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25/04/2021 Versão para impressão 1/41 transações imobiliárias Contratos imobiliários: compra e venda (com cessão); promessa de compra e venda; registro, alienação fiduciária, permuta, comodato, consórcio, arrendamento, arras e contrato de locação, contrato de intermediação imobiliária e doação O mercado está muito aquecido pelo crescimento imobiliário. Com isso, surgem diversas situações e tipos de contratos que merecem atenção e cuidados redobrados por parte do corretor de imóveis. Para que possa exercer sua atividade de forma segura e transparente, o corretor de imóveis deve estar munido de todo o conhecimento teórico acerca dos tipos de contratos imobiliários. A sua prática profissional está diretamente ligada à elaboração, à interpretação e à análise de diversos tipos contratuais. Inicialmente, é fundamental analisarmos os requisitos gerais para a validade de um contrato. Eles se encontram definidos no artigo 104 do Código Civil brasileiro. Agente capaz: Os contratantes devem reunir a capacidade de direito e a capacidade de fato, ou seja, devem ser maiores de 18 anos. Os que forem relativamente incapazes deverão ser assistidos. São considerados relativamente incapazes: 25/04/2021 Versão para impressão 2/41 Maiores de 16 anos e menores de 18 Ébrios habituais Viciados em tóxico Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade Pródigos Os absolutamente incapazes (menores de 16 anos) devem ser representados. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável O objeto deverá ser: lícito, ou seja, conforme a lei e não contrário aos bons costumes, à ordem pública e à moral; possível física e juridicamente; determinado ou determinável, ou seja, especificado ao menos pelo gênero e pela quantidade. Forma prescrita ou não defesa em lei Às vezes, as partes deverão obedecer a determinada forma ditada pela lei para manifestar sua vontade; no entanto, em regra, a manifestação de vontade independe de forma especial. São eles: Clique ou toque sobre os botões para acessar os conteúdos. 25/04/2021 Versão para impressão 3/41 25/04/2021 Versão para impressão 4/41 Agente capaz Os contratantes devem reunir a capacidade de direito e a capacidade de fato, ou seja, devem ser maiores de 18 anos. Os que forem relativamente incapazes deverão ser assistidos. São considerados relativamente incapazes: Maiores de 16 anos e menores de 18 Ébrios habituais Viciados em tóxico Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade Pródigos Os absolutamente incapazes (menores de 16 anos) devem ser representados. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável O objeto deverá ser: lícito, ou seja, conforme a lei e não contrário aos bons costumes, à ordem pública e à moral; possível física e juridicamente; determinado ou determinável, ou seja, especificado ao menos pelo gênero e pela quantidade. 25/04/2021 Versão para impressão 5/41 É importante sabermos que esses requisitos de validade são adotados em todos os contratos regidos pelas leis brasileiras. Assim, devem ser observados em todas as negociações contratuais a serem intermediadas pelos corretores de imóveis. Tipos de contrato Clique ou toque nos títulos para acessar seus conteúdos. (index.html?page=2) (index.html?page=3) (index.html?page=4) (index.html?page=5) Forma prescrita ou não defesa em lei Às vezes, as partes deverão obedecer a determinada forma ditada pela lei para manifestar sua vontade; no entanto, em regra, a manifestação de vontade independe de forma especial. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=2 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=3 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=4 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=5 25/04/2021 Versão para impressão 6/41 (index.html?page=6) (index.html?page=7) (index.html?page=8) (index.html?page=9) (index.html?page=10) (index.html?page=11) (index.html?page=12) (index.html?page=13) Os principais conhecimentos sobre o tema contratos imobiliários foram abordados durante nosso estudo. É importante que o corretor de imóveis tenha conhecimento sobre o tema, pois, durante sua prática profissional, deparar-se-á com situações que envolvem alguns dos contratos estudados. Mais frequentemente, o profissional não necessariamente elaborará contratos de compra e venda, mas será colocado diante deles. Como responsável pela intermediação imobiliária, ele deverá saber analisá-los. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=6 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=7 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=8 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=9 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=10 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=11 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=12 https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=13 25/04/2021 Versão para impressão 7/41 Contrato de compra e venda De acordo com conceitos do direito civil, um contrato de compra e venda envolve duas pessoas. Uma pessoa, denominada vendedora, obriga-se a transferir para outra pessoa, denominada compradora, o domínio de um bem, mediante o pagamento de certo preço em espécie ou de valor fiduciário correspondente. Trata-se do tipo de contrato mais praticado no cotidiano das transações imobiliárias. Portanto, estaremos diante dele diversas vezes durante a nossa prática profissional. Via de regra, não há forma especial na instrumentalização do contrato de compra e venda. Ele pode ser celebrado por escrito ou até mesmo verbalmente, por instrumento público ou particular. Entretanto, o artigo 108 do Código Civil determina que, quando o negócio jurídico versar sobre imóveis de valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no país, haverá a obrigatoriedade da escritura pública. Essa é a situação em que se encontra a grande maioria dos imóveis transacionados na atualidade. O corretor de imóveis deve conhecer esta máxima do direito: “Só é dono quem registra”. Ela faz referência à necessidade de se registrar a escritura de compra e venda no cartório de registro de imóveis competente, que é o cartório da comarca onde se situa o imóvel. Para o direito brasileiro, a propriedade dos bens imóveis só é transferida com o registro do título no cartório competente. Quando o contrato de compra e venda é celebrado por meio de instrumento particular, não sendo a hipótese trazida no artigo 108 do Código Civil, que dispensa de escrituração os imóveis com valor inferior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no país, poderá ser interpretado como um mero contrato preliminar ou promessade compra e venda, que não se presta para efetuar o registro de transmissão da propriedade. Para que a propriedade seja transmitida do vendedor para o comprador do imóvel, é indispensável a realização da escritura pública com posterior registro no órgão competente. 25/04/2021 Versão para impressão 8/41 Sobre a formalização do contrato na prática, o artigo 490 do Código Civil disciplina que, salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador nos contratos de compra e venda de bens imóveis. Essa norma jurídica determina de forma clara a responsabilidade de cada uma das partes quanto às despesas de transferência no momento da concretização da compra e venda. No entanto, nada impede que as partes estipulem de forma diversa no contrato. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos referentes ao bem até o momento da transmissão, ou seja, ele será responsável por: despesas condominiais; seguro; IPTU; ITR; taxa de água, luz, lixo e gás; contribuições de melhoria; etc. Durante o exercício de sua prática profissional, o corretor de imóveis poderá ser colocado diante de situações que fogem da normalidade, ou seja, que não são corriqueiras. Assim, é importante conhecer algumas situações que podem ser impeditivas para a concretização do contrato de compra e venda. Algumas situações práticas exigem um pouco de cautela por parte dos envolvidos na negociação, pois a legislação veda ou exige procedimentos específicos diante da possibilidade de negociação entre algumas pessoas específicas. O Código Civil considera anulável, por exemplo, a venda de ascendentes a descendente, exigindo, para tanto, o consentimento dos outros descendentes e do cônjuge alienante. O consentimento do cônjuge será, contudo, dispensado quando o regime de bens for o de separação obrigatória. De acordo com a lei, não poderão ser comprados, ainda que em hasta pública, sob pena de nulidade: 25/04/2021 Versão para impressão 9/41 Pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores os bens confiados à sua guarda ou administração Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta Por juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da Justiça os bens ou os direitos sobre quais se litiga o tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem ou a que se estende a sua autoridade Por leiloeiros e seus prepostos os bens de cuja venda estejam encarregados De acordo com a lei, não poderão ser comprados, ainda que em hasta pública, sob pena de nulidade: 25/04/2021 Versão para impressão 10/41 Pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores os bens confiados à sua guarda ou administração Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta Por juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da Justiça os bens ou os direitos sobre quais se litiga o tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem ou a que se estende a sua autoridade Por leiloeiros e seus prepostos os bens de cuja venda estejam encarregados Assim, considera a lei que os que têm por dever de ofício ou profissão zelar pelos bens alheios estão proibidos de adquiri-los, mesmo em leilão público, sob pena de nulidade, por razões de ordem moral. No entanto, a lei admite exceções à regra, permitindo os casos de compra e venda ou cessão entre coerdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes às pessoas anteriormente designadas. É permitido compra e venda entre cônjuges com relação aos bens excluídos da comunhão. Desse modo, estará proibido compra e venda entre marido e mulher se o regime patrimonial for o de comunhão universal de bens. Os contratos de compra e venda podem ser contemplados com cláusulas especiais, que serão utilizadas dependendo da situação que se pretende formar no caso concreto. A sua inserção ficará a critério das partes contratantes. As cláusulas especiais para compra e venda frequentemente utilizadas são: Clique ou toque nos títulos para expandir seus conteúdos. Retrovenda 25/04/2021 Versão para impressão 11/41 É a cláusula inserida no contrato segundo a qual o vendedor se reserva o direito de reaver, em certo prazo, o imóvel alienado, restituindo ao comprador o preço mais as despesas por ele realizadas, inclusive as empregadas em melhoramento do imóvel. É apenas admissível nas vendas de imóveis. O vendedor só poderá resgatar o imóvel alienado dentro de prazo improrrogável de três anos ininterruptos, não sendo passível de suspensão. O direito de resgate é intransmissível, não sendo suscetível de cessão por ato inter vivos, mas passa aos herdeiros. Venda a contento É a cláusula que determina que o contrato será desfeito se o comprador não se agradar da coisa. A venda é realizada sob a condição de só se tornar perfeita e obrigatória se o comprador declarar que a coisa adquirida lhe satisfaz. Preempção, ou preferência É uma cláusula em que as partes convencionam que o comprador de coisa móvel ou imóvel fica com a obrigação de oferecê-la a quem lhe vendeu, para que este use do seu direito de preferência em igualdade de condições no caso de pretender vendê-la ou dá-la em pagamento. Retrovenda É a cláusula inserida no contrato segundo a qual o vendedor se reserva o direito de reaver, em certo prazo, o imóvel alienado, restituindo ao comprador o preço mais as despesas por ele realizadas, inclusive as empregadas em melhoramento do imóvel. É apenas admissível nas vendas de imóveis. O vendedor só poderá resgatar o imóvel alienado dentro de prazo improrrogável de três anos ininterruptos, não sendo passível de suspensão. O direito de resgate é intransmissível, não sendo suscetível de cessão por ato inter vivos, mas passa aos herdeiros. 25/04/2021 Versão para impressão 12/41 Venda a contento É a cláusula que determina que o contrato será desfeito se o comprador não se agradar da coisa. A venda é realizada sob a condição de só se tornar perfeita e obrigatória se o comprador declarar que a coisa adquirida lhe satisfaz. Preempção, ou preferência É uma cláusula em que as partes convencionam que o comprador de coisa móvel ou imóvel fica com a obrigação de oferecê-la a quem lhe vendeu, para que este use do seu direito de preferência em igualdade de condições no caso de pretender vendê-la ou dá-la em pagamento. Diante de tudo acerca do contrato de compra e venda, fica evidente a importância de que ele seja analisado minuciosamente. Isso evitará problemas e, consequentemente, situações de difícil resolução para o corretor de imóveis responsável pela intermediação no negócio. Vale destacar aqui que a análise prática de um contrato de compra e venda deve ter início pela verificação de alguns itens indispensáveis, tais como: nome completo, endereço e qualificação (CPF, identidade) de cada um dos contratantes; bem(ns) objeto(s) da negociação; preço estipulado e modo de pagamento (à vista, em parcelas, periodicidade, valor de cada parcela); e outras condições gerais (como data de entrega das chaves, no caso de imóvel). Não se pode esquecer que esse contrato deve ser feito por meio de instrumento público, a que chamamos de escritura, exceto para as situações previstas no artigo 108 do Código Civil. Para que a escritura gere todos os efeitos esperados em uma compra e venda regular, ela deve ser levada a registro no cartório de registro de imóveis da comarca onde se encontra situado o imóvel. 25/04/2021 Versão para impressão 13/41 NEGOCIAÇÃO/ INTERMEDIAÇÃO, ESBOÇO DA COMPRA E VENDA ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA REGISTRO DA ESCRITURA NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE, COMPRADOR SE TORNA DONO DO IMÓVEL Clique ou toque sobre botão abaixo parafazer o download do "Modelo de contrato de compra e venda". Modelo de contrato de compra e venda (pdf/modelo.docx) VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/pdf/modelo.docx https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 14/41 Contrato de cessão de direitos Ao se adquirir um imóvel cuja situação está totalmente regular (com registro imobiliário no cartório de registro de imóveis), adquire-se, em verdade, a propriedade do imóvel, que é um direito real. Nesta situação, deve-se realizar uma escritura pública de compra e venda e, posteriormente, levá-la a registro, que é o instrumento jurídico próprio para a comprovação da propriedade. Aquele que adquire um imóvel que não é passível de escrituração e registro imediato está adquirindo somente a posse do bem, isto é, está contratando apenas o direito pessoal de exercer a sua posse, e não a propriedade propriamente dita. Se, independentemente da situação que leva o imóvel a não estar totalmente regular, existe o desejo de adquirir esse bem, a forma adequada de fazê-lo é por meio de uma escritura pública de cessão de direito. O cedente (vendedor) tem apenas a posse do imóvel, sendo apenas isso que ele poderá negociar naquele momento. A cessão de direito se presta para as negociações entre o promitente comprador de um imóvel e um terceiro interessado em adquirir seus direitos sobre o bem. O promitente comprador não tem a propriedade do bem, mas tem todos os direitos que possibilitam a futura transferência do imóvel. Ou seja, o promitente comprador é titular de um crédito, sendo esse crédito o direito de receber a escritura do imóvel. Como esse crédito se caracteriza como um bem patrimonial, ele é passível de transferência para terceiros. Em qualquer uma das situações apresentadas, o nome que se dá à negociação adequada é cessão de direitos. Ela se caracteriza pelo negócio jurídico em que uma parte transfere seus direitos a outra (o direito de receber a escritura), independentemente da vontade do devedor (o promitente vendedor que, depois de receber o preço, obriga-se à outorga da escritura). No caso de imóveis na planta, o contrato de cessão de diretos é bastante usual. Por ainda não haver uma escritura, o que o cedente vende é o direito de comprar. Após o contrato, o cessionário passa a figurar como comprador diante da 25/04/2021 Versão para impressão 15/41 incorporadora. A comercialização de lançamentos (imóveis novos) aumentou muito nos últimos anos. Esse movimento do mercado fez crescer também o número de investidores que adquirem um imóvel antes do início da obra e que o vendem antes da entrega. Para concretizar essa negociação, o contrato de cessão de direitos é o instrumento adequado. A cessão pode ser feita durante o período de construção do empreendimento ou até mesmo depois de entregue o imóvel. Porém, é necessário que a incorporação já esteja devidamente registrada no cartório de registro de imóveis, conforme vimos. Para o caso de empreendimentos na planta, é preciso contar com a concordância da incorporadora na transação. Se isso não for feito, poderá ficar caracterizado apenas um contrato de gaveta, que gera efeitos somente entre as partes e que pode não ser reconhecido pela incorporadora. No momento da concretização desse tipo de contrato, é necessário solicitar toda a documentação do cedente, da mesma maneira que se averigua a documentação de um vendedor. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 16/41 Contrato de promessa de compra e venda A promessa de compra e venda se define como um contrato preliminar que tem como objetivo a realização de um contrato de compra e venda. É muito comum no ramo imobiliário a celebração desse contrato preliminar, que visa a comprometer as partes a celebrarem a escritura pública definitiva em um momento oportuno. Normalmente, esse contrato é celebrado para que as partes possam providenciar documentos necessários para a perfectibilizarão da compra e venda ou enquanto aguardam o implemento de alguma condição ou a extinção de algum motivo que impeça de se realizar de imediato a escritura pública do imóvel. Outra situação bastante comum é a realização desse tipo de contrato por mero interesse do vendedor, que poderá se sentir mais seguro em receber primeiramente o valor integral do preço e, somente depois, concluir a compra e venda definitiva. O contrato de promessa de compra e venda serve como garantia para realização de uma escritura definitiva futura. Na prática, a promessa de compra e venda é um tipo de contrato em que uma pessoa, física ou jurídica, denominada promitente vendedora, compromete-se a vender para outra, denominada promitente compradora, bem imóvel com preço, condições e modos determinados no instrumento contratual. O Código Civil prevê que os contratos preliminares devem conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado (compra e venda), exceto em relação à forma, que não terá a mesma obrigatoriedade. No caso do contrato de promessa de compra e venda de imóvel, a forma será a mesma exigida para o contrato futuro (compra e venda), pois, apesar de a propriedade não ser transferida nesse momento, o promitente comprador estará adquirindo um direito real sobre a propriedade, que segundo a lei vigente só se adquire com o registro. Muito se discute sobre a possibilidade da realização do contrato de promessa de compra e venda por meio de instrumento particular, mas, como medida de segurança para os contratantes, o contrato deve seguir os padrões estabelecidos na lei. É 25/04/2021 Versão para impressão 17/41 dispensada a obrigatoriedade de escritura pública somente para os casos previstos no artigo 108 do Código Civil, que isenta de escritura pública os imóveis com valor inferior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no país. No caso de contrato de promessa de compra e venda registrado no cartório de registro de imóveis, se não tiver sido pactuada a cláusula de arrependimento, o promitente comprador poderá exigir a outorga da escritura definitiva de compra e venda. No caso de resistência, poderá requerer ao juiz a adjudicação do imóvel se quitado o preço. Assim, chegamos à conclusão de que os contratos de promessa de compra e venda de imóveis levam em seu nome a designação “compromisso” ou “promessa” por convencionarem, entre os contratantes, obrigações para a realização de um contrato definitivo de compra e venda. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 18/41 Contrato de alienação fiduciária A alienação fiduciária é um instituto que alcança transação tanto entre bens móveis quanto entre bens imóveis. É um contrato como todos os outros disciplinados pelo direito, tendo os requisitos presentes no artigo 104 do Código Civil como pressupostos de validade. A alienação fiduciária em garantia se caracteriza pela transferência, ao credor, da propriedade do bem garantidor. Fica o devedor apenas com a posse direta do bem, restando ao credor a posse indireta. Na prática, o devedor fica em contato direto com o bem, utilizando-o. Quando quitada a dívida pelo devedor, este automaticamente se torna proprietário do bem imóvel que havia sido dado como garantia na sua dívida. No caso de não haver o pagamento do débito, o credor conseguirá reaver a posse direta do bem efetuando a execução da garantia. 25/04/2021 Versão para impressão 19/41 A alienaçãofiduciária de bens imóveis vem sendo cada vez mais utilizada no mercado imobiliário por trazer celeridade e agilidade para as negociações. O adquirente do bem transfere a propriedade ao agente financeiro pelo prazo que for pactuado o pagamento. Ao fim do período, o termo de quitação da dívida poderá ser levado ao cartório de registro de imóveis a fim de se cancelar a alienação e concretizar a propriedade do bem na pessoa do adquirente. A mesma agilidade se encontra quando existe a necessidade de execução do bem, quando o devedor se torna inadimplente. A necessidade de se recorrer ao judiciário é muito minimizada nesse tipo de negociação, pois a legislação trata o instituto de forma prática e bastante simplificada. Tornam-se cada vez mais comuns no mercado imobiliário os contratos de alienação fiduciária, já que asseguram os direitos e os deveres de ambos os contratantes. Além de outras vantagens, esse tipo de contrato viabiliza a expansão no crédito e a redução das taxas e dos encargos cobrados pelas instituições financeiras. Eles oferecem mais garantias e maior celeridade na recuperação dos créditos se o devedor estiver inadimplente. 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Para que se tenha um contrato de permuta seguro, é preciso que haja um acordo prévio entre as partes, especialmente com relação aos valores envolvidos. Assim, deve haver uma avaliação para que possa ser fixado o valor de cada um dos imóveis negociados. Assim como a compra e venda, o contrato de permuta não é solene na sua essência. Deve ser observado o disposto no artigo 108 do Código Civil, que considera indispensável a escritura pública para a validade dos contratos que versem sobre imóveis com valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no país. 25/04/2021 Versão para impressão 21/41 O contrato de permuta prevê a possibilidade de o contratante pedir a devolução da coisa que foi dada caso o pactuante não cumpra com a sua parte. Ou seja, uma parte não poderá exigir da outra o cumprimento do contrato se esta, ao mesmo tempo, não cumprir com a sua obrigação. No caso, as obrigações são idênticas. Esse tipo de contrato não mereceu, por parte do legislador, aprofundamento. Sua disposição legal se restringe ao artigo 533 do Código Civil. Nele, está disciplinado que, ao contrato de permuta, aplicam-se as mesmas disposições referentes à compra e venda, exceto com relação às despesas com o instrumento de permuta. Elas devem ser divididas pela metade entre os contratantes. Também não é permitida a permuta com valores desiguais entre ascendentes e descendentes sem o consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 22/41 Contrato de comodato O contrato de comodato caracteriza-se pelo empréstimo gratuito de coisas não fungíveis (não consumíveis) a outra parte, denominada comodatário. Coisas não fungíveis são móveis e imóveis não passíveis de substituição por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ou seja, o contrato comodato é um negócio jurídico unilateral e gratuito por meio do qual uma parte (comodante) transfere à outra (comodatário) a posse de um determinado bem, móvel ou imóvel, com a obrigação de o restituir. A lei não estabelece uma maneira para a realização dos contratos de comodato, assim como não impõe o registro do contrato na matrícula do imóvel, mas é extremamente aconselhável fazê-lo. O contrato de comodato pode ser firmado por instrumento público ou particular, como melhor convier para os contratantes. O contrato de comodato tem como principal característica a gratuidade, o que o difere pontualmente da locação. Imagine que uma pessoa, que é proprietária de uma casa na serra, empreste gratuitamente o imóvel a seu amigo para que este possa passar suas férias. Nesse caso, estamos diante de um contrato de comodato. Se esse empréstimo fosse oneroso, tratar-se-ia de um contrato de locação. Um imóvel pode ser objeto de um contrato de comodato na sua totalidade ou somente em parte. Não é obrigatório que o comodante seja proprietário do bem emprestado, pois ele, como simples possuidor do imóvel, pode dá-lo em comodato. Um exemplo prático seria o empréstimo de um cômodo de um imóvel de um locatário a um amigo seu. Não havendo proibição no contrato de locação, esse empréstimo é legal. Outra característica que deve ser observada nos contratos de comodato é a necessidade de se restituir a mesma coisa recebida como empréstimo, não sendo permitida a sua substituição. No mesmo sentido, o artigo 582 do Código Civil prevê que o comodatário tem o dever de conservar a coisa, usá-la de modo adequado e restituí-la no prazo convencionado. Caso não haja um prazo convencionado no 25/04/2021 Versão para impressão 23/41 contrato, a devolução deve ocorrer a qualquer momento, de acordo com a vontade do comodante e se houver necessidade imprevista e urgente. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 24/41 Contrato de consórcio O consórcio de imóveis vem se apresentando como uma boa opção para a aquisição de bens imóveis nos últimos anos. Ele tem um funcionamento simples: uma administradora fica responsável por gerenciar o dinheiro de um grupo de pessoas que se reúne para comprar um imóvel mediante o pagamento de parcelas mensais. Toda vez que o que está sendo pago mensalmente por esse grupo de pessoas atinge um valor determinado, um dos participantes é contemplado. É possível, então, que o sorteado adquira imediatamente um imóvel. O contrato de consórcio, atualmente, encontra regulamento na Lei 11.795/2008, que aborda o assunto pontualmente. Ela determina que o sistema de consórcios é um instrumento de progresso social, que se destina a propiciar o acesso ao consumo de bens e serviços, sendo constituído por administradoras e grupos de consórcio. Como nos demais negócios jurídicos, os contratos de consórcio devem observar todos os requisitos legais. O objeto do contrato é a constituição de fundo pecuniário para a aquisição de bens e serviços pelos consorciados. A forma de contratação é livre, pois a lei não previu forma especial e também não fez nenhuma vedação. O contrato de consórcio, na maioria das vezes, tem a natureza de um contrato de adesão. Quando assinado pela administradora de consórcio e pelo consorciado, ele formaliza a participação no grupo e cria todos os vínculos obrigacionais estabelecidos. 25/04/2021 Versão para impressão 25/41 No contrato, devem estar bem especificadas todas as condições em que o consórcio será operacionalizado, bem como todos os direitos e os deveres das partes envolvidas. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=125/04/2021 Versão para impressão 26/41 Contrato de arrendamento O contrato de arrendamento, de modo geral, presta-se para regulamentar diversos tipos de negócios jurídicos. Existe tanto para o arrendamento mercantil quanto para o arrendamento de bens imóveis. Trataremos neste momento de forma mais específica sobre o arrendamento de bens imóveis, que é passível de ser objeto de alguma intermediação na prática profissional dos corretores de imóveis. Os institutos do arrendamento e da locação são parecidos, mas há diferenças importantes entre eles. O arrendamento, bastante comum no âmbito rural para fins de exploração de plantação e de lavoura, caracteriza-se pela cessão onerosa do uso e do gozo de terreno em troca de um pagamento prefixado, que pode ser em dinheiro ou até mesmo em produtos. Diferentemente do arrendamento mercantil, no arrendamento rural não existe a previsão de compra. Porém, existe a possibilidade de inclusão dessa possibilidade no contrato para o caso de um ponto comercial, por exemplo. Não resta, nesse caso, alienação fiduciária. No caso de imóveis, muitas pessoas se utilizam indevidamente da figura do arrendamento como substitutivo da locação, fazendo confusão. Porém, o adequado é que seu uso seja específico para os casos de terras rurais ou então de arrendamento Nos arrendamentos mercantis de bens móveis, estes ficam sob a propriedade do arrendante, só passando definitivamente ao arrendatário após o término do prazo pactuado e do pagamento de eventual resíduo. Já o arrendamento rural funciona de forma muito semelhante à locação, existindo regulamentação específica na Lei n.º 4.504, de 1964. As locações de imóveis rurais são reguladas pelo Código Civil; e a de imóveis urbanos, pela Lei n.º 8.245, de 1991, a qual veremos logo adiante. 25/04/2021 Versão para impressão 27/41 em todas as suas facetas (com opção de compra ao fim). Assim, podemos concluir que, caso não se trate de um imóvel rural para fins de exploração de plantação ou de um ponto comercial com equipamentos e benfeitorias, seria teoricamente mais adequado que as relações fossem reguladas por um contrato de locação, e não por contrato de arrendamento. Nos contratos de arrendamento, o princípio da liberdade contratual impera, ficando a critério das partes estabelecer no documento o que lhes aprouver. Está previsto no Decreto 59.566/66 que o contrato de arrendamento poderá prever a possibilidade de subarrendamento. Nesse caso, o arrendatário transferirá, no todo ou em parte, os direitos e as obrigações estabelecidos no contrato de arrendamento, desde que haja consentimento do arrendador previsto no contrato. Algo a ser considerado é que o contrato de arrendamento não precisa obrigatoriamente ser levado a registro no cartório de registro de imóveis, o que é altamente aconselhável. Caso o imóvel venha a ser alienado, se a situação estiver registrada na matrícula, a vigência do contrato de arrendamento poderá ser protegida. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 28/41 Contrato de arras Arras, ou sinal, é um instituto muito utilizado durante a negociação de compra e venda de imóveis, ficando caracterizado pela entrega de quantia ou coisa por um dos contratantes a outro como confirmação do acordo de vontades e início de pagamento. Caso, no momento da contratação, uma parte dê à outra, a título de arras, dinheiro ou bem, deverá esse sinal ser restituído ou computado na prestação devida. Ou seja, as arras se prestam tanto como garantia de um negócio como começo de pagamento, quando deverão ser descontadas do valor a ser pago. O contrato que prevê as arras depende da existência de um contrato principal, não sendo possível imaginar sua existência de forma isolada, sem estarem atreladas a um negócio principal. Quanto à sua natureza, são classificadas como acessórias. A legislação prevê dois tipos de arras: as confirmatórias e as penitenciais. O que as diferencia é o fato de as arras confirmatórias serem passíveis de pedido de indenização suplementar. As arras penitenciais não preveem essa possibilidade, por já terem uma função unicamente indenizatória. 25/04/2021 Versão para impressão 29/41 A sequência de figuras a seguir mostra situações que envolvem a entrega de arras e no que resulta caso as partes venham a desistir do negócio. Vamos imaginar que o promitente comprador entregou, a título de arras, a quantia de R$ 50.000,00 ao promitente vendedor. Fonte: adaptado de <http://marianagoncalves.com.br/arras-ou-sinal/>. 25/04/2021 Versão para impressão 30/41 Na figura, temos um boneco do lado esquerdo identificado como promitente comprador. No lado direito, temos um boneco identificado como promitente vendedor. Entre os dois, há uma seta apontando para o boneco do lado direito. Dentro da seta, está escrito “50 mil reais”, representado a entrega desse valor do promitente comprador para o promitente vendedor a título de arras. A situação a seguir representa a desistência do negócio por parte do promitente comprador. Ele perde as arras em favor do promitente vendedor. Fonte: adaptado de <http://marianagoncalves.com.br/arras-ou-sinal/>. Há dois bonecos. O do lado esquerdo é identificado como promitente comprador. Sobre ele, há uma tarja com a palavra “desistiu”. No lado direito, temos um boneco identificado como promitente vendedor. Sobre ele, há um retângulo em que se lê a frase “vendedor ficou com 50 mil reais”. No meio da figura, há uma seta apontando para o boneco do lado direito. Dentro dessa seta, está escrito “50 mil reais” e, sobre ela, lê-se a palavra “perdeu”, fazendo referência às arras que foram perdidas pelo promitente comprador em favor do promitente vendedor. Na situação seguinte, quem desiste do negócio é o promitente vendedor, tendo que devolver as arras dadas mais o equivalente em favor do promitente comprador. 25/04/2021 Versão para impressão 31/41 Fonte: adaptado de <http://marianagoncalves.com.br/arras-ou-sinal/>. Um boneco do lado esquerdo é identificado como promitente comprador. No lado direito, um boneco é identificado como promitente vendedor. Sobre este, há uma tarja com a palavra “desistiu”. No meio da figura, temos duas setas apontando para o boneco do lado esquerdo. Dentro dela, lê-se “devolve o que recebeu” e o valor de 50 mil reais. Na segunda seta, está escrito “mais o equivalente” e o valor de 50 mil reais, fazendo referência às arras que foram devolvidas mais o valor equivalente que foi entregue pelo promitente vendedor em favor do promitente comprador. Em qualquer uma das situações, caso as arras tenham o cunho confirmatório, ainda é possível pleitear indenização suplementar, pois a maior diferença entre as confirmatórias e as penitenciais está em possibilitar ou não uma indenização além do valor fixado como arras. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 32/41 Contrato de locação O contrato de locação é bastante comum na vida profissional dos corretores de imóveis. Por isso, é preciso analisá-lo com todo o cuidado exigido quando se trata de direitos sobre imóveis, independentemente se tratam sobre sua propriedade ou sua posse, que é o objeto do contrato de locação. No contrato de aluguel, devem estar detalhadas todas as tratativas entre locador e locatário, para que se tenham assegurados todos os direitos do proprietário e não restem dúvidas ou interpretações diversas sobre as cláusulas que compõem o instrumento. O contrato de locação deve ser elaborado de maneira completa. Ele não pode deixar de contemplar itens como a descrição do imóvel, os dados do locador e do locatário e a opção escolhida como garantia do negócio.É aconselhável também que constem claramente o valor do aluguel, a data de vencimento, o valor da multa (para o caso de atraso) e o modo de reajuste a ser adotado. Outra cláusula importante é a que versa sobre a duração do contrato. De acordo com a lei, o contrato vigerá de forma indeterminada após o prazo estabelecido no contrato. Com relação às obrigações firmadas, é importante salientar que o locatário deve utilizar o imóvel de acordo com o que ficou estipulado no contrato. A utilização diversa do acordado pode dar causa a uma rescisão antecipada. Caso o contrato tenha como objetivo a locação para fins residenciais, não poderá o inquilino utilizá-lo para comércio, por exemplo. 25/04/2021 Versão para impressão 33/41 Também é vedado ao inquilino fazer qualquer tipo de modificação sem autorização prévia do proprietário, exceto para o caso de benfeitorias necessárias, como a substituição de uma telha que se perdeu em um vendaval e que deixou um buraco no telhado. Assim, o imóvel deve ser devolvido no mesmo estado em que foi entregue ao locatário. Locação não residencial Clique ou toque sobre os botões visulizar os conteúdos. Locação por temporada Locação não residencial Locação de temporada A legislação prevê a possibilidade de se contratar a locação por temporada, que se destina à residência temporária do inquilino. Pode ser para um período de férias, um tratamento de saúde, uma necessidade laboral ou alguma circunstância que tenha prazo para acabar. O prazo do referido contrato não pode ultrapassar 90 dias. E é muito importante que o locador fique atendo aos prazos, pois, caso o inquilino fique mais tempo que o determinado para a temporada, ele pode ter os direitos relativos a uma locação tradicional. 25/04/2021 Versão para impressão 34/41 O modo de reajuste e o índice a ser utilizado devem ser objeto de uma das cláusulas do contrato de locação. Normalmente, os reajustes são feitos anualmente e com base no IGP-M. As taxas referentes ao imóvel também merecem atenção no momento da contratação, pois normalmente se define no contrato de locação o modo de pagamento de todas elas (como taxa de condomínio, IPTU e taxa de bombeiros). No que se refere à manutenção do imóvel, a legislação traz normas bem específicas. Para o caso de deterioração do bem pelo transcurso do tempo, as despesas ficam por conta do proprietário. Mas, se os danos forem causados pelo locatário, este deve arcar com os gastos. Locação não residencial Segundo a Lei de Locações (Lei 8.245/91), é configurada uma locação não residencial sempre que o locatário for pessoa jurídica e o imóvel destinar-se ao uso de seus titulares. Como proteção nesse tipo de contratação, a legislação prevê que o locatário terá direito à renovação do contrato por igual período se reunir os seguintes requisitos: Contrato feito por escrito Prazo mínimo do contrato de cinco anos Exploração do imóvel comercialmente, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos Todos esses fatores devem estar reunidos para que haja a possibilidade de renovação do contrato. Isso se deve ao fato de que a legislação pretende proteger minimamente o fundo de comércio, pois esse tipo de contratação está indiretamente ligado à oferta de empregos e à formação de clientela. 25/04/2021 Versão para impressão 35/41 Para o caso de benfeitorias, o proprietário só é obrigado a arcar com aquelas que tenha autorizado ou que sejam indispensáveis para a utilização do imóvel, tais como o conserto de uma infiltração ou do sistema elétrico. Porém, o contrato comporta acordo entre as partes no que se refere a benfeitorias e à responsabilidade com os custos. O contrato estabelecerá o prazo do aluguel, que deve estar bem claro para não restarem dúvidas quanto ao seu término. A partir desse marco, será possível renovar o contrato ou determinar o término da locação. De acordo com a lei das locações, o proprietário não pode solicitar o imóvel durante a vigência contratual, mas essa norma comporta exceções. Uma das exceções é quando o locatário descumpre as regras determinadas no contrato, caso em que terá que desocupar o móvel antes do prazo. No caso de o locatário resolver devolver o imóvel antes do fim do contrato, deverá pagar uma multa proporcional ao período remanescente, multa esta que também deverá ser objeto do contrato. Caso o contrato de locação esteja vigendo por prazo indeterminado, ele poderá ser rescindido a qualquer tempo, mas deverá ser feita notificação prévia por escrito ao locador. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 36/41 Contrato de intermediação imobiliária O contrato de intermediação imobiliária também é conhecido como contrato de corretagem. Conforme o artigo 722 do Código Civil, pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. O corretor, ao agenciar um imóvel para venda, deve assinar um contrato de corretagem. Geralmente, ao agenciar um imóvel para venda, o corretor leva uma ficha de agenciamento em que consta, no verso desta, uma autorização de venda, que já serve como contrato de intermediação imobiliária (ou corretagem). Nessa autorização, além dos dados do proprietário, deverão constar os dados do imóvel, da imobiliária e/ou do corretor, os honorários de corretagem em caso de venda, a indicação de que o contrato é com ou sem exclusividade, bem como o prazo do contrato. Antigamente, o Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis), por meio da Resolução n.º 458/95, estipulava que um corretor só poderia anunciar um imóvel caso tivesse contrato de corretagem com exclusividade. Porém, em 2018, devido a um termo de compromisso realizado com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), para evitar disposições lesivas ao princípio constitucional da livre- concorrência, tal exigência foi extinta, bastando apenas ter um contrato de corretagem, mesmo que sem exclusividade. O contrato de corretagem garante ao corretor, conforme artigo 727 do Código Civil, que, se um imóvel for vendido diretamente pelo proprietário a um novo adquirente, mas que tenha sido fruto da mediação do profissional corretor, os honorários serão devidos a este. É importante, contudo, que, além do contrato de corretagem com o dono do imóvel, o corretor se habitue a utilizar a ficha de visita. O corretor deve coletar na ficha a assinatura do potencial comprador, de forma a fechar o elo da mediação, 25/04/2021 Versão para impressão 37/41 comprovando que tem autorização, por meio do contrato de corretagem, para comercializar o imóvel e que apresentou, por meio da ficha de visita, o imóvel para o comprador. O contrato de intermediação imobiliária não fica restrito apenas à venda, devendo ser feito também para as locações. A diferença é que, nas locações, existem mais alguns detalhes a serem acertados entre o locador e a imobiliária (e/ou corretor). Além dos dados de qualificação civil do locador, da imobiliária e/ou do corretor e dos dados do imóvel, também é necessária a definição dos honorários de corretagem, que geralmente são divididos em dois tipos de taxas. A primeira é denominada de “taxa de intermediação” e serve para arcar com as despesas de divulgação, análise cadastral, vistoria e contrato de locação, além de corresponder de 50% a 100% do primeiro aluguel cheio. A segunda é chamada de “taxa de administração” e serve para arcar com as despesas de cobrança, repasse de aluguel e intermediação constante entre locatário e locador, além de corresponder de 8% a 12% do aluguel mensal pago pelo locatário. É importante definir, no contrato de corretagem para locação, as formas de garantia que poderãoser aceitas e o prazo de locação que poderá ser pactuado com o locatário. Por fim, geralmente, junto com o contrato de corretagem para locação, o locador assina uma procuração particular dando poderes para a imobiliária e/ou para o corretor administrar a locação do imóvel, o que inclui representar o locador em entidades públicas, administradores de condomínio, entre outros. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1 25/04/2021 Versão para impressão 38/41 Contrato de doação Conforme o artigo 538 do Código Civil, considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. O contrato de doação segue os mesmos ritos de um contrato de compra e venda, sendo necessária, para a transferência de propriedade, a escritura pública de doação. Porém, ao contrário do processo de compra e venda, que requer o pagamento do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), na doação é exigido o pagamento do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação). Enquanto o ITBI é de competência dos municípios, o ITCMD é de competência dos estados. Confira a seguir os demais artigos do Código Civil que regulamentam a doação: 25/04/2021 Versão para impressão 39/41 Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. 25/04/2021 Versão para impressão 40/41 Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. 25/04/2021 Versão para impressão 41/41 Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conseqüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário. Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente. VOLTAR (index.html?page=1) https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-6901389-dt-content-rid-214464454_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TTI/UC05/conteudo/HTML/2/index.html?page=1
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