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APS - DTO PENAL TERRORISMO E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

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TERRORISMO E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Os atos e ataques terroristas, segundo alguns estudiosos, tiveram início no século I d. C., quando um grupo de judeus radicais, chamados de sicários (Homens de punhal), atacavam cidadãos judeus e não judeus que eram considerados a favor do domínio romano. Outros indícios que confirmam as origens remotas do terrorismo são os registros da existência de uma seita mulçumana, no final do século XI d. C., que se dedicou a exterminar seus inimigos no Oriente Médio. Dessa seita teria surgido a origem da palavra assassino.
TERRORISMO MODERNO
O terrorismo moderno tem sua origem no século XIX no contexto europeu, quando grupos anarquistas viam no Estado seu principal inimigo. A principal ação terrorista naquele período visava à luta armada para constituição de uma sociedade sem Estado – para isso, os anarquistas tinham como principal alvo algum chefe de Estado, e não seus cidadãos.
Durante a segunda metade do século XIX, as ações terroristas tiveram uma ascensão, porém, no século XX, houve uma expansão dos grupos que optaram pelo terrorismo como forma de luta. Como consequência dessa expansão, o raio de atuação terrorista aumentou, surgindo novos grupos, como os separatistas bascos na Espanha, os curdos na Turquia e Iraque, os mulçumanos na Caxemira e as organizações paramilitares racistas de extrema-direita nos EUA. Um dos seguidores dessa última organização foi Timothy James McVeigh, terrorista que assassinou 168 pessoas em 1995, no conhecido atentado de Oklahoma.
Com o desenvolvimento da ciência e tecnologia no século XX, as ações terroristas passaram a ter um maior alcance e poder por meio de conexões globais sofisticadas, uso de tecnologia bélica de alto poder destrutivo, redes de comunicação (internet), etc.
TERRORISMO NO SÉCULO XXI
No início do século XXI, principalmente após os ataques terroristas aos EUA, no ano de 2001, estudiosos classificaram o terrorismo em quatro formas:
· Terrorismo revolucionário: surgiu no século XX e seus praticantes ficaram conhecidos como guerrilheiros urbanos marxistas (maoístas, castristas, trotskistas e leninistas);
· Terrorismo nacionalista: fundado por grupos que desejavam formar um novo Estado-nação dentro de um Estado já existente (separação territorial), como no caso do grupo terrorista separatista ETA na Espanha (o povo Basco não se identifica como espanhol, mas ocupa o território espanhol e é submetido ao governo da Espanha);
· Terrorismo de Estado: é praticado pelos Estados nacionais e seus atos integram duas ações. A primeira seria o terrorismo praticado contra a sua própria população. Foram exemplos dessa forma de terrorismo: os Estados totalitários Fascistas e Nazistas, a ditadura militar brasileira e a ditadura de Pinochet no Chile. A segunda forma constituiu-se como a luta contra a população estrangeira (xenofobia);
· Terrorismo de organizações criminosas, que são atos de violência praticados por fins econômicos e religiosos, como nos casos da máfia italiana, do Cartel de Medellín, da Al-Qaeda etc.  
No mundo contemporâneo, as ameaças terroristas são notícias recorrentes na imprensa. "Para a maior visualização do terrorismo mundial, a mídia exerce um papel fundamental. Mas é evidente que também cria um sensacionalismo em torno dos terroristas [...] a mídia ajuda a justificar a legalidade e a necessidade de ações antiterroristas que, muitas vezes, levam adiante banhos de sangue e violações aos direitos humanos que atingem mais a população civil do que os próprios terroristas” (SILVA; SILVA, 2005: 398-399).
TERRORISMO DE ESTADO
O terrorismo pode ser caracterizado como o emprego indiscriminado da violência contra pessoas ou coisas, com o objetivo de suscitar o sentimento de medo e pavor permanentes na sociedade e, desse modo, enfraquecer ou minar politicamente governos ou Estados.
O terrorismo é um fenômeno que surgiu na época moderna e no decorrer dos últimos três séculos assumiu várias formas. O termo "terrorismo" apareceu pela primeira vez em 1798, na França, para se referir ao estado de terror pleno em que a França pós-revolucionária ingressou no período da ditadura do Comitê de Saúde Pública (que durou de setembro de 1793 a julho de 1794), liderado por Robespierre e Saint-Just. O terrorismo nunca teve limites ideológicos, religiosos ou étnicos. Ou seja, é um instrumento usado por grupos políticos de oposição e até mesmo que agem dentro do aparelho estatal (adeptos de ideologias de esquerda, de direita e variadas crenças religiosas e nacionalidades) para enfraquecer ou derrubar determinado governo, regime político, ordem estabelecida ou acabar com inimigos internos.
TERRORISMO INTERNACIONAL
O transbordamento das ações terroristas para o campo da vitimização arbitrária, ou seja, sem distinção precisa entre o inimigo e o inocente, é a característica principal do terrorismo internacional contemporâneo. Nenhuma forma ou modalidade de terrorismo encontra plena legitimação moral ou ética, mas reconhece-se que a ação terrorista que vitima um ou mais inocentes acaba por indignar de forma mais contundente a opinião pública. 
Data de 1912 a ocorrência do que pode ser considerado o primeiro atentado terrorista que se enquadra nas características da vitimização arbitrária. Na ocasião, um grupo de macedônios, hostis à Turquia, detonou inúmeras bombas em trens internacionais. De lá para cá, o mundo presenciou a proliferação de grupos terroristas e o crescimento dramático do número de casos de ações e atentados em todos os continentes. Entre os grupos mais conhecidos pelo Ocidente figuram: o IRA, que atuou na Grã-Bretanha em prol da independência da Irlanda do Norte; o ETA, que atua na Espanha e representa o grupo armado do movimento separatista basco; o Hezbollah, que atua em vários países do Oriente Médio na luta pela saída de Israel dos territórios palestinos e criação do Estado palestino; as Farc, que atuam na Colômbia.
Al QAEDA
A organização terrorista Al Qaeda é, sem dúvida alguma, a mais conhecida da opinião pública mundial. Trata-se de um grupo que agrega militantes de vários países islâmicos, que lutam contra a presença e domínio militar e político dos Estados Unidos no Oriente Médio.
A Al Qaeda foi responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, com milhares de vítimas civis e militares. A origem da Al-Qaeda remonta ao período da Guerra Fria, quando da invasão do Afeganistão pela antiga URSS. Ironicamente, o grupo terrorista surgiu com apoio do governo americano para fazer frente à ocupação soviética. 
O ataque terrorista à maior potência mundial determinou uma significativa mudança na política externa americana, cujas consequências são imprevisíveis no longo prazo. No curto prazo, porém, os atentados terroristas serviram para justificar a prática, pelos Estados Unidos, de uma política externa com base na doutrina militarista, que vitimou milhares de inocentes até o presente momento.
Os ataques de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York e parte do Pentágono, nas proximidades de Washington, transformaram Bin Laden no inimigo público número um dos Estados Unidos, que passou a persegui-lo incansavelmente. 
Em 2011, os Seals, um lendário grupo especial da Marinha norte-americana, promoveu uma ação temerária e conseguiu finalmente eliminar o líder guerrilheiro que se encontrava refugiado no Paquistão, encerrando dez anos de uma caçada histórica daquele que foi considerado um dos maiores terroristas do mundo.
Um ano após a morte do líder terrorista, apenas algumas dezenas de membros da organização sobrevivem e nada leva a crer que ainda mantenham alguma capacidade de organização para empreender grandes atos de terror como já fizeram antes. Sua ação hoje está mais restrita a instigar possíveis seguidores em todo planeta, que lutam por manter células terroristas em regiões de instabilidade política e social.
A MORTE DE BIN LADEN
A ação dos Estados Unidos em relação ao Bin Laden fere diversos princípios do Direito Internacional.
Utilizaram da justificativade que se defendiam de ataques e se vingavam de uma situação de guerra. Esta justificativa não possui fundamentação jurídica válida. Dentre os princípios desrespeitados, o mais claro é o do Devido Processo Legal, uma vez que houve a execução arbitrária, sem nenhum tipo de julgamento amparado pela legislação.
Outro princípio ferido pela ação dos Estados Unidos é o da Territorialidade, tendo em vista que a morte do Bin Laden decorreu de ato das Forças Armadas Americanas, sem aviso prévio ou autorização no país onde ocorreu (em Abbottabad, Paquistão). Desta forma, ferindo a soberania do país.
Pelo exposto, fica claro que a execução do terrorista, não passou de um “homicídio comum”, pois não foi embasado juridicamente em nenhum momento, violando assim, as regras de Direito Internacional.

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