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RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

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Disciplina: Responsabilidade Social e Ambiental
Autor: Helbert José de Góes
Unidade de Educação a Distância
RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL
Autor: Helbert José de Goes
Belo Horizonte / 2012
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA
REITOR
LUÍS CARLOS DE SOUZA VIEIRA
PRÓ-REITOR ACADÊMICO
SUDÁRIO PAPA FILHO
COORDENAÇÃO GERAL
AÉCIO ANTÔNIO DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TECNOLÓGICA
EDUARDO JOSÉ ALVES DIAS
COORDENAÇÃO DE CURSOS GERENCIAIS E ADMINISTRAÇÃO 
HELBERT JOSÉ DE GOES
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/ LETRAS 
LAILA MARIA HAMDAN ALVIM
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/PEDAGOGIA 
LENISE MARIA RIBEIRO ORTEGA
INSTRUCIONAL DESIGNER
DÉBORA CRISTINA CORDEIRO CAMPOS LEAL
KELLY DE SOUZA RESENDE
PATRICIA MARIA COMBAT BARBOSA
EQUIPE DE WEB DESIGNER
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR
GABRIELA SANTOS DA PENHA
LUCIANA REGINA VIEIRA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO
AUXILIAR PEDAGÓGICO
ARETHA MARÇAL DE MACÊDO SILVA
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA
REVISORA DE TEXTO
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO
SECRETARIA
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES
MONITORIA
ELZA MARIA GOMES
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
THAYMON VASCONCELOS SOARES
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA
AUXILIAR DE TUTORIA
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS
MIRIA NERES PEREIRA
RENATA DA COSTA CARDOSO
Sumário
5Unidade 1: Importância da Gestão Social e Ambiental
22Unidade 2: Responsabilidade Social Corporativa e seus princípios
32Unidade 3: Desenvolvimento Sustentável
42Unidade 4: Meio Ambiente e políticas socioambientais
52Unidade 5: Gestão de Responsabilidade Social Corporativa
77Unidade 6: Estratégias organizacionais e Responsabilidade Social Corporativa
87Unidade 7: Normas e Indicadores de sustentabilidade social e ambiental
Ícones
	Comentários
	
	Reflexão
	
	Dica
	
	Lembrete
	
Unidade 1: Importância da Gestão Social e Ambiental
1. Nosso Tema 
O desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social empresarial passaram a ser fatores preponderantes para a sociedade e para as organizações que nela se inserem.
Com o crescimento global, os governos ficaram impossibilitados de promoverem oportunidades e regulações voltadas para a promoção social e sustentabilidade ambiental. Sendo assim, surgiram outras formas de regulação realizadas pelo mercado, sociedade civil organizada e organismos internacionais não-governamentais. 
Nesse cenário, as empresas passaram a exercer um poder político e econômico importante e passam a exercer um papel de agentes de transformação social.
A disciplina Responsabilidade Social e Ambiental tem como objetivo possibilitar a estruturação da visão sistêmica relacionada com o ambiente, a sociedade e a importância da gestão social e ambiental. O cenário atual demanda uma construção de conhecimentos basilares, importantes para sustentar uma atitude de percepção multidisciplinar voltada à resolução das questões sociais e ambientais.
Prezado aluno, a proposta desta unidade se pauta na oportunidade de verificarmos os conceitos centrais que permeiam a Responsabilidade Social e Ambiental. Nesses termos, convido-o a empreender o estudo dos tópicos relacionados com essa proposta para que possamos construir uma base de conhecimentos importantes para a consolidação da disciplina.
2. Conteúdo Didático
Ao longo dos tempos, as organizações passaram a verificar que se configuram como sistemas abertos, e que influenciam e sofrem influências de variáveis externas. Assim, com o objetivo de promover a sobrevivência no mercado, buscando uma imagem corporativa identificada com o sucesso, as organizações precisam conhecer o ambiente ao seu redor e ampliar o seu pensamento estratégico.
Dentro dessa ótica, as empresas procuram adotar novas práticas organizacionais, novos instrumentos de gerenciamento, certificações e selos baseados em padrões que demonstrem sua sustentabilidade social e ambiental. 
As iniciativas e o comprometimento com um modelo de gerenciamento estratégico são de fundamental importância para que a visão estratégica esteja alinhada à realidade, e, assim, ocorra mudanças de valores em todos os níveis organizacionais.
Embora a globalização seja um termo identificado com o Século XX, podemos verificar o seu fenômeno desde a expansão de conquistas romanas, o comércio das especiarias, a expansão da indústria, e outras situações históricas.
Mas, pontualmente, é no Séc. XX que as consequências estão mais dinamizadas, levando os países a se unirem em torno de questões globais. Daí a idéia de Pacto Global, importante neste contexto de aprendizado.
Globalização e Pacto Global.
Não podemos deixar de verificar como os problemas sociais e ambientais aumentaram desde o início do século XX. Várias são as consequências em termos climáticos, diminuição da biodiversidade natural e muitas vezes a destruição de ecossistemas inteiros. Por outro lado, o mundo passa a ser dividido em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, em que se verificam muitos deles apresentando péssimas condições sociais relacionadas com a taxa de mortalidade, expectativa de vida e taxa de analfabetismo.
A questão do crescimento econômico e a busca de uma cultura desenvolvimentista criaram abismos sociais impressionantes. E essa é a razão para compreendermos até onde os fatores relacionados com a globalização e com o pacto global começaram a surgir e se relacionar com os problemas que envolvem sustentabilidade ambiental e social.
No período que se estende do pós-guerras até a década de 80, uma série de acontecimentos estabeleceram um novo rumo ao Estado de Bem Estar Social, principalmente com o objetivo de recuperar o continente europeu das devastações econômicas promovidas pelo capitalismo e o desrespeito aos direitos individuais e sociais criados diante dos conflitos mundiais. Ao final da Guerra Fria, o mundo se polarizara em duas frentes ideológicas divergentes, e nesse cenário se sustenta o Estado de Bem Estar Social e as profundas mudanças sociais se estabelecem em dimensões globais.
De acordo com Oliveira (2009, p.3), “o capitalismo, até então estatal, era caracterizado como um sistema de mercado”. Neste modelo, o Estado traz para si uma série de atribuições, intervindo na economia e no social com a finalidade de evitar abusos do mercado e problemas sociais anteriormente observados no modelo capitalista de auto-regulação do mercado. Surge, então, o capitalismo liberal, sustentado pelos ideais neoliberais, isto é, um modelo sustentado pelos setores privados, diante da nova configuração da sociedade moderna.
A globalização promoveu uma nova configuração da sociedade, um modelo de estruturação de mercado que transpõe as barreiras geográficas criadas pelos Estados. Nesse cenário, as economias se unificam e os mercados financeiros se interligam estabelecendo uma rede global em que o capital circula livremente sem compromisso com as políticas econômicas de qualquer Estado.
Um maior fluxo de capital, informações, bens e pessoas configuram o acelerado processo de globalização. Oliveira (2008) nos mostra que as empresas cresceram não só em tamanho, mas também se multiplicaram e hoje atuam nos mais diversos países. Com o crescimento e a atuação multinacional das empresas, aumentam também o seu poder político. As empresas têm flexibilidade para produzirem onde quiserem, de forma a reduzirem seus custos aproveitando os baixos padrões ambientais e sociais existentes em alguns países.
Como a maioria dos países não tem controle sobre as ações das multinacionais, algumas Organizações Não-governamentais se especializam em exercer esse papel. Mas podemos dizer que essas ações são limitadas diante da atuação das multinacionais.
Assim, apesar de não existirem leis globais que possam regular as ações de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social, existem alguns mecanismos alternativos para buscar criar a responsabilidade social e ambiental nas empresas.
O Pacto Global – PG é um mecanismo global da Organização das Nações Unidas – ONU que busca firmar compromissos dasempresas que possam ajudar na solução de problemas globais relacionados com as questões sociais e ambientais. O PG surgiu de uma iniciativa do secretário geral da ONU, Kofi Annan, no Fórum Econômico Mundial de 31 de janeiro de 1999, convocando lideranças empresariais à promoção da cidadania corporativa como forma de contribuir para o avanço de uma economia global mais sustentável e inclusiva.
De acordo com o Portal da Bovespa, o Pacto Global envolveu cerca de 1,4 mil companhias de todo o mundo, envolvendo também governos, organizações não-governamentais (ONGs) e outras entidades da sociedade civil. Desse total de empresas, mais de 200 são brasileiras.
O Pacto Global é de fundamental importância para a sociedade, pois as empresas somam uma força fundamental no combate aos problemas globais. As empresas signatárias do Pacto Global comprometem-se, voluntariamente, a seguir e divulgar os dez princípios extraídos de declarações consagradas da ONU.
Os princípios listados no Pacto Global envolvem quatro grupos de importantes preocupações na sociedade moderna, sendo os grupos e princípios:
Princípios de Direitos Humanos
1. Respeitar e proteger os direitos humanos
2. Impedir violações de direitos humanos.
Princípios de Direitos do Trabalho
3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho
4. Abolir o trabalho forçado
5. Abolir o trabalho infantil
6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho.
Princípios de Proteção Ambiental
7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais
8. Promover a responsabilidade ambiental
9. Encorajar tecnologias que não agridam o meio ambiente
Princípio contra a Corrupção
10. Combater a corrupção em todas as suas formas inclusive extorsão e propina
Além desses princípios, surge em setembro de 2000 a Declaração do Milênio, aprovada pela Organização das Nações Unidas. A declaração do Milênio foi especialmente constituída para desenvolver um plano de ação concreta para que o mundo reverta o quadro de pobreza, fome e doenças opressivas que afetam bilhões de pessoas.
Abaixo, encontramos as oito metas do milênio que se configuram em oito jeitos de mudar o mundo.
O Brasil, em conjunto com 191 países-membros da ONU, é signatário do Pacto Global e estabeleceu um compromisso compartilhado com a sustentabilidade do Planeta.
No Brasil, o Instituto Ethos assumiu a responsabilidade na promoção do Pacto Global entre as empresas brasileiras. Para esse Instituto, o Pacto Global não se configura como um instrumento de regulação, e sim como um código de conduta legalmente obrigatório e um fórum para policiar as políticas e práticas gerenciais.
Vale dizer também que, na visão do Instituto Ethos, o Pacto Global não garante plena segurança para as empresas participarem sem demonstrarem o seu real envolvimento com os princípios do pacto e, muito menos, demonstrarem resultados de melhoria relacionados com as premissas que o pacto prega.
É importante observar que o Pacto Global se estabelece como uma iniciativa que procura fornecer uma estrutura global para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, através de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.
Caro aluno, os desafios são grandes diante das questões impostas pelo fenômeno globalização e pelas propostas que envolvem o Pacto Global. Esse cenário nos proporciona a oportunidade de aprofundar os conhecimentos, buscando identificar questões de impacto na gestão das organizações. 
È o que faremos no próximo tópico. Vamos juntos nesta caminhada!
2.1. Temas emergentes de gestão social e ambiental.
No entendimento de Graysson & Hodges (2002), várias são as questões relacionadas com as forças globais que impõem mudanças diante de novas questões relacionadas com as empresas, a sociedade e o meio ambiente. Em cada uma delas, existem componentes diferentes que promovem um efeito próprio nas decisões relacionadas aos negócios e às responsabilidade socioambientais das empresas.
A importância de cada componente vai diferir conforme uma série de variáveis interdependentes que envolvem o negócio da empresa, o lugar de atuação, as leis, os hábitos e os costumes locais, as características do setor comercial ou industrial no qual a empresa se insere, e outras variáveis a serem identificadas em uma análise ambiental detalhada.
Vamos tratar agora de algumas dessas variáveis? Siga sua leitura!
2.1.1. Ecologia e Meio Ambiente
Os gerentes precisam atentar para os fatores ambientais, uma vez que eles afetam cada vez mais as decisões das empresas e as práticas de comércio.
Essa questão não é nova, e os gerentes de muitas empresas já têm um conhecimento básico das preocupações ambientais, como poupar energia, reciclar lixo e tratar resíduos. Como o meio ambiente tem se tornado um tema emergente de gestão, os gerentes devem ter ciência de que é preciso ampliar o alcance de questões que se encontram sob um tópico tradicional, daí a noção atual de ecologia e sustentabilidade ambiental.
Esse maior alcance é necessário. A revolução dos mercados, que estimula as empresas a investirem nos países em desenvolvimento, gera ameaças ambientais graves diante da liberalização e da ausência de regulamentação ambiental.
Hoje, a revolução tecnológica permite medir e monitorar os poluentes com precisão, entretanto, cada vez mais, faz-se necessária a criação de tecnologias mais limpas. Nesse sentido, a revolução de valores está fazendo com que grupos de pressão exijam uma regulamentação adequada à preservação ambiental, bem como uma definição de padrões ambientais mais rígidos e fiscalização adequada, a fim de preservar o planeta.
As questões ambientais podem apresentar reflexos positivos e negativos dentro das organizações e mercados. Por isso, elas devem ter um compromisso de responsabilidade em toda e qualquer empresa. 
O consumo consciente é uma preocupação que deve existir nas empresas, como veremos a seguir.
2.1.2. Consumo Consciente
Hoje, o mundo comporta mais de 6 bilhões de pessoas. Esse número de habitantes coloca em risco os ecossistemas do planeta, principalmente se levantarmos os altos índices de consumo nos países industrializados.
O alto consumo estimula o uso de métodos de produção insustentáveis para buscar satisfazer a existência de demanda por produtos. Como exemplo, podemos verificar que os métodos de agricultura intensiva podem provocar desmatamento e, consequentemente, redução da biodiversidade, degradação do solo e desertificação; todos fatores com efeitos significativos no ecossistema mundial.
Graysson & Hodges (2002) nos mostram que o crescimento populacional e a elevação do consumo geram efeitos de aumento na demanda por recursos naturais finitos e exigem maior extração de recursos não renováveis, como carvão, gás e petróleo.
Diante desses fatos, fazem-se necessárias diversas práticas voltadas para a ideia básica do consumo consciente, nas quais é importante transformar o ato de consumo em uma prática permanente de cidadania. O objetivo de consumo, quando consciente, vai além de enxergar somente o atendimento de necessidades individuais. Nesse caso, devem-se levar em conta também seus reflexos na sociedade, economia e meio ambiente.
O Portal do Instituto Akaku nos traz um conceito amplo sobre o tema consumo consciente:
Consumo consciente é consumir diferente: tendo no consumo um instrumento de bem-estar e não fim em si mesmo, é consumir solidariamente: buscando os impactos positivos do consumo para o bem-estar da sociedade e do meio ambiente, e é consumir sustentavelmente: deixando um mundo melhor para as próximas gerações. (www.akaku.org.br, 2009)
Os reflexos de uma política de consumo podem ser positivos ou negativos, conforme o caso. Ao comprar produtos de uma empresa que utiliza trabalho escravo, por exemplo, o comprador financia essa prática. De outra forma, se comprar alimentos orgânicos ou de comércio justo, contribuirá com o setor da economia que não utiliza substâncias tóxicas em sua produção e que não agride o meio ambiente. 
Aquela velha prática de “lavar as mãos”, de encontrar um culpado pelas mazelas do mundo,é inválida no contexto do consumo consciente. Se algo está errado, todos têm uma parcela de responsabilidade.
Diante dessa perspectiva, é fundamental que as empresas e as pessoas estejam bem informadas sobre os produtos e serviços que serão adquiridos ou contratados. O poder de transformação social, através do consumo consciente, está nas mãos dos consumidores conscientes, e cabe a eles escolher seus fornecedores entre empresas éticas, que respeitam os direitos humanos e os limites naturais do planeta.
Além de como o produto é produzido, outra preocupação que devemos ter é para onde vão os dejetos dessa produção, como veremos abaixo. Não perca tempo!
2.1.3. Regulamentação de Despejos
Um maior consumo proporciona maior quantidade de lixo. 
Hoje, nos países desenvolvidos, há uma regulamentação para garantir que o despejo de rejeitos seja feito de um modo que não prejudique a comunidade. Como o custo dos aterros sanitários tende a ser maior diante de padrões mais aprimorados, o preço a ser pago desse processo de destinação de rejeitos recai sobre governos, empresas e, também, contribuintes.
Por causa dos custos crescentes, as empresas têm evitado produzir lixo, estimuladas por leis que as obrigam a se responsabilizar pelo impacto ambiental de seus produtos. Outro fator importante para determinar o ajuste de conduta das empresas está relacionado com as certificações de qualidade, que exigem das empresas práticas cada vez mais limpas em seus processos.
 Um exemplo claro de destinação de lixo está relacionado com o descarte de pneus. Várias são as práticas adotadas por diversas organizações para promoverem a reciclagem, entre elas destacam-se: A utilização de pós de pneus em manta asfaltica para pavimentação de vias, a reutilização na produção de novos pneus e a reutilização na produção de sandálias e solas de sapatos.
Percebe-se que crescem as leis ambientais, exigindo que as empresas obedeçam às boas práticas ambientais e se adaptem aos padrões de maior responsabilidade sobre seus produtos.
Uma grande preocupação também é a escassez de água, vamos discutir esse tema agora?
2.1.4. Guerras por água
A água se faz presente nas múltiplas atividades que o homem exerce, dessa forma, a água assume um papel de grande importância no abastecimento doméstico e público, nos usos industriais e agrícolas, e na produção de energia elétrica.
Através de dados do Portal Brasil das Águas, de Gérard e Margi Moss, existem estatísticas que afirmam que 70% do planeta é constituído de água, sendo 3% de água doce, e 67% de água salgada. Desse total de água doce, 98% se encontram em lençóis subterrâneos. Esse fato nos mostra que a maior parte da água disponível e própria para consumo é mínima perto da quantidade total de água existente na Terra.
Ainda de acordo com o casal Moss, o Brasil tem a maior reserva de água doce do planeta, sendo 12% do total de água encontrada no mundo. A Amazônia concentra um maior volume de água por possuir a maior bacia fluvial do mundo.
A água, que por muito tempo, foi recurso abundante para 
muitos, hoje é recurso escasso, principalmente a água tratada. De acordo com Graysson & Hodges (2002), estima-se que, se o consumo continuar crescendo, dois terços da população mundial viverão em situação de escassez em 2025.
No Portal Inter Press Service, verificamos que especialistas em política especulam, já há algum tempo, que as futuras grandes guerras da humanidade terão como objetivo a água, em lugar do petróleo. Esse posicionamento se faz presente provocando mais debate do que consenso, pois a disponibilidade e a qualidade da água podem criar conflitos entre países.
A Comissão Mundial da Água para o século XX afirmou em 1999 que os problemas de terras e água nas bacias hidrográficas contribuíram para a criação de 25 milhões de refugiados por motivos ambientais no mundo, um número muito maior do que o número de refugiados de guerra. Em 2025, esse número de refugiados poderá quadruplicar e ainda haverá sérias implicações financeiras nos negócios em virtude de cortes de fornecimento e distribuição.
Quando o foco é a sustentabilidade, é impossível deixar de pensar em todas as variáveis que estão inseridas. As causas estão totalmente conectadas, pois, quando falamos em escassez de água, não falamos somente do mau uso desse recurso, mas também de ações que fazem com que ele se torne impróprio para o consumo.
Nessa linha, podemos pensar diversas outras formas que prejudicam a sustentabilidade e, diretamente a qualidade de vida. O clima é um dos fatores de relação direta. No próximo tópico, poderemos conhecer aspectos relacionados ao aquecimento global que trazem consequências para o clima e para a sustentabilidade. Vamos lá!
2.1.5. Ameaça do aquecimento global
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) alerta que as mudanças climáticas elevam a temperatura das águas dos oceanos, lagos e rios, gerando problemas para a biodiversidade marinha e para o sustendo de milhões de pessoas.
Hoje, os governos e as empresas não detêm o monopólio do conhecimento e da informação técnica relacionada às questões ambientais, pois as ONGs e os movimentos ambientalistas também podem obter essas informações e divulgá-las. As novas tecnologias permitem medir com grau de precisão a degradação ambiental. Os fatores que se referem ao aquecimento global refletem a ameaça ao meio ambiente.
Em 2000, a ONU emitiu o relatório Panorama Ambiental Mundial em que afirma que, nos últimos 50 anos, as emissões de dióxido de carbono cresceram assustadoramente, pois aumentaram de 1,6 bilhão para 7 bilhões de toneladas de CO2 por ano. As emissões se devem principalmente à queima de combustíveis fósseis pelo homem, contribuindo para o esgotamento das fontes não renováveis e provocando o aquecimento da terra. Esse aquecimento faz com que a temperatura possa subir em até 3,5ºC, desencadeando o descongelamento das calotas polares e consequentemente acarretando aumento no nível dos oceanos e outras catástrofes naturais graves.
Para reforçar esse pensamento, Almeida diz:
Quando consideramos todas as mudanças que a civilização vem impondo aos ecossistemas, não há dúvida de que a que mais impacta a infra-estrutura de serviços ambientais tem relação com a emissão dos gases causadores do efeito estufa e, por consequência, do aquecimento global. O principal deles é o dióxido de carbono (CO2) (Almeida, 2007. p. 22).
A questão do aquecimento global é tão grave que, em 2000, empresários reunidos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, tomando conhecimento dos fatos expostos pela ONU, estabeleceram que a questão do aquecimento global é a mais significativa e urgente em relação aos negócios, e o setor de seguros é o principal a ser ameaçado.
Você tem algumas ações que estão relacionadas com a diminuição do aquecimento global? Qual a sua postura em relação a essa questão? Essas reflexões servem para que, a partir das nossas ações individuais, possamos ter melhores condições de vida. E elas estão diretamente ligadas à nossa saúde e ao nosso bem-estar. Esse é o nosso próximo tópico, vamos a ele!
2.1.6. Saúde e bem-estar
O tema emergente saúde e bem-estar compreende não só a saúde física e preocupações com a proteção dos trabalhadores, mas também influências externas, como pressões familiares e financeiras, assistência aos dependentes, necessidade de aprendizagem continuada e aquisição de novas habilidades, equilíbrio entre trabalho e família e trabalho e lazer.
Nesse sentido, a globalização, a velocidade das comunicações e a eficiência das novas tecnologias são forças que definem uma nova essência do trabalho e, consequentemente, a essência da relação entre as empresas e as comunidades.
Esse novo cenário demonstra a importância que as empresa têm quanto a questões que envolvem a saúde e a segurança de seus funcionários, consumidores e da comunidade nas quais estão inseridas. As preocupações envolvem uma complexidade de fatores que levam os gerentes a enfrentarem, cada vez mais, um novo conjunto de critérios, pois, com a omissão de muitos governos, os problemasrelacionados à saúde e à segurança se multiplicam.
Aqui enfatizamos o papel da empresa na promoção da saúde e bem-estar, mas é bom lembrar que você tem um papel estratégico nesta questão, pois a sua saúde depende muito de você, e você também pode com o seu exemplo exercer um papel transformador junto aos seus colegas. Refletir sobre este tema emergente é de extrema importância, principalmente levando em consideração a sua postura como gestor.
2.1.7. Diversidade e Direitos Humanos
As pessoas não são iguais, elas somente se igualam nas desigualdades. O mundo está sendo construído constantemente através das diferenças, e é essa diversidade que faz com que o desafio de construir o mundo se estabeleça. Pessoas diferentes, lugares diferentes, as culturas, os modos de vida, os comportamentos, as raças, as religiões, os gostos, tudo aponta para a diferença.
Levando em consideração essas diferenças e as forças globais em movimento, verifica-se que há uma constante demanda orientada para a questão da diversidade e dos direitos humanos. A valorização da diversidade provoca a comunicação e o entendimento, e promove um mundo onde os direitos humanos sejam para todos.
Afinal, uma proposta que busque respeitar os espaços, a cultura e as crenças dos outros envolve saber respeitar as diferenças. É nesse sentido que se encontra o grande desafio das empresas, pois a dimensão da diversidade e dos direitos humanos colocada nas leis e nas convenções nacionais e internacionais gera responsabilidades gerenciais.
O fato é que todos os públicos envolvidos com as empresas têm o direito de serem tratados com justiça, correção, igualdade e coerência, enfim serem respeitados nas suas diferenças. Essa postura implica não somente no cuidado com essas questões, mas também reconhecer a oportunidade inovadora e criativa que as interações das diferenças podem gerar.
Como respeitar essa diferença? Você já sabe?
2.2. Gestão de recursos comuns.
A questão do problema socioambiental é, antes de tudo, um problema de recursos comuns, pois a utilização de quaisquer recursos por uma ou várias pessoas, sejam eles humanos, econômicos ou ambientais, afeta a todos.
A falta de regras na utilização de recursos é um dos principais pontos para a falta de sustentabilidade a longo prazo. A sustentabilidade na utilização dos recursos vai depender da capacidade que a sociedade tem de estabelecer regras, locais ou globais, que garantam o uso sustentável e justo dos recursos.
Na busca por uma boa reputação ambiental, a empresa passa por negociações com os diferentes grupos de interesse, cuja identificação é um desafio em cada caso. O conceito de recursos comuns é uma referência para que se possa entender a dinâmica dos conflitos que envolvem a exploração de um recurso e a preservação ambiental.
Segundo Litlle (2001), ocorrem conflitos pelo controle dos recursos naturais, conflitos associados aos impactos ambientais e sociais de determinados usos em relação a outros, e conflitos ligados ao domínio do conhecimento dos recursos ambientais.
A negociação ambiental é uma das oportunidades estratégicas para que as empresas possam buscar a sustentabilidade. No entendimento de Sachs (2002), o desenvolvimento sustentável envolve um caminho de tarefas complexas, tarefas baseadas em sustentabilidade ecológica, econômica, social, espacial e cultural. Enfim, a sustentabilidade enxergada de forma ampla deve envolver uma pluralidade de situações específicas em que a busca por soluções respeite as especificidades de cada local, cultura e ecossistema.
Ampliando o entendimento sobre sustentabilidade, verifica-se que:
· A sustentabilidade ecológica envolve orientação voltada para o uso de ecossistemas e seus recursos. 
· A sustentabilidade econômica é destacada pela necessidade de alocação e gestão adequada dos recursos de acordo com os parâmetros que envolvem as economias locais.
· A sustentabilidade social está ligada à melhoria substancial dos direitos e das condições de vida da comunidade. 
· A sustentabilidade espacial envolve o uso racional dos espaços buscando o equilíbrio na configuração urbano–rural e a preservação da biodiversidade. 
· A sustentabilidade cultural envolve a busca por estratégias de modernização respeitando as culturas envolvidas.
No entendimento de Oliveira (2008), a sustentabilidade dos recursos comuns depende das regras estabelecidas para seu uso, tanto na elaboração como na fiscalização. Quando as regras não existem ou são ineficazes, não há garantia de uso de recursos no longo prazo. Nesses casos, aparecem os conflitos de interesses, sendo mais comum os de curto prazo de indivíduos em relação aos de longo prazo da coletividade.
O grande desafio é a criação de normas de uso de recursos que evoluem ao longo do tempo, em que a sociedade cria e muda os mecanismos de incentivos ou sanções para uso dos recursos conforme as necessidades verificadas. Assim, as normas poderão variar de acordo com os fatores sociais, tecnológicos e culturais envolvidos, e também poderá ocorrer variação conforme o tipo de recurso.
Vamos conhecer mais ainda sobre sustentabilidade?
2.3. Organizações, sustentabilidade e mercado.
Buscar uma identificação de respeito ao ambiente envolve o compartilhamento de estratégias de promoção da sustentabilidade pelas organizações em escalas globais e locais. A proposta é criar sinergia no ambiente em que está inserida para melhor fazer valer o papel do desenvolvimento sustentável.
A influência das políticas de utilização de recurso de uso comum se estabelece como uma referência para construir uma imagem clara dos procedimentos de gestão ambiental das organizações. Nesse sentido, os modelos de gestão devem olhar os processos internos das empresas, mas sem deixar de focar a real condição do ambiente geográfico que as influencia e por elas é influenciado.
A complexa tarefa de construção de boa reputação ambiental para uma empresa nesse caso se mostra como um papel estratégico poderá proporcionar às empresas criar sustentabilidade com definição de uma imagem organizacional ética, ambiental e socialmente responsável.
Caro aluno, é neste ponto que encontramos o reconhecimento do mercado para as chamadas empresas eficientes. As melhorias socioambientais podem levar a ganhos diretos e à redução de riscos. Do ponto de vista interno, os investimentos em saúde e segurança do trabalhador diminuem os acidentes de trabalho, e reduzem os índices de absenteísmo e rotatividade de funcionários.
Oliveira (2008) nos mostra que, atualmente, os mercados exigem produtos que sejam produzidos cada vez mais de forma sustentável e socialmente responsável. Os consumidores buscam informações sobre os produtos, analisando aspectos ambientais e sociais, antes de efetivarem as suas compras.
E neste ponto entram no cenário as empresas certificadoras, que analisam os processos organizacionais e estabelecem metas ou padrões para que as empresas que querem ser certificadas cumpram as metodologias adequadas a uma postura socioambiental.
Muitas empresas se engajam nas questões relacionadas à sustentabilidade socioambiental. Embora todas as práticas ligadas a ela sejam necessárias e importantes, é preciso diferenciar um programa baseado em projetos de sustentabilidade.
Antes, vamos reforçar o conceito de sustentabilidade. A sustentabilidade também é aproveitar da melhor forma os recursos naturais, sem correr o risco de esgotá-los. É a capacidade de criar, produzir, ou consumir de forma que as necessidades da geração presente possam ser supridas, sem causar impactos negativos no mundo que nos rodeia, ou seja, sem prejuízos para o planeta e demais pessoas. Essa é a garantia de que as futuras gerações também poderão suprir as suas necessidades. 
Os programas de sustentabilidade envolvem valores socioambientais mais amplos, como exemplo, temos a postura da Natura Cosméticos, uma empresa que, além de estabelecer diversos projetos voltados para o comprometimento socioambiental, tem seu negócio, seus processos e produtos alinhados a um programa de sustentabilidade, poisa escassez de recursos ambientais pode levar a empresa a perder sua fonte de matéria-prima.
Um programa é mais específico, pois envolve uma ação própria focada em um objetivo determinado. Como exemplo, pode ser verificado o caso da Rede de Supermercados Floresta, de Volta Redonda/RJ. O supermercado produziu modelos de sacolas ecológicas acessíveis, feitas de banners promocionais reutilizados, ráfia, juta e garrafas PET recicladas. Buscando parceiros entre os fornecedores, e procurando utilizar como matéria-prima materiais da própria empresa e de parceiros, foi empregada uma mão-de-obra de cooperativas de costureiras da região de Volta Redonda, Barra Mansa, Resende, Angra dos Reis, Valença e Barra do Piraí. Assim, a rede de supermercados criou um programa de premiação para os clientes deixarem de utilizar sacolas plásticas. Os Bônus Verdes, conquistados cada vez que o cliente compra uma sacola ecológica ou deixa de utilizar sacolas plásticas, dão direito a concorrer a prêmios em sorteios trimestrais.
Então, aluno, não são ótimos esses exemplos de sustentabilidade? Como você pode ter uma atitude sustentável?
2.4. A gestão e o impacto na estratégia empresarial.
As atividades das empresas nos mercados emergentes estão aumentando em função da globalização, e cada vez mais os gerentes precisam estar ligados nos desafios que se impõem nos mercados, apresentados por clientes, fornecedores, concorrentes e demais variáveis do ambiente.
A reputação das marcas e das organizações são hoje componentes importantes no mercado de capitais, e estão cada vez mais vulneráveis no momento que enfrentam os temas emergentes de gestão. O ambiente tem exigido da empresa uma reinvenção e reorganização constantes. E em um processo de reestruturação, gerentes e funcionários têm a função de proteger a credibilidade da marca.
Para muitas empresas, o sucesso de mercado depende do seu envolvimento com governos, grupos de interesse, ativistas e outros públicos. As forças geradas pelos públicos envolvidos nas empresas podem dificultar a entrada em novos mercados, impondo limites de preço, e elevando os custos para se competir. Por outro lado, esses mesmos fatores podem possibilitar ainda abrir novos mercados, ao permitir principalmente a redução de regulamentações e a geração de mais vantagem competitiva. Apesar de tais forças estarem fora do mercado, elas frequentemente exercem forte influência sobre ele, formando um contexto competitivo bem mais amplo.
Assim sendo, o contexto competitivo torna-se fator de essencial importância para a estratégia das empresas, pois inclui-se nesse contexto a disponibilidade de funcionários capacitados, a eficiência da infraestrutura local, bem como o tamanho e a sofisticações dos mercados locais, etc. Posto que esses elementos sejam cruciais para a competitividade, especialmente em países em desenvolvimento, é necessário aprimorá-los por intermédio de projetos de Responsabilidade Socioambiental.
Nas idéias de Mcintosh (2001), as empresas têm notado que já não basta, para efetivar um posicionamento competitivo sustentável, a melhoria da qualidade de seus produtos e processos, bem como apenas o atendimento das necessidades imediatas dos seus consumidores. Embora esses sejam elementos absolutamente relevantes, as empresas deverão participar como cidadãs em um mundo globalizado, multifacetado, desigual e em constante processo de mudanças.
O modelo de gestão baseado na responsabilidade socioambiental é uma estratégia empreendedora que transforma a organização, fazendo com que ela se torne mais dinâmica, competitiva, transparente, ética e humana. Esses requisitos proporcionam que a organização consiga o retorno financeiro com um lucro social, além de contribuir para melhoria na qualidade de vida envolvendo todos seus públicos.
Prezado aluno, é importante pensar as estratégias, entretanto também se faz necessário entender a dinâmica da gestão nas funções gerenciais, ou seja, nos departamentos das organizações. Vamos ao próximo tópico para perceber e entender os aspectos que envolvem a gestão socioambiental e as funções empresariais.
2.5. A gestão e o impacto nas funções empresariais.
Analisando as responsabilidades funcionais dentro da organização, verificamos que os novos temas de gestão causam uma repercussão peculiar para cada gerência. Em cada uma das funções empresariais: recursos humanos, compras, finanças, produção, vendas, e outras, os gerentes enfrentam desafios específicos ao buscarem o atingimento de objetivos alinhados às questões temáticas socioambientais.
Nesse sentido, qualquer gerente deve ser um elemento transformador, capaz de lidar com uma ou todas as questões relacionadas aos temas emergentes de gestão.
Os gerentes de recursos humanos têm o desafio de recrutar, reter e motivar os funcionários mais talentosos e dedicados à empresa. Traçando políticas e diretrizes que envolvem os funcionários com condutas apropriadas e comprometidas, os gerentes de RH têm, ainda, o desafio de garantir a adesão dos demais gerentes para assumir responsabilidades para com a área de recursos humanos.
Os gerentes de compras e suprimentos devem achar fornecedores que possam suprir a empresa com produtos de qualidade, com preços competitivos, e que possam cumprir os prazos de entrega estabelecidos. Além disso, devem buscar criar uma identidade de sustentabilidade em seus fornecedores, caso estes não tenham políticas de comprometimento socioambientais.
Quanto ao departamento de vendas, os gerentes têm a atribuição de manter a fatia de mercado conquistada pela empresa, buscar atrair novos clientes e garantir a lealdade dos clientes presentes. A marca deve ser promovida de forma a respeitar as culturas locais, e no desenvolvimento de produtos a empresa deverá estar focada na avaliação do impacto social e ambiental do processo produtivo, assegurando a integridade da marca.
Na produção, os gerentes devem estar focados na eficiência do processo, porém sem deixar de considerar as políticas da empresa, as questões, as leis de acordos locais ou globais relacionados com a sustentabilidade.
Na atualidade, muitas empresas estão adotando estruturas mais enxutas em função das mudanças e da concorrência cada vez mais intensa. Um modelo de administração enxuto envolve estruturas mais horizontais e também uma prática de gestão integrada. Nesse modelo de gestão, é mais fácil e mais dinâmico enxergar todas as potencialidades gerenciais envolvendo, de forma sistêmica, todos os departamentos, para que possa ser verificado o impacto de cada decisão departamental na empresa como um todo.
Bem, nesta unidade, tivemos a oportunidade de verificar os conceitos centrais que permeiam a responsabilidade socioambiental. Mas, ficam aqui algumas perguntas para reflexão: 
Unidade 2: Responsabilidade Social Corporativa e seus princípios
1. Conteúdo Didático
O assunto Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é um dos assuntos polêmicos que se configuram como um dos principais desafios das organizações contemporâneas. É clara a constatação na qual se verifica que as empresas, para buscar a sua eficiência econômica, interferem em dimensões sociais diversas.
Quando se fala na necessidade da participação das organizações na solução dos problemas sociais, duas correntes de pensamento se posicionam: A primeira considera que não é papel das organizações fazer intervenções sociais, uma vez que este é o papel do Estado, e tal atitude poderia alterar o posicionamento e equilíbrio natural do mercado. De outro lado, existe a corrente que defende que os objetivos organizacionais são mais amplos do que a maximização do lucro e o retorno financeiro a acionistas. Dessa forma, os projetos sociais fazem parte das obrigações das organizações, e seu compromisso reflete o valor na sociedade.
Esses são posicionamentos em constante discussão e transformação, e que refletem que não existe um consenso quanto à questão, mas o importante é que a RSC surgiu há muitos anos e hoje se posiciona como onda social que desperta o interesse de muitas pessoas.
Então,vamos verificar que interesse é esse e quais as oportunidades de estudos estão a eles relacionadas?
2.1. O interesse e o estudo de RSC
O respeito aos valores que envolvem as pessoas, a sociedade e a ética, são fatores fundamentais para o posicionamento estratégico das empresas que buscam o sucesso no mundo globalizado. Essa afirmativa nos mostra os fatores que envolvem o interesse das organizações ao desenvolverem estratégias e políticas de Responsabilidade Social Corporativa, e, dessa forma, refletem o importante estudo da RSC.
O estudo da responsabilidade social corporativa é importante para que se possam entender as relações complexas que envolvem as organizações e a sociedade. Vários são os fatores de influência que demonstram não só o interesse das empresas, mas também a importância dos estudos relacionados. O fator mais importante está relacionado com a crescente expansão econômica das empresas diante da globalização de mercados e as intensas aquisições, fusões e parcerias entre as empresas.
Para ilustrar essa expansão econômica, Oliveira (2008) nos mostra que muitas empresas hoje concentram riqueza muito maior que o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos países. O que não é diferente em relação ao mercado brasileiro, pois muitos Estados da Federação não têm a receita que algumas multinacionais inseridas no Brasil possuem.
Nesse sentido, verifica-se a importância do estudo da RSC relacionada às organizações, pois fazer responsabilidade social envolve uma amplitude muito grande de atores mercadológicos, pois as empresas, atuando no ambiente econômico, exercem um poder significativo, não só na produção de bens e serviços, mas na acessibilidade aos produtos e serviços, política de preços e muitos outros fatores relacionados com o desenvolvimento local.
O crescimento em valor das organizações que praticam a responsabilidade social corporativa é também um grande motivo para despertar o interesse das organizações e executivos para este tema. A causa principal é que os impactos econômicos de atitudes contrárias à responsabilidade social são significantes para as organizações do ponto de vista de sua sustentabilidade financeira e também de seu nome e marca no cenário social.
Um outro fator que implica a atuação ativa das organizações privadas em RSC está ligado ao fato de que as instituições publicas já não respondem aos anseios da sociedade, de forma que há uma série de pressões pelo próprio Estado e por entidades não-governamentais quanto a atitudes socialmente responsáveis.
Sobre essa questão, Oliveira (2008) contribui com sua perspectiva:
O contexto social de atuação das empresas também tem mudado. Existe uma expectativa que as empresas atuem em áreas que antes não eram vistas como de sua responsabilidade, como projetos sociais e ambientais. Com a falta de credibilidade e a crise fiscal dos governos em muitos países [....] o papel do estado tem sido muitas vezes reduzido em quantidade na provisão de serviços públicos, inclusive em áreas sociais, como educação, saúde e assistência social. (OLIVEIRA, 2009. p, 9)
Nesse cenário, percebemos o estudo da responsabilidade social com uma perspectiva transdisciplinar, envolvendo as mais variadas ciências, como foco principal para as ciências sociais e humanas. Esse é um caminho para a conscientização de pessoas e organizações para a criação de oportunidades para a sociedade e o meio-ambiente.
Conhecendo a importância da Responsabilidade Social, é necessário que tenhamos a oportunidade de entender os conceitos a ela relacionados. Então, vamos a esses pontos no próximo tópico.
2.2. Responsabilidade Social Corporativa, um conceito em evolução
As transformações impostas às organizações pela modernidade estabeleceram uma nova visão para os executivos quanto ao negócio organizacional, de forma que a organização possa sempre buscar a sua sobrevivência no mundo corporativo moderno. Hoje, as organizações buscam a consolidação das suas ações a partir das premissas: identidade, imagem e reputação, em que todas essas premissas estabelecem ações estratégicas de comunicação corporativa.
As preocupações com as transformações sociais e a sustentabilidade dos negócios fizeram com que as organizações estabeleçam laços mais estreitos com os seus públicos de relacionamento. Esses laços proporcionam ganhos em escala nos negócios, pois as tecnologias e sistemas de produção, embora representem oportunidades, já não proporcionam, isoladamente, o fortalecimento da marca e imagem organizacional.
Passo a passo, as empresas estão tendo condições de entender a necessidade de ir além na garantia da sustentabilidade dos negócios, principalmente quando o processo produtivo proporciona grandes impactos no meio ambiente, influencia na vida das pessoas e comunidades e compromete a sobrevivência das gerações futuras.
Assim as organizações começam a perceber uma mudança de paradigma e passam a desenvolver políticas de relacionamento com os seus públicos relacionados, buscando serem vistas como parceiras efetivas de ações que podem melhorar a sociedade e também a reputação e imagem da organização e sua marca.
Obviamente, esse é um posicionamento constante, e, na medida em que a sociedade se transforma, os anseios sociais também, fazendo com que o posicionamento organizacional esteja completamente alinhado. Todo e qualquer posicionamento organizacional deve promover uma ação transformadora, permitindo uma mudança de mentalidade alinhada à realidade de forma efetiva. É nesse ponto que falamos do conceito de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) de forma mais crítica e posicionando-o como um conceito em constante transformação.
Oliveira reforça a nossa idéia:
RSC ainda é uma idéia em evolução. Não sabemos exatamente o que é, nem como será. Talvez seja porque o conceito de RSC está em constante evolução, até mesmo para continuamente se adaptar às mudanças ocorridas na sociedade e nas empresas. É uma construção social e política. Se tivéssemos um conceito fixo, bem como definido ele não poderia evoluir e desapareceria com o tempo, assim como acontece com várias teorias dentro da administração. Porém, a falta de uma definição mais precisa do conceito não impede que o apliquemos, buscando empresas com atuação mais responsável diante dos desafios éticos, sociais, econômicos e ambientais da nossa sociedade. (OLIVEIRA, 2009. p, 74)
Acredito que, agora que sabemos que a RSC não é um conceito fixo, mas sim um conceito em construção, temos condições de verificar aqueles já estabelecidos e que não devem ficar isolados, pois conhecendo-os e criticando-os que teremos condições de buscar a sua transformação.
Então, vamos ao próximo tópico colher mais alguns ensinamentos. Não perca essa oportunidade!
2.3. Responsabilidade social, ação social e marketing social
Mesmo sabendo que o conceito de Responsabilidade Social Corporativa se estabelece continuamente, podemos verificar, através de conceitos já estabelecidos, o que se pensa quando se fala em Responsabilidade Social.
Hoje, no Brasil, o Instituto Ethos é a referência quando o tema é a Responsabilidade Social Corporativa, e esse Instituto nos traz um conceito bem amplo do tema:
Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. (ETHOS, 2009. p. 1)
McIntosh (2001) amplia o tema esclarecendo pontos importantes que nos remetem à ideia de conceito em construção:
[...] existe uma nova forma de cidadania corporativa. Não se trata de filantropia, não se trata de anexar um lustroso relatório sobre assuntos comunitários ao relatório financeiro anual. A nova cidadania corporativa não é algo secundário a ser gerenciada pelas relações públicas. A nova cidadania corporativa trata de cidadaniano cerne do planejamento estratégico (MACINTOSH, 2001. p. 37).
Pelo que verificamos nos conceitos apresentados, os desafios são grandes quando se trata da Responsabilidade Social Corporativa, a questão é estratégica a tal ponto que já começamos a verificar as parcerias entre clientes e fornecedores serem influenciadas por esses fatores. Já estamos verificando clientes que deixam de consumir determinados produtos porque estão vendo-os associados a determinadas práticas socialmente irresponsáveis.
Bem, já verificamos o conceito de Responsabilidade Social Corporativa, mas muitas pessoas confundem suas ideias e práticas quanto se trata deste tema. Dessa forma, é necessário um entendimento mais ampliado, relacionando-o com o conceito de ação social e marketing social, pois muitas vezes se observa que não há clareza sobre os três conceitos.
A ação social é um conceito que está ligado a uma prática muito comum, e antiga, realizada pela sociedade civil, a filantropia. Esse é um conceito que surgiu no século XX quando pessoas da sociedade civil ajudavam financeira e materialmente as instituições de caridade. Hoje, muitas organizações seguem esse caminho, apoiando causas ou instituições valorizadas pela sociedade civil de forma que todos possam ganhar com a ação realizada. Um exemplo claro é a doação de cestas básicas para o “Asilo do Futuro Feliz”, é uma ação isolada sem cunho negocial.
O conceito de filantropia evoluiu um pouco, ao longo dos tempos. Muitas organizações se lançaram na onda da filantropia estratégica. Nesse modelo de filantropia, a organização atua no ambiente onde a empresa opera oferecendo um investimento social privado estratégico que está ligado ao contexto competitivo do negócio, ou seja, é uma questão de divulgação da imagem institucional. Um bom exemplo é o da fabricante de material de construção que doou uma quantidade de material para a construção da creche, e que coloca a sua placa divulgando a doação e usa o fato em campanhas mercadológicas.
Em ambos os casos, podem-se verificar benefícios que envolvem tanto a empresa quanto a comunidade, pois os ganhos não se restringem somente à imagem, mas também a vantagens únicas para a organização que podem também ser revertidas em favor dos projetos sociais e das condições do contexto competitivo em que a organização se encontra.
O marketing social traz um conceito complexo, pois muitos o consideram relacionado à Responsabilidade Social Corporativa, mas outros afirmam categoricamente que essa consideração não pode ser feita . Podemos dizer que, antes de tudo, o marketing social representa uma estratégia para atuação da organização na área social, de modo a contribuir para uma maior efetividade da ação social.
 O Sindicato dos Profissionais de Relações Públicas traz em seu portal um conceito amplo e claro sobre o tema marketing social. Confira em sua aula online. Não perca tempo!
Podemos verificar que a Responsabilidade Social Corporativa está ligada ao envolvimento e comprometimento permanente das organizações na adoção de um comportamento ético voltado para a contribuição com o desenvolvimento econômico e social. Essa ação deve envolver a melhoria da qualidade de vida de seus empregados e familiares, bem como a melhoria da qualidade de vida das comunidades onde se inserem, e, de uma forma mais ampla, a sociedade como um todo.
A crítica que se faz quando se observa o conceito de responsabilidade social e o confronta com o marketing social é o fato de que muitas organizações fazem o uso do marketing social somente para posicionar sua marca no mercado e conquistar clientes com uma fachada responsável. A realidade é que o marketing social precisa estar inserido dentro do contexto da real Responsabilidade Social Corporativa.
Oliveira (2008) mostra que o marketing social tem dois objetivos importantes dentro da perspectiva de equilíbrio entre as necessidades dos consumidores e os lucros da organização:
1. Desenvolver produtos que equilibrem a necessidade dos consumidores e, tenham um preço viável e conveniência com a compatibilidade socioambiental.
2. Projetar uma imagem de alta qualidade, incluindo sensibilidade socioambiental, quanto aos atributos de um produto e quanto ao registro de trajetória de seu fabricante, no que se refere à responsabilidade social. (OLIVEIRA, 2008. p.128)
Diante disso, verifica-se que a responsabilidade social deixa de ser compulsória e passa a ser estratégica, quando o papel do marketing social tem o objetivo de produzir impactos positivos, através das ações de marketing, estimulando práticas para minimizar ou até mesmo reduzir ações de impacto negativo. Um exemplo claro está ligado ao recolhimento de pilhas pelo Banco Real, pois uma prática obrigatória das empresas passa a ser usada como mecanismo de marketing social levando o cliente até ao banco e criando uma consciência de preservação socioambiental.
As questões aqui propostas nos fizeram compreender a responsabilidade social, a ação social e o marketing social, mas de forma mais ampla pode nos fazer refletir sobre a questão da obrigação social. Assim, entramos em um dilema ético, ou seja, é realmente de ética que precisamos falar. Então, não perca a leitura do próximo tópico.
2.4. RSC e ética empresarial
É impossível a compreensão da responsabilidade social sem entender os valores éticos determinados por uma sociedade. O posicionamento das organizações quanto à questão ética não se caracteriza como um tema idealizado filosoficamente. Hoje, as crescentes necessidades que permeiam o mundo dos negócios exigem um olhar ético e responsável voltado para diversas questões que envolvem as pessoas.
A postura das organizações de estabelecer como único objetivo empresarial a consolidação do lucro não atende mais às expectativas e demandas da sociedade, pois os consumidores estão com uma postura cada vez mais crítica na sua atuação como cidadãos globais.
A ética empresarial se estabelece orientada pelo posicionamento da ética geral, em que ela estabelece critérios de posicionamento adequados aos valores e às convicções sociais. Diante de uma ética empresarial, as organizações necessitam desenvolver o tema da ética, de forma que a conduta ética de seus participantes esteja permeada por valores e convicções estabelecidos pela organização como parte de sua cultura.
Levando em consideração a universalidade que permeia o conceito de responsabilidade social, é fundamental o posicionamento ético das organizações, pois a ética é um dos pontos que se preocupa para entender as motivações de determinadas ações empresariais.
De acordo com Oliveira (2008), no idealismo ético, as empresas devem beneficiar os seus públicos nas suas ações, baseando-se em princípios morais e nos interesses deles, porque essa postura é a mais adequada a uma responsabilidade social corporativa progressista.
Para entendermos melhor a questão do posicionamento ético, vamos ao próximo tópico para focar a modelagem ou tipologias que permeiam a RSC. Não deixe de ler o próximo tópico!
2.5. As tipologias de RSC
Ao pesquisarmos a ética, vamos encontrar uma diversidade de definições que estão relacionadas com a RSC, daí a idéia de conceito em construção, como já temos falado, pois o que é responsabilidade social para algumas organizações pode não ser para outras. Vamos entender os modelos ou tipologias de RSC.
Para Melo Neto (1999), a responsabilidade social corporativa se estabelece em duas tipologias: a dimensão da responsabilidade social interna e a dimensão da responsabilidade social externa. Melo Neto descreve:
A responsabilidade social interna focaliza o público-interno da empresa, seus empregados e seus dependentes. O seu objetivo é motivá-los para um ótimo desempenho, criar um ambiente agradável de trabalho e contribuir para o seu bem-estar. Com isso a empresa ganha a sua dedicação, empenho e lealdade. Os ganhos de produtividade são enormes.
A responsabilidade social externa tem como foco a comunidade mais próxima da empresa ou o local onde ela está situada.
Atuando em ambas dimensões a empresaexerce a sua cidadania social e adquire o seu status de "empresa-cidadã". (MELO NETO, 1999. p.85)
A gestão da RSC, envolvendo o público interno de uma organização, está voltada, principalmente, para a área de recursos humanos enfatizando desenvolvimento de pessoas, políticas salariais, qualidade de vida das pessoas e política de benefícios voltados para assistência médica e odontológica, assistência educacional, social e psicológica, e facilidades de transporte e alimentação.
Já a gestão da RSC, quando envolve o público externo de uma organização, é mais ampla, pois tem seu foco estabelecido nos públicos interessados na organização ou que dela participam direta ou indiretamente, sendo o principal deles a comunidade na qual a organização se insere. A comunidade, através de projetos de RSC, é beneficiada por meio de ações sociais orientada para as áreas de meio ambiente, educação, saúde. Nesse caso, uma organização, para ter um bom retorno social, deve estabelecer uma imagem positiva frente à comunidade em que atua na dimensão econômica, social e ambiental.
A RSC externa pode ser muito mais ampla envolvendo os diversos públicos interessados ou participantes da organização. Quando ela é omissa no cumprimento das suas obrigações sociais em relação aos seus acionistas, clientes, fornecedores e parceiros, governo e comunidade, perde sua credibilidade, tem sua imagem prejudicada, pois o seu capital de responsabilidade social não estará alinhado ao padrão de transparência ética pertinente.
A responsabilidade social sendo praticada pelas organizações inteligentes e consistentes proporciona uma contribuição importante para a sustentabilidade e o desempenho organizacional. É nessa ação que a organização ganha vantagem competitiva junto ao mercado, motivação de funcionários, potencialização de resultados operacionais, pois a imagem da empresa estará fortalecida em um ambiente no qual a organização ganha em confiabilidade e respeito.
Na unidade 3, teremos a oportunidade de concentrar os estudos em um tema que amplia os conhecimentos adquiridos nas unidades 1 e 2. O Desenvolvimento Sustentável é uma pedra fundamental para fixar uma política de responsabilidade social corporativa.
Não perca!
3. Teoria na Prática
Esta é a oportunidade de verificarmos questões práticas que envolvem a implementação de RSC nas organizações. Trouxemos um caso da empresa Souza Cruz, produtora de cigarros. Vamos ao caso:
Responsabilidade social de uma empresa: o caso da Souza Cruz S.A. conforme a ótica de seus gerentes
A busca de um negócio sustentável leva as empresas cada vez mais a se preocuparem com todos os envolvidos na sua cadeia produtiva. Desta forma, o tema responsabilidade social vem ganhando terreno. Embora seja uma matéria relativamente nova no Brasil, várias empresas estão procurando estruturar e desenvolver seus programas de responsabilidade social. 
O presente estudo de caso procurou analisar a responsabilidade social da empresa com foco na Souza Cruz S.A. Através da percepção de diversos stakeholders, procurou-se agregar à empresa subsídios para avaliação e melhoria do programa, bem como contribuir para um aprofundamento sobre o status atual do tema por meio da análise de uma situação concreta. 
O trabalho analisou o programa corporativo a partir de seis dimensões, a saber: valores e transparência; público interno; meio ambiente; fornecedores; comunidade; consumidores. Dentre os resultados obtidos, verifica-se que os gerentes percebem a organização como socialmente responsável, embora demandem maior participação e envolvimento dos mesmos na estratégia corporativa. Os demais grupos de stakeholders pesquisados, comunidade, sindicado e fornecedores, apontam para uma baixa comunicação do programa por parte da empresa e a necessidade de uma maior participação da empresa na comunidade. 
De maneira geral, verificou-se que existe um programa de responsabilidade social sendo implantado, este carece de melhorias e que a empresa está desenvolvendo estratégias de negócio e um sistema de planejamento focado em fortalecer a responsabilidade social corporativa. Além disso, procura implantar instrumentos adequados de acompanhamento e monitoramento de suas práticas.
Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1524
E você? O que pensa sobre a responsabilidade social na Souza Cruz S.A.? Vá pensando, pois vamos retomar esse caso na seção Exemplos Práticos.
4. Recapitulando 
O interesse e o estudo de RSC – A responsabilidade social é vista como um compromisso das organizações em relação à sociedade. O interesse em estudar e desenvolver responsabilidade social passa pela necessidade de criação de um modelo de gestão baseado em RSC que possa servir de prestação de contas transparente do desempenho organizacional em relação aos valores sociais.
RSC, um conceito em evolução – A responsabilidade social de uma organização consiste na implementação de um modelo de gestão baseado na participação direta desta organização nas ações comunitárias ao seu redor, de forma que possa minimizar os possíveis danos causados por esta em decorrência da sua atividade produtiva. Mas vale a pena dizer que este conceito por si só não basta, na medida em que os anseios sociais aumentam o compromisso das organizações se tornam ainda maiores, fazendo com que este conceito tenha que ser ampliado, reestruturado ou modificado a cada momento.
Responsabilidade social, ação social e marketing social - Em uma linguagem formal, sempre houve ação social baseada na filantropia. A filantropia foi o passo inicial em direção à responsabilidade social, não sendo a filantropia, portanto, sinônimo de responsabilidade social, mas representando a sua evolução ao longo do tempo. Ao longo do tempo, o conceito de "Responsabilidade Social" surgiu atribuindo compromissos das organizações em relação à sociedade em que operam. Já o Marketing Social é uma a modalidade de ação mercadológica das organizações que envolvem a demonstração do engajamento da organização nas causas sociais.
RSC e ética empresarial – A responsabilidade social atua com o objetivo de apresentar um desempenho ético correto das organizações em relação ao meio ambiente e sociedade, de forma a criar condições de colocar em prática sua cultura e seus valores.
As tipologias de RSC – Os tipos de responsabilidade social existentes respaldam o compromisso ético das organizações no envolvimento com o público interno e externo. A organização procura balisar a suas ações sociais pautada em valores éticos e morais que reforçam a sua relação com os seus públicos, melhorando a qualidade de vida de seus funcionários, reforçando as relações com clientes, fornecedores, parceiros, governo e sociedade, e ainda, proporcionando a rentabilidade aos acionistas.
Unidade 3: Desenvolvimento Sustentável
1. Nosso Tema
A preservação da biodiversidade é uma questão bem ampla que envolve não somente a proteção do meio ambiente silvestre e seus ecossistemas, mas também a preservação das condições de vida humana e das gerações futuras.
É nessa linha de pensamento que devemos nos interessar pelo entendimento dos sistemas naturais que promovem a sustentabilidade da vida do ser humano.
O conhecimento sobre o desenvolvimento humano é de fundamental importância dentro de um cenário de crescimento desordenado somado a um padrão de consumo elevado, fatores que causam impactos significantes e que provocam a redução do potencial do meio ambiente.
A conservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico são fatores essenciais para satisfazerem o homem nas suas necessidades, mas necessariamente devem caminhar juntos dentro de uma perspectiva de sustentabilidade.
É esse o tema principal discutido nesta unidade. Discutiremos também questões ambientais, Agenda 21 e o desenvolvimento sustentável. Não perca tempo, continue a leitura!
Para Refletir
Você já parou para pensar o que é sustentabilidade?
De acordo com o Portal da Sustentabilidade, a “sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos,sociais, culturais e ambientais da sociedade humana”.
E mais importante para refletirmos é que o mesmo portal informa que a sustentabilidade:
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais. (Portal da Sustentabilidade, 2009)
Nesse sentido, verificamos que o desenvolvimento sustentável deve permear vários tipos e níveis de organizações, envolvendo os atores locais e globais.
Vamos conhecer um pouco mais sobre desenvolvimento sustentável nesta unidade. Não se preocupe se nunca pensou sobre isso!!! 
2. Conteúdo Didático
A maior parte das causas dos problemas mundiais está relacionada com o meio ambiente. Elas não são somente encontradas nas questões que envolvem a preservação dos animais e das florestas, mas em uma questão muito mais ampla: os recursos fundamentais à sobrevivência do homem.
O físico Frijof Capra (2009, in PECO p. 1) nos traz uma reflexão:
À medida que o século se aproxima do fim, as preocupações com o meio ambiente adquirem suprema importância. Defrontamo-nos com toda uma série de problemas globais que estão danificando a biosfera e a vida humana de uma maneira alarmante, e que pode logo se tornar irreversível. Quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais somos levados a perceber que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. [...] A partir do ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis são as soluções "sustentáveis". O conceito de sustentabilidade adquiriu importância-chave no movimento ecológico e é realmente fundamental. Este, em resumo, é o grande desafio do nosso tempo: as chances das gerações futuras.
Nesta unidade, temos a oportunidade de entender a amplitude da responsabilidade ambiental e da importância do desenvolvimento sistêmico, analisando todos os pontos que permeiam este tema. Vamos aos estudos!
2.1. O debate ambiental e as abordagens de desenvolvimento sustentável
Até o século XVI as formas de energia utilizadas pelo homem se configuravam na força do trabalho braçal ou tração animal. Aos poucos foram sendo aproveitadas a força hidráulica dos rios e a energia eólica.
A grande transformação tecnológica quanto à geração de energia ocorreu com a Revolução Industrial. Na esteira da transformação tecnológica, presenciamos diversas transformações sociais, econômicas, políticas e ecológicas, nas quais destacamos, respectivamente: o crescimento urbano e êxodo rural, a ascensão do capitalismo e surgimento de grandes empresas, o fortalecimento do modelo estatal, e a geração de resíduos e efluentes do processo industrial com conseqüente degradação ambiental.
A partir de então, vários movimentos surgiram no mundo como forma de atentar e defender as questões sociais e ambientais, principalmente nos Estados Unidos da América - EUA com a criação de parques nacionais para preservação de espaços naturais.
Com a grande transformação econômica que acontece na década de 60, muitos pensadores começam a alertar para os impactos que o crescimento econômico gera nos cenários sociais e ambientais. Esse momento histórico, conhecido como a era do gigantismo industrial, trouxe ainda algumas mudanças pontuais na sociedade, dentre as quais encontramos: valorização do capital humano e intelectual em contrapartida a força física do funcionário, a impossibilidade de definição de fronteiras entre o público e privado, e a partir disso o aparecimento das organizações não-governamentais - ONG’s.
A partir de então, vários movimentos em prol do meio ambiente começam a ganhar forças, inicialmente se organizando em âmbito local e posteriormente ganhando alcance global. Como não havia parâmetros para definição de padrões produtivos, o Estado não tinha condições de definir fatores compatíveis entre produção industrial e preservação ambiental.
Então, ainda nos anos 60, surgiu o movimento ambientalista mundial questionando os impactos gerados pelas transformações da sociedade moderna. Esse movimento ganhou força em outros que surgiram na mesma época: movimento pacifista, feminista, hippie e pelos direitos civis, todos com origem nos EUA. Com a força das ONG’s, os ambientalistas se organizavam para pedir o fechamento de fábricas, indicando a relação direta existente entre o crescimento econômico e a degradação ambiental.
A partir do crescimento dos protestos, a Organização das Nações Unidas - ONU organizou em 1972, na cidade de Estocolmo na Suécia, a primeira conferência para discutir a questão dos problemas ambientais. Esse momento de debate foi importante para abrir as discussões e o entendimento sobre as questões ambientais.
Posteriormente, ocorreu no Rio de Janeiro, em 1992, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) – ECO 92, momento em que chefes de Estado de todo o mundo se reuniram para estabelecer uma agenda de compromissos relacionados à preservação do planeta terra.
Bem, a Agenda 21 é tema do próximo tópico desta unidade. De forma contínua, vamos conhecer mais sobre os debates que permearam o desenvolvimento da consciência sustentável. Vamos lá!
2.2. A agenda 21.
A Agenda 21 é fruto das discussões promovidas na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO 92, para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de 179 países. O documento consensual estabelecido nessa conferência foi oficializado em 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro, e as questões pactuadas em seu texto foram oficialmente admitidas pelos países que participaram do evento. 
A Agenda 21 representa um marco na solução das questões ambientais, enfatizando as necessárias mudanças relacionadas ao desenvolvimento sustentável. O foco central desse documento se fundamentou em torno das questões da atualidade relacionadas com os problemas socioambientais, com o objetivo de preparar o mundo para os desafios do século XXI.
Por se tratar de um documento da ONU, a obrigatoriedade nos países passa pela recepção das normas estabelecidas na Agenda 21 pelas legislações de cada país. A Agenda nacional brasileira está relacionada às agendas estaduais e agendas municipais, prevalecendo a legislação mais restritiva estabelecida pela União, Estados ou Municípios que poderão legislar, individualmente, a partir da Agenda 21.
Como documento da ONU, a Agenda 21 representou um grande avanço voltado para a consciência ambiental e para o fortalecimento dos agentes e instituições que fomentam as práticas e posturas de desenvolvimento sustentável, principalmente pelo fato de envolver os Poderes Públicos e a sociedade dentro de uma consciência ambiental, criando e desenvolvendo legislações capazes de promover a proteção do meio ambiente, com as práticas desenvolvimentistas necessárias, porém dentro de uma ótica de sustentabilidade.
Desenvolvimento econômico e social, conservação e administração de recursos naturais relacionados com o desenvolvimento, e definição de papéis de grupos econômicos e sociais atuantes nas questões socioambientais são questões importantes dentro da dimensão da Agenda 21.
A Agenda 21 considera, ainda, diversas questões dentro dos temas: geração de emprego e de renda, diminuição das desigualdades regionais e de renda interpessoal, mudanças nos padrões de produção e consumo, construção de cidades sustentáveis e que promovem acessibilidade, práticas de modelos e instrumentos de gestão participativa, erradicação da pobreza, proteção da saúde humana e a promoção de assentamentos humanos sustentáveis.
Conforme já dissemos, a Agenda 21 representa e promove um processo de planejamento participativo importante para analisar a situação de um país, estado ou município, e, a partir dos resultadosencontrados, planejar o futuro de forma sustentável, envolvendo todos os atores sociais, promovendo parcerias e compromissos adequados à solução dos problemas político-institucionais, econômicos, sociais, e ambientais.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO 92 foi importante no criação da Agenda 21, mas é bom observar que outros acordos resultaram desse encontro, conforme se seguem: Declaração do Rio, Convenção sobre Mudanças Climáticas, Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas, e Convênio sobre a Diversidade Biológica.
2.3. Educação para o desenvolvimento sustentável.
O novo milênio traz como ponto de ação uma profunda análise e revisão sobre os valores éticos que permeiam a sociedade e as organizações. A era do conhecimento, característica deste novo tempo, forma um importante contexto em que a intensa mobilização de pessoas e entidades busca criar uma cultura de educação focada em respostas para os problemas de proporções globais ligados ao desequilíbrio social, econômico e ambiental.
A educação ambiental passa a ser o grande desafio na caminhada rumo ao desenvolvimento sustentável, paralelamente à tomada de decisões relacionadas à garantia da conservação e proteção ambiental. Nesse sentido, exerce um papel de base importante para o desenvolvimento da consciência coletiva de proteção ambiental e, consequentemente, contribui para o comportamento participativo e democrático das decisões ambientais.
A educação ambiental deve ter suas bases norteadas pelo conhecimento, valores sociais, e competências que envolvem a preservação ambiental, visando à garantia e à qualidade de vida das gerações futuras e presentes.
A gestão organizacional voltada para uma gestão do conhecimento com bases educacionais sustenta-se com proposição ética voltada para as necessidades sociais mais abrangentes. Assim, as empresas conseguirão promover tomadas de decisões assertivas e poderão obter vantagens competitivas na medida em que são mais eficientes.
Por meio de uma gestão do conhecimento permeada pela educação ambiental, as organizações passam a contar com um conjunto de sistema que orientam e possibilitam a criação, disseminação e utilização de conhecimentos que podem gerar riqueza sustentável.
O tema da Educação Ambiental foi inserido na legislação brasileira através da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente - Lei 6.938/81. A Constituição no artigo 225, § 1, VI incumbe o Estado com as atribuições de promoção da educação ambiental em todos os níveis do ensino, bem como da conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Somente em 1999, através da Lei 9.795/99 que o princípio da educação ambiental, previsto no texto constitucional, foi regulamentado. Assim, surgiu a Lei da Política Nacional de Educação Ambiental.
Levando em consideração a importância da educação e gestão do conhecimento, é interessante que possamos verificar a aplicação desses conceitos no âmbito da gestão organizacional. No próximo tópico, ampliaremos o tema da sustentabilidade focando a participação das empresas no processo de desenvolvimento sustentável. Não deixe de conferir, vamos lá!
2.4. O desenvolvimento sustentável e as empresas
Os instrumentos de gestão que predominaram na sociedade moderna conduziram as organizações a um crescimento baseado no consumo ilimitado de recursos e na destruição gradual das condições naturais do planeta.
A destruição dos ambientes naturais, a exclusão e a desigualdade social, entre outras são algumas das inúmeras evidências que sinalizam para uma profunda crise num modelo de crescimento econômico que tem orientado as decisões e ações na sociedade em geral. Muitas organizações, por questões éticas, por fatores mercadológicos ou a serviço de uma sociedade melhor, começam a compatibilizar o crescimento econômico com a igualdade social e preservação ambiental.
A partir do final do século passado, a racionalidade econômica passou a proporcionar espaço, também, às necessidades sociais e ambientais. Nesta nova Era, a natureza passa a ser vista não somente como fonte provedora de recursos, mas sim como fonte de sustentabilidade próprias para garantir a sobrevivência das gerações atuais e futuras.
Hoje, a maioria das organizações, na sua criação, é idealizada com a perspectiva de continuidade, ou seja, quer perpetuar no tempo de forma ilimitada. Nesse sentido, podemos afirmar que toda e qualquer organização almeja a sustentabilidade, preocupadas com o ambiente que as envolve.
Há uma tendência de disseminação das ideias ambientalistas e a formação de um cenário macroambiental que envolve as organizações determina um olhar para esse cenário de forma a estabelecer estratégias empresariais coerentes com o momento vivido.
Temos vários exemplos de organizações que se estabelecem voltadas para uma consciência de sustentabilidade, e perpetuam com oportunidades transformadoras potencializadas pelos valores que recebem e devolvem ao ambiente que as circunda. Um exemplo claro é o da Natura Cosméticos, uma empresa que explora a matéria-prima do ambiente natural. Para isso, estabelece políticas de conscientização, capacitação e transformação social. Hoje, o nativo que derrubava as árvores para extrair a matéria-prima tem consciência, através de programas de educação ambiental desenvolvido pela Natura, da necessidade da árvore permanecer ali e servir para o seu sustento continuamente.
Muitas organizações passaram a observar as legislações ambientais dos países em que estão inseridas, as regras e restrições do mercado que as influenciam direta ou indiretamente, as exigências específicas de consumidores, entre outros fatores. As organizações passaram a buscar uma diferenciação no mercado atuando de forma sustentável, ou seja, com posturas de responsabilidade social e ambiental.
É preciso que todas as organizações reestruturem seus processos administrativos para inserir neles a ideia da capacidade de manutenção sustentável nas perspectivas econômica, social e ambiental. 
Prezado aluno, podemos verificar que a gestão sustentável de um empreendimento no momento em que atende às expectativas dos acionistas, colaboradores, sociedade e mercado é o grande diferencial no cenário competitivo da atualidade. 
Na próxima unidade, iremos explorar um pouco mais o tema da sustentabilidade ambiental focado nas regulamentações que permeiam o assunto Meio Ambiente e políticas socioambientais. Até Breve!
3. Teoria na Prática
No portal da Ecoesfera, www.ecoesfera.com.br/home, percebemos que o ideal de desenvolvimento deve permear toda e qualquer organização, esteja ela em qualquer segmento.
A ideia de morar com qualidade de vida é morar bem e viver orientado para os valores do desenvolvimento sustentável.
O exemplo da Ecoesfera nos proporciona uma grande oportunidade de conhecer a prática da teoria estudada. No portal da empresa, podemos verificar uma gama de informações relacionadas com o triângulo da sustentabilidade, mapa sustentável e pequenas ações e grandes mudanças. Caso você tenha maior curiosidade sobre as reflexões sobre sustentabilidade, o presidente da Ecoesfera traz no blog Raízes um espaço dedicado ao assunto. Acesse-o agora! http://www.blograizes.com.br.
4. Recapitulando
O debate ambiental e as abordagens de desenvolvimento sustentável
A Revolução Industrial foi o ponto de partida para o surgimento de uma série de problemas relacionados com as questões ambientais e a qualidade de vida da população. Diante desta situação a sociedade vem, ao longo do tempo, desenvolvendo uma série de articulações para fomentar a sustentabilidade socioambiental.
A agenda 21
A Agenda 21 se estabelece como um instrumento de planejamento importante na construção de sociedades orientadas para o desenvolvimento sustentável, em qualquer país do mundo, conciliando a questão da eficiência econômica, da proteção ambiental e da justiça social.
No âmbito do Brasil, a Agenda 21 se configura como um instrumento de planejamento orientado para o desenvolvimento sustentável de Estado Brasileiro

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