificial quando o enfermo não possui possibilidades de 
melhoras, qual seja sobreviver, fazendo com causa maior sofrimento a este. 
 
Sendo assim, é de suma importância o poder decisório do 
paciente, que em determinados caso, deverá ser realizado por meio de testamento 
vital, qual seja, antecipadamente. Porém caso este não tenha realizado tal 
 
 
 
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procedimento em cartório público, este escolha deverá ser feita pelos médicos e 
familiares. 
Infelizmente, o instituto do testamento vital não possui 
legislação específica, porém é de grande necessidade se garantir a liberdade 
individual do ser humano, sendo utilizado para tanto, decisões judiciais e referencias 
bibliográficas. 
No Brasil, a cultura da aceitação da morte não esta muito 
presente na sociedade, um exemplo disso é a baixa procura por seguro de vida, 
testamentos, bem como outros no tocante ao tema, o que faz ter um separação 
entre uma sociedade amedrontada pela morte e pelo avanço da medicina. 
 
O surgimento deste instituto, testamento vital, se deu nos 
Estados Unidos, país que até hoje é referencia , sendo denominado como 
documento registrado em Cartório de Notas, por pessoa habilitada, maior e capaz, 
onde este, ora paciente declara suas vontades no tocante a seu tratamento futuro, 
haja vista em decorrência deste, não estar posteriormente capaz. Sendo assim, 
este requer expressar livremente sua vontade. 
 
Este, até a presente data não possui regulamentação 
legal, sendo apenas explanado pelo Conselho Federal de Medicina com a 
resolução CFM nº1.995/2012 que dispõe sobre as diretivas antecipadas de 
vontade dos pacientes. 
Este esta pautado no Princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana, haja vista o paciente ter poder decisório de se escolher a qual tipo de 
procedimento este quer ser submetido, é uma maneira respeitar o autor deste 
pedido, sendo necessário que no momento do requerimento, este seja lúcido e 
capaz. 
A resolução do Conselho Federal de Medicina, dispõe ser 
de suma importância se respeitar as vontades do paciente , de acordo com a 
dignidade da pessoa humana, ou seja, deve se estabelecer parâmetros legais para a 
conduta dos profissionais da saúde , pois estes devem respeitar a vontade do 
 
 
 
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paciente, mesmo que estes de choquem com as vontades dos familiares do paciente 
e destes profissionais. Porém , se estes vão contra ao disposto na ética médica, 
poderá o profissional se abster. 
 
Um dos pontos mais interessantes , é que a declaração 
pode ser feita diretamente ao médico, onde este registrará em seu prontuário tal 
pedido, não se exigindo formalidades em sua confecção. 
 
O que causou certa aversão pelo Ministério Público 
federal, que ingressou com ação civil pública buscando a anulação da referida 
resolução , o que não fora acatado pelo juízo federal, sob a justificativa de que esta 
não fere o ordenamento jurídico, sendo um direito do paciente em exteriorizar sua 
vontade, mesmo que com risco de vida. 
 
A jurisprudência a cerca do tema é unânime do sentido de 
reconhecer a validade no disposto na Resolução do Conselho Federal de Medicina, 
porém também dispõe que existe a necessidade de uma legislação própria , a fim se 
de dar um norte ao tocante a capacidade do paciente no momento de declaração de 
vontade, o que se tem usado subsidiariamente o Código Civil. Reconhecendo 
também que a esta resolução trata da relação ético disciplinar entre os médicos 
filiados e seus pacientes. 
 
Diante o exposto, há de se concluir que por mais que o 
instituto do Testamento Vital não esteja regulamentado por meio de lei federal, este 
não afronta o disposto na Constituição Federal , bem como esta em conformidade 
com o Princípio da dignidade da pessoa humana, primazia da vontade do paciente 
disposto na resolução CFM nº 1995/2012 e o direito civil. O que só demonstra o 
direito do paciente que com simples declaração de vontade, que é ato unilateral 
protegido , pode ter seu pedido atendido de forma antecipada.

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