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O Movimento Ginástico Europeu O Movimento Ginástico Europeu que surgiu no século XIX foi responsável por organizar e sistematizar a Ginástica, proporcionando seu desenvolvimento e também com o propósito de moralizar os indivíduos e a sociedade. A Revolução Industrial aumenta o interesse pela Educação Física, sendo moldada para atender aos interesses de cada país ou região. Na Europa surgiram quatro correntes doutrinárias responsáveis pela sistematização da Educação Física: Alemã, Nórdica ou Sueca, Francesa e Inglesa (Ramos, 1987; Marinho, 1994). Das quatro Escolas criadas no Movimento Ginástico Europeu apenas as três primeiras influenciaram as práticas gímnicas. A Escola Alemã, de caráter essencialmente militarista, abrangeu os métodos Alemão e Natural Austríaco; a Sueca possuía um viés médico, de onde surgiram os métodos Sueco, Dinamarquês e a Calistenia; e a Escola Francesa trazia aspectos mais acentuadamente pedagógicos e foi composta pelos métodos Francês e Natural de Hébert; a Escola Inglesa voltou-se para as atividades desportivas. Escola alemã inicialmente inspirada por Rousseau e Pestalozzi, reencarnando os ideais clássicos da educação helênica, passou a ser incluída nos deveres dos indivíduos, com ideias pedagógicas sufocadas por um novo modelo de ginástica alemã. Teve como destaque Johann Cristoph Friederick Guts Muths (1759-1839), considerado o pai da ginástica pedagógica moderna. Ele desenvolveu as regras para as práticas da Educação Física, introduzindo um sistema de exercícios nas grades escolares, com os princípios básicos da ginástica artística. "A mais alta cultura intelectual, sem educação corporal, não produz mais que uma personalidade incompleta". Com a derrota para Napoleão em Jena (1805), a Alemanha mergulhou em um profundo sentimento nacionalista desenvolvendo uma ginástica para formar o forte no ideal do “Viver quem pode viver”, a Turnkunst, criada por Friederick Ludwig Jahn (1778-1852), cujo fundamento era a força. "Vive Quem é Forte", era seu lema e nada tinha a ver com a escola. Em 1811, ele sistematizou a prática da ginástica e a transformou em modalidade esportiva. Foi ele quem inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando origem à Ginástica Artística. Durante esse tempo, criou as associações Turnwerein – clubes de ginástica -, para jovens praticantes e interessados. Por conta disso, é considerado o "pai" da ginástica. Friederick Ludwig Jahn (1778-1852) Escola Nórdica ou Sueca Os suecos esperavam obter através de uma ginástica racional e científica, uma raça livre do crescente processo de alcoolismo e tuberculose. A ginástica na Suécia preocupava-se com a execução correta dos exercícios, inspirados por Pestalozzi. “Idealizada por Pehr Henrick Ling (1776–1839), a ginástica sueca surgiu com a finalidade de extirpar os vícios da sociedade, em especial o alcoolismo. Com a missão de regenerar a população, possuía um caráter não acentuadamente militar, mas sim “pedagógico” e “social”. Deveria gerar indivíduos fortes que pudessem ser úteis à pátria, como soldados ou trabalhadores civis” (Dodô & Reis, 2014). Numa viagem que durou 7 anos, Pehr conheceu o chinês Ming, que o ensinou as práticas das artes marciais e do Tui Na, uma terapia manual utilizada para a cura do corpo, bastante praticada na China. De volta à Suécia, Pehr aprofundou-se nas técnicas aprendidas, incluídas nas da medicina tradicional, para elaborar um sistema gímnico dividido em quatro partes: pedagógico, médico, militar e estético, que incorporavam os ensinamentos do Tui Na. Na mesma época, o alemão, Friedrich Ludwig Jahn, elaborou um outro sistema de prática gímnica, mais individual. Escola francesa constitui-se nos primeiros estímulos que vieram a instituir os alicerces da Educação Física brasileira, adotado em todos os estabelecimentos de ensino brasileiros em 1929, trouxe as propostas pedagógicas que embasaram a Educação Física escolar brasileira no período republicano. Este método foi divulgado por Rui Barbosa (1849- 1923 ), por se relacionar com a medicina e com a ciência. O que caracteriza a ginástica francesa era o seu espírito militar, que não era adequado aos ambientes escolares. (Adaptado de Dodô & Reis, 2014). O Método Francês foi desenvolvido por Francisco de Amorós y Ondeaño (1770-1848), que, inspirado em Pestalozzi, negou toda e qualquer forma de empiria (com base na experiência). Seus exercícios eram completamente explicados por enunciados científicos, comprovando a relação existente entre a sua ginástica, a saúde da população e a tão desejada utilidade dos gestos. Admitia no sistema três tipos de ginástica: civil, militar e médica. (Adaptado de Dodô & Reis, 2014). Francisco de Amoros y Ondeaño (1770-1848) Para alcançar os seus objetivos, o Método Francês preconiza sete formas de trabalho: jogos, flexionamentos, exercícios educativos, exercícios mímicos, aplicações, desportos individuais e coletivos” Marinho descreve a abordagem de exercícios de marcha, corrida, salto, lançamentos, lutas, esgrima, utilização de pesos e halteres, ginástica de aparelhos, remo, ciclismo, natação e salvamento e desportos coletivos. (Adaptado de Dodô & Reis, 2014) “As atividades físicas ministradas nas aulas de Educação Física escolar, sob as orientações metodológicas da escola francesa, eram baseadas em exercícios calistênicos: movimentos repetitivos que trabalhavam, de forma isolada, membros superiores e inferiores. O professor indicava a forma de realização da ação motora ou demonstrava na prática, de forma que seus alunos repetissem sua execução. No auge dessa escola higienista, na década de 1930, era comum essa sistemática de aula, conforme ilustra a figura abaixo”: Alunos do Colégio Leopoldo (RJ) em 1930 (Xavier & Almeida, 2012) Escola inglesa é a única das quatro nesse período com uma orientação não-ginástica. Foi concebida numa atmosfera para envolver a prática esportiva, incorporando definitivamente o esporte na escola, com uma conotação verdadeiramente educativa, dando grande importância ao fair-play. O esporte foi institucionalizado com regras precisas e formas definidas por Thomas Arnold (1795 – 1842), diretor da Rugby School, considerado criador do esporte. Thomas Arnold 1795-1842 Rugby School A ginástica era pouco difundida, o esporte foi considerado o grande meio para promover a educação, através de jogos esportivos: organização, regras, técnicas e padrões de conduta. Os ingleses então passaram a integrar técnicas antigas do esporte oferecendo ao mundo vários esportes como: atletismo, futebol, rúgbi, tênis, boxe, natação, patinagem desportiva. Rugby School Os Jogos Olímpicos ressurgem em Atenas no final do século XIX (1896), graças ao educador francês barão Pierre de Coubertin, que além de se interessar por música, poesia, literatura e história, também admirava a prática esportiva e defendia o lema: "o importante não é vencer, é competir"! Tentou reformar o sistema educacional francês, não conseguiu, mas restaurou os Jogos Olímpicos, pois acreditava que o esporte era mais que um simples benefício físico. Com ele era possível adquirir qualidades morais e culturais, e através do ideal olímpico, a formação do homem ideal. Pierre de Coubertin 1863-1937 REFERÊNCIAS Capinussú, J.M. Atividade Física na Idade Média: Bravura e Lealdade acima de tudo. Revista de Educação Física. Nº 131 Agosto de 2005 p.53-56. Nicolini, H. Esporte é fruto da Revolução Industrial. Gazeta Esportiva. Além dos Fatos Blog do Henrique Nicolini. 11 de agosto de 2015. Dodô, A. M. & Reis, L.N. Século XIX e o Movimento Ginástico Europeu: o processo de sistematização da ginástica. Disponível em https://www.efdeportes.com/efd190/seculo-xix-e-o-movimento-ginastico-europeu.htm Xavier, E. & Almeida, M. NacionalDesenvolvimentismo: as influências das escolas francesa e alemã de ‘gymnástica’ para a Educação Física escolar. Disponível em https://www.efdeportes.com/efd172/as-influencias-das-escolas- francesa-e-alema-de-gymnastica.htm O Movimento Ginástico Europeu Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16
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