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Revisão - Civil III

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DOAÇÕES
- O beneficiário pode ser incapaz.
Elemento subjetivo: Animus doandi – Vontade de doar.
Elemento objetivo: Ato de doar.
- O donatário pode aceitar ou não a doação. Se não houver encargos, o silêncio significa SIM, se houver, o silêncio significa NÃO.
Classificação
- Unilateral – exceto com encargos
- Gratuito – exceto com encargos
- Solene (em regra) ou não solene (bens móveis, de pequeno valor)
Promessa de Doação
- Não vincula
- Divergência jurisprudencial em alguns assuntos. Ex: acordo de divórcio com promessa de bens aos filhos.
- ENCARGO: O donatário precisa adimplir com alguma obrigação de caráter patrimonial, em benefício de terceiro.
Doação remuneratória: Feita em retribuição a um serviço prestado.
REVOGAÇÃO
- Inadimplemento de encargo
- Ingratidão do donatário.
* Exceto em puramente remuneratória, em que o encargo já foi cumprido, feitas em cumprimento de obrigação natural.
Características: se o donatário atentou contra a vida do doador, ou crime de homicídio doloso contra ele; se cometeu contra ele ofensa física; se o injuriou gravemente ou o caluniou; se recusou ao doador os alimentos que este necessitava.
Prazo: 1 ano.
INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
- Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas nascem da sua declaração.
- Princípos: Boa fé e conservação do contrato.
O intérprete deve presumir que os contratantes procedem com lealdade; See uma cláusula contratural permitir duas interpretações, prevalecerá a que possa produzir algum efeito.
- Em casos de contrato de adesão com cláusulas ambiguas, prevalecerá a interpretação que favorecer ao aderente.
- A transação interpreta-se restritivamente.
- A fiança não permite interpretação extensiva.
- Interpretação ambígua de testamento, prevalecerá a que melhor realize a vontade do testador.
- As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Regras de interpretação:
a) a melhor maneira de apurar a intenção dos contratantes é verificar o modo pelo qual o vinham executando, de comum acordo; 
b) deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor ( in dubiis quod minimum est sequimur); 
c) as cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais; 
d) qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu a estipulação, pois, podendo ser claro, não o foi (ambiguitas contra stipulatorem est); 
e) na cláusula suscetível de dois significados, interpretar-se-á em atenção ao que pode ser exeqüível (princípio da conservação ou aproveitamento do contrato).
CONTRATO MÚTUO
- Empréstimo de coisas fungíveis (podem ser substituídos)
Quando algo é emprestado em mútuo, pode ser devolvida uma outra coisa, desde que seja do mesmo gênero, da mesma qualidade e quantidade.
- Não há como reaver do mutuário, se este for menor e não houver permissão dos seus guardiões legais.
Exceções: pessoa com a guarda legal ratifica o contrato; o menor precisou do empréstimo, na falta dos guardiões, para alimentar-se; Se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho; se o empréstimo beneficiou o menor; se o menor agiu de má fé.
- Mutuário sofre alteração econômica: O mutuante pode exigir garantia.
- Mútuo com fins econômicos: Presumidos juros.
Prazo (não convencionado):
- Até a próxima colheita (agrícolas).
- Trinta dias, pelo menos (dinheiro).
- Declarado pelo mutuante (coisa fungível).
CLÁUSULAS ESPECIAIS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
- As partes podem resolver colocar ou não.
Retrovenda
- Possibilidade de compra a quem está vendendo (seus sucessores).
- Extingue a propriedade do comprador – dentro do prazo de validade, 3 anos (pagando o mesmo preço e custas).
- Oponível a terceiros. 
- O vendedor pode depositar judicialmente, em caso de recusa do comprador, e o juíz restitui a propriedade ao proprietário inicial.
Venda contento/ Sujeita prova
- A partir do recebimento ou após testar o produto, decidir se vai continuar com o negócio jurídico.
Preempção
- Cláusula que impõe ao comprador, em caso de venda, oferecer primeiro ao vendedor.
- Fim do direito: 2 anos para bens imóveis e 180 dias para bem móveis.
- Prazo para decidir: 3 dias bens móveis, 60 dias bens imóveis.
- Se não observado, responde por perdas e danos. Inclusive, o 3º que sabia da cláusula e mesmo assim, comprou a coisa.
- Caso em que a lei obriga a preempção: expropiação por motivo não social.
Reserva de domínio
- Vendedor guarda para si a propriedade do bem, até que o valor seja integralmente pago pelo comprador.
- Bens móveis (cc) bens imóveis (lei 9.514/97)
- Precisa ser escrita e com registro em cartório.
Venda sobre documentos
- Ao invés da entrega da coisa, vai entregar título representando a coisa e outros documentos exigidos.
TEORIA DA IMPREVISÃO
- Também conhecida como onerosidade excessiva.
- Mitiga a Pacta sunt servanda, em nome da cláusula rebus sic stantibus.
- Implícita.
- Se acontece um fato superviniente e imprevisível que torna o contrato extremamente oneroso a uma das partes, o contrato será resolvido.
CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL
- Contrato oneroso. 
- Locador e locatário. 	 
- Por prazo determinado: o locador não pode reaver o imóvel alugado.
- Locatário pode desocupar, mediante pagamento de multa.
- Se o empregador do locatário o transfere para outra cidade, ele pode desfazer o contrato, sem pagar multa, desde que avise com 30 dias de antecedência.
- Prazo indeterminado: recisão a qualquer momento, 30 dias antes, avisar.
Causas de deslocar.
- Por mútuo acordo.
- Prática de infração legal ou contratual.
- Falta de pagamento.
- Reparações urgentes determinadas pelo poder público.
Morte do locatário
- Cônjuge, herdeiros, pessoas dependentes que residem no imóvel ficam obrigados ao pagamento.
- Fiador não é obrigado a continuar. Prazo de 30 dias para responder se continuará, se mantém obrigatoriamente por mais 120 dias.
Sublocações
- Depende de consentimento prévio do locador.
- 30 dias da comunicação para se opor
- Mesmas regras da locação.
* O ajuste do aluguel é livre, mas não pode estar vinculado a moeda estrangeira, salário mínimo ou variação cambial.
* Os critério do reajuste constam em legislação específica.
* Revisão só pode acontecer a cada 3 anos.
Deveres do locador
- Entregar o imóvel em bom Estado.
- Fornecer o recibo discriminado.
- Pagar impostos e tacas e o seguro, salvo disposição em contrário.
- Pagar despesas extras de condomínio.
Deveres do locatório.
- Pagar pontualmente.
- Usar o imóvel para o fim alugado.
- Ao fim da locação, deixá-lo como encontrou.
-Não modificar substancialmente sem prévia autorização.
- Permitir a vistoria pelo locador ou mandatário.
- Pagar as despesas de consumo.
Direito de preferência
- Em caso de venda, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel, mediante proposta recebida do locador, que deverá especificar as condições de venda.
- O locatário tem 30 dias para responder.
- Se o locatário não for comunicado, tem até 6 meses para reclamar o imóvel.
Benfeitorias
- Indenizadas: necessárias, úteis (autorizadas)
- Não indenizadas: Voluptuárias (desde que a retirada não afete o imóvel)
* O contrato pode dispor em contrário.
Garantias locatícias
- Caução: móveis ou imóveis. Não pode exceder 2x o valor do alugel.
- Fiança: O fiador será substituido em caso de morte, ausência, interdição, falência, insolvência, alienação de bens, etc.
- Seguro de fiança locatícia
- Cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento
- Somente uma modalidade por contrato.
Locação residencial e não residencial
- O locador pode expor dois tipos de valores para as pretensas locações de seu imóvel. Se este bem for ofertado para locação residencial, o valor poderá ser diferente do que se cobrará na locação não residencial.
- Seja na locação comercial ou na residencial, cada uma precisa conter valor justo, mesmo que diferenciados, não muito discrepantes na proporção.- O locador poderá ofertar valores diferenciados de aluguel para locações residencial e não residencial. Contudo, não poderá, sob nenhuma hipótese, alterar o valor já proposto e negociado com um ente, nem mesmo, por entender que outro ente teria mais condições financeiras, descartar o inicial e ficar com a oferta do último ente, porque se estaria ferindo a boa-fé que tem de existir na fase das tratativas.
-  Locação residencial é aquela destinada à moradia do locatário ou da família. Findo o prazo do contrato, o locador só tem direito à retomada:
 a) nos contratos verbais ou escritos com menos de 30 meses, o imóvel poderá ser retomado somente por denúncia cheia ou motivada (para uso próprio, de descendente) ou denúncia vazia se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos (art. 47, I a V da Lei 8.245/91);
 b) nos contratos com o prazo de 30 meses ou mais o imóvel poderá ser retomado pela denúncia vazia (sem precisar alegar qualquer motivo) (art. 46 da Lei 8.245/91). 
- Não há limite de prazo para contratos de locação comercial (ou não residencial), que poderá ser até verbal, mas naturalmente o inquilino vai querer um prazo longo, pois ele vai investir em adaptações para o seu negócio, bem como fazer construções, ou querer ter o direito à ação renovatória, quando deverá ter 5 anos de contrato, ou vários contratos ininterruptos que resultem em 5 anos.
- Espécies:
Ação de despejo:
- é a única competente para que o locador recupere o imóvel locado;
- o pedido é o de rescisão de dissolução do contrato. É uma ação, portanto, de natureza eminentemente pessoal e não possessória;
- polo passivo da ação de despejo, figurará o locatário ou o sublocatário ou quem venha sub-rogar-se em seus direitos;
- segue o rito ordinário;
- permite medidas liminares sem a oitiva da outra parte;
- tem caráter mandamental, pois dispensa a fase final exasperante da liquidação da sentença;
- pode ser utilizada por: falta de pagamento; infração contratual; pedido para uso próprio; não conservação do imóvel; danos ao imóvel em detrimento do patrimônio do locador; realizar obras que aumentem a sua capacidade ou obras determinadas pela autoridade pública e que sejam urgentes (arts. 47 e 59, Lei n. 8.245/91);
- permite o despejo por denúncia vazia.
Ação revisional de aluguel:
- é uma ação de mão dupla, o que significa dizer que, ela tanto pode ser aflorada pelo locador que pretende elevar o aluguel quanto pode ser ajuizada pelo locatário quando entende que o aluguel deve ser reduzido;
- só pode ser proposta a cada 3 anos;
- segue o rito sumário qualquer que seja o valor da demanda;
- a contestação do réu será oferecida na audiência, inclusive as provas que julgar conveniente;
- tem por peculiaridade a fixação de aluguel provisório que será fixado pelo juiz, a pedido da parte;
- o aluguel fixado na sentença começa a vigorar a partir desta, mesmo havendo recurso;
- a diferença de aluguel, verificada entre o aluguel provisório e o definitivo, poderá ser cobrada ao final da ação;
- caberá ação de despejo por falta de pagamento, mesmo em se tratando de inadimplemento do aluguel provisório.
Ação renovatória de contrato:
- é aquela ação em que o locatário pleiteia em juízo a recondução do contrato por um novo prazo;
- segue o rito ordinário;
- é uma ação privativa para as locações não residenciais;
- uma locação verbal ou uma locação desde logo contratada por tempo indeterminado não autorizará o ajuizamento da ação renovatória;
- necessário que o tempo do contrato seja de no mínimo 5 anos, sendo admitido que possam ser somados prazos de contratos sucessivos inferiores a 5 anos;
- necessário que nos últimos 3 anos do contrato, o locatário esteja no pleno exercício de sua atividade;
- o prazo é decadencial, pois o direito de renovar o contrato é potestativo e é de 1 ano a 6 meses antes do término do contrato;
- o autor da ação é o locatário;
- permite a fixação de um aluguel provisório que só vai começar a vigorar depois que se expirar o prazo do contrato renovado;
- o aluguel fixado na sentença de mérito na ação renovatória, como na revisional, começa a vigorar imediatamente após a sentença;
- não sendo renovado o contrato e decretando se o despejo, poder-se-á fazer a execução provisória mediante a prestação de caução.
VÍCIO REDIBITÓRIO
- Caso haja defeito ou vício oculto, o contrato pode ser resolvido.
- Já deve acompanhar o produto. Acompanha o mal ou não funcionamento do produto.
- É facultado ao adquirente pedir o abatimento do valor que ele pagou.
- Se a pessoa sabia do defeito: restituição + perdas e danos.
- Se não sabia: valor + despesas contratuais.
- Pressupostos: deve ter um ônus; vício OCULTO; o defeito já deve existir no momento do contrato; 
- Ações edilícias: ação redibitória; ação estimatória.
Prazo decadencial: 30 dias móvel, 1 ano imóvel.
Contagem: se em posse: alienação (prazos pela metade); não posse: entrega efetiva. Se possível identificar depois: momento da identificação.
Prazo máximo: 180 dias móveis; 1 ano imóveis.
- Animais: lei especial. Usos locais + regras gerais.
- Regra geral: Compra conjunta. 1 item com defeito não autoriza rejeição de todos.

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