Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CASO CONCRETO Nº 09 – EMBARGOS DE TERCEIROS X Exame da OAB D. Civil adaptado José Afonso, engenheiro, solteiro, adquiriu de Lúcia Maria, enfermeira, solteira, residente na Avenida dos Bandeirantes, 555, São Paulo/SP, pelo valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), uma casa para sua moradia, situada na cidade de Mucurici/ES, Rua Central, nº 123, bairro Funcionários. O instrumento particular de compromisso de compra e venda, sem cláusula de arrependimento, foi assinado pelas partes em 10/01/2015. O valor ajustado foi quitado por meio de depósito bancário em uma única parcela. Sete meses após a aquisição do imóvel onde passou a residir, ao fazer o levantamento de certidões necessárias à lavratura de escritura pública de compra e venda e respectivo registro, José Afonso toma ciência da existência de penhora sobre o imóvel, determinada pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Itaperuna / RJ, nos autos da execução de título extrajudicial nº 6002/2015, ajuizada por Carlos Batista, contador, solteiro, residente à Rua Rio Branco, 600, Itaperuna/RJ, em face de Lúcia Maria, visando receber valor representado por cheque emitido e vencido três meses após a venda do imóvel. A determinação de penhora do imóvel ocorreu em razão de expresso requerimento formulado na inicial da execução por Carlos Batista, tendo o credor desprezado a existência de outros imóveis livres e desimpedidos de titularidade de Lúcia Maria, cidadã de posses na cidade onde reside. Elabore a peça processual prevista pela legislação processual, apta a afastar a constrição judicial invasiva sobre o imóvel adquirido por José Afonso. ALUNO: ANTONIO CAIO DE ABREU TIMBÓ MATRÍCULA: 201401369057 AO JUÍZO DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITAPERUNA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - RJ Processo n. nº 6002/2015 JOSÉ AFONSO, nacionalidade, engenheiro, solteiro, inscrito no RG n.º, e CPF n.º, residente a rua (endereço completos), endereço de e-mail, por seu advogado regularmente constituído, estabelecido profissionalmente no endereço sito rua (endereço completos), vem à presença de Vossa Excelência, opor AÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO COM PEDIDO LIMINAR, pelo procedimento especial, em face de CARLOS BATISTA, nacionalidade, contador, solteiro, residente à Rua Rio Branco, 600, Itaperuna/RJ, inscrito no RG n.º, e CPF n.º, endereço de e-mail, com fulcro nos arts. 319, 320, 674 e seguintes, CPC, pelas razões de fato e direito adiante expostas. 1. DA JUSTIÇA GRATUITA Inicialmente, requer o embargante, concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, por ser hipossuficiente na forma da lei (declaração em anexo), não tendo como arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu sustento e de seus familiares, com fulcro na Lei n.º 1.060/50, e art. 98 do NCPC. 2. DOS FATOS José Afonso, adquiriu de Lúcia Maria, pelo valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), uma casa para sua moradia, situada na cidade de Mucurici/ES, Rua Central, nº 123, bairro Funcionários. O instrumento particular de compromisso de compra e venda, sem cláusula de arrependimento, foi assinado pelas partes em 10/01/2015. O valor ajustado foi quitado por meio de depósito bancário em uma única parcela. Sete meses após a aquisição do imóvel onde passou a residir, ao fazer o levantamento de certidões necessárias à lavratura de escritura pública de compra e venda e respectivo registro, José Afonso toma ciência da existência de penhora sobre o imóvel, determinada pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Itaperuna / RJ, nos autos da execução de título extrajudicial nº 6002/2015, ajuizada por Carlos Batista, contador, solteiro, residente à Rua Rio Branco, 600, Itaperuna/RJ, em face de Lúcia Maria, visando receber valor representado por cheque emitido e vencido três meses após a venda do imóvel. A determinação de penhora do imóvel ocorreu em razão de expresso requerimento formulado na inicial da execução por Carlos Batista, tendo o credor desprezado a existência de outros imóveis livres e desimpedidos de titularidade de Lúcia Maria, cidadã de posses na cidade onde reside. 3. DO DIREITO José Afonso ao adotar os procedimentos de levantar certidões para escriturar e registrar o imóvel que havia adquirido de Lúcia Maria tomou ciência da existência de penhora sobre o imóvel, determinada pelo Juízo da 4ª Vara Cível de Itaperuna/RJ, ajuizada pelo embargado, em face de Lúcia Maria. Em atenção à dicção do art. 674, CPC, o terceiro, ou seja, aquele que não faz parte do processo, que sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possui, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. O art. 1.210, CC, ainda assevera o direito do possuidor em ser mantido na posse em caso de turbação e restituído no de esbulho. Importante salientar ainda que o cheque que lastreia a execução foi emitido e vencido três meses após a venda do imóvel. O Superior Tribunal de Justiça, superando entendimento consagrado no enunciado da súmula 621 do Supremo Tribunal Federal, entende serem admissíveis os embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro, conforme enunciado da súmula 84, STJ. Sendo assim, verificam-se todos os elementos necessários para que o autor se valha dessa ação de rito especial para cancelar o ato de apreensão judicial que recai sobre sua propriedade, com o reconhecimento de seu domínio sobre o bem. A demanda é proposta apenas com relação ao embargado Carlos Batista, exequente na ação originária de execução movida em desfavor de Lúcia Maria. À luz do art. 677, § 4º, CPC, é legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial. Como a indicação do bem penhorado partiu do próprio exequente, ora embargado, ainda que a executada tivesse bens próprios, justificada está a legitimidade passiva do único embargado. Os Embargos são opostos enquanto o bem está penhorado em Ação de Execução, mas antes de qualquer medida expropriatória (adjudicação ou alienação). Segundo art. 675, CPC, os embargos podem ser opostos no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. A oposição dos embargos se dá, portanto, de forma completamente tempestiva. Ao conhecer do ato de penhora que recaia sobre seu bem, o embargante já residia no imóvel, ou seja, além do domínio, já exercia a posse sobre o mesmo. A qualidade de terceiro é demonstrada pelo fato de não ser ele nem exequente, nem executado no processo de execução do qual partiu a ordem de constrição. À luz do art. 677,CPC, na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. Os documentos e rol de testemunha acompanham essa exordial. 4. DA TUTELA LIMINAR Entendo o embargante que a condição de proprietário, possuidor e terceiro foram suficientemente provadas, em consonância ao art. 678, CPC, a decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. Requer-se, portanto, a expedição liminar do mandado de manutenção da posse. Caso V.Exa. entenda, que a posse não se encontra suficientemente provada, que se designe audiência preliminar para sua demonstração, por força do art. 677, § 1º, CPC. 5. DOS PEDIDOS Por tudo quanto exposto, requere o embargante a Vossa Excelência que se digne de julgar: a) A concessão dos benefíciosda Justiça gratuita nos termos Lei n.º 1.060/50, e art. 98 do NCPC; b) A expedição do mandado liminar de manutenção da posse e a suspensão das medidas constritivas que recaem sobre o bem do embargante, conforme já demonstrado e por força do art. 678, CPC;; c) A confirmação da liminar no sentido de manter o autor definitivamente na posse do bem, cancelando-se a penhora realizada; d) A citação do embargado, pessoalmente ou na pessoa de seu procurador (caso tenha – art. 677, § 3º, CPC) para que, querendo, apresente contestação no prazo de 15 dias, sob pena de caracterização da revelia e verificação de seus efeitos (art. 679, CPC);; e) Julgar totalmente procedente a ação, condenando o réu no pagamento dos honorários sucumbenciais em 20% sobre o valor da causa, custas e demais despesas do processo (art. 82, § 2º, art. 85, CPC). f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a produção de prova documental (documentos em anexo) e testemunhal (rol anexo), em conformidade com art. 677, CPC; Dá-se à causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) Nesses termos, pede deferimento. Local e data. Assinatura do Advogado OAB nº / UF Rol de testemunhas: Testemunha 01: Nome, qualificação e endereço Testemunha 02: Nome, qualificação e endereço
Compartilhar